Opinião de Hugo Daniel Sousa: Ubuntu, ou a superioridade negra
O continente mais amaldiçoado pela triste história da humanidade, da escravatura ao “apartheid”, recebeu finalmente um Mundial de futebol. E como foi? O que fica? Não há dúvidas na resposta. A África, em geral, e a África do Sul, em particular, têm muitas razões para estarem felizes e orgulhosas. Foi um sucesso. Não houve atentados, não houve caos nos aeroportos (excepto na meia-final Espanha-Alemanha), nem a tão falada criminalidade ofuscou a prova, comprovando-se que nos grandes eventos desportivos o nível de crime baixa. Ou seja, é mesmo possível realizar um (bom) Mundial em África. (...)

Opinião de Hugo Daniel Sousa: Ubuntu, ou a superioridade negra
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 2 | Sentimento -0.16
DATA: 2010-07-13 | Jornal Público
SUMÁRIO: O continente mais amaldiçoado pela triste história da humanidade, da escravatura ao “apartheid”, recebeu finalmente um Mundial de futebol. E como foi? O que fica? Não há dúvidas na resposta. A África, em geral, e a África do Sul, em particular, têm muitas razões para estarem felizes e orgulhosas. Foi um sucesso. Não houve atentados, não houve caos nos aeroportos (excepto na meia-final Espanha-Alemanha), nem a tão falada criminalidade ofuscou a prova, comprovando-se que nos grandes eventos desportivos o nível de crime baixa. Ou seja, é mesmo possível realizar um (bom) Mundial em África.
TEXTO: É claro que a África do Sul não é um país perfeito. Mais de metade dos sul-africanos seguiram o Mundial à distância, porque não tinham dinheiro para ir aos estádios. Mas nem por isso viraram as costas ao país ou ao desporto de que tanto gostam. Fizeram a festa nas ruas, nos cafés, até nas “townships”. A África do Sul é também um país ferido pelo passado e por diferenças que continuam a separar brancos e negros. O país de Mandela ainda não é um país pós-racial. Claro que há brancos e negros amigos, que dividem escritórios e se sentam juntos à mesa no café, mas tudo ainda parece muito dividido entre o branco que é patrão e o negro que é empregado. E as “townships”, essas tristes heranças do “apartheid”, continuam a existir. Mesmo assim, quem passou pela África do Sul neste mês só pode ter ficado bem impressionado. Com a beleza do país e a simpatia da população. Frank, Dorothy, Ryan, Chris, Ivan, Audrey, Andrew. São nomes de brancos e negros, proprietários e empregados, uns fãs de râguebi, outros de futebol. Nomes de gente simpática, capaz de traduzir na prática o conceito de “ubuntu”. Esta palavra africana, de origem difícil de explicar, significa “humanidade”. É apenas mais uma forma de qualificar a hospitalidade ou, como disse Mandela, “esse profundo sentimento africano de que só somos humanos através da humanidade dos outros seres humanos”. A hospitalidade dos sul-africanos, especialmente os negros, é a melhor prova desse “ubuntu” - humanidade. Que no caso até pode ser considerada a superioridade negra. Porque ser recebido de braços abertos por quem sofreu tanto é notável.
REFERÊNCIAS:
Étnia Africano
Cavaco Silva pede parceria estratégica entre Luanda e Lisboa
O Presidente da República, Cavaco Silva, pediu hoje ao Parlamento angolano, onde discursou em reunião extraordinária, que Luanda e Lisboa “consagrem institucionalmente” uma parceria estratégica. (...)

Cavaco Silva pede parceria estratégica entre Luanda e Lisboa
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2010-07-19 | Jornal Público
SUMÁRIO: O Presidente da República, Cavaco Silva, pediu hoje ao Parlamento angolano, onde discursou em reunião extraordinária, que Luanda e Lisboa “consagrem institucionalmente” uma parceria estratégica.
TEXTO: Aníbal Cavaco Silva sublinhou que se tratará de uma “consagração institucional” daquilo que já constitui “uma verdadeira parceria estratégica”, entre os dois países mas que a sua institucionalização permitirá “mais facilmente resolver questões pendentes”. Para o Presidente português, deve ser “uma parceria estratégica, que, através dos seus mecanismos de diálogo técnico e político, nos permita mais facilmente resolver questões pendentes e traçar rumos para o futuro”, disse Cavaco Silva perante os deputados angolanos, o Presidente da Assembleia Nacional, Paulo Kassoma, e elementos da sua comitiva, que inclui o ministro dos Negócios Estrangeiros Luís Amado. Antes do discurso de Cavaco Silva na Assembleia Nacional, José Eduardo dos Santos considerara, em conferência de imprensa conjunta dos dois chefes de estado, que “há bases sólidas” para institucionalizar uma parceria estratégica com Portugal, faltando apenas definir objectivos, prioridades e um figurino jurídicoNum discurso largamente assente numa vertente económica, Cavaco Silva aproveitou este discurso no Parlamento angolano para lembrar que os empresários portugueses são aqueles que há mais tempo se encontram em Angola e apontou o interior do país como um objectivo do investimento português aproveitando a “aposta angolana no desenvolvimento do interior”. E lançou ainda o repto para a constituição de parcerias “orientadas para o aproveitamento de oportunidades em países terceiros”, na Europa e em África. Noutro desafio lançado ao Parlamento angolano, Cavaco Silva lembrou igualmente que a “certeza jurídica” é importante e sublinhou que, para obter essa certeza, falta ao Parlamento angolano aprovar um acordo sobre protecção de investimentos assinado em 2008 ao qual falta a ratificação da Assembleia Nacional angolana. Cavaco Silva explicou no arranque do seu discurso que o relacionamento entre Angola e Portugal assenta em “laços históricos, culturais e humanos” de que “poucos países se poderão orgulhar de possuir”, entre “duas nações livres e soberanas”, mas que “nunca serão estrangeiras entre si”. O chefe de estado português enalteceu os avanços da democracia e o desenvolvimento do país desde o fim da guerra, em 2002, deu o exemplo das eleições legislativas de 2008, mas lembrou que a democracia “é quase sempre uma obra inacabada”, que “exige atenção e um trabalho de consolidação permanente”, um papel “importantíssimo” que está reservado ao Parlamento. Cavaco Silva deteve-se na educação e formação como áreas essenciais da cooperação entre os dois países e lembrou que não se deve esquecer que se vive hoje “num mundo em que o conhecimento desempenha um papel decisivo na promoção da competitividade” e que a cooperação entre Portugal e Angola “deve prosseguir e reforçar a sua aposta” no conhecimento.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave guerra humanos educação
Cavaco manifesta "emoção" por acolhimento entusiástico no Lubango
O Presidente da República, Cavaco Silva, manifestou hoje a "emoção" que sentiu pela forma como foi recebido no Lubango, na província angolana da Huíla, nomeadamente pelo acolhimento entusiástico de milhares de crianças que encheram as ruas da cidade. (...)

Cavaco manifesta "emoção" por acolhimento entusiástico no Lubango
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 2 | Sentimento 0.7
DATA: 2010-07-21 | Jornal Público
SUMÁRIO: O Presidente da República, Cavaco Silva, manifestou hoje a "emoção" que sentiu pela forma como foi recebido no Lubango, na província angolana da Huíla, nomeadamente pelo acolhimento entusiástico de milhares de crianças que encheram as ruas da cidade.
TEXTO: "Quero agradecer às gentes do Lubango a forma como nos receberam. Não podemos deixar de sentir uma emoção. È a prova de que se Angola está no coração dos portugueses, também Portugal está no coração dos angolanos", disse Cavaco Silva. O chefe de Estado, que falava no encerramento do fórum empresarial Angola – Portugal elogiou a "capacidade empreendedora" dos portugueses estabelecidos na Huíla, considerando as suas empresas "um importantíssimo factor de criação de emprego e desenvolvimento económico e social". Cavaco Silva sublinhou que a experiência desses empresários "merece todo o reconhecimento e constitui uma indicação preciosa para todos quantos quiserem estender a sua actividade à província da Huíla". O Presidente da República reafirmou que "é muito importante que os empresários portugueses estejam atentos às prioridades de desenvolvimento, identificadas pelas autoridades de Angola, porque elas permitem perceber quais os rolos que pretende trilhar esta grande nação amiga e quais as oportunidades que daí resultam". "E Angola tem sido clara relativamente a duas prioridades que elegeu e que se complementam: a diversidade da sua economia, demasiado dependente de um só recurso, e a aposta no interior, ao intuito de para aqui trazer mais gente, combatendo a desertificação", disse. Para o chefe de Estado, "qualquer uma destas prioridades contém em si um mundo de oportunidades para os empresários que estiverem atentos". Cavaco Silva disse que essas oportunidades passam pelas infra-estruturas, dada as carências da região nesta área, "a despeito dos progressos verificados nos últimos anos", mas também por outras actividades que o Presidente da República tem repetido: agricultura, agropecuária, biocombustíveis e indústrias alimentares. "É ainda de antever um tempo em que turistas de todas as proveniências descobrirão a extraordinária beleza desta terra", afirmou. Cavaco Silva alertou, porém, que as empresas portuguesas que se instalarem naquela província terão "uma responsabilidade social" no apoio à "educação, formação e capacitação de recursos humanos que qualquer processo de desenvolvimento sustentável requer". "Ao irem ao encontro desta outra prioridade de desenvolvimento de Angola, a formação de recursos humanos, as empresas estarão também a trabalhar o seu próprio sucesso", sustentou.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave humanos educação social
Pyongyang diz que manobras dos EUA e Coreia do Sul são um perigo para a região
Os planos dos Estados Unidos e da Coreia do Sul para efectuarem manobras militares conjuntas constituem um grande perigo para a região, disse hoje Pyongyang. (...)

Pyongyang diz que manobras dos EUA e Coreia do Sul são um perigo para a região
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2010-07-22 | Jornal Público
SUMÁRIO: Os planos dos Estados Unidos e da Coreia do Sul para efectuarem manobras militares conjuntas constituem um grande perigo para a região, disse hoje Pyongyang.
TEXTO: Duas dezenas de navios de superfície e submarinos, bem como uma centena de aviões, participam a partir de domingo e durante quatro dias em manobras no Mar do Japão, a oriente da península coreana. A Coreia do Norte também disse que as novas sanções norte-americanas contra si violam uma declaração feita pelas Nações Unidas depois do afundamento, em Março, da corveta sul-africana Cheonan. A secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, anunciou essas sanções durante uma visita ontem efectuada à Coreia do Sul, de onde entretanto partiu para a capital do Vietname, Hanói, a fim de participar numa reunião regional de ministros dos Negócios Estrangeiros. As manobras militares conjuntas entre os Estados Unidos e a Coreia do Sul mobilizam cerca de oito mil homens e o porta-aviões nuclear George Washington, tendo sido criticadas por Ri Tong-il, membro da delegação norte-coreana a essa conferência ministerial de segurança regional que está a decorrer em Hanói. Ri Tong-il declarou que, se Washington e Seul estivessem realmente interessados na desnuclearização da península coreana, seriam os primeiros a criar condições pelas quais se reatassem as conversações a seis sobre o programa nuclear da Coreia do Norte. Seis esses que são as duas Coreias, os Estados Unidos, a Rússia, a China e o Japão. Tais conversações principiaram depois de, em 2003, a Coreia do Norte se ter retirado do tratado de Não-Proliferação Nuclear; e encontram-se actualmente suspensas, tendo Pyongyang expulso todos os inspectores nucleares estrangeiros que lá se encontravam.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave homens
Número de portugueses a formar professores em Angola devia aumentar dez vezes, defende Cavaco Silva
O Presidente da República defendeu hoje que o número de professores portugueses em Angola no âmbito do programa Saber Mais devia aumentar dez vezes, considerando que o seu trabalho “é da maior importância” para os dois países. (...)

Número de portugueses a formar professores em Angola devia aumentar dez vezes, defende Cavaco Silva
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2010-07-22 | Jornal Público
SUMÁRIO: O Presidente da República defendeu hoje que o número de professores portugueses em Angola no âmbito do programa Saber Mais devia aumentar dez vezes, considerando que o seu trabalho “é da maior importância” para os dois países.
TEXTO: Actualmente, o projecto Saber Mais, de formação de professores angolanos, envolve 20 docentes portugueses – oito em Benguela, 12 no Namibe - mas tem-se deparado com problemas de alojamento que dificultam a sua expansão. “Neste momento, o projecto está apenas – e digo ‘apenas’ para mostrar que ainda há um caminho a percorrer – em Benguela e no Namibe, vai ao Lubango e ao Huambo e chegará sem dúvida a Luanda”, afirmou Cavaco Silva, após visitar uma escola de formação de professores, onde foi acolhido por mais de mil crianças em ovação, como já acontecera na véspera no Lubango. Cavaco Silva considerou que o seu desafio para decuplicar a presença portuguesa neste projecto não só é praticável como corresponde aos números avançados pelo próprio Governo português. “O número que referi está de acordo com a ambição do Governo. O Governo referiu no passado o número de 200. Aqui há uma convergência de números bastante significativa”, frisou. O Presidente lembrou que o projecto Saber Mais é co-financiado pelos Governos português e angolano, contando com a colaboração dos governos provinciais de Angola no alojamento dos professores. “É uma aposta numa prioridade angolana, a formação dos recursos humanos. É um contributo português para o desenvolvimento de Angola na medida em que se formam aqueles que farão a Angola do futuro”, disse. Nesse sentido, Cavaco Silva repetiu o apelo que tem lançado aos empresários portugueses em Angola para que “apostem na qualificação dos recursos humanos”. “É bom para Angola, mas é bom também para as empresas portuguesas, que precisam de quadros qualificados para as suas actividade”, sublinhou. Um dos responsáveis do Saber Mais adiantou ao chefe de Estado que neste momento o projecto está a formar centenas de jovens para futuramente serem professores. “Dentro de três anos teremos formado milhares de professores”, disse. A visita de Estado que Cavaco Silva leva a cabo em Angola termina hoje com um encontro com escritores angolanos. O Presidente da República ficará mais num dia em Luanda para participar, na sexta-feira, na VIII Cimeira de Chefes de Estado e de Governo da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).
REFERÊNCIAS:
Entidades CPLP
UE pede ao Chade que prenda o Presidente do Sudão
A chefe da diplomacia europeia, Catherine Ashton, pediu hoje ao Chade que cumpra as suas obrigações legais, como signatário do Tribunal Penal Internacional (TPI), e prenda o Presidente do Sudão, Omar al-Bashir, contra o qual existe um mandado de captura. (...)

UE pede ao Chade que prenda o Presidente do Sudão
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 2 | Sentimento -0.05
DATA: 2010-07-22 | Jornal Público
SUMÁRIO: A chefe da diplomacia europeia, Catherine Ashton, pediu hoje ao Chade que cumpra as suas obrigações legais, como signatário do Tribunal Penal Internacional (TPI), e prenda o Presidente do Sudão, Omar al-Bashir, contra o qual existe um mandado de captura.
TEXTO: Bashir, actualmente em visita a N’Djamena, é procurado desde Março de 2009, por crimes contra a humanidade durante os sete anos de uma guerra no Darfur, no ocidente do seu país, que provocou 300 mil mortos, segundo as estimativas das Nações Unidas. O Tribunal Penal Internacional emitiu na semana passada um segundo mandado por genocídio. Ashton diz-se “preocupada com a visita de Bashir ao Chade”, para participar na cimeira da Comunidade de Estados do Sahel e do Sara (Cen-Sad), indica um comunicado citado pela AFP. O Chade ratificou o tratado fundador do TPI, pelo que pode, teoricamente, interpelar e prender no seu território pessoas com mandado de captura do TPI. A Alta Representante da União Europeia para os Relações Exteriores recorda a “importância para todos os Estados-membros das Nações Unidas da aplicação das resolução do Conselho de Segurança da ONU” e “exorta o Chade a respeitar as suas obrigações no quadro do direito internacional. ” Chade e Sudão normalizaram as relações em Janeiro, após cinco anos de guerra indirecta, através de rebeliões regionais. N’Djamena segue a posição tomada pela União Africana, que decidiu não colaborar com o TPI após a emissão do mandado de captura de 2009 contra Bashir. Na quarta-feira, quando o Presidente do Sudão chegou à capital do Chade, o ministro do Interior chadiano garantiu que Bashir não tinha “nada a temer”.
REFERÊNCIAS:
Entidades ONU
Sócrates diz que adesão da Guiné Equatorial não será decidida em Luanda
A possibilidade de a CPLP vir a ter em breve membros onde até há pouco não era usado o idioma de Camões é muito polémica. Presidente Obiang vai estar em Luanda. (...)

Sócrates diz que adesão da Guiné Equatorial não será decidida em Luanda
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2010-07-23 | Jornal Público
SUMÁRIO: A possibilidade de a CPLP vir a ter em breve membros onde até há pouco não era usado o idioma de Camões é muito polémica. Presidente Obiang vai estar em Luanda.
TEXTO: O Presidente Teodoro Obiang Nguema participa hoje, em Luanda, na VIII Cimeira da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), segundo disse à Lusa fonte daquela organização, que funciona há 14 anos e na qual a Guiné Equatorial pretende passar de observador a membro de pleno direito. Esse passo ainda não será dado nesta cimeira, garantiu ontem José Sócrates à chegada à capital angolana. Nas últimas semanas surgiu um movimento da opinião pública contrário à integração plena daquela antiga colónia espanhola, independente desde 1968. A eurodeputada socialista Ana Gomes foi um dos que expressaram esse sentimento, enquanto o Presidente de Timor-Leste, José Ramos-Horta, se manifestava claramente a favor das pretensões de Obiang. Mas o ministro português dos Negócios Estrangeiros, Luís Amado, declarou ontem à Lusa que o pedido da Guiné Equatorial "vai ser tratado com naturalidade e bom senso, sem dramatização". O investigador de assuntos africanos Gerhard Seibert disse ao PÚBLICO não ter a certeza de que se dê já o passo pretendido pelas autoridades de Malabo. Segundo ele, "a saída mais suave" para a controvérsia seria adiar sine die a integração total de um nono membro na comunidade. José Sócrates garantiu ontem, à chegada a Luanda para participar na cimeira - onde, tudo o indica, os presidentes Lula da Silva (Brasil) e Ramos-Horta (Timor-Leste) são os únicos chefes de Estado ausentes - que a decisão sobre o pedido de adesão da Guiné Equatorial não será tomada hoje: "Nós, amanhã [hoje], nem Portugal, nem nenhum outro país, vai dar voto nenhum, pela simples razão de que não vamos decidir nada sobre a adesão. "Amanhã [hoje] vamos apenas registar que esse país quis aderir. Vamos apenas analisar o pedido, e dizer que recebemos o pedido com agrado. É o mínimo que podemos fazer", disse, citado pela Lusa. Um regime autoritárioO antigo primeiro-ministro angolano Marcolino Moco reconheceu ao semanário Novo Jornal, de Luanda, que "a Guiné Equatorial passa para fora a ideia de ter um regime, no mínimo, autoritário". E por isso, acrescentou, visto como marginal ao primado da democracia, do Estado democrático, dos direitos humanos e justiça social, que constitui um dos princípios orientadores da CPLP, da qual ele foi o primeiro secretário executivo, de 1996 a 2000. Porém, disse, "a História mostra que, em organizações internacionais deste tipo, e em homenagem a outros valores relevantes, especialmente os de natureza política, nem sempre se observam todos os requisitos formalmente estabelecidos". Depois disso, acrescentou ao PÚBLICO que, pelo menos em relação à persistência, na África, de regimes autoritários, "não será ao nível de tipos de organizações como a CPLP que se vão encontrar as soluções que privilegiem o combate à violação dos princípios democráticos e dos direitos humanos (. . . ). É preciso criar ou revitalizar outros mecanismos mais eficazes". A Amnistia Internacional-Portugal, por seu lado, pediu a todos os Estados da CPLP que só aceitem a integração da Guiné Equatorial como membro de pleno direito, se ela se comprometer, entre outras coisas, a suprimir a pena de morte. A organização, que ontem promoveu uma concentração frente à sede da CPLP, em Lisboa, também pediu que cessem "a tortura e as detenções extrajudiciais levadas a cabo pelos órgãos do Estado". E que se libertem de imediato sete prisioneiros de consciência. Por seu turno, o bispo das Forças Armadas portuguesa, D. Januário Torgal Ferreira, declarou ao PÚBLICO não concordar que a Guiné Equatorial possa vir a ser membro efectivo da CPLP, por nela se praticar "a exploração mais vergonhosa". "Para que alguém se sente à mesa de pessoas respeitáveis é preciso aprender a ser humano", acrescentou o prelado, que com o historiador José Mattoso e outras personalidades assinou uma carta aberta contra a hipótese de integração plena de um novo membro.
REFERÊNCIAS:
Cavaco considera que "é preciso ir mais longe" na construção de uma cidadania
O Presidente da República afirmou hoje na abertura da cimeira da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, em Luanda, que “é preciso ir mais longe” em dossiers como a cidadania lusófona ou o envolvimento da sociedade civil na construção da Comunidade. (...)

Cavaco considera que "é preciso ir mais longe" na construção de uma cidadania
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2010-07-23 | Jornal Público
SUMÁRIO: O Presidente da República afirmou hoje na abertura da cimeira da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, em Luanda, que “é preciso ir mais longe” em dossiers como a cidadania lusófona ou o envolvimento da sociedade civil na construção da Comunidade.
TEXTO: “É necessário ir mais longe na resposta às expectativas dos nossos cidadãos. Nesse sentido, quero assinalar os progressos registados nas negociações sobre uma convenção quadro relativa ao estatuto do cidadão da CPLP, esperando que seja possível conclui-la em breve”, disse Aníbal Cavaco Silva. O chefe de Estado disse esperar que “seja possível confirmar a realização, se possível ainda no decurso do corrente ano, do I Fórum da Sociedade Civil da CPLP”, na sequência do trabalho que foi feito nos últimos anos. “A nossa comunidade tem de ser cada vez mais um projecto de cidadania, que integre e mobilize o contributo dos nossos cidadãos. A criação da assembleia parlamentar e da Confederação Empresarial da CPLP foram passos da maior relevância nesse sentido, que quero saudar calorosamente. Como o que tem sido igualmente a acção levada a cabo pelas múltiplas estruturas e fóruns em que se afirma, nos nossos dias, a vida da nossa comunidade”, sublinhou. No momento em que Portugal transfere para Angola a presidência da CPLP, Cavaco Silva destacou “o muito que foi possível alcançar desde a cimeira de Lisboa em 2008”, nomeadamente “no que diz respeito à afirmação e projecção internacional língua portuguesa”. “Forte valor simbólico” do 5 de MaioO Presidente da República deu relevo ao “forte valor simbólico” do 5 de Maio como dia da língua portuguesa e cultura da CPLP e à “maior utilização da língua portuguesa em diversos fóruns multilaterais como a UNESCO e União Africana, o Plano de Acção de Brasília e os novos estatutos e regimento interno do Instituto Internacional da Língua Portuguesa”. Para Cavaco Silva, “são instrumentos da maior relevância que seremos chamados a aprovar nesta cimeira”. O PR recordou que o português “é uma das línguas em maior expansão em países terceiros, onde é procurado como segunda língua ou língua estrangeira”. Trata-se de “uma evolução que vai ao encontro dos interesses de cada um de nós e da nossa comunidade porque favorece a afirmação da nossa voz na cena internacional e permite tirar partido das oportunidades de cariz económico que uma língua universal comporta”. Sublinhando “o reforço que se tem verificado no que toca à nossa concertação política em países terceiros e no seio das organizações internacionais”, o PR elogiou a “concertação que se tem manifestado de forma clara quando está em causa a situação de alguns dos estados membros como tem sido o caso da Guiné Bissau ou o endosso mútuo de candidaturas a órgãos de organizações internacionais ou à organização de grandes eventos de expressão mundial”. “Quero a este propósito manifestar uma vez mais o firme apoio de Portugal à candidatura do Brasil a membro permanente do Conselho de Segurança das Nações Unidas e agradecer o apoio activo de cada um dos vossos países à candidatura portuguesa ao mesmo órgão como membro não permanente”, disse. Credibilidade da comunidadeCavaco Silva sublinhou também que a credibilidade da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) passa pela sua “imagem de coesão em torno dos laços, princípios e valores presentes nos seus estatutos”. Falando do “crescente interesse” internacional pelas actividades da comunidade, o Presidente considerou-o “fruto do reconhecimento do peso que a CPLP já representa na cena internacional e da antevisão quanto ao que poderá representar no futuro”.
REFERÊNCIAS:
Entidades UNESCO CPLP
Não há razões para retirar vídeos do suspeito de triplo homicídio do YouTube
Polícias têm pessoal especializado que todos os dias varrem a Internet e os jornais em busca de actividades criminosas. (...)

Não há razões para retirar vídeos do suspeito de triplo homicídio do YouTube
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2010-07-23 | Jornal Público
SUMÁRIO: Polícias têm pessoal especializado que todos os dias varrem a Internet e os jornais em busca de actividades criminosas.
TEXTO: Há várias razões que podem levar um vídeo a ser removido do YouTube - mas nenhuma delas se aplica aos três vídeos que o suspeito dos homicídios de Carqueja, Lourinhã, publicou naquele site. Além de não infringirem as normas genéricas que regem a publicação de vídeos no YouTube, a Polícia Judiciária também não encontrou, até ao momento, quaisquer motivos que pudessem conduzir à sua retirada. Pelo contrário. Os inspectores entendem que o conteúdo dos filmes exibidos pode, de algum modo, ajudar a explicar o carácter do suspeito e pode até, eventualmente, vir a dar pistas que ajudem a esclarecer o caso. A imagem do sucateiro a rebolar-se sobre uma campa, no cemitério de Peniche, é um exemplo que está a ser explorado pela investigação. Ainda assim, entre as centenas de comentários de utilizadores aos vídeos que têm sido escritos desde que o caso veio a público, na terça-feira, muitos foram removidos devido ao tipo de linguagem usada. No YouTube, o maior site de partilha de ficheiros de vídeo na Internet, uma das principais preocupações é a infracção de direitos de autor. O site tem um sistema automático para detectar vídeos que contenham imagens cuja publicação não esteja autorizada e os seus responsáveis removem-nos o mais rapidamente possível, a fim de evitarem processos judiciais. Mesmo que sejam vídeos legais, o YouTube tem uma série de regras que, quando infringidas, podem levar à remoção dos vídeos (ou, em caso de infracção reiterada, à suspensão da conta do utilizador). O site não permite vídeos sexualmente explícitos, nem vídeos que incitem ao ódio (por exemplo, vídeos xenófobos ou racistas). De fora ficam ainda os que sejam simplesmente considerados "chocantes e repugnantes" - uma alínea vaga que dá aos responsáveis alguma margem de manobra. Vídeos que incluam menores de idade (algo que abunda no YouTube) ou que incitem a actos ilegais ou perigosos também são vistos com particular atenção. Entre os últimos podem estar imagens de actividades como corridas ilegais de carros ou instruções sobre como usar uma arma. De resto, a importância de pistas deixadas por suspeitos em sites da Internet, no YouTube ou em jornais não é descurada por nenhuma polícia. Em Portugal, mesmo com queixas das polícias devido ao pouco equipamento existente e alguma falta de formação na matéria, já existem equipas especializadas na procura, recolha e catalogação de informações que, de algum modo, possam ajudar a chegar a grupos criminosos. Os classificados dos jornais são das secções a que os polícias estão mais atentos. É ali que, por vezes, os criminosos encontram o espaço supostamente discreto e seguro para, através de mensagens aparentemente banais, consumarem negócios ilícitos, como são, por exemplo, as transacções e entregas de droga.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave direitos
Partido da oposição ganha as eleições legislativas de São Tomé e Príncipe
A Acção Democrática Independente (ADI), que se encontrava na oposição, ganhou as legislativas de ontem em São Tomé e Príncipe, tendo conquistado 26 dos 55 deputados, indicam os resultados divulgados hoje de madrugada. (...)

Partido da oposição ganha as eleições legislativas de São Tomé e Príncipe
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 2 | Sentimento 0.3
DATA: 2010-08-02 | Jornal Público
SUMÁRIO: A Acção Democrática Independente (ADI), que se encontrava na oposição, ganhou as legislativas de ontem em São Tomé e Príncipe, tendo conquistado 26 dos 55 deputados, indicam os resultados divulgados hoje de madrugada.
TEXTO: O Movimento de Libertação de São Tomé e Príncipe/Partido Social Democrata (MLSTP/PSD), do até agora primeiro-ministro Joaquim Rafael Branco, ficou com 21 deputados. O Partido da Convergência Democrática (PCD) com sete e o Movimento Democrático Força da Mudança-Partido Liberal (MDFM-PL), do Presidente Fradique de Menezes, apenas com um. O MLSTP/PSD já fora o segundo partido mais votado nas anteriores legislativas, em Março de 2006, e ficara então com 20 lugares no Parlamento, mas mesmo assim conseguira formar uma coligação com o PCD e, ainda, com o MDFM-PL, que dela acabaria por se retirar. A afluência às urnas foi de cerca de 88 por cento dos aproximadamente 80. 000 eleitores inscritos, anunciou à AFP o presidente da comissão eleitoral, José Carlos Barreiros. Uma vez que a maioria da ADI foi relativa, o seu líder, Patrice Trovoada, filho do antigo Presidente Miguel Trovoada, terá de negociar com outras forças a possível formação do novo Governo, mas o MDFM-PL já dissera que o gostaria de ver novamente como primeiro-ministro. Ele que já o chegou a ser durante três meses, em 2008. Em entrevista dada hoje de manhã à RDP-África, Trovoada, de 48 anos, afirmou que “o povo escolheu a mudança”, ao passar a ADI de 11 para 26 deputados, que significam sensivelmente 42 por cento dos votos expressos; e disse que se baseará no “bom senso” para procurar “a alternância”. O líder da ADI destacou ainda o facto de esta ter saído largamente vencedora nos dois maiores distritos do país, os de Água Grande e Mé-Zochi. Aliás, já aí triunfara nas autárquicas realizadas uma semana antes; e nas quais o MLSTP-PSD foi quem obteve mais votos a nível nacional. Desde a institucionalização do multipartidarismo, em 1991, o arquipélago de São Tomé e Príncipe já conheceu 14 primeiros-ministros, à frente de governos muitas vezes saídos de frágeis coligações. Nenhuma destas coligações conseguiu durar toda uma legislatura. E os resultados das legislativas de ontem também não deixam muito claro como é que poderá ser formado o próximo executivo. O país, de 163. 000 habitantes, vive essencialmente da exportação de cacau, mas há já uma série de empresas internacionais interessadas na exploração de petróleo numa zona marítima de desenvolvimento conjunto que partilha com a Nigéria.
REFERÊNCIAS:
Partidos PSD