Afeganistão vai a votos... apesar de tudo
Violência deverá manter muitos eleitores afastados das mesas de voto. E ninguém garante que fraudes de 2009 não voltem a repetir-se. (...)

Afeganistão vai a votos... apesar de tudo
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2010-09-18 | Jornal Público
SUMÁRIO: Violência deverá manter muitos eleitores afastados das mesas de voto. E ninguém garante que fraudes de 2009 não voltem a repetir-se.
TEXTO: Bilal Ahmad, de 25 anos, decidiu que não vai votar. "Quem é que se atreve? O Governo não nos consegue proteger", lamentou o jovem de Kandahar, contando que um funcionário eleitoral foi sequestrado pelos taliban e enforcado numa árvore do vale de Arghandab, nos arredores da grande cidade do Sul do Afeganistão. Malik Nazir Gul queria votar, mas hoje não vai percorrer a hora de caminho até à cidade mais próxima. Ele e outros anciãos da aldeia de Sarkand, na fronteira com o Paquistão, até se ofereceram para guardar a mesa de voto, mas a Comissão Eleitoral decidiu que não era seguro levar a urna até ali. No dia em que o Afeganistão elege, apenas pela segunda vez, o seu Parlamento por sufrágio universal, histórias como as de Ahmad e Gul, contadas pela AFP e o Washington Post, repetem-se aos milhares pelo país. Sobretudo no Sul e Leste, terreno que é ainda dos taliban, mas também no Norte, em regiões até há pouco tempo consideradas seguras. Tal como no ano passado, os fundamentalistas puseram em marcha uma campanha de intimidação e prometeram atacar sem clemência a votação. "O emirado islâmico tomou determinadas medidas para fazer fracassar este processo americano", anunciou Zabihullah Mujahid, que se diz porta-voz do comando taliban. Ameaças que não são vãs. As presidenciais de 2009 foram o dia com mais ataques dos últimos anos e a violência não parou de aumentar desde então - 2010 prepara-se para ser o ano com mais baixas civis e militares desde a queda dos taliban. Uma violência que muitos dos mais de 2500 candidatos sentiram de perto. A Fundação para as Eleições Livres no Afeganistão (FEFA), principal grupo de observadores locais, contabilizou centenas de incidentes, quatro candidatos mortos e dezenas de outros forçados a desistir. Em muitas províncias, não houve comícios, apenas pequenas reuniões em casas particulares. "Não podíamos ter pior altura para tentar conseguir um bom resultado", admitiu à AFP Staffan di Mistura, o alto-representante da ONU no Afeganistão, para quem a simples realização do escrutínio é "já um milagre". A ONU é a primeira a admitir que o dia de hoje será violento. Esta semana retirou do Afeganistão 300 funcionários (um terço do seu staff internacional) e deu ordens aos que ficaram e não estão directamente envolvidos nas eleições para não saírem de casa até segunda-feira. "Não é uma evacuação [. . . ], mas seria ingénuo não tomar precauções, uma vez que somos um dos alvos", disse ao Guardian. Outras organizações seguiram-lhe o exemplo, optando por reduzir ou mesmo abdicar de enviar observadores, engrossando os receios de que se voltará a repetir o fiasco das presidenciais, manchadas por fraudes maciças. A ONU e sobretudo o Governo afegão insistem que no último ano foram feitos vários progressos, mas as expectativas são muito baixas. Avanços e recuos"Vai haver muitas fraudes nestas e noutras eleições, se Alá assim quiser", ironizou o juiz sul-africano Johann Kriegler, um dos dois estrangeiros que integram a Comissão de Queixas Eleitorais (ECC), que tem por missão avaliar as queixas. "Não acreditamos que esta seja uma eleição justa e transparente. Acreditamos que será apenas uma eleição aceitável", disse ao Washington Post Haroun Mir, director do Centro de Investigação e Estudos Políticos do Afeganistão, um think tank habitualmente crítico de Karzai. Vários diplomatas ocidentais admitem que há problemas, mas argumentam que, se houver menos fraudes do que em 2009, será já um sucesso importante para o país - "Isto não é a Suíça", disse um deles ao LA Times. Um relatório divulgado em Agosto pelo inspector especial norte-americano para a Reconstrução do Afeganistão concluiu que a logística foi melhorada: a lista das mesas de voto foi conhecida com um mês de antecedência e foram adoptados procedimentos simples para dificultar as fraudes, como o de plastificar as folhas onde são escritos os resultados.
REFERÊNCIAS:
Entidades ONU
Cardeal diz que expansão do islão é uma questão "sensível"
O crescimento do islão em África é uma questão "sensível", considera o cardeal Peter Turkson, presidente do Conselho Pontifício Justiça e Paz, do Vaticano, desde o ano passado, e que esta semana participou em Fátima na Semana de Pastoral Social. Muitos muçulmanos "acham que têm um sistema perfeito, que não precisam de dialogar", disse o cardeal, respondendo a uma pergunta do PÚBLICO sobre os seus eventuais receios acerca do crescimento do islão. (...)

Cardeal diz que expansão do islão é uma questão "sensível"
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 2 | Sentimento 0.1
DATA: 2010-09-18 | Jornal Público
SUMÁRIO: O crescimento do islão em África é uma questão "sensível", considera o cardeal Peter Turkson, presidente do Conselho Pontifício Justiça e Paz, do Vaticano, desde o ano passado, e que esta semana participou em Fátima na Semana de Pastoral Social. Muitos muçulmanos "acham que têm um sistema perfeito, que não precisam de dialogar", disse o cardeal, respondendo a uma pergunta do PÚBLICO sobre os seus eventuais receios acerca do crescimento do islão.
TEXTO: Natural do Gana, onde nasceu em 1948, o cardeal Turkson diz que tem essa experiência pessoal em estruturas em que participa. "Pertenço a vários grupos de diálogo com muçulmanos; se os convidamos, eles vêm, mas acham que não levam nada de novo para a sua religião. "Peter Turkson verifica que "o islão está a crescer em todo o lado, não só em África". No continente africano, há "dois cenários", dependendo se o islão é minoritário ou maioritário. "Onde é minoria, não é fácil. Quando é maioria, é duro. Quando é metade, como na Nigéria, toda a gente quer estar como a maioria. Queremos confiar que podemos dialogar, mas depende do outro lado. " Na última semana, de passagem pela Áustria, o cardeal verificou que há várias mesquitas a ser construídas. "É o mesmo na França, na Holanda, na Inglaterra". Mas a Europa "não está a tomar a sério o factor demográfico", ao contrário dos muçulmanos. O Sudão é o exemplo da atitude expansionista de alguns, diz. "Os muçulmanos que ali vivem acham que o islão deve ser a religião de África e tentam alargar [a sua influência] a toda a África. Naturalmente, os cristãos não querem que assim aconteça e esperam que o islão esteja sempre aberto ao diálogo. "Sobre o referendo no Sudão, previsto para o início de 2011, o cardeal diz que "é difícil" fazer previsões. "A intenção do Governo de Cartum é clara", no sentido de impor um domínio "árabe e islâmico". "Se falar com pessoas do Sul do Sudão, querem ser independentes. Mas, a um certo ponto, a religião torna-se uma questão de recursos. E a questão do Darfur é também uma questão de petróleo. "O cardeal Turkson relativiza o número de conflitos em África - "há 54 países e conflitos em meia dúzia" - e diz que eles são de diferentes tipos: "Tribais ou étnicos como no Ruanda, religiosos como no Sudão, ou de recursos, como na Nigéria. O mais básico é o étnico. Quando estamos na Igreja, o nosso ser cristão tem que ultrapassar a nossa pertença étnica. Se não, não somos cristãos. "
REFERÊNCIAS:
Étnia Africano
Progressos salvam quatro milhões de crianças por ano mas ainda morrem 8,8 milhões
A mortalidade baixou de 100 para 72 mortes por cada mil nados-vivos. Ásia do Sul e a África subsariana mantêm taxas muito elevadas. (...)

Progressos salvam quatro milhões de crianças por ano mas ainda morrem 8,8 milhões
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2010-09-19 | Jornal Público
SUMÁRIO: A mortalidade baixou de 100 para 72 mortes por cada mil nados-vivos. Ásia do Sul e a África subsariana mantêm taxas muito elevadas.
TEXTO: Uma criança nascida num país pobre - por exemplo, na África Subsariana - tem dez vezes mais probabilidade de morrer do que outra criança nascida num país rico. Se, contra a geografia, aquela criança sobreviver, tem duas vezes menos probabilidades de receber tratamento contra a pneumonia ou contra a diarreia - duas das principais doenças que fazem com que 8, 8 milhões de crianças com menos de cinco anos continuem a morrer a cada ano que passa. Se, ainda assim, essa criança africana - por exemplo do Zimbabué - conseguir chegar aos cinco anos de idade, tem dois terços menos de probabilidade de frequentar uma escola primária do que se vivesse num país com recursos. Esta contabilidade, contida no relatório que a UNICEF divulgou no início deste mês, mostra que as metas fixadas pelas Nações Unidas continuam por cumprir, atendendo a que as crianças são transversais à quase totalidade dos oito Objectivos do Milénio. No tocante ao objectivo de, até 2015, reduzir em dois terços a mortalidade dos menores de cinco anos, o mesmo relatório sublinha que, entre 1990 e 2008, aquela taxa caiu 28 por cento - de 100 para 72 mortes por cada mil nados-vivos. Isto significa que há menos quatro milhões de crianças a morrer todos os anos, nas contas feitas ao PÚBLICO pela representante especial do secretário-geral da ONU para a área da Protecção da Criança (ver entrevista na pág. 6). Porém, na África Subsariana uma em cada sete crianças continua a morrer antes de completar os cinco anos e isso basta para mostrar que, dez anos depois do compromisso assumido pelas Nações Unidas, o mundo continua um lugar muito desigual. Entre os 67 países que apresentavam taxas de mortalidade infantil demasiado altas, apenas dez estão, actualmente, e ainda segundo a UNICEF, no bom caminho para atingir a meta definida. Os países da África Subsariana - que reúnem um quinto das crianças do mundo com menos de cinco anos - contribuem com quase metade para estas cifras. Apesar de terem conseguido baixar em 22 por cento aquela taxa de mortalidade, a altíssima fertilidade fez com que, em termos absolutos, as mortes tenham na realidade aumentado: de quatro milhões, em 1990, para 4, 4 milhões em 2008. A desnutrição e a falta de acesso a cuidados de saúde primários, bem como a água potável e saneamento, estão na origem da maioria destas mortes, das quais 43 por cento resultaram directamente de doenças como pneumonia, diarreia, malária e sida. Vacinação e desigualdadesMas, afinal, o que é que já foi feito? Na vacinação, a UNICEF aponta os progressos alcançados na luta contra o sarampo. Em África, em 2008, a vacinação contra aquela doença já cobriu 81 por cento daquele continente - 70 por cento em 2000. Contudo, nem mesmo aqui a vitória é definitiva. A UNICEF alerta que, se não houver dinheiro para financiar as campanhas de imunização, as doenças relacionadas com o sarampo poderão matar 1, 7 milhões de crianças entre 2010 e 2013. Pela positiva: o Egipto já alcançou a meta de reduzir em dois terços a mortalidade dos menores de cinco anos, muito à conta da vacinação contra o sarampo que cobriu 92 por cento daquele território. No Vietname, a imunização chegou a 90 por cento das crianças e grávidas e a taxa de mortalidade dos menores de cinco anos baixou de 56 mortes por cada mil nados-vivos, em 1990, para 14 mortes por cada mil nados-vivos em 2008. O Bangladesh lançou a maior campanha de vacinação de sempre contra o sarampo, tendo imunizado 33, 5 milhões de crianças entre os nove meses e os dez anos de idade, em apenas 20 dias.
REFERÊNCIAS:
Entidades ONU
Grandes doadores como Alemanha, França e Itália estão a falhar com os compromissos assumidos
A crise financeira e económica dos últimos dois anos afectou praticamente todo o mundo desenvolvido, mas foi sobretudo na Europa que a ajuda oficial do sector público ao desenvolvimento mais se ressentiu. (...)

Grandes doadores como Alemanha, França e Itália estão a falhar com os compromissos assumidos
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 2 | Sentimento 0.062
DATA: 2010-09-19 | Jornal Público
SUMÁRIO: A crise financeira e económica dos últimos dois anos afectou praticamente todo o mundo desenvolvido, mas foi sobretudo na Europa que a ajuda oficial do sector público ao desenvolvimento mais se ressentiu.
TEXTO: No ano passado, os países ricos falharam em 26, 1 mil milhões de dólares (cerca de 20 mil milhões de euros) com os compromissos que tinham assumido em 2005, na cimeira de Gleneagles. Este ano, a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCE) estima que as metas não sejam novamente atingidas, negando outros 17 a 20 mil milhões de dólares (13 a 15 mil milhões de euros) aos países pobres. Num relatório apresentado na semana passada, a Organização das Nações Unidas (ONU) alerta que este défice de fundos necessários ao combate à pobreza e melhoria da qualidade de vida está a pôr em causa a realização dos Objectivos de Desenvolvimento do Milénio. E deixa um apelo: os países ricos têm de recuperar o caminho perdido e aumentar a ajuda pública ao desenvolvimento (APD) em 35 mil milhões de dólares por ano até 2015, de modo a chegar a esse ano com um nível de 300 mil milhões. A crise económica mundial parece ser a principal responsável pela retracção dos fluxos de ajuda que, ainda assim, aumentaram quase 30 por cento entre 2004 e 2009. Na cimeira de Gleneagles, há cinco anos, os membros do G8 tinham-se comprometido com três metas para 2010: aumentar a APD em 50 mil milhões de dólares, duplicar a sua ajuda a África para igual valor e chegar a este ano com um valor mínimo de ajuda face ao Rendimento Nacional Bruto de 0, 51 por cento e, idealmente, 0, 56. Nenhuma destas metas será, contudo, atingida este ano. "Grandes doadores como a Alemanha, a França ou a Itália não estão a cumprir", disse ao PÚBLICO Iasmim Ahmad, que gere as bases de dados da APD na OCDE. A Alemanha, por exemplo, que já tinha descido a ajuda em 12 por cento no ano passado, volta este ano a ficar aquém das metas (ver gráficos à esquerda), enquanto a Itália é o país que sai pior na fotografia. Depois de, em 2009, ter já reduzido a ajuda em 31, 1 por cento, a nação governada por Silvio Berlusconi não deverá respeitar este ano nem metade dos compromissos assumidos. Portugal não escapa ao rol de países que não cumprem as metas, devendo destinar apenas 608 milhões de euros dos 912 milhões prometidos. Segundo Iasmim Ahmad, a África é a região mais prejudicada pela quebra das promessas de ajuda, já que dois dos maiores doadores do continente - a Alemanha e a França - não estão a cumprir com as metas estabelecidas. "O objectivo assumido em Gleneagles de duplicar a ajuda ao continente africano não será atingido este ano, havendo já actualmente um défice de 16 mil milhões de dólares", esclarece. De acordo com a responsável da OCDE, a crise económica internacional ajuda a explicar este défice na ajuda, mas não é a única causa. Aliás, quando refez as suas projecções da APD para este ano, a OCDE contabilizou já o impacto da crise na redução do Rendimento Nacional Bruto, ajustando, consequentemente, em quatro mil milhões de dólares o valor de ajuda que, em 2005, se previa que os países ricos dessem aos pobres este ano. Dos 130 mil milhões inicialmente previstos, passou-se a apontar para cerca de 126 mil milhões de APD. Contudo, desse bolo global, as nações pobres deverão receber apenas 108 mil milhões em 2010. "Embora a crise e a necessidade de consolidar as finanças públicas possam estar a levar alguns países europeus a limitar a ajuda, nem todos o estão a fazer, o que demonstra que está também em causa uma questão de vontade política", realça Iasmim Ahmad. É o caso, por exemplo, do Reino Unido, que, apesar de ter enfrentando uma recessão e ter lançado um rigoroso plano de contenção das finanças públicas, resolveu ir além das metas de ajuda traçadas para este ano, "roubando" inclusive à Alemanha o título de maior doador na Europa, em valor global de APD. Do mesmo modo, os Estados Unidos, a braços com uma recuperação débil e um desemprego-recorde, mantiveram o compromisso de ajuda de 24, 7 mil milhões de dólares, o que faz deste país o maior doador a nível mundial.
REFERÊNCIAS:
Entidades ONU OCDE
Sócrates em campanha na ONU
Ontem foi dia de encontros bilaterais para promover Portugal como "a melhor de todas as candidaturas". Brasil é aposta para membro permanente. (...)

Sócrates em campanha na ONU
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2010-09-25 | Jornal Público
SUMÁRIO: Ontem foi dia de encontros bilaterais para promover Portugal como "a melhor de todas as candidaturas". Brasil é aposta para membro permanente.
TEXTO: O primeiro-ministro, José Sócrates, tem "muita confiança" de que Portugal está bem posicionado para conquistar um lugar como membro não-permanente no Conselho de Segurança das Nações Unidas, apesar de concorrer com dois pesos-pesados, Canadá e Alemanha. São três candidatos para dois lugares, e um deles será eliminado na votação marcada para 12 de Outubro. Falando ontem aos jornalistas portugueses pela primeira vez desde que chegou a Nova Iorque para participar na Assembleia Geral das Nações Unidas, onde discursará hoje, José Sócrates explicava que a sua presença "ainda é mais importante" devido à candidatura de Portugal a um lugar no Conselho de Segurança. Ontem o primeiro-ministro esteve literalmente em campanha na sede da ONU, seguindo uma intensa agenda de encontros bilaterais para promover a candidatura portuguesa como "a melhor de todas as candidaturas". "Portugal tem uma posição na política internacional que favorece o diálogo, que acredita nas Nações Unidas, que acredita na participação dos outros países e não apenas no directório de alguns países", disse Sócrates aos jornalistas. "Tenho a certeza que obteremos muitos apoios que resultarão dessa simpatia natural, do papel facilitador que a diplomacia portuguesa sempre teve, no diálogo quer com África, quer com Ásia, quer com o Ocidente. "De manhã, Sócrates encontrou-se com chefes de Estado e de governo do Gabão, Sri Lanka, São Vicente e Granadinas - o voto de uma pequena ilha das Antilhas conta tanto quanto o de qualquer outro país-membro da NATO. Portugal sabe, por exemplo, que pode contar com o Brasil, e ontem o primeiro-ministro português mostrou que o Brasil pode contar com Portugal na sua ambição de vir a tornar-se membro permanente do Conselho de Segurança. "Somos a favor de uma nova representatividade nas Nações Unidas. As Nações Unidas têm de compreender que o mundo mudou aceleradamente nos últimos dez anos. Quanto mais tempo perdermos não oferecendo às Nações Unidas essa nova representatividade, menos legitimidade política será reconhecida às suas instituições. Apoiamos muito o Brasil, que é hoje uma das potências económicas e políticas da qual mais se espera. "José Sócrates também se mostrou optimista em relação aos apoios africanos. "Fomos o país que conseguiu fazer uma cimeira entre a União Africana e a União Europeia [em 2007], coisa que não se fazia há muitos anos. Isso gerou-nos naturalmente um prestígio na nossa relação com África. "Entre os pontos fortes da candidatura portuguesa, José Sócrates apontou "uma política externa muito aberta", "um grande relacionamento com todos os continentes, com todas as áreas políticas". O primeiro-ministro não quis antecipar o tema do discurso que irá apresentar hoje na Assembleia Geral das Nações Unidas, antes de voltar a Lisboa.
REFERÊNCIAS:
Entidades ONU NATO
Ex-presidente da Fundação Mandela vai responder em tribunal pelos "diamantes de sangue" de Naomi Campbell
O antigo presidente da Fundação Mandela para o Auxílio à Infância foi incriminado por ter mantido ilegalmente em seu poder os diamantes em bruto que lhe foram dados pela modelo Naomi Campbell. (...)

Ex-presidente da Fundação Mandela vai responder em tribunal pelos "diamantes de sangue" de Naomi Campbell
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2010-10-02 | Jornal Público
SUMÁRIO: O antigo presidente da Fundação Mandela para o Auxílio à Infância foi incriminado por ter mantido ilegalmente em seu poder os diamantes em bruto que lhe foram dados pela modelo Naomi Campbell.
TEXTO: Jeremy Ractliffe só reconheceu ter em seu poder aqueles diamantes (conhecidos como "diamantes de sangue" por terem sido extraídos em zonas de conflitos armados para financiar esforços de guerra) quando Naomi o referiu, em Agosto, durante o julgamento do antigo Presidente liberiano Charles Taylor. Depois de ter sido tornado público que era ele quem ficara com os polémicos diamantes provenientes da guerra civil na Serra Leoa, o presidente da Fundação Mandela para o Auxílio à Infância entregou-os à polícia e demitiu-se das funções que desempenhava à frente da instituição. Os procuradores disseram que os diamantes em bruto que Charles Taylor ofereceu a Naomi Campbell durante um jantar em casa do antigo Presidente Nelson Mandela - e que ela passou depois a Ratcliffe, depois de se ter consciencializado de que não poderia sair com eles da África do Sul - eram provenientes de um dos mais tenebrosos conflitos a que África assistiu na segunda metade do século passado. Taylor teria consigo estes diamantes porque fora aparentemente à África do Sul com o intuito de adquirir armas para que prosseguisse a guerra civil na Serra Leoa, da qual ele era um dos mentores. A justiça sul-africana acusou agora Jeremy Ractliffe ao abrigo de uma lei de 1956, que proíbe a particulares ter diamantes em seu poder antes de eles serem devidamente processados. O acusado terá de comparecer em tribunal no dia 27 de Outubro, para explicar como é que se prestou a ficar com as pedras preciosas que Taylor deu a Naomi Campbell. Durante o julgamento que está a decorrer em Haia, no Tribunal Especial das Nações Unidas para a Serra Leoa, Campbell afirmou ter recebido algumas "pedras de aspecto sujo" depois do jantar de caridade que teve lugar em 1997 na casa do então Presidente Mandela, onde também se encontravam Charles Taylor e a actriz norte-americana Mia Farrow. A modelo especificou que, pouco depois da refeição, dois homens não identificados apareceram a bater à porta do seu quarto para lhe entregar aquelas pedras e que não tinha provas de que eles fossem de Taylor. No entanto, Mia Farrow e outra participante no jantar contaram uma versão diferente: Naomi Campbell teria dito a pessoas da sua confiança que o Presidente liberiano lhe prometera durante o repasto que lhe iria enviar um presente. Na altura em que se demitiu da gestão da Fundação Nelson Mandela, Ractliffe contou que acabara por ficar com os diamantes porque Naomi poderia ter problemas se tentasse sair com eles do país. No entanto, teve o cuidado de acrescentar que não queria envolver a Fundação Mandela para o Auxílio à Infância em nada de ilegal. E por isso é que teria ficado ele próprio, a título individual, com tais pedras, extraídas pelos rebeldes que cometeram muitas atrocidades durante a guerra civil na Serra Leoa e que mantinham fortes laços com Charles Taylor. Uma das acusações feitas a Taylor é precisamente a de ter recorrido a "diamantes de sangue" para obter armas para os combatentes da Frente Revolucionária Unida, do seu pupilo Foday Sankoh, durante um conflito que se arrastou de 1991 a 2001 e que deixou profundas marcas em toda a África Ocidental.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave homens guerra lei tribunal ilegal
Portugal conseguiu mais votos do que há 14 anos
Os 150 votos que elegeram Portugal para o Conselho de Segurança excederam as expectativas do governo de Lisboa, que tinha, entre promessas de apoio escritas e verbais, menos do que o número final conseguido. (...)

Portugal conseguiu mais votos do que há 14 anos
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 2 | Sentimento 0.5
DATA: 2010-10-13 | Jornal Público
SUMÁRIO: Os 150 votos que elegeram Portugal para o Conselho de Segurança excederam as expectativas do governo de Lisboa, que tinha, entre promessas de apoio escritas e verbais, menos do que o número final conseguido.
TEXTO: O voto é secreto e por isso nunca saberemos quem votou em Portugal, mas o resultado final indica que muitos dos países que apoiaram a candidatura de Lisboa a este lugar há 14 anos voltaram a fazê-lo ontem e que o governo conseguiu expandir a sua base de apoio. Na eleição de 1996, Portugal teve 112 votos a favor na primeira volta e acabou por ganhar na segunda com 124 votos. Nessa altura, o continente africano votou “quase em bloco” e o mesmo aconteceu com os países árabes, escreveu meses mais tarde o embaixador João Quintela Paixão na revista “Política Internacional”. A candidatura de Lisboa teve ainda um “forte apoio” da América Latina, bem como da Europa Central e de Leste. Na Ásia houve “surpresas pela positiva”, especialmente no segundo escrutínio e o Grupo Ocidental, “paradoxalmente, foi onde não se obteve um resultado que, teoricamente, quanto mais não seja pelo dever de solidariedade, estaria ao nosso alcance”. Dos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança, Quintela Paixão diz que em 1996 Lisboa teve o voto da França, China e Rússia. Isto foi há 14 anos. Agora, vai ser necessário algum tempo para perceber, em conversas informais com diplomatas de todo o mundo, quem de facto votou em Portugal e pôr as trocas de apoio em marcha.
REFERÊNCIAS:
Étnia Africano Árabes
O que o Tea Party aprendeu com Obama (e está a usar contra ele)
A pergunta que Kate Zernicke, repórter do "New York Times" que acaba de lançar um livro sobre o movimento Tea Party, está sempre a ouvir é: "Quem são essas pessoas?" E a palavra "quem" costuma ser acentuada, como é habitual quando uma história desafia as leis da credulidade. (...)

O que o Tea Party aprendeu com Obama (e está a usar contra ele)
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2010-10-26 | Jornal Público
SUMÁRIO: A pergunta que Kate Zernicke, repórter do "New York Times" que acaba de lançar um livro sobre o movimento Tea Party, está sempre a ouvir é: "Quem são essas pessoas?" E a palavra "quem" costuma ser acentuada, como é habitual quando uma história desafia as leis da credulidade.
TEXTO: O Tea Party não é um partido. Não tem um líder. Não tem uma sede. E não foi levado a sério - até se tornar na força mais imprevisível do ciclo eleitoral que a América atravessa actualmente. Primeiro, porque derrotou os favoritos do Partido Republicano nas primárias de certos estados, impondo os seus próprios candidatos, alguns deles quase desconhecidos, como Christine O"Donnell, no Delaware. Segundo: algumas previsões antecipam ganhos significativos para o Tea Party nas eleições intercalares. De acordo com o "New York Times", 33 candidatos à Câmara dos Representantes apoiados pelo Tea Party estão em corridas ultracompetitivas ou que dão vantagem ao Partido Republicano. Oito podem chegar ao Senado. Para alguns analistas, qualquer que seja o resultado a 2 de Novembro, o Tea Party já ganhou. Conseguiu intimidar os dois principais partidos, mobilizar parte da população, evoluir de rebelde sem causa para a força política mais visível e analisada dos últimos meses. Sarah Palin, espécie de madrinha do movimento, disse que o Tea Party "é o futuro da política". Vieram para ficar?Da produção de livros aos media, definir o Tea Party tem sido uma obsessão americana. Foi comparado à beat generation e à banda rock dos anos 60 Grateful Dead. Desvalorizado como um clube para gente zangada. Denunciado como um movimento de racistas - ou é apenas coincidência terem aparecido quando há um Presidente negro na Casa Branca? -, homófobos, fanáticos, ultra-religiosos. São um fenómeno passageiro ou vieram para ficar?O Tea Party surgiu em reacção ao colapso da economia, a um Presidente e uma maioria no Congresso democratas, com uma ambiciosa agenda legislativa - as reformas do sistema de saúde e financeiro. "Em 1993-94, Bill Clinton também enfrentou enorme oposição quando tentou propor um novo sistema de saúde. Parece-me que a novidade, agora, é que os media conservadores têm uma estrutura muito forte", nota Kate Zernike, autora de "Boiling Mad: Inside Tea Party America". "A rádio e a televisão, em particular a Fox News, têm tido um papel central em propagar a mensagem do Tea Party. " E Glenn Beck é a Oprah do Tea Party. Segundo William Galston, anterior conselheiro político de Bill Clinton, o Tea Party é a última expressão de duas correntes que sempre existiram na cultura política americana: a desconfiança da concentração de poder, e o populismo ou antielitismo. A confiança dos americanos no Governo atingiu valores mínimos quase históricos, apesar de a administração Obama ter sido "extremamente activa" nos seus dois primeiros anos. Além disso, nota Galston, este tem sido um Governo de "elites certificadas". "Quantas vezes durante o derrame de petróleo no Golfo [do México] é que o Presidente Obama se referiu a Steven Chu como o seu secretário da Energia vencedor de um Prémio Nobel?"Para os membros do Tea Party, Washington é um lugar de corrupção, abuso de poder e interesses especiais. Por isso, têm privilegiado candidatos com pouca ou nenhuma experiência política. O movimento é diverso e descentralizado, com diferentes organizações nacionais e locais, algumas delas rivalizando entre si. Um inquérito feito pelo "Washington Post" a centenas destas organizações, divulgado na semana passada, mostra que existe pouco consenso entre os líderes dos vários grupos quanto aos temas que os preocupam. As causas mais unitárias são a redução da despesa pública e a limitação do intervencionismo do Governo.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave cultura concentração negro espécie abuso
Escândalos financeiros fazem EUA cair dos 20 países menos corruptos do mundo
Os Estados Unidos perderam a sua posição histórica na liga dos vinte países menos corruptos, com um ano manchado pelos escândalos financeiros e questionáveis financiamentos político-partidários, avalia a Transparency Internacional no relatório anual sobre corrupção global. (...)

Escândalos financeiros fazem EUA cair dos 20 países menos corruptos do mundo
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 2 | Sentimento -0.26
DATA: 2010-10-26 | Jornal Público
SUMÁRIO: Os Estados Unidos perderam a sua posição histórica na liga dos vinte países menos corruptos, com um ano manchado pelos escândalos financeiros e questionáveis financiamentos político-partidários, avalia a Transparency Internacional no relatório anual sobre corrupção global.
TEXTO: Já à beira do abismo no ano passado (19ª posição do ranking) os norte-americanos acabaram relegados agora para o 22º lugar, com uma pontuação que variou de 7, 5 para 7, 1 – numa classificação de zero a dez, com o valor mais baixo a indicar o mais elevado índice de corrupção. Esta é a mais baixa avaliação dos Estados Unidos nos 15 anos em que é feita a lista da Transparency Internacional, com base em estudos de instituições independentes, e também a primeira vez que Washington fica fora dos 20 menos corruptos do mundo. “Não é corrupção no sentido de violação da lei. Mas sim no sentido de que o sistema está corrompido por estas práticas e de que há um défice de integridade”, precisou a directora da organização nos Estados Unidos, Nancy Boswell, exemplificando com as práticas de empréstimos da crise do subprime, os esquemas financeiros do caso Bernard Madoff e a sequência de suspeitas a propósito dos financiamentos políticos. “Tudo isto corroeu a confiança pública na ética” nos Estados Unidos, concluiu. A Somália foi julgado o país mais corrupto (1, 1 pontos), seguido pela Birmânia e Afeganistão (ambos 1, 4) e o Iraque (1, 5). E, no extremo oposto – dos menos corruptos – foram avaliados a Dinamarca, Nova Zelândia e Singapura (ex-aequo com 9, 3 pontos), repetindo as posições obtidos no ano passado. A listagem da TI, que tem sede em Berlim, revela que quase três quartos dos 178 países do mundo estudados no índice são vistos como muito corruptos. “Isto demonstra que são necessários muito maiores esforços para fortalecer a boa governação no mundo”, é sublinhado em comunicado da presidente da organização, Huguette Labelle, a qual alerta que “demasiadas pessoas pobres e vulneráveis continuam a sofrer as consequências [da corrupção]”. A TI nota ainda que alguns países, como o Butão, o Chile, Equador, Macedónia, Gâmbia, Haiti, Jamaic, Koweit e Qatar melhoraram as suas classificações em relação a 2009. Mas, por outro lado, a percepção de corrupção aumentou significativamente em países como a República Checa, Grécia. Hungria, Itália, Madagáscar – e Estados Unidos. Entre os 36 países industrializados que assinaram a convenção anti-corrupção da OCDE, nota ainda aquela organização que pelo menos 20 demonstram “pouco ou nenhum entusiasmo” em fazer respeitar a legislação.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave lei violação
No comício de Jon Stewart, a América teve o seu momento zen
Quando Jon Stewart explicou o motivo que o levou a realizar um “comício” em Washington, no final de três horas de espectáculo, o público já tinha visto o seu comparsa Stephen Colbert atribuir uma medalha à T-shirt preta justa de Anderson Cooper, repórter-estrela da CNN, o robô da Guerra das Estrelas R2D2 falar em palco — ou seja, proferir uma série de bips — e o Peter Pan cantar. Mas faltavam dez minutos para acabar e o espectáculo estava a atingir, se não o seu momento zen, pelo menos o seu momento de sinceridade. (...)

No comício de Jon Stewart, a América teve o seu momento zen
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2010-10-31 | Jornal Público
SUMÁRIO: Quando Jon Stewart explicou o motivo que o levou a realizar um “comício” em Washington, no final de três horas de espectáculo, o público já tinha visto o seu comparsa Stephen Colbert atribuir uma medalha à T-shirt preta justa de Anderson Cooper, repórter-estrela da CNN, o robô da Guerra das Estrelas R2D2 falar em palco — ou seja, proferir uma série de bips — e o Peter Pan cantar. Mas faltavam dez minutos para acabar e o espectáculo estava a atingir, se não o seu momento zen, pelo menos o seu momento de sinceridade.
TEXTO: “Estou muito feliz por estarem aqui, apesar de alguns não saberem muito bem porquê”, começou Stewart. Mas foi o seu último suspiro de ironia. O que se seguiu foi um discurso que ecoou o que Barack Obama andou a fazer durante a campanha presidencial, tentando unificar uma América dividida. O humorista Jon Stewart, que entrevistou o Presidente americano na quarta-feira no seu programa, emergiu ontem como um conciliador nacional. “O que é que foi isto exactamente?”, perguntou. Não foi um comício para ridicularizar pessoas de fé, esclareceu, nem para olhar com snobismo para o país real, nem “para sugerir que os tempos não são difíceis e que não temos nada a recear”. Stewart referia-se aos activistas do Tea Party, o movimento de descontentamento popular e ultra-conservador. “Vivemos tempos difíceis, e não o fim dos tempos. E não temos de ser inimigos”, disse. A mensagem de Stewart, admirado e seguido pela esquerda americana, não se dirigia apenas, nem sobretudo, aos conservadores — os que alguns participantes se referiram como “o outro lado”. “Não ser capaz de distinguir entre racistas a sério e os membros do Tea Party é um insulto, não só para essas pessoas como para os racistas, que são incansáveis no esforço que é preciso para odiar. ” Ou ser incapaz de distinguir entre muçulmanos e terroristas. E, no entanto, Stewart sentia-se bem. Porque a imagem dos americanos reflectida pelo sistema político ou pelos media “é falsa”. Os americanos, disse, são gente trabalhadora, “pessoas que estão ligeiramente atrasadas para qualquer coisa que têm de fazer”. Para ilustrar o seu ponto de vista, os ecrãs gigantes mostraram imagens da fila de trânsito à entrada do túnel que liga New Jersey e Nova Iorque. Os americanos são pessoas que deixam o carro do lado avançar primeiro. O discurso de Stewart vai certamente tornar-se viral no YouTube, como aconteceu com os de Obama em 2008. Eles estiveram láÉ, então, isto um comício para quem não vai a comícios, o Woodstock da geração Facebook: um show de comédia ao vivo sem as gargalhadas de estúdio, convidados esotéricos, uma paródia do comício que Glenn Beck organizou há dois meses no mesmo local. Duzentas mil pessoas entupiram o National Mall, o parque cheio de imaculados símbolos nacionais — o Capitólio atrás do palco, o obelisco erigido em honra de George Washington, o Lincoln Memorial no outro extremo —, entupiram o metro de Washington, entupiram as redes de telemóvel. E, apesar da ironia dos cartazes que trouxeram — “Façam cerveja, não guerra”, “Se Obama é muçulmano, podemos ter as sextas livres?”, e das máscaras de Halloween, pareciam, na verdade, saber por que tinham vindo, mesmo antes de Jon Stewart explicar. “Há um livro chamado The Assault on Reason [O Ataque à Razão, de Al Gore]. Acho que isso resume tudo. A democracia está em risco. As ideologias estão ao rubro e esquecemo-nos da razão”, diz Murray Schmechel, 67 anos, do Nebraska. “Estou aqui porque esta assembleia diz: ‘Esperem um minuto’. ”Mary Johnson, contabilista, 53 anos, veio do Kentucky com o marido — são 10 horas de carro, mas eles levaram dois dias. “O estado da política no Kentucky é tão mau que na semana passada um homem pontapeou a cabeça de uma mulher num comício só por ela ter uma opinião diferente. ” A mulher, democrata, foi agredida por um apoiante de Rand Paul, o candidato ao Senado do Tea Party. “Isto é uma verdadeira afirmação política”, diz Mary, referindo-se ao comício. “É um apelo à razoabilidade. ”O casal Rob e Patricia Robson, 71 e 61 anos, veio da Califórnia. Queriam mostrar que apoiam “o lado mais silencioso”. O Tea Party, diz ele, “parece ter demasiada imprensa”. “É preciso mostrar que existem outros pontos de vista. ” Rob e Patrícia estão vestidos de Tio Sam e Estátua da Liberdade. Haverá republicanos no público? “É provável. Há muitos republicanos cansados do Tea Party”, diz Rob.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave guerra ataque mulher homem