Em sete anos, morreram mais de 250 pessoas enquanto tiravam selfies
O número pode ser mais elevado, já que os dados oficiais não contemplam as selfies como causa de morte. Em Portugal, há dois casos registados. (...)

Em sete anos, morreram mais de 250 pessoas enquanto tiravam selfies
MINORIA(S): Animais Pontuação: 2 Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento 0.5
DATA: 2018-10-06 | Jornal Público
SUMÁRIO: O número pode ser mais elevado, já que os dados oficiais não contemplam as selfies como causa de morte. Em Portugal, há dois casos registados.
TEXTO: Tirar uma selfie pode não ter um resultado tão engraçado como parece: entre Outubro de 2011 e Novembro de 2017, registaram-se pelo menos 259 mortes de pessoas que estavam a tirar selfies – as vítimas tinham, em média, 22 anos. É esta a conclusão de um estudo intitulado “Selfies: uma dádiva ou uma maldição?” feito por quatro investigadores do Instituto de Ciências Médicas All India e do Departamento de Engenharia Civil da Universidade ITT Kanpur. Em Portugal, há dois casos registados de “morte por selfie”. Os investigadores sugerem que sejam criadas zonas em que as selfies sejam proibidas, sobretudo se estiverem localizadas em áreas turísticas próximas de precipícios, edifícios altos ou recursos hídricos (como cascatas e lagos). Este tipo de mortes – apelidadas “selficídio” na investigação – acontece sobretudo em homens (cerca de 73% de todas as mortes foram registadas em homens, e 27% em mulheres), e a maior parte dos registos eram referentes à Índia (159 casos), seguindo-se a Rússia, os Estados Unidos e o Paquistão. O afogamento, os acidentes envolvendo transportes e as quedas são as três principais causas de morte nos casos analisados. Mas existem outras: animais, fogo, electrocussão e armas. O estudo foi feito com base em notícias que relatavam casos em que as selfies eram a principal causa de morte – ainda que não oficialmente. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. Em 2011 só foram registados três mortes ocorridas na sequência de uma selfie, mas esse número subiu para 98 em 2016. Ainda assim, o número destas mortes pode ser maior do que o relatado no estudo: os investigadores avisam que “as selfies nunca são identificadas como a causa de morte oficial”. “Alguns acidentes de viação que ocorreram enquanto se tirava uma selfie, por exemplo, ficam registados como morte devido a acidente de viação”, esclarecem os investigadores. Em alguns casos, as razões que estiveram na origem da morte nem são bem claras: é o caso de dois turistas australianos que morreram em Junho deste ano na praia dos Pescadores da Ericeira, em Mafra, e que estariam a tirar selfies quando caíram da muralha para o areal da praia.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave morte homens estudo mulheres
Os doces algarvios segundo Lavoisier
E então ela trouxe o milho, numa fiada de massarocas, compridas, com os grãos muito alinhados. Depositou-as na mesa e voltou com um prato de doces. "Estão a ver estes amarelinhos? São feitos com este milho-rei e amêndoa. Isto é tradição, a minha avó fazia-os", diz Fátima Galego, doceira, com fábrica e loja no Sítio do Tesoureiro, em São Brás de Alportel, onde produz uma tonelada diária de doçaria típica algarvia, o suficiente para começar a pensar em exportação. (...)

Os doces algarvios segundo Lavoisier
MINORIA(S): Animais Pontuação: 2 Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2011-08-10 | Jornal Público
SUMÁRIO: E então ela trouxe o milho, numa fiada de massarocas, compridas, com os grãos muito alinhados. Depositou-as na mesa e voltou com um prato de doces. "Estão a ver estes amarelinhos? São feitos com este milho-rei e amêndoa. Isto é tradição, a minha avó fazia-os", diz Fátima Galego, doceira, com fábrica e loja no Sítio do Tesoureiro, em São Brás de Alportel, onde produz uma tonelada diária de doçaria típica algarvia, o suficiente para começar a pensar em exportação.
TEXTO: China? Porquê essa obsessão pela China, não se pode começar por Espanha? Fátima elogia o vizinho ibérico, mas também ataca: "São muito nacionalistas - algo que os portugueses deveriam copiar". "Quando vou a Espanha para tentar vender, respondem que também têm bolos muito bons. E parece que ficam ofendidos. "Como fazer chegar os bolos à China em boas condições? A resposta é desarmante: "Então os pastéis de nata não chegam lá? Apareçam os clientes que arranjaremos forma de o fazer. Estou à espera que o Governo pegue nestas coisas e nos ajude a exportar, pois gasta muito dinheiro em coisas que não prestam. A minha arte é fazer bolos. Sou sozinha, faço muito, mas não consigo fazer mais". Tesouro islâmicoSozinha não está, pois outras sete funcionárias a acompanham. "Sou eu que faço toda a massa. É um segredo que só eu conheço. Faço-a durante a noite, para que as empregadas, de manhã, comecem a trabalhar os bolos", conta Fátima, na esplanada dos Tesouros da Serra, contando depois um pouco da história daquele sítio: "Aqui habitaram povos islâmicos, que criaram as minas para aproveitarem a muita água que por aqui corre - um tesouro - e os sistemas de condutas que ainda existem. É uma terra muito fértil, daí o tesouro e chamar-se o sítio do Tesoureiro. "Afirma-se apostada na preservação dos produtos da região, das tradições e de "tudo o que corria risco de extinção, ou de ser apagado da memória das pessoas". "A tudo isso eu tenho dado a volta, como o bolo e o licor de alfarroba, que ninguém já sabia que tinham existido. Eu recuperei essas receitas", refere. "Ela é inventiva", diz o presidente da Confraria dos Gastrónomos do Algarve, José Manuel Alves, aludindo a Fátima e ao estado desta doçaria (ver outro texto). Invenção mesmo, e recente, é o farrobito, que passou a ser o doce oficial de Albufeira. É confeccionado pelo doceiro Júlio David, vencedor de um concurso promovido pela autarquia. É feito com laranja, alfarroba, azeite, amêndoa e mel, que substitui o açúcar. Porém, Fátima mostra-se tradicionalista: "[Voltando ao bolinho amarelo] Só dá com este milho, o milho-rei da região, que já quase ninguém planta. Mas eu quero preservar esta tradição. Quando não se planta não se fazem bolos. Sabe, as pessoas daqui faziam e fazem o xarém, e essas papas sobravam para o dia seguinte. Uma das formas de as aproveitarem era juntar amêndoas e fazer um bolo, ou comiam-no com água-mel, ou mesmo com torresmos. Não se desperdiçava o milho, tal como se aproveita o pão duro para fazer açorda. Aqui usa-se a lei de Lavoisier, segundo a qual nada se perde, tudo se transforma, tudo se aproveita". A qualidade paga-seA avó de Fátima fazia os licores de alfarroba. Era a bebida fina para as visitas, diz a neta, orgulhosa: "A alfarroba produz um melaço que era utilizado na escassez do açúcar em tempos de guerra. Adoçava o café. Os italianos pegaram nisso e é o segredo do seu melhor café, pois os grãos são lavados e envolvidos naquele molho de alfarroba. É o que produz aquela espuma. A alfarroba é o segredo de muita coisa. É ouro". Dela se extrai muito produto: da grainha o estabilizante para o gelado, que durante anos os portugueses venderam para Itália sem saberem para que efeito - os italianos embalavam-no e vendiam-no a Portugal como fermento do gelado; é proteína vegetal para a comida de bebés; a parte lenhosa serve para ração de animais e para a produção de biocombustível; e ainda tem o exterior, que é o chocolate, antialérgico, tolerado por toda a gente.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave guerra lei extinção
O mar turístico esconde guerras que nem os mergulhadores conseguem decifrar
Arqueólogos e turistas continuam em busca do U-boat, o submarino alemão que espalhou terror na costa algarvia. É o tesouro mais procurado, mas pode estar muito fundo. (...)

O mar turístico esconde guerras que nem os mergulhadores conseguem decifrar
MINORIA(S): Animais Pontuação: 2 Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2011-08-20 | Jornal Público
SUMÁRIO: Arqueólogos e turistas continuam em busca do U-boat, o submarino alemão que espalhou terror na costa algarvia. É o tesouro mais procurado, mas pode estar muito fundo.
TEXTO: Barcos, barcaças, navios comerciais e de guerra, um submarino, aviões, há de tudo um pouco no leito do mar algarvio, de Sagres a Tavira. Uns repousam estranhamente bem perto da costa, a pouca profundidade, outros ainda não se revelaram ou estão inacessíveis. São tesouros que a arqueologia subaquática ainda não conseguiu decifrar. Andam todos atrás deles. Também o PÚBLICO acompanhou mergulhos para ver canhões, despojos de guerra entre ingleses e franceses, e restos de um bombardeiro norte-americano da II Grande Guerra. Pouco passa das 8h30 quando deixamos para trás o porto de pesca de Quarteira no Cavalo Marinho I da OpenWaters, uma das 12 escolas de mergulho existentes no Algarve. Ainda no porto, antes daquela hora, pescadores e clientes discutiam o preço do peixe, disposto em caixas no chão, e alguns safios, gordos, que acabam de chegar quase são devolvidos ao seu elemento quando o carrinho de mão em que são transportados, vira com estrondo. "Só conversam, ninguém ajuda!", grita a peixeira, mulher de pescador. Um espectáculo que escapa aos turistas. A gasolina e o gasóleo correm de jorro pela mangueira às centenas de euros por minuto. São grandes embarcações turísticas que acostam ao porto. A faina turística vai começar, seja em passeio, seja sacudida pela velocidade e troar dos power-boats. No regresso do mergulho silencioso, uma jovem que pratica para-gliding haveria de nos dizer adeus, 30 metros acima das nossas cabeças. Vinte metros abaixo do nível do mar, sensivelmente, ao largo da ilha de Faro e a uma milha náutica da costa (1852 metros), é esta a "coordenada" do nosso primeiro mergulho. O briefing do master diver Luís é sintético: "Vamos ver o Faro A [assim identificado por se desconhecer a sua verdadeira identidade], aparentemente afundado em 1693. " A descoberta foi feita por dois mergulhadores algarvios (José Augusto Silva e Miguel Galvão), em 1996. Há mergulhadores que se interessam mais pela história do naufrágio do que pelos objectos em si. E o naufrágio é do que todos gostam, o que todos querem. Por isso, Luís prossegue: "Fazia parte de uma frota inglesa que seguia para Esmirna, na Turquia, quando foi interceptada por frota de guerra francesa. Eram 400 navios e aqui foram afundados 42. Este é um deles, mas não sabemos dos outros. "Muitos canhões"Comecei a mergulhar há dois anos e aqui faço-o em férias. Sempre senti uma vontade de conhecer o mundo subaquático. Também, porque, quando era pequena, via as emissões do Jean-Jacques Cousteau. Este naufrágio é a vida reconstituída. Vi lagostas, safios, aqueles canhões todos. Mergulho no Sul da França, que é quase o mesmo, mas a água é muito mais fria", conta Alexandra Migaud, regressada da débil profundeza, uma francesa nascida em Lisboa, de 41 anos, que trabalha em Paris numa companhia de seguros de saúde. Felizardo Pinto, o instrutor, acabado de regressar à embarcação, olha para as bolhas de ar que emergem. Ele quer saber onde andam todos os outros aquanautas. "Onde anda o alemão?", pergunta, não preocupado, mas já a preparar sermão. Volger faz o sinal de OK (está tudo bem, na sinalética de mergulho). Tem 50 anos, grande parte do corpo tatuado. Não revela qual a sua ocupação, mas já arranha um português sofrível. Percebe tudo, porque parece ser bom observador. É mergulhador experiente. Transporta outra garrafa, de reserva, pequena, de três litros, para além da de 15 litros [só ar comprimido] que todos transportavam. "Já tive uma situação complicada, fiquei sozinho", justificou. "Então o seu parceiro não era o Rory [McDonald, escocês, de 36 anos, director de empresa de férias no Algarve]?", contestou Felizardo Pinto. "Pensei que era a menina [Brígida, arqueóloga de Tavira, de 28 anos]. Pronto, foi um engano", ripostou Volger.
REFERÊNCIAS:
Ministério do Ambiente chumba traçado da linha de alta tensão Carregado-Rio Maior
O traçado da linha de alta tensão Carregado - Rio Maior teve um parecer negativo por afectar a área protegida da Serra do Montejunto e a paisagem vinhateira do concelho de Alenquer, revelou hoje fonte do Ministério do Ambiente. (...)

Ministério do Ambiente chumba traçado da linha de alta tensão Carregado-Rio Maior
MINORIA(S): Animais Pontuação: 2 Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento -0.16
DATA: 2011-08-23 | Jornal Público
SUMÁRIO: O traçado da linha de alta tensão Carregado - Rio Maior teve um parecer negativo por afectar a área protegida da Serra do Montejunto e a paisagem vinhateira do concelho de Alenquer, revelou hoje fonte do Ministério do Ambiente.
TEXTO: A Declaração de Impacto Ambiental (DIA), emitida a 29 de Julho e a que a agência Lusa teve acesso, foi “desfavorável” ao projecto, após decisão do Ministério do Ambiente baseada no parecer da comissão de avaliação e no relatório da consulta pública, na qual participaram 11 entidades. Antes da DIA, o Governo havia decidido suspender o prazo para a sua emissão para audiência prévia do proponente, a Rede Eléctrica Nacional (REN). A DIA conclui que existem impactos negativos sobre “povoações mais próximas e vias atravessadas” por cabos e sobre a Paisagem Protegida da Serra do Montejunto, cuja avifauna pode ficar afectada dados os “riscos de colisão” sobretudo com aves de rapina. “Existem impactos negativos nomeadamente durante a época da nidificação e pós-nidificação, em particular nas populações mais vulneráveis”, refere o documento. Apesar de não pôr em causa a produtividade das vinhas de Alenquer, o Ministério do Ambiente reconhece que “existe uma afectação paisagística de uma área agrícola relevante, representativa da tradição vitivinícola e que constitui um território que tem vindo a ganhar expressão enquanto paisagem vinhateira”. O corte de espécies florestais indispensável à criação de uma faixa de protecção da linha é outra das desvantagens apontadas. Durante a consulta pública, a Agência Portuguesa do Ambiente recebeu pareceres de 11 entidades, de acordo com o respectivo relatório a que a agência Lusa teve acesso: as câmaras de Alenquer e Vila Franca de Xira, a Assembleia Municipal de Alenquer, a associação ambientalista Alambi e as juntas de freguesia de Olhalvo, Santana da Carnota, Pereiro de Palhacaca, Carregado, Cadafais e Aldeia Gavinha, todas do concelho de Alenquer. Entre os argumentos desfavoráveis ao projecto está o facto de a nova linha de alta tensão atravessar, por via aérea, nove freguesias do concelho de Alenquer numa extensão de 30 quilómetros de uma ligação total de 56 quilómetros, refere o relatório, além de outros motivos contra agora corroborados pela DIA. A futura linha de alta tensão, que ligará as subestações do Carregado (Alenquer) e de Rio Maior, vem “reforçar o abastecimento de energia à região da Grande Lisboa, devido à pressão urbana” existente, justifica a Rede Eléctrica Nacional no estudo de impacto ambiental, a que a Lusa teve acesso. De acordo com o estudo, em causa está um consumo médio de dois mil megawatts, prevendo-se três mil nos próximos 10 a 12 anos. A nova linha cruza os concelhos de Alenquer, Arruda dos Vinhos, Caldas da Rainha, Vila Franca de Xira, Azambuja e Rio Maior, ficando a maior área atravessada no concelho de Alenquer.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave rainha consumo estudo aves
Sérgio Godinho: “Mergulhei no pecado e não me regenerei”
Sérgio Godinho, o experimentador. Poeta, além de escritor de canções, “performer”, realizador, desenhador, homem dos sete instrumentos. Interventor. Escreveu canções que todos sabemos de cor (“Com um brilhozinho nos olhos”, “A noite passada”, “Liberdade”, “É terça-feira”, “Barnabé”… Chega?). Em fins de Abril de 1971, gravou em Paris o seu primeiro disco, “Os Sobreviventes”. Esta semana, 40 anos depois, foi posto à venda o mais recente, “Mútuo Consentimento”. Agora, numa entrevista a Anabela Mota Ribeiro, vai ao fundo do mundo, vai ao fundo de si. (...)

Sérgio Godinho: “Mergulhei no pecado e não me regenerei”
MINORIA(S): Animais Pontuação: 2 Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2011-09-16 | Jornal Público
SUMÁRIO: Sérgio Godinho, o experimentador. Poeta, além de escritor de canções, “performer”, realizador, desenhador, homem dos sete instrumentos. Interventor. Escreveu canções que todos sabemos de cor (“Com um brilhozinho nos olhos”, “A noite passada”, “Liberdade”, “É terça-feira”, “Barnabé”… Chega?). Em fins de Abril de 1971, gravou em Paris o seu primeiro disco, “Os Sobreviventes”. Esta semana, 40 anos depois, foi posto à venda o mais recente, “Mútuo Consentimento”. Agora, numa entrevista a Anabela Mota Ribeiro, vai ao fundo do mundo, vai ao fundo de si.
TEXTO: Sérgio Godinho tem 66 anos, nasceu no Porto. O mais tentador, quando se escreve sobre ele, é deslizar, adoptar, copiar as frases contundentes, exímias, lapidadas que já disseram o que queremos dizer. Ironia e subtileza incluídas. Uma questão de música. É esquivo a falar da vida privada. Tem três filhos e três netos. Tem dois irmãos que vivem fora. Desmanchou a casa que era dos pais não há muito tempo. Tem um fulgor criativo raro. Quem escreveu “A paz, o pão, habitação, saúde, educação (…) só há liberdade a sério quando houver…” é o mesmo que escreveu no livro de poemas “Liberdade é uma palavra/ A ser usada extremamente/ Com devida parcimónia: Contrafacção da liberdade é ignomínia/ Eis tudo palavras ajustadas”. Pode alguém ser quem não é? Outros destaques:A imagem forte da Semana de Moda de Nova Iorque (que compõe o quarteto das “grandes” com Paris, Milão e Londres) é sempre o cabelo recto, os óculos negros e os lábios finos e disciplinados de Anna Wintour, directora da “Vogue EUA”. Mas mesmo ela assiste à suculenta fatia de desfiles que servem o “sportswear” e a descontracção como prato principal. Modelos e criadores portugueses e internacionais ajudaram Joana Amaral Cardoso a navegar pela semana em que o mundo voltou a celebrar a moda — mesmo no dia 11 de Setembro. O trabalho nos “call centers” contribui hoje com cerca de um por cento para o Produto Interno Bruto. Peça fundamental do mercado de bens e serviços, estes espaços estão tanto em franca expansão quanto têm má reputação. Diariamente, as vidas de muitas de pessoas passam pelos corredores onde estão ligadas centenas de linhas telefónicas. Mauro Gonçalves foi ouvir as histórias de cinco pessoas que fazem parte desta ampla geração de trabalhadores. O Acordo ortográfico tem adeptos e opositores. Nas suas crónicas habituais, José Diogo Quintela (contra) e Ricardo Garcia (a favor) expõem os seus argumentos com grande sentido de humor. A relação de amizade entre médicos e doentes nas redes sociais levanta questões éticas importantes. Pode o profissional conviver com o social ou a violação de sigilo e a quebra de privacidade são riscos demasiado elevados a enfrentar? Susana Almeida Ribeiro ouviu especialistas. Inocente e provocadora, assim era a dupla personalidade de Marilyn Monroe. Para o Inverno, os criadores de tendências recomendam que as mulheres sejam frágeis, como a actriz se revelou em “Os Inadaptados”, ou teatrais e excessivas como ela se expôs em “Os Homens Preferem as Louras”. O truque, explica Maria Antónia Ascensão, é saber usar os complementos — maquilhagem, penteados, perfumes. "Terrines”, as delícias que não são patês – “foie gras”, de aves com especiarias, de salmão e de fígados de patos – são as nossas receitas especiais desta edição, numa produção de Hugo Campos.
REFERÊNCIAS:
Entidades EUA
Amanda Knox chegou a Seattle mas vai desaparecer durante algum tempo
Uma viagem de avião fez desaparecer o sorriso rasgado de Amanda Knox, a mulher que cumpria uma pena de 26 anos de prisão em Itália pelo assassínio da colega de quarto e que foi considerada inocente e libertada na segunda-feira. (...)

Amanda Knox chegou a Seattle mas vai desaparecer durante algum tempo
MINORIA(S): Animais Pontuação: 2 Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2011-10-05 | Jornal Público
SUMÁRIO: Uma viagem de avião fez desaparecer o sorriso rasgado de Amanda Knox, a mulher que cumpria uma pena de 26 anos de prisão em Itália pelo assassínio da colega de quarto e que foi considerada inocente e libertada na segunda-feira.
TEXTO: No aeroporto de Londres onde apanhou o avião para casa, mostrou-se feliz. Mas ao aterrar, estava chorosa. E foi trémula e tímida e com algumas lágrimas que fez uma curta declaração aos jornalistas, centenas deles. "Estou abismada. No avião vinha a olhar cá para baixo e tudo me parecia irreal", começou por dizer. "Neste momento, o que é importante é eu dizer obrigada a todos os que acreditaram em mim, aos que me defenderam e aos que apoiaram a minha família. Neste momento, o mais importante para mim é a minha família e só quero ir-me embora com eles". E partiu, com os pais, que estão divorciados, os irmãos e outros parentes. Os jornalistas não puderam fazer perguntas, e os que as fizeram ficaram sem respostas. Por exemplo: o que vai fazer a seguir, se vai continua a viver no bairro de classe média e operária na zona ocidental de Seattle, se vai escrever um livro, ela que quando partiu para Itália, para um ano de estudo numa faculdade em Perugia, dizia que escrever era uma das coisas que mais gostava de fazer. Em pouco tempo, a cadeira com o nome Amanda Knox gravado que a esperava no aeroporto de Seattle, ficou vazia. E os jornalistas partiram para acampar à porta da casa da família. Por isso, como confidenciou um amigo da família à agência Reuters, é possível que Amanda, pais e irmãos "desapareçam" por algum tempo. O assédio dos média começou no tribunal e seguiu-a, literalmente, até casa. Mal foi pronunciado o veredicto de inocente, Knox partiu para Roma onde apanhou um voo para Londres e, depois, outro para os EUA. Viajou em primeira classe, para ficar isolada dos olhares e dos jornalistas e fotógrafos que foram conseguindo apanhar o mesmo avião. Knox fora condenada a 26 anos de prisão pelo assassinio da colega de quarto, Meredith Kercher, que foi encontrada degolada e com sinais de espancamento no corpo, depois de ter sido violada. O então namorado de Knox, Raffaelle Sollecito, foi igualmente condenado, a 25 anos de prisão, e um terceiro homem, um pequeno traficante de droga da Costa do Marfim, a 16. Na segunda-feira, só a sentença do último, Rudy Guede, se manteve. Amanda Knox cumpriu quatro anos de prisão, tendo agora o tribunal considerado que deveria ser libertada por terem sido cometidos erros graves por parte da polícia na recolha das provas e da justiça ao lidar com elas. No seu bairro de Seattle, os vizinhos afixaram cartazes a dizer "Bem vinda a casa Amanda". Alguns, foram ao aeroporto mostrar solidariedade. "Vim dar-lhe apoio", disse Stephanie Torreblanca, estudante universitária de 21 anos. "Acho que ela é inocente, se não achasse não estava aqui", disse a rapariga à Reuters. Com pouco para contar, as agências noticiosas e as televisões deram conta de que a pessoa que chegou na terça-feira à noite a Seattle pouco tinha a ver com a rapariga que de lá saira para um ano de estudos e aventura em Itália, depois de ter completado o liceu numa escola de jesuítas frequentada pela elite e de ter entrado na universidade. Além de gostar de escrever, a Amanda Knox que partiu de Seattle tinha como filme preferido uma animação, À Procura de Nemo, participava em musicais, jogava futebol e fazia escalada. Sobre o que é, hoje, ou sobre o que irá fazer, Amanda Knox nada disse. Uma das pessoas que foi apoiá-la ao aeroporto, Gary Foster, investidor de Nova Iorque reformado, talvez tenha adivinhado: "provavelmente, ela vai conversar com a família e descansar umas semanas. Depois, vai viver a vida dela, tem-na toda pela frente". Em Itália decorre já o processo de recurso deste novo veredicto, mas a decisão deverá demorar um ano. E a própria Knox já disse que não regressará a Itália para saber o fim da história.
REFERÊNCIAS:
Entidades EUA
Lisboetas decidiram dar um milhão para ajudar a Mouraria
Depois de o líder da autarquia ter instalado o gabinete no Intendente, muitos cidadãos elegeram o bairro histórico como prioridade para 2012. (...)

Lisboetas decidiram dar um milhão para ajudar a Mouraria
MINORIA(S): Animais Pontuação: 2 Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2011-10-08 | Jornal Público
SUMÁRIO: Depois de o líder da autarquia ter instalado o gabinete no Intendente, muitos cidadãos elegeram o bairro histórico como prioridade para 2012.
TEXTO: Não é fácil traduzir a proposta "Há Vida na Mouraria", ontem declarada a mais votada pelos lisboetas no Orçamento Participativo 2011/12. Define-se como um projecto de acção social, mas não se conhecem bem as suas fronteiras. Visa melhorar o quotidiano de quem vive na Mouraria - o mesmo objectivo que o presidente da Câmara de Lisboa, António Costa (PS), disse perseguir quando mudou o gabinete de trabalho para o Largo do Intendente. Entre mais de 800 candidaturas que foram apresentadas à quarta edição do Orçamento Participativo - mecanismo através do qual os eleitores lisboetas podem decidir a aplicação de cinco milhões de euros do orçamento da Câmara de Lisboa -, havia outras propostas para aquele bairro da capital e que acabaram por ser fundidas para desenhar um projecto de alcance social. O valor total da intervenção é de um milhão de euros (o máximo permitido pelo regulamento), sendo o prazo de execução de dois anos. Das centenas de propostas iniciais, a autarquia seleccionou 228 para votação. Desse universo mais restrito, foram escolhidas as cinco mais votadas (ver em baixo). A vereadora responsável pelo processo do Orçamento Participativo definiu a proposta vencedora como "uma nova peça de software social para juntar ao hardware que está a ser integrado naquele bairro". Por outras palavras, pretende-se executar medidas sociais em paralelo com o programa de reabilitação do espaço e de equipamento públicos. Ideia de estudanteA ideia partiu de Sónia Barroso, estudante de Antropologia, que se baseou num trabalho para a faculdade e no qual aborda preconceitos há muito ali existentes. O seu objectivo era encontrar formas de melhorar o dia-a-dia das pessoas, as relações interpessoais e valorizar o património cultural. A fusão com outras ideias para o bairro, por semelhança ou complementaridade, aconteceu por proposta do gabinete do Orçamento Participativo, que faz a selecção inicial das propostas elegíveis e a submete à votação. Nuno Franco, da Associação Renovar a Mouraria, que apelou ao voto nessa candidatura, refere que a proposta mereceu o apoio de "20 entidades ligadas ao Plano de Desenvolvimento Comunitário da Mouraria". Um plano que quer "desenvolver actividades na criação de emprego, capacitação, formação, valorização do espaço público através de actividades com a população". "O projecto irá trabalhar com grupos de risco, nomeadamente toxicodependentes, prostitutas, mas não só. Pretende chegar a toda a população, através de acções reais, fazendo confluir diferentes culturas, numa riqueza multicultural que um único bairro reúne, pelas imensas culturas que aqui confluem. "Segundo Nuno Franco, estas entidades estão já no terreno a trabalhar, provas dadas do trabalho realizado junto da população. O prazo de execução das propostas vencedoras desta quarta edição do Orçamento Participativo é de 24 meses. O que não quer dizer que assim aconteça. Dos anos anteriores, só as medidas eleitas pelos cidadãos na primeira edição estão totalmente executadas. A proposta vencedora em 2009, por exemplo, e que previa o melhoramento do canil/gatil municipal, só deverá estar concluída em Fevereiro de 2012, alegando a câmara que foram duplicados os custos devido a novas exigências de construção. O projecto vencedor em 2010, o campo de râguebi municipal para a Alta de Lisboa, ainda não saiu do papel. O balanço da edição 2011 salda-se por menos propostas submetidas e postas à votação mas muitos mais votantes. Mesmo assim, houve 16 propostas que não mereceram votos, o que significa que nem os autores da candidatura participaram na votação para apoiarem a sua ideia. Os vencedoresHá Vida na Mouraria - 1779 votos As linhas mestras apostam na valorização da Mouraria, o bem-estar e a coesão social no território. Abrange as freguesias do Socorro, Anjos, S. Cristóvão, S. Lourenço e Santa Justa.
REFERÊNCIAS:
Partidos PS
O que podemos esperar na agenda cultural de 2012?
Falar de cultura em 2012, é falar de Guimarães, a Capital Europeia da Cultura. A cidade minhota, conhecida como o "Berço de Portugal", vai receber cerca de 600 espectáculos ao longo de todo ano, na mesma altura em que a vizinha Braga, Capital Europeia da Juventude em 2012, apresenta uma série de iniciativas culturais. Cinema, música, teatro, arte e literatura, o PÚBLICO percorre os próximos meses e apresenta um guia daquilo que vamos querer ver, ouvir e ler durante este ano. (...)

O que podemos esperar na agenda cultural de 2012?
MINORIA(S): Animais Pontuação: 2 Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento 0.1
DATA: 2012-01-01 | Jornal Público
SUMÁRIO: Falar de cultura em 2012, é falar de Guimarães, a Capital Europeia da Cultura. A cidade minhota, conhecida como o "Berço de Portugal", vai receber cerca de 600 espectáculos ao longo de todo ano, na mesma altura em que a vizinha Braga, Capital Europeia da Juventude em 2012, apresenta uma série de iniciativas culturais. Cinema, música, teatro, arte e literatura, o PÚBLICO percorre os próximos meses e apresenta um guia daquilo que vamos querer ver, ouvir e ler durante este ano.
TEXTO: JANEIROComo funcionará a amarga doçura de Michelle Williams a interpretar Marilyn ("A Minha Semana com Marilyn")? O primeiro grande filme do ano poderá ser "Martha Marcy May Marlene" de Sean Durkin, um edifício do medo que nos chega do novo cinema nova-iorquino. Já "L"Apollonide", de Bertrand Bonello, é um "tour de force" decadentista por um bordel. A primeira estreia portuguesa do ano está reservada a Margarida Gil com "Paixão". A cantora americana Lana Del Rey foi um dos nomes mas badalados da segunda metade de 2011, por causa de canções, vídeos e imagens voluptuosamente pop. O seu álbum de estreia tem tudo para gerar amores e ódios desmedidos. Os Animal Collective começam em Janeiro a gravação do sucessor de "Merriweather Post Pavillion". No dia 31, o álbum "mais abertamente espiritual" de Leonard Cohen, "Old Ideas", será editado. Cruzamento do texto amargo de Cassavetes com o olhar lúcido do encenador holandês Ivo van Hove, "Husbands" é a próxima paragem do Projecto Próspero no CCB, dias 16 e 17. Acontecimento ou choque, "Bacantes", de Eurípides, pelo Teatro Oficina de José Celso (Lisboa, São Luiz, 20 a 22) será um dos momentos do ano. Regresso a Portugal, 37 anos depois, da companhia brasileira em que a antropofagia encontra o teatro e a orgia. Marc Copland e John Abercrombie, nomes maiores do jazz contemporâneo, encontram-se no CCB, a 25, para um duo de piano e guitarra. Entre 16 e 28, a Gulbenkian recebe o compositor, pianista e maestro britânico Thomas Adès durante uma residência de duas semanas. Oportunidade para conhecer uma personalidade em afirmação na música contemporânea. "Atol" chega à Zé dos Bois a tempo de revelar o desconcertante universo pictórico de Gonçalo Pena. Uma das mais singulares individuais de 2012, inclui, para além de pintura, artefactos de colecções públicas e privadas. "Oito Noites Brancas", de André Aciman, inicia a colecção de ficção da Matéria-Prima. O "best-seller" sobre a crise, "A Queda de Wall Street", de Michael Lewis sairá na Lua de Papel. Nuno Costa Santos escreveu a biografia "Trabalhos e Paixões de Fernando Assis Pacheco" (Tinta-da-China). No primeiro semestre é lançado, na Teodolito, "Aire de Dylan", de Enrique Vila-Matas. Também sem data, "O que eu sei dos homenzinhos", de Juan José Millás e, de Carlos Ruiz Zafón, "El prisionero del cielo". Todos na Planeta. FEVEREIROInicialmente pensada como banda sonora para "Le Voyage Dans La Lune" de Méliès, a música que os Air gravaram deu origem a um álbum do qual já se conhece um tema, "Seven stars", com voz de Victoria Legrand dos Beach House. O segundo álbum dos Sleigh Bells, "Reign Of Terror", chega às lojas a 14. "Emocionalmente, é um disco muito pesado", diz o vocalista Derek E. Miller. "Toneladas de volume", acrescenta a vocalista Alexis Krauss. Um filme mudo, passado no meio do cinema (alguém se lembra de "Silent Movie", de Mel Brooks?), é o novo "chochou" do cinema europeu. Chama-se "The Artist". E depois de Marilyn por Michelle Williams, o mais ansiado "lookalike" do ano é o de Meryl Streep como Margareth Thatcher ("The Iron Lady").
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave medo animal cantora
"A Invenção de Hugo" e "O Artista" lideram nomeações aos Óscares
"A Invenção de Hugo", de Martin Scorsese, e "O Artista", de Michel Hazanavicius, lideram as nomeações aos Óscares, com 11 e dez nomeações, respectivamente. Os nomeados foram anunciados esta terça-feira em Los Angeles por Tom Sherak, presidente Academia de Artes e Ciências Cinematográficas, e pela actriz e membro da Academia Jennifer Lawrence. (...)

"A Invenção de Hugo" e "O Artista" lideram nomeações aos Óscares
MINORIA(S): Animais Pontuação: 2 Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2012-01-24 | Jornal Público
URL: https://arquivo.pt/wayback/20120124160406/http://publico.pt/Cultura/oscars-1530470
SUMÁRIO: "A Invenção de Hugo", de Martin Scorsese, e "O Artista", de Michel Hazanavicius, lideram as nomeações aos Óscares, com 11 e dez nomeações, respectivamente. Os nomeados foram anunciados esta terça-feira em Los Angeles por Tom Sherak, presidente Academia de Artes e Ciências Cinematográficas, e pela actriz e membro da Academia Jennifer Lawrence.
TEXTO: Sem surpresas, “O Artista” é o favorito da corrida aos Óscares em 2012. O filme mudo francês de Michel Hazanavicius, que chega às salas portuguesas já na próxima semana, recebeu dez nomeações para os prémios da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas, a serem entregues em Los Angeles no próximo dia 26 de Fevereiro. É o único filme que está presente em três das quatro categorias principais – melhor filme, melhor realizador e melhor actor (Jean Dujardin) – para lá de conseguir o “milagre” de ser uma produção estrangeira (mesmo que rodada em parte nos EUA com uma equipa parcialmente americana) que assume a liderança das nomeações 2012. No entanto, pela contabilidade, é “A Invenção de Hugo”, de Martin Scorsese, com estreia prevista para 16 de Fevereiro, que recebeu o maior número de nomeações: onze ao total, entre as quais Melhor Filme, Melhor Realizador e Melhor Argumento Adaptado. As restantes oito, contudo, foram-no apenas em categorias técnicas. Na corrida para melhor filme, para a qual concorrem este ano nove filmes – devido a novas regras, que alarga o número de candidatos até dez –, estão ainda “Moneyball – Jogada de Risco”, de Bennett Miller, e “Cavalo de Guerra”, de Steven Spielberg, ambos com seis nomeações; “Os Descendentes”, de Alexander Payne (cinco nomeações ao todo); “Meia-Noite em Paris”, de Woody Allen, e “As Serviçais”, de Tate Taylor (quatro nomeações); “A Árvore da Vida”, de Terrence Malick (três nomeações), e “Extremamente Alto, Incrivelmente Perto”, de Stephen Daldry (duas nomeações). As nomeações para os prémios de melhor actor e melhor actriz confirmaram igualmente as expectativas. Meryl Streep parte à cabeça do pelotão da categoria feminina pelo seu retrato de Margaret Thatcher em “A Dama de Ferro”, concorrendo com Glenn Close (“Albert Nobbs”), Michelle Williams (“A Minha Semana com Marilyn”), Viola Davis (“As Serviçais”) e, na única surpresa da categoria, Rooney Mara (“Millennium 1 – Os Homens que Odeiam as Mulheres”). George Clooney é por seu lado um dos favoritos por “Os Descendentes”, embora tenha aqui que se bater com Jean Dujardin em “O Artista”. A categoria completa-se com três candidatos-surpresa: Brad Pitt por “Moneyball – Jogada de Risco”, Gary Oldman por “A Toupeira” e Demian Bichir por “A Better Life”.
REFERÊNCIAS:
Deus, redes e jornais no Senhor de Matosinhos
O pároco Manuel Mendes utiliza elementos provocatórios para levar os mais novos a reflectir na palavra sagrada. (...)

Deus, redes e jornais no Senhor de Matosinhos
MINORIA(S): Animais Pontuação: 2 Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2012-02-03 | Jornal Público
SUMÁRIO: O pároco Manuel Mendes utiliza elementos provocatórios para levar os mais novos a reflectir na palavra sagrada.
TEXTO: Quem, por estes dias, visite a barroca Igreja do Bom Jesus de Matosinhos, não deixará de reparar numa bela coluna engalanada não só com os habituais retábulos dourados, mas também com uma espécie de escaparate (ou estendal) de jornais e revistas. Anunciam-se ali, entre outras coisas, vinganças da realeza monegasca, assaltos a ourivesarias ou as últimas incidências do muito particular mundo futebolístico. Na semana anterior, e no mesmo sítio, havia uma rede de pesca decorada com símbolos de redes sociais e imagens de telemóveis e ecrãs de plasma. E, antes disso, uma grande relógio parado nas quatro horas. Confuso?Alguns visitantes e frequentadores do templo desenhado por Nicolau Nasoni não ficaram menos perplexos e o caso já chegou às redes sociais. Até o vereador da Cultura da Câmara de Matosinhos, Fernando Rocha, manifestou esta semana, no Facebook, estranheza e curiosidade pelos novos adereços do imóvel classificado como de interesse público. "Até parecia mentira", comentou. O pároco de Matosinhos, Manuel Mendes, esclarece o mistério. Trata-se, afinal, de uma forma de "quebrar a rotina" da liturgia, confrontando os paroquianos mais jovens com um elemento "dinâmico" que os leve a reflectir na palavra sagrada. "Já há muito tempo que temos a preocupação de ter um elemento diferente para sublinhar a ideia mais importante da liturgia. Nas últimas três semanas, desde o advento, pensamos em fazer alguma coisa para a missa das onze horas de domingo, que é a missa das crianças", explica o pároco. "A ideia é ajudá-los a ler o evangelho", concretiza. Assim, os jornais e revistas que podem ser vistos no templo durante esta semana pretendem confrontar os paroquianos mais jovens com uma questão concreta: "Qual é a palavra que ouvimos mais, a que damos mais atenção? As palavras destas princesas das revistas ou a palavra de Deus?"Do mesmo modo, a rede de pesca com símbolos dos meios de comunicação contemporâneos pretendia, por um lado, recordar que os apóstolos abandonaram as redes de pesca para seguir Jesus Cristo e, por outro, perguntar "que redes é que hoje nos distraem e impedem de seguir a palavra sagrada" - como se, de um lado, estivessem as verdades das escrituras e, do outro, os instrumentos que servem para desviar as atenções e afastar os fiéis dos ensinamentos do evangelho. O caso do relógio era mais simples: uma referência à passagem bíblica que diz que "eram quatro horas quando Jesus Cristo passou e chamou". "A intenção era passar a ideia de que a hora de ouvir a chamada de Cristo é agora", explica o padre Manuel Mendes. O pároco faz mesmo questão de que os ícones pensados para a missa das crianças fiquem na igreja durante o resto da semana, chamando a atenção dos outros fiéis. "Gostava que sentissem estranheza e se questionassem. Eu tento explicar o significado daquelas coisas", diz Manuel Mendes, reconhecendo que os elementos estranhos ao templo possam provocar perplexidade aos visitantes ocasionais. O pároco nem sequer rejeita a ideia de os jornais ou as redes serem vistos como uma provocação. "É uma provocação, sim, no sentido que a palavra tem de mais original, que é chamar a atenção", comenta. Paradoxalmente, a provocação acabou por ter eco nas mesmas redes sociais que, como diabinhos distractivos, apartam os fiéis da palavra do Senhor.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave cultura espécie