Olhão: idoso dispara na rua contra duas mulheres e depois tenta suicídio
Um idoso disparou hoje numa rua de Olhão contra duas mulheres, feriu gravemente uma delas e de seguida barricou-se na própria casa e tentou suicidar-se. Os dois feridos estão no hospital com prognóstico reservado. Em comunicado de imprensa enviado à comunicação social, a PSP de Faro informou que o atirador, um homem com cerca de 70 anos de idade, disparou cerca das 11h00 de hoje contra uma mulher de cerca de 50 anos e outra de 31 anos em Olhão e que de seguida refugiou-se "no interior da sua residência, na cidade de Olhão". A mulher ferida, uma vizinha do atirador, foi transportada para o Hospital Distrital de Fa... (etc.)

Olhão: idoso dispara na rua contra duas mulheres e depois tenta suicídio
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 9 | Sentimento -0.1
DATA: 2007-12-15 | Jornal Público
TEXTO: Um idoso disparou hoje numa rua de Olhão contra duas mulheres, feriu gravemente uma delas e de seguida barricou-se na própria casa e tentou suicidar-se. Os dois feridos estão no hospital com prognóstico reservado. Em comunicado de imprensa enviado à comunicação social, a PSP de Faro informou que o atirador, um homem com cerca de 70 anos de idade, disparou cerca das 11h00 de hoje contra uma mulher de cerca de 50 anos e outra de 31 anos em Olhão e que de seguida refugiou-se "no interior da sua residência, na cidade de Olhão". A mulher ferida, uma vizinha do atirador, foi transportada para o Hospital Distrital de Faro por uma ambulância do INEM e o prognóstico é reservado, indica a mesma fonte policial. A mulher de 31 anos não foi ferida. Após os disparos, o idoso fugiu para casa e, por ter recusado sair da residência, a PSP no terreno accionou o Destacamento do Corpo de Intervenção de Faro e uma equipa de negociadores da mesma força. A Polícia Judiciária também esteve no local e carros-patrulha da PSP foram destacados para o local do crime para assegurar os cortes da via pública e garantir a segurança do local. O atirador efectuou um disparo no interior da residência, atentando contra a própria vida e depois de ser assistido no local pelo INEM e transportado para o Hospital Distrital de Faro, está também com prognóstico reservado. O atirador estava na posse da pistola com que efectuou os disparos na via pública, acrescenta o comunicado de imprensa.
REFERÊNCIAS:
Entidades PSP
Merkel admite papel da política de refugiados em derrota eleitoral
Chanceler alemã mantém que a decisão de abrir porta a quem fugia da guerra foi "certa", mas está a pagar o preço político com o seu partido a ficar pela primeira vez atrás dos populistas anti-imigração da AfD no estado-federado de Mecklemburgo-Pomerânia Ocidental. (...)

Merkel admite papel da política de refugiados em derrota eleitoral
MINORIA(S): Migrantes Pontuação: 9 Refugiados Pontuação: 13 | Sentimento 0.0
DATA: 2016-09-18 | Jornal Público
SUMÁRIO: Chanceler alemã mantém que a decisão de abrir porta a quem fugia da guerra foi "certa", mas está a pagar o preço político com o seu partido a ficar pela primeira vez atrás dos populistas anti-imigração da AfD no estado-federado de Mecklemburgo-Pomerânia Ocidental.
TEXTO: A decisão de abrir as portas da Alemanha a milhares de refugiados parados numa estação de caminhos-de-ferro em Budapeste no ano passado está a ter um cada vez maior custo político para a chanceler alemã, Angela Merkel. A política de refugiados é considerada um dos factores fundamentais para o resultado das eleições no pequeno estado-federado (Land) de Mecklemburgo-Pomerânia Ocidental (Nordeste), em que a CDU de Merkel ficou em terceiro lugar, atrás dos populistas anti-imigração da Alternativa para a Alemanha (AfD). Quebrando a regra de não falar de questões internas em viagens de Estado, Angela Merkel fez uma declaração aos jornalistas à margem do G20, em Pequim, onde se mostrou desagradada com o resultado e reconheceu a ligação. “Naturalmente teve qualquer coisa a ver com a política de refugiados”. Mas Merkel mantém-se firme na sua posição: “Acho que a decisão foi certa. ”No entanto, ainda declarou: “Todos devem agora reflectir no que podemos fazer para voltar a ganhar a confiança [dos alemães], naturalmente e em primeiro lugar, eu também. ”Merkel já sobreviveu a vários revezes em eleições em estados-federados ao longo dos 11 anos em que é chanceler. Além disso, Mecklemburgo-Pomerânia Ocidental é um estado-federado de 1, 5 milhões de habitantes, não muito significativo num país de mais de 80 milhões. Mas o resultado das eleições de domingo é muito significativo: com 20, 8%, a AfD conseguiu ultrapassar a CDU de Merkel que se ficou pelos 19%, fazendo com que quase ninguém fale do verdadeiro vencedor, o Partido Social-Democrata (SPD), com 30, 8%. Além disso, este é o círculo eleitoral onde Merkel é eleita directamente desde a década de 1990, é tradicionalmente dominado pelos democratas-cristãos, e nunca a AfD tinha ficado à frente da CDU numa eleição num Land (nas eleições na Saxónia Anhalt em Março já tinha conseguido um segundo lugar, mas atrás da CDU). Este é o nono estado-federado em que o partido obteve representação parlamentar. Ironicamente, o medo dos refugiados, ou a sensação de que estes têm melhor tratamento pelo Estado do que os alemães, é dos motivos mais invocados pelos eleitores do partido, nota uma análise do Frankfurter Allgemeine Zeitung, mesmo que este estado-federado seja dos que menos estrangeiros tem e dos que menos refugiados recebeu durante o último ano. “Nenhum outro partido para além da AfD se opôs à política de Merkel, e assim, todos os que estão descontentes e que dão grande importância à questão, votaram nesse partido”, nota ao Público por email Carsten Koschmieder, professor de Ciência Política da Universidade Livre de Berlim. Os populistas – na Alemanha discute-se como chamar a este partido; se é certo que é populista e de direita, a caracterização de extrema-direita é usada só por alguns – olham com optimismo para as eleições do Outono de 2017. “Finalmente temos de novo uma oposição real”, disse Leif-Erik Holm, o cabeça de lista da AfD no estado-federado, reagindo aos resultados. “A única questão que interessa aos eleitores é a política irresponsável de migração”, disse, concluindo: “Talvez hoje seja o início do fim de Angela Merkel como chanceler. ”A imprensa dividiu-se entre críticas e conselhos à chanceler. “Esta já não foi uma pequena eleição num estado-federado, isto foi uma eleição sobre Merkel”, escreve a revista Der Spiegel num comentário. “Nunca a chanceler esteve sob uma pressão tão grande”, diz a revista. Avisa: “Se não trouxer pragmatismo, tornar-se-á um fardo para os democratas-cristãos. ”Já o diário Süddeutsche Zeitung aconselha Merkel a clarificar a sua política de refugiados (como irá ser feita a integração, quando no primeiro ano muito foi feito por cidadãos e associações locais), e a investir nas regiões que precisam. O objectivo do défice zero não pode continuar a ser sacrossanto, defende: “Onde as pessoas têm perspectivas, a AfD tem menos hipóteses”, argumenta. Sem negar o significado para Merkel e as suas políticas de refugiados, o analista político da Universidade de Colónia Thomas Jäger acrescenta outra crítica: “Ela vai ser durante muito tempo fustigada por permitir o surgimento de um partido à direita dos conservadores”, uma enorme mudança na paisagem política alemã, onde o peso da História foi impedindo o avanço deste tipo de formações. “Mas ninguém no partido tentará derrubá-la”, garante, em declarações à agência Reuters.
REFERÊNCIAS:
Partidos LIVRE
Países dos Balcãs já só deixam entrar sírios, afegãos e iraquianos
Começou a triagem das dezenas de milhares de pessoas que continuam a chegar às fronteiras da União Europeia. Imigrantes económicos mandados para trás. (...)

Países dos Balcãs já só deixam entrar sírios, afegãos e iraquianos
MINORIA(S): Migrantes Pontuação: 9 Refugiados Pontuação: 11 | Sentimento 0.0
DATA: 2015-11-19 | Jornal Público
SUMÁRIO: Começou a triagem das dezenas de milhares de pessoas que continuam a chegar às fronteiras da União Europeia. Imigrantes económicos mandados para trás.
TEXTO: Entram os dos países em guerra no Médio Oriente e os do Afeganistão. São mandados para trás todos os outros, oriundos de África e da Ásia. Quatro países balcânicos — Sérvia, Croácia, Macedónia e Eslovénia decidiram só aceitar no seu território pessoas que consideram refugiados, mandando para trás os classificados como imigrantes económicos. Na prática, esta nova política significa que deixam entrar nas suas fronteiras — na verdade passar, a esmagadora maioria refugiados quer seguir viagem — sírios, iraquianos e afegãos. O caminho fica vedado a paquistaneses, marroquinos, congolenses e naturais do Sri Lanka, do Bangladesh, da Libéria ou do Sudão. A necessidade de se fazer uma triagem às centenas de milhares de pessoas que chegaram e continuam a chegar à Europa — este ano, e até ao momento, 900 mil, segundo os números das Nações Unidas — foi mencionada pela primeira vez pela chanceler alemã, com o argumento de que a UE não pode absorver toda a gente e que é preciso dar prioridades a quem precisa mesmo de refúgio. Em Agosto, Angela Merkel disse que era preciso definir quem tem direito a obter asilo na União Europeia e quem não tem direito a ele — estes, disse, deveriam ser repatriados com brevidade. As declarações de Merkel nunca passaram a proposta, nunca foram discutidas oficialmente pelos Estados-membros, até devido aos problemas que a solução implica. Por exemplo, o que fazer com milhares de pessoas que já estão na Europa, em trânsito, ou como dizer à Itália e sobretudo à Grécia, onde chegam todos, refugiados e imigrantes, que têm de ficar com os “indesejados” e repatriá-los?Porém, avançaram para esta solução os quatro Estados balcânicos, que já tinham aderido a outras decisões unilaterais como o encerramento de fronteiras (Eslovénia e Croácia). Mas outros países, como a Hungria, a Alemanha ou a Suécia, já encerraram também as suas fronteiras, totalmente ou temporariamente. “Desde o meio-dia [de quarta-feira] que as autoridades sérvias só autorizam a entrada no país de refugiados sírios, afegãos e iraquianos”, disse à AFP Melita Sunjic, uma porta-voz do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), o organismo que alertou para o que se estava a passar. O Governo da Macedónia, adiantou a porta-voz, emitiu uma lista de países cujos cidadãos não podem entrar, nem sequer apenas para transitar para outro Estado: Marrocos, Sri Lanka, Sudão, Libéria, Congo e Paquistão. A Sérvia passou a exigir um documento de identificação — que muitos não têm — ou, na sua falta, uma declaração do governo da Grécia (o ponto de partida da maioria que opta pela rota das Balcãs para chegar aos destinos desejados) a atestar a nacionalidade do refugiado. Os refugiados e imigrantes passam da Grécia para os países balcânicos com o objectivo de prosseguir para a Alemanha ou Suécia, os dois países preferidos. Berlim, em Outubro, tinha anunciado que não consideraria os afegãos como refugiados. Bastou um destes países fechar a porta aos imigrantes económicos para que todos os outros o fazerem, provocando um efeito dominó — nenhum quer ficar com pessoas que mais ninguém recebe dentro das suas fronteiras. Além dos problemas humanitários que se acumulam, a decisão adensou a crispação entre países vizinhos. Na noite de terça para quarta-feira, a polícia sérvia mandou de volta 200 pessoas que as autoridades da Macedónia alojaram num centro em Tabanovce. Porém, relatava o jornal The Telegraph, as cem pessoas que se seguiram não tiveram a mesma sorte. Passaram a noite ao relento, disseram elementos da Cruz Vermelha, que foi autorizada a prestar assistência ao grupo e que pediu uma solução rápida para o problema, pois o mau tempo agrava-se. “Não vamos permitir que pessoas que não podem seguir caminho entrem na Sérvia. Temos de proteger o nosso país e foi por isso que tomámos medidas recíprocas em relação aos que a Eslovénia e a Croácia não querem”, disse à Reuters o responsável do Governo sérvio para a questão do fluxo migratório, Aleksandar Vulin. Na Croácia, o Governo deu ordens para a polícia de fronteiras não aceitar o regresso de 162 pessoas rejeitadas pela Eslovénia. Um porta-voz da polícia eslovena, Drago Menegalija, confirmou à AFP que só é permitida a passagem a pessoas provenientes “de países onde há conflitos militares”. Nos últimos dias vimos chegar cada vez mais gente que acreditamos serem imigrantes económicos. Por esse motivo, e de acordo com a legislação da UE — disse — tentámos sem sucesso encontrar uma solução informal para os reenviar para a Croácia”. Não explicou onde estão mais estas 162 pessoas que ninguém quer.
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Entidades UE
Sarkozy, Presidente-Sol em quarto minguante
Derrota eleitoral, erosão política, crispação social, fumos de corrupção, azias na frente externa: Nicolas Sarkozy entrou numa "espiral infernal". A meio do quinquénio, o "hiperpresidente" prepara a reeleição em 2012. A deportação de ciganos veio, ao invés, acordar os fantasmas de Vichy. "Roissy não é Drancy!", defendem as suas hostes. "O sarkozysmo é uma união nacional negativa", constata um historiador. Excitação, "nevrose", "Estado-limite" - mas a França é ele: "Desanda, pob"idiota!" (...)

Sarkozy, Presidente-Sol em quarto minguante
MINORIA(S): Migrantes Pontuação: 9 Ciganos Pontuação: 9 | Sentimento 0.0
DATA: 2010-09-29 | Jornal Público
SUMÁRIO: Derrota eleitoral, erosão política, crispação social, fumos de corrupção, azias na frente externa: Nicolas Sarkozy entrou numa "espiral infernal". A meio do quinquénio, o "hiperpresidente" prepara a reeleição em 2012. A deportação de ciganos veio, ao invés, acordar os fantasmas de Vichy. "Roissy não é Drancy!", defendem as suas hostes. "O sarkozysmo é uma união nacional negativa", constata um historiador. Excitação, "nevrose", "Estado-limite" - mas a França é ele: "Desanda, pob"idiota!"
TEXTO: O pior que pode acontecer a um Presidente imperial como Nicolas Sarkozy é a populaça nivelá-lo com o seu pior inimigo - a golpes de intenção de voto. Até isso sucedeu, nesta rentrée política, ao chefe de Estado francês, "Presidente-Sol" em ciclo estelar negativo. Crispação social, erosão política, deriva securitária, relações tensas com a justiça e os media, desaires diplomáticos: o "hiperpresidente" parece enredado numa "espiral infernal ", como lhe chamou o semanário Le Point. Sarkozy tem dois anos para recuperar mas, como repete um coro de analistas, o resultado das eleições presidenciais de 2012 começa a preparar-se neste Outono. Uma sondagem recente para o jornal Parisien revelou um chocante tête-à-tête entre o actual chefe de Estado e o ex-primeiro-ministro Dominique de Villepin. Aparecem ambos ex aequo com 15 por cento das preferências do eleitorado para as presidenciais. "Humilhante" para Sarkozy, resumiu a imprensa. [Uma outra sondagem, publicada pelo Nouvel Observateur, indica que Dominique Strauss-Kahn (também conhecido como DSK), actual patrão do Fundo Monetário Internacional/FMI em Washington, poderá ser um potencial candidato vencedor dos socialistas, derrotando Sarkozy, numa segunda volta, por 59 por cento dos votos contra 41. ] Sondagens valem o que valem, sobretudo a dois anos da ida a votos, ressalvam muitos observadores - e, sobretudo, os aliados do Presidente. Mas o barómetro do eleitorado indica que Nicolas Sarkozy não conseguiu por enquanto inverter a dinâmica negativa iniciada com a derrota nas regionais de Março, continuada no enorme embaraço do caso [de possíveis irregularidades no financiamento da campanha eleitoral de Sarko] que liga Eric Woerth, o ministro do Trabalho, à herdeira da maior fortuna de França, Liliane Bettencourt [do império L"Oréal], e no dano colateral do conflito com o respeitado Le Monde, por causa de uma alegada violação do segredo de uma fonte do jornal pelos serviços de espionagem, e coroado pelas críticas causadas pelas expulsões de ciganos. As "más" sondagens de Nicolas Sarkozy cristalizam também a impressão difusa, tanto a nível interno como nas instâncias internacionais de Bruxelas, Genebra, Nova Iorque ou Washington, de que o endurecimento securitário anunciado no já famoso discurso de Grenoble, no final de Julho, não produziu os efeitos desejados pelo Presidente. Ao relacionar directa e explicitamente delinquência e imigração, Sarkozy ganhou uma pequena franja da extrema-direita, no eleitorado da Frente Nacional, mas acentuou as divisões no seu próprio campo, além de agastar ainda mais o eleitorado de centro e esquerda. A contestação do novo regime de reformas, motivo de manifestações e greves que vêm subindo em tom e adesão, e a fragilidade política do ministro que deveria dar a cara por esse dossier fulcral, Eric Woerth, agudizaram a posição do Presidente francês. O filósofo Mathieu Potte-Bonneville declinava, esta semana, uma paródia de um princípio de Marx, aludindo à "baixa tendencial do juro político". Segundo o filósofo, "a energia investida para restringir ainda mais os direitos dos estrangeiros aumenta em proporção inversa ao benefício eleitoral das suas medidas, sob o risco de ver a exibição do poder transformar-se a breve trecho em constatação de impotência (para proveito maior da Frente Nacional)". As recentes sondagens parecem dar razão a Potte-Bonneville (ou a Marx). Villepin, ilibado no processo Clearstream em torno de uma conspiração política para desacreditar Sarkozy antes da eleição de 2007, é afinal o homem que ombreia com o Presidente no território da direita parlamentar. O rival de Sarkozy pretende seduzir os "órfãos da República" para o seu novo movimento, lançado há apenas três meses.
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Entidades FMI
França começa a repatriar hoje ciganos para a Roménia
Até ao final do mês, Paris quer mandar de volta para os seus países 700 imigrantes ilegais. A União Europeia está de sobreaviso. (...)

França começa a repatriar hoje ciganos para a Roménia
MINORIA(S): Migrantes Pontuação: 9 Ciganos Pontuação: 13 | Sentimento 0.0
DATA: 2010-08-19 | Jornal Público
SUMÁRIO: Até ao final do mês, Paris quer mandar de volta para os seus países 700 imigrantes ilegais. A União Europeia está de sobreaviso.
TEXTO: Os primeiros repatriamentos de ciganos da Europa de Leste expulsos dos seus acampamentos em França durante o último mês realizam-se hoje, no meio de uma chuva de críticas à política do Governo de Nicolas Sarkozy, por estar a pôr em prática uma política que recorda as décadas de 1930 e 1940 na Europa, os anos do nazismo e do estalinismo, dos movimentos forçados de populações e da sua perseguição. "A França deve respeitar as regras de protecção dos cidadãos europeus", avisou Matthew Newman, porta-voz de Viviane Reding, comissária europeia da Justiça e Direitos Fundamentais. "Estamos a observar a situação muito atentamente para verificar que são respeitados. Está-se a falar de regresso voluntário", sublinhou. Um primeiro voo com 79 roms - a designação dos ciganos desta zona da Europa (ver caixa) - deve partir hoje para a Roménia, no quadro da ajuda humanitária ao regresso, esclareceu o ministro da Imigração, Éric Besson. Todos receberam 300 euros para regressar ao seu país - normalmente a Roménia, ou a Bulgária -, mais cem euros por criança. A 26 de Agosto, realizar-se-á um outro voo - o objectivo, como prometeu o ministro do Interior, Brice Hortefeux, é mandar embora 700 destas pessoas não desejadas em França, em resultado dos despejos efectuados em 51 acampamentos de roms durante o último mês. O porta-voz de Viviane Reding avisou ainda o Governo francês de que não é possível expulsar cidadãos europeus, a não ser que sejam considerados uma ameaça para o país onde estão. "Se um Estado procede a uma expulsão, é preciso avaliar se é uma decisão é adequada. É preciso analisar caso a caso. Não se pode tomar uma decisão que abranja toda uma população", sublinhou Matthew Newman, colocando de sobreaviso contra a questão que parece estar em jogo na medida francesa. A verdade é que as pessoas que os ministros franceses Hortefeux e Besson ficaram encarregues de mandar embora podem voltar: são cidadãos de um país da União Europeia (ver caixa). Para tentar evitá-lo, as autoridades estão a recolher as impressões digitais de quem aceitou receber o incentivo económico para regressar ao seu país de origem, colocando-as numa base de dados chamada OSCAR, adianta o jornal Le Figaro. Este caso foi suscitado pela investida securitária lançada pelo Presidente Nicolas Sarkozy a 30 de Julho - em que liga claramente a criminalidade à imigração. Além de estar gerar grande discussão e uma de onda críticas em França, extravasou já fronteiras. Desde logo na Roménia e na Bulgária, que se sentem directamente visadas e onde as notícias vindas de França têm gerado indignação. Ontem, o ministro dos Negócios Estrangeiros romeno, Teodor Baconschi, avisou Paris de que estava à beira de "estimagtizar um grupo étnico" e de fazer "expulsões colectivas" - acções de longa e má memória na Europa, e de que os ciganos foram um dos alvos preferidos.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave direitos imigração ajuda criança humanitária perseguição
Só “reformas credíveis” podem travar o populismo, em Itália e na Europa
“Se a Europa me explica em detalhe como é que eu devo pescar um peixe-espada e não me diz nada sobre a forma de salvar um imigrante que se afoga, isto quer dizer que há qualquer coisa que não está bem”, diz o primeiro-ministro italiano. (...)

Só “reformas credíveis” podem travar o populismo, em Itália e na Europa
MINORIA(S): Migrantes Pontuação: 9 Animais Pontuação: 5 | Sentimento 0.2
DATA: 2014-05-31 | Jornal Público
SUMÁRIO: “Se a Europa me explica em detalhe como é que eu devo pescar um peixe-espada e não me diz nada sobre a forma de salvar um imigrante que se afoga, isto quer dizer que há qualquer coisa que não está bem”, diz o primeiro-ministro italiano.
TEXTO: Nas eleições de há uma semana teve o melhor resultado de sempre do centro-esquerda em Itália e mais votos do que qualquer outro partido europeu, 40, 8%. Mas não é por isso que Matteo Renzi, primeiro-ministro não eleito desde Fevereiro, decidiu ignorar os adversários internos: o Movimento 5 Estrelas, de Beppe Grillo, e a direita, liderada ainda por Silvio Berlusconi. Grillo, diz, não está acabado, “teve um resultado inferior às suas expectativas” mas “só estará acabado se nós fizermos reformas e formos credíveis”. “Se queremos salvar a Europa temos de a mudar. Mesmo se o PD [Partido Democrático] foi de todos os partidos europeus o que obteve o melhor sufrágio, mesmo se tivemos uma abstenção fraca, isso não significa que os eleitores estejam a favor do statu quo. Esta mobilização não é uma aspiração ao imobilismo”, disse Renzi numa entrevista aos jornalistas da rede europeia (Le Monde, Süddeutsche Zeitung, The Guardian, La Stampa e El País). Recusando dar lições aos outros líderes europeus ou afirmar-se como “um novo líder para a esquerda europeia” (“Não tenho receitas para os outros”) com solução pronta para combater o eurocepticismo, Renzi tem ideias para mudar a Itália e espera que isso contribua para mudar a Europa. E tem, também, o seu projecto europeu: “O que posso dizer é que é preciso mostrar os aspectos mais sedutores da Europa do serviço cívico, Erasmus e Estados Unidos da Europa, que continuam no meu horizonte”. Para que isto seja possível, defende, “é preciso que as pessoas voltem a interessar-se pela coisa pública e que consigamos acordar em objectivos comuns”. Uma das suas prioridades – já referida e que diz ir desenvolver quando falar no Parlamento Europeu, a 2 de Julho – passa pela política energética europeia, o que implica “a criação de equipas, que a infra-estrutura seja posta em rede”. Mas isso não basta. Renzi recusa apoiar um candidato à liderança da Comissão Europeia, preferia conhecer programas em vezes de rostos e desses escolheria quem apresentasse uma estratégia para combater o desemprego. “O próximo presidente da Comissão deve amar a Europa. Mas hoje, quem ama realmente a Europa sabe que ela não funciona. Deve amar a Europa com o olhar de um inovador. ”Numa altura em que todas as semanas são resgatados centenas de imigrantes pela guarda costeira italiana junto à ilha de Lampedusa (enquanto tantos outros se afogam a tentar alcançar a porta de entrada na Europa), o líder italiano diz que o seu país “não pede nada à Europa” neste campo. O que a UE devia fazer, defende, é pedir à ONU que tome medidas na Líbia (de onde partem muitos destes imigrantes árabes ou subsarianos) e, de forma mais geral, “procurar desenvolver uma capacidade maior na gestão dos fluxos migratórios”. Alma, desafios e sonhosDe resto, quanto à imigração, a Itália de Renzi continuará a fazer o que tem feito: “salvar os imigrantes” que consegue. “Deixar morrer crianças no Mediterrâneo é uma afronta à moral e às regras marítimas”, diz. “Se a Europa me explica em detalhe como é que eu devo pescar um peixe-espada e não me diz nada sobre a forma de salvar um imigrante que se afoga, isto quer dizer que há qualquer coisa que não está bem”, afirma. Depois, usa um termo que repete várias vezes durante a entrevista – “alma”. “Eu trabalho para dar uma alma à Europa e espero que o Partido Socialista Europeu esteja consciente deste problema. A questão é não ser ou deixar de ser um líder mas devolver a esperança”, defende. “E isso não é simples, sobretudo numa Europa que, nos últimos anos, perdeu o sentido da aventura, dos desafios e dos sonhos. E aqui o papel dos partidos é fundamental. ”É também a isto que Renzi atribui o seu resultado nestas europeias, explicando que conseguiu trabalhar a caminho da estabilidade ao mesmo tempo que foi rápido a avançar com reformas de que a Itália precisava há muito: a nova lei eleitoral já está aprovada; o texto base da reforma da Constituição também; a reforma da legislação laboral foi iniciada, seguir-se-á a da Administração Pública. Quanto ao seu futuro e ao da Itália, lembra que é “um país capaz de tudo, do bom e do mau, da genialidade e da loucura”. E é também por isso que “a atitude típica de superioridade moral e intelectual da esquerda não corresponde à realidade do país”. Se venceu, e como venceu, diz Renzi, foi por “ ter feito uma campanha de cara descoberta, no meio das pessoas”, “sem ignorar ninguém”.
REFERÊNCIAS:
Entidades ONU UE
Redução da TSU do PS corta 14 mil milhões nas receitas da Segurança Social, avisa ministro
No debate de urgência convocado pelo PS, os socialistas acusam Governo de mascarar desemprego com os programas de estágios e a emigração, de esmagar a contratação colectiva e os níveis salariais. (...)

Redução da TSU do PS corta 14 mil milhões nas receitas da Segurança Social, avisa ministro
MINORIA(S): Migrantes Pontuação: 9 | Sentimento 0.033
DATA: 2015-05-01 | Jornal Público
URL: https://arquivo.pt/wayback/20150501171549/http://www.publico.pt/1694159
SUMÁRIO: No debate de urgência convocado pelo PS, os socialistas acusam Governo de mascarar desemprego com os programas de estágios e a emigração, de esmagar a contratação colectiva e os níveis salariais.
TEXTO: Numa altura em que PS e PSD andam numa guerra de perguntas e respostas sobre as propostas do cenário macro-económico do primeiro, o ministro Pedro Mota Soares acusou o PS de querer cortar 14 mil milhões de euros de receitas à Segurança Social até 2027 ao reduzir a TSU para patrões e empregados num total de 8%. O número foi apresentado pelo ministro do Emprego e da Segurança Social esta quinta-feira à tarde na Assembleia da República, ao intervir na abertura do debate de urgência pedido pelo PS sobre “situação laboral, emprego e desemprego”. “Não se pode usar a verba do sistema previdencial, dos trabalhadores, para fazer promessas políticas”, avisou Pedro Mota Soares. “O PS anunciou que pretende reduzir a TSU das empresas e trabalhadores num total de 8%. Contas feitas à proposta, a Segurança Social perderia 14 mil milhões de euros de receita até ao fim do prazo proposto [2027]”, afirmou o governante. Que logo em seguida desafiou: “Há uma pergunta que o PS tem que responder: num sistema em que as prestações e pensões actuais são pagas pelas contribuições actuais, como iriam ser pagas [se se fizesse esta redução]?”Pouco antes, na abertura do debate, o deputado socialista Nuno Sá acusara o Governo de mascarar os números do desemprego e classificou o executivo de “recordista absoluto” do desemprego. Criticando as “toadas gongóricas fanfarronadas pelo PSD/CDS sempre que há uma ligeira oscilação de décimas do desemprego”, o socialista defendeu que as alterações na taxa de desemprego “não assentaram nunca numa criação líquida de emprego, mas sempre na diminuição da população activa, provocada quer pela emigração em massa (100 mil portugueses desde que este Governo está em funções), quer na ocupação dos desempregados em medidas do IEFP para obter meros efeitos estatísticos de camuflagem das taxas de desemprego”. As críticas dos socialistas abrangeram também o aumento sucessivo do desemprego estrutural que chega já, nas palavras de Nuno Sá a um “nível histórico de cerca de 12%”. “O desemprego real ronda os 21%”, contabilizou o deputado socialista. Aos portugueses desempregados é preciso somar os “desencorajados” e os “ocupados” pelo IEFP em acções de formação e medidas activas de emprego. “Na realidade temos mais de um milhão de desempregados, com um aumento do desemprego de longa e muito longa duração, um aumento do número de casais em que ambos os cônjuges estão desempregados e com uma taxa de desemprego jovem brutal e comprometedora do nosso futuro”, descreveu. PS: mais precariedade, menos contratos colectivosNuno Sá acusou também o Governo de promover uma “quebra de salários com um esmagamento sistemático das remunerações do trabalho”. O índice de trabalhadores que recebem o salário mínimo passou de 5% em 2005 para 12, 9% em 2014 e as desigualdades salariais acentuaram-se. E afirmou ainda que o executivo “pulverizou” e “partiu a espinha” da contratação colectiva com a quebra em um terço das convenções colectivas e trabalhadores abrangidos desde 2011. “A governação PSD/CDS, de forma agressiva, compressora pelo medo (…) impôs politicamente uma agenda de precariedade e de contratos atípicos”, acrescentou o deputado socialista. Perante uma sala do plenário com menos de metade dos deputados – até a bancada do PS, que agendou o debate tem boa parte das cadeiras vazias -, o ministro tentou contrariar parte dos números apresentados por Nuno Sá. Citou as previsões feitas por entidades como a OCDE (16, 1%) ou a Comissão Europeia (17, 7%) sobre o desemprego em Portugal em 2014 para dizer que afinal “ficou substancialmente abaixo”, nos 13, 9%Realçando a taxa de desemprego em Março de 13, 5% anunciada na quarta-feira pelo INE – “abaixo do considerado pelo PS para 2015 [no seu cenário macro-económico]”, Mota Soares afiançou que “há menos 72 mil pessoas no desemprego do que há um ano”, que os centros de emprego têm “abaixo dos 600 mil inscritos, o que não acontecia desde 2011” e que também o número de casais desempregados caiu 7, 5% em relação há um ano. O governante aproveitou para anunciar alguns investimentos em programas de ajuda ao emprego. O programa Garantia Jovem já abrangeu 260 mil jovens e o Governo quer chegar aos 375 mil até ao fim do ano, num total de 1300 milhões de euros de investimento. Será lançando um novo programa Reactivar (para desempregados de longa duração e com mais idades), no valor de 43 milhões de euros. E vai também ser aumentada a rede de instituições que, em conjunto com o IEFP, apoia projectos de auto-emprego, com a previsão de um investimento de dois milhões de euros.
REFERÊNCIAS:
Partidos PS PSD
BE apela “directamente” ao PS para solução de Governo que “salve” o país
Catarina Martins critica Presidente da República por chamar o líder da coligação de direita antes de estarem contados os votos dos emigrantes. É uma questão de “respeito institucional”. (...)

BE apela “directamente” ao PS para solução de Governo que “salve” o país
MINORIA(S): Migrantes Pontuação: 9 | Sentimento 0.1
DATA: 2015-10-06 | Jornal Público
SUMÁRIO: Catarina Martins critica Presidente da República por chamar o líder da coligação de direita antes de estarem contados os votos dos emigrantes. É uma questão de “respeito institucional”.
TEXTO: O apelo não é novo, mas surge com mais insistência. A porta-voz do Bloco de Esquerda, Catarina Martins, voltou a insistir nesta segunda-feira na disponibilidade desta força política para dialogar com os socialistas, aos quais apelou “directamente”, para uma solução de Governo que “salve” o país. As condições para que tal aconteça mantêm-se: não flexibilizar despedimentos, não descapitalizar a Segurança Social, não reduzir pensões. Respeitando estas três linhas vermelhas, pode haver diálogo, se o PS se mostrar também disponível. Catarina Martins falou na sede do Bloco, depois da reunião da Comissão Política, na qual se analisaram os resultados eleitorais: o Bloco foi “a força política que mais cresceu no país”, em “todos os concelhos”, retirou “votos à direita” e transformou-se na terceira força do país. Apesar de o PSD e CDS terem tido mais votos, “nunca a direita teve um resultado tão baixo”, disse ainda. E voltou a insistir no apelo que já tinha feito ao líder socialista antes da campanha eleitoral e ao longo dela. A candidata eleita pelo Porto apelou “directamente” ao PS, garantindo ter a certeza de que também a CDU “estará presente” e “não faltará à chamada”. E lembrou que os partidos que tiveram “três milhões de eleitores”, que têm “mais de 50 por cento dos deputados” no Parlamento, fizeram campanha eleitoral prometendo romper com o ciclo da direita. “É portanto preciso que hoje, em Portugal, sejamos consequentes com o que foi a campanha”, disse, frisando que aqueles três milhões de eleitores têm de ser respeitados. Questionada sobre se, ao contrário do que já afirmou em relação à coligação de direita, o BE admite deixar passar um programa do PS, Catarina Martins reiterou que os bloquistas nunca disseram que tratariam da mesma forma um governo minoritário da direita e o PS e que, mesmo existindo “grandes diferenças” entre o programa do BE e o do PS, estão “disponíveis para conversar”. Como “nenhuma força tem maioria absoluta”, todas “terão de se encontrar para criar soluções de estabilidade para o país”, disse. E sublinhou: o BE está disponível para “conversar com o PS sobre uma solução de estabilidade”, mas para isso é preciso que o PS também diga “se quer conversar com a esquerda” ou “prefere dar estabilidade a um governo minoritário de direita”. Sobre a possibilidade de o BE viabilizar um orçamento, caso o PS respeite as três condições colocadas, a porta-voz reafirmou que está disponível para conversar, mas nunca abdicando da protecção das pensões, salários e emprego. Catarina Martins deixou ainda duas críticas: uma ao presidente da Comissão Europeia por considerar que os resultados das eleições mostram que os portugueses querem manter as políticas até agora seguidas e outra ao Presidente da República que está a tomar “decisões apressadas”. A porta-voz entende que Cavaco Silva se está a precipitar ao chamar na terça-feira o líder da coligação de direita, antes de estarem contados os votos dos emigrantes, que foram “muito mal tratados” nestas eleições. Mesmo que estes votos não alterem os resultados, é uma questão de “respeito institucional”.
REFERÊNCIAS:
Partidos PS PSD BE
Portugal, Espanha, Marrocos e França afinam cooperação contra o terrorismo
Luta à imigração ilegal passa pela constituição de equipas policiais conjuntas. (...)

Portugal, Espanha, Marrocos e França afinam cooperação contra o terrorismo
MINORIA(S): Migrantes Pontuação: 9 | Sentimento 0.0
DATA: 2015-05-01 | Jornal Público
SUMÁRIO: Luta à imigração ilegal passa pela constituição de equipas policiais conjuntas.
TEXTO: Portugal, Espanha, França e Marrocos criaram esta terça-feira um subgrupo de trabalho para fomentar a cooperação operacional, estabelecer orientações e monitorizar os resultados no âmbito da prevenção e luta contra o terrorismo. A criação do subgrupo de trabalho foi decidida durante a terceira reunião do denominado grupo G4, que integra a ministra portuguesa da Administração Interna e os ministros do Interior de Espanha, França e Marrocos, um encontro que decorreu no Forte de São Julião da Barra, em Oeiras. “No combate e prevenção do terrorismo, que agora se apresenta sob novas formas e exige novas respostas, decidimos a criação de um subgrupo de trabalho para fomentar a cooperação operacional, estabelecer orientações e monitorizar os resultados”, disse Anabela Rodrigues em conferência de imprensa realizada após o Encontro Ministerial Quadripartido. A titular da Administração Interna adiantou que Portugal vai integrar o novo grupo de trabalho, que vai dedicar-se à definição das prioridades operacionais no domínio da prevenção e luta contra o terrorismo. No encontro, os ministros consideraram também fundamental eliminar “as fontes do extremismo violento, através de uma abordagem global baseada tanto na prevenção e luta contra a radicalização, especialmente na internet, como no reforço dos meios para neutralizar o movimento de combatentes estrangeiros”. Até porque, como destacou o ministro francês do Interior, Bernard Cazeneuve, “o grau de ameaça é extremamente alto". O dirigente de Paris insistiu na necessidade da União Europeia adoptar o PNR (registo de nomes de passageiros das linhas aéreas) para controlar os jihadistas estrangeiros que se preparam para regressar da Síria e do Iraque aos seus países de origem, na União Europeia (UE). Este dispositivo permitirá às autoridades dos países da UE ter “uma ideia clara dos caminhos que percorrem” e se possível proceder à sua detenção, disse. O ministro francês defendeu ainda o "estabelecimento de controlos de forma coordenada e sistemática no espaço Schengen", sem ser alterado o texto original deste acordo. No domínio da prevenção e tráfico de estupefacientes, bem como em matéria de reforço da cooperação policial, os quatro países comprometeram-se também “a intensificar a troca de informações e de boas práticas”. Foi também decidido criar equipas conjuntas de cooperação policial junto dos postos chave das principais rotas de imigração, defendendo “acções firmes” contra as redes de exploração de imigrantes. “Debatemos os principais desafios que se constituem como ameaças comuns às nossas sociedades e aos nossos valores, tendo os quatro comungado da convicção de que são necessárias acções firmes em domínios fundamentais, como na prevenção e no combate às redes de exploração da imigração ilegal e também à criminalidade organizada”, disse Anabela Rodrigues. A ministra da Administração Interna adiantou que os membros do G4 reafirmaram “a importância desta cooperação para evitar tragédias, tais como a que se assistiu recentemente no Mediterrâneo”. Nesse sentido, sublinhou que vão ser criadas equipas conjuntas de análise e cooperação policial junto de postos chave das principais rotas de imigração. Os ministros de Portugal, Espanha, França e Marrocos voltam a reunir-se no próximo ano, em Espanha, durante a presidência espanhola do G4.
REFERÊNCIAS:
Entidades UE
E se comprar um visto em vez de pagar a um traficante for a solução?
Para acabar com o negócio das máfias que semeiam cadáveres no Mediterrâneo, a UE devia abrir-se à imigração, dizem os especialistas. Os líderes da UE continuam a falar em repressão. (...)

E se comprar um visto em vez de pagar a um traficante for a solução?
MINORIA(S): Migrantes Pontuação: 9 | Sentimento 0.0
DATA: 2015-05-01 | Jornal Público
SUMÁRIO: Para acabar com o negócio das máfias que semeiam cadáveres no Mediterrâneo, a UE devia abrir-se à imigração, dizem os especialistas. Os líderes da UE continuam a falar em repressão.
TEXTO: O primeiro-ministro italiano, Matteo Renzi, pediu ajuda aos seus parceiros na União Europeia “para combater os traficantes de escravos do século XXI”. Combater as redes criminosas que deixam um rasto de cadáveres no Mediterrâneo ao fazerem contrabando de seres humanos “não é apenas uma questão de segurança e terrorismo, mas também de dignidade humana”, apelou, em preparação do Conselho Europeu desta quinta-feira, onde os líderes dos Vinte e Oito vão discutir medidas para combater a crise migratória. Mas tudo começa no que irão de facto discutir os governantes. “O problema actual é a ausência de uma política comum de asilo e de imigração na Europa. Para combater estas vagas humanas que parecem imparáveis – só este ano, 36 mil pessoas terão já tentado cruzar o Mediterrâneo, diz a ONU, a maior parte a partir da Líbia –, o mais sensato seria abrir as portas da Europa", afirmou ao PÚBLICO François Gemenne, do Centro de Estudos e de Investigação Internacional do Instituto de Ciências Políticas de Paris (Sciences Po). Duas economistas francesas, Emmanuelle Auriol, da Escola de Economia de Toulouse, e Alice Mesnard, da City University de Londres, têm uma proposta concreta: por que é que os Estados não vendem vistos de entrada para imigrantes, por um lado, e por outro aumentam a repressão sobre os traficantes? Mas também sobre os empregadores, para que não contratem imigrantes ilegais, de forma não declarada. “A nossa proposta não entra em contradição com a política actual da União Europeia, que assenta na repressão da imigração ilegal. Mas reconhece que só com repressão não será possível livrarmo-nos deste problema, pois a repressão é potenciadora do tráfico. Há uma grande procura da imigração para a Europa, que não é legal, por isso o contrabando de pessoas é um negócio lucrativo”, explicou ao PÚBLICO Alice Mesnard. “Um terceiro pilar desta proposta seria sancionar os patrões que contratam imigrantes ilegais”, tanto para desincentivar o negócio da imigração ilegal como para travar o afluxo de imigrantes. Apesar de vários especialistas em imigração sublinharem que a mera repressão já deu provas de ter falhado, a julgar pelos planos traçados no início da semana pelos ministros dos Negócios Estrangeiros europeus, a reunião desta quinta-feira deve continuar a centrar-se neste eixo. David Cameron, o primeiro-ministro britânico, afirmou que é preciso impedir que os imigrantes se façam ao mar, para “pôr fim a estes cargueiros da morte”. Ideias feitas“Encerrar as fronteiras não serve para nada, não acaba com os fluxos migratórios: simplesmente torna-os mais perigosos”, afirma François Gemenne. “A Europa continua a ser um destino muito atractivo para os migrantes, que são cada vez mais numerosos por causa da multiplicação das crises. Portanto, há duas tendências fundamentalmente contraditórias, e que criam um negócio lucrativo para os traficantes”, sublinha este especialista em imigração. “Os dramas da imigração no Mediterrâneo são em grande parte o resultado das políticas europeias, que não permitem vias legais de acesso à Europa”, declarou. “O único denominador comum é a vigilância e o controlo das fronteiras, que se tornaram o alfa e o ómega da política de imigração europeia. Ao contrário do que se diz frequentemente, a abertura de fronteiras não provocaria um afluxo maciço de migrantes. Não é abertura ou o fecho de fronteiras que provoca os grandes movimentos migratórios”, diz Gemenne, que participa numa investigação internacional sobre as consequências da liberalização das fronteiras em cinco zonas geográficas, no âmbito do projecto MobGlob (Mobilidade Global e Governação das Migrações). Auriole e Mesnard reconhecem que, para que a sua ideia de vender vistos de imigração funcionasse, os governantes teriam de ter a coragem de enfrentar um ambiente político que se tornou tóxico, com o crescimento de partidos de extrema-direita e anti-imigração. Gemenne não gosta particularmente da ideia de vender vistos – “é uma proposta demasiado neoliberal, que favoreceria os imigrantes mais abonados”, diz –, mas concorda que as sociedades europeias se tornaram muito pouco receptivas à imigração. “É difícil mudar as ideias feitas sobre a imigração. Há uma grande diferença entre as realidades e as percepções públicas sobre os imigrantes, que muitas vezes são alimentadas por mentiras. E muitas políticas são decididas em função das percepções, e não sobre a realidade”, diz François Gemenne. “Os partidos de extrema-direita conseguiram impor a sua agenda política e mediática sobre a imigração, o que é uma derrota considerável para a democracia. ”
REFERÊNCIAS:
Entidades ONU