Gémeos britânicos gastaram mais de mil euros em jogos no iPad dos pais
Caso dos Griffiths não é único. Em Março, Sharon Kitchen recebeu uma factura de 2200 euros em despesas com extras do jogo preferido do filho. Num e noutro caso, a Apple reembolsou os pais. (...)

Gémeos britânicos gastaram mais de mil euros em jogos no iPad dos pais
MINORIA(S): Animais Pontuação: 2 Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento -0.05
DATA: 2013-10-02 | Jornal Público
SUMÁRIO: Caso dos Griffiths não é único. Em Março, Sharon Kitchen recebeu uma factura de 2200 euros em despesas com extras do jogo preferido do filho. Num e noutro caso, a Apple reembolsou os pais.
TEXTO: Quando Ashley Griffiths abriu o seu email no domingo e viu várias mensagens vindas da Apple detalhando quatro páginas de despesas, não percebeu logo do que se tratava. Sem saber, gastara mil libras (1250 euros) em compras digitais num jogo infantil no iPad. Os filhos gémeos tinham estado a jogar no fim-de-semana e tinham comprado dezenas de animais domésticos e de peças de roupa virtuais. Quantos mais animais coleccionassem, melhor. Foram acumulando figuras para o jogo, em extras que começavam por custar poucas libras mas podiam chegar às dezenas. Muitos jogos começam por ser gratuitos, e são apresentados como tal, mas cobram as actualizações sugeridas à medida que o jogo se prolonga e avança. “Quem podia alguma vez pensar que um animal virtual iria custar 75 libras?”, questiona-se Ashley Griffiths, em declarações ao jornal britânico Daily Telegraph. Diz-se “chocada” por constatar que uma simples password bastava para aceder aos cartões de crédito. Estes jogos estão desenhados para facilitar compras “inocentes” de crianças, critica, e pede novas leis que restrinjam essa possibilidade, numa altura em que o debate sobre o tema se intensifica no Reino Unido e também os pais são aconselhados a limitar o acesso dos filhos pequenos a jogos digitais. A Apple reembolsou os pais dos gémeos da quantia gasta, num gesto de boa vontade, descreve o Daily Telegraph, como já tinha feito num caso recente também no Reino Unido. Foi em Março que Sharon Kitchen contou aos jornais como o seu filho de cinco anos gastara inadvertidamente 1700 libras (2200 euros). Na posse de uma palavra-chave, que lhe era pedida para o Zombie vs Ninja, jogo gratuito, a criança conseguiu sozinha chegar à loja da Apple e encomendou dezenas de extras. O Office for Free Trading (OFT, Departamento para o Comércio Livre) reagiu anunciando, pouco depois, uma investigação a uma nova geração de jogos introduzidos no mercado. Os responsáveis prometeram debruçar-se em especial sobre os jogos, cujo download em smartphones ou computadores era gratuito, mas que rapidamente implicavam gastos para prosseguir. E anunciavam possíveis restrições a ofertas apresentadas como “gratuitas”. No fim de Setembro, o OFT avançou com uma carta de princípios que, entre outras coisas, impede pagamentos feitos ou recebidos dentro dos jogos, abrindo apenas uma excepção em caso de consentimento informado e autorizado de um encarregado de educação. Na lista dos outros princípios agora estabelecidos está também o dever de informar, de forma clara e transparente, sobre as condições dos jogos. “Preocupa-nos o facto de pais e crianças estarem a ser submetidos a uma pressão injusta para fazer uma despesa quando estão a jogar jogos que julgavam gratuitos, mas podem afinal resultar em custos substanciais”, disse, também citado pelo Daily Telegraph, um dos directores do OFT em Abril. Também a frequência dos casos conhecidos de crianças que reagiram de forma excessiva à impossibilidade de jogar ou à dificuldade em aceder a um universo a que se habituaram, levou a OFT a agir. "Dependência digital" O caso de uma menina de quatro anos que começou a ser tratada por dependência correu os jornais britânicos em Abril, abrindo também espaço à voz de médicos e especialistas, que alertam para o uso excessivo diário a que muitas crianças estão expostas, sem supervisão parental. Neste caso, a menina tinha adquirido o vício num ano em que se tornara habitual para ela estar “ligada” entre uma a quatro horas por dia. Especialistas britânicos, como o psiquiatra Richard Graham, alertaram então para os efeitos “perigosos” de longo prazo que podem advir do uso prolongado destes dispositivos. E estimam em 30% a percentagem de pessoas “digitalmente dependentes”. Richard Graham avisou, entre outras coisas, para a dificuldade que os jovens sentirão mais tarde em desenvolver relações sociais num quadro normal, “ávidas” que estão de “interacção constante”. E os pais, que na maioria concordam que as crianças passam demasiado tempo ligados, “continuam a escolher entretê-los dessa maneira”, disse ao Daily Telegraph.
REFERÊNCIAS:
Partidos LIVRE
Texto sobre lobos fez baixar resultados no 2.º ano
Relatário dá conta de que houve piores desempenhos em 2013 nos testes intermédios de Português e Matemática (...)

Texto sobre lobos fez baixar resultados no 2.º ano
MINORIA(S): Animais Pontuação: 2 Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2013-10-03 | Jornal Público
SUMÁRIO: Relatário dá conta de que houve piores desempenhos em 2013 nos testes intermédios de Português e Matemática
TEXTO: Para os alunos do 2. º ano de escolaridade, um texto informativo é mais difícil de entender do que uma história. Aos sete anos mostram também já "grandes fragilidades ao nível da resolução de problemas", uma dificuldade que tende a acompanhar muitos deles ao longo do seu percurso escolar. Estas são algumas das conclusões do relatório sobre os testes intermédios de Português e Matemática realizados no ano lectivo passado por cerca de 65 mil alunos do 2. º ano de escolaridade e que foram divulgadas terça-feira pelo Instituto de Avaliação Educativa (Iave), o novo nome do organismo responsável pela elaboração dos exames nacionais. Os enunciados dos testes intermédios são iguais para todas as escolas. No 2. º ano começaram a ser realizados em 2010/2011 com o objectivo de ajudar a um "diagnóstico precoce das dificuldades dos alunos". Uma análise dos resultados ao longo destes três anos nos testes de Português mostra que "o domínio da compreensão do oral foi, invariavelmente, aquele em que os alunos revelaram melhor desempenho" e que os piores desempenhos se centram nos domínios da escrita e gramática, Mas em 2013 houve algumas surpresas negativas. No grupo destinado à interpretação, o Iave decidiu apresentar, pela primeira vez, um texto com carácter informativo (sobre os lobos), o que, diz, levou a piores resultados. Nos outros anos tinham sido propostos excertos de histórias. Para este pior desempenho contribuiu também, segundo o relatório, o tipo de questões apresentadas, nomeadamente as de associação. Este foi mesmo o item com pior resultado: só 17, 9% dos alunos conseguiram associar de forma correcta os elementos de duas colunas, no caso os modos de comunicar do lobo com o que este animal pretende alcançar através deles. Em 2013, na parte dedicada à escrita, só 37, 8% dos alunos utilizaram o vocabulário adequado na redacção do texto. Em 2012 tinham sido quase 70%. O Iave atribui esta diferença de resultados não a uma mudança abrupta do padrão de conhecimentos dos alunos, mas sim às alterações que introduziu nos testes de 2013. Passou, por exemplo, a existir um maior número de objectivos a alcançar (descritores de desempenho) que os professores tiveram de ter em conta para a classificação destes itens. Também a Matemática houve resultados piores em 2013. No que respeita às operações aritméticas, no caso uma subtracção, só 27, 1% conseguiram ter respostas correctas, quando em 2012 esta percentagem foi de 40, 1%. Então o problema era saber quanto era 50 menos 19. Este ano tiveram de calcular quanto dava 377 menos 99. Também no cálculo do perímetro se registou um trambolhão: a percentagem de respostas correctas baixou de 41% para 23%. O Iave atribui esse resultado ao facto de no teste de 2013 a resposta "implicar a mobilização da capacidade de resolução de problemas". Pedia-se para determinarem o perímetro de um rectângulo formado por três quadrados, apresentando-se a medida do lado de dois deles, que no conjunto correspondia à medida do quadrado maior. Em 2012, o problema tinha na base um cartão rectangular. Partindo da suposição de que uma menina o tinha contornado com um fio, e utilizando a régua para tal, pedia-se aos alunos para calcularem o comprimento desse fio. Nesta disciplina a área em que os desempenhos continuam a ser melhores é a chamada "organização e tratamento de dados", que implica a leitura e interpretação de informação contida, por exemplo, em gráficos.
REFERÊNCIAS:
Nova vida da Flor do Gás resgata memórias da travessia do Douro
Empresa Menino do Douro quer fazer de lancha histórica do Douro, única travessia fluvial entre Porto e Gaia, o ex-líbris de outros tempos. Em 2014, o Cais do Ouro deve ser um ponto comercial (...)

Nova vida da Flor do Gás resgata memórias da travessia do Douro
MINORIA(S): Animais Pontuação: 2 Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento 0.136
DATA: 2013-10-13 | Jornal Público
SUMÁRIO: Empresa Menino do Douro quer fazer de lancha histórica do Douro, única travessia fluvial entre Porto e Gaia, o ex-líbris de outros tempos. Em 2014, o Cais do Ouro deve ser um ponto comercial
TEXTO: O dia mostra-se timidamente, ainda não bateram as seis da manhã, e Manuel Ferreira já espera no cais. É cliente da primeira viagem que todos os dias deixa Gaia e Porto a cinco minutos de distância, a única travessia fluvial entre as duas cidades, feita há quase 70 anos. Orgulhosamente renovada, a lancha Flor do Gás passeia-se no Douro, de 15 em 15 minutos, das 6h às 22h, não importa quantos clientes tenha. É essa a política anunciada pela nova proprietária da histórica embarcação, Maria Isabel Cardoso, que há alguns meses explora a travessia. Quando decidiu virar-se para este pedaço do Douro, não fazia ainda ideia da história em que estava a entrar: "Queríamos investir no Douro e cruzámo-nos com esta possibilidade. Usávamos o barco de vez em quando. Mas no início nem sabíamos que tinha tanta história", admite o marido da proprietária, José Cardoso. Ao leme da embarcação, Jeremias Catarino, homem de poucas palavras, recorda aventuras de outros tempos: de quando atravessava o rio com "70 ou 80" pessoas num barco com capacidade para 27. Sem coletes e sem bóias. À pinha. "Lembro-me de uma vez que a polícia veio ter comigo e disse-me: "Você sabe em que é que está metido? Se há qualquer coisa, você é o primeiro a ir preso"", conta, agora sorridente. "Naquela altura safei-me, eles fechavam os olhos. "Aos 73 anos, Jeremias regressou ao barco que conduziu noutros tempos "porque o dinheiro [da reforma] não chegava para as contas" Mas não é por isso que se queixa: "A gente desde que tenha saúde. . . ". - Boa tarde. - Boa tarde não, menina, bom dia. Hoje atrasou-se. . . A conversa entre Jeremias e Carina Gomes, a cliente de 23 anos que acaba de entrar no barco na Afurada, é elucidativa. O mestre conhece quase todos os passageiros habituais: "Sei a que horas vêm mais ou menos, já estou à espera". Carina não se atrasou, mas hoje entra mais tarde ao serviço, no lado do Porto. Faz a travessia quase todos os dias há três anos, os avós também a fizeram noutros tempos. "Sinto-me privilegiada", sorri. A ideia de começar e findar o dia num barco tem um lado romântico que não ignora, mas tem também um lado prático que é de salientar. "É muito perto de minha casa, é mais rápido do que ir à volta pela ponte [da Arrábida] e é barato. "O protagonismo da viagem das 11h vai para Laura Silva, que entra na Flor do Gás pela segunda vez na vida. A primeira foi há 19 anos: "Estava grávida e pensava que ia morrer. Isto abanava, abanava, pensava que ia virar. " O medo da água mantém-se, mas a irmã, emigrada na Alemanha e de visita ao Porto, justifica os cinco minutos de coragem. "Vou levá-la a andar nos transportes típicos do Porto", conta, sempre atenta à ondulação. Mais emprego à vistaSe tudo correr como a proprietária Maria Isabel Cardoso prevê, até ao fim do ano a empresa Menino do Douro vai estar a empregar 16 pessoas em vez das cinco com que conta actualmente. A lancha Flor do Douro, que faz parte da concessão adquirida, deve também estar no rio até ao fim do ano, quando a sua recuperação estiver concluída. Nessa altura, a Flor do Gás deve manter-se como ligação entre os cais da Afurada e do Ouro e a Flor do Douro poderá garantir outras ligações no rio. A Menino do Douro quer fazer desta travessia fluvial uma renovada aposta para os portuenses e atrair cada vez mais turistas. E para isso não basta manter os preços actuais (um euro para cada lado; quem quiser levar bicicleta paga mais um euro). "Queremos desenvolver o Cais do Ouro juntamente com as entidades competentes que o regem, a APDL [Administração dos Portos do Douro e Leixões]", desvendou José Cardoso, que admite ser muito difícil manter um negócio com tão pouca procura. A limpeza do espaço, onde "havia ratazanas e muito lixo", já foi iniciada, mas há ainda muito por fazer. Por exemplo, é preciso que se "remova de uma vez o bar" flutuante Zoo, situado a poucos metros do Cais do Ouro, que se afundou em Março deste ano. Depois das limpezas feitas, José Cardoso garante que a ideia é levar o projecto mais além e transformar o Ouro num "cais comercial". "Queremos que seja apetecível para o turismo e para as pessoas que passam aqui. " Com uma infra-estrutura coberta, ficará acautelada a possibilidade de a Flor do Gás ser um transporte viável para mais pessoas, com ligação directa aos autocarros. Apesar das burocracias constantes em que têm esbarrado, os proprietários acreditam que estes projectos poderão estar concluídos no Verão de 2014 e pensam até na abertura de um café-esplanada no cais do Ouro, apesar de não ser essa a prioridade. Ainda não é meio-dia quando Manuel Ferreira, colete azul com o símbolo do Porto ao peito, se prepara para a viagem de regresso à Afurada, depois de mais uma manhã a "ajeitar redes em Matosinhos" e "sem tirar nada do mar". Por que se mantém fiel à Flor do Gás? "Primeiro, isto compensa; à volta, demoro muito", conta o pescador, de 64 anos de idade, 50 de mar. Depois? "Dantes via-se muita gente aqui, agora a vida está difícil. Mas é preciso defender o que é nosso; eu continuo e não admito que ninguém diga mal do que é da minha cidade. "
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave homem medo
Pela primeira vez, foi possível induzir o crescimento de novos cabelos na pele humana
O inédito método poderá abrir o caminho a tratamentos eficazes da calvície feminina. (...)

Pela primeira vez, foi possível induzir o crescimento de novos cabelos na pele humana
MINORIA(S): Animais Pontuação: 2 Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento 0.096
DATA: 2013-10-23 | Jornal Público
SUMÁRIO: O inédito método poderá abrir o caminho a tratamentos eficazes da calvície feminina.
TEXTO: Cientistas norte-americanos desenvolveram um método de regeneração capilar capaz de promover o crescimento de raiz do cabelo humano. Os seus resultados foram publicados na edição desta semana da revista Proceedings of the National Academy of Sciences. Angela Christiano, da Universidade de Colúmbia (EUA), e os seus colegas utilizaram para isso papilas dérmicas, estruturas da pele que dão origem aos folículos do cabelo. A ideia de clonar folículos capilares a partir de papilas dérmicas já circula há várias décadas, mas, até agora, quando os cientistas tentavam fazê-lo, as papilas perdiam a sua capacidade de produzir folículos e regressavam ao estado de simples culturas de células da pele. Contudo, Colin Jahoda, co-autor do estudo, já tinha conseguido há vários anos colher, multiplicar e transplantar de volta para a pele de roedores papilas dérmicas desses animais, explica um comunicado daquela universidade. E os cientistas suspeitavam desde então que isso tinha sido possível porque, ao contrário das papilas dérmicas humanas em cultura, as dos roedores têm tendência a formar agregados tridimensionais. Era, portanto, provável que, de alguma maneira, esses agregados fossem capazes de recriar o seu próprio ambiente extracelular, fazendo com que as papilas interagissem devidamente e emitissem os sinais necessários para reprogramar a pele e induzi-la a formar novos folículos. “Isto fez-nos pensar que se cultivássemos as papilas dérmicas humanas de forma a incitá-las a formar agregados, tal como as dos roedores fazem espontaneamente, poderíamos criar as condições necessárias para induzir o crescimento de cabelo na pele humana”, explica a co-autora Claire Higgins, citada pelo mesmo comunicado. Para testar esta hipótese, os cientistas cultivaram papilas dérmicas colhidas junto de sete dadores humanos. Passados uns dias, transplantaram essas papilas para um enxerto de pele humana previamente colocado no dorso de ratinhos de laboratório. Em cinco casos, os transplantes deram origem a um crescimento capilar “de raiz”, por assim dizer, que se prolongou durante pelo menos seis semanas. Através de análises genéticas, foi possível confirmar ainda que o ADN dos novos folículos era geneticamente idêntico ao dos respectivos dadores. “Esta abordagem tem o potencial de transformar o tratamento médico da perda de cabelo”, diz, por seu lado, Angela Christiano. “Os tratamentos actuais tendem a travar a perda de folículos capilares ou a estimular o crescimento de cabelo já existente, mas não criam novos folículos. O nosso método tem, pelo contrário, o potencial de fazer crescer novos cabelos a partir das próprias células das pessoas. ”Isto poderá servir, em particular, para tratar a perda de cabelo nas mulheres. Cerca de 90% das mulheres que sofrem de perda de cabelo não são elegíveis para a técnicas de cirurgia de transplantação capilar, uma vez que não existe cabelo suficiente para redistribuir pelo couro cabeludo, explica ainda a investigadora. “Agora, este método dá-nos a possibilidade de induzir grandes quantidades de folículos – ou de rejuvenescer os que já existem – a partir de células provenientes de apenas umas centenas de cabelos, o que pode tornar a transplantação capilar acessível não só a estas mulheres, mas também aos grandes queimados. ”Embora sejam precisos mais estudos para confirmar estes resultados, os cientistas acreditam na possibilidade de dar início a ensaios clínicos do novo método num futuro próximo.
REFERÊNCIAS:
Entidades EUA
Obesidade atinge 10% da população portuguesa
Programa nacional aposta na prevenção. (...)

Obesidade atinge 10% da população portuguesa
MINORIA(S): Animais Pontuação: 2 Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2013-10-24 | Jornal Público
SUMÁRIO: Programa nacional aposta na prevenção.
TEXTO: A obesidade atinge 1 milhão de adultos em Portugal e 3, 5 milhões são pré-obesos. São os principais resultados de um relatório que apresenta números preocupantes nos mais novos: cerca de 15% das crianças entre os 6 e os 9 anos são obesas e mais de 35% sofrem de excesso de peso. As questões socioeconómicas parecem ter uma influência decisiva. Na apresentação do relatório “Portugal: Alimentação Saudável em Números 2013”, esta quinta-feira, Pedro Graça, director do Programa Nacional para a Promoção da Alimentação Saudável (PNPAS), revelou dados que apontam para uma relação entre o nível económico e a obesidade: “Quando o rendimento familiar diminui, aumenta a prevalência da obesidade”. A idade e o grau de instrução são também importantes: “As pessoas de mais idade e com menos escolaridade sofrem mais com a obesidade”, afirmou. As limitações no acesso aos alimentos são preponderantes para a existência da obesidade: os produtos que fornecem muita energia a baixo custo são mais acessíveis e beneficiam de campanhas publicitárias muito fortes, o que acaba por fazer com que cheguem mais facilmente às pessoas mais carenciadas e com menor grau de instrução, logo, com menor capacidade para evitar o seu consumo. A média de consumo diário de vegetais na sopa aos 6 meses de idade atinge os 96% e no que toca a fruta, os números indicam que mais de 92% das crianças nesta idade consomem-na diariamente. No entanto, as boas práticas alimentares nos mais novos aparecem ao lado de dados menos positivos: numa base diária, mais de 10% das crianças com 18 meses têm acesso a sobremesas doces e 18% a refrigerantes sem gás. Existe quase um equilíbrio no que toca à distribuição do excesso de peso entre crianças do sexo masculino e feminino, embora com prevalência para os rapazes: 34% entre os 6 e os 9 anos apresentam excesso de peso, 18% estão num estado de pré-obesidade e mais de 15% são obesos. Os números relativos a raparigas ficam uns pontos percentuais abaixo: 30% têm excesso de peso, mais de 16% são pré-obesas e cerca de 13% atingiram a obesidade. A redução de boas práticas alimentares nos jovens parece caminhar a par com o aumento da sua autonomia. A percentagem diária da toma do pequeno-almoço durante a semana é de 89% nas crianças que frequentam o 6. º ano de escolaridade, mas desce para os 71% nos jovens do ensino secundário. O consumo de refrigerantes também aponta para esta tendência – à medida que se sobe de escolaridade, sobe a percentagem de consumo semanal deste tipo de bebidas. A modificação nos hábitos de consumo, com o aumento da ingestão de gorduras e proteínas de origem animal, associada ao sedentarismo, favorecem a incidência de obesidade. Alexandra Bento, bastonária da Ordem dos Nutricionistas, referiu que o consumo de sal e a densidade energética dos alimentos constituem um problema que origina outros: “A obesidade por si só é doença e factor de risco para outras doenças, como problemas cardiovasculares, diabetes e hipertensão arterial”. A solução para o problema da obesidade resolve-se com apoio profissional integrado. Para Alexandra Bento, “a doença tem que ser seguida no Serviço Nacional de Saúde (SNS)”. Neste momento, existem cerca de 100 profissionais ligados à nutrição nos cuidados de saúde primários do SNS. No seu entender, o aumento para 200 traria resultados importantes na luta contra a obesidade e outras doenças associadas. Em resposta, Fernando Leal da Costa, secretário de Estado adjunto do ministro da Saúde, afirmou que o ministério pretende criar condições para aumentar o número de profissionais: “Não ignoramos que ainda temos algumas falhas que têm que ser colmatadas”. Tendo como matriz o programa de alimentação norueguês de 1974, o PNPAS, com início em 2012, tem como objectivo prevenir a obesidade antes de ela aparecer. Aposta numa abordagem intersectorial entre entidades ligadas à saúde, agricultura e educação para um maior alcance na mudança de hábitos dos cidadãos.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave educação consumo doença sexo alimentos animal
eBay retira artigos à venda de vítimas do Holocausto
Site de leilões reage a investigação de jornal britânico, que encontrou objectos de presos dos campos de concentração à venda. (...)

eBay retira artigos à venda de vítimas do Holocausto
MINORIA(S): Animais Pontuação: 2 Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2013-11-03 | Jornal Público
SUMÁRIO: Site de leilões reage a investigação de jornal britânico, que encontrou objectos de presos dos campos de concentração à venda.
TEXTO: A plataforma de leilões eBay retirou do seu site vários itens de vítimas do Holocausto, na sequência de uma investigação do jornal britânico Mail on Sunday. Na noite de sábado, o jornal denunciou que itens como roupas, malas ou escovas de dentes de vítimas de campos de concentração da Segunda Guerra Mundial estavam à venda no eBay. O jornal mostra fotos de um uniforme listado de um padeiro polaco, que estaria à venda por um preço mínimo de 13. 000 euros. Contactado pelo Mail on Sunday, o vendedor, Viktor Kempf, disse que comercializava aquele tipo de artigos para financiar projectos editoriais. Entre vários outros artigos mostrados pelo Mail on Sunday estão um par de sapatos (1100 euros), uma mala (490 euros) e escovas de dentes (170 euros), todos pertencentes a judeus que estiveram em campos de concentração. A revelação causou reacções imediatas em líderes judaicos. A eBay pediu desculpas e disse que retiraria os artigos do seu site. “Não permitimos a venda de artigos desta natureza e temos milhares de funcionários para monitorizar o nosso site e as mais avançadas tecnologias para detectar itens que não deveriam estar à venda”, sustenta a empresa, num comunicado citado pelo Mail on Sunday. Apesar disto, na manhã deste domingo o PÚBLICO encontrou ainda pelo menos um artigo originário de vítimas do Holocausto – um crachá e uma estrela de David que os judeus eram obrigados a usar. Sendo um site utilizado por milhões de pessoas, o eBay tem enfrentado vários tipos de situações indesejadas – desde a venda de artigos de marfim, cujo comércio está proibido internacionalmente, até casos curiosos, como o de uma rapariga britânica que pôs a avó em leilão em 2009. Artigos da Segunda Guerra Mundial são encontrados aos milhares, sobretudo objectos militares. Em Maio passado, uma versão da famosa “lista de Schindler” – um documento com o nome de centenas de judeus salvos pelo empresário alemão Oscar Schindler – foi a leilão no eBay por uma base de licitação de três milhões de dólares (2, 3 milhões de euros), mas ficou sem comprador.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave guerra concentração rapariga marfim
Jogos Olímpicos na mira dos índios da Amazónia
Jovens indígenas estão a ser treinados num projecto que procura talentos para a selecção olímpica brasileira de tiro com arco. Deixaram a aldeia e vivem em Manaus. Estão felizes e só o barulho os incomoda. (...)

Jogos Olímpicos na mira dos índios da Amazónia
MINORIA(S): Animais Pontuação: 2 Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2014-04-27 | Jornal Público
SUMÁRIO: Jovens indígenas estão a ser treinados num projecto que procura talentos para a selecção olímpica brasileira de tiro com arco. Deixaram a aldeia e vivem em Manaus. Estão felizes e só o barulho os incomoda.
TEXTO: Oito índios estão lado-a-lado, de arco e flecha na mão. Olham concentradíssimos para o horizonte. Respiram fundo. Erguem o arco, puxam o braço atrás e apontam, fechando um dos olhos e encostando a corda à boca e ao nariz. Sustêm a respiração, sempre em silêncio absoluto. Esperam o momento certo. É agora. Largam a corda e a flecha sai a grande velocidade. O alvo foi atingido em cheio. A missão foi cumprida. Só que a missão não é mais uma sessão de caça no meio da Amazónia, mas sim um treino na vila olímpica de Manaus. Inha Quira, Mui Piruata, Iagoara, Ywytu, Wanaiu, Ii Seen, Yaci e Wyrauassu são oito jovens índios que deixaram as suas aldeias para viver um ano em Manaus. O arco e a flecha sempre fizeram parte da vida deles. Os rapazes usam-nos para pescar e caçar logo pela manhã, quando saem para o rio ou a floresta com os pais. As meninas também se aventuram, quanto mais não seja pela brincadeira de acertar num lagarto ou num rato. Agora, os oito indígenas, com idades entre os 14 e os 21 anos, passam a maior parte do tempo a usar os seus nomes brasileiros (Nelson, Anderson, Drean, Gustavo, Jardel, Josiel, Graziela e Guibson) e a treinar-se para um dia serem atletas olímpicos. Esta “ideia inusitada” — como lhe chama Márcia Lot, a caçadora de talentos que foi descobri-los no meio da floresta —, surgiu em Setembro de 2012. Virgílio Viana, superintendente-geral da Fundação Amazonas Sustentável, uma organização não-governamental, lembrou-se que estava na hora de aproveitar o talento natural dos índios. “Eles caçam uma arara voando a 100 metros de altura. O nosso desafio é misturar essa sabedoria tradicional com a tecnologia de ponta dos desportos olímpicos”, diz Virgílio Viana, um engenheiro florestal com muito trabalho feito na conservação da Amazónia. Lançada a ideia, Márcia deixou São Paulo e aventurou-se pela Amazónia dentro. Viajando de barco, esta mulher de meia-idade, formada em educação física e especializada em treino, foi-se “infiltrando nas comunidades”. Viajou até oito horas de distância de Manaus. Organizou provas para tentar perceber quem tinha talento para o alto rendimento. Mostrou filmes para explicar o que são os Jogos Olímpicos, porque em algumas aldeias ninguém fazia ideia do que isso era. Recebeu “nãos” de mães que jamais deixariam os filhos abandonar a aldeia. Mas também recebeu “sins” de pais que viram na mudança para Manaus uma oportunidade para os filhos. Depois de ter observado perto de 80 jovens, Márcia levou 12 indígenas para testes em Manaus e o grupo foi agora reduzido para oito. É difícil arrancar-lhes palavras e sentimentos. “São muito silenciosos”, como diz Márcia Lot, com uma bandeira do Brasil a amparar os cabelos grisalhos. Mas quase todos falam em oportunidade. “É uma oportunidade de treinar para Olimpíadas. Ela [Márcia] foi procurar talentos e tive a sorte de ser um deles”, diz Gustavo (Ywytu), de 17 anos, com muita timidez nas palavras e no olhar. Gustavo é um dos sete rapazes. Graziela, de 18 anos, é a única menina do grupo. Sorri, com vergonha da câmara. “É uma experiência boa e única. A gente morava no interior e quando a dona Márcia apareceu por lá, atrás de arqueiros para vir treinar para cá, gostei muito”, conta a jovem, cujo nome indígena é Yaci (lua). “Os meus pais apoiaram a minha vinda”, diz Graziela, que já fez testes para estudar contabilidade e espera que este projecto ajude a melhorar a imagem dos índios: “As pessoas podem descobrir que somos pessoas normais, como todo o mundo. ”O ruído que incomodaOs jovens índios, das etnias Kambeba, Karapanã e Baré, estavam habituados a usar o arco tradicional, em madeira. Agora, treinam-se com o arco olímpico e já estão adaptados. “Eu até achava que era difícil pegar numa pessoa que já começou com arco indígena, e que tinha vários vícios, mas o biótipo deles ajuda. Eles são robustos, têm uma estatura boa para o tiro com arco”, analisa Roberval dos Santos, várias vezes campeão brasileiro de tiro com arco e treinador destes jovens. “Eles têm talento natural”, acrescenta Roberval, que até agora não notou dificuldades em ensiná-los: “Nas três selectivas aqui, eles ficaram cinco dias e aprenderam o que normalmente levamos dois meses para ensinar para pessoas que vêm fazer aulas. ”O projecto “Arqueria Indígena” entrou numa nova fase. Até agora, os aspirantes a atletas passavam pequenos períodos (dez dias) em Manaus, para aperfeiçoarem a técnica. Agora, vão ficar o ano inteiro, separando-se das famílias. É um desafio maior, o preço do desejo de ser atleta olímpico. “Daqui para a frente, quero treinar e quem sabe entrar na selecção brasileira de arco e flecha. E ganhar”, diz Anderson Costa, de 15 anos. Mui Piruata, como também é conhecido, deixou ficar a mulher na aldeia. Sim, Anderson é casado, apesar de o ar tímido e imberbe não o denunciar. “Na primeira vez [que vim], ela [a mulher] ficou um pouco brava comigo. Queria até que eu dormisse fora de casa. Mas depois aceitou e apoiou eu vir para cá treinar. Ficou tudo bem entre nós”, conta o jovem, entre sorrisos. Anderson já tinha desafiado a lógica quando fugiu com a namorada pelo rio fora, porque os pais não aceitavam que eles se casassem. Só voltou quando a família concordou com o casamento. Agora, trocou a tranquilidade e o silêncio da aldeia de Três Unidos pela agitação e barulho de uma cidade com dois milhões de habitantes. A adaptação não tem sido fácil. “Tem sido difícil. Dá saudade dos amigos e da família, mas estou-me acostumando. Estou ficando bem. Tenho novos amigos”, reconhece Mui Piruata. O que mais o incomoda na cidade é o ruído. “Não suporto o barulho. E às vezes há muita quentura. ”Márcia confirma que “eles acham a cidade barulhenta”. “Às vezes preferem ficar quietinhos no quarto”, diz a tutora, que tem tentado fazer uma integração gradual. “Na primeira temporada, fomos ao supermercado, na segunda ao shopping center, na terceira ao cinema. Agora, vamos ao aeroporto. Tudo devagar, para não haver choque, porque muitos deles nunca tinham vindo para a cidade”, explica, acrescentando que nota fascínio e algum medo destes jovens pelas coisas novas da cidade. “O desporto salva”A diferença entre a aldeia e a cidade é ao mesmo tempo um perigo, mas também um teste para ver como reagem à pressão emocional de estar num sítio diferente: “Sinto que eles ficam bastante melancólicos, nostálgicos. Às vezes estão conversando e o olhar está longe, namorando a piscina olímpica da vila, porque a vida deles é na beira do rio”, diz Márcia Lot, que a cada dois meses os levará a passar alguns dias com a família. Roberval dos Santos também destaca esse lado psicológico. “Não basta ter uma boa postura, boa execução no tiro, têm de ter o psicológico muito forte. É nessa hora que se separa um campeão olímpico de um arqueiro que simplesmente participa em Olimpíadas. A gente precisa de os expor às dificuldades e à pressão psicológica de uma competição”, conta o treinador, que nos próximos meses os acompanhará em competições regionais e nacionais. Os primeiros “resultados foram muito bons”, diz Márcia Lot: “Foram primeiros no infantil e juvenil, junto com os branquinhos. Nós somos branquinhos para eles. ”Quando a Fundação Amazonas Sustentável criou este projecto, a meta eram os Jogos Olímpicos de 2016, que se realizam no Rio de Janeiro. Mas o treinador avisa que esse é um objectivo demasiado ambicioso. “O Mundial de 2017, os Jogos Panamericanos de 2018 e Olimpíadas de 2020, essas sim, podem ser as nossas metas. Conseguir colocá-los na selecção olímpica para 2016, onde há gente com 15 anos de experiência, é bem complicado”, diz o treinador, avisando também que ainda é cedo para perceber se algum destes indígenas tem estofo de campeão olímpico. “Leva anos para saber isso. ”Independentemente de os jovens se qualificarem para os Jogos Olímpicos, este projecto vai continuar. Porque não se esgota no aspecto desportivo. “Em primeiro lugar, é um projecto de inclusão, porque o indígena no Brasil foi muito rejeitado, por inúmeras décadas, e ainda é”, argumenta Márcia Lot. “Temos uma dívida histórica com os indígenas, porque a gente os massacrou muito. A gente tem a intenção de resgatar a auto-estima deles e a gente está conseguindo, porque eles se sentem valorizados. Estão muito contentes. ”Esta caçadora de talentos tem a “filosofia de que o desporto salva” e vê isso mesmo neste projecto: “A gente olha e a juventude está muito perdida. Quando os indígenas vêm para a cidade, sem uma meta e um foco, principalmente aqui em Manaus, acabam caindo na bebida, as meninas acabam caindo na prostituição e acabam-se perdendo. Eles são muito puros, muito ingénuos. Colocando-os no desporto, eles têm um foco”, defende Márcia, afirmando que esta iniciativa foi muito bem recebida nas aldeias e que nunca viu do outro lado o sentimento de que poderiam estar a ser explorados. A treinadora lembra até uma história, passada numa das aldeias que visitou. Como ninguém sabia o que são os Jogos Olímpicos, Márcia exibiu um filme em que se via uma atleta a receber a medalha de ouro. “No fim dissemos: ‘quem sabe um dia a gente possa trazer o ouro olímpico para a sua aldeia’. Aí o pajé, um senhor muito velhinho, disse: ‘Finalmente o homem branco vai devolver o ouro que levou de nós há tantos séculos. ’”
REFERÊNCIAS:
O cromossoma Y é muito mais vital (para os homens) do que se pensava
O cromossoma do sexo masculino não serve só para o desenvolvimento do aparelho reprodutor e das características sexuais dos homens. Ao que tudo indica, também garante a viabilidade do seu organismo. (...)

O cromossoma Y é muito mais vital (para os homens) do que se pensava
MINORIA(S): Animais Pontuação: 2 Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento 0.144
DATA: 2014-04-27 | Jornal Público
SUMÁRIO: O cromossoma do sexo masculino não serve só para o desenvolvimento do aparelho reprodutor e das características sexuais dos homens. Ao que tudo indica, também garante a viabilidade do seu organismo.
TEXTO: Falemos de sexo. No início, não havia sexo. Nos longínquos antepassados dos mamíferos, os cromossomas que dariam origem aos actuais cromossomas sexuais humanos – o X do sexo feminino e o Y do sexo masculino – eram em tudo semelhantes. Formavam um verdadeiro “par”, tal como os outros 22 pares de cromossomas humanos ainda o fazem. Mas há dezenas de milhões de anos, isso mudou e o cromossoma Y começou a encolher drasticamente, tendo perdido, até hoje, 97% dos genes que inicialmente continha. Esta aparente fragilidade levou alguns especialistas a propor que o cromossoma Y tinha os dias contados, mas dois estudos publicados esta quinta-feira na revista Nature vêm contrariar de vez esta teoria da deterioração progressiva e inevitável do cromossoma Y. Os autores de duas análises genéticas independentes – a equipa de Henrik Kaessmann, da Universidade de Lausanne (Suíça), por um lado; e a de David Page, do Instituto Whitehead (EUA), por outro – compararam agora, com uma resolução sem precedentes, o cromossoma Y humano com o de uma série de espécies de mamíferos, do ornitorrinco e do canguru ao chimpanzé e ao ser humano, passando pelos ratinhos, os touros e outros. Conseguiram a partir daí acompanhar a evolução, ao longo do tempo, desse bocadinho de ADN supostamente atrofiado e em constante declínio. E ambas as análises confirmam que o cromossoma Y, embora tenha efectivamente perdido muito material genético no início, tem-se mostrado desde então excepcionalmente estável – e nada frágil. O cromossoma Y, apesar de possuir apenas umas centenas de genes, tem sido difícil de reconstituir porque contém muitas sequências genéticas repetitivas e invertidas, o que levou cada uma destas equipas a utilizar estratégias específicas de sequenciação. A equipa de Kaessmann conseguiu determinar, em particular, que o cromossoma Y terá surgido como tal há cerca de 180 milhões de anos. Quanto à equipa de Page, já tinha recentemente mostrado que, na sua versão humana actual, dos 600 genes que partilhava ancestralmente com o seu homólogo (o cromossoma X), o cromossoma Y apenas reteve 19. Para Page, o facto de existirem desta forma duas cópias de cada um desses 19 genes (uma no X e uma no Y), o que é muito raro, sugere que, na ausência dessa duplicação, alguma coisa não correria bem. E que é por isso que a evolução se encarregou de os preservar no diminuto cromossoma Y ao longo de dezenas de milhões de anos. Genes de eliteMas graças à comparação entre humanos, chimpanzés e macacos rhesus, descobriram algo mais: nos últimos25 milhões de anos, o cromossoma Y humano apenas perdeu um gene ancestral dos 20 que já estavam presentes no antepassado comum a estas três espécies. “Não estamos apenas perante uma escolha aleatória no repertório genético ancestral do Y”, diz Page em comunicado do Instituto Whitehead. “Estes são genes de elite. ”A equipa norte-americana descobriu ainda uma outra coisa importante: uma dúzia desses genes são activados em diversas células e tecidos do corpo, sendo provavelmente essenciais para a regulação da actividade de genes em todo o organismo e não apenas nos tecidos relevantes para a função sexual humana. Isso leva os autores a argumentar que, sem o cromossoma Y, é todo o organismo dos homens – e não apenas o seu aparelho reprodutor – que se tornaria inviável. “Os nossos resultados indicam não só que o cromossoma Y veio para ficar, mas também que precisamos de o levar a sério, e não apenas no tracto reprodutor [masculino]”, salienta Page . “A evolução está a mostrar-nos que este genes são verdadeiramente importantes em termos de sobrevivência”, acrescenta por seu lado Daniel Bellott, autor principal do estudo norte-americano, no mesmo comunicado. “Foram seleccionados e apurados ao longo do tempo. ”Ambos os cientistas pensam que a próxima fase de seu trabalho deverá consistir em determinar o que é que esse conjunto vital de genes do cromossoma Y faz exactamente – o que está longe de estar esclarecido. Contudo, o que lhes parece óbvio é que, apesar de isso não ser detectável à primeira vista pela sua anatomia, as células das mulheres (que possuem um par XX de cromossomas sexuais), são diferentes, a algum nível fundamental, das dos homens (com o seu par XY). “As células [dos homens e das mulheres] são diferentes do ponto de vista biológico”, diz Bellott. Mas apesar disso, os biólogos celulares e os bioquímicos continuam a estudar células [de mamífero] sem fazer a mínima ideia se são XX ou XY. Trata-se de algo muito fundamental para a biologia e a biomedicina, mas ninguém lhe tem dado muita atenção. ”
REFERÊNCIAS:
Seis novos filmes completam a selecção oficial de Cannes
O festival acrescenta um filme fora da competição, outro a Un Certain Regard e quatro aos visionamentos especiais. (...)

Seis novos filmes completam a selecção oficial de Cannes
MINORIA(S): Animais Pontuação: 2 Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento 0.118
DATA: 2014-04-30 | Jornal Público
SUMÁRIO: O festival acrescenta um filme fora da competição, outro a Un Certain Regard e quatro aos visionamentos especiais.
TEXTO: Há mais seis filmes para serem projectados na 67ª edição do Festival de Cannes. A selecção deste ano fica assim completa, anunciou esta quarta-feira a organização do festival. Entre os realizadores agora revelados está André Téchiné, com L’Homme qu’on aimait trop. Entre os filmes que se juntam aos já anunciados a 17 de Abril está ainda Fehér Isten (White God), do húngaro Kornél Mundruczól, que aparece na secção Un Certain Regard e acompanha a história de uma rapariga de 12 anos que foge de casa para ir à procura do seu cão. À secção de visionamentos especiais, em que participa a portuguesa Teresa Villaverde no projecto As Pontes de Sarajevo, juntam-se Of Men and War, o documentário do francês Laurent Bécue-Renard, The Owners, do cazaquistanês Adjlkhan Yerzhanov , Géronimo, do francês Tony Gatlif e El Ardor, do argentino Pablo Fendrik com a participação de Gael García Bernal, membro do júri do festival deste ano deste ano. L’Homme qu’on aimait trop é exibido fora de competição e conta com a participação de Catherine Deneuve, Guillaume Canet, Adèle Haenel. Esta é a 12ª participação de André Téchiné como realizador em Cannes, desde 1969 com o filme Paulina S’en Va. Foi distinguido apenas uma vez com o prémio de melhor realizador pelo filme Encontro, e em 1985 e 1999 fez parte do júri que atribui a Palma D’Ouro.
REFERÊNCIAS:
Tribunal italiano confirma que foi Amanda Knox que matou a estudante Meredith Kercher
A americana quis "intimidar e humilhar" a colega de quarto, que foi alvo de um ataque de grupo. (...)

Tribunal italiano confirma que foi Amanda Knox que matou a estudante Meredith Kercher
MINORIA(S): Animais Pontuação: 2 Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento -0.1
DATA: 2014-04-30 | Jornal Público
SUMÁRIO: A americana quis "intimidar e humilhar" a colega de quarto, que foi alvo de um ataque de grupo.
TEXTO: O tribunal de apelação de Florença, que tinha nas mãos o recurso sobre a morte de Meredith Kercher, concluiu que foi a sua colega de casa, a americana Amanda Knox, quem deu a facada fatal que matou a estudante inglesa. “O tribunal concluiu que a lâmina que causou as lesões na parte esquerda do pescoço da vítima, de onde saiu a maior parte do sangue, e que causou a morte de Meredith Kercher, foi manuseada por Amanda Knox”, diz a conclusão do processo, um relatório de 300 páginas. A lâmina pertence a uma faca que foi encontrada, depois do crime, escondida na casa de Raffaele Sollecito, que na época do crime, 2007, era namorado de Knox. Amanda Knox e Raffaele Solecito já foram julgados pelo crime, tendo sido considerados culpados e condenados a pesadas penas de prisão. Porém, após quase quatro anos de prisão, foram libertados depois de o julgamento ter sido anulado. Knox regressou a casa, onde defendeu ter sido injustiçada, declarando-se novamente inocente — escreveu um livro a contar a sua história. Apenas um dos três acusados, Rudy Guede, da Costa do Marfim, continua na prisão, a cumprir 25 anos de cadeia. Porém, foram apresentados recursos e o caso voltou aos tribunais. Em Janeiro, o tribunal de apelação confirmou a pena de 25 anos de Solecito, que está proibido de sair de Itália até haver nova decisão. O caso de Knox, que vive nos Estados Unidos, é mais complexo, pois terá de haver, agora, um pedido de extradição. De acordo com o documento do Tribunal de Florença, Meredith Kercher, uma estudante da Universidade de Leeds que estava em Perugia, na Itália, num programa de intercâmbio entre universidades (tal como Knox), foi atacada por "um grupo" — Knox, Solecito e Guede. Ao contrário do que foi sugerido no primeiro julgamento, o crime não teve motivações sexuais. O documento diz que Knox tinha "o desejo de intimidar e humilhar" Meredith Kercher, com a qual partilhava a casa e com quem se dava mal, e que Solecito apoiou a namorada. Os ferimentos no corpo da vítima indicam um ataque múltiplo, e não apenas de um indivíduo, como os advogados de defesa de Knox e Solecito defenderam no primeiro julgamento. O tribunal determinou que o clima de tensão entre as duas raparigas fez eclodir o conflito. “É um facto que a dada altura da noite as coisas aceleraram. A rapariga inglesa foi atacada por Amanda Marie Knox e Raffaele Sollecito, que estava a apoiar a namorada, e por Rudi Hermann Guede, e cercada no seu próprio quarto”, conclui o tribunal.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave crime morte tribunal ataque prisão corpo rapariga marfim