As vidas invisíveis das empregadas internas
Tratam de casas que não são as suas, criam filhos que não são seus, partilham alegrias e tristezas dos patrões. E são, tantas vezes, o óleo que mantém a máquina familiar a funcionar. Durante muitos anos, as empregadas internas representaram uma espécie de prolongamento silencioso da era feudal. Mas os tempos mudaram. (...)

As vidas invisíveis das empregadas internas
MINORIA(S): Migrantes Pontuação: 6 Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2011-01-14 | Jornal Público
SUMÁRIO: Tratam de casas que não são as suas, criam filhos que não são seus, partilham alegrias e tristezas dos patrões. E são, tantas vezes, o óleo que mantém a máquina familiar a funcionar. Durante muitos anos, as empregadas internas representaram uma espécie de prolongamento silencioso da era feudal. Mas os tempos mudaram.
TEXTO: Luís Francisco foi ouvir as memórias de algumas “criadas de servir”, como as que conhecemos dos filmes, dos livros, das séries de televisão (“A Família Bellamy”, lembram-se?) e, entre elas, estão Henriqueta da Conceição, 87 anos, e Francisca Fernanda, de 86 anos, que hoje gozam a reforma num palacete que foi dos “senhores” tendo a seu lado uma pessoa dedicada que as ajuda. Nenhuma delas se casou, não tiveram filhos. Viveram a sua existência ao ritmo da vida dos patrões, numa teia de relações e cumplicidades que, vista de fora, até pode parecer sufocante. Mas que é, também, segura e tranquilizadora. É claro que nem todas as histórias tiveram o desfecho feliz e pacato que enforma os dias de Henriqueta e Francisca numa casa agora por sua conta. Abusos, injustiças, prepotência, exploração. Na versão antiga da relação patrões-empregadas internas, os primeiros faziam o papel de Deus, as segundas sujeitavam-se a tudo, muitas vezes sem terem qualquer alternativa de vida. As mudanças sociais no país alteraram claramente este cenário no último meio século. Continuam a existir famílias com empregadas internas, às vezes mais do que uma, no figurino tradicional, mas a verdade é que, com a generalização do trabalho feminino e as exigências da vida moderna, torna-se muito complicado conciliar os horários laborais com os da escola dos filhos, por um lado, e com os da empregada, por outro. A solução é ter alguém em casa que assegura as tarefas que as mães, tradicionalmente, desempenhavam. Este novo patronato é de classe média. E não foi só por aí que o cenário mudou: em vez das raparigas chegadas da província, agora são as mulheres imigrantes que formam o núcleo desta força de trabalho. Leia mais na Pública do próximo domingo, onde tem ainda: - O retrato da família Le Pen, traçado por Jorge Almeida Fernandes, para entender o congresso da Frente Nacional francesa (FN) em que, Marine, a filha de Jean-Marie, sucede ao pai, com a ambição de, nas presidenciais de 2012, retirar Nicolas Sarkozy do Palácio do Eliseu. - Entrevista de Anabela Mota Ribeiro com João Pereira Coutinho, professor universitário, colunista da “Folha de S. Paulo” e do “Correio da Manhã” - para uns, uma figura embirrenta; para outros, uma personalidade brilhante. - A história de Garda, a artista que, numa passagem relâmpago por Lisboa, em 1957, para cantar numa festa dos Espírito Santo gravou uma série de canções que se tornariam no primeiro vinil em Angola. Mais de 50 anos depois, ela voltou ao estúdio da Valentim de Carvalho para lançar um CD, e Catarina Gomes conta a sua história.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave filha escola ajuda mulheres
Prisão perpétua não impede transferência de Renato Seabra para Portugal
Mesmo que seja condenado a prisão perpétua pela morte do cronista Carlos Castro, o modelo Renato Seabra poderá vir a cumprir pena em Portugal. O país já recebeu portugueses a quem os Estados Unidos ditaram tal sentença, reduzindo-a para 20 e poucos anos. (...)

Prisão perpétua não impede transferência de Renato Seabra para Portugal
MINORIA(S): Migrantes Pontuação: 6 Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2011-01-16 | Jornal Público
SUMÁRIO: Mesmo que seja condenado a prisão perpétua pela morte do cronista Carlos Castro, o modelo Renato Seabra poderá vir a cumprir pena em Portugal. O país já recebeu portugueses a quem os Estados Unidos ditaram tal sentença, reduzindo-a para 20 e poucos anos.
TEXTO: A Convenção sobre Transferência de Pessoas Condenadas é uma das mais bem-sucedidas do Conselho da Europa – conta com cerca de cinco dezenas de subscritores. Em Portugal, vigora desde 1993. A cada ano, o país lida com cerca de 200 processos. Uns num sentido, outros noutro. No final do terceiro trimestre de 2010, havia 2383 estrangeiros a cumprir pena em Portugal - o que equivale a 20, 6 por cento da população prisional. Oriundos de Cabo Verde (725) do Brasil (309), da Guiné-Bissau (218), de Angola (202), de Espanha (152), da Roménia (119), sobretudo. Na mesma altura, havia 2432 reclusos portugueses que tinham procurado as autoridades portuguesas no estrangeiro. Presos em França (639), no Reino Unido (372), em Espanha (291), nos EUA (251), no Luxemburgo (190), no Brasil (209), na Venezuela (41), sobretudo. Todos os processos passam pela Procuradoria-Geral da República (PGR) - que, por via da convenção, assume a qualidade de autoridade central. A procuradora que com eles lida nota que a maior parte dos pedidos para vir chega de países de emigrantes (França, Luxemburgo, Suíça, Reino Unido, Alemanha, Estados Unidos). E que a maior parte dos pedidos para ir chega da vizinhança (Espanha) ou de países de imigrantes (Brasil, sobretudo). Há mais estrangeiros a querer sair do que portugueses a querer voltar. O regime de cumprimento de penas pode ser mais favorável. Por exemplo, em Portugal é obrigatório cumprir metade da pena; no Brasil, ao fim de um terço, pode sair-se em liberdade condicional. A transferência, explica, assenta no princípio da reinserção social do condenado. Presume-se que a reinserção é mais efectiva onde há família ou emprego. Admite-se, por isso, transferir até não nacionais. A magistrada recorda o caso de um português residente no Canadá que cometeu um crime em Portugal e a quem o Canadá aceitou aplicar a pena. Conjugam-se vontades. O processo não anda sem o condenado manifestar, de forma explícita, tal vontade. O Estado que o condenou tem de aceitar. Tal como o Estado ao qual pede para aplicar a pena. No quadro da transferência de condenados, uma sentença estrangeira só se pode executar depois de revista e confirmada por um tribunal superior nacional. "Se a natureza ou a duração da sanção forem incompatíveis, o Estado da execução pode adaptá-la à pena ou medida previstas na sua própria lei para infracções da mesma natureza", concede a convenção. "Esta pena ou medida corresponderá, tanto quanto possível, à imposta pela condenação a executar. Ela não pode agravar, pela sua natureza ou duração, a sanção imposta no Estado da condenação, nem exceder o máximo previsto pela lei do Estado da execução. "Há muito quem afiance que uma condenação a prisão perpétua é um impeditivo para uma transferência para Portugal, com a pena máxima fixada nos 25 anos. A experiência, porém, desmente essa interpretação. Nada proíbe uma redução da pena, sublinha a procuradora. Ocorre-lhe o caso de um português condenado: o Tribunal da Relação converteu a perpétua a vinte e poucos anos e os Estados Unidos disseram que não; decorridos dois ou três anos, perante o bom comportamento do recluso, mudaram de ideias e aceitaram a transferência. O processo pode arrastar-se anos, refere o advogado Carlos do Paulo, que representa Maria Virgínia, uma das três mulheres apanhadas na Venezuela prestes a embarcar num avião com 387 quilos de cocaína. A transferência dela foi pedida em 2007 e concretizada em 2010, quando já tinha cumprido dois terços da pena. Entre signatários da convenção, os procedimentos podem ser meramente administrativos. Há, porém, países que ficam muito mais predispostos a colaborar, quando se usam canais diplomáticos, como é o caso da Venezuela. A procuradora bem vê que tudo isso "gera morosidade".
REFERÊNCIAS:
Entidades EUA
David Cameron denuncia fracasso do multiculturalismo
O primeiro-ministro britânico, David Cameron, atacou três décadas de multiculturalismo no Reino Unido, defendendo que as políticas de integração têm alimentado o extremismo. As associações de muçulmanos já se manifestaram desiludidas com um discurso que, dizem, estigmatiza a comunidade e alimenta “a histeria e a paranóia”. (...)

David Cameron denuncia fracasso do multiculturalismo
MINORIA(S): Migrantes Pontuação: 6 Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento -0.31
DATA: 2011-02-05 | Jornal Público
SUMÁRIO: O primeiro-ministro britânico, David Cameron, atacou três décadas de multiculturalismo no Reino Unido, defendendo que as políticas de integração têm alimentado o extremismo. As associações de muçulmanos já se manifestaram desiludidas com um discurso que, dizem, estigmatiza a comunidade e alimenta “a histeria e a paranóia”.
TEXTO: Cameron defendeu que é preciso uma identidade nacional mais forte e uma política de “liberalismo musculado” para reforçar os valores da igualdade e da lei junto de todos os elementos da sociedade. O tema da integração está no centro das preocupações no Reino Unido desde o atentado que fez 56 mortos nos transportes públicos de Londres em Julho de 2005, mas o líder dos conservadores ainda não tinha feito nenhum grande discurso sobre o tema desde que chegou à chefia do Governo, em Maio do ano passado. Na Conferência de Munique sobre segurança, Cameron criticou o que chama “multiculturalismo de Estado”, sustentando que organizações que pouco fazem para combater o extremismo devem deixar de receber dinheiros públicos. “Vamos avaliar correctamente estas organizações: Acreditam nos direitos universais – incluindo para as mulheres e membros de outras crenças? Acreditam na igualdade perante a lei? Acreditam na democracia e no direito do povo a eleger o seu governo? Encorajam a integração ou o separatismo?”, questionou. Todos os imigrantes devem aprender a falar inglês e as escolas têm de ensinar “a cultura comum do país”, defendeu ainda o primeiro-ministro. “Francamente, precisamos de muito menos da tolerância passiva dos últimos anos e de um liberalismo musculado muito mais activo”, disse. Para Cameron, a doutrina dominante encorajou as diferentes culturas a viverem separadamente e isso conduziu, por isso, “ao fracasso de alguns em confrontarem os horrores do casamento forçado”. Ao tolerar que “as comunidades se comportassem de formas que contrariam os valores” do país, o Estado contribuiu para “deixar alguns jovens muçulmanos a sentirem-se sem raízes”. E muitas vezes, essa “busca por um sentimento de pertença pode conduzi-los a uma ideologia extremismo”, afirma. Segundo o chefe do Governo, os britânicos falharam ao não “dar [aos jovens muçulmanos] uma visão da sociedade de que eles queiram fazer parte”. Em Londres, a generalidade das organizações que representam os muçulmanos britânicos reagiram mal à intervenção de Cameron. “Uma vez mais parece apenas que a comunidade muçulmana é posta no centro das atenções, sendo tratada como parte do problema e não da solução”, disse à Rádio 4 o secretário-adjunto do Muslim Council of Britain, Faisal Hanjra, considerando ainda que “em termos de abordagem de combate ao terrorismo”, o discurso “não parece trazer nada de particularmente novo”. Também a associação de jovens The Ramadhan Foundation considera que ao nomear especificamente os muçulmanos, Cameron está a alimentar a “histeria e a paranóia”. “Os muçulmanos britânicos odeiam o terrorismo e o extremismo e temos trabalhado muito para erradicar este mal do nosso país. Mas sugerir que não partilhamos os valores da tolerância, do respeito e da liberdade é profundamente ofensivo e incorrecto”, disse o líder deste grupo, Mohammed Shafiq, citado pela emissora BBC. Foi o seu primeiro discurso sobre as causas do terrorismo desde que está à frente do Governo e aconteceu na Conferência de Munique. Por coincidência, Cameron estava sentado ao lado da chanceler alemã, Angela Merkel, que em Novembro também que a Alemanha não tem feito o suficiente para integrar os seus imigrantes. “Desde há anos, há décadas, que a abordagem tem sido que não é preciso promover a integração. Isso provou estar errado”, afirmou Merkel.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave direitos lei cultura comunidade igualdade mulheres casamento
Um patriarca da estabilidade, intelectual reconhecido, um homem cansado do cargo
Ninguém poupa elogios. Alguns apontam críticas e dizem que deixou arrefecer o entusiasmo inicial. Todos reconhecem o perfil de intelectual que, desde a posse do cargo de patriarca de Lisboa, em 1998, o destaca como referência da Igreja Católica em Portugal - e do próprio país. Identificado com um estilo afável e apaziguador, de discurso fluente e civilizado, foi sempre chamado a resolver crises. Acabou por ser o patriarca da estabilidade, pragmático, mas também - notam alguns - não arriscou demasiado. E que por vezes aparenta cansaço do cargo, mesmo estando "bem de saúde". (...)

Um patriarca da estabilidade, intelectual reconhecido, um homem cansado do cargo
MINORIA(S): Migrantes Pontuação: 6 Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento -0.05
DATA: 2011-02-28 | Jornal Público
SUMÁRIO: Ninguém poupa elogios. Alguns apontam críticas e dizem que deixou arrefecer o entusiasmo inicial. Todos reconhecem o perfil de intelectual que, desde a posse do cargo de patriarca de Lisboa, em 1998, o destaca como referência da Igreja Católica em Portugal - e do próprio país. Identificado com um estilo afável e apaziguador, de discurso fluente e civilizado, foi sempre chamado a resolver crises. Acabou por ser o patriarca da estabilidade, pragmático, mas também - notam alguns - não arriscou demasiado. E que por vezes aparenta cansaço do cargo, mesmo estando "bem de saúde".
TEXTO: Aos 75 anos, feitos ontem, D. José Policarpo goza, como poucos, de uma imagem positiva na sociedade. Já na Igreja, algumas das suas opções (ou a falta delas) são criticadas. Nascido em Alvorninha (Caldas da Rainha), a 26 de Fevereiro de 1936, José da Cruz Policarpo foi ordenado em Agosto de 1961 - os 50 anos são assinalados, até Outubro, com várias iniciativas. Aos 75 anos, a regra obriga a apresentar ao Papa o pedido de resignação - o que fez dia 18. O patriarca chegou e venceu: está à vontade em público, por contraste com o antecessor, o cardeal António Ribeiro; dá entrevistas a meios de comunicação - ainda no último Natal foi entrevistado por quatro meios diferentes; chama para chefe de gabinete o padre Agostinho Jardim Gonçalves, antes afastado; preside ao casamento dos padres Felicidade Alves e Abílio Cardoso, que tinham saído em litígio com o cardeal Cerejeira. Ao mesmo tempo, D. José promove uma série de encontros com políticos, economistas, ambientalistas, editores e especialistas em imigração. Troca cartas no Diário de Notícias com Eduardo Prado Coelho, editadas em Diálogos Sobre a Fé. Mantém um programa na Rádio Renascença com Jorge Sampaio e Pinto Balsemão. No seu mandato de presidente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) negoceia-se a nova Concordata entre Portugal e a Santa Sé. Como patriarca, é um dos líderes do ICNE, o Congresso Internacional para a Nova Evangelização (com os cardeais de Paris, Bruxelas, Budapeste e Viena). Convida a Comunidade de Santo Egídio a promover em 2000 o seu encontro anual inter-religioso em Lisboa; e, em 2004, a comunidade monástica de Taizé (França) é convidada a promover na capital o seu encontro europeu de jovens. O vulto de pensador destaca-se, mesmo entre a maior parte dos bispos: "Chega a patriarca depois de um currículo académico notável", diz o cónego Carlos Paes, de 72 anos, pároco de São João de Deus, em Lisboa, uma das duas dezenas de pessoas com quem o PÚBLICO falou para este balanço sobre a acção de D. José. Mas não só. Peter Stilwell, director da Faculdade de Teologia da Universidade Católica Portuguesa (FT/UCP) recorda as crises que Policarpo, ainda padre e, depois, já bispo auxiliar de Lisboa, foi chamado a resolver. A primeira foi em 1972, como reitor do Seminário dos Olivais, depois de vários padres da anterior direcção terem abandonado o sacerdócio - o seminário ficara reduzido a 11 alunos. Entre 1974 e 1980 e de novo entre 1985 e 1988 foi director da Faculdade de Teologia. Depois, já bispo auxiliar, foi reitor da UCP e, ainda, presidente da TVI, para o projecto da "televisão da Igreja" - mas pelo menos este último, dizem vozes mais críticas, correu mal: D. José não tinha muita disponibilidade para a gestão económica de instituições. Mesmo assim, ganhou o seu "estilo apaziguador, fluente, civilizado", como define Peter Stilwell. Falta criatividadeVem dessa falta de gosto para finanças outra observação que alguns fazem sobre o actual momento: muitas decisões são entregues ao ecónomo do patriarcado. Mas este, o padre Álvaro Bizarro, critica, por exemplo, gastos com iniciativas no campo da cultura e comunicação social, duas opções de D. José. O ecónomo também não gostou que o patriarca inaugurasse o monumento (pago pelo patriarcado), no Largo de São Domingos, evocativo do massacre dos judeus em 1506. Críticas feitas pelo menos numa reunião com muitos padres e o próprio patriarca, mas que este não contestou. O PÚBLICO procurou várias vezes falar com o cónego Bizarro, sem sucesso. Um dos padres diz, sem referir nomes concretos: "O patriarca deixou-se rodear por colaboradores mais executivos que pastorais. Na cúria, falta criatividade e há muitos traços de carreirismo. Alguns dos mais válidos não estão nos serviços centrais. "
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Vítimas de acidente em França eram quase todas de Caminha
Eram quase todos do concelho de Caminha os seis portugueses e luso-descendentes que morreram esta madrugada num acidente na auto-estrada entre Paris e Bordéus, em França. As vítimas não pertenciam à mesma família, mas unia-os uma forte amizade. (...)

Vítimas de acidente em França eram quase todas de Caminha
MINORIA(S): Migrantes Pontuação: 6 Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2011-04-28 | Jornal Público
SUMÁRIO: Eram quase todos do concelho de Caminha os seis portugueses e luso-descendentes que morreram esta madrugada num acidente na auto-estrada entre Paris e Bordéus, em França. As vítimas não pertenciam à mesma família, mas unia-os uma forte amizade.
TEXTO: No acidente, que ocorreu 15 minutos depois da meia noite, morreu, além destas seis pessoas, o motorista do pesado envolvido no sinistro, um francês com 59 anos. Os seis portugueses e luso-descendentes – três homens de 40, 58 e 69 anos, duas mulheres de 60 e 63 anos e uma criança de oito anos - seguiam rumo a Portugal. Não chegaram a sair de França, quando carrinha de sete lugares em que viajavam colidiu com um camião frigorifico, que se despistou e estava imobilizado no meio da estrada. Na carrinha seguia um casal de ex-emigrantes reformado de Lanhelas com um filho e um outro casal natural da freguesia de Seixas com o neto, um luso-descendente. Este era um casal que já estava reformado, que tinha estado emigrado em França e que regressava depois de ter ido levar a Paris duas netas, que acolheu durante as férias da Páscoa, e voltava agora depois de passar por Nancy, onde recolheu outro neto que vinha passar uma temporada com eles ao concelho de Caminha. Aurélio Pereira, presidente da Junta de Seixas, confessa que população local está em choque com este acidente que roubou a vida a dois habitantes. A acompanhar o caso está também o Governador Civil de Viana do Castelo. Pita Guerreiro, que é natural de Seixas, de onde eram originárias duas das pessoas que morreram neste acidente, garante que a representação do Governo no distrito vai prestar todo o apoio possível às famílias das vítimas. Também a Câmara de Caminha está a acompanhar estes familiares. A presidente da autarquia, Júlia Paula, diz que os serviços de acção social já estão em campo. Cinco das sete vítimas deste acidente com um mini-autocarro esta madrugada em França eram portugueses originários do concelho de Caminha. Por isso, a bandeira vai estar hoje e amanhã a meia haste no município. Nortícia actualizada às 12h29
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Palavras-chave homens campo filho social criança mulheres
Trabalhar menos horas e mais anos num país de velhos
O país vai envelhecer e perder habitantes, independentemente de todas as medidas que se possam adoptar para contrariar o fenómeno. (...)

Trabalhar menos horas e mais anos num país de velhos
MINORIA(S): Migrantes Pontuação: 6 Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento 0.144
DATA: 2011-05-15 | Jornal Público
SUMÁRIO: O país vai envelhecer e perder habitantes, independentemente de todas as medidas que se possam adoptar para contrariar o fenómeno.
TEXTO: Assim, o melhor é começar já a pensar em diferentes formas de organização social, sugerem vários demógrafos ouvidos pelo PÚBLICO a propósito das mais recentes projecções da ONU que apontam para um Portugal reduzido a 6, 7 milhões de habitantes em 2100. Menos quatro milhões do que os actuais 10, 6 milhões. Pelo menos no tocante ao envelhecimento, a fecundidade e a imigração o melhor que podem fazer é abrandar ligeiramente o ritmo de um processo "inelutável", segundo Maria João Valente Rosa. "Pensar que o envelhecimento pode ser evitado é uma ilusão", avisa a demógrafa, para quem, mais do que verificar a iminente falência de um modelo pensado para uma população com uma estrutura etária jovem, o país já devia estar a pensar em alternativas. "As barreiras que existem baseadas na idade e que levam a que a primeira fase da vida seja dedicada à formação, a segunda - a chamada idade activa - a jornadas de trabalho muito intensas e a terceira à reforma e ao lazer estão totalmente desfasadas", diz. Soluções? "Por que não dedicar mais tempo da idade activa ao lazer, à formação e à família, até porque é nessas idades que os filhos são pequenos, compensando depois com um prolongamento do período de actividade até idades mais avançadas?", pergunta. Nas projecções da ONU, o peso da população com 65 ou mais anos de idade duplica em 90 anos: dos actuais 17, 9 para 30, 6 idosos por jovem até 15 anos. Isto acreditando que, em média, cada mulher em idade fértil terá 1, 99 filhos, em vez dos actuais 1, 32. Mas o cenário pode piorar. Se a natalidade se mantiver no valor actual, o peso dos indivíduos com 65 ou mais anos sobe para 41, 2 por cento. Nestas projecções, que não contemplam o saldo migratório, a população portuguesa entra em declínio já a partir de 2015. Com um saldo natural que, em 2009, atingiu valores negativos e um saldo migratório a ameaçar entrar também no vermelho (há autores que asseguram que isso já aconteceu, apesar de essa realidade não surgir ainda espelhada nas estatísticas oficiais ), Jorge Malheiros, professor no Instituto de Geografia da Universidade de Lisboa, concorda que o país precisa de assumir que não conseguirá evitar o envelhecimento: "Vamos envelhecer inevitavelmente e é bom que metamos isso na cabeça", diz. Sem dramatismos. "É sinal que vamos viver mais tempo e o importante é que não andemos todos com Parkinson e Alzheimer mas que consigamos manter uma vida activa e produtiva". Não, não significa que as reformas devam ser adiadas até aos 75 anos, mesmo que, nas projecções, a esperança de vida ultrapasse os 87 anos em 2100 (90, 4 anos no caso das mulheres). "A transição da vida activa para a inactiva não deve ser brusca. Pode haver um período de transição, em que as pessoas começam a trabalhar progressivamente menos, o que permite diminuir a dependência, quer para as finanças públicas, quer a nossa", sugere. Valente Rosa arrisca dizer que "o mais natural será as pessoas passarem a ter várias carreiras e actividades ao longo da vida". Soberania enfraquecida
REFERÊNCIAS:
Entidades ONU
Encontradas 28 pessoas decapitadas na Guatemala
A polícia de Guatemala descobriu ontem 28 pessoas decapitadas, e com sinais de tortura, numa propriedade privada no Norte do país, perto da fronteira com o México. (...)

Encontradas 28 pessoas decapitadas na Guatemala
MINORIA(S): Migrantes Pontuação: 6 Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2011-05-16 | Jornal Público
SUMÁRIO: A polícia de Guatemala descobriu ontem 28 pessoas decapitadas, e com sinais de tortura, numa propriedade privada no Norte do país, perto da fronteira com o México.
TEXTO: O massacre já foi considerado o pior dos últimos anos no país e as autoridades acreditam que cartéis mexicanos de droga estarão envolvidos no crime. “Este é o pior massacre dos tempos modernos”, disse Donald Gonzalez, porta-voz da polícia, à Reuters. Os 28 corpos – 29, segundo os media locais - foram encontrados numa propriedade na província de Peten, a 500 quilómetros da capital de Guatemala e de acordo com Gonzalez, dois deles são de mulheres. Todos seriam agricultores. Para Carlos Menocal, o ministro do Interior, o massacre foi “comandado” pelo cartel de droga Zetas – apontado como responsável por centenas de mortes nos últimos meses. Para o chefe da polícia Jaim Otzin, a responsabilidade dos Zetas é apenas uma de duas possibilidades. Há “duas hipóteses” disse Otzinb, precisando que ou o massacre estava ligado aos Zetas, ou estava relacionado com o assassinato no sábado passado de Haroldo Waldemar Leon Lara, irmão do narcotraficante Juan José Leon, morto em 2008, alegadamente pelos Zetas. Leon Lara foi assassinado quando transportava mais de 31 mil dólares em dinheiro que deveriam ser destinados ao pagamento dos salários dos empregados da sua propriedade agrícola. Em média, 18 pessoas por dia são assassinadas na Guatemala, país que bate um dos piores recordes no continente americano. As mortes são frequentemente associadas à máfia do tráfico de droga. A secretaria da ONU na Guatemala condenou “firmemente esses actos de violência brutal” e exigiu às autoridades que tudo fizessem para descobrir a verdade. “Este massacre junta-se a outros episódios recentes de violência e à situação de vulnerabilidade generalizada e de abandono sentida pelos habitantes da província de El Peten”, disse a representação da ONU sublinhando que a situação “confirma a urgência da necessidade de pôr em prática uma estratégia conjunta para a segurança das pessoas. ”Ron Urizar, porta-voz do exército, declarou à agência Efe que dezenas de soldados tinham sido enviados para a fronteira do México para evitar que os suspeitos pudessem fugir do país. Urizar adiantou que estava a ser levada a cabo vigilância aérea em cooperação com as autoridades mexicanas. O cartel Zetas foi criado nos anos 90 quando militares mexicanos das forças especiais se decidiram juntar ao narcotráfico. Começaram por trabalhar para o cartel do Golfo, mas actualmente são seus rivais. Entre as suas actividades está o rapto de emigrantes ilegais que usam como objecto de resgate ou transportadores de droga. Na Guatemala, os Zetas são activos no Norte do país, na província de El Peten e em l’Alta Verapaz. Cerca de 40 mil pessoas já morreram desde que o Presidente mexicano Felipe Calderón declarou oficialmente guerra aos cartéis da droga, em 2006.
REFERÊNCIAS:
Entidades ONU
Obama começa périplo europeu com visita à localidade de antepassado irlandês
O Presidente norte-americano começa hoje uma visita à Europa de seis dias que o levará a quatro países (e onde encaixará uma cimeira do G8) num tom mais pessoal: Barack Obama, que recentemente mostrou a certidão de nascimento para dissipar dúvidas sobre a sua nacionalidade, vai visitar uma localidade irlandesa de onde o tetravô da sua mãe partiu em 1850 para a América. (...)

Obama começa périplo europeu com visita à localidade de antepassado irlandês
MINORIA(S): Migrantes Pontuação: 6 Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2011-05-23 | Jornal Público
SUMÁRIO: O Presidente norte-americano começa hoje uma visita à Europa de seis dias que o levará a quatro países (e onde encaixará uma cimeira do G8) num tom mais pessoal: Barack Obama, que recentemente mostrou a certidão de nascimento para dissipar dúvidas sobre a sua nacionalidade, vai visitar uma localidade irlandesa de onde o tetravô da sua mãe partiu em 1850 para a América.
TEXTO: A cidade de Moneygall pintou-se de novo e até abriu “um café Obama” em antecipação à visita presidencial, que poderá incluir uma visita a parentes remotos e ida a um pub. Depois da visita à Irlanda, um país com uma ligação forte com os EUA em especial por causa da imigração, segue-se o país da “relação especial”, o Reino Unido, onde Obama terá uma recepção mais informal do primeiro-ministro — David Cameron pensou num churrasco — e toda a pompa de uma recepção dada pela rainha, incluindo uma noite em Buckingham. Obama fará ainda um discurso sobre as relações transatlânticas em Westminster — uma estreia de um Presidente americano num palco que, nota o historiador Timothy Garton Ash, desde 1945 só recebeu três dignitários estrangeiros: Charles de Gaulle, Nelson Mandela e o Papa Bento XVI. Este discurso deverá falar sobre o estado da relação entre os EUA e não só o Reino Unido, mas também o resto da Europa. A relação transatlântica foi marcada por uma euforia inicial, reacção à eleição de Obama em 2008, a que se seguiram alguns desapontamentos mútuos, incluindo no modo contrário como os EUA e Europa reagiram à crise: os EUA com programas de investimento, a Europa com cortes. Os europeus questionam frequentemente o estado da relação transatlântica, temendo que Obama olhe mais para a Ásia do que para a Europa. Mas a importância e o bom estado das relações foi recentemente mostrado pelo caso da Líbia, defendeu François Lafond, director do German Marshall Fund para a Europa, num colóquio organizado pela Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento (FLAD) em Lisboa. “A Administração Obama está a fazer muito para que os europeus vejam que dá importância à relação transatlântica”, afi rmou. “E vimos isto no caso da Líbia — os Estados Unidos estão lá em consequência dos fortes pedidos da França e do Reino Unido. A Líbia não é assim tão estratégica para os EUA. ”O périplo europeu de Obama passa ainda por França, com a cimeira do G8 dominada pelo afastamento de Dominique-Strauss Kahn do FMI e por pedidos dos EUA de mais apoio financeiro aos países árabes que tiveram revoltas. A visita termina na Polónia, onde se mistura a experiência pós-comunista como exemplo para o caminho dos países árabes pós-revolução e alguma desconfiança do Leste a um novo entendimento entre Washington e Moscovo.
REFERÊNCIAS:
Entidades EUA FMI
Tudo o que precisa de saber sobre as legislativas
Quando são as eleições?Há eleições de quatro em quatro anos, no final de cada mandato. Esta legislatura começou, porém, mais cedo: o Governo tomou posse a 21 de Junho de 2011, depois de a Assembleia da República ter sido dissolvida, o que significa que ultrapassará pelo menos em quatro meses os quatro anos. As eleições têm lugar, obrigatoriamente, entre 14 de Setembro e 14 de Outubro e o Presidente da República tem de as convocar com, pelo menos, 60 dias de antecedência. Só podem realizar-se ao domingo ou em dia feriado, ou seja, dias 20, 27 de Setembro ou 4 e 11 de Outubro. Para serem a 27 de Setembro, o Preside... (etc.)

Tudo o que precisa de saber sobre as legislativas
MINORIA(S): Migrantes Pontuação: 6 Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2015-10-01 | Jornal Público
URL: https://arquivo.pt/wayback/20151001220132/http://www.publico.pt/legislativas2015/guia-do-eleitor
TEXTO: Quando são as eleições?Há eleições de quatro em quatro anos, no final de cada mandato. Esta legislatura começou, porém, mais cedo: o Governo tomou posse a 21 de Junho de 2011, depois de a Assembleia da República ter sido dissolvida, o que significa que ultrapassará pelo menos em quatro meses os quatro anos. As eleições têm lugar, obrigatoriamente, entre 14 de Setembro e 14 de Outubro e o Presidente da República tem de as convocar com, pelo menos, 60 dias de antecedência. Só podem realizar-se ao domingo ou em dia feriado, ou seja, dias 20, 27 de Setembro ou 4 e 11 de Outubro. Para serem a 27 de Setembro, o Presidente da República teria de as convocar até 29 de Julho. A 4 de Outubro, por exemplo, teria de as convocar até 5 de Agosto. 4 de Outubro era apontada como a data mais provável e acabou mesmo por ser a escolhida pelo Presidente para a realização de eleições. Apesar de ser na véspera do dia em que se assinala a Implantação da República, Cavaco Silva tinha dito que não faz mal, porque “já não é feriado”. Também há eleições em caso de dissolução da Assembleia da República pelo Presidente da República ou quando a perda de mandato dos seus membros impeça o órgão de funcionar (falta de quórum ou, mesmo com quórum, quando não haja membros eleitos pela candidatura mais votada). Neste caso, as eleições têm lugar no prazo máximo de 55 dias após a dissolução do órgão. Como são marcadas as eleições?Embora a Constituição da República não o exija, a prática tem sido o Presidente da República ouvir os partidos sobre a data das eleições legislativas. As eleições são marcadas por decreto publicado em Diário da República e só a partir dessa publicação se desencadeia o processo eleitoral. Os emigrantes votam?Sim, os cidadãos portugueses residentes no estrangeiro podem exercer o seu direito de voto para as eleições legislativas desde que voluntariamente se inscrevam, até 60 dias antes das eleições (ou até 55 dias se tiverem 17 anos e completarem 18 até ao dia da eleição), no caderno eleitoral existente no consulado ou secção consular onde residem. A inscrição é presencial. A embaixada ou consulado imprime uma ficha de eleitor que é assinada pelo cidadão. O voto processa-se por via postal. E os imigrantes?Não. Só se for cidadão brasileiro detentor do estatuto de igualdade de direitos políticos. Em 2000, Portugal e o Brasil assinaram um Tratado de Amizade, Cooperação e Consulta que prevê que tanto os portugueses no Brasil, como os brasileiros em Portugal, usufruam de igualdade de direitos políticos, entre outros. Para ter o estatuto de igualdade de direitos políticos, o cidadão brasileiro tem de ter um mínimo de residência fixa de três anos em Portugal. Já os cidadãos com dupla nacionalidade, residentes em Portugal, podem votar. Quem estiver fora de Portugal na data da eleição mas não for emigrante pode votar?Sim, segundo a Administração Eleitoral, pode votar antecipadamente quem estiver ausente de Portugal por motivos profissionais, em missão humanitária, como militares ou médicos, quem for investigador ou bolseiro numa instituição universitária ou equiparada no estrangeiro, quem for estudante numa instituição de ensino no estrangeiro, estando, ou não, ao abrigo de um programa de intercâmbio ou quem se encontrar fora do país no dia da eleição devido a um tratamento de saúde, entre outras situações. Como se processa o voto nestas situações?Quem estiver deslocado no estrangeiro, entre o 12. º e o 10. º dia anteriores à eleição, pode votar junto das representações diplomáticas ou consulares, assim como nas delegações externas dos ministérios e instituições públicas portuguesas definidas pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros. Para votar, o eleitor deve apresentar o cartão de eleitor, certidão ou ficha de eleitor, cartão de cidadão ou outro documento identificativo como o passaporte, e um documento comprovativo do impedimento. Quanto tempo dura a campanha?A campanha inclui todo o período que vai desde o dia em que as eleições são marcadas até à véspera da votação. Dentro da campanha, há dois momentos: a pré-campanha e, depois, na recta final, 15 dias antes da ida às urnas, a campanha eleitoral propriamente dita. Como é nomeado o próximo governo?O primeiro-ministro é nomeado pelo Presidente da República, ouvidos os partidos representados na Assembleia da República e tendo em conta os resultados eleitorais. Os restantes membros do Governo são nomeados pelo Presidente da República, sob proposta do primeiro-ministro. Quanto tempo demora o Governo a tomar posse?Até cerca de duas semanas depois das eleições, não é possível o Governo tomar posse, porque ainda é preciso apurar os votos dos emigrantes, o que será feito no 10. º dia depois do sufrágio. Os resultados são publicados em Diário da República no máximo 20 dias depois, embora esse prazo normalmente não seja esgotado. Quando a Comissão Nacional de Eleições publica os resultados, três dias depois a Assembleia da República toma posse. O processo, porém, de empossar o Governo pode ser mais demorado, dependendo dos resultados eleitorais, das diligências do Presidente da República, e sem que haja um prazo fixo. Como não se prevê, pelo menos de acordo com as sondagens até agora publicadas, uma maioria para nenhum dos partidos, o Presidente da República poderá demorar mais tempo até dar posse ao novo Governo, tendo em perspectiva a procura de um entendimento e maioria estável. Quais as implicações no Orçamento de Estado?O Orçamento do Estado tinha de ser apresentado até 15 de Outubro. No entanto, tal não acontecerá este ano devido à data das eleições. É preciso tempo para o preparar. Com as eleições marcadas para 4 de Outubro, e tendo em conta que os resultados são publicados em Diário da República no máximo 20 dias depois, é muito difícil, se não impossível, apresentar um orçamento naquele dia. Não só porque até 15 de Outubro não deverá haver Governo empossado, mas também porque primeiro tem de ver o seu programa aprovado no Parlamento. Com as eleições a 4 de Outubro, dia 14 estará concluído o escrutínio dos emigrantes. Se tudo correr como previsto, dia 15 a Comissão Nacional de Eleições envia os resultados finais para Diário da República, sendo que o mapa eleitoral não será publicado antes de 16 ou 17. Três dias depois, a Assembleia da República toma posse, ou seja, já estamos no dia 20. Isto significa que antes de 25 é difícil discutir-se o programa do Governo. Conclusão: pode dar-se o caso de haver um compasso de espera imprevisível até à aprovação do orçamento. Até lá, vigora o aprovado no ano passado. O que fica em aberto é saber quando entrará em vigor o relativo a 2016. Com eleições em Outubro, é muito difícil o Orçamento do Estado entrar em vigor no dia 1 de Janeiro de 2016. Não é uma situação nova, acontece sempre que há eleições em Outubro. Até à aprovação do orçamento, o que pode acontecer por exemplo só em Março, o país viverá de duodécimos relativos ao orçamento anterior. Fonte: Comissão Nacional de Eleições, Portal do Eleitor, Lei Eleitoral e Constituição da República Portuguesa
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave direitos lei igualdade emigrante humanitária
Abdellatif Kechiche na turma de François Bégaudeau
Abdellatif Kechiche acaba de lançar o casting de "La Blessure"Quando veio a Lisboa apresentar A Vida de Adèle, o cineasta tunisino Abdellatif Kechiche falou de um projecto que andava há anos na sua cabeça: um filme sobre a actriz porno Marilyn Chambers [1952-2009]. Deixou-nos com água na boca, entre outras coisas, pela forma como lê e faz completamente seu o mundo de Chambers, o da pornografia: “Há muito tempo que quero falar sobre o mundo da pornografia talvez porque os actores são fortemente marginalizados, pelo menos em França, e isso na minha adolescência não me foi indiferente – talvez porque nas salas porno... (etc.)

Abdellatif Kechiche na turma de François Bégaudeau
MINORIA(S): Migrantes Pontuação: 6 Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2016-02-06 | Jornal Público
URL: https://arquivo.pt/wayback/20160206113854/http://ipsilon.publico.pt/cinema/texto.aspx?id=333773
TEXTO: Abdellatif Kechiche acaba de lançar o casting de "La Blessure"Quando veio a Lisboa apresentar A Vida de Adèle, o cineasta tunisino Abdellatif Kechiche falou de um projecto que andava há anos na sua cabeça: um filme sobre a actriz porno Marilyn Chambers [1952-2009]. Deixou-nos com água na boca, entre outras coisas, pela forma como lê e faz completamente seu o mundo de Chambers, o da pornografia: “Há muito tempo que quero falar sobre o mundo da pornografia talvez porque os actores são fortemente marginalizados, pelo menos em França, e isso na minha adolescência não me foi indiferente – talvez porque nas salas porno só havia velhos e imigrantes, e eu olhava para esses actores como benfeitores, à margem obviamente da excitação sexual; a imigração dos anos 70 era muito dura, e eu achava que aqueles actores faziam bem aos meus. Tinha por isso uma admiração por eles, que nada tinha a ver com o desejo sexual que poderiam eventualmente provocar. Para mim, estavam a sacrificar-se em prol dos outros. . . ” – grupo, marginalização social, corpo sacrificial, enfim, tudo nesse projecto vibrava intensamente com os tons e as cores de Kechiche (e quando falava sobre essa primeira estrela porno a ter no ecrã uma relação sexual com um negro, actriz que faleceu no ano em que Obama chegou à Presidência americana, Kechiche enchia as suas palavras de ressonâncias simbólicas. ) Mas, helàs pour nous, o próximo projecto do vencedor da Palma de Ouro de Cannes 2013 não será esse. Kechiche acaba de lançar o casting de La Blessure: procura jovens de origem magrebina, rapazes e raparigas, com idades entre os 14 e os 22 anos, noticia a revista Les Inrockuptibles. É uma adaptação do romance La Blessure, la vraie, de François Bégaudeau – o autor de Entre les Murs, cuja adaptação ao cinema valeu a Laurent Cantet a Palma de Ouro de Cannes (A Turma), em 2008, e foi um momento de estrelato quase pop para Bégaudeau, que estava em todo o lado. A acção do livro, história de iniciação de um adolescente de 15 anos, passa-se em Vendée, na costa Oeste francesa, numa semana de férias, em 1986: o herói, François, está determinado a perder a virgindade, mas as festas do 14 de Julho vão acabar mal – ferida nunca sarada no François adulto, que se lembra de si. A acção passa-se em França, a rodagem, contudo, acontecerá na Tunísia. É um encontro – Kechiche/Bégaudeau – anunciado: o livro andaria na cabeça do cineasta há anos e em 2011 Bégaudeau, numa entrevista, explicitou o seu desejo de que Abdellatif adaptasse o romance. “Adoro Kechiche, sou fã absoluto, para mim é o maior cineasta francês vivo. ” Nessa altura, quando Kéchiche já tinha realizado O Segredo de um Cuscuz (2007) e Vénus Negra (2010), Bégaudeau declarava também: “É tempo agora de ele filmar os brancos. Depois regressará aos negros e aos árabes e fará muito bem, mas para já deve filmar os brancos”. Kechiche vai situar a acção na Tunísia. Quanto ao filme “com brancos”, como notava a Les Inrocks, já o fez, A Vida de Adèle. . . La Blessure já nos deixa água na boca.
REFERÊNCIAS:
Étnia Árabes