Portugueses “presos” em Londres porque consulado não responde atempadamente a pedidos
Emigrantes em Londres acusam os serviços do consulado de chegar a demorar três meses para marcar uma reunião para tratar de documentos, impedindo-os de viajar para Portugal ou mesmo de conseguir um emprego. (...)

Portugueses “presos” em Londres porque consulado não responde atempadamente a pedidos
MINORIA(S): Migrantes Pontuação: 9 | Sentimento 0.0
DATA: 2010-07-18 | Jornal Público
SUMÁRIO: Emigrantes em Londres acusam os serviços do consulado de chegar a demorar três meses para marcar uma reunião para tratar de documentos, impedindo-os de viajar para Portugal ou mesmo de conseguir um emprego.
TEXTO: Segundo o conselheiro da comunidade portuguesa António Cunha, neste momento o consulado português em Londres tem uma lista de espera “de mais de 800 marcações”, o que significa ter de “ficar dois a três meses à espera” para conseguir ser atendido. A simples tarefa de telefonar para marcar um atendimento também pode ser complicada. “Estive dois, três dias a telefonar para lá e ninguém me atendia. Depois fui à Internet e só consegui uma vaga para passados dois meses”, conta à Lusa Alcino Sequeira, 34 anos, há três anos e meio emigrado em Inglaterra. Francisco Vilela também enviou um e-mail e nunca obteve resposta até que um dia, depois de “mais de meia hora ao telefone para ser atendido”, lhe disseram que não lhe conseguiam responder para a sua caixa de correio eletrónica. “Não percebo: eu vivo em Londres há 16 anos, porque é que não me mandaram uma carta a responder ao meu pedido? Mas a verdade é que eu nunca recebi uma única informação do consulado, nem mesmo quando mudaram de instalações”, critica o emigrante. Nos últimos tempos, o conselheiro da comunidade portuguesa António Cunha diz que tem “recebido telefonemas de casais portugueses todos os dias, a todas as horas, a pedir para marcar um apontamento”. Entre as histórias “dramáticas”, António Cunha diz haver várias famílias que têm baptizados marcados em Portugal e não conseguem abandonar o país porque não têm os documentos das crianças (passados pelo consulado) e jovens que não conseguem emprego porque não arranjaram passaporte a tempo. Agora, em época de férias, são muitos os emigrantes que se vêem “presos” ao país por “incompetência do consulado” que não responde em tempo útil, sublinha Francisco Vilela. E a marcação de uma reunião para tratar dos papéis nem sempre é sinónimo de problema resolvido, lamenta António Cunha. “Marcam a reunião para dois ou três meses depois e as pessoas quando chegam lá ouvem coisas como “falta um documento” ou “o sistema está em baixo” e por isso têm de lá voltar novamente”, garante. Em Londres, os portugueses têm de madrugar para tentar conseguir ser atendidos no dia: “As pessoas vão para a porta do consulado às quatro da manhã para conseguir um apontamento para esse dia”, garante Alcino Sequeira. “O consulado português em Londres é uma vergonha”, resume este emigrante, lembrando que ali “nem sequer têm um serviço de atendimento de urgência”: “Se um português vier para aqui de férias e tiver o azar de ter um problema tem de esperar, porque eles não têm um serviço de urgência”, alerta Alcino. Contactada pela Lusa, fonte do gabinete do secretário de Estado das Comunidade disse ter conhecimento da situação e explicou que “a solução passa pela mudança de instalações”, que já está a ser tratada. “Vamos abrir um consulado à imagem e semelhança de Paris, onde o atendimento médio é de 500 pessoas por dia e demoram sete minutos a ser atendidos”, disse a fonte, sem precisar a partir de quando é que os portugueses em Londres poderão começar a usar as novas instalações.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave comunidade emigrante vergonha
184 mil estrangeiros legalizados em três anos em Portugal ao abrigo da nova lei
Cerca de 184 mil imigrantes foram legalizados nos últimos três anos em Portugal, pela aplicação da nova lei dos estrangeiros, em vigor desde Agosto de 2007, anunciou hoje a secretária de Estado da Administração Interna. (...)

184 mil estrangeiros legalizados em três anos em Portugal ao abrigo da nova lei
MINORIA(S): Migrantes Pontuação: 9 | Sentimento 0.136
DATA: 2010-07-29 | Jornal Público
SUMÁRIO: Cerca de 184 mil imigrantes foram legalizados nos últimos três anos em Portugal, pela aplicação da nova lei dos estrangeiros, em vigor desde Agosto de 2007, anunciou hoje a secretária de Estado da Administração Interna.
TEXTO: Segundo Dalila Araújo, foram legalizados 50 mil imigrantes que tinham situação laboral estável em Portugal e 57 mil no âmbito do reagrupamento familiar, tendo sido ainda atribuídos mais 77 mil estatutos de nacionalidade portuguesa. "Por mera aplicação da lei, regularizámos estrangeiros em número muito superior ao que qualquer regularização extraordinária poderia fazer", sublinhou a governante, para quem a nova lei significou "uma mudança da paradigma para a imigração”, através de política “muito humanista”, que facilita e incentiva a regularização. Neste momento, e segundo Dalila Araújo, há 454 mil estrangeiros a residir em Portugal, dos quais apenas dois por cento estarão em situação ilegal. A secretária de Estado ressalvou que esta percentagem não é rigorosa, sendo avaliada com base nos resultados das acções de fiscalização realizadas em 2009. Das 9147 acções realizadas, apenas dois por cento dos cidadãos fiscalizados estavam ilegais. De acordo com Dalila Araújo, o número de ilegais em Portugal tem vindo a decrescer, uma tendência que se deverá manter, também graças à implementação do programa “O SEF vai à escola”, que já atribuiu título de residência a 700 menores estrangeiros até então indocumentados. Os imigrantes já representam cinco por cento da população portuguesa e 10 por cento da população activa. “O nosso objectivo é que não haja qualquer cidadão estrangeiro indocumentado em Portugal”, frisou Dalila Araújo. A secretária de Estado da Administração Interna falava no decorrer de uma visita ao Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) de Viana do Castelo, no âmbito do périplo que está a fazer pelas diferentes instalações da Direcção Regional do Norte.
REFERÊNCIAS:
Entidades SEF
O 11 de Setembro de Alcafache foi há 25 anos
Foi um dos piores acidentes ferroviários do país. "Enviem muitas ambulâncias para a estrada Nelas - Mangualde!" Um pedido insistente, repetido, feito há 25 anos. Ainda hoje não há certeza do número de mortos. Eram outros tempos, em que os emigrantes viajavam de comboio. E com eles muitos turistas, sobretudo jovens de Inter-Rail. (...)

O 11 de Setembro de Alcafache foi há 25 anos
MINORIA(S): Migrantes Pontuação: 9 | Sentimento 0.0
DATA: 2010-09-13 | Jornal Público
SUMÁRIO: Foi um dos piores acidentes ferroviários do país. "Enviem muitas ambulâncias para a estrada Nelas - Mangualde!" Um pedido insistente, repetido, feito há 25 anos. Ainda hoje não há certeza do número de mortos. Eram outros tempos, em que os emigrantes viajavam de comboio. E com eles muitos turistas, sobretudo jovens de Inter-Rail.
TEXTO: Esperar. Não havia nada a fazer. Apenas esperar e talvez rezar por um milagre que não aconteceu. Na pequena estação de província, em plena linha da Beira Alta, os quatro ferroviários "nem tinham voz para falar". Uma espera ansiosa, um silêncio terrível. E uns minutos depois uma coluna de fumo que se ergue para as bandas de Alcafache. Os comboios tinham batido. Adão Oliveira Costa era carregador na estação de Nelas e recorda bem esse fim de tarde quente de Setembro de 1985. Estava na gare a arrumar volumes, num tempo em que os comboios transportavam mercadorias a retalho, que recolhiam e deixavam nas estações. A chegada do comboio 315 era pura rotina. O Internacional, que ligava o Porto a Paris, era uma espécie de desdobramento do Sud Expresso, que a CP realizava para responder à forte procura durante o Verão. Eram outros tempos, em que os emigrantes viajavam de comboio. E com eles muitos turistas, sobretudo jovens de Inter-Rail. O comboio chegou a Nelas e partiu. Tudo normal para o carregador Adão, que não tinha quaisquer responsabilidades na circulação do tráfego. Isso era tarefa do chefe da estação, que acabara de dar a partida ao Internacional. A composição tinha muitas carruagens, ao ponto de a locomotiva ficar lá muito à frente, já quase fora da gare. Só quando vê o chefe sair, "muito pálido", do seu gabinete, é que o carregador se dá conta que alguma coisa estava mal. "Vem aí o outro comboio", murmura o homem, quase sem fala. Apercebera-se disso quando ligara para a estação seguinte, Alcafache, a "dar horas", isto é, a comunicar que tinha expedido o comboio e o colega lhe respondera que também ele já lhe tinha enviado o regional. "Nós sabíamos que se um comboio tinha saído de um lado e o outro do outro, alguma coisa tinha de acontecer", conta Adão Oliveira Costa. Naquele tempo a exploração ferroviária dependia integralmente de meios humanos e não havia forma de comunicar com os maquinistas. O chefe de Nelas ainda telefonou para a única passagem de nível que havia entre a sua estação e Alcafache para que esta fizesse sinal ao comboio para parar, mas já era tarde. O acidente ocorreu em poucos minutos, às 18h37, sem estrondo que se ouvisse. Apenas uma densa coluna de fumo que se avistava ao longe. O normal seria que o Internacional (311) fosse cruzar em Mangualde com o regional (10320) que vinha em sentido contrário. Mas como o 311 vinha atrasado, este deveria ter esperado em Nelas pelo 10320. Que acontecera, então?Uma sucessão de erros grosseiros. Uma falha de Coimbra, onde estava instalado o posto de comando que geria a linha da Beira Alta, que se esquecera de avisar o chefe de Nelas da alteração do cruzamento de Mangualde para a sua estação. E uma falha dos dois ferroviários de Nelas e Alcafache, que, na sua rotina, não cumpriram a pesada regulamentação que os obriga a pedir avanço para os comboios. "Os registos estavam bem feitos", contou ao P2 um dos elementos da comissão de inquérito ao acidente, que pediu para não ser identificado. Cada um pedira autorização ao outro para expedir o comboio e registara-o em conformidade. Só quando foram colocados frente a frente é que reconheceram: "Nós enganámo-nos um ao outro. "João Marques, bombeiro de Canas de Senhorim, tinha 36 anos e estava nesse fim de tarde a apagar um incêndio florestal a seis quilómetros de Alcafache. Também pura rotina, numa região em que nos dias de calor os fogos se multiplicam pelo mato. Por isso, o mais natural era que a coluna de fumo lá para os lados da via férrea fosse mais um incêndio igual aos outros. O grupo de bombeiros acabou o que estava a fazer e só depois é que seguiu para o local. "Naquele tempo as comunicações rádio não tinham a mesma fiabilidade, havia muitas interferências e ouvia-se mal", conta João Marques, hoje comandante daquela corporação.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave humanos homem espécie
Merkel diz que a sociedade multicultural falhou na Alemanha
A chanceler alemã, Angela Merkel, lançou nova acha para a fogueira do debate em curso no país sobre a imigração e islamismo, avaliando que a tentativa de criar uma sociedade multicultural na Alemanha “falhou redondamente”. (...)

Merkel diz que a sociedade multicultural falhou na Alemanha
MINORIA(S): Migrantes Pontuação: 9 | Sentimento -0.5
DATA: 2010-10-17 | Jornal Público
SUMÁRIO: A chanceler alemã, Angela Merkel, lançou nova acha para a fogueira do debate em curso no país sobre a imigração e islamismo, avaliando que a tentativa de criar uma sociedade multicultural na Alemanha “falhou redondamente”.
TEXTO: Num discurso feito perante a juventude partidária dos cristãos-democratas (CDU), Merkel defendeu veementemente na noite de ontem que o conceito de “multikulti” e a vivência harmoniosa “lado a lado” com pessoas oriundas de contextos culturais diferentes não está a funcionar no país, que possui uma vasta comunidade de quase quatro milhões de muçulmanos. E instou os imigrantes a “fazerem mais” para se integrarem na sociedade alemã. Para a chanceler pouco foi “pedido” aos imigrantes no passado para que se verificasse essa maior integração, reiterando a ideia de que os imigrantes devem aprender alemão de maneira a terem melhores oportunidades de escolaridade e no mercado de trabalho. O debate sobre a imigração na Alemanha tem estado ao rubro desde que, em Junho, o antigo director do Bundesbank e ex-deputado do Partido Social Democrata Thilo Sarrazin publicou um livro em que acusa os muçulmanos de “baixarem a inteligência” colectiva da sociedade alemã. Sarrazin foi publicamente criticada pelas mais diferentes facções políticas no país e até afastado das suas funções no banco central, mas a popularidade do livro – mais de 650 mil cópias vendidas – dá conta de como as suas opiniões estão a ser ouvidas. A sociedade alemã parece estar numa tendência crescente acentuada de xenofobia e anti-islamismo. Um estudo publicado quarta-feira, pela Fundação Friedrich Ebert (com ligações ao Partido Social Democrata, na oposição) revelou que um terço dos alemães defende a repatriação dos imigrantes e mais de metade – 58, 4 por cento – manifesta-se favorável a restrições à prática do islão. Uma larga fatia de 55, 4 por cento dos inquiridos neste estudo, realizado em Abril passado, disse “compreender que os árabes sejam vistos por algumas pessoas como sendo desagradáveis”. Merkel tem vindo a tentar não hostilizar nenhum dos lados deste debate, argumentando fortemente a favor da mais profunda integração dos imigrantes na forma de vivência alemã, mas ao mesmo tempo instando os alemães a aceitarem que as mesquitas se tornaram parte da sua paisagem social e cultural. Dentro da CDU a chanceler enfrenta cada vez maiores pressões para adoptar uma linha política mais dura na imigração, sobretudo nas franjas que não revelam predisposição a se adaptarem à sociedade alemã. E as declarações por ela feitas sábado à noite estão a ser vistas como uma tentativa de apaziguar aqueles que lhe criticam inaptidão para lidar com mão mais forte com os problemas da imigração no país.
REFERÊNCIAS:
Religiões Islamismo
Portugal está a deixar cair a geração mais qualificada
Nunca houve tantos licenciados em Portugal. E nunca foi tão difícil para os jovens encontrar emprego. As centrais sindicais dizem que a greve geral também é feita em nome desta geração que se pode perder, entre a precariedade e o apelo da emigração. Num cenário de "défice democrático" no mundo laboral, os melhores são os que arriscam sair do país. (...)

Portugal está a deixar cair a geração mais qualificada
MINORIA(S): Migrantes Pontuação: 9 | Sentimento 0.5
DATA: 2010-11-24 | Jornal Público
SUMÁRIO: Nunca houve tantos licenciados em Portugal. E nunca foi tão difícil para os jovens encontrar emprego. As centrais sindicais dizem que a greve geral também é feita em nome desta geração que se pode perder, entre a precariedade e o apelo da emigração. Num cenário de "défice democrático" no mundo laboral, os melhores são os que arriscam sair do país.
TEXTO: A taxa de desemprego entre os jovens mais do que duplica o índice geral. Entre os que arranjam emprego, só cerca de um terço escapa à regra dos contratos a termo, recibos verdes e outras formas de precariedade. Um em cada dez licenciados abandona o país. É o retrato de uma geração sem saída. Em tempos de greve geral, não espanta que as centrais sindicais tenham colocado os jovens na primeira linha da luta. Sendo Portugal um país com baixa qualificação académica da sua força de trabalho - e tendo em conta a importância da formação num mundo cada vez mais competitivo -, o número crescente de licenciados a saírem das universidades deveria ser uma boa notícia. Mas não é. No actual cenário de crise, os jovens são os mais prejudicados pela extinção de postos de trabalho e, entre eles, os que investiram na formação académica são exactamente os que se deparam com mais portas fechadas. Elísio Estanque, professor de Economia e investigador do Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra, considera que este discurso das centrais sindicais é "ainda mais apropriado pelo facto de o instinto de sobrevivência e o individualismo criarem junto dos jovens alguma resistência às formas de luta colectiva". Cabe ao sindicalismo encontrar "formas de os sensibilizar e mobilizar". "O individualismo assume-se em situações de desafogo, quando há oportunidades. Em situações de crise, isto muda", diz Elísio Estanque, convicto de que "o individualismo já atingiu o seu ponto de exaustão". "Acho natural que, por desespero ou consciencialização, os jovens comecem a organizar-se de outra forma. " Nesse sentido, "a recente invasão pacífica de um call-center pode ser um sinal dos tempos". Formas de luta mais imaginativas conseguem tornear as dificuldades colocadas por um sistema que os impede de "dar a cara de forma explícita". Com contratos a prazo ou a recibos verdes, não é fácil afrontar a entidade patronal, para mais numa altura em que se vive um "défice democrático", na opinião de Elísio Estanque: "Ser sindicalizado é ser criminoso, diabolizam-se os sindicatos de forma excessiva. E a repressão, o controlo e o despotismo acabam por privilegiar os medíocres em detrimento dos mais competentes. A fidelidade é mais importante do que a competência. "Os melhores estão a sair?Com poucos (e maus) empregos à sua espera, não espanta que muitos jovens optem por deixar o país. O fluxo da emigração atingiu nesta década valores só comparáveis aos do êxodo dos anos 60 do século passado e os números só baixaram nos últimos dois anos porque a crise também se faz sentir lá fora. Rui Pena Pires, sociólogo e professor do Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa, em Lisboa, fala em 60. 000 saídas por ano - eram à volta de 70. 000 na década de 1960. Os números são diferentes, no entanto, porque antigamente "quase ninguém regressava no curto prazo e agora a mobilidade é maior". "Ainda não há estatísticas por idade, só daqui a uns seis meses. Mas a emigração concentra-se na população activa jovem. . . Por dedução, pensamos serem esses os que estão a sair", explica o coordenador do projecto de investigação Atlas das Migrações. Quando chegarem, os números tratarão de confirmar o sentimento geral. "Todos nós conhecemos gente que saiu recentemente de Portugal. Os meus dois filhos, por exemplo, estão fora do país. "Mais preparados, em muitos casos até com relacionamentos cultivados em programas de intercâmbio estudantil, os licenciados estão na primeira fila dos que olham para lá das fronteiras. O mercado de trabalho é global. O Banco Mundial calculou que um quinto dos licenciados portugueses vive fora do país e uma afinação dos números aponta para um dado ainda mais significativo: um em cada dez (11 por cento) licenciados tira o "canudo" por cá, antes de emigrar.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave extinção desemprego
Enfermeiros precisam-se para vários países estrangeiros
Estava anunciada como a 1.ª Feira Internacional de Emprego para Profissionais de Saúde. Mas pelo átrio principal e pelas salas do 1.º andar do Hotel Axis, no Porto, pululavam ontem sobretudo enfermeiros, centenas de enfermeiros, entusiasmados com a possibilidade de emigrarem para países como o Reino Unido, a Bélgica, a Arábia Saudita ou mesmo a Austrália. (...)

Enfermeiros precisam-se para vários países estrangeiros
MINORIA(S): Migrantes Pontuação: 9 | Sentimento -0.06
DATA: 2011-03-18 | Jornal Público
SUMÁRIO: Estava anunciada como a 1.ª Feira Internacional de Emprego para Profissionais de Saúde. Mas pelo átrio principal e pelas salas do 1.º andar do Hotel Axis, no Porto, pululavam ontem sobretudo enfermeiros, centenas de enfermeiros, entusiasmados com a possibilidade de emigrarem para países como o Reino Unido, a Bélgica, a Arábia Saudita ou mesmo a Austrália.
TEXTO: Os responsáveis das quatro agências de recrutamento que montaram banca na feira não tinham mãos a medir para dar informações e receber currículos. Parece ser um mundo de possibilidades que se abre para um grupo profissional que em Portugal enfrenta o desemprego. A saída para o estrangeiro já começou há algum tempo, sobretudo para o Reino Unido. Foi neste país que Nuno Pinto, da Diáspora dos Enfermeiros (um grupo de emigrados que organizou a feira em conjunto com uma empresa de comunicação, a Bluepoint) aterrou em 2006, com experiência, mas sem qualquer contacto. Ainda penou dois meses a servir à mesa. "Depois, tive dez ofertas, e a dificuldade até foi escolher um hospital", recorda. Aos 33 anos, hoje é enfermeiro especialista em cuidados intensivos num hospital em Kent e a mulher, também enfermeira, trabalha num hospital londrino. Juntos, ganham cerca de 60 mil libras (69 mil euros) por ano, mas mais do que o dinheiro é a satisfação profissional que os faz não pensar, sequer, em regressar. Ele está a fazer investigação e ela vai especializar-se na área que sempre quis, Oncologia Pediátrica. E a vantagem é que a formação é paga pelos hospitais, ao contrário do que sucede em Portugal. "Este é um mercado que está em crescimento, mas nem todas as empresas [de recrutamento] são idóneas. Temos colegas que foram enganados", avisa a mulher de Nuno, Sandra Marques. Emigrar para o Reino Unido implica, antes de mais, a inscrição na ordem dos enfermeiros britânica e, também, um bom domínio do inglês. E este é um país onde, apesar da crise, ou talvez por causa dela, há hospitais que já aceitam enfermeiros sem experiência profissional, segundo a agência HCL International. Mas com experiência é mais fácil, nota Catherine Irwin, da HCL, que no último ano e meio recrutou mais de uma centena de profissionais para o Reino Unido. Os salários não são muito atractivos, se se pensar que o alojamento é muito caro neste país. No início, um enfermeiro ganha cerca de 21 mil libras antes de impostos (24 mil euros por ano). Os horários são de 37, 5 horas semanais, há 27 dias de férias e oito feriados. Arábia Saudita paga bemDe resto, enfermeiros especialistas com um mínimo de dois anos de experiência profissional podem habilitar-se a voos bem mais altos. A Arábia Saudita é um mercado que está a despontar, garante Ann Griffin-Aaronlahti, directora da Professional Connections, que procura a crème de la crème para dois hospitais de Riade. Ontem, Anne, que ainda só tem cinco enfermeiras portuguesas neste país, quis passar a mensagem de que ir para a Arábia Saudita não é "ir para o meio do deserto" e sobretudo a de que se pode ganhar muito dinheiro - o alojamento e as viagens são oferecidos, não há impostos e as horas extras são pagas a 150 por cento. Há pessoas que conseguem poupar 20 mil euros por ano, assegura. E lembra que há mais de 50 dias livres, se se juntarem os 36 dias de férias ao grande número de feriados. Também com bons salários, a Austrália, para onde esta agência faz igualmente recrutamento, implica "um investimento muito maior". É necessário passar um exame de inglês muito exigente e é necessário pagar viagens e alojamento. Talvez por isso ainda nenhum português tenha sido recrutado.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave mulher desemprego
França: O que interessa saber nas eleições de hoje, é qual vai ser o resultado de Marine Le Pen
São umas eleições regionais francesas, que normalmente até escapam à lógica partidária, mas não desta vez. Hoje, a pergunta mais interessante é: quantos conselheiros regionais vai eleger a Frente Nacional (FN) de Marine Le Pen, o partido de extrema-direita anti-imigração e antimuçulmano, que, até agora, não tinha nenhum, mas que ganhou redobrado fôlego com a eleição de uma nova líder em Janeiro? (...)

França: O que interessa saber nas eleições de hoje, é qual vai ser o resultado de Marine Le Pen
MINORIA(S): Migrantes Pontuação: 9 | Sentimento 0.0
DATA: 2011-03-27 | Jornal Público
SUMÁRIO: São umas eleições regionais francesas, que normalmente até escapam à lógica partidária, mas não desta vez. Hoje, a pergunta mais interessante é: quantos conselheiros regionais vai eleger a Frente Nacional (FN) de Marine Le Pen, o partido de extrema-direita anti-imigração e antimuçulmano, que, até agora, não tinha nenhum, mas que ganhou redobrado fôlego com a eleição de uma nova líder em Janeiro?
TEXTO: Hoje realiza-se a segunda volta das eleições para os cantões franceses - a circunscrição eleitoral dos conselheiros gerais, que vão integrar o governo de cada um dos departamentos. Quem não obtém a maioria clara vai à segunda volta, que pode ser disputada por dois ou três candidatos. Assim, hoje há 1566 eleições locais e ainda 399 candidatos da FN na corrida. Na primeira volta, há uma semana, o partido de Marine Le Pen, teve 15 por cento dos votos - foi a terceira força eleitoral, seguindo muito de perto a direita tradicional, a UMP, o partido do Governo e do Presidente Nicolas Sarkozy, que se ficou pelos 17 por cento (a vitória foi do PS, com 25 por cento). Mas é sobretudo nos cantões onde o candidato UMP está mais periclitante que os candidatos da extrema-direita mais acreditam na vitória. Em causa está a duvidosa estratégia imposta pelo Presidente Sarkozy para as eleições, conhecida como "Ni-Ni" (nem-nem). Trocando por miúdos: quando um candidato da UMP não tem hipóteses de vencer, a política oficial é não recomendar o voto nem na FN nem nos socialistas. Esta "valsa de hesitação", como lhe chama o jornal "Le Monde", poderia acabar por dar luz verde aos apoiantes da UMP para votar nos candidatos da Frente Nacional na segunda volta. Se essa fosse a estratégia, o objectivo poderia ser enfraquecer o PS. Mas não é reconhecida pelo Eliseu, diz Nicolas Cori, jornalista do "Libération" destacado no Eliseu, citando um conselheiro presidencial, num comentário em que se interroga: "Mas que jogo é que está a fazer Nicolas Sarkozy com a Frente Nacional?" É um estranho namoro às causas da FN que o chefe de Estado francês anda a fazer, nota Cori, obstinando-se em impor temas como a segurança, o islão em França, a imigração. Só que, em vez de atrasar a progressão da FN, a projecção destes assuntos tem ajudado a trazer o partido de Marine Le Pen para a ribalta, a dar-lhe credibilidade. E talvez tenha contribuído para uma abstenção recorde na primeira volta destas eleições (55, 71 por cento). Estes temas considerados odiosos pela esquerda e parte da direita tradicional surgiram na campanha com Claude Guéant, o novo ministro do Interior, que até há pouco era o todo-poderoso chefe de gabinete de Sarkozy. Teve tiradas que são descarados piscar-de-olhos ao sentimento antimuçulmano, uma minoria de cerca de cinco milhões em França. Numa delas, disse que, por causa da imigração descontrolada, "os franceses já não se sentem em casa e querem que a França continue a ser França". E gerou indignação usando a palavra "cruzada" ao falar do papel de Sarkozy na mobilização internacional para criar uma zona de exclusão aérea na Líbia. Marine Le Pen, com humor mordaz, ofereceu-lhe um cartão Prestígio de militante da Frente Nacional. Martine Aubry, dirigente do PS, intimou-o a "fazer o seu trabalho em vez de dividir os franceses" com as suas teses "próximas da FN". O próprio primeiro-ministro, François Fillon, destacou-se por dizer claramente que votaria no candidato socialista, e não num da FN (o cantão onde vota deve cair para o PS). E com isso causou uma tempestade no partido, com apelos até à sua demissão - embora tenha obrigado a uma clarificação da UMP, em que é dito que, apesar de tudo, mais vale votar no PS, adianta o jornal "Le Figaro". Resta a pergunta: qual será o resultado da Frente Nacional esta noite?
REFERÊNCIAS:
Partidos PS
Portugueses não se sentem ligados a outros países
Ser um país de emigrantes e de imigrantes parece ser vivido pelos portugueses como uma imposição, sem reflexos nos afectos. É, pelo menos, o que sugerem os resultados do Eurobarómetro "Os Novos Europeus", divulgado ontem. Apenas 37 por cento dos portugueses inquiridos afirmam sentir alguma relação com outro país. (...)

Portugueses não se sentem ligados a outros países
MINORIA(S): Migrantes Pontuação: 9 | Sentimento -0.12
DATA: 2011-04-02 | Jornal Público
SUMÁRIO: Ser um país de emigrantes e de imigrantes parece ser vivido pelos portugueses como uma imposição, sem reflexos nos afectos. É, pelo menos, o que sugerem os resultados do Eurobarómetro "Os Novos Europeus", divulgado ontem. Apenas 37 por cento dos portugueses inquiridos afirmam sentir alguma relação com outro país.
TEXTO: Esta percentagem faz com que Portugal esteja entre os oito países mais ensimesmados, que são encabeçados pela Itália. Pelo contrário, no Luxemburgo, 82 por cento dizem sentir uma relação próximo com outro ou outros países. A seguir vem a Suécia (82 por cento). A média na UE é de 51 por cento. Entre os portugueses que dizem ter afinidades com outro país, a França é o mais referenciado (13 por cento), seguido por um anónimo "outros", que recolhe 11 por cento das pre- ferências, e a Espanha com 10 por cento. A Alemanha, onde Portugal tem uma forte comunidade, é referida por apenas três por cento. Em média existem três razões principais na base da afinidade com outro Estado: ser um local habitual de férias ou de fins-de-semana, ter aí amigos e/ou familiares. Os portugueses estão em sétimo lugar quanto a esta última razão, que é apresentada por 39 por cento dos inquiridos. Já no que respeita às férias , apenas quatro por cento o referem. Na Holanda são 65 por cento. Entre aqueles que menos dizem ter amigos ou familiares fora figuram Itália, França e Hungria. As entrevistas foram realizadas no ano passado, já em plena crise. Mesmo assim, a esmagadora maioria dos inquiridos portugueses (86 por cento) afastou a hipótese de vir a emigrar nos próximos 10 anos. Na UE, esta opção é assumida por 66 por cento. Apenas 11 por cento dão como "totalmente provável" a hipótese de partirem para outro país. É na Letónia, na Lituânia e no Luxemburgo que se encontra a maior percentagem de candidatos. Do inquérito resulta também a cons- tatação de que a mobilidade ainda é mais um conceito do que uma prática: só 13 por cento dos inquiridos admitem sentir ligação a outro país por terem trabalhado lá e oito por cento por aí terem estudado. Para a grande maioria, "o mais importante elemento da identidade nacional" é o de ter nascido no país a que pertence. Em média este é o aspecto privilegiado por 49 por cento. Em Portugal foi referido por 69 por cento dos inquiridos. Por comparação a 2009, isto significa, segundo os autores do estudo, que os europeus estão a privi- legiar enfoques mais concretos em detrimento de conceitos mais subjectivos.
REFERÊNCIAS:
Entidades UE
Cavaco diz que novo Governo poderá tomar posse antes de dia 23
O Presidente da República disse hoje que o novo Governo poderá tomar posse antes do dia 23, caso não surja algo de “confuso” ou “difícil” na contagem dos votos da emigração. (...)

Cavaco diz que novo Governo poderá tomar posse antes de dia 23
MINORIA(S): Migrantes Pontuação: 9 | Sentimento 0.136
DATA: 2011-06-11 | Jornal Público
SUMÁRIO: O Presidente da República disse hoje que o novo Governo poderá tomar posse antes do dia 23, caso não surja algo de “confuso” ou “difícil” na contagem dos votos da emigração.
TEXTO: “Se não surgir algo confuso ou difícil na contagem de votos dos círculos da emigração, essa posse pode ter lugar antes do dia 23, mas nos termos da lei depende se surgirem ou não recursos na contagem dos votos da emigração”, afirmou o chefe de Estado. Cavaco Silva, que falava aos jornalistas durante uma visita à Festa da Cereja 2011 em Alcongosta, no Fundão, lembrou ainda que enquanto não forem publicados os resultados legais das eleições legislativas de 5 de Junho, está legalmente impedido de dar posse ao novo executivo.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave lei
Queixa do PS sobre envio de votos do Brasil pode atrasar posse do Governo
Uma queixa do Partido Socialista apresentada na Comissão Nacional de Eleições contra um jornal do Rio de Janeiro dedicado a emigrantes portugueses, o Portugal em Foco, pode atrasar a tomada de posse do Governo, avança hoje o Jornal de Negócios. (...)

Queixa do PS sobre envio de votos do Brasil pode atrasar posse do Governo
MINORIA(S): Migrantes Pontuação: 9 | Sentimento -0.3
DATA: 2011-06-14 | Jornal Público
SUMÁRIO: Uma queixa do Partido Socialista apresentada na Comissão Nacional de Eleições contra um jornal do Rio de Janeiro dedicado a emigrantes portugueses, o Portugal em Foco, pode atrasar a tomada de posse do Governo, avança hoje o Jornal de Negócios.
TEXTO: O PS denunciou que o Portugal em Foco reuniu vários boletins de voto de cidadãos portugueses no Rio para os enviar para Portugal, o que constituiu uma irregularidade, visto que cada pessoa deve enviar individualmente o seu voto. Segundo o Jornal de Negócios a directora do Portugal em Foco, Benvinda Maria, tem uma conhecida ligação ao PSD e o filho conduziu a campanha do PSD no Brasil. Sendo assim, e uma vez que a Comissão Nacional de Eleições considerou procedente a queixa do PS, a contagem dos votos do círculo da emigração, marcada para amanhã, pode não ficar concluída. O PS pode recorrer ao tribunal Constitucional para que avalie este assunto e esse processo demorará mais quatro dias. Cavaco Silva tinha mostrado intenção de empossar o novo Governo antes do dia 23 de Junho, quando se realiza o Conselho da Europa.
REFERÊNCIAS:
Partidos PS PSD