Parcerias de investimento em África "são a nova fronteira para o Japão e Portugal"
Em entrevista, Akira Miwa, embaixador extraordinário plenipotenciário do Japão em Portugal, explica como os investidores portugueses podem ser parceiros dos japoneses em Angola e Moçambique (...)

Parcerias de investimento em África "são a nova fronteira para o Japão e Portugal"
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 2 | Sentimento 0.136
DATA: 2010-08-03 | Jornal Público
SUMÁRIO: Em entrevista, Akira Miwa, embaixador extraordinário plenipotenciário do Japão em Portugal, explica como os investidores portugueses podem ser parceiros dos japoneses em Angola e Moçambique
TEXTO: Assinalam-se hoje os 150 anos sobre a assinatura do Tratado de Paz, Amizade e Comércio entre Portugal e o Japão, uma potência mundial onde os portugueses foram os primeiros europeus a chegar. Uma relação que o embaixador em Lisboa, Akira Miwa, destaca e apresenta como um privilégio de relacionamento que torna Portugal mais interessante como porta de entrada para a Europa e em África. Como podem ser melhoradas as relações Portugal-Japão?Como se sabe, a assinatura do tratado é de há 150 anos, mas o relacionamento entre os dois países é mais longo. Havia contactos desde o século XVI, o ano exacto é 1543, quando os primeiros portugueses chegaram a território japonês. É a chegada dos europeus. Visto do Japão, este é o primeiro contacto do Japão com um país europeu. E trouxe um impacto muito grande sobre a cultura e a sociedade japonesa. O que é mais impressionante sobre o relacionamento nesse século foi a intensidade com que houve intercâmbio entre as duas culturas. Impressionante. O livro de Luís Fróis sobre a sua estada no Japão que durou mais ou menos 30 anos na segunda metade do século XVI é impressionante. É tão detalhado. Para conhecer a história e a vivência do Japão na segunda metade do século XVI não há nada escrito por japoneses tão detalhado e tão rico sobre a nossa história. E hoje como se volta a essa intensidade nas relações entre Portugal e o Japão?Temos de começar por relembrar o que aconteceu. Que tipo de relacionamento é que nós tínhamos? E vamos intensificar o intercâmbio em benefício mútuo. Numa relação entre Japão e França, Japão e Espanha não podemos lembrar o passado. Mas entre Portugal e Japão é especial. Por isso, estamos a preparar tantos eventos culturais e a embaixada portuguesa em Tóquio também. O Japão hoje tem uma fortíssima comunidade no Brasil. Vão aproximar-se da CPLP?Isso é a nova fronteira para o Japão e Portugal. Porque não cooperamos nos outros países de língua portuguesa, por exemplo, no continente africano, para ajudar ao seu desenvolvimento económico e social? A cooperação entre Japão e Brasil já começou - por exemplo, o apoio para construir hospitais em Angola e Moçambique conduziu a que o Japão pode apoiar financeiramente e os governos africanos construírem. Mas o Japão não pode oferecer médicos e enfermeiras capazes de falar português. Assim, há a ajuda financeira do Japão com a ajuda técnica e de meios humanos do Brasil. Porque não participam também os portugueses?Esse triângulo seria para investir em África?Sim. Em Moçambique e, em especial, em Angola, um país do futuro, muito promissor, onde muitas empresas japonesas, portuguesas e brasileiras têm interesse em fazer investimentos. No Japão há algumas empresas que estão a procurar parceiros para fazer investimento em Angola. No Brasil, temos já facilidades nesse domínio, devido à forte comunidade japonesa no país. Mas, no caso de Portugal, não haverá também alguma empresa portuguesa que se interesse por investir em Angola juntamente com uma empresa japonesa? Tanto o sector privado como o Governo português devem saber muito mais sobre Angola e ter contactos que os japoneses não têm. Deveria haver um acordo de cooperação entre os governos português e japonês que estimulasse os sectores privados dos dois países a investir?Acho que o papel a ser desempenhado pelo Governo seria facilitar, mas, antes disso, tem de haver interesse real manifestado pelo sector privado de Portugal. Se não, é difícil imaginar a chegada de empresas japonesas para procurar e localizar parceiros portugueses. Portugal continua a não ter o cenário mais propício para atrair investidores?
REFERÊNCIAS:
Entidades CPLP
Mia Farrow contradiz Naomi Campbell em tribunal
A actriz Mia Farrow disse hoje, no tribunal de Haia que julga os crimes da Serra Leoa, que ouviu Naomi Campbell contar que tinha recebido “um enorme diamante” do líder da Libéria, Charles Taylor, e não “algumas pedras de aspecto sujo”, como afirmou a modelo na semana passada. (...)

Mia Farrow contradiz Naomi Campbell em tribunal
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2010-08-09 | Jornal Público
SUMÁRIO: A actriz Mia Farrow disse hoje, no tribunal de Haia que julga os crimes da Serra Leoa, que ouviu Naomi Campbell contar que tinha recebido “um enorme diamante” do líder da Libéria, Charles Taylor, e não “algumas pedras de aspecto sujo”, como afirmou a modelo na semana passada.
TEXTO: Após um jantar em 1997 organizado por Nelson Mandela em que participaram Farrow e Campbell (e também o então líder da Libéria, Charles Taylor) Campbell conta que recebeu “algumas pedras de aspecto sujo” de dois homens não identificados, e disse que na altura especulou que poderiam ter sido uma oferta de Taylor. Hoje, Mia Farrow contou que ouviu Campbell relatar uma conversa diferente na manhã seguinte, durante o pequeno-almoço, a um grupo de outros convidados. “Ela disse que tinha sido acordada durante a noite por homens que lhe tinham batido à porta do quarto do hotel, dizendo-lhe que tinham sido enviados por Charles Taylor, e que lhe tinham dado um diamante enorme”, contou Farrow no seu testemunho. Campbell disse que tencionava dar o diamante ao Fundo Nelson Mandela para a Infância. Na semana passada, a seguir ao testemunho da supermodelo, um antigo responsável veio dizer que tinha recebido as pedras e a polícia sul-africana confirmou que estas estavam em sua posse. A questão é relevante para o julgamento de Charles Taylor, acusado de crimes de guerra na vizinha Serra Leoa no tribunal especial que julga estes crimes, em Haia. A acusação alega que Taylor recebeu diamantes da Serra Leoa e os usou para comprar armas, o antigo líder da Libéria nega ter tido acesso a diamantes.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave homens guerra tribunal
Naomi Campbell diz ter recebido “pequenas pedras de aspecto sujo”
A supermodelo Naomi Campbell testemunhou hoje num tribunal de Haia ter recebido “pequenas pedras de aspecto sujo”, alegadamente diamantes de sangue, que lhe foram entregues por dois homens no seu quarto de hotel. (...)

Naomi Campbell diz ter recebido “pequenas pedras de aspecto sujo”
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 2 | Sentimento -0.42
DATA: 2010-08-09 | Jornal Público
SUMÁRIO: A supermodelo Naomi Campbell testemunhou hoje num tribunal de Haia ter recebido “pequenas pedras de aspecto sujo”, alegadamente diamantes de sangue, que lhe foram entregues por dois homens no seu quarto de hotel.
TEXTO: No tribunal especial que julga os crimes de guerra na Serra Leoa, Campbell falou de uma prenda que recebeu após um jantar organizado por Nelson Mandela em 1997 em que esteve presente o líder da Libéria Charles Taylor, agora no banco dos réus pela sua actuação durante a guerra. “Estava quase a dormir, quando me bateram à porta, e eu abri. Estavam lá dois homens e deram-me uma pequena bolsa e disseram-me: ‘um presente para si’”, contou a modelo, depois de confirmar o seu nome e data de nascimento. “Abri a bolsa na manhã seguinte. Vi algumas pequenas pedras, pequenas pedras de aspecto sujo”. O que seriam as pedras? “Suponho que fossem diamantes”, respondeu a modelo. Ao pequeno-almoço, Naomi Campbell terá falado do presente à sua agente, Carole White, e à actriz Mia Farrow. “Uma delas disse que era claramente da parte de Charles Taylor”, que era na altura o Presidente da Libéria. “Eu disse que supunha que sim”, continuou Campbell no testemunho. As pedras, diz Campbell, foram depois dadas a uma organização de caridade sul-africana. A importância do testemunhoA acusação conta com este testemunho para contrariar a alegação de Charles Taylor que afirma nunca ter tido diamantes em bruto. Taylor é acusado de ter dirigido os rebeldes da Frente Revolucionária Unida (RUF) na vizinha Serra Leoa, onde foram cometidos todo o tipo de atrocidades, dando-lhes armas e munições em troca de diamantes. O ex-Presidente da Libéria é acusado de assassínio, violações e escravidão sexual no processo que decorre há já três anos. O testemunho de Campbell foi organizado de modo especial e foi imposta proibição de a fotografar à chegada ou saída do tribunal. A modelo começou por negar que alguma vez tivesse recebido diamantes de Charles Taylor – falava-se de um grande diamante em bruto -, recusando-se a falar acerca do assunto. Acabou, porém, por ir testemunhar a Haia depois de ter sido convocada a colaborar com o tribunal ou enfrentar uma acusação de não colaboração que poderia ser punida com uma pena de até sete anos de prisão.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave homens guerra tribunal prisão sexual assassínio
Ex-agente de Naomi Campbell recua nas afirmações sobre "diamantes de sangue"
A antiga agente da supermodelo Naomi Campbell foi hoje obrigada em tribunal a recuar em relação a algumas das suas afirmações anteriores quanto aos diamantes que o então Presidente liberiano Charles Taylor teria prometido à "top model". (...)

Ex-agente de Naomi Campbell recua nas afirmações sobre "diamantes de sangue"
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 2 | Sentimento -0.07
DATA: 2010-08-10 | Jornal Público
SUMÁRIO: A antiga agente da supermodelo Naomi Campbell foi hoje obrigada em tribunal a recuar em relação a algumas das suas afirmações anteriores quanto aos diamantes que o então Presidente liberiano Charles Taylor teria prometido à "top model".
TEXTO: Carole White terminou a meio da manhã um longo depoimento, ontem iniciado, sobre a forma como “diamantes de sangue” provenientes da guerra civil na Serra Leoa teriam ido parar às mãos de Campbell, em 1997. White, que durante 17 anos, e até 2008, foi a agente da supermodelo, contradisse nos seus depoimentos de ontem e hoje muito do que Campell afirmara a semana passada à justiça sobre umas “pedras sujas” que uns desconhecidos lhe teriam dado durante uma visita à África do Sul e de cuja proveniência não estaria totalmente certa. Apesar de ter sido forçada a recuar na afirmação de que ouvira muito bem Taylor prometer os diamantes durante um jantar em casa do então Presidente sul-africano Nelson Mandela, White manteve que ela e Campbell falaram dos controversos diamantes durante uma viagem efectuada no luxuoso Comboio Azul sul-africano. “Um enorme diamante” de TaylorDo que Carole White já não se lembra é de ter estado, na manhã seguinte, num pequeno almoço com a actriz norte-americana Mia Farrow, que ontem contou ao tribunal especial das Nações Unidas, reunido em Haia, que ouvira aí Campbell vangloriar-se de ter sido presenteada, pelo menos, com “um enorme diamante”, por Charles Taylor. O que os juízes procuram, neste primeiro julgamento de um antigo Presidente africano chamado a prestar contas dos seus actos, é apurar se ele realmente era detentor, naquela data, dos chamados “diamantes de sangue” extraídos pelos rebeldes seus amigos que andavam a cometer atrocidades na vizinha Serra Leoa. Tanto quanto consta, Taylor fora à África do Sul com uma série desses diamantes para os trocar por mais armamento para a Frente Revolucionária Unida (RUF), de Foday Sankoh, o homem que de 1991 a 2002 dirigiu a rebelião na Serra Leoa. Sensibilizado com a beleza de Naomi Campbell, com a qual confraternizou durante um jantar oferecido por Mandela, Taylor ter-lhe-ia de imediato prometido que, nessa mesma noite, lhe iria fazer chegar às mãos alguns dos controversos diamantes em bruto. Courtenay Griffiths, advogado de defesa de Charles Taylor, obrigou hoje Carole White a negar que tivesse mesmo ouvido o seu constituinte a prometer diamantes à supermodelo. “Sugiro que recheou o seu depoimento com uma série de flagrantes mentiras”, declarou o causídico, alegando que parte das coisas que esta testemunha tem dito se devem ao facto de manter actualmente um diferendo com a sua antiga patroa, da qual procurará dar a pior imagem possível, devido à quebra do contrato de trabalho que as unia. 120 mil mortosOs procuradores das Nações Unidas mantêm a tese de que Taylor, chegado ao poder na sequência de uma rebelião lançada no fim de 1989, foi um dos principais responsáveis pela guerra civil que depois se verificou na Serra Leoa, vizinha da Libéria, e que provocou a morte de 120 mil pessoas, bem como muitas mutilações. No actual julgamento, o antigo rebelde e ex-Presidente está a responder por cinco acusações de crimes de guerra, cinco de crimes contra a humanidade e uma de outras graves violações do direito humanitário internacional, ao ter recrutado e usado crianças como soldados. Taylor foi obrigado a abandonar a chefia do Estado em Agosto de 2003, quando forças dos seus adversários se aproximaram da capital liberiana, Monróvia. Recebeu asilo político na Nigéria, o mais populoso dos países africanos, e em Março de 2006 foi transferido para a guarda do Tribunal Especial para a Serra Leoa, criado em Janeiro de 2002. O seu julgamento está a decorrer numa cidade europeia, Haia, nas instalações do Tribunal Penal Internacional, e não em Freetown, capital da Serra Leoa, de modo a que não possa desestabilizar ainda mais a situação na África Ocidental.
REFERÊNCIAS:
Étnia Africano
Naomi Campbell garante que não cometeu perjúrio durante julgamento de Charles Taylor
A supermodelo britânica Naomi Campbell distribuiu um comunicado a defender-se das acusações de que teria cometido perjúrio perante o Tribunal Especial das Nações Unidas para a Serra Leoa que se encontra reunido em Haia a julgar o antigo Presidente liberiano Charles Taylor. (...)

Naomi Campbell garante que não cometeu perjúrio durante julgamento de Charles Taylor
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2010-08-11 | Jornal Público
SUMÁRIO: A supermodelo britânica Naomi Campbell distribuiu um comunicado a defender-se das acusações de que teria cometido perjúrio perante o Tribunal Especial das Nações Unidas para a Serra Leoa que se encontra reunido em Haia a julgar o antigo Presidente liberiano Charles Taylor.
TEXTO: “Nada tinha a ganhar” em mentir durante o depoimento prestado na semana passada, disse Campbell, depois de a sua antiga agente Carole White e a actriz norte-americana Mia Farrow terem contradito o que ela afirmara aos juízes sobre umas “pequenas pedras sujas” recebidas na África do Sul em 1997. A supermodelo, cuja carreira poderá ter sido prejudicada pelo controverso testemunho que foi chamada a fazer no julgamento de Taylor, pretendeu com este comunicado agora divulgado em Londres por uma empresa de relações públicas contra-atacar as afirmações de que o que recebera tinham sido “diamantes de sangue” prometidos durante um jantar pelo então Presidente da Libéria. Ao falar na quinta-feira passada na barra do tribunal, Campbell aparentou não saber muito bem quem eram os homens que lhe foram bater à porta do quarto para lhe entregar as pedras, mas depois disso as outras testemunhas afirmaram que Naomi estaria perfeitamente consciente de que se tratava de enviados de Taylor, um antigo chefe de guerrilha que chegou à Presidência da República. Ao tentar agora explicar por que é que as versões dos factos diferem, a supermodelo sublinhou que tudo se passou há já 13 anos e que portanto “não é de surpreender que as recordações de certas pessoas sejam vagas”. “Naomi não foi julgada em Haia e até ajudou o tribunal na medida em que isso lhe foi possível”, lê-se no comunicado da empresa de relações públicas Outside Organisation. Mia Farrow afirmou que Naomi Campbell lhe tinha dito, horas depois de haver recebido as referidas “pedras sujas”, que na verdade se tratava de um “enorme diamante” que lhe fora prometido durante o jantar por Charles Taylor. E Carole White garantiu aos juízes ter ouvido à modelo que até eram mesmo “cinco ou seis diamantes” os que o Presidente lhe fizera chegar às mãos. "As boas causas"“Sou uma mulher negra que apoiou e que apoiará sempre as boas causas, em particular no que se refere à África”, disse agora Naomi Campell, ao procurar desculpar-se de eventualmente ter recebido “diamantes de sangue” provenientes da guerra civil que estava em curso na Serra Leoa, onde os rebeldes que cometiam atrocidades contavam com todo o apoio de Taylor. “É incontestável que na primeira oportunidade Naomi entregou os diamantes para que viessem a beneficiar a organização sul-africana de beneficência Fundo Nelson Mandela de Auxílio à Infância”, destaca o comunicado. Todo o interesse do testemunho reside em que poderia provar que Taylor tinha de facto consigo diamantes em bruto, contrariamente ao que ele afirma. Os procuradores das Nações Unidas mantêm a tese de que Taylor, que formalmente chegou a Presidente em 1997, depois de anos a chefiar a guerrilha da Frente Patriótica Nacional da Libéria (NPFL), foi um dos principais responsáveis pela guerra civil que se verificou na Serra Leoa e que provocou a morte de 120 mil pessoas, bem como muitas mutilações. No actual julgamento, está a responder por cinco acusações de crimes de guerra, cinco de crimes contra a humanidade e uma de outras graves violações do direito humanitário internacional, ao ter recrutado e usado crianças como soldados. Taylor foi obrigado a abandonar a chefia do Estado em Agosto de 2003, quando forças de rebeldes seus adversários se aproximaram da capital liberiana, Monróvia. Recebeu asilo político na Nigéria, o mais populoso dos países africanos, e em Março de 2006 foi transferido para a guarda do Tribunal Especial para a Serra Leoa, criado em Janeiro de 2002. O seu julgamento está a decorrer desde há três anos numa cidade europeia, Haia, nas instalações do Tribunal Penal Internacional, e não em Freetown, capital da Serra Leoa, de modo a que não possa desestabilizar ainda mais a situação na África Ocidental.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave morte homens guerra tribunal mulher negra
ONG pedem fim do prémio com o nome de Teodoro Obiang
A Human Rights Watch (HRW) e 95 outras Organizações Não Governamentais (ONG), de seis continentes, solicitaram hoje à Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) que acabe definitivamente, em Outubro, com o Prémio Internacional Obiang de Investigação em Ciências da Vida. (...)

ONG pedem fim do prémio com o nome de Teodoro Obiang
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2010-08-12 | Jornal Público
SUMÁRIO: A Human Rights Watch (HRW) e 95 outras Organizações Não Governamentais (ONG), de seis continentes, solicitaram hoje à Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) que acabe definitivamente, em Outubro, com o Prémio Internacional Obiang de Investigação em Ciências da Vida.
TEXTO: Na sua última reunião, em 15 de Junho, o Conselho Executivo da UNESCO adiou a atribuição do prémio com o nome do ditador da Guiné Equatorial, à luz das objecções levantadas por cientistas, académicos e profissionais da saúde pública. Agora, numa carta em português, espanhol, inglês, francês e japonês, as 96 ONG, incluindo 25 africanas, reafirmaram que “a atribuição de um prémio em nome do Presidente Obiang ou financiado por este ofende claramente os próprios objectivos e padrões promovidos pela UNESCO, particularmente os estabelecidos para os seus prémios”. O historial sombrio de Obiang Nguema Mbasogo em termos de direitos humanos, liberdade de imprensa e desenvolvimento, dizem os signatários da carta ao Conselho Executivo da UNESCO, “encontra-se bem documentado por vários órgãos das Nações Unidas e outras fontes fidedignas”. O Governo de Malabo tem sido amplamente condenado pelo uso sistemático da tortura nas prisões e é também conhecido pelo controlo que exerce sobre a imprensa. Razões pelas quais os que o criticam entendem que se deve dar um "destino melhor" aos três milhões de dólares (2, 3 milhões de euros) oferecidos pelo Presidente Obiang para conseguir ter um prémio internacional com o seu nome. Apesar da vasta riqueza que a Guiné Equatorial extrai dos recursos naturais, ao ponto de ter um Produto Interno Bruto per capita superior à Dinamarca ou ao Reino Unido, “os seus indicadores de saúde e desenvolvimento são extremamente baixos”, afirmam as ONG de Angola, dos Estados Unidos, do Canadá e de muitos outros países que hoje tomaram posição sobre este assunto. Por Portugal assinou Fátima Proença, directora da Associação para a Cooperação Entre os Povos (ACEP), de Lisboa. Teodoro Obiang Nguema Mbasogo, de 68 anos, considerado pela revista norte-americana Forbes um dos governantes mais ricos do mundo, chegou ao poder por ter deposto em Agosto de 1979 o seu tio Francisco Macías Nguema, logo a seguir condenado à morte e executado por fuzilamento.
REFERÊNCIAS:
Entidades UNESCO
Glenn Beck tem um sonho: restaurar a honra perdida da América
Glenn Beck quer "restaurar a honra" perdida da América. A América dele não deixou de ser uma hipérbole - "a maior nação na história de toda a humanidade" - mas está perto do apocalipse. (...)

Glenn Beck tem um sonho: restaurar a honra perdida da América
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2010-08-29 | Jornal Público
SUMÁRIO: Glenn Beck quer "restaurar a honra" perdida da América. A América dele não deixou de ser uma hipérbole - "a maior nação na história de toda a humanidade" - mas está perto do apocalipse.
TEXTO: Os culpados? Washington, Wall Street e os media são os mais recorrentes, e Beck costuma ligá-los por setas, como uma grande teoria da conspiração. Beck não tem propriamente um plano de evacuação, mas tem a resposta: you. "Você é a chave para o nosso país ser grande ou um espectáculo de horror", disse esta semana, transformando o seu monólogo num diálogo com os espectadores. Uncle Sam ressuscitou: é um populista, um evangelista do descontentamento conservador, um cristão fervoroso, um alcoólico em recuperação. Beck realiza hoje um comício em frente do Lincoln Memorial, em Washington, destinado a "restaurar a honra" da América, e a prestar tributo aos militares americanos ("O único sítio onde hoje resta honra"). O problema é que Beck, que em tempos disse que Obama tem "um ódio profundo aos brancos", marcou o evento no dia do 47. º aniversário do famoso discurso I have a dream de Martin Luther King, naquele mesmo lugar, o que está a provocar desconforto e protestos por parte das organizações que defendem os direitos civis dos negros. Os líderes destas organizações acusam Beck de "raptar" e "desvirtuar" a mensagem e o legado de King, cuja marcha em Washington, a 28 de Agosto de 1963, foi o começo do fim da segregação racial nos Estados Unidos. Argumentando que "os negros não são donos de Martin Luther King", como "os brancos não são donos de Abraham Lincoln", Beck explicou no seu programa de rádio que a escolha da data não foi propositada e que só soube pelo New York Times que coincidia com o aniversário do "sonho" de King. Também disse acreditar na "divina providência". Durante a última semana, nos seus programas de televisão e rádio, promoveu exaustivamente o evento, apelando aos americanos para virem de todo o país e para trazerem os filhos. "Vai fazer-se História no sábado", repetiu todos os dias, efusivo. Ou: "Vai ser um milagre. " Noutro dia, entre a súplica e o humor (as raízes de Beck estão na comédia radiofónica): "Por favor venham, senão vai ser bizarro para mim, ali sozinho com todos aqueles ecrãs gigantes. " Martin Luther Beck?No primeiro lanço de escadas do Lincoln Memorial há uma inscrição no chão que marca o sítio de onde King proferiu o discurso em 1963. É tão discreta que pode passar despercebida, não fosse o cone fluorescente a alertar para o piso molhado - guias turísticos deitam água em cima das letras gravadas na pedra para torná-las mais visíveis, especialmente à noite. Glenn Beck tentou mostrar-se humilde: disse que não tem "as credenciais", que não é "suficientemente grande" para falar no lugar onde King discursou, e por isso iria estar "vários degraus abaixo". "Há dias estive lá e perguntei a mim próprio: Quem julgas que és? Quem sou eu? Um zé-ninguém. Um cidadão. Um pai. Um tipo que acredita realmente que o nosso país está em apuros. " Mas Beck tem feito o possível para mimetizar a manifestação que juntou 200 a 300 mil pessoas em Washington em 1963. Anunciou que mil autocarros viriam de todo o país. Procurou parentescos (King pediu que os homens fossem julgados pelo seu carácter, e não pela cor da pele, e para ele, Beck, o que conta é o carácter). Sugeriu que espera uma multidão igual ou superior à de 1963. E o ás do baralho: anteontem a sobrinha de Martin Luther King esteve no seu programa televisivo e estará hoje no comício. Sarah Palin é uma das oradoras, embora Beck diga que o evento "não é político". A outra marchaHoje haverá uma marcha em Washington organizada por grupos de direitos civis para assinalar o aniversário do discurso de King e que culminará sensivelmente no local do comício de Beck - o que tem criado especulação sobre a possibilidade de um confronto.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave direitos homens
Com a crise financeira para trás, o mundo regressa à ameaça de uma crise alimentar
Com os países emergentes outra vez a crescer e a pressionar os mercados internacionais de matérias- -primas, confrontos como os de ontem podem repetir-se. (...)

Com a crise financeira para trás, o mundo regressa à ameaça de uma crise alimentar
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 2 | Sentimento -0.2
DATA: 2010-09-02 | Jornal Público
SUMÁRIO: Com os países emergentes outra vez a crescer e a pressionar os mercados internacionais de matérias- -primas, confrontos como os de ontem podem repetir-se.
TEXTO: Ainda a retoma das economias mais ricas não se concretizou e de novo o planeta se prepara para enfrentar as consequências de um crescimento global que dá sinais claros de não ser sustentável. Durante o ano de 2008, depois de uma década em que economias emergentes como a China e a Índia "explodiram" e poucos meses antes de a crise financeira ter travado bruscamente o crescimento mundial, repetiram-se, um pouco por todo o Globo, os protestos das populações mais pobres contra a dramática subida dos preços dos bens essenciais. Em Junho desse ano, por causa de um aumento muito forte na procura que não encontrou resposta adequada na oferta e dos movimentos especulativos nos mercados internacionais, os preços dos alimentos e dos combustíveis atingiram máximos históricos. Da América Latina à Ásia, passando pela generalidade dos países africanos, incluindo Moçambique, as populações tiveram de enfrentar um aumento do custo do pão e de outros bens que não conseguiam suportar. A crise financeira que se seguiu à falência do Lehman Brothers em Setembro de 2008 moderou a procura mundial e acalmou os mercados de matérias-primas. No entanto, confirma-se agora, tudo não passou de um simples adiamento do problema. Desde que, no início deste ano, se começou a ver que o pior para a economia mundial já tinha passado e, principalmente, que países como a China estavam outra vez a iniciar um ciclo de forte crescimento, os preços das matérias-primas voltaram a ser pressionados para subir. Ontem, a Organização para Alimentação e Agricultura (FAO) revelou que o índice com que analisa a evolução dos preços dos bens essenciais nos mercados internacionais atingiu em Agosto o nível mais alto dos últimos dois anos. A escalada fez-se sentir de forma particular no preço do trigo. É verdade que esta nova subida tem por trás alguns factores pontuais, que podem vir a ser ultrapassados, como a interrupção das exportações da Rússia, devido à seca registada nos últimos meses no país. No entanto, poucas dúvidas subsistem em relação às dificuldades que a economia mundial revela em suportar, sem a criação de grandes desequilíbrios, a entrada de vários milhões de novos consumidores provenientes da Ásia, América do Sul e Ásia. Tal como aconteceu em 2008, os primeiros a sentir os problemas associados a esta subida da procura de matérias-primas são aqueles que já menos benefícios retiram do processo de globalização. As populações mais pobres dos países em desenvolvimento, que dependem, para a sua subsistência, do consumo de cereais e que não encontram forma de fazer subir os seus rendimentos, não conseguem suportar aumentos repentinos no preço do pão como aqueles que estão a suceder agora. Deste modo, os acontecimentos de ontem em Moçambique podem ser os primeiros de uma nova série de confrontos que, tal como aconteceu em 2008, vão trazer para o debate internacional a ameaça de uma crise alimentar de grandes proporções.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave consumo alimentos
Opinião: A razão e o sentido de dois motins
Tal como em 5 de Fevereiro de 2008, Maputo viveu ontem um dia de barricadas de pneus ardendo nas ruas, pedradas a carros e montras, cidadãos mortos pelas balas das forças policiais. (...)

Opinião: A razão e o sentido de dois motins
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2010-09-02 | Jornal Público
SUMÁRIO: Tal como em 5 de Fevereiro de 2008, Maputo viveu ontem um dia de barricadas de pneus ardendo nas ruas, pedradas a carros e montras, cidadãos mortos pelas balas das forças policiais.
TEXTO: Também como nesse Fevereiro, o motim foi convocado em rede por SMS e boca-a-ouvido, alastrando em bola de neve de um bairro popular a outro, à medida que o fumo das barricadas vizinhas ia sendo avistado. Como em 2008, o móbil imediato dos protestos foi a brusca subida de preços. Então, dos "chapas", periclitantes carrinhas que servem de transporte público à esmagadora maioria. Agora, da água, electricidade, pão e arroz - sua base alimentar. Em ambos os casos, ainda, os aumentos ameaçam as próprias perspectivas de subsistência de uma população que precisa de toda a sua criatividade e desenrascanço para, simplesmente, se manter no fio da navalha. Mas, para esses pobres, mais irritante ainda do que os aumentos foi - em 2008 e, muito provavelmente, agora - verem neles uma desconsideração, por parte de quem decide, para com as suas dificuldades e necessidades mais elementares. Moçambique passou, com o fim da guerra civil, de um regime socializante e paternalista para uma política ultraliberal que trouxe o aumento do desemprego e das elites económicas, coincidentes ou ligadas às elites políticas. Trouxe também a erosão do controle local da população através de instituições partidário-estatais que, se podiam cometer abusos, também podiam canalizar as necessidades e reclamações populares. O sentimento que hoje grassa nos bairros populares do Grande Maputo é o de uma incerteza global quanto ao futuro e à própria subsistência e, face ao poder político, a sensação de que as suas dificuldades se tornaram irrelevantes para os poderosos e de que não existem canais por onde as suas necessidades e protestos possam ser canalizadas de forma eficaz. Esta situação e visão permitem que motins como o de ontem possam ser sentidos como a única forma válida de protesto. E que possam ocorrer sempre que uma nova medida política ameace a sua subsistência, enquanto vêem desfilar perante si o que consideram ostentações de riqueza e desigualdade. Não quer isto dizer que quem protesta violentamente pretenda pôr em causa o Governo ou o partido que o ocupa desde a independência. Maputo é um baluarte da Frelimo e a maioria dos manifestantes de ontem terá votado nela o ano passado. Só que a visão dos direitos e deveres entre governantes e governados predominante nesses bairros populares não coincide com o hábito europeu (e das elites políticas locais) de aceitar que basta a um Governo legítimo tomar decisões legais para que também elas sejam legítimas. Estas pessoas consideram, antes, que o poder instituído não deve ser ameaçado, mas, em contrapartida, tem que garantir o essencial de bem-estar e dignidade às pessoas que governa. O governante pode "comer mais", mas não "comer sozinho", à custa da fome dos outros. Assim, por muito que o poder seja considerado legítimo, uma sua decisão pode ser ilegítima, se quebrar esse dever. Ou seja, os amotinados de ontem (tal como os de 2008) protestavam contra uma decisão política concreta e protestavam contra a forma como o poder político é exercido. Afinal, protestavam contra aquilo que consideram uma quebra do "contrato social" que estabelecem com o poder instituído a que se submetem. Uma quebra que, com a repetição de motins no essencial iguais, afirmam já não tolerar. Claro que, a cada novo motim bem sucedido (e o de 2008 era um claro motivo de orgulho nos bairros pobres), mais se reforça a imagem popular de que essa é a única forma eficaz de protesto. O que coloca o Governo moçambicano perante um difícil dilema: ou não cede às reclamações e aumenta exponencialmente a repressão policial, arriscando o apoio financeiro internacional de que depende, ou se torna mais "tradicionalmente" africano, considerador e dialogante, fragilizando com isso as suas práticas mais autoritárias e os actuais padrões de concentração de riqueza. Antropólogo, ICS-UL
REFERÊNCIAS:
Étnia Africano
Peter Carey está entre os seis finalistas do Man Booker 2010
Os escritores Peter Carey, Emma Donoghue, Damon Galgut, Howard Jacobson, Andrea Levy e Tom McCarthy são os seis finalistas do Man Booker Prize 2010, o mais importante prémio britânico para obras de ficção. A “shortlist” foi anunciada pelo presidente do júri, Andrew Motion, numa conferência de imprensa hoje em Londres. (...)

Peter Carey está entre os seis finalistas do Man Booker 2010
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2010-09-07 | Jornal Público
SUMÁRIO: Os escritores Peter Carey, Emma Donoghue, Damon Galgut, Howard Jacobson, Andrea Levy e Tom McCarthy são os seis finalistas do Man Booker Prize 2010, o mais importante prémio britânico para obras de ficção. A “shortlist” foi anunciada pelo presidente do júri, Andrew Motion, numa conferência de imprensa hoje em Londres.
TEXTO: “Foi um grande privilégio e um desafio para o júri reduzir a lista de 13 obras a seis romances excepcionalmente bons. Ao fazê-lo temos a certeza de que escolhemos livros que demonstram uma grande variedade de temas e de estilos”, disse o presidente do júri. Peter Carey, que concorre com “Parrot and Olivier in America” ( editado este Verão em Portugal pela Gradiva com o título "Parrot e Olivier na América") já recebeu este prémio duas vezes. Em 1988, por “Oscar e Lucinda”, e em 2001, por “A Verdadeira História do Bando de Ned Kelly”. Se ele sair vencedor da edição deste ano será o único autor a receber o prémio três vezes. Também não é a primeira vez que o autor sul-africano Damon Galgut tem uma das suas obras na “shortlist” e Howard Jacobson já esteve duas vezes na lista mais longa. Emma Donoghue tem 40 anos e é mais nova dos seleccionados. Os autores são oriundos da Austrália, África do Sul, Reino Unido e Irlanda. As obras escolhidas para esta edição são: “Parrot and Olivier in America”, de Peter Carey (Faber and Faber); “Room”, de Emma Donoghue (Picador – Pan Macmillan); “In a Strange Room” de Damon Galgut ( Atlantic Books – Grove Atlantic); “The Finkler Question”, de Howard Jacobson (Bloomsbury); “The Long Song”, de Andrea Levy (Headline Review – Headline Publishing Group) e “C” de Tom McCarthy (Jonathan Cape – Random House). O vencedor será anunciado no dia 12 de Outubro, em Londres, e receberá 50 mil libras (60 mil euros). O ano passado o prémio foi para “Wolf Hall”, de Hilary Mantel.
REFERÊNCIAS:
Partidos PAN