Ataque em Nice: “Estão a dizer-nos para nos fecharmos em casa. Eu não quero sair”
Há 77 mortos confirmados, vítimas de um camião que foi conduzido contra uma multidão que celebrava o Dia da Bastilha. Emigrante português estava no local e descreve o que viu. Hollande prolonga estado de emergência por mais três meses e diz que "não se pode negar o carácter terrorista deste ataque". (...)

Ataque em Nice: “Estão a dizer-nos para nos fecharmos em casa. Eu não quero sair”
MINORIA(S): Migrantes Pontuação: 9 | Sentimento 0.6
DATA: 2016-12-31 | Jornal Público
URL: https://arquivo.pt/wayback/20161231230727/http://www.publico.pt/1738353
SUMÁRIO: Há 77 mortos confirmados, vítimas de um camião que foi conduzido contra uma multidão que celebrava o Dia da Bastilha. Emigrante português estava no local e descreve o que viu. Hollande prolonga estado de emergência por mais três meses e diz que "não se pode negar o carácter terrorista deste ataque".
TEXTO: Nem 30, nem 60, nem os mais de 80 de que se chegou a falar. Segundo o Presidente francês, François Hollande, há 77 mortos confirmados, incluindo crianças, até às 3h (hora portuguesa). Porém, poucos minutos depois de Hollande se dirigir à nação, a AFP citava um ministro francês não identificado, afirmando que há 80 mortos e 18 feridos em estado muito grave. Um balanço trágico provocado por um camião que avançou contra a multidão no Passeio dos Ingleses em Nice, enquanto festejavam, numa zona muito turística, o dia nacional de França. Há ainda pelo menos meia centena de feridos em estado muito grave, no que as autoridades estão a classificar como um atentado. Tinha-se juntado muita gente ali, para assistir ao espectáculo de fogo-de-artifício e festejar o feriado nacional do 14 de Julho, Dia da Bastilha. Truck smashing into crowd in #Nice kills at least 30 people and at least 100 injured . #Nice06 pic. twitter. com/TOgO1h33Mv"O camião rolou sobre a multidão durante uma longa distância, o que explica este número tão grande vítimas", disse à televisão BMF Sebastien Humbert, prefeito para a região dos Alpes Marítimos. O camião percorreu o Passeio dos Ingleses a alta velocidade durante 100 metros antes de se lançar contra a multidão, onde arrastou tudo à frente durante cerca de dois quilómetros. “Foi um pesadelo. Era uma noite de festa”, diz ao PÚBLICO Miguel Cunha, natural de Paredes de Coura e a viver em Nice há quatro anos, contando que tudo aconteceu depois do fogo-de-artifício. O fisioterapeuta de 28 anos estava no Passeio dos Ingleses. Estava do lado onde o camião apareceu. Escapou por ter atravessado a estrada minutos antes para se encontrar com uns amigos (quatro portugueses e dois espanhóis). Na madrugada desta sexta-feira, após se reunir com o gabinete de crise, em Paris, o Presidente francês sublinhou o “carácter terrorista” do atentado perpetrado em Nice. "O carácter terrorista não pode ser negado", sustentou. François Hollande carregou nas palavras e qualificou este acto como uma “monstruosidade”, uma “violência absoluta” cometida num dia simbólico para os franceses, o feriado nacional de 14 de Julho, “dia da liberdade”. Entre as vítimas mortais, há também várias crianças, enfatizou o Presidente. Com o autor do ataque – que conduziu um camião contra uma multidão no Passeio dos Ingleses – ainda por identificar, Hollande disse: “Fica claro que devemos fazer tudo para lutar contra o terrorismo. ” “A França está enlutada, perturbada, mas é forte e será sempre mais forte do que os fanáticos”, declarou Hollande, depois de informar que o estado de emergência se irá prolongar por mais três meses, até Outubro. A França “vai recorrer a todos os meios” para travar novos ataques. E apelou à mobilização dos militares na reserva, garantindo ainda que vai intensificar a acção francesa na Síria e no Iraque. Ao PÚBLICO Miguel Cunha relatou o que viveu. “Quando nos estávamos a encontrar, olho para o outro lado e só vejo pessoas a voar”, conta o português, ainda em choque. “Pareciam moscas a voar. Foi horrível. A rua estava cheia de pessoas, de famílias. Toda a gente tinha saído, havia concertos”, continua, explicando ter visto o camião parar “uns 30 metros à frente”, antes de se terem ouvido tiros. “Não foram os tiros que o pararam, ele parou antes. Deve ter tido algum problema. Ainda vi uma pessoa a tentar subir ao camião para puxar o homem para fora. ”O camião, conta o emigrante, já vinha a atropelar pessoas desde trás. “Dizem que vinha em ziguezague para chegar a mais pessoas, mas nos últimos 30 metros, o que eu vi, ele já vinha em linha recta e a abrandar. Não devia vir a mais de 50 km/h. ” Uma fonte policial citada pela AFP declarou, cerca das 2h20 (hora portuguesa), que dentro do veículo foram encontrados documentos em nome de um cidadão franco-tunisino. A identificação ainda está em curso, acrescenta a mesma fonte, mas, segundo os documentos em causa, o condutor poderá ser um cidadão francês de 31 anos, de origem tunisina e morador naquela cidade do Sul de França. A prefeitura está a tratar o caso como um ataque terrorista e aconselha os habitantes a ficar em casa. O local onde se deram estes acontecimentos é um ponto altamente turístico desta cidade do Sul de França. Houve uma troca de tiros e o condutor do camião foi abatido, após ter saído do veículo a disparar, avança a prefeitura. O camião parece estar crivado de balas, dizem os vários media franceses. Dentro do camião foram encontradas armas, diz o Le Figaro, espingardas e granadas. Miguel Cunha lembra que, tendo em conta os últimos ataques em França, a presença de militares na rua é constante e que por isso a resposta não tardou. Os tiros que se ouviram na rua foram disparados pela polícia e os militares. O atentado ocorreu perto do Hotel Negresco e a polícia impôs um significativo perímetro de segurança, noticia a AFP. Há muitos polícias, militares e ambulâncias a circular, relata o jornal Le Figaro. "Foi o caos absoluto", descreveu um jornalista da AFP que estava presente no local no momento da investida do camião sobre a multidão. "Vimos gente atingida por estilhaços que voavam por todo o lado, ouvíamos pessoas a gritar. Tive de proteger a cara dos destroços. "“O camião ficou todo cravejado. Na confusão, eu fugi para o casino”, para onde fugiram tantas outras pessoas, conta Miguel Cunha. Lá dentro, temeu-se pela segurança. “Pensámos que poderia haver algum terrorista e voltámos a fugir. Eu saí pela porta de emergência dos fundos e perdi-me dos meus amigos”, diz. “Ainda tenho uma amiga portuguesa que está presa no casino, não a deixam sair”, acrescenta, já em casa, explicando ter seguido as ordens das autoridades que pediram às pessoas que fugissem para casa. “E agora estão a dizer-nos para nos fecharmos em casa. Eu não quero sair. ”Le président @fhollande s'est entretenu avec le Premier ministre @ManuelValls au sujet des événements de #Nice pic. twitter. com/kb6G3siyHpNo entanto, Miguel Cunha sabe que amanhã é outro dia e o medo não poderá vencer. “A vida continua. Vai ser difícil, mas vou sair de casa e vou trabalhar”, afirma. A não ser que receba indicações contrárias. “Vamos ver o que vai acontecer. Por exemplo, amanhã [sexta-feira] há um concerto de Rihanna no estádio”, refere, ao mesmo tempo que vai relatando as novidades que vai ouvindo na televisão. “Não consigo dormir, só penso que não era a minha hora. ”O ministro do Interior, Bernard Cazeneuve, esteve ainda durante a noite em Nice. O Presidente francês, que estava no Festival de Teatro de Avignon, regressou a Paris, para se juntar à célula de crise, no Ministério do Interior. Este ataque ocorre quando François Hollande acabara de anunciar que o estado de emergência, que vigora desde desde os atentados de Paris, em Novembro do ano passado, ia ser levantado a partir de 26 de Julho. Não há reivindicação do atentado, mas, diz Romain Caillet, investigador do jihadismo, na Internet os extremistas felicitam-se por ter acontecido, refere o Libération. O Presidente português, Marcelo Rebelo de Sousa, enviou uma mensagem de condolências ao seu homólogo francês. Segundo fonte oficial de Belém, citada pela Lusa e não identificada, Marcelo enviou a François Hollande “um telegrama de condolências e ao mesmo tempo de solidariedade pelo bárbaro atentado acabado de cometer em Nice, exprimindo o pesar de todos os portugueses ao Presidente francês". Na mensagem, citada pela Lusa, o Presidente afirma que "foi com grande consternação" que recebeu a notícia "do hediondo atentado ocorrido esta noite em Nice, que teve lugar, para mais, num dia tão especial para França" – o feriado nacional em que se evoca a Tomada da Bastilha, que marcou o início da Revolução Francesa, em 1789. "Os meus pensamentos estão com as dezenas de vítimas e com os seus familiares, com todos os franceses, em solidariedade fraterna neste momento de dor e de angústia. Em meu nome e no de todos os portugueses, envio as mais sentidas condolências ao Presidente François Hollande e a todo o povo francês", acrescenta Marcelo Rebelo de Sousa. O primeiro-ministro enviou logo na sequência do atentado de Nice, esta quinta-feira à noite, um comunicado a repudiar o ataque e a informar que os consulados e a embaixada estão a trabalhar para procurar portugueses. "O Governo português repudia e condena veementemente este atentado, que, mais uma vez, ataca a França e todos os europeus", diz num curto comunicado. Na mesma mensagem, António Costa lamenta as vítimas e manifesta "total solidariedade para com França e os franceses". Nous sommes avec vous, solidaires dans la souffrance. Portugal partage les mêmes valeurs de la France: liberté, égalité et fraternité. Numa altura em que ainda não é conhecida a identidade das vítimas, Costa informa que "a embaixada e os consulados portugueses estão a trabalhar com as autoridades francesas e disponíveis para ajudar todos os que necessitem". Em Nice vivem cerca de dez mil portugueses. "Portugal sofre com a França neste dia 14 de Julho, dia nacional da França. Todos partilhamos os seus valores: liberdade, igualdade, fraternidade", termina o primeiro-ministro. Em declarações à Sic Notícias, o secretário de Estado português das Comunidades, Jose Luís Carneiro, disse não ter informação de portugueses entre as vítimas do ataque. Nos EUA, o presumível candidato republicano às presidenciais de Novembro, Donald Trump, decidiu adiar a conferência para anunciar a escolha do seu candidato a vice-presidente. O actual inquilino da Casa Branca, o democrata Barack Obama, por seu lado, mantém-se “informado da situação em Nice, e a sua equipa de segurança nacional vai mantê-lo ao corrente da situação”, declarou o porta-voz do executivo americano, Ned Price, citado pela AFP. Cerca de uma hora mais tarde, Obama foi citado numa declaração em que condena “aquilo que parece ser um horrível ataque terrorista”. “Estamos solidários com a França, o nosso aliado mais antigo, neste momento em que enfrenta um ataque”, disse o Presidente norte-americano, citado pela AFP, oferecendo ajuda do seu país para apurar responsabilidades neste caso. A agência Lusa diz que a secção antiterrorismo da procuradoria de Paris anunciou a abertura de um inquérito-crime. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. A nova primeira-ministra do Reino Unido, Theresa May, segue também os “terríveis acontecimentos” de Nice, segundo um porta-voz do executivo com sede em Downing Street, que acrescentou que o novo Governo, empossado há um dia, se sente “chocado e inquieto”. “Estamos prontos a ajudar todos os cidadãos britânicos e a apoiar os nossos parceiros franceses”, acrescentou a mesma fonte, citada pela AFP. Nota introduzida às 17h40 de 15 de Julho: A identidade do condutor que lançou o camião contra as pessoas no Passeio dos Ingleses em Nice foi confirmada ao final da manhã desta sexta-feira pelas autoridades francesas. Trata-se do franco-tunisino Mohamed Lahouaiej Bouhlel. O número de vítimas mortais foi actualizado nesta sexta-feira para 84.
REFERÊNCIAS:
Polícia identificou suspeito do homicídio que originou confrontos em Moscovo
O indivíduo é um imigrante proveniente do Azerbaijão. Violência pode aumentar quando se comemora feriado muçulmano. (...)

Polícia identificou suspeito do homicídio que originou confrontos em Moscovo
MINORIA(S): Migrantes Pontuação: 9 | Sentimento 0.0
DATA: 2015-05-01 | Jornal Público
SUMÁRIO: O indivíduo é um imigrante proveniente do Azerbaijão. Violência pode aumentar quando se comemora feriado muçulmano.
TEXTO: A polícia de Moscovo identificou nesta terça-feira um suspeito pela morte do jovem no bairro de Biriuliovo, no sudoeste da capital russa, que esteve na origem dos tumultos do fim-de-semana. Trata-se de um imigrante oriundo do Azerbaijão, que ainda está a monte. Numa altura em que se celebra o feriado muçulmano do Eid al-Adha, teme-se que os confrontos entrem numa nova escalada. “Segundo as nossas informações, trata-se de Orkhan Zeinalov, proveniente do Azerbaijão”, anunciou Andrei Galiakberov, um porta-voz da polícia de Moscovo, citado pela AFP. A polícia, de acordo com o El Mundo, aconselhou ainda os moscovitas a “tomar precauções” e a evitar contacto visual com o suspeito. A morte de Yegor Shcherbakov, de 25 anos, na última quarta-feira, por um imigrante deu origem a violentos protestos anti-imigração que causaram o caos no sul de Moscovo. Cerca de 400 pessoas foram detidas durante os distúrbios de domingo, mas apenas três irão ser presentes a tribunal, adiantou a agência noticiosa russa RIA Novosti. O chefe da polícia do bairro onde ocorreram os distúrbios, Guennadi Kaverin, foi demitido esta terça-feira, de acordo com a agência Efe. Os confrontos ocorreram perto de uma unidade de produção de vegetais no bairro de Biriuliovo, onde o presumível autor do crime trabalhava. Uma operação policial deteve mais de 1500 imigrantes que trabalhavam no local e que se preparavam para se manifestar. A polícia justificou as detenções como forma de evitar novos confrontos. Grupos de apoio já avisaram as comunidades imigrantes, sobretudo oriundas de países muçulmanos da Ásia Central e do Cáucaso, para o risco de mais confrontos. A comemoração do feriado islâmico do Eid al-Adha pode provocar um agudizar das tensões e a polícia já colocou barreiras de protecção e detectores de metais à entrada da principal mesquita de Moscovo, segundo a Reuters. Os confrontos dos últimos dias fizeram 23 feridos, entre os quais dois polícias, que estão ainda hospitalizados. Os protestos dos habitantes do bairro de Biriuliovo foram aproveitados e amplificados por grupos de ultranacionalistas, contava ontem a correspondente do Le Monde em Moscovo. “A partir de uma simples manifestação dos habitantes de um bairro-dormitório de Moscovo, os ultranacionalistas exploraram o que se passava para lançar um ataque contra as lojas alegadamente detidas pelos nacionais da Ásia Central ou do Cáucaso”, explicou Marie Jégo. O influxo de imigrantes das antigas repúblicas soviéticas tem sido mal visto pelos russos, que exigem que o Governo imponha uma política mais restritiva na concessão de vistos. O Kremlin posiciona-se numa posição intermédia, entre o reconhecimento da importância que a imigração tem para a economia do país e o apaziguamento das tensões sociais. Em 2010, episódios de violência semelhantes ocorreram depois do assassinato de um cidadão russo atribuído a um imigrante do Cáucaso durante uma discussão após um jogo de futebol.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave crime morte violência imigração tribunal ataque assassinato imigrante
A abstenção em Portugal "está empolada"
Responsável pela Administração Eleitoral alerta para o facto de muitos emigrantes manterem a morada portuguesa nos seus documentos de identificação. Problema "só se combate com meios políticos". (...)

A abstenção em Portugal "está empolada"
MINORIA(S): Migrantes Pontuação: 9 | Sentimento 0.0
DATA: 2015-05-01 | Jornal Público
SUMÁRIO: Responsável pela Administração Eleitoral alerta para o facto de muitos emigrantes manterem a morada portuguesa nos seus documentos de identificação. Problema "só se combate com meios políticos".
TEXTO: O director-geral da Administração Eleitoral, Jorge Miguéis, considera que uma parte significativa da abstenção que se regista nas eleições é "falsa", porque o recenseamento está "relativamente empolado". "Há que dizer que uma parte relativamente significativa da abstenção é uma abstenção falsa porque nós hoje temos, como é conhecido, um recenseamento que está relativamente empolado", disse o responsável pelo processo eleitoral em Portugal numa entrevista à agência Lusa. Jorge Miguéis considera que o empolamento do recenseamento se deve ao facto de muitos emigrantes manterem a morada portuguesa nos seus documentos de identificação. Isto porque o recenseamento eleitoral é feito automaticamente, "basta que a pessoa tenha o seu cartão de cidadão, o seu bilhete de identidade, para quando atinge 18 anos ser inscrita ou quando morre ser eliminada [dos cadernos eleitorais]", disse Jorge Miguéis. "Há um número muito significativo de emigrantes que têm no seu bilhete de identidade ou no seu cartão de cidadão morada no território nacional por motivos vários, por motivos fiscais, por motivos sentimentais sobretudo, e por isso a abstenção hoje diria que está ligeiramente empolada", sustentou. Para Jorge Miguéis, "a elevada abstenção só se combate com meios políticos". Uma publicação de Março do Observatório da Emigração estima que em 2013 terão emigrado 110 mil pessoas. Na última vez que os portugueses foram chamados a votar – nas eleições europeias, que se realizaram em Maio de 2014 –, a abstenção registou o valor mais alto de sempre, situando-se nos 66, 09%. Nas últimas eleições legislativas, realizadas em 2011, a abstenção foi de 41, 1%.
REFERÊNCIAS:
Tempo Maio Março
10 de Junho: Marcelo anuncia comemorações em 2018 nos EUA
Anúncio do Presidente depois de tirar foto com casal de emigrantes açorianos radicados em Boston. (...)

10 de Junho: Marcelo anuncia comemorações em 2018 nos EUA
MINORIA(S): Migrantes Pontuação: 9 | Sentimento 0.0
DATA: 2017-06-02 | Jornal Público
SUMÁRIO: Anúncio do Presidente depois de tirar foto com casal de emigrantes açorianos radicados em Boston.
TEXTO: O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, anunciou nesta sexta-feira à agência Lusa que as comemorações de 2018 do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesa vão ser nos Estados Unidos da América. “Para o ano vamos ter uma grande festa, porque o 10 de Junho vai ser nos Estados Unidos da América”, afirmou o chefe de Estado, adiantando que “vai “passar por vários sítios onde há comunidades açorianas que nunca mais acabam”. Marcelo Rebelo de Sousa deu conta das comemorações do 10 de Junho do próximo ano nos Estados Unidos depois de ter tirado uma fotografia com um casal de emigrantes açorianos radicados em Boston, naquele país, no decorrer do almoço que reuniu mais de mil idosos na Praia da Vitória, na Terceira, ilha onde hoje cumpre o segundo dia de deslocação aos Açores. Questionado pela Lusa sobre quando visitará a diáspora açoriana, o chefe de Estado adiantou que será já no próximo ano, no Dia de Portugal, que, num modelo inédito, comemorou com as comunidades portuguesas em Paris, em 2016, e este ano comemorará no Brasil. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. Segundo a Direcção-Regional das Comunidades, que cita dados dos últimos censos norte-americanos, a comunidade portuguesa nos Estados Unidos é de cerca de 1, 4 milhões de pessoas, estimando-se que 70% sejam de origem açoriana. Não obstante estar representada em todos os estados daquele país, a comunidade açoriana é mais expressiva na Califórnia, Massachusetts e Rhode Island. Entre 1960 e 2014, saíram da região com destino aos Estados Unidos 96. 292 emigrantes, informou a Direcção-Regional das Comunidades.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave comunidade
A bipolaridade da Venezuela: nas ruas, o desastre; na televisão do Presidente Maduro, tudo bonito
A história dos imigrantes venezuelanos em Portugal é "sempre a mesma", dizem -- é feita de angústia e tristeza, mas também de gratidão pelo sentimento de segurança e a perspectiva de um futuro melhor (...)

A bipolaridade da Venezuela: nas ruas, o desastre; na televisão do Presidente Maduro, tudo bonito
MINORIA(S): Migrantes Pontuação: 9 | Sentimento 0.85
DATA: 2017-06-02 | Jornal Público
URL: https://arquivo.pt/wayback/20170602192328/https://www.publico.pt/n1773959
SUMÁRIO: A história dos imigrantes venezuelanos em Portugal é "sempre a mesma", dizem -- é feita de angústia e tristeza, mas também de gratidão pelo sentimento de segurança e a perspectiva de um futuro melhor
TEXTO: Para Mariangela e Egna, duas venezuelanas de 24 e 27 anos de idade que já vivem em Portugal há mais de um ano, é muito difícil adormecer sem chorar. “Quando cheguei, e nos primeiros seis meses, acordava, chorava. Andava na rua, chorava. Voltava para casa, chorava”, lembra Mariangela Ferrante. “Chegas a casa cansada do trabalho e queres poder desligar, mas é difícil arranjar sono quando ao teu telefone chega toda a maldade que se está a passar na Venezuela, só informações negras, escuras. Adormecer é sempre a chorar”, completa Egna Regalado. São as mensagens e notificações que chegam aos telemóveis, as conversas que se fazem nas redes sociais, as notícias que procuram ler na Internet e que passam nos ecrãs dos televisores portugueses que as mantêm constantemente ligadas ao seu país natal – ao qual, muitas décadas antes, chegaram os seus avós vindos de Itália e de Portugal, e onde ainda permanecem muitos dos seus familiares, a sofrer com a violência, a escassez e a falta de perspectiva de um futuro melhor. “Nós aqui temos uma vida dupla, porque é cá que estamos a trabalhar mas é lá onde está a nossa mente. Há um fio que não se corta nunca”, diz Egna. “Foi o país que nos deu a vida, é natural”, justifica Mariangela. E por isso, o que lêem, o que vêem e o que ouvem das famílias, enche-as de tristeza. “É principalmente um sentimento de impotência”, dizem, certas que cá, como lá, não podem fazer muito para mudar a situação. “Vês as imagens do teu país, a tua gente na rua, metade a querer mudar o Governo, e outra metade que está conformada. Então, o que vais conseguir fazer, o que é que podes mudar?”, pergunta Mariangela. A resposta é: “mudas-te a ti”. Apesar do sacrifício que é viver longe, as duas dizem que permanecer na Venezuela, nas actuais circunstâncias, seria hipotecar o futuro de uma vida diferente, melhor. “Qualquer jovem pensa em estudar, trabalhar, arranjar a sua casa, constituir família. É complicado ter 22 anos e não ter a perspectiva de poder fazer nada disso”, nota Mariangela, cujo salário na Venezuela, quando começou a trabalhar, “não dava para nada”. A decisão de sair custou, mas segundo ela, corria o risco de chegar aos 50 anos e perceber que tinha perdido a sua vida – a vinda para Portugal foi uma opção pensada, pela facilidade de ter passaporte europeu (italiano) e por já ter uma tia a viver no país. “Ela ajudou-me a tratar dos papéis e eu vim”. No caso de Egna, a partida foi motivada pelo fim dos estudos secundários da irmã mais nova. “Ela saiu da escola e nem queria pensar em começar a faculdade lá sem saber se podia terminar. Por isso, decidimos começar do zero, e a opção mais rápida e mais cómoda era vir para Portugal. Temos dupla nacionalidade, a cultura e o idioma não eram totalmente estranhos”, explica. Fazem agora parte da diáspora venezuelana, um conceito que, notam, é uma novidade para o país: “Nós [venezuelanos] nunca fomos imigrantes, sempre recebemos toda a gente. Mas agora, as terceiras gerações estão a deixar a Venezuela e a procurar os países dos seus avós”. Em Portugal, as duas fizeram novos estudos e encontraram trabalho na restauração, um sector que nunca antes tinham contemplado e que dizem lhes traz grande satisfação. “A adaptação é difícil e ter uma oportunidade aqui também é complicado”, reconhece Egna. “Mas em Portugal sabes que um salário te dá independência”, contrapõe Mariangela. “Aqui podes ficar tranquilo, porque sabes que tens para comer, que tens hospitais, que tens segurança”, acrescenta a amiga. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. Segundo garantem as duas venezuelanas que se conheceram no Porto, onde agora vivem, a sua “história é igual à de toda a gente” que veio para cá: o que passam e o que sentem, do dinheiro que juntam para poder enviar para a Venezuela os produtos de que os seus familiares precisam, ao desespero que sentem quando durante horas as suas mensagens ficam sem resposta – é porque não há luz e caiu a Internet, ou porque a mãe foi à rua e não voltou? “A situação é tão perigosa que podes sair para comprar pão e não sabes se vais voltar”. À violência que já não era novidade, acresce agora a angústia de mais de 50 dias de protestos em Caracas, que já fizeram dezenas de mortos. “A bipolaridade que se vive na Venezuela é esta: na rua é o desastre, mas na televisão do Presidente Maduro é tudo bonito”, resume Egna. Para a maior parte dos venezuelanos que, como Egna e Mariangela, sentem o desejo e a responsabilidade de ajudar o seu país, falar sobre o que se passa lá assume uma importância particular. Todos eles sublinham a necessidade de sensibilizar (e mobilizar) a opinião pública portuguesa, para que não se imponha a indiferença perante a repetição das notícias de confrontos de rua ou de instabilidade política na Venezuela — há uma resposta a esta crise que tem de passar pela reacção da comunidade internacional, defendem. Organizações como a Venexos – Associação Civil de Venezuelanos em Lisboa têm organizado concentrações e protestos em várias cidades portuguesas onde já existem comunidades de venezuelanos, com o objectivo de chamar a atenção “para a grave crise humanitária, social, económica e política que atravessa a Venezuela”. Ao mesmo tempo, também pretendem dar conta dos entraves que ainda impedem os portugueses e luso-descendentes na Venezuela de regressar a Portugal — do preço das passagens aéreas ao deferimento de processos administrativos (por exemplo para o reconhecimento de equivalências de graus académicos), ou ainda a incerteza do pagamento de pensões pelo Estado venezuelano.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave escola violência cultura comunidade social humanitária salário
Vem aí a primeira temporada de Diogo Infante à frente do Trindade
Neste teatro lisboeta, a partir de Setembro, vai haver uma ópera de Nuno Côrte-Real e Pedro Mexia, Marquês de Sade, emigrantes, Shakespeare, o Festival de Almada, além de concertos e de dança. (...)

Vem aí a primeira temporada de Diogo Infante à frente do Trindade
MINORIA(S): Migrantes Pontuação: 9 | Sentimento 0.25
DATA: 2018-06-21 | Jornal Público
SUMÁRIO: Neste teatro lisboeta, a partir de Setembro, vai haver uma ópera de Nuno Côrte-Real e Pedro Mexia, Marquês de Sade, emigrantes, Shakespeare, o Festival de Almada, além de concertos e de dança.
TEXTO: A partir de Setembro, muito irá mudar no Teatro da Trindade. A primeira temporada com Diogo Infante à frente da direcção artística do teatro lisboeta foi apresentada nesta terça-feira de manhã e trouxe com ela várias novidades. Os espectáculos vão começar 30 minutos mais cedo (às 21h na sala principal e às 21h30 na Sala Estúdio) e à quarta-feira será o dia do espectador, com descontos nos bilhetes, por exemplo. E a mudança far-se-á sentir até mais cedo: a partir de 11 de Julho, data de estreia de Carmen, um espectáculo de homenagem a Carmen Dolores, a sala principal, até agora conhecida como Sala Eça de Queiroz, passará a ter o nome da actriz. Depois de uma breve introdução de Francisco Caneira Madelino, presidente do conselho de administração da Fundação INATEL, em que se mencionou que o orçamento para a produção própria este ano era de 300 mil euros, foi a altura de Infante, que está aos comandos da direcção artística desde Dezembro, falar. O actor lembrou que se estreou na encenação naquele mesmo espaço há 27 anos e apresentou 11 novos espectáculos, dez deles em co-produção com outras entidades. Mencionou que quer ter uma programação com uma identidade própria e espectáculos em que o mais importante são os textos, “narrativas clássicas ou contemporâneas”, e os actores. Além dessa programação, haverá também música e dança, continuando, por exemplo, o Ciclo Mundos, uma parceria com o Festival Músicas do Mundo de Sines. Mantém-se também a ligação ao Festival de Almada e à Escola Superior de Teatro e Cinema. O Prémio Novos Textos Teatrais vai ser reformulado, com um prémio pecuniário de 2500 euros e a promessa de se publicar em livro e encenar na Sala Estúdio o texto vencedor. Quanto à programação em si, há quatro peças na Sala Carmen Dolores. A ideia é a maioria estar em cena entre oito e dez semanas. De 12 de Setembro e a 27 de Janeiro, Fernando Gomes encena e actua em A Pior Comédia do Mundo, de Michael Frayn, que também conta com José Pedro Gomes e Elsa Galvão. Enquanto esse espectáculo faz uma pausa, de 8 a 18 de Novembro, há um dos maiores destaques, um original em estreia: Canção do Bandido, uma ópera cómica em co-produção com o Teatro Nacional de São Carlos, com música e direcção musical de Nuno Côrte-Real e libreto de Pedro Mexia. Encenada por Ricardo Neves-Neves, é um projecto que vem dos tempos em que Inês de Medeiros estava aos comandos do teatro e parte do conto tradicional O Macaco de Rabo Cortado, e revisita as figuras de Casanova e Don Juan. Já em Março, o próprio director artístico encena Zoom, de Donald Margulies, de 13 a 31, com Sandra Faleiro, Sara Matos, João Reis e Virgílio Castelo, e produção só do Teatro da Trindade. No mês seguinte, de 17 de Abril a 9 de Junho, João Mota monta um Romeu e Julieta, de Shakespeare, com Bárbara Branco e José Condessa. Por um dia só, a 22 de Junho, há uma produção exterior ao Trindade: Ninguém & Todo o Mundo, uma ópera a partir do universo de Gil Vicente com música de Daniel Moreira e libreto de Ayres d’Abreu. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. Já na Sala Estúdio, mais pequena, com alguns espectáculos para ficarem em cena entre cinco e seis semanas, Paulo Pinto atira-se a Credores, de August Strindberg, de 13 de Setembro a 7 de Outubro, peça à qual se segue Boa Noite, Mãe, de Marsha Norman, com encenação de Hélder Gamboa, de 17 de Outubro a 25 de Novembro. No mês seguinte, de 1 de Dezembro a 20 de Janeiro de 2019, sobe à cena Junto, de Mariana Lemos, um espectáculo para bebés. Pouco depois, a 30 de Janeiro e até 10 de Março, Martim Pedroso e a Nova Companhia estreiam Boudoir, um original a partir do universo do Marquês de Sade. #EMIGRANTES, encenação de Ricardo Boléo a partir do polaco Slawomir Morzek, poderá ser vista de 20 de Março a 28 de Abril, seguindo-se, de 8 de Maio a 16 de Junho, 3 Gods, uma nova criação de Rui Neto. O Testamento de Maria, do escritor irlandês Colm Tóibín, com direcção artística de Daniel Gorjão e Carla Galvão, que é também a única pessoa em palco, decorre de 26 de Junho a 28 de Julho. Os bilhetes para todos os espectáculos já estão à venda.
REFERÊNCIAS:
Portugal entre os dez países da UE que perderam habitantes em 2018
Feitas as contas a todos os estados-membros, a União Europeia ganhou residentes. O número de mortes já ultrapassa o total de nascimentos, mas a imigração compensa. Portugal também tem a quarta taxa de natalidade mais baixa da UE. (...)

Portugal entre os dez países da UE que perderam habitantes em 2018
MINORIA(S): Migrantes Pontuação: 9 | Sentimento 0.0
DATA: 2019-07-10 | Jornal Público
SUMÁRIO: Feitas as contas a todos os estados-membros, a União Europeia ganhou residentes. O número de mortes já ultrapassa o total de nascimentos, mas a imigração compensa. Portugal também tem a quarta taxa de natalidade mais baixa da UE.
TEXTO: Portugal está a perder habitantes. Só em 2018 viviam menos 14, 4 mil pessoas no país. Os números não são novos — já tinham sido avançados pelo Instituto Nacional de Estatística no mês passado — mas os dados divulgados pelo Eurostat nesta quarta-feira permitem perceber como é que Portugal se posiciona em relação aos outros Estados-membros da União Europeia (UE). E o cenário não é animador: Portugal está entre o grupo de dez países que perderam habitantes em 2018. No topo da lista dos países que mais perderam habitantes está a Letónia, depois a Croácia, a Bulgária e a Roménia. Portugal fica em sétimo lugar. Malta, Luxemburgo, Irlanda e Chipre foram os que ganharam mais novos residentes. Ao todo, a UE ganhou 1, 1 milhão de habitantes no ano passado: são 513, 5 milhões. Porém, diz o Eurostat, registaram-se mais mortes do que nascimentos. Conclusão: o aumento no número de residentes deve-se à imigração para os países da UE. A Alemanha continua a ser o país com mais residentes na UE — são 83 milhões. Segue-se França (67 milhões), Reino Unido (66, 6 milhões), Itália (60, 4 milhões), Espanha (46, 9 milhões) e Polónia (38 milhões). Em 2018, nasceram cinco milhões de bebés na UE — menos 118 mil do que no ano anterior. As maiores taxas de natalidade foram registadas na Irlanda (12, 5 por cada mil habitantes), Suécia (11, 4), França (11, 3) e Reino Unido (11). As mais baixas taxas de natalidade por cada mil habitantes foram registadas em Itália (7, 3), Espanha (7, 9), Grécia (8, 1), Portugal (8, 5), Finlândia (8, 6), Bulgária (8, 9) e Croácia (9). Quanto ao número de mortes, contaram-se 5, 3 milhões no ano passado — mais 46 mil do que no ano anterior. A Irlanda (6, 4), Chipre (6, 6) e o Luxemburgo (7, 1) são os países com as taxas de mortalidade por cada mil habitantes mais baixas. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. No extremo oposto, estão a Bulgária (15, 4), a Letónia (15) e a Lituânia (14, 1). Em Portugal, a taxa de mortalidade fixou-se em 11 mortes por cada mil habitantes. Apesar de, em termos globais, o total de mortes ultrapassar o número de nascimentos, ainda há 13 países onde se nasce mais do que se morre. Irlanda, Chipre e Luxemburgo estão no topo dessa lista.
REFERÊNCIAS:
Entidades UE
Morreu António Rafael, o polémico bispo emérito da diocese de Bragança-Miranda
Sempre muito interventivo, prelado chegou a apelar aos emigrantes para não enviarem as suas poupanças para Portugal durante governo de Mário Soares. (...)

Morreu António Rafael, o polémico bispo emérito da diocese de Bragança-Miranda
MINORIA(S): Migrantes Pontuação: 9 | Sentimento 0.55
DATA: 2018-12-31 | Jornal Público
SUMÁRIO: Sempre muito interventivo, prelado chegou a apelar aos emigrantes para não enviarem as suas poupanças para Portugal durante governo de Mário Soares.
TEXTO: O bispo emérito da Diocese de Bragança-Miranda, António Rafael, morreu neste domingo aos 92 anos, tendo ficado conhecido pelas posições polémicas que assumiu ao longo episcopado. Numa nota enviada às redacções, a Diocese de Bragança-Miranda dá conta de que o corpo encontra-se no Santuário da Família, na Fundação Betânia, em Bragança, até às 19h, seguindo depois para a catedral, onde terá lugar uma vigília de oração, às 21h. A missa exequial terá lugar na segunda-feira, às 16h, sendo depois sepultado no átrio dos Bispos na catedral, em Bragança. António Rafael resignou por ter atingido o limite da idade e passou testemunho, em 2001, a António Montes Moreira, entretanto já substituído também pelo mais jovem bispo de Portugal, José Cordeiro, o actual bispo diocesano. A insistência durante 22 anos na construção de uma nova catedral em Bragança marcou o episcopado de António Rafael. Ficou conhecido como o "bispo polémico", pelas suas intervenções na vida da diocese e do país, que foram muito além do que à Igreja diz respeito. Ao longo do seu episcopado pediu ao governo que criasse incentivos para as famílias numerosas de forma a combater a desertificação que assola o Nordeste Transmontano. "Façam filhos", apelou insistentemente aos diocesanos, da mesma forma como combateu a legalização do aborto, comparando-o ao holocausto nazi, e ameaçou não dar os sagrados sacramentos a quem se dissesse a favor desta prática. Defendeu que os salários dos mais abastados deviam ser congelados até que todo o país recebesse, pelo menos, o salário mínimo nacional. A sua discordância com a governação de Mário Soares, enquanto primeiro-ministro, foi ao ponto de apelar aos emigrantes portugueses para não enviarem as suas poupanças para Portugal, porque o dinheiro cairia "num saco roto". Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. Contra a proposta política votou "não" no referendo sobre a regionalização, apesar de se assumir como um regionalista. Com a mesma frontalidade, aplaudiu a descriminalização do consumo de drogas, considerando que não se deve castigar um toxicodependente, que é um doente, mas sim os traficantes que são os verdadeiros criminosos. Contestou também a atribuição do prémio Nobel da Literatura a José Saramago. Dentro da Igreja foi criticado pelo seu "autoritarismo e reacções repentinas", entre as quais aquelas em que expulsou os jornalistas do Paço Episcopal em situações controversas como a manifestação dos populares de Vilares da Vilariça contra o pároco local. Enfrentou a contestação das gentes de Miranda da Douro à "despromoção" da Sé de Miranda, ao construir a "igreja mãe", em Bragança, e à colocação em segundo lugar da terra berço da diocese, na nova designação — "Diocese de Bragança-Miranda". D. António Rafael ingressou no sacerdócio aos 22 anos. Foi ordenado bispo em 1977, no mesmo ano em que foi nomeado bispo auxiliar de D. Manuel de Jesus Pereira, o então bispo da diocese.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave aborto consumo corpo salário
Dez coisas que mudam na nossa vida com o OE 2019 (e três opiniões)
Há boas notícias para emigrantes e más notícias para donos de prédios devolutos em centros urbanos. De entre as muitas novidades da proposta de Orçamento do Estado, elencamos algumas que vão ter impacto no próximo ano. (...)

Dez coisas que mudam na nossa vida com o OE 2019 (e três opiniões)
MINORIA(S): Migrantes Pontuação: 9 | Sentimento 0.0
DATA: 2018-12-14 | Jornal Público
SUMÁRIO: Há boas notícias para emigrantes e más notícias para donos de prédios devolutos em centros urbanos. De entre as muitas novidades da proposta de Orçamento do Estado, elencamos algumas que vão ter impacto no próximo ano.
TEXTO: Custou mas chegou. A proposta de Orçamento do Estado para 2019 foi entregue em cima do fim do prazo e nem todas as informações que circularam nos últimos dias acabaram por se confirmar, notando-se algumas medidas com alterações de última hora. Neste texto sintetizamos dez medidas importantes que vão mexer com o dia-a-dia e a carteira dos portugueses no próximo ano, e sugerimos, para finalizar, três opiniões, três ângulos de interpretação da proposta do último orçamento desta legislatura. A bandeira que o primeiro-ministro acenou durante o Verão para incentivar os emigrantes a voltarem ao país está confirmada na proposta do Orçamento do Estado (OE) para 2019 e traz uma redução do IRS mais alta do que o inicialmente previsto. O executivo de António Costa baptizou este programa "Programa Regressar" e para ler as linhas essenciais clique aqui. Depois do desdobramento dos escalões neste ano, o executivo de António Costa optou por não mexer nos valores para 2019 (ao contrário do que fizera em 2016 e 2017, em que actualizou os escalões segundo a inflação). Certo é que em 2019 haverá um novo aumento do valor do mínimo de existência, a regra do IRS que permite a isenção total ou parcial do IRS de forma a garantir que as pessoas que ganham menos ficam com um rendimento nunca inferior a um determinado patamar. Para saber mais, clique aqui. Ainda em matéria de IRS, os trabalhadores que fazem horas extraordinárias vão sentir no bolso a partir de Janeiro o impacto directo das novas regras do desconto mensal do IRS do trabalho suplementar. Para saber o que está em causa, clique aqui. Os proprietários de imóveis não têm boas notícias relativamente aos impostos sobre o património. O imposto municipal sobre imóveis vai ser fortemente agravado para os prédios devolutos há mais de dois anos, quando localizados nos centros de pressão urbanística, que é o mesmo que dizer nos centros das cidades, numa medida que visa aumentar a oferta no mercado do arrendamento. Siga para este texto que explica o que está em causa. A actual definição de prédio devoluto que está consagrada na lei não é suficiente para o Governo poder aumentar, como pretende, a oferta de habitação. Nessa linha de argumentação, Governo quer autorização legislativa para alargar o conceito de prédio devoluto. Os proprietários poderão ser obrigados a entregar os imóveis para um arrendamento forçado. Mais sobre este tema, neste texto. A FCT vai ter um dos seus maiores orçamentos de sempre. Prevê-se que tenha 631 milhões de euros para o próximo ano, o que significa um aumento de 11% – ou seja, de 62 milhões – face a 2018. O emprego científico é uma das prioridades, como explica este texto. Nesta matéria, a grande novidade é o factor de correcção que o Governo introduz para limitar de forma transitória o aumento dos impostos sobre veículos e o de circulação (vulgo "selo do carro"). Haverá aumentos de 1, 3% e uma nova escala de emissões de CO2 que implicam medições mais reais. Clique aqui para saber mais. Governo compromete-se, na proposta de Orçamento do Estado (OE) para 2019, a acabar com o corte do factor de sustentabilidade nas pensões antecipadas, mas a medida só se aplica aos pensionistas que cumprem um requisito específico e que aos 60 anos de idade têm, pelo menos, 40 anos de descontos. Se este é o seu caso, saiba o que muda com a leitura deste texto. O ministro das Finanças não desvendou até onde está disposto a ir nos aumentos salariais da função pública e remeteu explicações para a conferência de imprensa desta terça-feira. Sabe-se apenas que As progressões na carreira de 2019 vão ser pagas aos funcionários públicos até ao final do ano, seguindo o calendário previsto para as progressões iniciadas em 2018. De que forma? Explicamos neste texto. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. O Governo reservou 83 milhões de euros do Fundo Ambiental para serem aplicados no âmbito do Programa de Apoio à Redução Tarifária (PART) nos transportes públicos, orientado para a redução do preço dos passes a partir de 1 de Abril. Mais explicações sobre o que está em causa encontram-se neste texto.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave lei
Cinco medidas do OE 2019 que podem afectar a tua vida
Olhámos para o Orçamento do Estado 2019 e destacámos cinco medidas que podem afectar a tua vida. Do incentivo ao regresso dos emigrantes à descida do IVA dos espectáculos, passando pela descida das propinas, a isenção de IRS e mais emprego científico. (...)

Cinco medidas do OE 2019 que podem afectar a tua vida
MINORIA(S): Migrantes Pontuação: 9 | Sentimento 0.0
DATA: 2018-10-23 | Jornal Público
SUMÁRIO: Olhámos para o Orçamento do Estado 2019 e destacámos cinco medidas que podem afectar a tua vida. Do incentivo ao regresso dos emigrantes à descida do IVA dos espectáculos, passando pela descida das propinas, a isenção de IRS e mais emprego científico.
TEXTO: O regresso dos emigrantes?A bandeira que o primeiro-ministro acenou durante o Verão para incentivar os emigrantes a voltarem ao país está confirmada na proposta do Orçamento do Estado (OE) para 2019 e traz uma redução do IRS mais alta do que o inicialmente previsto. Através do “Programa Regressar” — é este o nome dado pelo Governo —, quem regressar ao país em 2019 e 2020 e passe aqui a ser residente fiscal pagará IRS apenas sobre metade do que ganha, por cinco anos. Mas não basta estar emigrado e querer voltar para poder beneficiar do programa. O regime especial dirige-se aos ex-residentes desde que não tenham vivido em Portugal nos últimos três anos; ou seja, é preciso ter sido residente em Portugal “antes de Dezembro de 2015”. Propinas descem 212 eurosSão mais de 1100 milhões de euros atribuídos às instituições públicas de ensino superior — pelo menos para já. Segundo o Orçamento do Estado para 2019, esta verba deverá ser reforçada, tendo em conta a redução do valor das propinas negociada com o Bloco de Esquerda. E já que estamos a falar de propinas, uma boa notícia: no próximo ano lectivo, a propina máxima fica nos 856 euros, menos 212 euros do que no presente ano. Esta redução aplica-se a licenciaturas, mestrados integrados, mestrados obrigatórios para o acesso a actividades profissionais (por exemplo, em algumas engenharias) e cursos técnicos superiores profissionais. Mais investimento no Porta 65No OE 2019 está previsto um reforço de dotação orçamental para o apoio ao arrendamento jovem — “uma das prioridades, através do Programa Porta 65 Jovem” —, que deverá atingir os 18 milhões de euros no próximo ano. O “acesso à habitação aos que não têm resposta por vida do mercado” também é mencionado do documento. O “Programa de Arrendamento Acessível” visa “promover uma oferta alargada de habitação para arrendamento a preços reduzidos e compatíveis com os rendimentos dos agregados familiares”. “Em complemento”, lê-se, será ainda promovida a “segurança no arrendamento, incluindo taxas autónomas diferenciadas para os contratos de arrendamento habitacional de longa duração”. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. - O preço dos sacos de plástico vai aumentar de oito para 12 cêntimos, uma das medidas propostas pelo PAN. - O IVA dos espectáculos passa dos 13% para os 6%, com o objectivo de "garantir um acesso mais democrático e abrangente aos diferentes meios de manifestação artística". - Chega ao fim a isenção do IVA para artistas tauromáquicos e para a actividade desportiva de tiro ao pombo. - Os bailarinos clássicos e contemporâneos deverão ver reconhecido o estatuto de profissão de desgaste rápido já no próximo ano, segundo uma versão preliminar da proposta orçamental de 2019. - Em vez de dois meses, os contribuintes vão passar a ter três meses para a entrega da declaração de IRS (Abril a Junho). Recibos verdes: é possível ficar isento de IRSEm 2019 haverá um novo aumento do valor do mínimo de existência, a regra do IRS que permite a isenção total ou parcial do IRS de forma a garantir que as pessoas que ganham menos ficam com um rendimento nunca inferior a um determinado patamar (por isso se chama o “mínimo de existência). O valor actual é de 9006, 9 euros e o novo dependerá da actualização do Indexante dos Apoios Sociais (IAS), que por sua vez depende de uma fórmula que, por sua vez, depende do crescimento económico e da inflação. 140, 9 milhões de euros para emprego científicoEstá previsto que a Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT) tenha um dos maiores orçamentos de sempre, segundo o OE 2019: 631 milhões de euros, o que significa um aumento de 11% (ou seja, de 62 milhões) face a 2018. Destes, 140, 9 milhões de euros serão destinados para o estímulo ao emprego científico. O Governo tem como objectivo contratar cerca de 5000 investigadores doutorados até ao fim da actual legislatura, no final do próximo ano. O Ministério da Ciência vai ainda financiar mais de 1600 novas bolsas de doutoramento em 2019, tal como aconteceu em 2018.
REFERÊNCIAS: