José Luís Peixoto e Lobo Antunes na longlist do Femina
“Livro”, de José Luís Peixoto, e “O Arquipélago da Insónia”, de António Lobo Antunes, foram seleccionados em França para a longlist do Prémio Femina, com outros oito candidatos de entre os quais sairá uma shortlist a 8 de Outubro. Para Lobo Antunes, esta nomeação vem juntar-se à do Prémio Médicis, para o qual está apontado com outro português: Gonçalo M. Tavares, com “Uma Viagem à Índia”. Editado em 2008 pela D. Quixote, “O Arquipélago da Insónia” foi editado pela primeira vez em França em Maio deste ano, pela casa Christian Bourgois, com tradução de Dominique Nédellec. Esta não é a primeira vez que António Lobo ... (etc.)

José Luís Peixoto e Lobo Antunes na longlist do Femina
MINORIA(S): Migrantes Pontuação: 6 Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2015-05-01 | Jornal Público
TEXTO: “Livro”, de José Luís Peixoto, e “O Arquipélago da Insónia”, de António Lobo Antunes, foram seleccionados em França para a longlist do Prémio Femina, com outros oito candidatos de entre os quais sairá uma shortlist a 8 de Outubro. Para Lobo Antunes, esta nomeação vem juntar-se à do Prémio Médicis, para o qual está apontado com outro português: Gonçalo M. Tavares, com “Uma Viagem à Índia”. Editado em 2008 pela D. Quixote, “O Arquipélago da Insónia” foi editado pela primeira vez em França em Maio deste ano, pela casa Christian Bourgois, com tradução de Dominique Nédellec. Esta não é a primeira vez que António Lobo Antunes é seleccionado para este prémio. Em 1997 venceu o Prémio Femina, na categoria de melhor romance estrangeiro publicado em França, com “Manual dos Inquisidores”, editado em Portugal no ano anterior. José Luis Peixoto foi seleccionado com “Livro”, obra que foi só editada em França em Agosto deste ano, mas que já chegou às lojas portuguesas em 2010. François Rosso traduziu a obra de José Luís Peixoto que tem como cenário a emigração portuguesa para França. Na edição francesa o título do livro manteve-se igual à edição portuguesa. “Livro” é o nome do protagonista da história, que se centra no movimento migratório nas décadas de 1960 e 1970. François Rosso, que traduziu todos os romances do José Luís para francês até ao momento, está actualmente a traduzir “Abraço”, também a publicar pela Grasset, no próximo ano. O Prémio Femina foi criado em 1904 em França, pelas colaboradoras da revista Vie Heureuse, actualmente Femina. O júri do prémio é composto exclusivamente por mulheres, e é a maior distinção internacional na área da literatura, uma vez que distingue tanto autores franceses como estrangeiros, enquanto o Prémio Goncourt, outro importante galardão francês, só distingue a literatura francesa. O vencedor do prémio é conhecido a 19 de Outubro. Em 2011, o Femina foi para o escritor e jornalista francês Simon Libertai, com a obra “Jayne Mansfield 1967”, editada pela Grasset.
REFERÊNCIAS:
Aumentam casos de crianças vítimas de tráfico para mendigar
Observatório do Tráfico de Seres Humanos ainda está a produzir relatório sobre 2012, mas adianta tendências. O número de crianças vítimas de tráfico sinalizadas em 2012 aumentou significativamente em Portugal, devido sobretudo a casos de mendicidade, ou seja, crianças a pedir esmola ao serviço de redes organizadas. No ano passado aumentou também a sinalização de portugueses, homens, vítimas de tráfico para exploração laboral no estrangeiro, uma tendência que já se verificava em 2011. A informação foi dada ao PÚBLICO por Joana Wrabetz, directora do Observatório do Tráfico de Seres Humanos (OTSH), que não pode ad... (etc.)

Aumentam casos de crianças vítimas de tráfico para mendigar
MINORIA(S): Migrantes Pontuação: 6 Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2013-02-12 | Jornal Público
TEXTO: Observatório do Tráfico de Seres Humanos ainda está a produzir relatório sobre 2012, mas adianta tendências. O número de crianças vítimas de tráfico sinalizadas em 2012 aumentou significativamente em Portugal, devido sobretudo a casos de mendicidade, ou seja, crianças a pedir esmola ao serviço de redes organizadas. No ano passado aumentou também a sinalização de portugueses, homens, vítimas de tráfico para exploração laboral no estrangeiro, uma tendência que já se verificava em 2011. A informação foi dada ao PÚBLICO por Joana Wrabetz, directora do Observatório do Tráfico de Seres Humanos (OTSH), que não pode adiantar ainda os números finais do ano, por esta entidade do Ministério da Administração Interna estar ainda a elaborar o relatório de 2012. Estas sinalizações têm que ser confirmadas uma a uma, pois pode haver casos em que as pessoas sejam vítimas de outros tipos de crime. Mas, para Joana Wrabetz, é uma "nota positiva" as redes de tráfico de crianças para mendicidade "terem sido identificadas", pois reconhece-se que elas existem e permite que sejam vistas "não como uma questão cultural". Além de crianças, também mulheres grávidas, portadores de deficiência e idosos são usados nestas redes de mendicidade, acrescenta. Em 2011 foram confirmadas 11 vítimas de tráfico de seres humanos em Portugal, três delas menores (para exploração laboral, sexual e tentativa de adopção), e 18 portugueses no estrangeiro, 17 para exploração laboral. Ao todo, foram sinalizadas 79 vítimas nesse ano, 48 em Portugal e 31 no estrangeiro. Mas estes dados serão muito inferiores à realidade. As 122 vítimas identificadas entre 2008 e 2011 são um número que é apenas "a ponta do icebergue", diz Petya Nestorova, secretária do Grupo de Peritos em Acção Contra o Tráfico de Seres Humanos (GRETA), organização do Conselho da Europa que controla a forma como é implementada a convenção contra este tipo de crime, em vigor desde 2008. Para explicar por que acha que os dados serão muito superiores, Petya Nestorova dá o exemplo dos números divulgados recentemente pela Organização Mundial do Trabalho, que estima que há no mundo 21 milhões de pessoas sujeitas a trabalhos forçados, 880 mil delas na Europa. Depois de ter produzido relatórios sobre 16 países europeus, o GRETA publica hoje o primeiro sobre Portugal, onde apela a uma melhoria na assistência às vítimas deste crime e à adopção de medidas para uma maior eficácia na condenação de traficantes de seres humanos. Exploração sexual, laboral ou serviços forçados, escravatura ou práticas idênticas a escravatura, servidão e remoção de órgãos são as formas de exploração cobertas pela convenção europeia. Uma das recomendações do relatório é que as vítimas sejam identificadas como tal, de modo a evitar que sejam tratadas como imigrantes ilegais ou criminosos e a receberem a protecção devida (abrigo, autorização de residência e direito a compensação, algo muitas vezes desconhecido pelos próprios agentes no terreno, lembra a secretária do GRETA). "Se as pessoas não são identificadas como vítimas, podem abandonar o país", o que dificulta a investigação sobre as redes, diz. Poucas condenações Nos dados relativos a Portugal recolhidos pelo grupo conclui-se que, entre 2008 e 2011, o tráfico para exploração sexual continuava a ser significativo (47%), mas que havia uma nova tendência: o aumento de casos de vítimas de tráfico para exploração laboral (46%), que afecta sobretudo os homens. Os peritos do Conselho da Europa revelam preocupação com o baixo número de condenações por tráfico humano e pedem que as autoridades portuguesas identifiquem as lacunas nas investigações e na apresentação dos casos em tribunal. O tráfico de seres humanos para diversos fins foi constituído como crime específico na lei apenas em 2007, daí não serem claras para muitos as técnicas de investigação que podem ser aplicadas nestes casos, lembra a secretária do GRETA. No relatório identificam-se três condenações em Portugal em 2008 e cinco em 2009, mas estes casos não são ainda definitivos, uma vez que podem ainda ser alvo de recurso. Petya Nestorova considera que Portugal tem uma "boa base para lidar com este problema" mas chama ainda a atenção, no âmbito da protecção às vítimas, para a necessidade de se criarem pelo menos mais dois abrigos (actualmente existe apenas um, para mulheres, gerido pela Associação para o Planeamento da Família). Esta foi, aliás, uma das recomendações entregues ontem pelo partido Os Verdes ao Governo, exigindo a "garantia de uma rede pública de casas-abrigo para acolhimento temporário e encaminhamento de vítimas de tráfico, com prestação de assistência psicológica, médica, jurídica e social". O aumento do número de homens para exploração laboral e a exploração de crianças com vários fins (mendigar, roubar ou traficar drogas e exploração sexual, no caso de raparigas) são algumas das tendências europeias no tráfico de pessoas, diz Petya Nestorova. Outra tendência é o tráfico para fraude com subsídios: pessoas registadas em países que têm benefícios sociais, que são depois usados pelos traficantes. Entretanto, o OTSH vai coordenar um projecto pan-europeu de monitorização, em tempo real, de vítimas de tráfico de pessoas. No site do observatório há informação sobre números a contactar para denunciar suspeitas de tráfico de seres humanos.
REFERÊNCIAS:
Partidos PAN
Criança portuguesa vence batalha legal nos Estados Unidos
Uma criança portuguesa abandonada pelos pais nos Açores acaba de vencer uma inédita batalha legal, obtendo autorização de residência nos Estados Unidos depois de ter sido colocada à guarda de uma avó e tia. "Não conheço nenhum caso nos Tribunais da Família de Rhode Island e Massachusetts, e mesmo no sistema de imigração federal, semelhante a este", disse à agência Lusa a advogada Val Ribeiro. Marco Moniz, de 13 anos, é filho de dois imigrantes açorianos que foram deportados para Portugal há cerca de 15 anos e desenvolveram uma relação em São Miguel, nos Açores. Os pais nunca ultrapassaram os problemas de toxicode... (etc.)

Criança portuguesa vence batalha legal nos Estados Unidos
MINORIA(S): Migrantes Pontuação: 6 Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento 0.25
DATA: 2013-09-17 | Jornal Público
TEXTO: Uma criança portuguesa abandonada pelos pais nos Açores acaba de vencer uma inédita batalha legal, obtendo autorização de residência nos Estados Unidos depois de ter sido colocada à guarda de uma avó e tia. "Não conheço nenhum caso nos Tribunais da Família de Rhode Island e Massachusetts, e mesmo no sistema de imigração federal, semelhante a este", disse à agência Lusa a advogada Val Ribeiro. Marco Moniz, de 13 anos, é filho de dois imigrantes açorianos que foram deportados para Portugal há cerca de 15 anos e desenvolveram uma relação em São Miguel, nos Açores. Os pais nunca ultrapassaram os problemas de toxicodependência que motivaram a deportação e a criança, depois de viver na rua com a mãe, acabou por ser colocada no sistema de protecção de menores açoriano. Há cinco anos, a tia, Maria Moniz, e a avó paterna, Hirondina Moniz, requereram a guarda da criança. Em Abril de 2010, Marco Moniz viajou pela primeira vez até aos EUA, durante uma semana, acompanhado por uma assistente social. Meses depois, a guarda permanente foi atribuída às duas imigrantes. O pai da criança acabou por falecer e terá deixado como último desejo que o filho vivesse nos EUA com a avó. Em Dezembro de 2010, ao abrigo do programa Visa Waiver, que permite a estadia de cidadãos portugueses no país sem visto durante 90 dias, Marco Moniz viajou para os EUA. Apenas depois da sua chegada a família percebeu que a decisão judicial portuguesa, que colocava o menino sob guarda das duas mulheres, não tinha validade nos Estados Unidos. "Portugal agiu no melhor interesse do menino. Mas havia a questão do que podíamos fazer com a decisão de outro país", disse Val Ribeiro, sublinhando que "a fase inicial, em que tivemos de decidir o que fazer, foi a mais difícil. Recorrer ao Tribunal Internacional de Haia era a solução mais óbvia, mas demoraria muitos anos. "Nessa altura, as duas advogadas que trabalharam no caso decidiram que o primeiro passo seria reconhecer a decisão do tribunal português no tribunal de Rhode Island. A família foi depois direccionada para o Tribunal da Família, ao abrigo do Uniform Child Custody Jurisdiction And Enforcement Act, um acordo apenas usado em casos dentro dos Estados Unidos. "Foi a primeira vez que esta lei foi usada no caso de um jovem num caso de imigração", diz a advogada. Assim que o tribunal reconheceu a decisão, concordando que Marco fora abandonado, as advogadas recorreram para os serviços de imigração pedindo o estatuto especial de imigrante juvenil. A decisão final chegou no dia 21 de Agosto. "Isto é excelente? Estou feliz. Significa que posso ficar aqui. Tinha medo que precisasse voltar", disse Marco Moniz ao O Jornal, um jornal da comunidade portuguesa de Rhode Island e Fall River que noticiou primeiro o caso. Marco tem agora um green card, a autorização de residência permanente nos Estados Unidos, e poderá pedir nacionalidade dentro de cinco anos. "Este caso pode ajudar outras pessoas, em casos de divórcios e custódias. São casos muito difíceis, mas agora já sabemos como proceder", explicou Val Ribeiro à agência Lusa. Marco está agora no sétimo ano de escolaridade e, segundo a advogada, "fala muito bem inglês e adaptou-se muito bem ao novo país".
REFERÊNCIAS:
Entidades EUA
Comissão Europeia: Durão Barroso promete criar pontes entre ricos e pobres
O presidente indigitado da Comissão Europeia, Durão Barroso, prometeu hoje aos eurodeputados que vai estabelecer pontes entre países ricos e pobres, pequenos e grandes, antigos e novos membros, com o objectivo de fortalecer a Europa e de criar um espaço europeu de sucesso aos olhos do mundo. No discurso no Parlamento Europeu antes da votação de amanhã, Durão Barroso prometeu ouvir as diferentes sensibilidades políticas e interesses da sociedade civil europeia, mas ao mesmo tempo garantiu que adoptará decisões firmes e conciliadoras. Apontando o emprego e o crescimento como dois dos principais objectivos imediatos... (etc.)

Comissão Europeia: Durão Barroso promete criar pontes entre ricos e pobres
MINORIA(S): Migrantes Pontuação: 6 Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento -0.00
DATA: 2004-07-22 | Jornal Público
TEXTO: O presidente indigitado da Comissão Europeia, Durão Barroso, prometeu hoje aos eurodeputados que vai estabelecer pontes entre países ricos e pobres, pequenos e grandes, antigos e novos membros, com o objectivo de fortalecer a Europa e de criar um espaço europeu de sucesso aos olhos do mundo. No discurso no Parlamento Europeu antes da votação de amanhã, Durão Barroso prometeu ouvir as diferentes sensibilidades políticas e interesses da sociedade civil europeia, mas ao mesmo tempo garantiu que adoptará decisões firmes e conciliadoras. Apontando o emprego e o crescimento como dois dos principais objectivos imediatos da Comissão Europeia, o presidente indigitado disse aos eurodeputados que, consigo, não haverá "comissários de primeira e de segunda". Esta declaração de Barroso é vista nos meios políticos como uma resposta às recentes notícias que davam como certa a criação de "supercomissários europeus", com maiores poderes do que os actuais responsáveis. No rol de promessas do antigo primeiro-ministro português surge ainda o objectivo de acolher mais mulheres nos cargos de chefia da Comissão, uma das reivindicações dos liberais, grupo político que Durão Barroso procura cativar. Barroso evocou a prosperidade e a solidariedade como princípios mobilizadores da sua acção à frente dos destinos da Comissão, considerando que é o homem certo para o momento actual da União Europeia, que em Maio passado acolheu dez novos Estados. "Devemos trabalhar conjuntamente com os novos Estados", disse Durão Barroso, tendo em mente o fortalecimento da UE. "A UE precisa de uma Comissão forte e independente (. . . ) que se traduza em resultados concretos", prosseguiu, sublinhando que uma das características da nova Constituição europeia é dar "mais voz aos cidadãos europeus". Entre os inúmeros problemas da UE, Durão Barroso lembrou o reforço dos recursos financeiros da Comissão, o envelhecimento da população, a pobreza, a imigração, o ambiente e o crescimento sustentado. "Temos de ter vontade para assumir riscos. Devemos manter o passo com as mais altas tecnologias, as novas ciências devem ser melhor tratadas", com o objectivo de assegurar melhor nível de vida da população europeia, frisou Durão Barroso. "Devemos cumprir o protocolo de Quioto, construindo um futuro sustentável", recordou o antigo chefe do Governo português, enumerando a segurança e a justiça como áreas estratégicas da Comissão. Barroso promete ainda uma relação privilegiada do seu gabinete com o Parlamento Europeu. "Precisamos de cumplicidade positiva entre a Comissão e o Parlamento", aludiu, prometendo um desempenho de rigor, ao ponto de afirmar que se algum dos comissários pisar o risco, será demitido.
REFERÊNCIAS:
Entidades UE
Adriano Correia de Oliveira recordado hoje, nos 25 anos da sua morte
Adriano Correia de Oliveira é hoje recordado em Lisboa, 25 anos depois da sua morte, com um espectáculo onde vários artistas seus contemporâneos recordam as trovas que eternizaram o cantor de intervenção. Na Sociedade Voz do Operário, em Lisboa, José Fanha, Carlos Paulo e Maria do Céu Guerra vão ler poemas que Adriano Correia de Oliveira cantou e vai ser inaugurada uma exposição sobre o músico e decorrerá um colóquio para debater a vida e obra de Adriano com a participação de Luís Cília, José Barata-Moura, Lopes de Almeida, Paulo Sucena e José Viale Moutinho. No dia 20, no mesmo local, decorrerá o espectáculo "25... (etc.)

Adriano Correia de Oliveira recordado hoje, nos 25 anos da sua morte
MINORIA(S): Migrantes Pontuação: 6 Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2007-10-17 | Jornal Público
TEXTO: Adriano Correia de Oliveira é hoje recordado em Lisboa, 25 anos depois da sua morte, com um espectáculo onde vários artistas seus contemporâneos recordam as trovas que eternizaram o cantor de intervenção. Na Sociedade Voz do Operário, em Lisboa, José Fanha, Carlos Paulo e Maria do Céu Guerra vão ler poemas que Adriano Correia de Oliveira cantou e vai ser inaugurada uma exposição sobre o músico e decorrerá um colóquio para debater a vida e obra de Adriano com a participação de Luís Cília, José Barata-Moura, Lopes de Almeida, Paulo Sucena e José Viale Moutinho. No dia 20, no mesmo local, decorrerá o espectáculo "25 anos - 25 canções", que contará com a presença, entre outros, de Amélia Muge, Fausto, Fernando Tordo, Brigada Victor Jara, o padre Francisco Fanhais, Manuel Freire, Janita Salomé, Luís Represas, Pedro Abrunhosa, Paulo Carvalho e um grupo de guitarra e cantares de Coimbra. Serão 25 das mais emblemáticas canções, de um total de cerca de 90, que Adriano Correia de Oliveira cantou e gravou entre 1960 e 1980, entre as quais "Trova do vento que passa", "Balada da esperança", "Menina dos olhos tristes", "Tejo que levas as águas" ou "Canção do linho". Em Setembro saiu o disco tributo "Adriano aqui e agora", com 14 canções renovadas à luz de músicos provenientes do rock, da pop, da electrónica ou do hip hop, como Ana Deus e os Dead Combo, que interpretam "Trova do vento que passa", os Cindy Cat com "E alegre se fez triste" e Margarida Pinto, dos Coldfinger, que canta "Charamba". Vicente Palma, filho de Jorge Palma, estreia-se com "Para Rosalía" e Sharyar Mazgani, dos Mazgani, mostra a sua visão de "Balada da esperança". São 14 novas aproximações à obra daquele que é considerado, a par de José Afonso, uma das vozes maiores do canto de intervenção e da balada. Numa toada mais próxima da música de raiz tradicional, este ano saiu ainda o disco "Cantaremos Adriano", protagonizado por um grupo de sete músicos portugueses de diferentes projectos musicais. No álbum, os sete músicos cantam 12 temas imortalizados por Adriano e os inéditos "Eu Vi Abril" ( Manuel Alegre/Vitor Sarmento) e "As Palavras do meu Canto" (Joaquim Pessoa/Vitor Sarmento). Para desfrutar de todos os temas interpretados pelo próprio Adriano Correia de Oliveira, o jornal Público lança a partir de hoje uma série de sete discos com a obra completa do cantautor, coordenada por José Niza. Esta série revelará os diferentes momentos musicais de Adriano Correia de Oliveira, dos fados de Coimbra à balada e à canção de intervenção. Cada um dos discos sairá acompanhado por um livro que reúne dados biográficos, depoimentos e entrevistas de pessoas que trabalharam e conheceram Adriano Correia de Oliveira. Intervir pela músicaO cantautor nasceu no Porto a 9 de Abril de 1942 e morreu a 16 de Outubro de 1982 em Avintes. Foi em Coimbra, para onde rumou para estudar Direito, que se abriram as portas para a intervenção política, social e cultural. Passou pelo Orfeão Académico de Coimbra e editou o primeiro disco, "Noite de Coimbra", em 1960. Já militante do PCP, participou activamente nas lutas académicas de contestação ao regime político, facto que, a par da guerra colonial, da censura e da emigração, passou a ser referido nas músicas que cantava. Antes e depois da revolução de Abril de 1974, Adriano Correia de Oliveira viveu tempos de intensa actividade interventiva no meio musical e cultural, gravando "Trova do vento que passa" ou "O canto e as armas", com versos de Manuel Alegre. Dele se diz que era generoso, corajoso e solidário. Morreu com 40 anos vítima de um acidente vascular esofágico.
REFERÊNCIAS:
Festival de Sundance premeia cinema com temas políticos
O filme de suspense dedicado à luta de duas mulheres que fazem entrar imigrantes ilegais nos Estados Unidos, "Frozen River", ganhou o Grande Prémio do Júri do Festival de Sundance na noite de sábado. O mesmo prémio, mas para documentários, foi entregue a "Trouble the Water", que conta a história da sobrevivência após o furacão Katrina. Os prémios principais do festival organizado por Robert Redford e Geoff Gilmore guinaram à esquerda e versam sobre temas políticos queridos à comunidade artística norte-americana, indo da causa ambiental à imigração ilegal. Sobre "Frozen River", realizado por Courtney Hunt, Quentin... (etc.)

Festival de Sundance premeia cinema com temas políticos
MINORIA(S): Migrantes Pontuação: 6 Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2008-01-30 | Jornal Público
URL: https://arquivo.pt/wayback/20080130062934/http://ultimahora.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1317866
TEXTO: O filme de suspense dedicado à luta de duas mulheres que fazem entrar imigrantes ilegais nos Estados Unidos, "Frozen River", ganhou o Grande Prémio do Júri do Festival de Sundance na noite de sábado. O mesmo prémio, mas para documentários, foi entregue a "Trouble the Water", que conta a história da sobrevivência após o furacão Katrina. Os prémios principais do festival organizado por Robert Redford e Geoff Gilmore guinaram à esquerda e versam sobre temas políticos queridos à comunidade artística norte-americana, indo da causa ambiental à imigração ilegal. Sobre "Frozen River", realizado por Courtney Hunt, Quentin Tarantino, um dos membros do júri na categoria dramática, disse que é “um dos "thrillers" mais excitantes” que vai ver este ano. O filme foi comprado no festival pela Sony Pictures Classics. Já "Trouble the Water", de Tia Lessin e Carl Deal, é “um filme sobre sobrevivência e esperança”, segundo Lessin, que começa com imagens captadas por uma habitante de Nova Orleães, Kim Roberts, durante a passagem do Katrina e que espelha a falta de apoio do governo de George W. Bush aos sobreviventes do furacão. Os prémios do público foram atribuídos a, na categoria dramática, "The Wackness", de Jonathan Levine, uma comédia dramática invulgar sobre um adolescente que trafica droga e que acaba por se apaixonar pela filha do seu psiquiatra (Ben Kingsley), e, na categoria documental, a "Fields of Fuel", em que Josh Tickell narra a demanda de um homem que quer libertar os Estados Unidos da sua dependência petrolífera e contribuir para salvar o planeta. O festival, que este ano chamou particularmente a atenção por ser um dos poucos eventos da temporada de prémios da indústria do entretenimento americana sem crises devido à greve dos argumentistas, é não só uma montra do cinema independente norte-americano, mas também do cinema mundial. Na competição para o Cinema do Mundo, o Grande Prémio do Júri foi para "King of Ping Pong", do sueco Jens Jonsson, que ilustra a vida de um génio do pingue-pongue de 16 anos que é ostracizado pelos colegas e que, ao longo de umas férias, descobre a verdade sobre a sua família. O público do festival escolheu, na mesma categoria, "Captain Abu Raed", do jordano Amin Matalqa. Descrito como “o primeiro filme de ficção que saiu da Jordânia nos últimos 50 anos”, a obra de Matalqa fala sobre um empregado da limpeza do aeroporto de Amã que é confundido por um grupo de crianças pobres com um piloto de aviação. No campo do documentário estrangeiro, "Man on Wire", do britânico James Marsh, fez o gosto à nostalgia nova-iorquina com a sua visão sobre a história de Philippe Petit, o francês que, em 1974, passou uma hora a caminhar sobre um arame suspenso entre as duas torres do World Trade Center. O filme foi escolhido tanto pelo público quanto pelo júri do Festival de Sundance. Lance Hammer foi o melhor realizador norte-americano com o filme "Ballast", Nanette Burstein ganhou como realizadora de documentários com "American Teen", Anna Melikyan foi a melhor realizadora estrangeira com Mermaid e Nino Kirtadze venceu com a realização do documentário Durakovo. Alex Rivera e David Roker foram distinguidos com o Prémio de Argumento Waldo Salt, por "Sleep Dealer". Sundance lançou filmes como "Cães Danados", "O Projecto Blairwitch" e "Uma Família À Beira de Um Ataque de Nervos" e tornou-se numa peregrinação anual da comunidade do cinema independente. Mas este ano foi criticado pela presença, considerada excessiva e descaracterizadora, de muitas estrelas e filmes bastante comerciais. “A colheita deste ano de Sundance pareceu demasiado cheia de híbridos Hollywood-indies que não eram nem carne nem peixe”, escreveu a crítica da "Variety" Anne Thompson. Os filmes de Tom Hanks, Robert DeNiro, John Malkovitch, Stanley Tucci, Maria Bello, Jason Patric, Bill Pullman ou Alan Rickman passaram por Park City, mas não só receberam prémios como os seus filmes foram mal-vistos pela crítica presente no festival.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave filha imigração campo ataque homem carne comunidade adolescente mulheres cães ilegal
PJ detém trio responsável por fomentar prostituição na zona de Cascais
Ainda não são conhecidas as medidas de coacção aplicadas aos detidos de tráfico de pessoas e fomento de prostituição. (...)

PJ detém trio responsável por fomentar prostituição na zona de Cascais
MINORIA(S): Migrantes Pontuação: 6 Mulheres Pontuação: 17 | Sentimento 0.2
DATA: 2014-05-09 | Jornal Público
SUMÁRIO: Ainda não são conhecidas as medidas de coacção aplicadas aos detidos de tráfico de pessoas e fomento de prostituição.
TEXTO: A Polícia Judiciária (PJ) deteve três pessoas que integravam um grupo que, pelo menos desde maio de 2010, explorava a prática da prostituição em diversas áreas do concelho de Cascais. O grupo, constituído por um homem e duas mulheres, com idades entre os 33 e os 49 anos, dedicava-se, segundo a PJ, ao recrutamento e aliciamento de mulheres, preferencialmente imigrantes em situação irregular em Portugal ou em situação económica precária. O trio utilizava também ardis para as vítimas a trabalharem como prostitutas. Para concretizar a actividade criminosa, o grupo arrendava apartamentos para a exploração da prostituição, que publicitavam através anúncios classificados e de páginas da internet especialmente criadas para o efeito, garantindo, ainda, aspectos de segurança. Os detidos, que respondem por tráfico de pessoas e fomento da prostituição, foram levados para primeiro interrogatório judicial, desconhecendo-se ainda as medidas de coacção aplicadas.
REFERÊNCIAS:
Entidades PJ
Como brincar com bonecas agrava o risco de pobreza na velhice
Mais escolarizadas do que os homens, as mulheres portuguesas estão em maioria na engenharia, na medicina, na magistratura. Mas, seja qual for a profissão, ganham sempre menos. A desigualdade de género, que chega a atingir os 600 euros, inculca-se no jardim-de-infância e redunda depois numa maior exposição à pobreza. (...)

Como brincar com bonecas agrava o risco de pobreza na velhice
MINORIA(S): Migrantes Pontuação: 6 Mulheres Pontuação: 14 | Sentimento 0.1
DATA: 2018-05-28 | Jornal Público
SUMÁRIO: Mais escolarizadas do que os homens, as mulheres portuguesas estão em maioria na engenharia, na medicina, na magistratura. Mas, seja qual for a profissão, ganham sempre menos. A desigualdade de género, que chega a atingir os 600 euros, inculca-se no jardim-de-infância e redunda depois numa maior exposição à pobreza.
TEXTO: Como é que o facto de nos jardins-de-infância as meninas brincarem com cozinhas e os meninos com foguetões contribui para a persistência de desigualdades penalizadoras para as mulheres e ajuda a que estas cheguem à velhice com reformas mais baixas e mais expostas ao risco de pobreza? A resposta está no estudo Igualdade de Género ao longo da Vida, da Fundação Francisco Manuel dos Santos, que é apresentado esta segunda-feira e que conclui, por exemplo, que, logo à chegada ao mercado de trabalho, as mulheres entram a ganhar menos e são mais frequentemente contratadas em regimes precários, apesar de se apresentarem mais escolarizadas e com currículos mais completos. “As diferenças salariais são brutais e absolutamente chocantes. Nas profissões menos qualificadas, chegam a ultrapassar os 200 euros, o que é muitíssimo porque estamos perante salários miseravelmente baixos”, adiantou Anália Torres, socióloga e coordenadora do estudo que aponta ainda disparidades salariais a rondar os 600 euros entre os representantes do poder legislativo e de órgãos executivos. À discriminação feminina no trabalho pago – as mulheres jovens têm um salário médio/hora de 5, 8 euros, contra os 6, 1 euros auferidos por eles – soma-se a sobrecarga nas tarefas do “cuidar”, da casa e dos filhos, às quais as mulheres dedicam o dobro do tempo. A discriminação e a sobrecarga feminina nos cuidados com os filhos e com a casa não é novidade, num país que remunerou sempre mais a função produtiva do que a reprodutiva. O que este estudo faz é mostrar, quantificando, que as desigualdades se impõem logo no início da idade adulta, entre os 15 e os 29 anos de idade. Aliás, este estudo distingue-se dos restantes porque, ao longo de mais de 400 páginas, sete investigadores mediram as desigualdades no arco temporal 2000-2016, numa perspectiva comparada com outros países europeus, em três diferentes fases da vida: até aos 29 anos; entre os 30 e os 49 anos de idade, altura em que homens e mulheres (mas mais as mulheres) correm entre o trabalho pago e os cuidados da casa e dos filhos, por isso chamada “rush hour of life”; e, por último, na fase tardia da idade activa, entre os 50 e os 65 anos. Apesar das gigantescas conquistas do século XX – em que, por via de inovações como a pílula contraceptiva, mas também de factores como a emigração masculina e até mesmo das guerras que empurraram as mulheres para fora do reduto doméstico e permitiram “a massificação dessa possibilidade de homens e mulheres terem vidas mais parecidas”, conforme sublinha Anália Torres –, as desigualdades de género persistem: “Quando comparamos os salários, as diferenças são brutais. ” Na rush hour of life, as disparidades salariais agudizam-se: elas ganham em média 10, 3 euros/hora e os homens 11, 4 euros. E, a partir dos 60 anos de idade, ainda mais: elas ganham em média 8, 93 euros/hora contra os 12, 88/hora auferidos pelos homens. Logo, prossegue a investigadora, “é bom que reconheçamos que o problema existe e que não é só na Arábia Saudita”. A diferença é que as desigualdades se tornaram mais subtis, reproduzindo-se num pano de fundo onde subjaz uma “desvalorização simbólica e material daquilo que as mulheres fazem e produzem e das suas capacidades, especialmente na dimensão produtiva e no espaço público”. E, mais do que isso, tendem a agravar-se ao longo da vida. “Uma mulher começa [entra no mercado de trabalho] logo em desvantagem, chega à fase da ‘rush hour’, ganha menos e continua a ser duplamente penalizada com o dobro do trabalho não pago e depois, na fase tardia, abandona o mercado de trabalho, não porque ficou desempregada ou chegou ao fim da carreira contributiva, mas porque tem de tomar conta dos pais ou dos netos. Descontou menos, porque ganhou menos, e acaba por ter uma reforma muito baixa também porque teve uma carreira contributiva mais curta. Logo, a probabilidade de as mulheres caírem na pobreza – e mesmo que não caiam, de terem um ganho suficiente para terem uma vida com dignidade – é muito maior. ”E onde é que tudo isto começa? No jardim-de-infância. “No pré-escolar, no recreio e na sala de aula, meninos e meninas vão ajustando o seu comportamento a uma visão normativa de género que também acentua diferenças e assimetrias entre géneros”, lê-se no estudo. “As pessoas tendem a achar que isso de haver brinquedos para meninas e brinquedos para meninos é uma questão menor, mas não: qualquer criança vai querer criar um sentido de pertença e adequar-se àquilo que acham que esperam dela, a assumir o seu papel em função do estereótipo. E se a mensagem que lhe passam vai no sentido de que o natural é que as meninas brinquem com cozinhas e com bonecas ela interioriza e incorpora, consciente ou inconscientemente, a ideia de que é natural serem elas a ocupar-se das tarefas domésticas, mesmo que aspirem a ser engenheiras ou físicas”, explica Anália Torres. Não surpreenderá tanto assim a constatação de que, entre os 15 e os 29 anos, Portugal bata, juntamente com Espanha, o recorde da assimetria entre o tempo que eles e elas investem no trabalho do cuidar – da casa e dos filhos: elas dedicam em média 32 horas por semana à casa e à família e eles apenas 17 horas. E esta aculturação adquirida na infância revela-se igualmente no momento de contratação para um emprego. “Em circunstâncias de igualdade de currículo, homens e mulheres contratam preferencialmente homens. Apesar de elas chegarem ao mercado de trabalho mais escolarizadas e mais preparadas do que eles, no momento da contratação a mulher é vista como potencialmente menos disponível para o trabalho. Mesmo que não haja filhos, a mulher será potencialmente mãe. É como se levasse uma marca na testa, enquanto o homem, mesmo tendo família, é encarado como alguém mais disponível porque tem um background de apoio, quase sempre uma parceira, para lhe fazer o trabalho doméstico. ”Isto ocorre apesar de a mobilidade educacional ascendente ser em Portugal “fantástica”. Sobretudo para elas. “Somos dos países da Europa que têm mais mulheres cientistas e em áreas como a informática e a matemática. E a maioria dos médicos não são médicos, são médicas. A maioria dos juízes não são homens, são mulheres. Ainda assim, vive-se essa contradição brutal entre o que é o desempenho objectivo das mulheres no mercado de trabalho e uma certa inércia acerca da imagem do que é uma mulher”, precisa a coordenadora da Unidade de Sociologia do Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa, para voltar ao tema da disparidade salarial: “É admissível que uma engenheira, por exemplo, ganhe menos 600 euros do que um engenheiro? Não é. ”No escalão etário seguinte, as portuguesas com filhos destacam-se por uma taxa de empregabilidade acima da média europeia: 80%, contra os 70% da União Europeia a 27. E, ainda assim, elas continuam a dedicar 18 horas por semana a cuidar da casa, contra as oito deles. Quanto ao cuidar da família, sobretudo filhos, a disparidade atenua-se ligeiramente nesta fase: eles passam 10 e elas 16 horas por semana. Na prática, “elas passam a vida a correr entre o trabalho e a casa”. “E como a mulher ganha efectivamente menos do que o homem, acaba também por achar normal assumir mais responsabilidades em relação à casa e aos filhos. Se o casal se dá bem, menos mal. Agora, se daí a alguns anos se separam, ela, que ficou agarrada e não foi promovida profissionalmente, fica prejudicada, enquanto ele está muito mais à vontade em termos de recursos. ”Esta divisão de papéis não é imperativo biológico nem algo a que o país esteja condenado. Como inverter o cenário? “Valorizando a dimensão do cuidar”, opina Anália Torres. “Mesmo em países como Portugal, que se destaca no contexto europeu pela ampla cobertura dos equipamentos de apoio à segunda infância, o aumento da participação masculina no cuidar, da casa e família, tem ainda investimento social e político a ser feito com o objectivo de promover a igualdade de género”, sugere o estudo. Na Suécia, por exemplo, a educação sexual chegou às escolas em 1958. “Isto ajuda a perceber por que é que os suecos têm indicadores de igualdade melhores do que os nossos”, reforça a socióloga. Voltando ao caso português, quando o olhar dos investigadores se foca no grupo dos 50 aos 65 anos de idade, o que sobressai é que as mulheres abandonam mais precocemente o mercado de trabalho. “Quase um quinto das mulheres está nesta fase da vida principalmente dedicada às responsabilidades familiares”, precisa o estudo. Quando se poderia esperar que, emancipados os filhos, as mulheres poderiam reinvestir nos seus projectos profissionais, a realidade puxa-as para cuidar dos ascendentes idosos ou dos netos, o que desemboca numa taxa de emprego entre os 50 e os 64 anos de idade que não vai além dos 53, 2%, no caso das mulheres portuguesas (64, 4%, no caso dos homens). Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. É certo que “a pressão para sair no mercado de trabalho por exigências familiares “não é sentida por todas as mulheres da mesma forma”. As que passaram pela universidade, por exemplo, tendem a manter-se nos seus empregos durante mais tempo. Porquê? “São situações que podem corresponder a salários mais elevados e à externalização da prestação de cuidados. ” Em média, porém, numa geração bastante menos escolarizada do que a juventude, o que prepondera é uma disparidade salarial entre eles e elas que se traduz no facto de elas ganharem em média 9, 85 euros por hora contra os 12, 19 euros auferidos por eles. Tudo conjugado, chega-se ao fim da idade activa com um marcado aumento do risco de pobreza que “é mais penalizador para elas”, apesar das melhorias dos últimos anos: em 2005 o risco de pobreza das mulheres portuguesas nesta fase da vida era de 30, 5%, em 2015 esse valor baixou para os 26%. E, tal como no jardim-de-infância, são elas quem mais se dedica à cozinha e às tarefas do cuidar. Quando se trata da família, por exemplo, elas despendem nisso 22 horas por semana e eles apenas seis. São 16 horas de diferença. Um recorde europeu.
REFERÊNCIAS:
Se a Manada sai à rua, nós também sairemos
A justiça continua a não proteger, a não representar e a invisibilizar metade da população: as mulheres. (...)

Se a Manada sai à rua, nós também sairemos
MINORIA(S): Migrantes Pontuação: 6 Mulheres Pontuação: 14 | Sentimento 0.0
DATA: 2018-07-31 | Jornal Público
SUMÁRIO: A justiça continua a não proteger, a não representar e a invisibilizar metade da população: as mulheres.
TEXTO: A Espanha feminista voltou às ruas. Milhares de pessoas voltaram a ocupar o espaço público em dezenas de cidades espanholas para, colectivamente, afirmar a sua revolta, depois de o Tribunal de Navarra ter deliberado a liberdade condicional, mediante pagamento de fiança, dos cinco agressores sexuais integrantes do grupo La Manada. Muitas pessoas argumentarão que esta deliberação se trata de um mero procedimento judicial, o que é questionável, uma vez que compactua com um sistema que estruturalmente legitima a violência contra as mulheres. Simbolicamente, a estes cinco agressores sexuais foi-lhes dada a possibilidade de “comprar” a sua liberdade pela módica quantia de seis mil euros. Que mensagem é que esta deliberação traz implícita? Será esta decisão um sintoma de um sistema judicial em falência no que toca ao processamento judicial de casos de violência de género ou será antes um exercício de reafirmação patriarcal?Espero profundamente que se trate da primeira opção e que este caso, onde até o sofrimento da vítima é atenuado, seja um ponto de viragem para um sistema judicial sensível às questões de género e verdadeiramente justo. A forma como este caso tem sido conduzido demonstra claramente que a cultura da violação não é um mito: é uma realidade que continua a penalizar as mulheres pela sua própria vitimação sexual. Por esse motivo, a liberdade condicional dos cinco integrantes do grupo La Manada é uma má notícia para todas as mulheres que historicamente vêem as formas de violência que lhes são específicas serem menorizadas em espaço público e a sua voz colectiva ignorada. É também problemático o sentimento de vitória de um machismo reaccionário e tóxico, que afirma estes cinco agressores como mártires de uma conjuntura feminista radical e que procura os vídeos da violação grupal em websites de pornografia hegemónica. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. Não resisto também a questionar se a alegada “normalidade” dos cinco agressores (andaluzes, “bons filhos”, trabalhadores de classe média) não lhes tem servido de atenuante, reafirmando que os actos criminais são típicos de minorias e de pessoas rotuladas de “desviantes”. Se os agressores fossem cinco imigrantes ou cinco utilizadores de drogas será que a justiça deliberaria da mesma forma?Finalmente, não é só em Espanha que estes casos acontecem. Em Portugal, o processamento judicial de casos que envolvem violência sexual sofre dos mesmos males, como tão contundentemente nos demonstra Isabel Ventura no seu livro Medusa no Palácio da Justiça ou uma História da violação sexual. É urgente rever a legislação, capacitar os tribunais e considerar uma perspectiva de género na tomada de decisão judicial de casos de violência de género. Enquanto isso não acontece, a justiça continua a não proteger, a não representar e a invisibilizar metade da população: as mulheres.
REFERÊNCIAS:
Comunistas vão entregar na AR projeto sobre empobrecimento das mulheres
O PCP anunciou esta quarta-feira que vai entregar na Assembleia da República um projeto de resolução relativo ao empobrecimento e pobreza das mulheres, no âmbito das comemorações do Dia Internacional da Mulher que se assinala na quinta-feira. (...)

Comunistas vão entregar na AR projeto sobre empobrecimento das mulheres
MINORIA(S): Migrantes Pontuação: 6 Mulheres Pontuação: 12 | Sentimento 0.0
DATA: 2012-03-07 | Jornal Público
SUMÁRIO: O PCP anunciou esta quarta-feira que vai entregar na Assembleia da República um projeto de resolução relativo ao empobrecimento e pobreza das mulheres, no âmbito das comemorações do Dia Internacional da Mulher que se assinala na quinta-feira.
TEXTO: Em comunicado à imprensa, o partido afirmou que o projecto tem como objectivo “proceder a uma rigorosa avaliação dos impactos do Pacto de Agressão no agravamento da pobreza em Portugal, em particular nas mulheres e crianças”. “Cada medida imposta por via do Pacto de Agressão aprofunda o abismo entre a aspiração da larga maioria das mulheres em afirmar o seu papel e o agravamento de forma brutal das suas condições de vida e de trabalho”, refere Fernanda Mateus, membro da Comissão Politica do Comité Central do PCP. Para o PCP, “o pacto de agressão e as alterações à legislação laboral estão em ‘contra ciclo’ com os interesses do país e com a reiterada vontade de sucessivas gerações de mulheres em terem o direito ao trabalho com direitos”. Num apelo à adesão na greve geral agendada para dia 22 de Março, o PCP levará a cabo no Dia Internacional da Mulher “por todo o país um vasto conjunto de acções de distribuição do seu folheto às mulheres, e em especial às trabalhadoras, em que afirmará a confiança no papel da sua luta em defesa dos seus direitos”. O Partido Comunista lembrou ainda que na quinta-feira, no Parlamento, será debatido o projecto de resolução de valorização do trabalho e dos salários das mulheres e de combate às discriminações salariais, directas e indirectas. Para o PCP, apenas com uma “ruptura com a política de direita e uma construção de uma política alternativa”, se poderá construir um futuro que garanta “o combate ao desemprego e às diversas formas de precariedade e uma justa repartição de rendimento a favor das trabalhadoras reformadas, deficientes e imigrantes”. O partido reforçou que “cerca de 24, 5 por cento das trabalhadoras têm vínculo precário, uma situação que se agrava entre as mais jovens, quando 60, 9% dos 15 aos 24, e 34% dos 25 aos 34 anos não têm emprego estável”.
REFERÊNCIAS:
Partidos PCP