Uma opção melhor do que a guerra: falar com o Hamas
Há pouco tempo a perder porque estamos a chegar a um momento em que a solução dos dois Estados deixará de ser possível. (...)

Uma opção melhor do que a guerra: falar com o Hamas
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 2 | Sentimento 0.5
DATA: 2014-07-24 | Jornal Público
SUMÁRIO: Há pouco tempo a perder porque estamos a chegar a um momento em que a solução dos dois Estados deixará de ser possível.
TEXTO: Mais uma guerra no Médio Oriente, mais uma invasão israelita de Gaza, desta vez com o apoio implícito do novo regime autoritário do Egipto. Mais sofrimento e humilhação para os palestinianos, mas, no fim, nada acabará por mudar: Israel e o Egipto, com o apoio ocidental, continuarão o bloqueio de Gaza, onde o Hamas continuará a ser a força hegemónica. Contudo, pode haver uma alternativa que seja capaz de contribuir para pôr fim ao impasse e encorajar o progresso em direcção a uma verdadeira solução de dois Estados para o imbróglio. Mas, para poder ter sucesso, o Presidente Obama teria de ter mudado a política americana face ao Hamas – e, se o fizesse, a Europa segui-lo-ia. Já tivemos indícios do que essa mudança poderia ser possível, nas suas declarações sobre a questão no passado. No seu famoso discurso do Cairo, em 2009, sobre “Um Novo Começo” o Presidente americano disse que a América não viraria as costas “às legítimas aspirações dos palestinianos pela dignidade”. Numa palavra, pela primeira vez um Presidente americano reconheceu que havia uma questão palestiniana em relação à qual os Estados Unidos poderiam ter uma resposta. No seu discurso, depois de sublinhar “os laços profundos da América com Israel”, o Presidente foi ao ponto de afirmar que os palestinianos “sofrem pequenas e grandes humilhações que são a consequência da ocupação”. “Portanto, que não fiquem dúvidas: a situação dos palestinianos é intolerável”. O Presidente também disse que “ a América não virará as costas à legítima aspiração dos palestinianos pela dignidade, oportunidade e por um Estado que seja deles”. É uma tragédia ter de admitir que, cinco anos depois deste discurso histórico, há poucos sinais de que o Presidente Obama não vai, mesmo, virar as costas aos palestinianos, sobretudo depois das suas iniciativas para a paz terem sido tão brutalmente ignoradas no início deste ano. Se o seu discurso do Cairo significa mais do que mera retórica, chegou o momento de mostrar que se preocupa com o sofrimento dos palestinianos, garantindo que o Governo de Israel compreenda totalmente o preço que pagará por continuar a sua guerra contra Gaza. O Presidente pode fazê-lo? Sim, pode! O que precisaria de fazer?Depois de garantir que a violência em Gaza termine, deve mudar a sua estratégia para resolver a questão palestiniana e conseguir uma solução assente em dois Estados. Uma estratégia que, até agora, tem assentado apenas nas negociações com um Mahmoud Abbas enfraquecido e com a OLP, na Autoridade Palestiniana, mesmo que tenha obtido poucos resultados palpáveis. Pelo contrário, o Presidente Obama devia reconhecer também o Hamas como um interlocutor legítimo, ao lado da Autoridade, e deixar de opor-se à unidade palestiniana. O Hamas, por seu lado, deve pôr fim aos disparos de rockets contra Israel e juntar-se aos movimentos palestinianos pacíficos para encontrar uma forma de avançar, aprendendo, como o Presidente sugeriu há cinco anos no Cairo, com o êxito dos movimentos cívicos afro-americanos e os movimentos civis da África do Sul. Com um governo de unidade, juntando a OLP e o Hamas, que deveria ser reconhecido pela comunidade internacional, a liderança palestiniana estaria numa posição muito mais forte para negociar com Israel e aceitar os compromissos necessários para uma paz duradoura e segura. No entanto, para conseguir tudo isto, os EUA e a União Europeia precisam de rejeitar o discurso de Israel segundo o qual o Hamas é apenas uma organização terrorista. Se os jihadistas radicais não têm tido influência, pelo menos até agora, na Palestina, isso deve-se em primeiro lugar ao facto de o Hamas ter optado há cerca de uma década por transformar-se num movimento político e abandonar o terrorismo. Comparando a situação com outros países da região, que lutam contra o extremismo violento, é claro até que ponto foi importante esta decisão do Hamas. Ironicamente, o Governo israelita sabe isto, e é por isso que, apesar da retórica, não quer que o Hamas seja destruído. O Hamas, pelo seu lado, pode ser persuadido a aceitar uma solução que garanta a segurança de Israel e permita a criação de uma Palestina independente e democrática, se sentir as garantias apropriadas para a sua sobrevivência e a sua participação num processo político viável no futuro. Além disso, o reconhecimento do Hamas pelos EUA e pela UE e a participação do movimento nas negociações de paz acabariam por isolar os seus próprios elementos radicais e outros grupos radicais em Gaza e na Margem Ocidental, que se opõem a um verdadeiro acordo de paz. O fim ao bloqueio de Gaza mantido por Israel e pelo regime militar egípcio – uma das exigências fundamentais do Hamas para uma trégua duradoura – também contribuiria para uma sociedade mais aberta e mais plural na qual a hegemonia do Hamas poderia ser desafiada mais facilmente e mais democraticamente. No entanto, para conseguir que esta estratégia tenha sucesso, o regime de Sissi, agora no poder no Cairo, teria de abandonar o seu antagonismo em relação ao Hamas, um antagonismo que, nestes últimos meses, tornou o isolamento de Gaza ainda pior.
REFERÊNCIAS:
Entidades EUA UE
ONU teme que desinvestimento público faça Portugal regredir no Índice de Desenvolvimento Humano
Portugal mantém o 41.º lugar entre 187 países. Relatório alerta para riscos do desinvestimento em sectores como a saúde e educação. Ao todo, ainda há 2,2 mil milhões de pessoas em situação de pobreza. (...)

ONU teme que desinvestimento público faça Portugal regredir no Índice de Desenvolvimento Humano
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2014-07-24 | Jornal Público
SUMÁRIO: Portugal mantém o 41.º lugar entre 187 países. Relatório alerta para riscos do desinvestimento em sectores como a saúde e educação. Ao todo, ainda há 2,2 mil milhões de pessoas em situação de pobreza.
TEXTO: Portugal é o 41. º país do mundo com melhor Índice de Desenvolvimento Humano, de acordo com um relatório agora publicado pela Organização das Nações Unidas (ONU). O país conseguiu, assim, manter em 2013 a mesma posição que tinha no ano anterior na lista de 187 países avaliados e subiu três lugares desde 2008. No índice, que varia entre zero e um, o país conseguiu um total de 0, 822 pontos – mas a ONU destaca que Portugal tem vindo a cortar no investimento público, nomeadamente nos serviços de saúde e de educação, o que pode fazer com que muitos dos ganhos sejam revertidos. O Índice de Desenvolvimento Humano das Nações Unidas avalia 187 países e, para classificar os progressos, tem em consideração vários factores, como o rendimento dos cidadãos e indicadores relacionados com o acesso à saúde e à educação nos países. O ranking divide os participantes entre países de desenvolvimento “muito elevado”, nos quais se insere Portugal, existindo ainda mais três níveis: “elevado”, “médio” e “baixo”. No total, na edição agora publicada, relativa a 2013 e intitulada Sustaining Human Progress: Reducing Vulnerabilities and Building Resilience, 38 dos 187 países conseguiram melhorar a sua classificação, 114 mantiveram-na e 35 perderam lugares. A lista é encabeçada pela Noruega, com uma classificação de 0, 944, seguida pela Austrália, Suíça, Holanda, Estados Unidos, Alemanha, Nova Zelândia, Canadá, Singapura e Dinamarca. À frente de Portugal surgem ainda países como a Irlanda (11. º), Israel (19. º), Itália (26. º), Espanha (27. º) ou Grécia (29. º). Na cauda da lista surge o Níger, com um índice de apenas 0, 341, precedido por países como Congo, República Centro-Africana, Chade, Serra Leoa, Eritreia, Burkina Faso, Burundi, Guiné-Conacri e Moçambique. Portugal está entre os Estados que conseguiram manter a sua classificação e surge numa situação de empate com o Chile. Contudo, no relatório a ONU tece algumas notas sobre a queda do investimento público em vários países, nos quais inclui Portugal. Para a ONU, apesar de alguns sinais de retoma económica, a queda de 40% deste tipo de investimento no país é motivo de preocupação. “Os cortes orçamentais também estão a afectar a oferta de serviços públicos. Entre 2009 e 2011 a despesa em saúde caiu num terço dos países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) – incluindo na Grécia, Irlanda, Portugal e Reino Unido”, lê-se no documento. Ainda sobre este ponto, a ONU alerta que os cortes estão a levar a uma transferência de parte das despesas para os cidadãos e que é momento de tentar pensar em formas de apostar num “crescimento inclusivo e sustentável a longo prazo”. “A austeridade cria um ciclo vicioso”, defende o relatório, no qual as Nações Unidas alertam que os cortes acabam por aumentar de forma contraproducente a despesa com prestações sociais e por gerar iniquidades, que também são “um obstáculo ao crescimento sustentável e aumentam o risco de crises económicas e financeiras”. A classificação portuguesa é influenciada positivamente por indicadores como a esperança média de vida à nascença, que se situou nos 79, 9 anos, mas também pela mortalidade infantil, vacinação ou taxas de literacia. A média de anos de estudo no país ficou-se nos 8, 2 anos, sendo que se prevê que as crianças que estão agora em idade escolar venham a ter um percurso de 16, 3 anos. Do lado negativo estão alguns indicadores como a taxa de desemprego e outros dados relacionados com problemas laborais, assim como as quedas nos investimentos públicos em sectores como a saúde e educação. Metade das pessoas com trabalhos precários ou informaisNo resumo geral do relatório, a ONU reconhece que o desempenho global dos países é positivo. Mas o trabalho considera que o caminho ainda está muito dependente de factores externos como as crises e os desastres naturais, com uma vulnerabilidade ao risco que precisa de ser melhorada, assim como o acesso a serviços sociais básicos em áreas como a saúde, educação e protecção social, nas quais se incluem apoios como as pensões ou o subsídio de desemprego. Ao todo, 2, 2 mil milhões de pessoas ainda vivem em situação daquilo a que ONU chamada de “pobreza multidimensional” ou de risco de pobreza. E as protecções sociais não são suficientes para 80% da população mundial. A fome continua a ser um problema para 12% da população mundial, o que corresponde a mais de 840 milhões de pessoas. No campo do emprego, a precariedade e os trabalhos informais são uma realidade para metade das pessoas, ou seja, para 1, 5 mil milhões de cidadãos. As Nações Unidas constatam que existiu também um abrandamento no índice global, que melhorou apenas de 0, 700 em 2012 para 0, 702 em 2013. Além disso, mais de 15% das pessoas continuam vulneráveis a várias formas de pobreza, destacando o relatório os problemas de iniquidade e de violência que persistem na América Latina e o sul da Ásia por ter mais de 800 milhões de pessoas em situação de pobreza e 270 milhões em risco de passarem a estar – o que representa 71% da população daquela zona do globo. Sobre África é deixado o alerta para o impacto que os conflitos podem ter no desenvolvimento, estimando-se ainda que em todo o mundo, em 2013, mais de 45 milhões de pessoas tenham sido forçadas a deixar as suas casas devido a conflitos.
REFERÊNCIAS:
Entidades ONU
Barcelos recebe esta quinta-feira esse festival oásis chamado Milhões de Festa
Até domingo, passarão pelo festival nomes como Earthless, Boogarins, Jagwa Music, Fumaça Preta, High On Fire ou Vicious Five. Abençoada diversidade, a deste Milhões perfeitamente integrado na cidade que o acolhe. (...)

Barcelos recebe esta quinta-feira esse festival oásis chamado Milhões de Festa
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2014-07-24 | Jornal Público
SUMÁRIO: Até domingo, passarão pelo festival nomes como Earthless, Boogarins, Jagwa Music, Fumaça Preta, High On Fire ou Vicious Five. Abençoada diversidade, a deste Milhões perfeitamente integrado na cidade que o acolhe.
TEXTO: E esta quinta-feira, começa tudo novamente. Com concertos apenas num dos palcos, o Taina, o de entrada gratuita e dos petiscos com vista para o Cávado. A partir de amanhã e até domingo, todos estarão a funcionar. O Taina e o Piscina, nas piscinas municipais, para uma tarde balnear sem mar à vista; o Milhões e o Vodafone FM no Parque Fluvial de Barcelos, para onde a acção se transporta quando a noite se começa a aproximar. Chama-se Milhões de Festa e, por esta altura, não será preciso explicar do que se trata. Realizado pela primeira vez em Braga (quatro bandas e dúzia e meia de bilhetes vendidos), em 2007, transportado para o Porto depois disso e desde 2010 em Barcelos, é um festival que, com uma identidade vincada que o transforma num espaço privilegiado para a partilha melómana e para a descoberta, colocou a cidade no mapa dos festivais de música. Aqui, não existe essa coisa aborrecida como a fronteira de géneros – tudo se mistura, tudo pode ser inspirador, o mundo é imenso e há muito para descobrir em qualquer recanto. Assim, entre esta quinta-feira e domingo, entre as muitas dezenas de bandas, DJs e concertos montados propositadamente para a ocasião, veremos os Earthless, gurus do rock psicadélico actual (domingo, 23h20), ou os High On Fire (stoner-rock para acompanhar em headbanging sem restrições; sábado, 1h10). Teremos perante nós a folk fantasmagórica de Chelsea Wolfe (sexta, 21h40), mas também festim rítmico do-it-yourself dos Jagwa Music, da Tanzânia (domingo, 22h30), essa maravilhosa revelação do rock brasileiro chamada Boogarins (sexta, 1h50; sábado em Lisboa, no Musicbox), polirritmos africanos transformados em zumbido jazz inebriante (são ingleses, chamam-se Melt Yourself Down e tocam às 1h50 de domingo). Isto, sem referir o segundo concerto que marca o regresso para um funeral dos Vicious Five (sexta, 1h50), a irresistível viagem house-kraut-shoegaze dos vila condenses Sensible Soccers (amanhã, 2h50), que se seguirá ao funk tropicalista dos Fumaça Preta, que apresentarão o muito aguardado álbum de estreia (0h50); e sem pormos de lado a guitarra hipnotizadora do nigerino Mdou Moctar (sábado, 21h40), as canções pop, tão perfeitas, tão veraneantes, de Duquesa (domingo, 14h30), as novas viagens dos Flamingods, ponte não sabíamos existir entre Londres e o Bahrain (sábado, 23h20) ou o curioso que será perceber o que se anda a fazer por Itália, através dos óptimos The Lay Llamas (sábado, 20h). A lista é exaustiva, naturalmente. A diversidade, igualmente. Co-organizado pela editora e promotora Lovers & Lollipops e pela Câmara Municipal de Barcelos, o Milhões de Festa tornou-se um dos pequenos oásis, muito apelativo, muito verdejante, em pleno período de festivais de Verão de massas. Na edição anterior, passaram por Barcelos cerca de quatro mil pessoas por dia e o objectivo será fixar-se pouco acima das cinco mil, diz o programador Joaquim Durães. “Ainda podemos crescer um pouco, mas o ideal será estabilizar nesse número, porque só assim o festival se manterá saudável. Sendo um festival dentro da cidade, lado a lado com os locais, tem que se manter uma boa relação. Cinco mil pessoas acaba por ser um bom número para que isso aconteça”. Se a programação, que reflecte uma “esquizofrenia” saudável entre “querermos um caminho e querermos, também, ter tudo o que gostamos”, é determinante para atrair ao Milhões de Festa um público curioso, para quem a cultura pop é vivida com fervor e humor, a forma como o festival se instala na cidade que o acolhe não o será menos. Há os famosos concertos na piscina, claro, mas também uma vivência do espaço urbano, das suas tascas, dos seus cafés, restaurantes ou jardins (o parque de campismo para os espectadores, por exemplo, está no Parque da Cidade) que fazem do Milhões um caso bem-sucedido de integração entre a rotina de Barcelos e a agitação trazida pela chegada dos “forasteiros”. O festival arranca esta quinta-feira em exclusivo no Palco Taina (entrada gratuita) com uma panorâmica sobre uma criação portuguesa contemporânea. Ouvir-se-á o jazz do Rodrigo Amado Motion Trio, as canções folk-rock de Alek Rein, que se prepara para lançar o muito aguardado álbum de estreia, o rock’n’roll dos Modernos, formados por três elementos dos Capitão Fausto, a gentileza acústica de Gonçalo, homem dos Long Way To Alaska, o R&B e chillwave deliciosamente sabotados dos Iguana, integrantes do universo Cafetra, ou a soul à século XXI de Ghettohven. Os bilhetes diários custam 30€ e os passes para três dias 60€.
REFERÊNCIAS:
Ministério Público quer apurar negócios da Escom
O DCIAP quis saber junto da advogada Ana Bruno informações sobre o negócio de venda da Escom à Sonangol e sobre as suas relações com Ricardo Salgado. (...)

Ministério Público quer apurar negócios da Escom
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 2 | Sentimento 0.1
DATA: 2014-07-24 | Jornal Público
SUMÁRIO: O DCIAP quis saber junto da advogada Ana Bruno informações sobre o negócio de venda da Escom à Sonangol e sobre as suas relações com Ricardo Salgado.
TEXTO: As buscas desencadeadas na quarta-feira pelo Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP), em articulação com inspectores tributários, abrangeram vários escritórios de advogados, nomeadamente, os suspeitos de terem ou estarem a trabalhar com a Escom. Este veículo instrumental do GES serviu para os negócios menos públicos, particularmente os que envolvem relações entre empresas e Estados. O PÚBLICO apurou que na mira das autoridades esteve o escritório da advogada luso-angolana Ana Almeida Bruno, que estava fora do país na quarta-feira. A intervenção não resultou em detenções ou apreensão de documentação. O DCIAP procurou inteirar-se se a advogada esteve envolvida no negócio de venda da Escom à Sonangol e sobre as suas relações com Ricardo Salgado. O GES tem procurado vender à Sonangol o seu controlo. Tal como Ricardo Salgado, que continua neste momento a ser ouvido pelo DCIAP, Ana Almeida Bruno, era cliente do antigo gestor de fortunas da União de Bancos Suíços (UBS), Michel Canals, em representação de investidores angolanos. As autoridades detectaram ainda a transferência de verbas para um familiar da advogada após este ter, supostamente, movimentado a verba via a rede de Canals. Para além de estar ligada à sociedade imobiliária Acron Berlin Brandeburg, Ana Bruno é ainda amiga e sócia de Helder Bataglia, o rosto e accionista minoritário da Escom. Em 2011 o GES vendeu 67% da Escom, a totalidade da participação que detinha, à Sonangol. O negócio que foi amplamente anunciado nunca foi concretizado pois a petrolífera não liquidou a totalidade dos 500 milhões acordados. E nos últimos anos os interesses da empresa foram-se esvaziando. Criada em 1993 pelo GES, em pareceria com Hélder Bataglia, a Escom fazia parte da Rioforte, a ‘holding' do GES que agrupa os interesses não financeiros e que pediu já a protecção de credores. A Escom, que esteve envolvida no caso Portucalle e no negócios das contrapartidas com os submarinos, chegou a ter uma forte posição na construção, na área dos minério, dos petróleos e do imobiliário. A Opway Angola foi criada em 2009 em conjunto pela Rioforte (que tinha a maioria) e a Opway Engenharia, foi depois vendida aos novos accionistas da Escom. Em 2013 Ricardo Salgado assumiu dificuldades na venda e confirmou que apenas recebeu um sinal, “uma pequena parcela”, dos 500 milhões de euros. Na altura explicou “que conseguimos fazer os aumentos de capital, conseguimos reforçar os meios financeiros do GES, sem ter que executar a venda da Escom, de qualquer forma consideramos que essa transacção, eventualmente com alguns ajustamentos deve ser objecto da finalização”. O Banco de Portugal obrigou já este mês o BES a registar uma exposição de 300 milhões à Escom, o que atira a relação comercial com o GES para 1, 5 mil milhões de euros.
REFERÊNCIAS:
Tempo quarta-feira
ONG portuguesas suspendem funções na CPLP em resposta à adesão da Guiné Equatorial
Plataforma Portuguesa das Organizações Não Governamentais admite excluir-se definitivamente como observadora consultiva. (...)

ONG portuguesas suspendem funções na CPLP em resposta à adesão da Guiné Equatorial
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2014-07-25 | Jornal Público
SUMÁRIO: Plataforma Portuguesa das Organizações Não Governamentais admite excluir-se definitivamente como observadora consultiva.
TEXTO: A Plataforma Portuguesa das Organizações Não Governamentais para o Desenvolvimento anunciou nesta sexta-feira a suspensão das funções de observadora consultiva da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), na sequência da adesão da Guiné Equatorial. Em carta dirigida ao secretário executivo da CPLP, com conhecimento do secretário de Estado da Cooperação, dos embaixadores dos Estados-membros da CPLP e dos restantes observadores consultivos, a Plataforma comunica ainda que, na próxima assembleia-geral, "será levada a votação a proposta de exclusão definitiva como observadora consultiva" da organização lusófona. "A CPLP não é – nem pode converter-se – num clube de negócios, em que os interesses estritamente económicos de uma elite se sobrepõem aos direitos humanos e à dignidade de muitos", considera a Plataforma, presidida por Pedro Krupenski e que integra várias organizações. A Plataforma "lamenta profundamente a deliberação unânime sobre a adesão da Guiné Equatorial como membro de pleno direito na CPLP", que, em seu entender, viola os estatutos da organização, regidos pelos princípios do primado da paz, da democracia, do Estado de Direito, dos direitos humanos e da justiça social. Ora, "os objectivos e princípios orientadores da CPLP são agora – na prática – outros, para os quais não estamos dispostos a contribuir", asseveram os signatários da carta. Esses princípios "são outros" porque – enumeram – a Guiné Equatorial "mantém a pena de morte no seu ordenamento jurídico"; "executa arbitrariamente os seus cidadãos"; "tem um presidente que cumula o poder presidencial, o executivo, o judicial e o militar"; "encontra-se no topo da lista dos países mais corruptos do mundo, concentrando a riqueza nas suas mãos do presidente, da família e da elite que o rodeia"; e "não tem qualquer abertura à dissidência de opinião, à liberdade de manifestação e associação". Ao mesmo tempo, e apesar de ser o "terceiro maior produtor de petróleo e o país com o maior PIB per capita do continente africano", a Guiné Equatorial permite que "cerca de 80 por cento da sua população viva abaixo da pobreza", denuncia a Plataforma.
REFERÊNCIAS:
Entidades CPLP
Jorge Sampaio pede mais Europa na resolução dos actuais conflitos
Jorge Sampaio não quis comentar Sobre a entrada da Guiné Equatorial na CPLP decidida na quarta-feira em Díli. (...)

Jorge Sampaio pede mais Europa na resolução dos actuais conflitos
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 2 | Sentimento 0.25
DATA: 2014-07-25 | Jornal Público
SUMÁRIO: Jorge Sampaio não quis comentar Sobre a entrada da Guiné Equatorial na CPLP decidida na quarta-feira em Díli.
TEXTO: O antigo Presidente da República Jorge Sampaio disse esta sexta-feira ser preciso insistir para que a Europa "apareça mais" na resolução dos actuais conflitos, alertando, sem alarmismos, que as situações de instabilidade estão cada vez mais próximas. Jorge Sampaio falava esta tarde aos jornalistas em Serralves, no Porto, durante uma visita com estudantes sírios à exposição de pintura de Marwan, artista daquele país. Os jovens estão a estudar em Portugal no âmbito da Plataforma Global de Assistência Académica de Emergência, iniciativa do ex-Presidente da República. "Estamos hoje perante uma crise que é hoje muito mais vasta do que é a simples e dramática crise síria. (…) Temos que insistir que a Europa apareça mais. Isto é fácil dizer e difícil de fazer, mas é preciso fazer", defendeu. Jorge Sampaio elencou a crise no Iraque, o conflito israelo-palestiniano, "as vicissitudes de uma importante negociação entre os Estados Unidos e os outros países com o Irão, o califado que irrompe e parte o Iraque e pode chegar à Síria, a situação no Egipto, a confusão terrível que existe na Líbia", a Tunísia. E "o grande desafio que a questão da Ucrânia coloca à União Europeia". "Tudo isto requer um grande esforço multilateral para que haja um cessar-fogo imediato na Faixa de Gaza e para que, a sério, se possa efectivamente chegar a uma conclusão. Isso impõe cedências, impõe esforço diplomático", defendeu. Questionado pelos jornalistas, o antigo chefe de Estado foi peremptório: "isto é cada vez mais próximo". "Basta pensar no que se passa no Sahel africano para perceber que está cada vez mais próximo. Isto é um assunto que está na nossa vizinhança. Isto não é para causar alarmismos, é para dizer que temos um papel a jogar nisto, todos nós, países mais pequenos ou países maiores", enfatizou. Jorge Sampaio disse ainda que o que "se passa é verdadeiramente dramático para a humanidade em geral". "Temos até pessoas que conhecemos em Gaza que nos mandam comunicações no sentido de dizer: arranjem-nos bolsas", descreveu. Falando da Primavera Árabe, o antigo Presidente da República disse ser preciso que "a Europa se faça sentir de uma forma mais eficaz, mais presente, mais forte". "Isto não pode ser deixado apenas aos actuais interlocutores, mas obviamente que é importante que a negociação diplomática - Nações Unidas, Estados Unidos, Europa - vá para além dos interesses petrolíferos e dos interesses estratégicos e vá para os interesses humanos", considerou. Sobre a entrada da Guiné Equatorial na Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), decidida na quarta-feira em Díli, Jorge Sampaio escusou-se a pronunciar, dizendo apenas: "Eu já tive esse problema quando era chefe de Estado, não quero voltar a ele".
REFERÊNCIAS:
Entidades CPLP
Controlinveste prepara salto para África e Brasil e vende edifícios
Grupo de Oliveira e Mosquito pretende reduzir a dívida vendendo património avaliado em 40 milhões de euros. (...)

Controlinveste prepara salto para África e Brasil e vende edifícios
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2014-07-26 | Jornal Público
SUMÁRIO: Grupo de Oliveira e Mosquito pretende reduzir a dívida vendendo património avaliado em 40 milhões de euros.
TEXTO: Vender dois edifícios, conseguir 40 milhões de euros, aliviar a dívida, conseguir uma estrutura mais ágil e tirar o passaporte para três outros países continentes – Brasil, Angola e Moçambique. Esta é, em traços sumários, a estratégia que a Controlinveste Conteúdos, o ramo do grupo liderado por Joaquim Oliveira e pelo empresário angolano António Mosquito, tenciona implementar no espaço de um ano. A intenção da nova administração da Controlinveste Media, que tem como chairman o advogado Daniel Proença de Carvalho, e Vítor Ribeiro como CEO, é reduzir a dívida, cortar activos que não sejam essenciais para o negócio, dar uma nova formatação às publicações, criar novos negócios, responder ao desafio do digital e entrar em novas geografias. Neste último caso, apontando na direcção dos mercados brasileiro, moçambicano e angolano, sobretudo pela questão da língua mas, nos dois casos africanos, porque são países onde o sector dos media está em franco desenvolvimento e onde a ajuda do novo accionista do grupo, o empresário angolano António Mosquito, pode ser determinante. A braços com um processo de despedimento colectivo que pretende reduzir cerca de 160 trabalhadores dos quadros de uma lista de empresas em que se incluem DN, JN, O Jogo, TSF e Global Imagens - e que já deu origem a greves e vigílias -, a Controlinveste Conteúdos quer cortar boa parte da sua dívida de cerca de 50 milhões de euros vendendo os edifícios das sedes do Diário de Notícias, em Lisboa, e do Jornal de Notícias, no Porto. O grupo calcula que o imóvel lisboeta, localizado no Marquês de Pombal, classificado como Imóvel de Interesse Público, galardoado com o Prémio Valmor, e que integra frescos de Almada Negreiros, possa render cerca de 25 milhões de euros; ao passo que o edifício portuense deverá valer entre 10 e 15 milhões de euros. Pelo menos em Lisboa, o grupo quer seguir a tendência dos restantes grupos de comunicação social, que progressivamente têm deixado o centro da cidade e concentrado todos os seus activos na periferia – assim aconteceu com a Impresa (mudou para Laveiras), com a RTP (do Lumiar para Chelas) com a Cofina (para Benfica) e com o PÚBLICO (mudou de Picoas para Alcântara). A opção passará por arrendar um espaço para concentrar as publicações e a rádio TSF, que opera agora numa torre na Matinha. Em Novembro, devido ao escalar da dívida, Joaquim Oliveira cedeu a maior parte da sua quota na Controlinveste a novos accionistas. O empresário ficou com uma participação de 27, 5%, o angolano António Mosquito ficou com outro tanto, os bancos credores Millennium bcp e BES receberam 15% cada um e o empresário Luís Montez os restantes 15%. Parte da dívida bancária foi perdoada, outra fatia manteve-se e outra ainda foi transformada em participação dos dois bancos no capital. O grupo recebeu também dinheiro vindo de Mosquito e de Montez, num total de 16 milhões de euros.
REFERÊNCIAS:
New York Times defende a legalização da cannabis nos EUA
Jornal norte-americano compara os riscos da proibição da marijuana aos da Lei Seca adoptada em 1920. (...)

New York Times defende a legalização da cannabis nos EUA
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 2 | Sentimento 0.136
DATA: 2014-07-27 | Jornal Público
SUMÁRIO: Jornal norte-americano compara os riscos da proibição da marijuana aos da Lei Seca adoptada em 1920.
TEXTO: O grande diário de referência norte-americano, The New York Times, apelou em editorial, na sua edição de sábado, à legalização da cannabis em todo o território dos Estados Unidos, comparando a sua penalização aos erros cometidos na época da Lei Seca (entre 1920 e 1933, o governo americano proibiu a venda de álcool). Sublinhando que os seus responsáveis editoriais chegaram a esta conclusão após um profundo debate interno, o jornal anuncia que serão publicados nas suas páginas de opinião textos de várias personalidades que têm opiniões contraditórias sobre este assunto. Mantendo a sua oposição à venda de cannabis a menores de 21 anos, o New York Times defende que a adição e a dependência da cannabis são “problemas relativamente menores”, se forem comparados com o vício do álcool e do tabaco. Lê-se no editorial: “Os Estados Unidos levaram 13 anos a voltar à razão e a por fim à Lei Seca, 13 anos ao longo dos quais as pessoas continuaram a beber, cidadãos respeitantes da lei tornaram-se criminosos e os sindicatos do crime nasceram e prosperaram. Há mais de 40 anos, o Congresso adoptou a interdição actual da cannabis, infligindo um grande prejuízo á sociedade simplesmente para proibir um produto bem menos perigoso que o álcool. O governo federal deve despenalizar a cannabis. (…) O seu consumo moderado não parece apresentar um risco para os adultos de boa saúde. ”O jornal considera ainda, na sua argumentação, que os custos da penalização da cannabis para a sociedade americana são “imensos” e desproporcionados. E cita números do FBI que dão conta de 558 mil detenções por posse de marijuana em 2012, muitas mais do que por posse de cocaína, heroína e os seus derivados. O New York Times argumenta que esta penalização tem um “resultado racista, atingindo de forma desproporcionada os jovens negros, destruindo as suas vidas e criando novas gerações de criminosos”. Para o jornal de Nova Iorque, o governo federal não deve esperar para ver o que acontece nos vários estados que estão a experimentar legalizar o uso medicinal de cannabis, a redução de penas ou mesmo a simples legalização. “Quase três-quartos dos estados dos EUA já fizeram uma destas coisas”. Uma legalização a nível nacional agora, diz o NYT, deixaria a situação clarificada de modo a permitir que cada estado decida as suas leis, em vez de ficar dependente de quem estiver na Casa Branca. O que se sabe da posição de Barack Obama, é que já declarou publicamente que “fumar erva” não é mais perigoso do que consumir álcool. Mas na sua campanha eleitoral de 2012, o Presidente mostrou-se contra a despenalização completa, deixando nas mãos dos estados federais o poder de decidirem sobre esta matéria.
REFERÊNCIAS:
Entidades EUA
Ministério Público faz buscas na sede da Rioforte em Lisboa
Revista Sábado avança na edição desta quinta-feira que José Sócrates está também a ser investigado no Monte Branco. PGR desmente. (...)

Ministério Público faz buscas na sede da Rioforte em Lisboa
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2014-07-30 | Jornal Público
SUMÁRIO: Revista Sábado avança na edição desta quinta-feira que José Sócrates está também a ser investigado no Monte Branco. PGR desmente.
TEXTO: O Ministério Público e inspectores da Autoridade Tributária e Aduaneira conduziram nesta quarta-feira buscas na sede de Lisboa da Rioforte, a holding para o sector não financeiro do Grupo Espírito Santo, no âmbito da investigação ao caso conhecido como Monte Branco. A Procuradoria-Geral da República (PGR) confirmou ao PÚBLICO que "continuam as diligências no âmbito do processo Monte Branco", escusando-se a revelar mais pormenores por o processo, em que se investiga o maior caso de fraude e branqueamento de capitais alguma vez detectado em Portugal, estar em segredo de justiça. As buscas decorreram no 6. º andar do número 61 da Avenida Álvares Cabral, em Lisboa, onde se situada a sede da Rioforte em Portugal. Sócrates “não é arguido”A revista Sábado anuncia na sua edição desta quinta-feira que José Sócrates “é também suspeito” de estar envolvido na operação Monte Branco e que o Ministério Público levantou o segredo bancário e fiscal ao ex-primeiro-ministro, estando inclusive a ponderar ouvi-lo “nos próximos tempos”. A PGR já veio garantir, em comunicado divulgado ao final da tarde de hoje, que “José Sócrates não está a ser investigado nem se encontra entre os arguidos constituídos” no processo. A Sábado afirma ainda que sob investigação estará também o primo de Sócrates, Hugo Monteiro — que foi investigado no caso Freeport e que, segundo a revista, esteve ligado à compra das casas da mãe de Sócrates —, por possíveis crimes de natureza fiscal e económica. Em causa está a Akoya, a empresa suíça de gestão de fortunas detida por Michel Canals e Nicolas Figueiredo (ambos arguidos), ex-quadros do banco suíço UBS, e ainda por Álvaro Sobrinho, ex-presidente do BES Angola. Recorde-se que a “visita” das autoridades — Ministério Público e inspectores tributários — à Rioforte seguiu-se a outras realizadas há precisamente uma semana à sede do GES, na Rua de São Bernardo, em Lisboa, onde reúne o conselho superior que junta os cinco ramos da família, e que integra Ricardo Salgado. As instalações no Hotel Palácio Estoril alugadas pelo ex-presidente do BES quando deixou a presidência do banco foram alvo de busca na quarta-feira passada, tal como aconteceu no escritório de Ana Bruno, ligada à Newsbrook (de Álvaro Sobrinho), nas Torres das Amoreiras. Ana Bruno é administradora da Newshold, dona do semanário Sol, e estava ligada à Acoya de que Salgado era também cliente. Na manhã do dia seguinte, quinta-feira da semana passada, o ex-presidente do BES, Ricardo Salgado, que preside à ESFG (que está insolvente), foi detido na sua casa de Cascais para prestar declarações à equipa do juiz Carlos Alexandre. No rasto de 60 milhõesUm dos temas que está em cima da mesa das autoridades é apurar o rasto do sinal pago em 2010 e 2011 pela Newsbrook pela compra da Escom, detida pela Rioforte. O negócio anunciado em 2011 por Ricardo Salgado, que esteve nas negociações, envolveria 500 milhões de euros, mas foi fictício, ainda que a empresa de Sobrinho tenha entregue um sinal de 85 milhões de euros. Do sinal (parte foi para pagar a compra da Opway Angola), cerca de 60 milhões de euros destinavam-se à Rioforte pela venda de 67% da Escom, empresa usada pelo GES para negócios menos públicos (envolvendo Estados). A Rioforte, tal como as outras sociedades do GES (ESI e ESFG), está já sob protecção de credores. O Ministério Público quer apurar que destino foi dado aos 60 milhões de euros. Os contactos luso-angolanos começaram no Verão de 2010 e culminaram na assinatura, meses depois, em Lisboa, de um contrato-promessa, que avaliava a Escom em cerca de 800 milhões de euros. Mas o valor revelado era de 500 milhões. O Banco de Portugal obrigou já este mês o BES a registar uma imparidade associada à Escom de 300 milhões de euros, o que atira a exposição do banco ao GES para 1, 5 mil milhões de euros. Entre Julho de 2009 e Julho de 2011, já depois de ter começado a “manipulação” das contas das holdings do GES e da venda da Escom, o Ministério Público investigou, no contexto da Operação Monte Branco, 12 movimentos no valor de 27, 3 milhões. Os movimentos partiram do Banco Espírito Santo Angola para contas no Credit Suisse da Savoices e da Allanite, ambas identificadas na investigação, mas cujos titulares eram empresas com sede no Panamá e cujos beneficiários serão Ricardo Salgado e Amílcar Morais Pires. Os investigadores estão também a olhar para movimentos que passaram pelo BES Dubai e pelo ES Bank Venezuela. A Savoices, que estará ligada a Ricardo Salgado, recebeu 13, 8 milhões de dólares.
REFERÊNCIAS:
Tempo Julho
Ébola, um vírus que se alimenta da miséria
Não tem cura, mas é possível ser combatido e controlado, como foram os surtos no passado. Na Guiné-Conacri, na Libéria e na Serra Leoa o vírus do ébola está fora do controlo, mas a reunião de dia 1 de Agosto com a Organização Mundial de Saúde e os governos poderá ajudar a inverter a situação. (...)

Ébola, um vírus que se alimenta da miséria
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2014-08-03 | Jornal Público
SUMÁRIO: Não tem cura, mas é possível ser combatido e controlado, como foram os surtos no passado. Na Guiné-Conacri, na Libéria e na Serra Leoa o vírus do ébola está fora do controlo, mas a reunião de dia 1 de Agosto com a Organização Mundial de Saúde e os governos poderá ajudar a inverter a situação.
TEXTO: Ao contrário do rio Ébola, a aldeia Yambuku não aparece no Google Maps. Mas poderia estar lá, no norte da República Democrática do Congo. Aliás, poderia ser este nome a aterrorizar organizações de saúde, governos e, principalmente, as populações da Guiné-Conacri, da Serra Leoa e da Libéria, onde o pior surto de sempre do vírus do Ébola deflagrou, com 485 mortes confirmadas. A doença surgiu pela primeira vez em Yambuku, em 1976, quando o território se chamava Zaire. O seu nome não se tornou famoso por sensibilidade e bom senso. Peter Piot, o cientista belga que primeiro descobriu o vírus numa amostra vinda daquela aldeia, enviada para o Instituto de Medicina Tropical de Antuérpia, na Bélgica, e que de seguida voou para o Zaire para lutar e exterminar o surto original, que matou 300 pessoas, explicou à BBC News esta questão: “Não quisemos dar à doença o nome da aldeia, Yambuku, por ser tão estigmatizante. ” Na altura com 27 anos, o virologista e a equipa olharam para uma alternativa, procuraram o rio mais perto da região, e lá estava o Ébola. Desde aí, os mais de 20 surtos que aconteceram nas décadas seguintes e mataram 1323 pessoas manifestaram-se quase sempre na África Central, nunca ganharam a dimensão do que se passa agora na África Ocidental, onde o atraso, a falta de organização estatal e o estigma estão a falar mais alto. “Não nos devemos esquecer que esta é uma doença de pobreza, de sistemas de saúde disfuncionais e da desconfiança”, defendeu Peter Piot, que hoje é director da London School of Hygiene and Tropical Medicine, no Reino Unido. O vírus do ébola causa febres hemorrágicas. Sem haver nenhum medicamento ou vacina, o viros infecta as células endoteliais dos vasos sanguíneos e linfáticos, além de infectar outros órgãos. Entre o segundo e o vigésimo primeiro dia de contágio, aparece a febre, a fraqueza e dores. As hemorragias, que vêm depois, são fruto do colapso dos órgãos e dos vasos. Nesta fase a doença é especialmente infecciosa, quando os vírus inundam o sangue e as secreções e outra pessoa pode entrar em contacto com estes fluídos. O ébola é muito mais controlável do que os vírus da gripe que são transmissíveis pelo ar. No entanto, quem contrai a doença, tem um alto risco de morrer. Os médicos tentam controlar a progressão da infecção baixando a febre, mantendo o doente hidratado e tratando infecções secundárias. O surto actual terá começado no final de 2013 na Guiné Conacri, junto da região fronteiriça com a Libéria e com a Serra Leoa. Mas só este ano, em Março, os casos começaram a disparar. A doença acabou por alastrar para a Libéria e para a Serra Leoa. Um viajante norte-americano que estava na Libéria, onde contraiu a doença, acabou por morrer na Nigéria. Um médico norte-americano que contraiu a doença chegou ontem aos Estados Unidos onde vai ser tratado num hospital em Atlanta. Até agora, há 485 mortes confirmadas e 909 infectados, mas segundo o relatório da Organização Mundial de Saúde (OMS) de 31 de Julho, estima-se que haja 729 mortes causadas pelo ébola e 1323 pessoas infectadas com o vírus. Continua a haver novas transmissões, o surto não está controlado. “O vírus do ébola apareceu em países em que nunca tinha aparecido, não havia nenhuma capacidade de resposta”, diz ao PÚBLICO Jaime Nina, médico e clínico do Hospital Egas Moniz, especialista em infecções tropicais, e professor no Instituto de Higiene e Medicina Tropical. “São países que além de serem pobríssimos têm partes que são controladas por guerrilheiros. ”Os relatos dão conta de instalações de saúde com poucos meios que trabalham num contexto dificílimo. As comunidades apanhadas pelo vírus estão isoladas, desconfiam da medicina ocidental, optam por recorrer à medicina local e a práticas ritualísticas. Muitas vezes, acham que a doença foi uma invenção dos brancos e associam a entrada nos centros de saúde à morte certa. Jaime Nina aponta que no mais pobre dos três países, a Guiné Conacri, a incapacidade de combater o ébola é ainda maior e isso reflecte-se na fatalidade desta doença. A mortalidade é de 73, 7% na Guiné Conacri, enquanto na Libéria é de 47, 4% e na Serra Leoa é de 43, 7% (casos estimados e confirmados). Na sexta-feira, da reunião entre Margaret Chan, directora-geral da OMS, com os presidentes dos três países, saiu um sinal positivo. “Os presidentes reconhecem a natureza séria do surto de Ébola nos seus países”, disse Margaret Chan após a reunião, citada pela agência Reuters. “Os presidentes estão determinados a fazerem medidas extraordinárias para trava o ébola nos seus países. ”
REFERÊNCIAS:
Entidades OMS