Páscoa à portuguesa numa ilha indonésia
Na imensa muçulmana Indonésia, apenas uma ilha tem uma maioria de católicos. Nas Flores, garantem os locais, a Páscoa é celebrada como os portugueses ensinaram há quatro séculos. A língua lusa já não é falada, mas ainda se reza em português. E o Ronaldo é o Ronaldo. (...)

Páscoa à portuguesa numa ilha indonésia
MINORIA(S): Animais Pontuação: 2 Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2013-03-29 | Jornal Público
SUMÁRIO: Na imensa muçulmana Indonésia, apenas uma ilha tem uma maioria de católicos. Nas Flores, garantem os locais, a Páscoa é celebrada como os portugueses ensinaram há quatro séculos. A língua lusa já não é falada, mas ainda se reza em português. E o Ronaldo é o Ronaldo.
TEXTO: É um momento de fé único no mundo cristão. Numa pequena ilha das cerca de 14 mil habitadas do maior país muçulmano do mundo, a Indonésia, a Semana Santa da Páscoa é festejada nas Flores como missionários portugueses terão idealizado há cerca de quatro séculos. Só nesta ilha existe uma maioria católica no país e tudo é feito passo a passo como numa viagem ao passado. Bem-vindo a uma impressionante manifestação de fé. Os barcos avançam devagar. São dezenas deles, de simples pirogas de madeira a enormes embarcações de pesca. Estão abarrotar de gente. Milhares de pessoas que rezam em conjunto. Nas margens da cidade costeira de Larantuca, especialmente junto ao cais, esperam outros milhares. Uns em silêncio, outros acompanhando a oração com enorme devoção. É o início das festividades da sexta-feira santa da Páscoa numa ilha de um país em que 89% dos cerca de 250 milhões de habitantes são muçulmanos. A ilha das Flores é excepção: entre os cerca de um milhão de habitantes, 85% são católicos. A herança foi deixada pelos missionários dominicanos portugueses que, em finais do século XVI, quando da queda da possessão portuguesa de Macaçar, chegaram em grande número às Flores. As tradições por eles avançadas mantêm-se até aos dias de hoje. A Semana Santa, assim mesmo em português, é uma delas. Os habitantes, embora já não falem a língua de Camões, continuam a rezar na língua lusa, agora num mistura com o indonésio que já predomina nas orações. Porém, todas as celebrações continuam a reger-se pelas práticas deixadas pelos dominicanos. E os locais juram que continuam praticamente iguais. O caixão que nunca foi abertoÉ o caso da impressionante procissão dos barcos desta sexta-feira, dedicada ao “Santo Meninu”, em Larantuca, o centro de todas as festividades. O enorme cortejo é encabeçado por um barco tradicional remado por dois homens em que é transportado um pequeno caixão. Os locais acreditam conter uma relíquia da imagem do Menino Jesus e que terá dado à costa do Mar das Flores no século XVII. Um caixão que, asseguram, nunca foi aberto. É a fé que os faz acreditar naquilo que séculos de passagem de palavra dizem ser assim. As emoções e orações sobem de tom assim que o pequeno caixão chega a terra. Os locais e os muitos milhares de visitantes cristãos (na Indonésia estima-se que sejam cerca de oito milhões) que vêm de várias ilhas rezam a uma só voz. Acendem-se centenas de velas que seguem o cortejo até à “Kapela Santo Meninu” não muito longe do porto. Aí, milhares de pessoas que durante semana veneraram o seu santo vão continuar a rezar. Horas sem fim, com uma enorme devoção e indiferentes aos mais de 30 graus e um nível elevado de humidade que desespera os que não estão habituados a tão pesado clima. Uma semana de enorme féAs festividades da Semana Santa começaram no Domingo de Ramos (“Dominggu Ramu”), há quase uma semana. Na quarta-feira seguinte foi dia de retiro. É proibido executar qualquer tipo de trabalho, não se podem realizar festas ou mesmo viagens mais longas. É igualmente um dia para a paz, para que não haja qualquer tipo de conflitos. “Para alegria e não para a tristeza”, dizem. A par da oração, o dia é igualmente dedicado à limpeza da cidade, especialmente por onde vai passar a procissão desta sexta-feira à noite, outro dos momentos altos desta Semana Santa. Ao logo de quilómetros, na beira das estradas, estão já construídas as estruturas de bambu onde serão colocadas milhares de velas que vão iluminar o cortejo, muitas delas feitas ainda de favos de mel silvestre, como nos séculos passados. Na quinta-feira começaram alguns dos momentos de maior devoção. Foi o dia de cumprir “promessa” como ainda hoje se diz na ilha. São horas impressionantes de fé. Depois da missa das 20h na Catedral “Reinha Rosari”, no bairro “Postoh” – fundado pelos portugueses em 1613 –, os cristãos marcham rumo à Capela da Senhora Mãe (“Gereja”, do original português igreja, “Tuan Ma”, consagrada a nossa senhora “Mater Dolorosa”) e à Capela do Menino Jesus (“Kapela Santo Meninu”). Milhares de peregrinos juntam-se em filas de espera silenciosas para entrar nas igrejas. Ouvem-se orações permanentes rezadas em indonésio, mas mescladas com dezenas de palavras portuguesas. Antes de entrarem nas igrejas, os crentes descalçam-se. Assim que vencem as portas dos templos ajoelham-se e, muito lentamente, dirigem-se aos altares para uma pequena prece. Filas toda a noiteNa Capela da Senhora Mãe veneram a imagem imponente de uma santa de manto negro que os locais acreditam ter cerca de 500 anos e ser de origem portuguesa. Na “Kapela Santo Meninu” adoram o caixão que nesta manhã encabeçou a procissão marítima. Nos templos, dezenas de mulheres queimam centenas de velas e incenso sem parar ao longo de toda a noite e madrugada. No ar, um manto de fumo intenso cobre todo o espaço de igreja. As orações, cantadas também por dezenas de mulheres igualmente vestidas de negro e que se vão revezando nas preces sentadas em bancos rasteiros, nunca param. As filas para entrar nos templos duram toda a noite. São coordenadas pelos membros dos chamados comités organizadores que, com notório profissionalismo, dirigem os milhares de peregrinos. São eles o garante de que os movimentos de entrada e saída nos espaços de fé são constantes. Sempre num movimento lento, em silêncio, ou apenas acompanhados de preces sussurradas. Há gente de todas as idades nas filas. Os mais velhos ostentam as suas melhores roupas. As senhoras de cabelos arranjados e trajes finos; eles de fatos de gala ou camisas coloridas de tecido batik, dos ministérios indonésios onde trabalham. Já os jovens trazem camisolas do Barcelona ou do Real Madrid, de selecções de vários países, incluindo a portuguesa. Nas costas das camisas lusas surge invariavelmente o nome de Ronaldo. O nome do goleador português é gritado sempre que percebem que o seu interlocutor é português. Elas usam calças e blusas apertadas, num contraste gritantes com os trajes austeros das muitas noviças com quem se cruzam nas filas. Há gente que segue de lágrimas nos olhos, mas, na maioria, é notória a satisfação e o orgulho de participar nesta manifestação de fé que, garantem, é “única no mundo” e realizada “como os portugueses faziam há 400 anos”. Os visitantes estrangeiros são recebidos com sorrisos e com acenos de cabeça, como que agradecendo a sua presença. “Podem entrar à vontade e tirar fotografias. Estão a divulgar a nossa cultura e a nossa fé”, diz ao PÚBLICO um membro de um dos comités organizadores num inglês atrapalhado. Em 1979 um terramoto de forte intensidade atingiu a cidade de Larantuka. Morreram mais de 150 pessoas e centenas de casas foram destruídas, algumas delas junto a estes dois templos. As igrejas ficaram intactas. A fé, já inquebrantável, ganhava ainda mais razão de ser para a gente das Flores. O PÚBLICO viajou a convite do Governo da República da Indonésia
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave homens cultura negro mulheres
O que terá faltado a este tão feliz reencontro com Devendra Banhart?
O cantor de Smokey Rolls Down Thunder Mountain e Mala (os dois únicos álbuns visitados no concerto) continua a mostrar-se uma figura ímpar, um cantor de excepção. 3,5 estrelas. (...)

O que terá faltado a este tão feliz reencontro com Devendra Banhart?
MINORIA(S): Animais Pontuação: 2 Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento 0.8
DATA: 2013-08-04 | Jornal Público
SUMÁRIO: O cantor de Smokey Rolls Down Thunder Mountain e Mala (os dois únicos álbuns visitados no concerto) continua a mostrar-se uma figura ímpar, um cantor de excepção. 3,5 estrelas.
TEXTO: Devendra Banhart Lisboa, Centro Cultural de Belém 3 de Agosto, 22h15Desta vez, e será a única vez, Devendra está só em palco. Aquela voz, a sua, que é corpo de actor, matéria moldável ao sabor das palavras, liberta-se com expressividade desarmante e deixa-nos suspensos. Claro que conhecemos as palavras e a canção. É Won't you come over, do último Mala, como são aliás quase todas as interpretadas sábado no Centro Cultural de Belém (e sexta na Casa da Música, no Porto). Conhecemos-lhes as palavras e os sons mas Devendra Banhart tem essa capacidade rara de, em concerto, ir além da canção gravada. Porque “está” em cada canção, porque se entrega a elas como se elas acontecessem verdadeiramente ali. Vê-lo cantar sem banda (aconteceu em duas músicas antes do encore) acentua essa sensação. E portanto, quando saiu de palco depois de lançar um breve “obrigado, tchau!” ao público que praticamente lotou o CCB, era óbvio que este não o deixaria ficar definitivamente nos bastidores. O concerto, afinal, podia não estar a começar (já passara quase uma hora desde o seu início), mas estava certamente longe de terminar (assim pensávamos). A banda regressou então, o rock tropicalizado de Carmensita e “tu primo colorado” levou meia dúzia de raparigas e levantar-se dos bancos para dançar, e isto está a ser bom e vai ser melhor ainda. Mas não foi. Devendra, corpo esguio dançando em bicos de pés, bailou discretamente com a guitarra e a banda acompanhou-o com intenção e graciosidade. Depois de Carmensita, nova despedida e o adeus definitivo. É tão bom, não foi?No regresso a Portugal depois de um concerto no Optimus Alive de 2010, e oito anos depois de concertos memoráveis no Sudoeste e na Aula Magna, Devendra Banhart trouxe um óptimo novo álbum, Mala, e um fato aprumado a condizer com a apresentação mais sóbria. Já lá vão os tempos em que o palco era como encontro de hippies de bom coração, de tropicalistas instalados mais a norte no hemisfério. Devendra Banhart é agora outro, naturalmente. A exuberância concentra-se agora, totalmente, na interpretação. E é aí que o cantor de Smokey Rolls Down Thunder Mountain e Mala (os dois únicos álbuns visitados no concerto) continua a mostrar-se uma figura ímpar, um cantor de excepção. Na banda de quatro elementos que acompanhou Devendra nesta última data da digressão europeia encontrávamos um discretíssimo Fabrizio Moretti, baterista dos Strokes, ou Rodrigo Amarante, o ex-Los Hermanos que assinou a primeira parte do concerto e que, com delicadeza no dedilhar da guitarra e dolência melancólica na voz segura, ocasionalmente acompanhado pelos restantes membros da banda de Devendra, citou discretamente a “Irene” de Caetano (e há realmente algo de Caetano nele), sussurrou versos para anotar (“milagre seria amor ter rima breve”) e deixou-nos com as expectativas em alta para o álbum a solo, intitulado Cavalo, que se anuncia para breve. Dificilmente teríamos melhor introdução para o que se seguiria. Tal como em Mala, começamos pelo "young man on a dancefloor" que acredita em “visões e preces” de Golden girls. Foi o início da curta viagem que passou pela pop luxuriante de Baby, pela doçura de Daniel ou pelo marulhar psicadélico intenso da muito celebrada Seahorse. Devendra Banhart arranhou o português e improvisou, bem humorado as primeiras linhas de uma nova canção (“eu não falo português”, precisamente), para agradecer o talento de Rodrigo Amarante, momentos antes de recebermos o balanço latino da envolvente Mi negrita. Devendra contém multitudes: é trovador latino americano que idolatra Caetano que idolatrava Carmen Miranda, é presença andrógina que dramatiza os versos cantados porque sim, as palavras são importantes, é admirador do folk rock californiana da década de 1970 que o aborda dando o indispensável passo em frente (Never seen such good things foi óptimo exemplo disso) e baladeiro com humor na ponta da língua - e venha daí uma canção romântica como em emissão radiofónica de 1960 que desembocará em disco bem oleado (Your fine petting duck). No concerto do CCB, sem recuar por um momento ao passado que primeiro o notabilizou (o de Rejoycing the Hands ou de Cripple Crow), Devendra foi tudo isso, por vezes na mesma canção. Mostrou-nos que a sua música miscigenada continua fascinante. Porém, uma hora e pouco depois do início do concerto, quando ele a banda que tão bem o acompanhara abandonou o palco para não mais voltar, fica-nos uma sensação de insatisfação. Tal não esteve verdadeiramente relacionado com a duração do concerto – já vimos alguns de duas horas que passam num repente; já estivemos em concertos perfeitos, e não queríamos um segundo mais de música, que não ultrapassaram os 40 minutos. Faltou o clique que transformasse este tão feliz reencontro com um músico ímpar num momento maior. Muito gostaríamos de saber que clique seria esse. Mas Devendra não voltou para o dizer.
REFERÊNCIAS:
Taxa de desemprego baixa para 16,4%
Número de desempregados no segundo trimestre recuou para 886 mil, mas continua a ser mais elevado do que um ano antes. (...)

Taxa de desemprego baixa para 16,4%
MINORIA(S): Animais Pontuação: 2 Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2013-08-07 | Jornal Público
SUMÁRIO: Número de desempregados no segundo trimestre recuou para 886 mil, mas continua a ser mais elevado do que um ano antes.
TEXTO: A taxa de desemprego medida pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) recuou para 16, 4% da população activa no segundo trimestre. É a primeira descida em dois anos nas estatísticas do INE, mas o número de pessoas sem trabalho continua em níveis historicamente elevados. Em Portugal, havia 886 mil desempregados no segundo trimestre, menos 66, 2 mil pessoas do que nos três primeiros meses deste ano, mas mais 59, 1 mil do que no período homólogo. A taxa de desemprego recuou pela primeira vez desde o segundo trimestre de 2011. A queda, de 1, 3 pontos percentuais, é a maior entre trimestres em 15 anos, ao mesmo tempo em que houve um aumento marginal da taxa de actividade (de 0, 1 pontos percentuais). Ao todo, a população em idade activa passou a ter mais 6, 2 mil pessoas, aumentando para 5, 39 milhões de indivíduos. O Governo prevê, no entanto, que a taxa de desemprego continue a aumentar até ao final do ano. E os números continuam a espelhar as dificuldades de recuperação sustentada do mercado de trabalho. Mais de metade dos desempregados são pessoas que estão fora do mercado de trabalho há um ano ou mais tempo, uma realidade que não passa ao lado do facto de serem os mais velhos e os menos qualificados os rostos do desemprego de longa duração. Embora na comparação trimestral tenha diminuído o número de pessoas que continuam fora do mercado de trabalho há, pelo menos, 12 meses, há registo de 548, 3 mil pessoas – e o número é superior em 105 mil face ao segundo trimestre do ano passado. Entre os 886 mil desempregados, 463, 2 mil são homens (16, 4% da população activa masculina) e 422, 8 mil são mulheres (uma taxa de 16, 5%). Contratos a prazo aumentamDe Abril a Junho, a população empregada aumentou em 72, 4 mil pessoas face ao trimestre anterior (baixou em 182, 6 mil na comparação homóloga), o que ajuda a explicar a queda trimestral do desemprego. Mas os dados indiciam um crescimento frágil no número de empregos. Não só houve um acréscimo mais forte dos contratos com termo do que sem termo, como apenas há um aumento na agricultura, floresta, pesca e serviços (onde se incluem os empregos da hotelaria e restauração, que a partir de Junho são um catalisador dos chamados empregos sazonais). Pelo contrário, na indústria, construção e energia, o número de empregos recuou. A maior queda registou-se no Algarve, onde a taxa passou, do primeiro para o segundo trimestre, de 20, 5% para 16, 9%, ficando abaixo do valor registado no segundo trimestre de 2012, o que não acontece em nenhuma das outras regiões. O número de empregos engrossou entre quase todas as idades (a faixa dos 35 aos 44 anos foi a excepção), com o maior aumento percentual a registar-se na população jovem (dos 15 aos 24 anos). Nesta faixa etária, houve um crescimento de 4% no número de empregos, o equivalente a um acréscimo de 10, 1 mil empregos em três meses. Mas a entrada de pessoas com o ensino superior concluído baixou do primeiro para o segundo trimestre (2%), havendo apenas um crescimento entre a população empregada que concluiu o secundário (2, 1%) e o 9. º ano (0, 1%). Dados mais recentes do Eurostat, que publica estatísticas mensais, apontam para um recuo do nível de desemprego para 17, 4% da população activa em Julho. A taxa medida pelo gabinete estatístico europeu não é comparável com a do INE, uma vez que é calculada com uma metodologia diferente, baseando-se nas estatísticas trimestrais do INE e nos dados registados pelo Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP). Governo vê sinal de esperançaO PSD já veio, em comunicado, notar a descida estimada pelo INE considerando-a “um importante avanço na situação social e económica do país”, por confirmarem, segundo os sociais-democratas, que “o esforço colectivo dos portugueses nos últimos dois anos não foi em vão”. Mais contida foi a reacção do ministro da Solidariedade, Emprego e Segurança Social, Pedro Mota Soares, que embora, falando num sinal de esperança, se referiu ao desemprego como “a maior fractura do ponto de vista social” no país. O Bloco de Esquerda e o PCP vieram deixar alertas sobre os números do desemprego. O coordenador do BE, João Semedo, atribuiu o recuo da taxa a uma variação sazonal e o mesmo disse à Lusa o dirigente comunista José Lourenço. “O problema de fundo é a recessão da economia. Enquanto continuar a austeridade e provocar a recessão não conseguimos ter emprego para todos os portugueses”, afirmou, citado por aquela agência noticiosa. Também para o PCP os dados agora conhecidos “não revelam qualquer alteração da situação de desastre económico e social”, disse José Lourenço.
REFERÊNCIAS:
Partidos PSD PCP BE
Dromedários suspeitos de transmitirem nova pneumonia atípica
Animais têm anticorpos de vírus que poderá ser o novo coronavírus que causa a Síndrome Respiratória do Médio Oriente. (...)

Dromedários suspeitos de transmitirem nova pneumonia atípica
MINORIA(S): Animais Pontuação: 2 Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento 0.068
DATA: 2013-08-10 | Jornal Público
SUMÁRIO: Animais têm anticorpos de vírus que poderá ser o novo coronavírus que causa a Síndrome Respiratória do Médio Oriente.
TEXTO: Um estudo publicado nesta semana mostra que as populações de dromedários em Omã apresentam anticorpos para o novo coronavírus mortal que causa pneumonia atípica, cujo primeiro caso humano apareceu em Setembro de 2012. O estudo publicado na revista Lancet Infectious Diseases é uma pista importante para se descobrir quais os animais que estão a passar o vírus para as populações humanas, mas é necessário encontrar provas mais substanciais para comprovar que os dromedários são essa fonte. A última actualização da Organização Mundial de Saúde (OMS) sobre a Síndrome Respiratória do Médio Oriente (MERS, sigla em inglês), causada por um novo coronavírus, data de 1 de Agosto e dava conta de três novas infecções em mulheres na Arábia Saudita. Duas pacientes apresentavam sintomas pouco severos, são profissionais da saúde e estiveram em contacto com outros doentes com a MERS, por isso a transmissão foi humana. A terceira não se sabe como apanhou a doença. Desde Setembro de 2012 já foram infectadas 94 pessoas com este coronavírus, 46 morreram. A maioria foi na Arábia Saudita, mas há casos a chegarem à França, Alemanha, Itália, Tunísia ou ao Reino Unido. Infelizmente, apesar da maioria das pessoas infectadas ter apanhado a doença a partir de outra pessoa, desconhece-se qual é a fonte na natureza que está a transmitir o vírus ao resto do grupo dos infectados. Um estudo recente mostrou que este coronavírus é semelhante a outro detectado em morcegos na África do Sul. Apesar dos morcegos poderem ser uma potencial fonte primária do vírus, há pouco contacto entre pessoas e morcegos. Por isso, os investigadores pensam que terá de haver um intermediário que está a passar o vírus para os humanos. Só com a descoberta deste animal intermediário é que será possível implementar medidas que evitem a transmissão deste vírus mortal que, por enquanto, ainda não ganhou capacidades de passar entre humanos com eficácia, podendo transformar-se assim numa pandemia. A equipa de Marion Koopmans, do Centro de Investigação de Doenças Infecciosas do Instituto Nacional de Saúde Pública e Ambiental, em Bilthoven, na Holanda, foi à procura do intermediário. Os investigadores recolheram soro de vários animais que têm muito contacto com humanos como bovinos, ovelhas, cabras, dromedários e outras espécies de camelídeos de vários países como Omã, no Sudeste da Península Arábica, ilhas Canárias (Espanha), Holanda, Chile. A equipa procurou no soro anticorpos deste novo coronavírus – pequenas moléculas produzidas pelo sistema imunitário destes animais que se ligam a uma molécula específica que existe na capa externa deste vírus. Estes anticorpos só são produzidos quando o sistema imunitário entre em contacto com o vírus, por isso são a prova que os animais foram, no passado, infectados. Só nos dromedários é que os investigadores encontraram este anticorpo. “Achámos anticorpos nos dromedários que pensamos serem específicos do coronavírus MERS ou de um vírus que parece ser muito semelhante à MERS”, disse Marion Koopmans, citada pela BBC News. Faltam provasEm 15 dos 105 dromedários das ilhas Canárias, havia uma baixa concentração destes anticorpos, o que indica que uma pequena percentagem da população teve contacto há muitos anos com o coronavírus da MERS. Mas em Omã, os 50 dromedários analisados apresentavam, todos, grandes quantidades do anticorpo. Neste país, não foram registados casos humanos da nova pneumonia atípica. Segundo um artigo noticioso no site da Science, a equipa tentou sem sucesso obter soro de animais de países afectados pela doença como a Arábia Saudita e o Qatar, mas nenhum cooperou. “Este é um artigo muito importante”, diz Matthew Frieman, da Escola de Medicina da Universidade de Mariland, em Baltimore, Estados Unidos. “O facto dos dromedários de Omã darem 100% positivo mostra que este resultado é significativo e muito provavelmente real”, refere, citado pela Science. Mas outros investigadores defendem que só se poderá ter a certeza de que este animal é o transmissor da doença depois de se encontrar o coronavírus. A OMS é ainda mais precavida nos comentários à descoberta, alegando que muitas das pessoas que apanharam o vírus de uma fonte desconhecida não tiveram qualquer contacto com dromedários. “O que este estudo mostrou foram os anticorpos nos camelos, isto quer dizer que, a dada altura no passado, estes camelos estiveram infectados com o vírus e produziram anticorpos”, explicou citado pela Reuters Tarik Jasarevic, porta-voz da OMS, numa conferência de imprensa dada na sexta-feira. “Agora, para sabermos se é o mesmo coronavírus que causa a nova MERS nos humanos, temos que descobrir o próprio vírus e não os anticorpos. Por isso este seria o próximo passo, encontrar o vírus e identificá-lo como sendo o mesmo [do da nova epidemia]”, disse, acrescentando que outras espécies animais também podem estar infectadas. “Por isso, isto dá-nos algumas pistas para prosseguir, mas ainda não sabemos qual é a fonte do vírus e, principalmente, ainda não conhecemos como os humanos ficam expostos para contraírem a infecção. ”
REFERÊNCIAS:
Entidades OMS
Gibraltar: "Tirem as mãos do nosso rochedo", diz mayor de Londres
Boris Johnson acusa espanhóis de quererem desviar as atenções da crise económica. (...)

Gibraltar: "Tirem as mãos do nosso rochedo", diz mayor de Londres
MINORIA(S): Animais Pontuação: 2 Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento -0.25
DATA: 2013-08-12 | Jornal Público
SUMÁRIO: Boris Johnson acusa espanhóis de quererem desviar as atenções da crise económica.
TEXTO: A tensão entre britânicos e espanhóis por causa de Gibraltar continua em alta. Um dos mais recentes episódios foi escrito por Boris Johnson, o mayor de Londres, que num artigo publicado no Daily Telegraph exige que Espanha tire "as mãos do pescoço" de Gibraltar. "Tirem as mãos do nosso rochedo". É assim que começa o duro artigo de Boris Johnson. "Espero que, em breve, de uma maneira ou de outra, forcemos Espanha a tirar as mãos do pescoço da nossa colónia, porque o que está a acontecer é infame", prossegue o mayor de Londres. "As autoridades espanholas, sem qualquer razão, decidiram ressuscitar os controlos fronteiriços e a perseguição da época de Franco. Estão a causar atraso e incómodo e estão a ameaçar taxar os veículos que entrem no Rochedo. Isso é ilegal, à luz da lei da UE, e é equivalente a um bloqueio. Devem parar com isso e já", avisa Boris Johnson. Séculos de fricções por causa de Gibraltar – um território britânico cuja soberania é reclamada por Espanha – voltaram a ser reavivados este mês depois de as autoridades de Madrid se terem queixado da construção de uma barreira artificial marítima, por considerarem que esta se destina a bloquear a passagem e a pesca dos barcos espanhóis. Gibraltar argumenta que os blocos de cimento que já foram lançados ao mar entre o aeroporto do minúsculo território e a fronteira com Espanha servem propósitos de protecção ambiental. Para Boris Johnson, toda esta polémica não está relacionada com a pesca. O mayor acusa Madrid de estar a pôr em prática uma "táctica de distracção", para desviar as atenções da crise económica e do elevado desemprego no país. O mayor de Londres justifica ainda a sua preocupação com o pequeno território com o argumento de que a esmagadora maioria da população quer manter-se sob administração britânica. E finaliza o seu artigo citando uma frase que a rainha Isabel II terá proferido numa conversa telefónica com o rei Juan Carlos, quando os espanhóis se queixaram do facto de Carlos e Diana terem passado a lua-de-mel num cruzeiro em Gibraltar: "É o meu iate, o meu filho e o meu rochedo. "No domingo, o jornal El País escreveu que Espanha pondera recorrer à ONU para resolver o diferendo com os britânicos.
REFERÊNCIAS:
Entidades ONU UE
Os The Knife chegaram a Paredes de Coura e ainda estamos a discutir o que vimos
O dia 3 de Paredes de Coura, quinta-feira recebeu um óptimo concerto dos Veronica Falls, acolheu os Vaccines, banda para uma geração e a festa muito lúdica dos Hot Chip. Teve um destaque absoluto: a estreia em Portugal dos suecos de The Knife. Não foi um concerto, foi uma performance. Foi um manifesto magnífico, foi um logro, uma seca descomunal. A discussão segue dentro de momentos. (...)

Os The Knife chegaram a Paredes de Coura e ainda estamos a discutir o que vimos
MINORIA(S): Animais Pontuação: 2 Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2013-08-16 | Jornal Público
SUMÁRIO: O dia 3 de Paredes de Coura, quinta-feira recebeu um óptimo concerto dos Veronica Falls, acolheu os Vaccines, banda para uma geração e a festa muito lúdica dos Hot Chip. Teve um destaque absoluto: a estreia em Portugal dos suecos de The Knife. Não foi um concerto, foi uma performance. Foi um manifesto magnífico, foi um logro, uma seca descomunal. A discussão segue dentro de momentos.
TEXTO: Quando os Widowspeak, duo de rapaz neo-hippie e rapariga de vestido branco virginal, tocam no palco Vodafone FM as suas canções muito bonitas, muito Mazzy Star sem feridas expostas e sonhos opiáceas para curar a dor, já tínhamos passado pela muito animada rua Conselheiro Miguel Dantas de esplanadas cheias, de velhotes sentados no banco de jardim a observar os dois valentes que tentam tocar guitarra mas caem com estrondo perante todos. Já tínhamos caminhado por campos e saltado cursos de água, sob a sombra das árvores frondosas e enquanto uma vaca muge ao longe. Caminhávamos, observávamos a habitual animação fluvial das tardes do Paredes de Coura e pensávamos que aqui subsiste aquilo que interessa na ideia original dos festivais de música: um retiro para celebração dos sons que fazem os nossos dias, sem interferência do ruído publicitário que tudo vampiriza e banaliza; um escape para um paraíso bucólico que não existe, mas fingir que sim durante três, quatro, cinco dias, vale muito a pena. Pensávamos nisto enquanto os Widowspeak tocavam para algumas dezenas uma versão de Wicked game, de Chris Isaak – depois, noite alta, chegariam os The Knife e um líder de culto para uma sessão de aeróbica e teríamos muito mais em que pensar. O terceiro dia de festival, quinta-feira, o primeiro com tudo operacional (leia-se, todos os palcos em funcionamento), teve os Everything Everything a inaugurar o palco principal ainda com o sol brilhando no céu. A banda de Arc representa na perfeição uma longa tradição de ambição pop britânica. Ou seja, complexificam as estruturas musicais para fazer das suas canções uma confluência de estéticas diversas (dos Massive Attack aos Radiohead aos Field Music). Mas no coração (leia-se, nos refrães) desta música está sempre o desejo de comunicar, de oferecer uma melodia que se cole ao cérebro do ouvinte. Num momento a voz de Jonathan Higgs desce ao falsete para dramatizar a angústia existencial dos nossos tempos – “you could make a difference but you don’t” –, no outro aparece-nos pela frente um Kemosabe cujo refrão podia agraciar um single de dois Peters de destaque na década de 1980 (o Gabriel e o Cetera). É música que cede ao peso da sua ambição – mas que é que isso interessa perante aquilo de que todos falariam horas depois, quando os The Knife carregassem no play e dessem início ao concerto que não foi um concerto?Nesta quinta-feira diríamos que a banda mais esperada eram os Vaccines, a julgar pelo número de pessoas vestindo orgulhosamente t-shirts da banda. Tocaram depois de os australianos Jagwar Ma provarem que não, não têm nada a ver com a Madchester de Happy Mondays e Stone Roses (o vocalista Gabriel Winterfield tinha como prova a t-shirt dos Metallica que vestia). Tragicamente, a música que fazem desmente a evidência da t-shirt. São mesmo ecos de Madchester que se libertam no balanço electrónico com guitarra dentro, nas texturas psicadélicas disparadas, na dança indolente do trio. O homem de pólo branco perante nós dançava felicíssimo como numa Haçienda a céu aberto, mas aquilo que em Howlin’ é uma óptima reavaliação de um óptimo legado soou em concerto algo constrangido, pouco genuíno. Precisamente o contrário do que vimos nos Veronica Falls, londrinos autores de um grandíssimo concerto no palco Vodafone FM. São banda autora de canções que são pérola indie à antiga atrás de pérola indie à antiga, são banda que pôs as guitarras a chocalhar como as de Lou Reed no Foggy notion dos Velvet Underground e que afinou as vozes porque pop sem harmonia não é bem pop (e se falham a afinação, como aconteceu no início de uma música, recomeçam sem constrangimentos e o público apoia porque eles estão em palco mas são uns de nós). Ouvimos Found love in a graveyard, ouvimos Waiting for something to happen (outra forma, mais graciosa, de dizer o mesmo que o os Everything Everything) e saímos de concerto de sorriso estampado no rosto – dos Veronica Falls ainda nos recordávamos horas depois, enquanto discutíamos aquilo a que acabávamos de assistir, o concerto dos The Knife, que diferentes opiniões classificavam como performance provocatória, happening para abalar convicções ou seca monstruosa. Paredes de Coura, dia 3, quinta-feira. Os Toy, óptima síntese motorika/shoegaze, um torpedo eléctrico apontado ao cérebro de quem assiste. A noite que chegava ficou bem a esta banda de cabelos em rebuliço, de uma massa sonora de guitarras e teclados amalgamados até se tornarem uma poderosa arma hipnótica que até a criança aos ombros do pai seguia com satisfação. Paredes de Coura, dia 3, quinta-feira, noite alta. Os britânicos Vaccines a mostrar que são banda-sonora para uma nova geração, colocando a vida juvenil em verso de canção e utilizando o rock’n’roll como poderoso veículo de comunicação. O anfiteatro natural estava já repleto, as letras estavam na ponta da língua de quem via. Há, porém, um problema nesta música: chama-se Strokes, referência maior e assombração assomando em cada Post-break up sex que lhes ouvimos. Há também esperança: porque a assombração não é duradoura e, entre a nova Melody calling e as canções de Come Of Age, o apropriado título do segundo álbum, ouviu-se nervo punk, muito brit (facção Buzzcocks, Undertones) e os Vaccines mostraram que há vida interessante a fervilhar por aqui. A tão curtíssima quanto intensa Norgaard, que até pertence ao álbum de estreia, What Did You Expect From The Vaccines, mostra o caminho. O público celebrou-os, o público dançou depois muito efusivo e muito feliz com essa máquina lúdica imparável chamada Hot Chip. Na música dos britânicos não há segredos. Ritmo propulsor assegurado por uma baterista impressionante chamada Sarah Jones, sintetizadores borbulhando nas proximidades de house (Ibiza tão perto e tão longe), a escola DFA revista por fãs dos Pet Shop Boys e uma banda afinadíssima a dar ao povo o que o povo quer: festa, canções, dança. Over and over, Night and day, Ready for the floor. Palmas a acompanhar quando tal se impõe, festão mínimo garantido e até Alexis Taylor, o homem com tudo errado para ser estrela pop, se transforma em mestre-de-cerimónias carismático. Isto não é música para salvar o mundo, é música para animar uma noite. E é competentíssima na função. Mas também não era deles que falaríamos perto das duas da manhã. Há um elefante na sala de porcelanas e, como se sabe, é impossível ignorá-lo. Os The Knife, então. A banda sueca dos irmãos Karin e Olof Dreijer é famosa pelo arrojo das propostas estéticas, pelo conceito que anima os raros concertos e os álbuns. Isso já todos sabiam anteriormente ao concerto mais esperado da noite de quinta-feira, o da estreia em Portugal dos autores de Shaking the Habitual. Mas, sabendo-o, ninguém esperaria o que aconteceu no palco do anfiteatro natural do praia fluvial do Taboão. Não foi verdadeiramente um concerto: começou com um “maharishi” de turbante e túnica, sozinho em palco sob banda sonora dos Goldfrapp ou dos Rapture (Gonna get myself into it, título adequado ao momento), para uns delirantes e bizarros 15 minutos de, citamos, “aeróbica de protesto”: o homem falou como pregador de livros de auto-ajuda, pediu ao público que abanasse os braços e que abraçasse a pessoa ao lado. O público, surpreendido mas divertido, acompanhou-o (cenário surreal esse de dezenas de milhar de pessoas a seguirem os gestos e sugestões do “maharishi” de licra). Esta foi a porta da entrada: o momento zero da grande farsa, da performance para demolir noções estereotipadas do que deve ser um concerto, do manifesto anti cultura de celebridade (fica tudo muito bem no papel). O que seguiu foi aquilo que ocupou discussões e discussões nas horas posteriores à actuação (e que continuava a ser discutido na manhã do dia seguinte, a julgar pelas conversas ouvidas nas esplanadas da vila). Havia instrumentos (uma harpa arco-íris, percussões) e microfones em palco, mas (quase) tudo era ilusão. A música pré-gravada foi disparada e o happening começou. This is happening, precisamente, ouviu-se à entrada de figuras cobertas em trajos de frade de sociedade secreta (ou de povo da Guerra das Estrelas). Tudo é simulacro – ouvem-se vozes e parecem ser as pessoas em palco que as emitem, mas alternam as vocalistas, falha-se o sincronismo (propositadamente?) e percebemos que não são. Acentuam-se os ritmos de ritual pagão, cresce a batida subterrânea de um techno pós-apocalíptico, já não há membros de sociedade secreta em palco, substituídos por uma trupe de dançarinos em coreografias de teledisco sabotado dos Daft Punk. Há quem acompanhe tudo isto imerso na performance, enquanto à sua volta começam a abrir-se clareiras (há embevecidos e há desistentes, não há meio termo). Garantem-nos que uma das coreografias pertence a um teledisco da cantora italiana dos anos 1980 Raffaella Carra e pensamos em quantas camadas de leitura terá a performance cuidadosamente planeada pelos The Knife. A intenção é louvável e o gesto, por si só, seria de aplaudir. Denunciar a noção de autoria num mundo de rituais de espectáculo padronizado (quem canta? Quem é a estrela?) e subverter a ideia do que deve ser um concerto. No mundo ideal do The Knife, Rihanna estaria a preparar um manifesto de defesa do showbiz que representa, Beyoncé estaria a pedir a Jay-Z e a Kanye West que lhe produzissem um álbum conceptual histórico, Justin Bieber embebedar-se-ia em protesto e Guy Debord, entre gargalhadas, escrevia uma carta de apoio no Além. No mundo real, o conceito não sobrevive à experiência. Porque as camadas de leitura não são discerníveis para além do simulacro, porque o espectáculo se gasta ao fim de meia hora de experiência. Porque, pormenor importante, nem coreografias, nem a música pré-gravada que as suportam, sustentam o gesto criativo desejado (por outras palavras, a surpresa dá lugar ao aborrecimento). Esta será, muito provavelmente, a actuação mais discutida de todo o festival e isso é louvável. Mas não, nem toda a ambição será perdoada. Isto, evidentemente, é discutível. Temos mais dois dias para o fazer em Paredes de Coura. Hoje, sexta-feira, nos intervalos entre Iceage, The Horrors ou Echo & The Bunnymen. Amanhã, sábado, entre Ducktails, Phosphorescent, Calexico ou Belle & Sebastian.
REFERÊNCIAS:
Café pode ser nocivo para o desenvolvimento cerebral
Estudo feito em fêmeas de rato grávidas mostra que cafeína causa maior susceptibilidade para epilepsia e problemas de memória dos filhotes. (...)

Café pode ser nocivo para o desenvolvimento cerebral
MINORIA(S): Animais Pontuação: 2 Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2013-08-20 | Jornal Público
SUMÁRIO: Estudo feito em fêmeas de rato grávidas mostra que cafeína causa maior susceptibilidade para epilepsia e problemas de memória dos filhotes.
TEXTO: A cafeína pode ter efeitos negativos no desenvolvimento do cérebro dos mamíferos durante a gravidez e altura da lactação, mostra um estudo feito por uma equipa internacional com participação de investigadores portugueses. O resultado das experiências, feitas em ratos, foi publicado na revista Science Translational Medicine. “A equipa avaliou o impacto [do café] durante o período de gestação e descreveu, pela primeira vez, os efeitos nocivos do consumo de cafeína (em ratos fêmeas) durante a gravidez, sobre o cérebro dos seus filhotes”, explica o comunicado de imprensa da Universidade de Coimbra (UC). A pesquisa, feita por investigadores do Centro de Neurociências e Biologia Celular, da Faculdade de Medicina e da Faculdade de Ciências e Tecnologia, todos da UC, envolveu ainda cientistas da Alemanha e da Croácia. Para avaliar os efeitos da cafeína, os investigadores deram a fêmeas de ratos grávidas o equivalente a três chávenas de café diárias, durante toda a gestação e até ao desmame das crias. Os ratinhos jovens “mostraram maior susceptibilidade de desenvolver epilepsia e, quando atingiram a idade adulta, detectaram-se problemas de memória espacial”, explica o coordenador da equipa portuguesa, Rodrigo Cunha. Durante o desenvolvimento, a cafeína altera a migração e o posicionamento dos neurónios que libertam GABA, uma substância química importante para os processos de inibição no cérebro. “Estes neurónios formam-se numa região particular e depois migram para, entre outros lugares, o hipocampo, uma região do cérebro que desempenha um papel fundamental na formação da memória”, descreve Rodrigo Cunha. “A cafeína influencia directamente a migração destes neurónios, por bloquear a acção de um receptor específico, chamado A2A, diminuindo a velocidade de migração dos neurónios. Assim, as células vão chegar ao seu destino mais tarde do que o previsto. Esta migração tardia afecta a construção do cérebro com efeitos observados após o nascimento (alterações da excitabilidade celular e aumento da susceptibilidade a episódios convulsivos) e, durante a vida adulta, perda de neurónios e défices de memória”, descreve o investigador. Para Rodrigo Cunha, o estudo “é a primeira demonstração dos efeitos nocivos da exposição à cafeína sobre o cérebro em desenvolvimento e, embora questione o consumo de cafeína por mulheres grávidas, é necessário realçar o cuidado em extrapolar os resultados obtidos em modelos animais para a população humana, sem ter em consideração as diferenças no desenvolvimento do cérebro e da maturação entre as espécies”.
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Palavras-chave consumo estudo mulheres
Os drones também podem ser arqueólogos voadores
A tecnologia desenvolvida para fins militares está a ser usada na agricultura e na arqueologia. No Peru os drones são considerados uma ferramenta essencial à defesa do património. (...)

Os drones também podem ser arqueólogos voadores
MINORIA(S): Animais Pontuação: 2 Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2013-08-27 | Jornal Público
SUMÁRIO: A tecnologia desenvolvida para fins militares está a ser usada na agricultura e na arqueologia. No Peru os drones são considerados uma ferramenta essencial à defesa do património.
TEXTO: Os drones não servem apenas fins militares. De utilização polémica na luta dos Estados Unidos contra o terrorismo, esta tecnologia está agora a ser testada na agricultura e na arqueologia peruanas. Se nos campos servem para avaliar o crescimento de um cereal, por exemplo, nos Andes podem fazer uma análise cartográfica em pouco minutos. Luis Jaime Castillo dirige as escavações nas ruínas da civilização mochica (séculos I ao VII), conhecida pelas suas cidades de barro, em San Ildefonso e San José de Moro. Para além de outros colegas, o arqueólogo conta com uma equipa de quatro drones no seu trabalho de investigação. Com as fotografias que cada um deles tira, Castillo pode identificar os muros e as praças, ficando com uma ideia mais aproximada de como seria o traçado da cidade, explica à agência AFP. Além disso, os dados topográficos que recolhem também permitem aos especialistas conceber modelos tridimensionais dos sítios arqueológicos – informação preciosa quando as pilhagens ou a erosão fazem com que se degradem rapidamente. O que os arqueólogos demoravam por vezes meses e anos a fazer pode levar agora apenas alguns dias ou semanas. Os drones estão equipados com um microcomputador, um GPS, uma bússola e um altímetro, deslocando-se depressa e sem dificuldades graças à utilização do Google Maps, diz à AFP Andres Flores, o engenheiro que dirige o grupo de investigação de aviões sem piloto da Pontifícia Universidade Católica do Peru (PUCP), que tem vindo a desenvolver drones para usos civis. Alguns são telecomandados, mas outros trabalham autonomamente, podendo voar entre 40 a 60 minutos e percorrer até 50 km. Na agricultura, por exemplo, estes aparelhos que, de longe, se assemelham simplesmente aos usados no aeromodelismo, estão a ser desenvolvidos para acompanhar a evolução das culturas, avaliando o estado das plantas e a velocidade de crescimento. “São aparelhos pequenos, equipados com câmaras de alta precisão e passam quase despercebidos no céu”, garante Flores. Na arqueologia peruana, esta tecnologia pode ser agora determinante na protecção de centenas e centenas de sítios, muitos deles ameaçados por saqueadores de túmulos e pela exploração mineira e imobiliária, segundo a Reuters. A rapidez na altura de fazer os levantamentos topográficos e o mapeamento do terreno é de levar em conta, sobretudo depois de situações como a de Julho, quando uma empresa de construção de Lima arrasou uma pirâmide que terá sido construída há 5000 anos, de acordo com os arqueólogos que agora estudam a possibilidade de a reerguer. No mesmo mês, os habitantes de uma pequena cidade nas proximidades da ruína pré-inca de Yanamarca denunciaram mineiros amadores que causaram danos a uma estrutura em pedra com três andares quando procuravam quartzo. Basta que os drones criem um arquivo digital dos milhares de sítios arqueológicos espalhados pelo Peru para que já estejam a ajudar a protegê-los, defendeu à Reuters Ana Maria Hoyle, arqueóloga que trabalha para o Ministério da Cultura de Lima. “Vemo-los como uma ferramenta vital à conservação”, acrescentou. Cemitério de sacerdotisasLuis Jaime Castillo, que também é investigador da universidade católica de Lima, usa drones há já dois anos em San Jose de Moro, um sítio que diz ser um cemitério de elite por ali terem sido descobertos vários túmulos de sacerdotisas que sugerem que a civilização mochica ou moche era governada por mulheres. O último – e oitavo – a ser identificado em duas décadas de trabalhos tem 1200 anos, noticiou a AFP em Julho. A câmara funerária é em L e estava coberta com placas de bronze em forma de ondas e aves marinhas, tendo as paredes pintadas com motivos a amarelo e vermelho. Junto ao corpo da mulher havia uma máscara e outras oferendas. No túmulo, para além de nichos repletos de peças de cerâmica de vários tamanhos e feitios, há ainda mais sete corpos –dois deles de bebés e três de crianças – “todos sacrificados”, garante Castillo. “Sempre quisemos ter uma visão de pássaro daquilo em que estávamos a trabalhar”, diz o arqueólogo. Para isso, foram usando métodos mais caros e com resultados mais incertos, como prender máquinas fotográficas e câmaras a pequenos balões de hélio. Hoje, garante Jeffrey Quilter, arqueólogo da Universidade de Harvard que já trabalhou em vários sítios no Peru, pode construir um drone por 750 euros: “É como ter um bisturi em vez de um pau – é possível controlá-lo com grande precisão”, diz Quilter. “Pode subir a três metros e fotografar um quarto, a 300 e fotografar o sítio, ou pode ir até aos 3000 e fotografar o vale inteiro. ” É como se os arqueólogos pudessem voar sobre as ruínas para filmar e fazer medições. Para a grande maioria do público, o Peru arqueológico começa e acaba em Machu Picchu, as espectaculares ruínas do século XV que são património mundial. Mas para os especialistas há muitos mais motivos de interesse no passado pré-hispânico do país, como o império Wari que, lembra a Reuters, conquistou os Andes muito antes dos Incas. Há muito por onde escolher – são 13 mil os sítios arqueológicos espalhados por todo o território, muitos deles em lugares de difícil acesso e, por isso, de difícil controlo. Os arqueólogos não têm dúvidas de que, em, breve, poderão acelerar os trabalhos em campo com a ajuda sistemática de drones, mas pedem ao governo que intervenha para criar um enquadramento legal. No país não há diploma algum que regule a actividade destes aparelhos com fins civis e, sobretudo em áreas urbanas, a sua utilização pode levar a queixas de violação da privacidade.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave cultura campo mulher ajuda violação mulheres corpo aves
Segurança de técnica experimental de FIV com três "progenitores" posta em causa
A nova técnica de fertilização in vitro, destinada a evitar certas doenças genéticas graves, está gerar controvérsia. (...)

Segurança de técnica experimental de FIV com três "progenitores" posta em causa
MINORIA(S): Animais Pontuação: 2 Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento 0.1
DATA: 2013-09-21 | Jornal Público
SUMÁRIO: A nova técnica de fertilização in vitro, destinada a evitar certas doenças genéticas graves, está gerar controvérsia.
TEXTO: A revista Science publica esta sexta-feira um texto, assinado por três biólogos, que alerta para os riscos que uma nova técnica de procriação medicamente assistida, dita de “substituição mitocondrial”, poderá apresentar para a saúde de futuros bebés. Recorde-se que, em Junho passado, o Governo britânico anunciou que iria elaborar directivas destinadas a permitir que, dentro de dois anos, os serviços de procriação medicamente assistida do Reino Unido pudessem começar a oferecer aos casais uma técnica destinada a evitar doenças genéticas graves associadas a defeitos do ADN das mitocôndrias, as "baterias" das células. As mitocôndrias possuem um bocadinho de ADN próprio e as mutações nesse ADN podem acarretar uma série de doenças: diabetes, surdez, problemas oculares e gastrointestinais, doenças cardíacas, demência. Estima-se que uma em cada 6500 crianças seja afectada por este tipo de mutações. Ora, devido à forma de transmissão hereditária das mitocôndrias – que passam exclusivamente da mãe para os seus futuros filhos via o citoplasma (a "clara") do ovócito –, basta “trocar” de citoplasma para substituir as mitocôndrias mutantes por mitocôndrias normais. Mais concretamente, antes da fecundação, transfere-se o núcleo do ovócito da futura mãe (que contém 99% do ADN total da célula materna) para um ovócito cujo citoplasma contém mitocôndrias saudáveis, doado por outra mulher e previamente esvaziado do seu próprio núcleo. A futura criança terá assim três "progenitores" – um homem e duas mulheres. A técnica de substituição mitocondrial já foi testada com êxito em macacos-rhesus. Porém, Klaus Reinhardt, da Universidade de Tubinga (Alemanha), Damian Dowling, da Universidade Monash (Austrália), e Edward Morrow, da Universidade de Sussex (Reino Unido), afirmam agora que os debates éticos e científicos em torno da nova técnica têm eclipsado uma análise mais cuidada dos riscos potenciais associados para a saúde humana. Estes especialistas salientam, em particular, que a substituição mitocondrial pode “modificar profundamente os padrões de expressão dos genes nucleares [o resto do ADN, situado no núcleo das células], afectando uma leque de traços importantes tais como o desenvolvimento individual, o comportamento cognitivo e parâmetros-chave da saúde”. Por isso, antes de se passar para a aplicação clínica, afirmam, são precisos mais estudos em animais. Os defensores de uma passagem rápida da técnica para o ser humano argumentam, pelo seu lado, que os eventuais riscos são pequenos face às doenças que a nova técnica permitiria evitar. A isso, os três autores respondem, que embora “algumas famílias afectadas pelas doenças mitocondriais possam estar mais dispostas a correr riscos, outras, que tiveram crianças com sintomas menos graves (. . . ), poderão querer esperar por uma clarificação empírica dos riscos envolvidos”.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave mulher homem criança mulheres
Governo dos EUA paralisado pela primeira vez em quase 20 anos
Oitocentos mil funcionários mandados para casa e mais de um milhão a trabalhar sem receber. Senado e maioria republicana na Câmara dos Representantes não chegaram a acordo. (...)

Governo dos EUA paralisado pela primeira vez em quase 20 anos
MINORIA(S): Animais Pontuação: 2 Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento 0.25
DATA: 2013-10-01 | Jornal Público
SUMÁRIO: Oitocentos mil funcionários mandados para casa e mais de um milhão a trabalhar sem receber. Senado e maioria republicana na Câmara dos Representantes não chegaram a acordo.
TEXTO: A partir desta terça-feira, mais de um milhão de funcionários de serviços geridos pelo Governo dos EUA podem começar a trabalhar sem receber e outros 800. 000 vão ficar em casa, numa espécie de lay-off, depois de o Senado e a maioria republicana na Câmara dos Representantes não terem chegado a acordo para a aprovação do Orçamento. O prazo final para a aprovação era a meia-noite de segunda-feira, mas, tal como se esperava, a maioria democrata no Senado e a maioria republicana na Câmara dos Representantes não chegaram a acordo – em causa estava a exigência do Partido Republicano de fazer depender a aprovação do Orçamento da eliminação ou, pelo menos, de uma alteração profunda ao programa de saúde proposto pela Administração Obama, o Affordable Care Act, também conhecido como "ObamaCare". Com a confirmação do desentendimento no Congresso, o Presidente dos Estados Unidos anunciou o shutdown do Governo federal – o fecho ou a paralisação de muitos serviços administrados por Washington. É a primeira vez que o Governo dos EUA se vê nesta situação desde a votação do Orçamento para 1996, durante a Presidência do também democrata Bill Clinton. Nessa altura, o Governo não pôde cumprir as suas obrigações entre 14 e 19 de Novembro de 1995 e entre 16 de Dezembro 1995 e 6 de Janeiro de 1996, num total de 28 dias. Também neste caso o principal pomo da discórdia foi o sector da saúde, com desentendimentos em relação ao sistema de saúde Medicare, mas também em relação à dotação orçamental para as políticas de ambiente e para a educação. Na segunda-feira, poucas horas antes do fim do prazo para a aprovação do Orçamento, a maioria republicana na Câmara dos Representantes apresentou uma proposta ao Senado que, na prática, iria adiar o ObamaCare por mais um ano. Esta proposta foi rejeitada pelo Senado e o Presidente dos EUA acusou os republicanos de quererem prejudicar a economia do país "só porque há uma lei de que eles não gostam". Pouco depois, o Partido Republicano apresentou uma nova proposta, que evitaria a paralisia do Governo, mas também poria em perigo uma parte essencial do Affordable Care Act. Tal como era esperado, a nova proposta dos republicanos foi mais uma vez rejeitada. A líder do Partido Democrata na Câmara dos Representantes, Nancy Pelosi, acusou o líder da maioria republicana, John Boehner, de "duplicar e triplicar um caminho que teve sempre como objectivo (. . . ) paralisar o Governo". O shutdown implica que apenas os serviços considerados essenciais – como a saúde, o ensino, a segurança social, as prisões, as operações militares ou controlo do espaço aéreo – continuarão a funcionar. Serviços considerados não essenciais, como parques e museus, entre outros, são obrigados a suspender as suas actividades. Mas uma parte da prestação de serviços sociais será também afectada – na segunda-feira, o Governo avançou que o Programa Especial de Nutrição para Mulheres, Bebés e Crianças será cancelado por falta de fundos. Os funcionários do Governo federal ficam a saber se vão ser afectados pelo shutdown através de um email ou um telefonema dos seus superiores. Se receberem a notícia de que terão de ficar em casa, vão poder deslocar-se aos locais de trabalho para desempenhar tarefas como guardar os documentos ou enviar emails – qualquer tarefa directamente relacionada com a sua função é considerada ilegal até serem chamados novamente pelos serviços. Dos mais de dois milhões de funcionários do Governo, 800. 000 vão ficar em casa até que o impasse seja resolvido e mais de um milhão serão questionados sobre se querem continuar a trabalhar sem receber vencimento. Serviços encerrados:Programa Especial de Nutrição para Mulheres, Bebés e Crianças, que apoia mulheres grávidas com rendimentos abaixo do limiar da pobreza e crianças com menos de cinco anos de idade; parques nacionais; museus do Instituto Smithsonian, Museu do Holocausto e muitos outros cuja entrada é grátis; Jardim Zoológico Nacional (Washington); visitas guiadas ao Capitólio para turistas. Poderão encerrar:Programas de apoio a veteranos de guerra; obras de construção civil pagas pelo Governo; serviço de cobrança de impostos (IRS); bibliotecas nacionais; sites na Internet de serviços governamentais. Serviços não afectados:Segurança social e os serviços e programas de saúde Medicare e Medicaid; Programa de Assistência de Nutrição Suplementar, para apoio à compra de alimentos por pessoas com rendimentos baixos ou sem rendimentos; correios; escolas públicas; tribunais federais; prisões federais; aeroportos; inspecção de produtos alimentares; serviços militares; serviços de transportes da área metropolitana de Washington; serviços de registo de patentes e marcas registadas; Centro Kennedy. Declaração do Presidente Barack Obama:
REFERÊNCIAS:
Entidades EUA