Parlamento holandês proíbe o sacrifício ritual de animais por motivos religiosos
O bem-estar animal venceu à liberdade de culto. O Parlamento holandês votou maioritariamente a favor da proibição do sacrifício ritual dos animais para consumo humano. (...)

Parlamento holandês proíbe o sacrifício ritual de animais por motivos religiosos
MINORIA(S): Animais Pontuação: 16 | Sentimento 0.0
DATA: 2011-06-29 | Jornal Público
SUMÁRIO: O bem-estar animal venceu à liberdade de culto. O Parlamento holandês votou maioritariamente a favor da proibição do sacrifício ritual dos animais para consumo humano.
TEXTO: Esta decisão precisa agora de ser aprovada pela câmara alta do Parlamento para que se transforme em lei. Aprovada por 116 votos a favor e 30 contra, o projecto-lei foi precedido de longas discussões entre os movimentos confessionais da sociedade holandesa, que conseguiram fazer introduzir uma emenda destinada a preservar a liberdade religiosa: os muçulmanos e judeus podem recuperar este costume apenas se provarem cientificamente que o animal sofre menos com a morte ritual do que com a morte num matadouro tradicional. Não ficou claro como é que se poderá fazer essa prova científica. A diferença entre os dois métodos é que nos matadouros tradicionais o gado é aturdido antes de ser morto, ao passo que segundo os rituais muçulmano e judeu, os animais são degolados e dessangrados sem qualquer anestesia por um matador que faz o sacrifício em nome do seu Deus. O produto final deste sacrifício é a carne halal para os muçulmanos e a carne kosher para os judeus. "Esta forma de matar causa dor desnecessária aos animais. A liberdade religiosa não pode ser ilimitada", tinha dito aos jornalistas antes da votação Marianne Thieme, líder do Partido pelos Animais, o único na Europa que conta com representação parlamentar (dois deputados) e o responsável por esta proposta. "Para nós, a liberdade religiosa termina onde começa o sofrimento dos seres humanos ou dos animais". A comunidade muçulmana soma cerca de um milhão de pessoas na Holanda (um país com 16 milhões de habitantes), ao passo que a comunidade judia conta com apenas 40 mil fiéis. Actualmente, a União Europeia obriga os animais a serem aturdidos antes de serem mortos, mas permite excepções para os sacrifícios rituais, que o Tribunal Europeu dos Direitos Humanos já considerou um direito religioso. Activistas dos direitos dos animais argumentam, porém, que é uma prática desumana. Actualmente, em países como a Alemanha e o Reino Unido, onde a comunidade muçulmana tem um forte presença, boa parte dos sacrifícios halal já são feitos em animais previamente aturdidos. Paralelamente, no Luxemburgo, Noruega, Suécia e Suíça o sacrifício ritual dos animais está proibido. Notícia corrigida às 11h45
REFERÊNCIAS:
Étnia Judeu
Violência em Londres espelha relação tensa da comunidade negra com a polícia
Actos de vandalismo puro e duro, sintoma da crise e do desemprego jovem, reflexo de tensões sociais ou grito de protesto contra uma polícia racista? Dois dias depois do início dos motins que começaram em Tottenham, Nordeste de Londres, começa a tentar explicar-se o que aconteceu. (...)

Violência em Londres espelha relação tensa da comunidade negra com a polícia
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 16 | Sentimento -0.16
DATA: 2011-08-09 | Jornal Público
SUMÁRIO: Actos de vandalismo puro e duro, sintoma da crise e do desemprego jovem, reflexo de tensões sociais ou grito de protesto contra uma polícia racista? Dois dias depois do início dos motins que começaram em Tottenham, Nordeste de Londres, começa a tentar explicar-se o que aconteceu.
TEXTO: Ainda é cedo para tirar conclusões sobre a verdadeira dimensão daqueles que são considerados os maiores motins dos últimos anos em Londres. Mas as relações tensas da polícia com a comunidade negra britânica são apontadas como uma das principais explicações para aquilo que alguns lêem como o protesto de membros de uma comunidade que são parados oito vezes mais do que os de outras pelas autoridades no chamado "stop and search" - um regulamento que na prática permite fazer discriminação racial em buscas policiais. Analistas ouvidos pelo PÚBLICO fazem a analogia com outros motins dos anos 1980 em Londres, provocados também pela morte de um membro da comunidade negra pela polícia. Os motins em Tottenham começaram com um protesto pacífico organizado por família e amigos de Mark Duggan, um homem de 29 anos morto pela polícia na quinta-feira. As circunstâncias em que ocorreram os disparos estão a ser investigadas e a ser alvo de polémica. Nas ruas de Tottenham muitos gritavam palavrões contra a polícia. Liz Fekete, directora executiva do Institute of Race Relations (IRR), think tank que faz pesquisa sobre questões raciais, lembra que esta não é a primeira morte de alguém da comunidade negra às mãos da polícia este ano e que "este não é um facto isolado". Em Março, o músico Smiley Culture foi morto durante uma busca policial em sua casa, em Londres; em Abril, um jovem negro, Kingsley Burell, morreu nas mãos da polícia em Birmingham e em Maio houve a morte de outro jovem londrino, Demetre Fraser, na mesma unidade policial de Birmingham. "É um problema que persiste", diz Fekete, que critica a forma como "a família de Duggan foi tratada pela polícia e pela Comissão independente de Queixas da Polícia". "Acho que não terem respostas foi o ponto principal para criar frustração com a polícia. " Harmit Athwal, também do IRR, tem analisado as notícias sobre as mortes na polícia e observado a indignação contra a ausência de explicações - isso tem vindo a galvanizar a comunidade. "Sem informação, as pessoas tiram as suas conclusões e. . . "Para quem tem estudado motins no Reino Unido como Paul Bagguley, da Universidade de Leeds, estes têm características semelhantes aos dos anos 1980 e de 1985 em Londres e Liverpool, iniciados por uma série de detenções da polícia. "Todos estes motins têm a mesma característica: a polícia aparece com a imagem de ser injusta. " Novo será a forma como as redes sociais e os telemóveis estão a ser usados para mobilizar mais pessoas mais rapidamente, tornando o controlo da situação mais difícil. "Nos anos 1980, os que foram presos eram sobretudo locais. Será interessante ver se é esse o caso agora. "Um problema geracionalAs relações tensas chegam a um ponto de ebulição tal que o resultado são ruas a arder. Apesar de achar que a comunicação melhorou em 30 anos, os negros ainda são mais parados pela polícia e associados à criminalidade, analisa o especialista. Mas as motivações serão diferentes para os jovens que rapidamente se mobilizaram: "Alguns serão motivados pela raiva, outros estão apenas nas ruas e respondem imediatamente, outros irão apenas para assaltar as lojas. " Para Liz Fekete, é cedo para tirar conclusões, mas a especialista em relações raciais vê os motins, desencadeados sobretudo por jovens, como o reflexo do problema de uma geração. "É uma questão racial também ligada às altas taxas de desemprego jovem, a um sentido de alienação e pobreza, em que os jovens sentem que não têm um lugar na sociedade. Mas é definitivamente um problema geracional. " No Reino Unido, um em cada cinco jovens entre os 16 e 24 anos está desempregado. Desdobrando os números, segundo dados do director do Runnymede Trust, Rob Berkeley, isto significa que a taxa de desemprego entre jovens é de 20% na comunidade branca e 50% na comunidade negra.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave morte negro homem comunidade pobreza desemprego morto negra discriminação
Violência em Londres espelha relação tensa entre a polícia e a comunidade negra
Actos de vandalismo puro e duro, sintoma da crise e do desemprego jovem, reflexo de tensões sociais ou grito de protesto contra uma polícia racista? Dois dias depois do início dos motins que começaram em Tottenham, Nordeste de Londres, começa a tentar explicar-se o que aconteceu. (...)

Violência em Londres espelha relação tensa entre a polícia e a comunidade negra
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 16 | Sentimento -0.16
DATA: 2011-08-09 | Jornal Público
SUMÁRIO: Actos de vandalismo puro e duro, sintoma da crise e do desemprego jovem, reflexo de tensões sociais ou grito de protesto contra uma polícia racista? Dois dias depois do início dos motins que começaram em Tottenham, Nordeste de Londres, começa a tentar explicar-se o que aconteceu.
TEXTO: Ainda é cedo para tirar conclusões sobre a verdadeira dimensão daqueles que são considerados os maiores motins dos últimos anos em Londres. Mas as relações tensas da polícia com a comunidade negra britânica são apontadas como uma das principais explicações para aquilo que alguns lêem como o protesto de membros de uma comunidade que são parados oito vezes mais do que os de outras pelas autoridades no chamado "stop and search" - um regulamento que na prática permite fazer discriminação racial em buscas policiais. Analistas ouvidos pelo PÚBLICO fazem a analogia com outros motins dos anos 1980 em Londres, provocados também pela morte de um membro da comunidade negra pela polícia. Os motins em Tottenham começaram com um protesto pacífico organizado por família e amigos de Mark Duggan, um homem de 29 anos morto pela polícia na quinta-feira. As circunstâncias em que ocorreram os disparos estão a ser investigadas e a ser alvo de polémica. Nas ruas de Tottenham muitos gritavam palavrões contra a polícia. Liz Fekete, directora executiva do Institute of Race Relations (IRR), think tank que faz pesquisa sobre questões raciais, lembra que esta não é a primeira morte de alguém da comunidade negra às mãos da polícia este ano e que "este não é um facto isolado". Em Março, o músico Smiley Culture foi morto durante uma busca policial em sua casa, em Londres; em Abril, um jovem negro, Kingsley Burell, morreu nas mãos da polícia em Birmingham e em Maio houve a morte de outro jovem londrino, Demetre Fraser, na mesma unidade policial de Birmingham. "É um problema que persiste", diz Fekete, que critica a forma como "a família de Duggan foi tratada pela polícia e pela Comissão independente de Queixas da Polícia". "Acho que não terem respostas foi o ponto principal para criar frustração com a polícia. " Harmit Athwal, também do IRR, tem analisado as notícias sobre as mortes na polícia e observado a indignação contra a ausência de explicações - isso tem vindo a galvanizar a comunidade. "Sem informação, as pessoas tiram as suas conclusões e. . . "Para quem tem estudado motins no Reino Unido como Paul Bagguley, da Universidade de Leeds, estes têm características semelhantes aos dos anos 1980 e de 1985 em Londres e Liverpool, iniciados por uma série de detenções da polícia. "Todos estes motins têm a mesma característica: a polícia aparece com a imagem de ser injusta. " Novo será a forma como as redes sociais e os telemóveis estão a ser usados para mobilizar mais pessoas mais rapidamente, tornando o controlo da situação mais difícil. "Nos anos 1980, os que foram presos eram sobretudo locais. Será interessante ver se é esse o caso agora. "Um problema geracionalAs relações tensas chegam a um ponto de ebulição tal que o resultado são ruas a arder. Apesar de achar que a comunicação melhorou em 30 anos, os negros ainda são mais parados pela polícia e associados à criminalidade, analisa o especialista. Mas as motivações serão diferentes para os jovens que rapidamente se mobilizaram: "Alguns serão motivados pela raiva, outros estão apenas nas ruas e respondem imediatamente, outros irão apenas para assaltar as lojas. " Para Liz Fekete, é cedo para tirar conclusões, mas a especialista em relações raciais vê os motins, desencadeados sobretudo por jovens, como o reflexo do problema de uma geração. "É uma questão racial também ligada às altas taxas de desemprego jovem, a um sentido de alienação e pobreza, em que os jovens sentem que não têm um lugar na sociedade. Mas é definitivamente um problema geracional. " No Reino Unido, um em cada cinco jovens entre os 16 e 24 anos está desempregado. Desdobrando os números, segundo dados do director do Runnymede Trust, Rob Berkeley, isto significa que a taxa de desemprego entre jovens é de 20% na comunidade branca e 50% na comunidade negra.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave morte negro homem comunidade pobreza desemprego morto negra discriminação
Corpos de 74 pessoas dão à costa na Líbia
Pelo menos 4579 refugiados e migrantes morreram em 2016 na rota do Mediterrâneo entre aquele país árabe e a Itália. (...)

Corpos de 74 pessoas dão à costa na Líbia
MINORIA(S): Refugiados Pontuação: 14 Migrantes Pontuação: 5 | Sentimento 0.0
DATA: 2017-02-21 | Jornal Público
SUMÁRIO: Pelo menos 4579 refugiados e migrantes morreram em 2016 na rota do Mediterrâneo entre aquele país árabe e a Itália.
TEXTO: O Crescente Vermelho da Líbia recuperou 74 corpos de refugiados e migrantes que deram à costa na cidade de Zawiya, no Mediterrâneo. A organização publicou fotografias no Twitter nas quais se vê uma longa fila de corpos alinhados na areia, dentro de sacos brancos e negros. O porta-voz do Crescente Vermelho daquele país árabe, Mohammed al-Mistari, diz à Associated Press que as circunstâncias de mais este naufrágio ainda não são claras. Os corpos deram à costa durante a noite, mas ainda não foi possível encontrar nenhum rasto do barco em que se pensa que estariam. Segundo Misrati, as autoridades locais vão começar a levar os corpos para um cemitério destinado a pessoas não identificadas na capital, Trípoli. O número de mortes de refugiados que tentam chegar à Europa através da rota entre a Líbia e a Itália está a atingir níveis sem precedentes. Este ano, sem contar com as vítimas desta terça-feira, já morreram pelo menos 230 pessoas, dizem as Nações Unidas. Ao longo de 2016, morreram pelo menos 4579 pessoas afogadas nesta zona do Mediterrâneo, um valor-recorde, de acordo com o Alto Comissariado da ONU para os Refugiados — sabe-se que muitas pessoas nunca chegam a ser encontradas, pelo que o número será ainda maior. No ano anterior, tinham sido contabilizadas 2869 mortes; em 2014, 3161. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. Esta rota usada por redes de contrabandistas voltou a ser muito procurada no ano passado por causa do controverso acordo entre a União Europeia e a Turquia para travar a vinda para a Europa de refugiados sírios e iraquianos a partir das costas turcas — desde Março que as autoridades de Ancara apertaram a vigilância nas praias. No início deste mês, os líderes europeus debateram um plano idêntico ao que envolve a Turquia para a Líbia. Na prática, a lógica é a mesma: oferecer dinheiro ao Governo para que este impeça as pessoas de chegar aos barcos e tentar cruzar o Mediterrâneo. Mas este plano é ainda mais polémico, já que a Líbia vive uma guerra civil e os dirigentes apoiados pela ONU têm muito pouco controlo num país dividido entre milícias de senhores da guerra e terroristas.
REFERÊNCIAS:
Entidades ONU
Portugal é um dos países que mais recusam asilo: 64% dos pedidos rejeitados
País é um dos sete que que mais pedidos recusam, mas a presidente do Conselho Português para os Refugiados explica que isso se deve ao número de pedidos espontâneos feitos na fronteira. (...)

Portugal é um dos países que mais recusam asilo: 64% dos pedidos rejeitados
MINORIA(S): Refugiados Pontuação: 14 Migrantes Pontuação: 5 | Sentimento 0.5
DATA: 2018-06-20 | Jornal Público
SUMÁRIO: País é um dos sete que que mais pedidos recusam, mas a presidente do Conselho Português para os Refugiados explica que isso se deve ao número de pedidos espontâneos feitos na fronteira.
TEXTO: Portugal recusou em 2017 mais de metade dos pedidos de asilo que concedem o estatuto de refugiado a quem foge da guerra ou de infracções aos direitos humanos, avança nesta quarta-feira o Jornal de Notícias (JN). Ao todo, foram negados 64% dos 1749 pedidos feitos, segundo dados de um relatório do Conselho Português para os Refugiados (CPR) que agrega dados do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF). Além de Portugal, os países europeus com mais pedidos recusados são a Polónia, a França, a Hungria, a Croácia, o Reino Unido e a Bulgária. Na União Europeia, os pedidos de asilo caíram 44% face ao ano anterior. Como explica a presidente do CPR, Teresa Tito de Morais, as recusas correspondem a pedidos espontâneos, por norma apresentados à entrada em Portugal; muitos destes requerentes não reúnem ainda as condições exigidas, já que não estão a ser perseguidos no país de origem (ainda que possam ser considerados migrantes económicos). As pessoas vindas ao abrigo de acordos internacionais têm lugar garantido, adianta a responsável. Quando o pedido é negado, o candidato a asilo pode recorrer da decisão – e passa a ser acompanhado pela Santa Casa da Misericórdia de Lisboa. A instituição refere que acompanha actualmente 405 pessoas; nos últimos cinco anos, apoiou 818 pessoas à espera de resposta, refere o JN. “A resposta não está a ser dada com a celeridade necessária, estamos numa situação muito difícil”, lamenta Teresa Tito de Morais. Em 20217 foram atribuídos 500 estatutos de protecção internacional, mais 129 do que em 2016.
REFERÊNCIAS:
Entidades SEF
Cruz Vermelha na Europa pede políticas migratórias responsáveis
O apelo conjunto, assinado por mais de 20 representantes de sociedades nacionais da Cruz Vermelha na Europa, surge no dia em que é assinalado o Dia Mundial do Refugiado. (...)

Cruz Vermelha na Europa pede políticas migratórias responsáveis
MINORIA(S): Refugiados Pontuação: 14 Migrantes Pontuação: 5 | Sentimento 0.066
DATA: 2018-06-20 | Jornal Público
SUMÁRIO: O apelo conjunto, assinado por mais de 20 representantes de sociedades nacionais da Cruz Vermelha na Europa, surge no dia em que é assinalado o Dia Mundial do Refugiado.
TEXTO: Os presidentes das sociedades nacionais da Cruz Vermelha de toda a Europa, incluindo de Portugal, uniram hoje vozes para apelar a uma reforma profunda de uma política migratória europeia "sustentável e responsável" e a uma maior consciencialização da sociedade. O apelo conjunto, assinado por mais de 20 representantes de sociedades nacionais da Cruz Vermelha na Europa, surge no dia em que é assinalado o Dia Mundial do Refugiado, data que foi instituída em Dezembro de 2000 pela Assembleia-Geral das Nações Unidas. "Dia após dia, o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) conta o número de pessoas mortas, afogadas no mar, tentando alcançar a costa da Europa. Periodicamente, algumas fotos despertam a nossa consciência, mas frequentemente estas vidas humanas chegam ao fim, sob a indiferença geral", destacou o texto, divulgado um dia depois da ONU ter informado que em 2017 foi ultrapassado um novo recorde, pelo quinto ano consecutivo, do número de deslocados e de refugiados no mundo: 68, 5 milhões de pessoas. Perante tal cenário, a Cruz Vermelha e a sua federada Crescente Vermelho afirmaram que os Estados democráticos têm o direito de regular a presença de migrantes no seu território, observando, porém, que tal "tem de ser feito no respeito pelo direito internacional e legislação nacional, que protegem os direitos e a dignidade das pessoas, nomeadamente o direito de viver com a respectiva família, sem qualquer estigmatização e discurso xenófobo". "Seja qual for a situação, temos o dever de acolher todos os seres humanos com dignidade", frisou a mensagem, que apresenta alguns aspectos que devem ser assegurados na altura de abordar esta "questão complexa". Entre esses aspectos, está o acesso eficaz a um processo de asilo que examine de forma completa situações individuais frequentemente complexas, o respeito pelo direito à reunião familiar ou o acesso à habitação que respeite os direitos e a dignidade de todos. "Um programa de integração efectiva deve seguir um acolhimento incondicional e uma justa decisão administrativa. Esta eficácia baseia-se num equilíbrio adequado entre direitos e deveres", salientou o apelo, frisando ainda que para alcançar uma integração bem-sucedida "a sociedade como um todo tem de estar mobilizada". "As autoridades públicas, os funcionários e voluntários de organizações da sociedade civil têm um papel importante a desempenhar, mas todos os cidadãos podem participar. Só através deste espírito de solidariedade será possível reduzir os receios, construir confiança, incentivar a compreensão mútua, (. . . ) e beneficiar da contribuição económica e social" dos migrantes e refugiados, prosseguiu o documento assinado, entre outros, pelo presidente da Cruz Vermelha Portugal, Francisco George. Numa referência concreta à Europa, os responsáveis recordam que a migração "é um fenómeno global e sustentável e não uma crise temporária e europeia". Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. "A Europa deve desempenhar um papel central na coordenação das políticas de migração, mas é ao nível mundial que temos de demonstrar criatividade social e trabalhar incansavelmente pelo respeito da dignidade humana, do direito internacional e contra as causas da migração forçada: pobreza, desigualdade, destruição ambiental e todos os tipos de violência", concluiu o documento. Segundo os números avançados pelo ACNUR na terça-feira, a cada dois segundos no mundo uma pessoa é forçada a deslocar-se por causa de guerras e conflitos, outras formas de violência e perseguições. O Dia Mundial do Refugiado é assinalado este ano num momento em que a comunidade internacional, sob os auspícios das Nações Unidas, está em negociações para tentar formalizar, até finais de 2018, um pacto global para os refugiados e para uma migração segura, regular e ordenada.
REFERÊNCIAS:
Entidades ONU
Papa culpa "retórica populista" pelo medo dos imigrantes
Sem referir nenhum país em particular, o Papa Francisco citou a Declaração de Independência dos EUA ao defender imigrantes e refugiados. (...)

Papa culpa "retórica populista" pelo medo dos imigrantes
MINORIA(S): Refugiados Pontuação: 14 Migrantes Pontuação: 21 | Sentimento 0.0
DATA: 2017-02-21 | Jornal Público
SUMÁRIO: Sem referir nenhum país em particular, o Papa Francisco citou a Declaração de Independência dos EUA ao defender imigrantes e refugiados.
TEXTO: O Papa Francisco pediu, esta terça-feira, uma mudança radical nas atitudes em relação aos imigrantes, afirmando que deviam ser acolhidos com dignidade e denunciando a “retórica populista” que está a alimentar o medo e o egoísmo nos países ricos. Francisco, um defensor dos imigrantes desde que iniciou funções em 2013, não visou nenhum país em específico nas suas críticas. No entanto, as suas palavras ganham relevância nos EUA, onde os tribunais bloquearam uma ordem executiva do Presidente Donald Trump, que suspendia as chegadas de pessoas de sete países de maioria muçulmana. E também na Europa, que enfrenta a chegada em massa de mais de 1, 3 milhões de migrantes e refugiados desde o início de 2015. O líder máximo da Igreja Católica defendeu que os imigrantes não devem ser rejeitados como "rivais indignos". Pelo contrário, devem receber “umas boas-vindas responsáveis e dignas”, particularmente aqueles que fogem da guerra, disse o pontífice num longo discurso aos participantes de uma conferência sobre migração, em Roma. “Perante este tipo de rejeição, enraizada em última instância no egocentrismo e amplificada pela retórica populista, é necessário mudar de atitude, para ultrapassar a indiferença e contrariar o medo através de uma abordagem generosa de acolhimento aos que batem às nossas portas”, disse. Os partidos populistas anti-imigrantes estão a ganhar terreno em vários países europeus, incluindo Itália, França e Holanda, onde o político anti-islâmico Geert Wilders lançou, no sábado, uma campanha para as eleições do próximo mês com a promessa de reprimir a “escória marroquina”. “Para aqueles que fogem de conflitos e perseguições terríveis, que muitas vezes são presos em organizações criminosas sem escrúpulos, precisamos de abrir canais humanitários acessíveis e seguros", disse o Papa. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. Os países têm o “imperativo moral” de ajudar os exilados, as pessoas que procuram asilo, os trabalhadores migrantes, as vítimas de tráfico humano e até os migrantes em “situação irregular”, acrescentou, numa referência a imigrantes sem documentos. Várias cidades norte-americanas apresentaram acções judiciais que desafiam a ordem executiva de Trump, estabelecendo-se como santuários para imigrantes ilegais. O Governo federal, por ordem de Trump, ameaça cortar os fundos públicos para estas cidades como medida punitiva. O Papa Francisco citou ainda a Declaração de Independência norte-americana, dizendo que todos os migrantes têm “direitos inalienáveis”. "A defesa dos seus direitos inalienáveis, a garantia as suas liberdades fundamentais e o respeito da sua dignidade são deveres que ninguém pode ignorar”, disse.
REFERÊNCIAS:
Entidades EUA
Migrações: a extrema-direita não passará !
Não nos enganemos, o debate não é sobre imigrantes e refugiados. O que está em causa é a União Europeia, são os direitos fundamentais da UE e os que defendem a democracia iliberal, como Orbán e Trump. (...)

Migrações: a extrema-direita não passará !
MINORIA(S): Refugiados Pontuação: 14 Migrantes Pontuação: 14 | Sentimento 0.116
DATA: 2018-09-17 | Jornal Público
SUMÁRIO: Não nos enganemos, o debate não é sobre imigrantes e refugiados. O que está em causa é a União Europeia, são os direitos fundamentais da UE e os que defendem a democracia iliberal, como Orbán e Trump.
TEXTO: Em 2018, já morreram mais de mil pessoas na travessia do Mediterrâneo. Desde 1993, segundo o jornal The Guardian, 34 mil pessoas morreram a tentar chegar à Europa. No preciso momento em que o Conselho Europeu se reunia, um pequeno barco de borracha com 120 migrantes a bordo, ia ao fundo, matando 100 pessoas. A Organização Internacional das Migrações denunciou que a Argélia tinha expulsado e abandonado no deserto do Sara mais de 13 mil migrantes, muito do quais morreram (e recordemos as recentes revelações de que nos campos de retenção de migrantes na Líbia se pratica a escravatura). Seria um sonho que os dirigentes europeus se tivessem reunido para criar um sistema que acabasse com a tragédia humanitária, que debelasse a cumplicidade europeia e tomasse medidas contra os Estados que não têm cumprido as decisões europeias em matéria de solidariedade no acolhimento de refugiados, como a Hungria ou a Polónia, que apoiasse os esforços das ONG que salvam vidas em operações de socorro naval no Mediterrâneo. Pelo contrário, porém, a agenda foi marcada pelas exigências da extrema-direita italiana anti-imigrantes e seus aliados da CSU alemã. As conclusões do Conselho são um plano, condenado ao fracasso, para por termo aos “fluxos migratórios”, abrangendo todas as rotas, “existentes e potenciais”, em cooperação com os "países de origem e de trânsito” – leia-se Líbia, um Estado dominado por milícias armadas, e os do Magrebe, nomeadamente Marrocos – e sobretudo a Turquia. Apela-se aos navios de socorro das ONG para que não criem dificuldades às “operações da guarda-costeira líbia”. O Conselho destaca o reforço dos meios financeiros no domínio da segurança interna, concentrados na protecção das fronteiras. No que diz respeito à solidariedade entre países europeus, nomeadamente com a Itália e a Grécia, que recebem a maioria dos refugiados, não foi reafirmado o sistema obrigatório de quotas, mas afirmado que a relocalização e reinstalação funcionam “numa base voluntária”. A questão dos controversos centros de retenção, na Europa ou no Sul do Mediterrâneo - já se viu o horror que podem ser na Líbia - ficou aberta à iniciativa dos Estados. No fim do Conselho Europeu, ouvimos os líderes da extrema-direita, como Viktor Orbán, declararem vitória. E esta é a mais perturbante conclusão que se pode tirar deste Conselho – pela primeira vez, a extrema-direita deixou de ser uma força sem peso real, na defensiva, nas instituições de decisão da União, para ser uma força na ofensiva, capaz de obrigar os outros Estados a responder à sua agenda. A extrema-direita já não é uma força marginal, uma espécie de eterna derrotada à última hora. Ter em Itália um Governo populista, em que o homem forte parece ser o líder da Liga, Matteo Salvini, tornou a extrema-direita incontornável. Foi Salvini que voltou a colocar as questões dos refugiados e das migrações no centro da política europeia – mesmo quando os fluxos estão em decréscimo, longe do pico de 2015. Começou por recusar a obrigação de ajuda humanitária do direito do mar, forçando o Aquarius a navegar em mar alto até ser recebido em Espanha. Depois, organizou um encontro com o seu congénere da extrema-direita, o ministro do Interior austríaco, a que se juntou o ministro do Interior alemão, Horst Seehofer, da CSU (que ameaça Merkel, líder do seu governo). Esta coligação reaccionária teve o apoio dos governos da Europa Central, Polónia, Hungria, República Checa e Eslováquia. A realização do Conselho Europeu é em si mesmo uma vitória para os populistas italianos, mesmo que não tenham conseguido a distribuição pela União dos refugiados que chegam a Itália. Se, no essencial, tudo ficou na mesma, a verdade é que os portos italianos continuam fechados e foram criados obstáculos às acções de salvamento das ONG. Não nos enganemos, o debate não é sobre imigrantes e refugiados. O que está em causa é a União Europeia, são os direitos fundamentais, é o debate entre uma visão da Europa e do mundo centrada nos valores fundamentais da União e os que defendem o que chamam de democracia iliberal, como Orbán e o seu protector Trump. A extrema-direita (e a sua xenofobia) pode ser vencida, mas para isso é preciso que os líderes políticos que defendem o estado de direito sejam coerentes na defesa dos seus valores. Macron e Merkel, que procuram organizar a frente antipopulista na União, não têm, hoje, uma posição coerente na questão das migrações. Os países europeus onde os populistas não estão no poder devem começar por assumir que não são as migrações que favorecem o crescimento da extrema-direita – veja-se a sua força em países com poucos ou nenhuns migrantes, como a Hungria ou a República Checa. Segundo, que a obsessão com o controlo dos fluxos migratórios está condenada ao fracasso e só serve para alimentar a demagogia da extrema-direita. Terceiro, que é possível criar vias legais de imigração, correspondendo à efectiva necessidade europeia de migrantes, fruto do envelhecimento da população. Quarto, e mais difícil, assumir um direito internacional à livre circulação, mesmo que, obviamente, deixando aos Estados capacidades para a limitar, de acordo com as suas prioridades. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. Quinto, é necessário reformar os acordos de Dublin e federalizar a política de asilo, criando uma fronteira comum exterior entre os países da União que resistem à extrema-direita. Acima de tudo, é fundamental abandonar todo o discurso securitário sobre migrações, e optar por uma perspectiva que realce os valores da humanidade comum. Fundador do Fórum Demos
REFERÊNCIAS:
Partidos LIVRE
Daesh reinvidicou atentado de Berlim, mas não se sabe quem foi o autor
Polícia libertou o suspeito detido por falta de provas. Refugiados na Alemanha temem represálias, por causa do clima de suspeição. (...)

Daesh reinvidicou atentado de Berlim, mas não se sabe quem foi o autor
MINORIA(S): Refugiados Pontuação: 14 | Sentimento -0.1
DATA: 2016-12-30 | Jornal Público
URL: https://arquivo.pt/wayback/20161230080341/https://www.publico.pt/1755585
SUMÁRIO: Polícia libertou o suspeito detido por falta de provas. Refugiados na Alemanha temem represálias, por causa do clima de suspeição.
TEXTO: Dor e interrogações. Foi assim que Berlim ficou, 24 horas depois de um camião ter avançado sobre um mercado de Natal, esmagando quem apanhou pela frente – pelo menos 12 pessoas morreram, 48 ficaram feridas, 14 delas com gravidade. A polícia alemã teve de libertar o único suspeito detido, um refugiado paquistanês, por falta de provas. O verdadeiro autor do atentado, que foi reclamado pelo Daesh, está ainda à solta. Naved B. , de 23 anos, foi capturado pouco depois de o camião ter investido contra o mercado de Natal da praça Breitscheid, junto à igreja memorial Kaiser Wilhelm, meio em ruína desde a II Guerra Mundial, tal como a deixaram os bombardeamentos dos Aliados, para recordar esses tempos de cólera. Mas a polícia admitiu desde cedo que podia não ter o homem certo – que, aliás, dizia ser inocente. As testemunhas que tinham visto o condutor sair do camião afinal não o tinham mantido sempre debaixo de olho. E, diz a revista Spiegel, uma vez que a polícia está a considerar que o condutor polaco do camião foi morto a tiro, esperava encontrar vestígios de pólvora na roupa ou nas mãos do suspeito – o que não se verificou. “As análises forenses até agora não provaram a presença do suspeito durante os crimes na cabina do camião”, disse o Procurador Federal, em comunicado. Ao fim do dia, a agência de propaganda do Daesh reivindicou o ataque. O autor “é um soldado do Estado Islâmico e executou a operação em resposta aos apelos de escolher alvos nos países da coligação” que combate a organização no Iraque e na Síria. No entanto, parece tratar-se de uma reivindicação oportunista e não de um atentado organizado pelo Daesh. Por toda a Europa, a segurança foi reforçada nos típicos mercados de Natal, e nos locais onde se juntam muitas pessoas. “Mas não se podem transformar estes mercados em fortalezas”, disse Klaus Kandt, o dirigente máximo da polícia estadual berlinense. “Nunca conseguiremos eliminar completamente o risco. ”O condutor polaco do camião chegou à capital alemã e falou com a sua mulher pelas 15h de segunda-feira, segundo revelam os dados do GPS, disse o seu primo e proprietário da empresa para a qual trabalhava, Ariel Zurawski. “Às 15h45 pode-se ver o camião a andar para trás e para a frente, como se alguém estivesse a aprender a conduzi-lo. Percebi que havia alguma coisa errada”, disse, citado pela Reuters. Se se confirmasse que um refugiado recente – Naved B. tinha chegado à Alemanha no fim do ano de 2015 – era o autor do atentado, ia acontecer algo muito feio, avisou a chanceler alemã. “Seria algo particularmente difícil de suportar para nós”, afirmou Angela Merkel. “Seria especialmente repugnante para muitos alemães que diariamente se envolvem na ajuda aos refugiados, e contra as muitas pessoas que precisam mesmo da nossa protecção e tentam integrar-se no nosso país”, declarou a chanceler, que ao fim do dia se juntou à missa em memória das vítimas, na igreja de Kaiser Wilhelm, junto ao local do atentado. O ministro do Interior, Thomas de Maiziére, reiterou à televisão ZDF a convicção de que se trata de um atentado terrorista – mas não é possível ainda compreender quais as suas motivações políticas. Aliás, o mesmo aconteceu com o ataque de Nice, em que o então ministro do Interior francês, Bernard Cazeneuve, disse que o homem que matou 86 pessoas com um camião, que tinha alguns problemas de saúde mental, se radicalizou de forma “extremamente rápida”. O receio é o de que este ataque marque o momento decisivo da viragem da política de “boas vindas” alemã em relação aos refugiados – ainda que o suspeito tenha sido libertado. “Se o culpado for um refugiado, a política de ‘portas abertas’ de Merkel terá uma mudança decisiva”, escreveu no Guardian Josef Joffe, director do semanário alemão Die Zeit. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. Em 2015, cerca de 800 mil refugiados do Médio Oriente entraram na Alemanha, graças a um gesto de boa vontade com origem no passado negro do país – “um acto de redenção histórica” do nazismo, chama-lhe Joffe. Mas esse desejo de expiação começa a fraquejar, e começam a ser impostos limites, que tendem a agravar-se com os receios do terrorismo. “A Alemanha, que até agora tem tido sorte, juntou-se agora ao clube de alvos do terrorismo no Ocidente”, escreveu o director do Die Zeit. Os refugiados na Alemanha percebem que correm perigo, pelo ódio que este ataque está já a suscitar, nas redes sociais e não só. Por exemplo, um grupo de extrema-direita quer fazer uma manifestação quarta-feira a começar no Zoo, perto do local do atentado, sob o lema "Fechem as fronteiras – sangue nas mãos de Merkel", diz o jornal Berliner Zeitung. “Estamos preocupados com a forma como os alemães vão olhar para nós depois deste atentado”, disse ao Guardian Ibrahim Sufi, um sírio de 26 anos. “Não temos nada a ver com este crime”, disse Ammar Wazzaz, outro refugiado sírio, de 45 anos, de Idlib. “Estamos muito gratos à Alemanha. ”
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave crime guerra ataque mulher ajuda negro homem refugiado morto
Os três sírios que levaram à captura do homem mais procurado da Alemanha
A chanceler alemã agradeceu aos refugiados graças a quem o suspeito de preparar um atentado terrorista - também sírio - foi detido. (...)

Os três sírios que levaram à captura do homem mais procurado da Alemanha
MINORIA(S): Refugiados Pontuação: 14 | Sentimento 0.5
DATA: 2016-12-29 | Jornal Público
URL: https://arquivo.pt/wayback/20161229081822/https://www.publico.pt/1746994
SUMÁRIO: A chanceler alemã agradeceu aos refugiados graças a quem o suspeito de preparar um atentado terrorista - também sírio - foi detido.
TEXTO: A polícia alemã deteve na segunda-feira à noite um sírio suspeito de preparar um atentado. As autoridades foram dando aos poucos informações de como chegaram a ele, primeiro dizendo que o alerta tinha sido dado por outro sírio. O que não disseram logo foi que este sírio, e os seus companheiros de casa, imobilizaram o suspeito, amarraram-no, fotografaram-no e foram depois até à esquadra de polícia mais próxima. A imprensa alemã destacava o papel destes heróis na detenção de Jaber Albakr, de 22 anos. Os três homens não foram nomeados, nem fotografados, por preocupações com a sua segurança. Albakr escapara à polícia quando esta chegou ao seu apartamento na cidade de Chemnitz, no Leste da Alemanha, no sábado. O sírio não estava em casa; mas havia 1, 5 quilos de explosivos, do mesmo tipo dos que foram usados nos atentados de Paris e Bruxelas. As autoridades puseram em marcha uma “caça ao homem”. Segunda-feira, Albakr pediu ajuda a dois compatriotas que encontrou na estação de comboios de Leipzig, dizendo-lhes que precisava de um sítio onde ficar. Estes deram-lhe guarida mas entretanto aperceberam-se de um aviso da polícia pelo Facebook sobre o suspeito procurado. Reconheceram o seu hóspede. E decidiram agir. “Uma testemunha veio à polícia e disse que tinha reconhecido Albakr”, contou o chefe da polícia estatal da Saxónia, Jörg Michaelis, falando de um dos três sírios. “E tinha uma fotografia de Albakr” – amarrado, no sofá da sala do seu apartamento. Uma unidade da polícia foi rapidamente ao local, e o suspeito, bem seguro por um dos ocupantes do apartamento, foi finalmente detido. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. As autoridades dizem que o cinto de explosivos encontrado no apartamento de Albakr em Chemnitz estava quase pronto, e era tão volátil que foi detonado num buraco no quintal nas traseiras do prédio – era demasiado perigoso transportá-lo. Também falam em sinais de ligação ao Daesh, o grupo que se autodenomina Estado Isâmico. A chanceler alemã, Angela Merkel, agradeceu a coragem dos refugiados sírios que imobilizaram o suspeito e sublinhou a sua “forte responsabilidade”. A imprensa alemã comenta como a discussão polarizada sobre os refugiados - podem atacar o país? fogem do mesmo terror que agora ataca a Europa? - se tornou o mais concreta possível: um sírio que entrou no país com planos de ataque (Albakr chega à Alemanha em Fevereiro de 2015, portanto antes do maior número de chegadas do Outono), que foi detido graças a três sírios que arriscaram imobilizá-lo, amarrá-lo e retê-lo até à chegada da polícia.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave homens ataque ajuda homem