Sarkozy pede moderação aos seus ministros mas as deportações vão continuar
A palavra de ordem é “apaziguamento”. De regresso ao trabalho e com uma agenda que promete testar ao limite a resistência do Governo, Nicolas Sarkozy deu ordens aos seus ministros para evitarem “controvérsias desnecessárias” sobre o derrube de 300 acampamentos e a expulsão de ciganos que ali viviam. Mas Paris mantém-se intransigente, garantindo que até ao final do mês mais de 900 cidadãos romenos e búlgaros terão sido repatriados nos “voos especiais”. (...)

Sarkozy pede moderação aos seus ministros mas as deportações vão continuar
MINORIA(S): Migrantes Pontuação: 6 Ciganos Pontuação: 9 | Sentimento 0.0
DATA: 2010-08-26 | Jornal Público
SUMÁRIO: A palavra de ordem é “apaziguamento”. De regresso ao trabalho e com uma agenda que promete testar ao limite a resistência do Governo, Nicolas Sarkozy deu ordens aos seus ministros para evitarem “controvérsias desnecessárias” sobre o derrube de 300 acampamentos e a expulsão de ciganos que ali viviam. Mas Paris mantém-se intransigente, garantindo que até ao final do mês mais de 900 cidadãos romenos e búlgaros terão sido repatriados nos “voos especiais”.
TEXTO: “Não cederemos perante aqueles que procuram a polémica sistemática” ou as “críticas excessivas e infundadas”, disse o porta-voz do Presidente francês, no final do primeiro Conselho de Ministros depois das férias, mesmo admitindo que é “preciso reforçar o diálogo e a pedagogia” para responder “aos que estão inquietos”. Uma nova abordagem que o ministro para a Imigração, Eric Besson, se apressou a pôr em prática. Coube-lhe explicar que, apesar do coro de críticas dentro e fora de portas, estas expulsões “nada têm de excepcional” em relação aos “planos de repatriamento utilizados nos últimos anos”. Desde Janeiro, revelou, foram deportados “8030 cidadãos romenos e búlgaros”, dos quais “6739 de forma voluntária” – números idênticos aos de 2009, quando perto de dez mil pessoas foram repatriadas para aqueles países. Besson não revelou quantos eram de etnia cigana, adiantando apenas que nos aviões “especialmente fretados” da última semana seguiram 681 pessoas e que mais 290 viajam hoje em dois voos com partida de Paris e Lille. O ministro reafirmou que o repatriamento respeita a lei comunitária (os cidadãos dos dois países estão sujeitos a “limitações temporárias” e, em França, têm de fazer prova de recursos ao fim de três meses) e acrescentou que Paris “não tem lições a receber”, nem mesmo de Bruxelas, a quem acusa de nada fazer para forçar os dois Estados -membros a integrarem as minorias. Acrescentaria depois não “ter ouvido críticas” dos dois representantes de Bucareste com quem se reuniu em Paris. “Não podemos falar de tensão”, confirmou Dan Valentin Fatuloiu, secretário de Estado romeno para a Segurança Pública, admitindo que o seu país “precisa de uma política de integração mais eficaz” dos ciganos. Mas noutra frente, o discurso mantém-se radical. Brice Hortefeux, o ministro do Interior que tem sido o rosto da campanha securitária adoptada por Sarkozy, garantiu que “a evacuação dos acampamentos vai continuar”. E apoiou-se nas estatísticas da criminalidade para justificar o polémico plano: “Não temos dados por comunidade, mas os números por nacionalidade mostram, por exemplo, que na região de Paris a delinquência romena aumentou 138 por cento” em 2009. Só que as sondagens indicam que Sarkozy e o seu ministro falharam o alvo quando, em plenas férias, anunciaram “mão de ferro” no combate à criminalidade, numa aparente tentativa para desviar atenções das prometidas medidas de austeridade – incluindo o aumento da idade da reforma para os 62 anos – e de escândalos como o que envolve o ministro do Trabalho, Eric Woerth, no caso L’Oreal. A iniciativa “visou recuperar o apoio das classes populares e da extrema-direita”, mas a “ofensiva revelou-se um fracasso” escreveu o Le Monde, destacando três sondagens realizadas já depois do discurso em Grenoble que mostram que a popularidade do Presidente está no nível mais baixo desde 2007 (34 por cento). Hoje, o Nouvel Observateur traçou um quadro ainda mais negro, revelando que, se as presidenciais fossem hoje, Sarkozy seria esmagado numa segunda volta por Dominique Strauss-Kahn, o actual director do FMI e figura preferida para liderar uma candidatura de esquerda, e perderia também se a adversária fosse a primeira secretária do Partido Socialista, Martine Aubry. “O paradoxo da França nesta rentrée é que, por comparação com outros países europeus, resistiu bastante bem à crise económica, mas atravessa uma crise moral, e o Presidente é o seu depositário”, explicou à AFP o consultor e politólogo Stéphane Rozès.
REFERÊNCIAS:
Entidades FMI
Benetton sob fogo por usar refugiados do Aquarius em anúncio
“Não sou vendedor, não quero fazer publicidade, quero ser testemunha da minha era”, defende o criador de algumas das campanhas mais polémicas da marca italiana. (...)

Benetton sob fogo por usar refugiados do Aquarius em anúncio
MINORIA(S): Migrantes Pontuação: 6 Ciganos Pontuação: 6 Refugiados Pontuação: 18 | Sentimento 0.0
DATA: 2018-06-21 | Jornal Público
SUMÁRIO: “Não sou vendedor, não quero fazer publicidade, quero ser testemunha da minha era”, defende o criador de algumas das campanhas mais polémicas da marca italiana.
TEXTO: Já conhecida pela publicidade provocadora, a marca de roupa italiana United Colors of Benetton lançou uma campanha com imagens dos refugiados resgatados pelo navio Aquarius – que chegaram ao porto de Valência no domingo, depois de terem sido recusados por Itália e por Malta. “A tragédia humana em causa no Mediterrâneo nunca deve ser usada para fins comerciais”, condenou a ONG franco-alemã SOS Méditerranée, envolvida nas operações de resgate. O ministro do Interior italiano, Matteo Salvini – que tem ele próprio estado envolvido em polémica, por querer fazer o recenseamento dos ciganos em Itália e por querer expulsar e deter os imigrantes no país –, partilhou no Twitter a publicidade da Benetton e perguntou: “Sou só eu que acho isto repugnante?”. E obteve resposta do conhecido fotógrafo da Benetton, Oliviero Toscani, responsável por grande parte das campanhas da marca. “Veja, não é repugnante, é dramático. Infelizmente muitos não entendem o que está a acontecer. O facto de um negacionista como você criticar esta acção faz com que me aperceba de que estou correcto. ”As duas fotografias, que mostram os migrantes com coletes salva-vidas e em fila à espera de auxílio, foram partilhadas pela Benetton no início da semana nas redes sociais, tendo merecido críticas por parte de outros utilizadores; a acompanhar as duas imagens está a icónica etiqueta verde com o nome da marca italiana. Como explica a organização humanitária, estas fotografias foram tiradas a 9 de Junho, quando as equipas estavam a “socorrer pessoas em dificuldade” em alto mar, depois de terem naufragado ao largo da costa líbia. A SOS Mediterranée, que socorreu os 629 migrantes, ressalva que não tem qualquer ligação com a campanha publicitária e vinca que “a dignidade dos sobreviventes deve ser respeitada em todas as ocasiões”. Além disso, critica ainda a iniciativa dos fotógrafos de disponibilizarem estas fotografias à marca italiana. Uma das fotografias foi tirada por Kenny Karpov e outra por Orietta Scardino, da agência de notícias italiana Ansa. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. O PÚBLICO contactou a Benetton para saber quais os critérios que levaram à escolha destas imagens e questionou também se a empresa apoia financeiramente estas causas sociais, mas não obteve resposta até ao momento. Este tipo de campanhas da Benetton, associado ao dilema de saber se ajudam a sensibilizar para questões sociais ou se se aproveita destas crises para lucrar, já tem dado que falar no passado, em grande parte devido a Oliviero Toscani. Exemplo disso é a fotografia do activista David Kirby no leito da morte, de líderes políticos a beijarem-se, ou da roupa ensanguentada de um soldado bósnio morto na guerra. “Não sou vendedor, não quero fazer publicidade, quero ser testemunha da minha era”, adiantou Toscani ao diário italiano La Tribuna di Treviso.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave morte guerra humanitária morto
Despesa da Presidência do Conselho de Ministros aumenta 13 por cento devido aos Censos
A despesa total consolidada da Presidência do Conselho de Ministros aumenta 36,8 milhões de euros em 2011, mais 13,1 por cento em relação à estimativa de execução prevista para 2010, devido à realização dos Censos 2011 (...)

Despesa da Presidência do Conselho de Ministros aumenta 13 por cento devido aos Censos
MINORIA(S): Migrantes Pontuação: 6 Ciganos Pontuação: 6 Mulheres Pontuação: 6 Homossexuais Pontuação: 6 | Sentimento -0.12
DATA: 2010-10-16 | Jornal Público
SUMÁRIO: A despesa total consolidada da Presidência do Conselho de Ministros aumenta 36,8 milhões de euros em 2011, mais 13,1 por cento em relação à estimativa de execução prevista para 2010, devido à realização dos Censos 2011
TEXTO: Segundo o Orçamento do Estado para 2011 entregue no Parlamento, a despesa total consolidada da Presidência do Conselho de Ministros cresce dos 281, 3 milhões de euros estimados para 2010 para 318 milhões de euros em 2011. O aumento é justificado com a “inscrição da dotação específica afecta à realização do Censos 2011, no montante de 43, 2 milhões de euros”. As verbas destinadas ao funcionamento em sentido estrito "sofrem uma redução de 8, 8 por cento, resultado que traduz as medidas de contenção da despesa”, lê-se no documento. No âmbito das políticas sob alçada da Presidência do Conselho de Ministros, no processo de simplificação administrativa Simplex continuará “a expansão da rede de Lojas do Cidadão de segunda geração a mais concelhos” e estão “previstas mais de 600 medidas” do Simplex autárquico. Ao nível da integração dos imigrantes está previsto o arranque do projecto de obras do novo Centro Nacional de Apoio ao Imigrante, em Lisboa bem como “a execução das medidas previstas no II Plano de Integração de Imigrantes. Está contemplada a “formação e da colocação de mediadores interculturais em serviços públicos”, bem como “junto das comunidades ciganas, através de parcerias com a sociedade civil e as autarquias, reforçando a colocação de mediadores ao nível municipal”, sendo também “consolidada a quarta geração do Programa Escolhas, que envolve cerca de 97000 crianças e jovens. Em 2011, o Governo iniciará a execução do IV Plano Nacional para a Igualdade -Cidadania e Género, do IV Plano Nacional contra a Violência Doméstica, o II Plano Nacional contra o Tráfico de Seres Humanos, o II Programa de Acção para a Eliminação da Mutilação Genital Feminina, e o IV Plano Nacional para a Igualdade Cidadania e Género. Para “aprofundar os mecanismos de protecção e de apoio às vítimas de violência doméstica” será “aperfeiçoada a implementação da tele-assistência a vítimas, através da rede nacional de casas de abrigo e das estruturas de atendimento”, entre outras medidas. Nas áreas da orientação sexual e identidade de género, são contempladas “acções de sensibilização para profissionais de saúde, educação e forças de segurança, bem como campanhas de sensibilização para o público em geral”. Nas políticas dedicadas à Juventude, “continuará a ser requalificada e rentabilizada a Rede Nacional de Pousadas da Juventude” e será dada continuidade do acesso ao “crédito à habitação para os jovens através do programa Porta 65 para o arrendamento jovem” bem como os “programas de colocação de jovens quadros com o objectivo de promover o emprego dos recém-licenciados”, entre outras medidas. A actividade da Comissão para as Comemorações para o Centenário da República, “prolongar-se-á por 2011, até à data do centenário da primeira Constituição republicana”, coma realização de “acções mais pontuais”.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave humanos violência educação igualdade género sexual doméstica feminina imigrante
Portugal não segue ONU nas recomendações sobre racismo
Na sua avaliação a Portugal, a ONU reforça a necessidade do país avançar com medidas específicas para afrodescendentes. E de desagregar os dados que recolhe em áreas como saúde e educação. Alto-comissariado para as Migrações afasta essa possibilidade. (...)

Portugal não segue ONU nas recomendações sobre racismo
MINORIA(S): Migrantes Pontuação: 6 Ciganos Pontuação: 6 Africanos Pontuação: 14 | Sentimento 0.0
DATA: 2019-07-10 | Jornal Público
URL: https://arquivo.pt/wayback/20190710170757/https://www.publico.pt/n1754277
SUMÁRIO: Na sua avaliação a Portugal, a ONU reforça a necessidade do país avançar com medidas específicas para afrodescendentes. E de desagregar os dados que recolhe em áreas como saúde e educação. Alto-comissariado para as Migrações afasta essa possibilidade.
TEXTO: No mesmo dia em que a ONU recomendou a Portugal, uma vez mais, que crie medidas específicas para os afro-descendentes — algo que o Alto Comissariado para as Migrações diz que não vai ser feito —, uma plataforma que junta 22 associações reivindicou ao Estado que adopte um Plano Nacional para estas comunidades. Depois de terem enviado há dias uma carta ao Comité das Nações Unidas para a Eliminação da Discriminação Racial (CERD), na qual exigem políticas de acção afirmativa e serem envolvidas no processo, nesta sexta-feira as associações unidas na plataforma Afrodescendentes Portugal afirmaram que esperam “que da parte do Governo haja seriedade e coragem para enfrentar estas recomendações em diálogo com as pessoas que sofrem na pele estes problemas”, disse ao PÚBLICO Ana Fernandes, uma das porta-vozes do grupo. Na avaliação publicada nesta sexta-feira, o CERD continua a alertar para o racismo de que os afro-descendentes são alvo em Portugal e para o facto de não existirem programas “especialmente direccionados às suas preocupações”. Sublinha que é preocupante que os afro-descendentes sejam ainda “invisíveis nos sectores mais importantes da sociedade”. O diagnóstico é semelhante ao que já tinha feito em 2012. A plataforma recebeu com “muita satisfação” a avaliação da ONU. “Estamos disponíveis para dar contributos. Vamos fazer propostas de medidas concretas para que depois o Governo possa usar. Depois, a definição de um plano nacional não nos cabe a nós”, explicou Ana Fernandes. Não querem esperar “por outras gerações para que as coisas mudem”, disse. “Queremos mudanças agora. ”Também Mamadou Ba, do SOS Racismo, que integra a plataforma, refere a urgência na adopção de um plano para os afro-descendentes. “Estou muito satisfeito porque o relatório vai ao encontro do que pensa a sociedade civil”, comentou. “É uma chapada brutal da ONU ao Estado”, nomeadamente sobre a questão das políticas específicas. Acrescenta que todos os relatórios da ONU sobre esta matéria, desde a Conferência Mundial de Durban em 2001, “repisam as mesmíssimas recomendações”. Mas Pedro Calado, alto-comissário para as Migrações, responsável pelas políticas de integração, afasta a possibilidade de adoptar políticas específicas para os afro-descendentes: “O contexto nacional, onde os problemas como o insucesso e o abandono escolares, o desemprego ou a exclusão social afectam públicos muitos diversificados, exige respostas que, dando uma prioridade aos descendentes de imigrantes africanos, não sejam exclusivas. ”Também afasta a possibilidade de seguir outra das recomendações do CERD, como a de que Portugal deve desagregar dados estatísticos sobre minorias étnicas e raciais (de acesso à educação, saúde, justiça, etc. ) para se ter uma análise “da forma como os direitos económicos, sociais e culturais estão a ser vividos” por estes grupos. Esta é uma recomendação recorrente da CERD. A Constituição portuguesa, contudo, proíbe esta recolha, mas para casos excepcionais o primeiro-ministro poderia autorizá-la. Pedro Calado reitera que ela “colide com a Constituição” e “viola” a lei de protecção de dados. Porém, como lembram as Nações Unidas, o Estado tomou medidas para recolher informação desagregada nos seus diversos observatórios, como o das Comunidades Ciganas, Migrações e Tráfico de Seres Humanos: “Mas alguns dos dados recolhidos não cobrem os seus grupos na totalidade. ” A sugestão é de que estenda a recolha de informação estatística a outros grupos. Outra das sugestões deixadas pelo CERD é que o Estado se envolva num “diálogo aberto e construtivo” com os afro-descendentes, com o objectivo de abordar as suas queixas de “discriminação racial”. Chama, por isso, a atenção para a ausência da presença de organizações não governamentais (ONG) neste processo de avaliação de Portugal (os peritos da ONU não receberam relatórios dessas organizações, como recomendado). Para o dirigente do SOS Racismo, que já criticou o Estado por este não ter envolvido a sociedade civil, a ONU vem dizer “taxativamente” que as ONG não foram ouvidas — “e deveriam” tê-lo sido. Há mais recomendações a Portugal: que controle de forma eficaz as queixas sobre discriminação racial e investigue e puna o discurso de ódio, incluindo o de políticos. Além disso, é necessário conduzir uma efectiva investigação de cada uma das denúncias de uso excessivo da força por parte das polícias, garantir a punição de quem a pratica e indemnizações para as vítimas. O comité quer, aliás, para o próximo relatório de Portugal, obter informação detalhada sobre estes casos, bem como o número de queixas às forças de segurança e o seu desfecho. A ONU está igualmente preocupada com o número limitado de queixas relativas ao artigo 240 do Código Penal (que criminaliza o racismo). A ausência de denúncias “não significa ausência de discriminação racial”, diz. Portugal deve assim investigar quais as causas: se são as próprias vítimas que não têm informação sobre os seus direitos; se sentem medo de represálias; se têm acesso limitado à polícia; se não confiam nela e no sistema judicial ou se, por outro lado, há falta de atenção das autoridades para casos de discriminação. Refere ainda que os cortes orçamentais de que foi alvo o Alto Comissariado para as Migrações (ACM), ao mesmo tempo que as funções deste organismo foram alargadas, podem sacrificar a sua missão de promover a igualdade e inclusão de migrantes. Pedro Calado esclarece que “conseguiu reforçar os seus orçamentos”, e que a extensão de funções “em momento algum colocou em causa, ou colocará, a missão de promover a igualdade e a inclusão de imigrantes ou dos seus descendentes”. O CERD elogia alguns progressos feitos em Portugal, como a adopção da Estratégia Nacional para a Integração da Comunidade Cigana e do Plano Estratégico para as Migrações 2015-2020. O facto de em Portugal não ser permitida a existência de partidos xenófobos é igualmente destacado. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. No capítulo sobre as comunidades ciganas, o CERD afirma que estas “continuam a ser alvo de discriminação em muitas áreas da vida, como acesso a habitação e educação” — e para isso devem ser intensificadas medidas específicas. A “ausência de consulta a pessoas de etnia cigana em todos os estágios de implementação e avaliação da Estratégia” é notada pelos peritos que consideram que o financiamento desta estratégia deve ser reforçado. Outro dos aspectos mencionados no relatório são os livros escolares, que ainda têm imagens discriminatórias e estereotipadas de ciganos e afrodescendentes e outros grupos minoritários — recomenda-se que o Estado avalie os currículos e os manuais de modo a que estes retratem melhor o passado colonial e a herança cultural dos diversos grupos, bem como o seu contributo para a sociedade e culturas portuguesas. Dizem ainda que é preciso o governo concluir a proposta de lei contra a Discriminação Racial. E mudar alguns aspectos do funcionamento da Comissão para a Igualdade e Discriminação Racial. O processo de apresentação de queixa tem de ser mais simples e é preciso rever o modo como é feita a prova: o suposto agressor é que deve provar que não cometeu aquilo de que é acusado.
REFERÊNCIAS:
Entidades ONU
A extrema-direita e xenófoba na Europa
Da Suécia à Ásutria passando por Itália, os partidos de extrema-direita têm vindo a conquistar terreno e a impor a sua agenda política. (...)

A extrema-direita e xenófoba na Europa
MINORIA(S): Migrantes Pontuação: 6 Ciganos Pontuação: 6 | Sentimento 0.192
DATA: 2011-01-16 | Jornal Público
SUMÁRIO: Da Suécia à Ásutria passando por Itália, os partidos de extrema-direita têm vindo a conquistar terreno e a impor a sua agenda política.
TEXTO: Suécia Num país que sempre se orgulhou da sua tradição de tolerância, a vitória dos democratas suecos em Setembro do ano passado deixou o sistema político em choque: a imprensa falou do "fim de uma era" e de "um salto para o desconhecido". Em cinco anos o partido passou de resultados eleitorais irrisórios para uma votação de 5, 7 por cento, o que lhes deu 20 deputados num Parlamento de 349, o suficiente para impedir um Governo maioritário da aliança de centro-direita - o país tem agora um Executivo sem maioria no Parlamento. Num país em que 14 por cento dos 9, 4 milhões de habitantes são imigrantes, o líder do partido, Jimmie Akesson, afirmou que o aumento de população muçulmana é a maior ameaça do país desde a II Guerra Mundial. HolandaGeert Wilders conseguiu atenção dentro e fora da Holanda com uma série de acções mediáticas, a maioria centradas num filme em que o islão é representado como uma religião "terrorista". A dificuldade em exibir o filme Fitna permitiu-lhe apresentar-se como um mártir da liberdade de expressão. Nas eleições de Junho do ano passado, o Partido para a Liberdade de Wilders fez campanha contra a "islamização da Holanda" e conseguiu 24 deputados em 150 deputados, com 15, 5 por cento da votação, tornando-se o terceiro maior partido no país e essencial para uma maioria. Ainda que o partido não integre o Governo, o seu grupo parlamentar apoia-o. Esse apoio teve um preço: o Executivo comprometeu-se com leis sobre o uso do véu islâmico e com limites à imigração de fora da Europa. DinamarcaPia Kjaersgaard é das mais eficazes líderes de partidos anti-imigração e anti-islão no panorama europeu. A líder do Partido do Povo da Dinamarca (200 mil muçulmanos numa população de 5, 4 millhões) recusa a expressão "choque de civilizações" porque "só há uma civilização, que é a nossa - os outros querem o primitivo, o bárbaro, o medieval". O partido conseguiu resultados expressivos desde 2001, quanto obteve 12 por cento dos votos, e embora não tenha entrado no Governo, o seu apoio parlamentar permitiu-lhe deixar marcas com as alterações de 2002 às leis da imigração, na altura descritas como as mais estritas da Europa. Desde então, a Dinamarca tem apertado as leis da imigração em média uma vez em cada oito meses e Kjaersgaard já estabeleceu um novo objectivo para as eleições, que deverão ser realizadas até Novembro: entrar no Governo. HungriaO Jobbik é um partido com uma retórica forte e imagem a condizer. As palavras são sobretudo contra o "crime cigano", embora também sejam anti-semitas, e esteve sempre ligado a uma força paramilitar, a Magyar Garda (Guarda Húngara), em que voluntários com uniformes semelhantes aos do partido fascista da Hungria durante a II Guerra Mundial patrulham cidades com populações ciganas. O líder do Jobbik, Gabor Vona, usou o uniforme ao tomar posse no Parlamento após as legislativas de 2010. A guarda foi entretanto ilegalizada mas continua a aparecer com novos nomes. O Jobbik, agora a terceira força política do Parlamento, explora o medo dos ciganos e a percepção de que os judeus têm demasiado poder. A popular eurodeputada Krisztina Morvai afirmou, em relação aos judeus do país - cerca de 100 mil , a maior população judaica da Europa Central -, que "o seu tempo acabou", sugerindo que o partido iria tratá-los "do mesmo modo que o Hamas".
REFERÊNCIAS:
Étnia Cigano
História de amor fora do normal vence IndieLisboa
Numa decisão surpreendente, “The Ballad of Genesis and Lady Jaye”, documentário da francesa Marie Losier sobre o invulgar romance entre os artistas multimedia Genesis P-Orridge e Lady Jaye Becker, é o vencedor da 8ª edição do festival IndieLisboa, anunciado na noite de sábado no Grande Auditório da Culturgest. (...)

História de amor fora do normal vence IndieLisboa
MINORIA(S): Migrantes Pontuação: 6 Ciganos Pontuação: 6 | Sentimento 0.333
DATA: 2011-05-15 | Jornal Público
SUMÁRIO: Numa decisão surpreendente, “The Ballad of Genesis and Lady Jaye”, documentário da francesa Marie Losier sobre o invulgar romance entre os artistas multimedia Genesis P-Orridge e Lady Jaye Becker, é o vencedor da 8ª edição do festival IndieLisboa, anunciado na noite de sábado no Grande Auditório da Culturgest.
TEXTO: O júri internacional premiou como melhor longa portuguesa “Linha Vermelha”, do português José Filipe Costa, enquanto o publico preferiu o documentário de Jean-Stéphane Bron “Cleveland vs Wall Street”. Composto pela actriz Margarida Vilanova, pelos programadores François Bonenfant, Gabe Klinger e Jean-Pierre Rehm e pelo realizador Denis Côté, o júri internacional elegeu como melhor dos dez primeiros ou segundos filmes a concurso "The Ballad of Genesis and Lady Jaye". Este documentário rodado pela cineasta experimental Marie Losier aborda os quatro anos de vida em comum de Genesis P-Orridge, músico dos Throbbing Gristle e Psychic TV, e da "performer" Lady Jaye Becker. Num palmarés que deixou de fora a maior parte dos filmes mais estimulantes da selecção 2011, o júri escolheu ainda dar uma menção honrosa a “La BM du Seigneur”, híbrido de documentário e ficção na comunidade cigana francesa conhecida por "yéniche", dirigido pelo francês Jean-Charles Hue. O prémio de distribuição coube a “Morgen”, comédia dramática do romeno Marian Crisan, produzida por Cristi Puiu (“A Morte do Sr. Lazarescu”), sobre a amizade entre um segurança romeno e um imigrante ilegal turco. No que diz respeito ao cinema português, o mesmo júri internacional escolheu como melhor longa-metragem nacional “Linha Vermelha”, a investigação do documentarista José Filipe Costa sobre a história do documentário que o alemão Thomas Harlan dirigiu em 1975 sobre a ocupação da herdade da Torre Bela. Nas curtas-metragens, o júri separado da categoria (os realizadores Catarina Mourão e Bruno Safadi e o programador Thure Munkholm) deu o prémio de melhor curta nacional a “Alvorada Vermelha”, documentário da dupla João Pedro Rodrigues/João Rui Guerra da Mata sobre o Mercado Vermelho de Macau. O prémio da categoria de realização em curta nacional foi entregue, ex-aequo, também a duas duplas: Gabriel Abrantes/Benjamin Crotty, por “Liberdade”, e Marco Martins/Filipa César, por “Insert”. A curta internacional vencedora foi "The Story of Elfranko Wessels", de Erik Moskowitz e Armanda Trager. Como habitualmente, o público que assistiu aos dez dias de festival fez uma escolha diferente de filmes. Na categoria de longa-metragem, premiou o documentário franco-suiço de Jean-Stéphane Bron “Cleveland vs Wall Street”, igualmente vencedor do prémio da Amnistia Internacional. Na curta-metragem, votou em “Paris Shanghai”, de Thomas Cailley, e na secção infanto-juvenil IndieJunior atribuiu o seu prémio à curta animada holandesa Things You'd Better Not Mix Up.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave morte guerra comunidade imigrante ilegal
Derrota em Milão ameaça Governo de Berlusconi
Ainda não havia boletins de voto contados mas as sondagens à boca das urnas já eram suficientemente claras para as televisões italianas anunciarem que o candidato do centro-esquerda, Giuliano Pisapia venceu a câmaras de Milão. A oposição também leva vantagem em Nápoles. (...)

Derrota em Milão ameaça Governo de Berlusconi
MINORIA(S): Migrantes Pontuação: 6 Ciganos Pontuação: 6 | Sentimento 0.0
DATA: 2011-05-30 | Jornal Público
SUMÁRIO: Ainda não havia boletins de voto contados mas as sondagens à boca das urnas já eram suficientemente claras para as televisões italianas anunciarem que o candidato do centro-esquerda, Giuliano Pisapia venceu a câmaras de Milão. A oposição também leva vantagem em Nápoles.
TEXTO: Milão e Nápoles eram as duas cidades mais importantes que iam a votos na segunda volta das eleições municipais e regionais que se realizou domingo e segunda-feira. As urnas encerram às 14h00. Agora já é oficial: segundo os primeiros votos contados, a esquerda obteve 55, 14 por cento, indica o site do Ministério do Interior. Ao contrário de Milão, Nápoles é um bastião tradicional da esquerda, mas juntando a crise do lixo ao facto de a esquerda concorrer dividida, era desta vez um objectivo da direita. E na primeira volta foi o empresário Gianni Lettieri, candidato do Povo da Liberdade, o mais votado. Após a contagem dos boletins em 750 dos 886 centros de voto, Luigi de Magistris, ex-juiz e candidato do Itália dos Valores, o partido de Antonio Di Pietro, obtém 65, 19 por cento, contra 34, 80 por cento do adversário. De acordo com a sondagem da Sky, desta vez A perda de Milão, há 20 anos nas mãos da direita, é especialmente grave para o primeiro-ministro. Para além de ser cabeça de lista do seu Povo da Liberdade, Silvio Berlusconi apostou forte na campanha pela reeleição da presidente de câmara, Letizia Moratti, e considerou que perder Milão seria “impensável”. Na última semana agitou como pôde o fantasma da “extrema-esquerda”, afirmando que com Pisapia a capital económica de Itália se iria tornar numa cidade “islâmica”, “de ciganos”, “caótica” e “entregue aos imigrantes”. Muitos analistas anteciparam que se a direita perdesse Milão, a Liga Norte, partido aliado de Berlusconi, abandonaria o Governo, deixando o primeiro-ministro sem maioria no Parlamento. “Em relação à Liga este é um momento de reflexão, mas também de espera para vermos o que é que decide o grande derrotado deste voto, que é o primeiro-ministro”, afirmou na emissão da Sky Leonardo Boriani, director do "La Padania", o jornal da Liga Norte. Notícia actualizada às 16h20
REFERÊNCIAS:
Tempo domingo segunda-feira
Diálogo Intercultural: trabalho dos jornalistas portugueses é dos melhores da UE
O alto-comissário para a Imigração, Rui Marques, salientou hoje a centralidade dos “media” na promoção do diálogo interculutral e da tolerância, referindo que o trabalho dos jornalistas portugueses nesta área “é um dos melhores exemplos a nível europeu”. A relação entre os “media”, a imigração e o diálogo interculutral e os desafios que daí resultam são os principais temas da reunião dos “Pontos Focais do Ano Europeu do Diálogo Intercultural”, que se realiza hoje em Lisboa, no âmbito da presidência portuguesa da União Europeia. Na véspera do evento, o alto-comissário para a Imigração e Diálogo Interculutral, Rui ... (etc.)

Diálogo Intercultural: trabalho dos jornalistas portugueses é dos melhores da UE
MINORIA(S): Migrantes Pontuação: 6 Ciganos Pontuação: 6 | Sentimento 1.0
DATA: 2007-11-14 | Jornal Público
TEXTO: O alto-comissário para a Imigração, Rui Marques, salientou hoje a centralidade dos “media” na promoção do diálogo interculutral e da tolerância, referindo que o trabalho dos jornalistas portugueses nesta área “é um dos melhores exemplos a nível europeu”. A relação entre os “media”, a imigração e o diálogo interculutral e os desafios que daí resultam são os principais temas da reunião dos “Pontos Focais do Ano Europeu do Diálogo Intercultural”, que se realiza hoje em Lisboa, no âmbito da presidência portuguesa da União Europeia. Na véspera do evento, o alto-comissário para a Imigração e Diálogo Interculutral, Rui Marques, lembrou, em declarações à Lusa, que numa sociedade onde os “media” influenciam significativamente a percepção e a construção da realidade, é “fundamental ter em conta o papel que estes têm na promoção do diálogo intercultural”. Nesse sentido, Rui Marques explicou que a iniciativa, na qual participam diversos especialistas nacionais e europeus, pretende relembrar os desafios que se colocam aos órgãos de comunicação social para que estes não condicionem negativamente as condições para esse diálogo. “A presidência portuguesa da UE tem vindo a dar grande importância às questões da imigração e trouxe uma visão positiva deste fenómeno. Esta iniciativa é uma peça desse contributo e uma etapa importante na preparação do Ano Europeu do Diálogo Intercultural (AEDI), que se celebra em 2008”, disse. Fomentar a auto-regulaçãoDe acordo com o responsável, o grande objectivo “é sempre o fomento da auto-regulação” e o do cumprimento do código deontológico, para que não sejam cometidos erros por omissão ou por utilização errada da identificação de nacionalidade ou etnia, a não ser quando esta é explicativa do acontecimento em notícia. Rui Marques lembrou que outro dos desafios passa pela não utilização de categorias grupais como “ciganos” ou “negros” enquanto sujeito da notícia ou como enquadramento de um determinado comportamento. Importa ainda, de acordo com o responsável, avaliar a efectiva relevância de um acontecimento por si mesmo independentemente da origem “diferente” do seu protagonista, ou seja, evitar “as armadilhas do valor-notícia: diferente, estranho e exótico”. Um investimento sério na formação contínua que leve os jornalistas a conhecer de uma forma cada vez mais detalhada a temática das migrações e diversidade cultural é outro dos passos necessários. Diferenças são superficiais“Em Portugal tem-se evoluído muito neste domínio e os jornalistas têm feito grandes esforços no sentido de evitar referências à nacionalidade ou etnia desnecessárias, como também têm vindo a apresentar cada vez mais a realidade humana do fenómeno”. Apesar de os jornalistas portugueses serem um dos melhores exemplos a nível europeu é, no entanto, segundo Rui Marques, fundamental aumentar ainda mais esses esforços e dar maior visibilidade à diversidade cultural e às vantagens que a riqueza multicultural traz para a sociedade. “O grande desafio do Ano Europeu do Diálogo Intercultural vai ser o de dar a conhecer esse contributo, nomeadamente o de fazer perceber às pessoas que o outro, o estranho, é exactamente um ser humano como nós e que as diferenças são realidades superficiais”.
REFERÊNCIAS:
Entidades UE
Hollande exige aos seus ministros fim das polémicas por causa dos ciganos
Presidente francês quer o “fim definitivo” das divisões que envolvem os seus ministros em relação à integração da comunidade cigana. (...)

Hollande exige aos seus ministros fim das polémicas por causa dos ciganos
MINORIA(S): Migrantes Pontuação: 6 Ciganos Pontuação: 16 | Sentimento 0.0
DATA: 2013-10-02 | Jornal Público
SUMÁRIO: Presidente francês quer o “fim definitivo” das divisões que envolvem os seus ministros em relação à integração da comunidade cigana.
TEXTO: O Presidente francês, François Hollande, quer acalmar as divisões internas do seu Governo em torno da comunidade cigana. Através da porta-voz do executivo, Najat Vallaud-Belkacem, Hollande apelou “ao fim definitivo das polémicas dos últimos dias”. A porta-voz do Eliseu falava esta quarta-feira à saída de um Conselho de Ministros, em que os desentendimentos no seio do Governo estiveram em cima da mesa. “Insisto que todos os ministros tenham em atenção a sua missão, o seu comportamento, a forma como se expressam e, claro, como actuam”, terá alertado Hollande, de acordo com assessores ouvidos pela agência Reuters. Os últimos tempos têm sido férteis em desavenças dentro da equipa governativa de Hollande em torno da comunidade cigana – na sua maioria imigrantes da Roménia ou da Bulgária. Na semana passada, o ministro do Interior, Manuel Valls, afirmou que os ciganos “têm modos de vida completamente diferentes dos [franceses]”, para acrescentar que a sua integração noutro país “é ilusória”. “Partilho a opinião do primeiro-ministro romeno, quando diz que os ciganos têm vocação para ficar na Roménia, ou a regressar lá”, defendeu o ministro. A reacção às palavras de Valls veio da ministra da Habitação, Cécile Duflot, do partido Europa Ecologia, que criticou a perspectiva do seu colega de governo. “Não se pode considerar que há duas categorias de população, cuja origem justifique que não se possam integrar”, sustentou Duflot. Falando directamente para Valls, a ministra afirmou que “não é da responsabilidade dos ministros, é da responsabilidade do Presidente da República”. Mais tarde, Valls referiu-se às declarações de Duflot como “insuportáveis”. Desde a adesão da Roménia e da Bulgária à União Europeia, em 2007, que estão em vigor restrições à circulação dos seus cidadãos pelo espaço Schengen, que só podem ficar até três meses num outro Estado-membro. O estatuto de Schengen prevê que este regime termine a 1 de Janeiro de 2014, mas existe a possibilidade de cada país vetar a admissão ao espaço de livre circulação. O Eliseu fez saber que respeita “escrupulosamente” a população cigana “e que isso não pode ser nunca posto em dúvida”. Segundo um comunicado, citado pela AFP, a política do Governo francês é “a integração das populações em causa, quando as possibilidades e as vontades existem”. De acordo com o El País, esta é uma forma hábil de Hollande lidar com as divisões no seu Governo, admoestando ambos os ministros envolvidos. Apesar das recomendações da Comissão Europeia e de várias ONG (organizações não-governamentais) em relação às políticas de desmantelamento dos acampamentos das comunidades ciganas, Hollande vê em Valls um valioso trunfo político, num momento em que o seu executivo atravessa uma crise de popularidade. Manuel Valls – considerado o ministro mais à direita do Governo de Hollande – é o ministro mais popular do actul executivo. Uma sondagem publicada pelo Le Parisien, no fim-de-semana passado, revelou que 77% dos franceses concordam que os ciganos e imigrantes de Leste mostram pouca vontade em se integrar.
REFERÊNCIAS:
Partidos LIVRE
Cinco países da UE expulsaram ciganos romenos
Nem só a França tem expulsado ciganos romenos do seu território. "Está a acontecer em diversos países da União Europeia, incluindo Itália, Alemanha, Dinamarca e Suécia", assegura Robert Kushen, director executivo do European Roma Rights Center, organização que se dedica a combater a discriminação desta minoria étnica em todo o continente. O movimento migratório dos roma tornou-se um "problema europeu". (...)

Cinco países da UE expulsaram ciganos romenos
MINORIA(S): Migrantes Pontuação: 6 Ciganos Pontuação: 16 | Sentimento 0.0
DATA: 2010-08-26 | Jornal Público
SUMÁRIO: Nem só a França tem expulsado ciganos romenos do seu território. "Está a acontecer em diversos países da União Europeia, incluindo Itália, Alemanha, Dinamarca e Suécia", assegura Robert Kushen, director executivo do European Roma Rights Center, organização que se dedica a combater a discriminação desta minoria étnica em todo o continente. O movimento migratório dos roma tornou-se um "problema europeu".
TEXTO: Era um dos cenários mais temidos com a entrada da Roménia e da Bulgária na UE, em 2007: o êxodo dos nacionais ciganos. Ontem, a França pediu à Comissão Europeia para obrigar a Roménia a estancá-lo. O ministro francês da Imigração, Eric Besson, convidou quatro das outras grandes economias europeias (Itália, Espanha, Alemanha, Reino Unido) para uma reunião informal sobre imigração, em Paris, a 6 de Setembro. Também chamou a Bélgica, que preside agora à UE, a Grécia, país de trânsito de estrangeiros que tentam alcançar o espaço comunitário, e o Canadá, a braços com imigrantes ciganos oriundos da Hungria e da República Checa. "Espero que não se esqueçam que há livre circulação na UE", comenta Robert Kushen, ao telefone, desde Budapeste. "E que na base desta corrente migratória está a discriminação estrutural e a pobreza extrema que os roma suportam nos seus países. "O primeiro-ministro francês, François Fillon, escreveu ontem ao presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso. Pediu-lhe que tome medidas para garantir que os quatro mil milhões de euros de fundos da UE que vão a cada ano para a Roménia são usados para integrar os roma. Vivian Reding, a vice-presidente da Comissão Europeia, já mandou um recado sob a forma de comunicado: "Acredito que os roma são uma parte importante da população da UE e é de primordial importância que estejam bem integrados. " A também comissária da Justiça tem seguido a situação na França e o "debate inflamado" noutros países. Sabe que cabe a cada Estado-membro garantir a ordem pública, mas espera que o façam respeitando as regras da União. A livre circulação não foi um ganho automático para a Roménia e para a Bulgária. Entraram com a hipótese de encarar algumas restrições, como a exigência de um contrato de trabalho, até ao final de 2013. E lidam com elas na Bélgica, na Alemanha, na Irlanda, na França, na Itália, no Luxemburgo, na Noruega, na Áustria, no Reino Unido e em Malta. Para viver noutro país da UE mais de três meses, um cidadão tem de trabalhar ou de, pelo menos, ter meios de subsistência que não o convertam num fardo para a assistência social. Pode ser expulso se não satisfizer tal requisito ou se significar uma "genuína, presente e suficientemente séria ameaça [. . . ] para a segurança pública"". Robert Kushen teme que os roma não estejam a ser tratados como indivíduos, mas como uma massa homogénea que urge eliminar - isso violaria a directiva da livre circulação e a Convenção Europeia dos Direitos Humanos, que proíbe as expulsões colectivas de estrangeiros. Todo o processo lhe parece duvidoso: "O que é que tem de voluntário a polícia, como se faz na França, dizer: "É melhor ires embora agora, que te damos algum dinheiro. Se não fores, voltamos daqui a um mês com uma ordem de expulsão. " Estamos a entrevistar pessoas que estão a regressar para saber como é que tudo aconteceu. Já temos alguém na Roménia e vamos ter alguém na Bulgária a fazer isso. "Vê uma nuvem xenófoba a atravessar a UE. A 12 de Julho manifestou preocupação com o que considera o discurso "anti-roma" oficial dinamarquês, do presidente da Câmara de Copenhaga, Frank Jensen, e do ministro da Justiça, Lars Barfoed. Jensen pedira ao Governo que tratasse de "livrar" a cidade dos "roma criminosos", culpando-os de roubo. E Lars Barfoed reagira, alegando que eram residentes ilegais. Na sequência destas declarações, 23 romenos foram detidos e deportados - "apesar da aparente ausência de investigação e condenação pelos tais roubos".
REFERÊNCIAS:
Partidos LIVRE