Cientistas clonaram embriões humanos
Uma equipa de cientistas norte-americanos anunciou hoje ter conseguido clonar embriões humanos a partir de células adultas da pele doadas por dois homens, através da a mesma técnica que permitiu criar a ovelha Dolly há 11 anos. Os cientistas, da empresa Stemagen, em La Jolla, na Califórnia, utilizaram 29 ovócitos humanos, doados para investigação por mulheres. Começaram por lhes retirar o ADN do núcleo, para colocar depois no seu lugar o ADN das células da pele dos dois dadores. Conseguiram assim obter cinco embriões, que chegaram à fase de blastocisto, a fase em que surgem as famosas células estaminais, capazes ... (etc.)

Cientistas clonaram embriões humanos
MINORIA(S): Animais Pontuação: 2 Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2008-01-18 | Jornal Público
URL: https://arquivo.pt/wayback/20080118023126/http://ultimahora.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1316983
TEXTO: Uma equipa de cientistas norte-americanos anunciou hoje ter conseguido clonar embriões humanos a partir de células adultas da pele doadas por dois homens, através da a mesma técnica que permitiu criar a ovelha Dolly há 11 anos. Os cientistas, da empresa Stemagen, em La Jolla, na Califórnia, utilizaram 29 ovócitos humanos, doados para investigação por mulheres. Começaram por lhes retirar o ADN do núcleo, para colocar depois no seu lugar o ADN das células da pele dos dois dadores. Conseguiram assim obter cinco embriões, que chegaram à fase de blastocisto, a fase em que surgem as famosas células estaminais, capazes de originar todos os tipos de tecidos que compõem o organismo. De facto, estas experiências de clonagem de embriões humanos têm como objectivo a obtenção de células estaminais embrionárias para fins terapêuticos — e não o nascimento de clones, como ocorreu no caso da Dolly. A ideia é utilizar as células estaminais no tratamento de doenças, com a particularidade de serem células feitas à medida de cada doente, uma vez que resultaram de clones deles. Ora, hoje, a equipa norte-americana relatou, na revista Stem Cells, que os testes genéticos em dois dos cinco embriões obtidos indicavam que eram provavelmente clones (sendo o seu ADN igual ao do dador das células da pele). E que, em relação a um terceiro embrião, tinham sido feitos testes genéticos adicionais — mandados repetir num laboratório independente com idênticos resultados —, confirmando-se que era mesmo um clone. No fim desse processo de verificação, os embriões foram destruídos. Não é a primeira vez que se anuncia a criação de clones humanos. Em 2001, a empresa norte-americana Advanced Cell Technology dizia tê-lo conseguido com a mesma técnica. Porém, os embriões só chegaram a ter quatro e seis células, pelo que ficaram numa fase muito mais precoce do que a do blastocisto e não houve confirmação de que eram clones. Entre 2001 e ontem, houve a fraude do sul-coreano Hwang Woo-suk, que em 2005 alegou ter produzido clones de embriões humanos e ter neles recolhido células estaminais. Por tudo isto, Samuel Wood, o coordenador da equipa da Stemagen, sublinhava ontem na BBC online: “De facto, fomos os primeiros em todo o mundo a recolher células adultas e a documentar que fomos capazes de clonar embriões a partir delas. ”Por causa dos problemas éticos relacionados com os embriões e a clonagem humana, há cientistas a explorarem outras vias de obtenção das células estaminais embrionárias que não passam pelo embrião. Ouvido pela BBC, Jack Price, do King’s College em Londres, especialista em células estaminais, dizia ontem que a experiência da Stemagen é um avanço. “É um progresso técnico. Mostra que o uso de embriões humanos ainda é promissor. ”
REFERÊNCIAS:
Atletas não profissionais usam esteróides e hormonas comprados na Internet e a amigos
Rui injecta-se com esteróides em casa, antes de ir dormir. Tó já o fez de madrugada atrás do balcão de um bar. César usa os balneários do ginásio. Três casos de doping em nome de um corpo perfeito, sem medo dos riscos que podem ser fatais. Rui, Tó e César (nomes fictícios) são três desportistas amadores que retratam um mundo escondido do consumo de substâncias vendidas ilegalmente. Não vivem à margem da lei, porque os desportistas amadores não estão contemplados no decreto-lei que regula o doping em Portugal. O tráfico e consumo de produtos dopantes são proibidos, mas as sanções são dirigidas apenas aos desportis... (etc.)

Atletas não profissionais usam esteróides e hormonas comprados na Internet e a amigos
MINORIA(S): Animais Pontuação: 2 Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2008-01-23 | Jornal Público
URL: https://arquivo.pt/wayback/20080123204233/http://ultimahora.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1317474
TEXTO: Rui injecta-se com esteróides em casa, antes de ir dormir. Tó já o fez de madrugada atrás do balcão de um bar. César usa os balneários do ginásio. Três casos de doping em nome de um corpo perfeito, sem medo dos riscos que podem ser fatais. Rui, Tó e César (nomes fictícios) são três desportistas amadores que retratam um mundo escondido do consumo de substâncias vendidas ilegalmente. Não vivem à margem da lei, porque os desportistas amadores não estão contemplados no decreto-lei que regula o doping em Portugal. O tráfico e consumo de produtos dopantes são proibidos, mas as sanções são dirigidas apenas aos desportistas federados. O Governo prepara-se agora para alterar a situação. Até lá, “vão continuar a existir ginásios que encobrem o negócio”, alerta Tó, segurança da noite em Coimbra e frequentador dos chamados “ginásios do ferro” há mais de uma década. Depois de ter visto amigos a “darem-se mal” com a experiência diz que já não toma nada, porque os riscos para a saúde não compensam os ganhos que se vêem ao espelho. “O consumo dessas substâncias pode potenciar o cancro do fígado, da próstata e da pele, pode provocar hipertensão, enfarte do miocárdio, atrofia dos testículos, esterilidade masculina, alteração do comportamento”, lembra Manuel Carrageta, presidente da Fundação Portuguesa de Cardiologia, que deixa o risco de morte para o fim da extensa lista de “inconvenientes”. Indiferente aos perigos do consumo excessivo de medicamentos, alguns até para uso veterinário, Rui está apostado em prosseguir o seu objectivo. Começou há três semanas a toma de um verdadeiro “cocktail” de fármacos para ganhar músculo, prática que no meio se chama de “ciclar”. O conhecimento que tem das propriedades dos esteróides anabolizantes e hormonas de crescimento atestam que é rodado nestas andanças. São nove anos de contacto com substâncias proibidas, a aprender com colegas e desconhecidos em chats na internet. São nove anos a trabalhar para conseguir o que chama “um corpo Danone”. “Nós andamos a treinar para ficar maiores e descobrimos que para isso temos de tomar alguma coisa. Começamos pelos batidos, mas as coisas naturais não são tão rápidas nem têm os mesmos efeitos”, explica Rui, que está a tomar “Deca e Equipoise, um medicamento que é dado aos cavalos de corrida”, diz. Sob o anonimato, não se importa de revelar os detalhes da sua história, mas Rui é uma excepção. “Estamos a falar de um jogo proibido. As pessoas não contam tudo o que fazem nem tudo o que sabem”, garante o trabalhador da construção civil, 36 anos. A Internet é uma boa fonte não só para comprar tudo o que é preciso mas também para trocar ideias e ficar mais informado. Há chats onde se trocam opiniões sobre as “melhores doses” para se conseguir atingir os “melhores resultados” e até se ensina como injectar as substâncias. “Furas a pele com a agulha, quando a penetração oferecer mais resistência é porque atingiste o músculo. (. . . ) Se entra sangue é porque atingiste uma veia, o que é mau. Retira a agulha, troca por uma nova e repete o procedimento noutro sítio”, explica um site português aos que têm medo de se injectar. A injecção de esteróides que Carlos dá na sua própria nádega duas vezes por semana já é um gesto mecânico. Gastou 480 euros para perder algum peso e ganhar músculo em oito semanas. Em mente já está a preparar o próximo “ciclo de winstrol para secar”, ou seja, definir os músculos. Os medicamentos – muitos deles vendidos apenas com receita médica – arranja-os através de “um amigo que também toma e que os vai comprar lá fora”. Tudo começou depois de seis anos a treinar sem ver resultados, em 1999. “Antigamente, conseguiam-se os medicamentos através de conhecimentos na farmácia, agora as coisas vêm de fora ou são mandadas vir pela Internet. Tenho um amigo que chegou a comprar cenas no E-bay. O grande risco de comprar na Internet é poder não receber nada. Mas na vida quase tudo se baseia no risco”, explica Tó, 31 anos. Comprar a desconhecidos também se pode revelar um logro. “A hormona de crescimento é muito cara. Sei de pessoas que a tomaram e depois puseram placebo na cápsula usada e venderam-na. As pessoas nunca descobrem, mas estão a ser enganadas”, alerta Tó. Nos ginásios, o tema surge naturalmente nas conversas de balneário. Quem vende tenta seduzir quem não consegue atingir o corpo ideal. “Os jovens tomam tudo o que lhes dão”, afirma Tó, lembrando os “gangs de marginais que aceitam miúdos cada vez mais novos. São putos que se querem afirmar e que tomam esse tipo de coisas para aumentar a massa muscular”, explica. Um estudo sobre comportamentos de saúde dos jovens revela que em Portugal existem crianças de 11 anos que já experimentaram o doping. “Há mais rapazes do que raparigas e os mais velhos são os que dizem mais vezes ter experimentado”, explicou à Lusa Mafalda Ferreira, uma das autoras da investigação realizada pela Faculdade de Motricidade Humana, da Universidade Técnica de Lisboa. As bailarinas da noite e os seguranças são grupos onde o consumo está generalizado. Mas Tó garante que os esteróides e hormonas são “tomados por todo o tipo de gente”. Os candidatos mais vulneráveis estão identificados: “As pessoas mais vaidosas com o corpo, com menos posses económicas e com menos conhecimento dos malefícios são as que têm mais probabilidades em vir a tomar”, explica o professor de Educação Fisica André Freire, baseando-se no estudo de fim de curso que realizou para a Universidade Lusófona. José Júlio Castro, vice-presidente da associação portuguesa de ginásios, sublinha que “não se pode confundir ginásios com centros de dopagem e locais onde se praticam actos ilicitos”, lembrando que os ginásios de hoje são espaços de bem-estar que promovem a saúde. Já Tó tem uma percepção diferente, porque se calhar os espaços que frequenta também são diferentes: “Nos ginásios todos treinam para o mesmo: para o ego, para o espelho. Não para a saúde”.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave morte trabalhador lei educação consumo medo estudo corpo
Lenços de amor: juras, promessas e declarações à moda antiga
"A amizade que eu lhe tenho só por morte terá fim. Aceite este lenço e não se esqueça de mim". Quando acabou de dizer a frase Alzira entregou o lenço a Joaquim e só o voltou a ver passados 17 anos. Foi um amor que resistiu ao tempo e à distância. Alzira Inácio é “minhota de gema”. Apaixonou-se por Joaquim Lopes em 1952, num tempo em que as raparigas, sobretudo da região Norte do país, ainda bordavam em quadrados de linho, com linhas coloridas, mensagens de amor e desenhos codificados. O Lenço de Namorados que Alzira bordou para Joaquim já atravessou oceanos e encontra-se novamente em sua posse. “Foi feito em pont... (etc.)

Lenços de amor: juras, promessas e declarações à moda antiga
MINORIA(S): Animais Pontuação: 2 Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento 0.5
DATA: 2008-02-15 | Jornal Público
TEXTO: "A amizade que eu lhe tenho só por morte terá fim. Aceite este lenço e não se esqueça de mim". Quando acabou de dizer a frase Alzira entregou o lenço a Joaquim e só o voltou a ver passados 17 anos. Foi um amor que resistiu ao tempo e à distância. Alzira Inácio é “minhota de gema”. Apaixonou-se por Joaquim Lopes em 1952, num tempo em que as raparigas, sobretudo da região Norte do país, ainda bordavam em quadrados de linho, com linhas coloridas, mensagens de amor e desenhos codificados. O Lenço de Namorados que Alzira bordou para Joaquim já atravessou oceanos e encontra-se novamente em sua posse. “Foi feito em ponto pé de flor e tinha as nossas iniciais bordadas a ponto cruz. Os desenhos eram uns raminhos fraquinhos porque eu sempre gostei de coisas simples”, conta. Segundo Ana Catarina Mendes, antropóloga que estudou os Lenços de Amor do Museu Nacional de Etnologia, os símbolos mais recorrentes que encontramos nos Lenços estão directa ou indirectamente ligados ao seu tema chave: o amor. Corações, motivos florais, chaves, pássaros e ramos, como os que Alzira bordou, são alguns dos desenhos mais frequentes. “Encontramos também silvas que são adornos bordados em forma de cercadura que imitam motivos florais e são também utilizadas para as orlas dos lenços”. Quando Joaquim trocou o Minho pelo Brasil, Alzira tinha 17 anos e tinha namorado. “Namorava com outro porque não tinha muita confiança no que ia para o Brasil, mas já gostava dele, claro”. Quando soube que Joaquim ia partir, comprou “um paninho” e começou a bordar. Apesar de serem quatro irmãs, só Alzira aprendeu a arte dos Lenços de Namorados. “Copiava os da minha mãe e fazia às escondidas dela, nunca nos ensinou porque não queria que aprendêssemos, dizia-nos: ‘Não vos ensino, isso já não se usa, agora têm que aprender coisas modernas. ”Joaquim só voltou do Brasil em 1969. Nos 17 anos que estiveram separados pouco comunicaram a não ser por raras cartas. “Foi por Deus”, conta Alzira. Antes de Joaquim ter deixado o Minho, Alzira “despachou logo” o seu namorado. “Depois tive muitos pretendentes mas nenhum me agradava. Muitos até me vinham pedir ao meu pai em casamento mas eu não queria cá nada disso. Só com o que estava no Brasil”, recorda. Ficou à espera que Joaquim voltasse e diz que se não fosse ele não era mais nenhum: “Se ele não viesse, não casava”. Como anéis de noivado“Os lenços eram uma espécie de anéis de noivado”, conta Ana Catarina Mendes, na medida em que o seu uso por parte do homem significava aceitar o compromisso com a moça que o bordou. Eram uma declaração de amor que as “moças em idade casadoira” ofereciam como uma prenda entre namorados. Os Lenços de Amor ou de Namorados têm como origem os lenços senhoris dos séculos XVII e XVIII e foram posteriormente adaptados pelas mulheres do povo. Numa primeira fase, começaram a ser usados como adereço do traje feminino passando mais tarde a peça integrante do enxoval que a moça começava a preparar na infância. “Entre lençóis e atoalhados era comum bordar-se um lenço subordinado ao tema do amor”, explica Ana Catarina, “depois de concluído era usado pela autora na bainha da saia ou no bolso do avental e mais tarde seria oferecido ao rapaz por ela escolhido. Este, por sua vez, para assumir publicamente o compromisso, usava-o por cima do casaco domingueiro, no bolso, ou ao pescoço”. O lenço que Alzira bordou não cumpriu estes rituais, porque foi terminado perto da data da partida de Joaquim. Alzira sabia ler e escrever, completou com êxito a terceira classe. Por isso, a frase que bordou foi escrita por ela e não copiada de lenços já existentes como outras moças faziam. “Quem não sabia ler copiava os versos de outros lenços o que fazia com que a maior parte dos erros se deva à cópia (é comum encontrarem-se ‘S’ invertidos). Mesmo quando a autora sabia escrever, muitas vezes fazia-o com base na oralidade produzindo versos como: “Quando te vejo meu bem/ Meu amor minha alegria/Alebio do pensamento/ Cando sera esse dia”, esclarece, Ana Catarina Mendes. O lenço que Joaquim levou para o Brasil e trouxe consigo 17 anos depois mantém-se, ainda hoje, quase intacto. Com medo de o estragar, nunca o lavou. Em 1970, quando já ninguém esperava, Alzira e Joaquim casaram. “O meu marido era muito alegre e muito jeitoso. Havia raparigas mais bonitas que eu mas ele escolheu-me a mim. Eu era mais simples. Da minha parte também se não fosse com ele já não era, estava decidido”. ”Amores à moda antiga”Hoje com 76 anos, Alzira reconhece que os Lenços de Amor como compromisso são coisa do passado. “São amores à moda antiga”, reconhece, “As minhas filhas já não bordaram lenços, são de outra geração, os namoros agora são diferentes claro. Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades”. Alzira cita de cor parte da quadra que Camões escreveu há mais de 400 anos e resume, intemporalmente, as transformações que ocorrem nas formas de manifestar afecto. Nas relações actuais, já não se cose com as linhas coloridas que um dia desenharam mensagens de amor codificadas. Ana Catarina Mendes conta que hoje em dia a produção individual é praticamente inexistente. Salvo raras excepções, os Lenços encontram-se à venda nas lojas de artesanato e as raparigas quando se casam encontram-nos aí. Os quadrados de pano que em tempos tiveram inscritos promessas de amor eterno são, actualmente, peças de artesanato procuradas por turistas em busca de coisas “típicas”, considerados verdadeiros objectos de colecção. Nos últimos cinco anos, a “Adere – Minho”, Associação para o Desenvolvimento Regional do Minho vendeu mais de 2500 Lenços de Amor. Todos os Lenços certificados passam por esta associação e são oriundos de concelhos da região Norte como Ponte de Lima, Viana do Castelo, Barcelos, Braga ou Melgaço. Ana Catarina Mendes contou ao PÚBLICO que os Lenços de Amor estão muito em voga. “Um pouco em todas as áreas de criações multiplicam-se os artistas, em busca de inspiração, recorrem cada vez mais a temas do artesanato popular” e exemplifica: “Durante a Cow parade 2006 duas vacas tinham estampados motivos típicos dos lenços dos namorados e até os hipermercados Continente lançaram, no Outono de 2004, uma linha de roupa de casa e porcelana, inspirada nos mesmos, que incluía serviço de jantar, café e chá, atoalhados e roupa de cama. ”A história de Alzira e Joaquim pertence à das gerações passadas, onde os Lenços ainda não eram comercializados ou estudados mas apenas simples manifestações de amor. Joaquim e Alzira tiveram duas filhas e um casamento de quase 30 anos. “O lenço deu resultado”. Joaquim morreu em 1999. O objecto que em tempos fora o único elo que os unia ficou com Alzira. “Está aqui sempre comigo, as linhas é que desbotaram um bocadinho porque eu tive que o lavar com lixívia de tão negro que estava”, conta, como se juntamente com o lenço estivesse uma parte da sua vida da qual nunca se irá separar.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave morte negro homem medo espécie mulheres casamento moça
Portas “humilde” recusa assumir meta dos dois dígitos
Pouco depois de ter começado a percorrer as ruas da baixa de Faro, Portas parece ter ganho o dia de campanha: num café encontrou uma militante do PSD que disse ir votar CDS-PP no domingo. Deu-lhe uma caneta, autografou um panfleto, e parou para ouvir a explicação. “Não gosto de quem está à frente do PSD”, disse a nova eleitora centrista. Apesar do incentivo, o líder centrista não quis assumir a meta eleitoral dos dois dígitos e pediu humildade. Logo de manhã, ainda antes de sair à rua no centro de Faro, no final de uma visita à Cooperativa Agrícola de Citricultores do Algarve, Portas recusou traduzir o objectivo ... (etc.)

Portas “humilde” recusa assumir meta dos dois dígitos
MINORIA(S): Animais Pontuação: 2 Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento -0.2
DATA: 2009-09-25 | Jornal Público
URL: https://arquivo.pt/wayback/20090925020500/http://ultimahora.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1402268
TEXTO: Pouco depois de ter começado a percorrer as ruas da baixa de Faro, Portas parece ter ganho o dia de campanha: num café encontrou uma militante do PSD que disse ir votar CDS-PP no domingo. Deu-lhe uma caneta, autografou um panfleto, e parou para ouvir a explicação. “Não gosto de quem está à frente do PSD”, disse a nova eleitora centrista. Apesar do incentivo, o líder centrista não quis assumir a meta eleitoral dos dois dígitos e pediu humildade. Logo de manhã, ainda antes de sair à rua no centro de Faro, no final de uma visita à Cooperativa Agrícola de Citricultores do Algarve, Portas recusou traduzir o objectivo do resultado eleitoral em números. “Acho que se deve ser humilde, o povo é que sabe. O apelo que eu faço é que quem concorda connosco venha daí”, disse. Já no número de deputados que pode vir a eleger, Portas mostra-se mais ambicioso: “Com um pouco mais de votação, o CDS pode eleger um quinto deputado por Lisboa, um segundo por Aveiro, um terceiro por Braga, e um por Faro e Coimbra”. Simbólico também das acções de rua que tem feito desde Julho foi o reencontro numa esplanada com quatro mulheres farenses que Portas reconheceu e até apontou a mesa onde se encontravam sentadas na outra visita. Com passo acelerado, o líder centrista baralha os percursos já traçados pelos dirigentes locais. “Assim falamos com mais gente”, disse, indicando o caminho a seguir, e sem se furtar a falar em espanhol ou inglês com os turistas que encontra. À tarde, o CDS-PP escolheu o ponto turístico da Herdade da Malhadinha Nova (cooperativa e hotel), perto de Castro Verde, para assinalar a sua única passagem pelo Alentejo em toda a campanha. E foi entre um copo de vinho e aperitivos que Portas comentou as sondagens. No caso da Intercampus, a projecção empurra o CDS para o último lugar entre as forças políticas. Mas nem isso parece desanima-lo. “Até dá o CDS a subir. A mesma empresa deu 3, 5 por cento a dois dias das eleições, nem elegíamos ninguém, agora dá mais de sete, imagine até onde vamos”, disse, desvalorizando sempre os números. “O CDS está a subir em todo o lado e – pasme-se – até nas sondagens”, acrescentou. Paulo Portas começou o dia de campanha a ser confrontado com uma notícia sobre a decisão do Tribunal Administrativo dos Açores que condenou o Estado português por omissão na fiscalização aos barcos de pesca espanhóis que entravam na zona económica exclusiva. O líder centrista rejeitou responsabilidades, lembrando que só foi ministro dos Assuntos do Mar a partir de Agosto de 2004. Desde ontem que o CDS-PP pôs a circular um SMS com um apelo directo ao voto para pôr o partido “à frente do BE e do PC”. Assinada por Paulo Portas, a mensagem escrita foi enviada para 20 mil militantes e simpatizantes e pede para se reenviar o texto a 20 pessoas.
REFERÊNCIAS:
Partidos PSD BE
Primeira mulher multada na Dinamarca por usar véu integral em público
Lei aprovada em Maio, apesar dos protestos da oposição e de organizações de direitos humanos, entrou em vigor nos primeiros dias de Agosto. Muçulmana terá de pagar 130 euros. (...)

Primeira mulher multada na Dinamarca por usar véu integral em público
MINORIA(S): Animais Pontuação: 2 Mulheres Pontuação: 14 | Sentimento 0.199
DATA: 2018-10-26 | Jornal Público
SUMÁRIO: Lei aprovada em Maio, apesar dos protestos da oposição e de organizações de direitos humanos, entrou em vigor nos primeiros dias de Agosto. Muçulmana terá de pagar 130 euros.
TEXTO: Uma mulher de 28 anos tornou-se a primeira a ser multada na Dinamarca por usar um niqab, um tipo de véu que tapa quase por completo a cara, deixando apenas os olhos a descoberto. Estava a fazer compras num centro comercial de Horsholm, a norte de Copenhaga, quando uma mulher lhe tentou arrancar o véu da cara, seguindo-se uma luta entre as duas. Foi na sequência da luta que a polícia foi chamada ao local. “Enquanto lutavam ficou sem o niqab, mas quando chegámos já o tinha posto outra vez”, disse David Borchersen, responsável policial, à agência de notícias dinamarquesa Ritzau. Depois de a terem fotografado e de terem em seu poder cópias das imagens do incidente recolhidas pelas câmaras de videovigilância do centro comercial, as autoridades comunicaram à mulher que usava o véu que receberia pelo correio uma multa equivalente a 130 euros e deram-lhe a escolher – ou retirava o véu e deixava a cara visível ou abandonava o espaço público. Ela preferiu a segunda opção. Foi sob proposta do Governo de centro-direita que o Parlamento dinamarquês proibiu no final de Maio o uso de véu integral islâmico em espaços públicos, uma decisão que foi criticada pela oposição e por organizações de defesa dos direitos humanos que viram na medida uma limitação das liberdades individuais, quer religiosas, quer culturais. Ficou, então, estabelecido que as mulheres que usassem burqa (uma peça de vestuário que cobre todo o corpo, dos pés à cabeça, podendo ter uma parte rendilhada na zona dos olhos) ou niqab em público incorreriam numa multa entre os 130 e os 1300 euros (em caso de reincidência). Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. A nova lei acaba de entrar em vigor e é muito semelhante às que já existem na Áustria, na Bélgica ou em França. As consequências são muito diversas. Na Áustria, onde a legislação entrou em vigor em Outubro de 2017, a polícia já concluiu que não está a resultar: a maioria das queixas resultou em avisos a pessoas que usavam máscaras contra a poluição, máscaras de ski, e fatos (e máscaras) de animais, disse a polícia, queixando-se de uma "acumulação de situações absurdas" por causa desta lei. Em França, o primeiro país a legislar sobre o tema, em 2011, verificou-se que seria inconstitucional proibir directamente o véu islâmico, pelo que a lei se refere a estar no espaço público com o rosto coberto, o que também já gerou situações deste tipo. Já desde 2004 que é proibido usar hijab (véu que cobre apenas o cabelo e pescoço) nas escolas públicas. Na Dinamarca já era proibido o uso de símbolos religiosos ou políticos dentro dos tribunais, razão que impedia qualquer juiz, fosse homem ou mulher, de cobrir a cabeça com lenços, véus, turbantes ou kipah (ou solidéu, usado pelos judeus).
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave direitos lei humanos mulher homem mulheres corpo
PSP e Ministério Público não protegeram mulher e ex-namorado matou-a
Equipa de Análise Retrospectiva de Homicídio em Violência Doméstica diz que o sistema falhou. Mulher nunca teve estatuto de vítima e MP até queria suspender o processo. (...)

PSP e Ministério Público não protegeram mulher e ex-namorado matou-a
MINORIA(S): Animais Pontuação: 2 Mulheres Pontuação: 14 | Sentimento -0.2
DATA: 2018-12-19 | Jornal Público
SUMÁRIO: Equipa de Análise Retrospectiva de Homicídio em Violência Doméstica diz que o sistema falhou. Mulher nunca teve estatuto de vítima e MP até queria suspender o processo.
TEXTO: Falhou tudo. Falhou a Polícia de Segurança Pública, falhou o Ministério Público, falhou o Serviço Nacional de Saúde. Apesar da escalada de violência, não foi tomada qualquer medida para proteger a vítima e conter o agressor. E o homem acabou por regar-se com gasolina e imolar-se pelo fogo, agarrando-se à ex-namorada. O caso foi examinado pela Equipa de Análise Retrospectiva de Homicídio em Violência Doméstica, um grupo interministerial criado em Janeiro de 2017 para analisar o que falha nos processos judiciais de homicídios consumados ou tentados em contexto de violência doméstica – o objectivo é compreender o que aconteceu, perceber o que precisa de mudar, extrair lições para que histórias destas não se repitam. Neste que é o terceiro relatório, o grupo coordenado pelo procurador Rui do Carmo repete críticas que já fizera no primeiro e no segundo. Aquela operária fabril, de 42 anos, e aquele marinheiro/pescador/salva-vidas, de 51, iniciaram uma relação em Abril de 2016. Namoraram até Dezembro desse ano. Nos primeiros meses, ele pareceu conformado com o fim da relação. Em Abril de 2017, começou a contactá-la de forma insistente, por telefone, pedindo-lhe para recomeçar. Depois, começou a persegui-la. No dia 1 de Junho, o homem forçou a entrada na casa da ex-namorada, “agarrou-lhe o braço e arrastou-a com violência para a sala”. No dia seguinte, esperou-a à porta de casa, forçou a entrada no carro dela e esbofeteou-a. Nesse mesmo dia, esperou-a à porta da escola da filha. Volvidos quatro dias, voltou a esperá-la à porta de casa. Volvidos outros dois, esperou-a à saída do trabalho. Volvidos outros cinco dias, lá estava outra vez. Assustada, a mulher bloqueou o número do ex-namorado. E foi à esquadra contar o que estava a acontecer. A PSP entendeu estar perante um crime de ofensa à integridade física. Ao receber a denúncia, o Ministério Público reclassificou-a como crime de violência doméstica, o que tem um carácter de urgência, e devolveu o caso à PSP, pedindo-lhe que investigasse e que avaliasse o risco. A PSP demorou duas semanas a fazer essa avaliação. Tudo porque, segundo explicou à equipa de análise, o pedido não foi feito de forma autónoma, mas sim dentro da ordem para investigar. Entretanto, a violência escalava. No dia 23 de Junho, o homem voltou a aparecer em casa da ex-namorada. No dia 2 de Julho, seguiu-a até à praia. No dia 12, ele viu-a na rua a falar com uma sobrinha dele e agrediu-as. Quando se sujeitou ao exame médico-legal, a vítima contou que sofreu “agressões com pontapés nas canelas”, um “agarrão no pescoço com as duas mãos”, “queda para o solo esbatendo com a cabeça no solo” e que ele lhe enfiou um dedo num olho. A mulher chamou a PSP. E foi levada para um hospital público. Não há, nessa unidade à qual recorreu duas vezes, qualquer registo que indicie que lhe perguntaram qual a origem das lesões. Mas, saindo dali, lá estava ele, outra vez. Pendurou-se no carro dela. E ela conduziu para a esquadra, apavorada. Foi ouvida, no dia 15 de Julho. Nesse dia, fez-se, por fim, a avaliação de risco. E concluiu que era elevado. A PSP propôs então que se estabelecessem “contactos periódicos com a vítima” e que dali a 30 dias se reavaliasse o risco, apesar de nestes casos se recomendar que tal se faça no prazo de três a sete dias. Nenhuma medida foi tomada para proteger a vítima. Nem sequer lhe foi atribuída o estatuto de vítima. Nas respostas que deu à equipa de avaliação, a PSP explica que, apesar de ter sido reclassificado como violência doméstica pelo Ministério Público, o processo continuou a basear-se no expediente inicial, de ofensa à integridade física. Por essa mesma razão, a PSP não fez um plano de segurança da vítima. Optou apenas por “estabelecer contactos periódicos com a vítima”. Só que nem isso chegou a fazer. Só contactou com ela naquela vez em que chamou a polícia e nas várias vezes em que ela foi, por sua iniciativa, à esquadra. Só no dia 31 Julho o homem foi constituído arguido. E foi-lhe aplicada a mais suave medida de coacção: termo de identidade e residência. Já no dia 4 de Agosto o inquérito foi remetido para o Ministério Público, que se limitou a pedir que a vítima enviasse as mensagens que recebera e que se sujeitasse a uma perícia médico-legal. Já a 23 de Agosto, estava ela numa paragem de autocarro com a filha, o homem aproximou-se. Nas costas delas, ameaçou: “Andas com muita coragem para andar com isto. Vê se te sai o tiro pela culatra. ” Nesse mesmo dia, cruzaram-se, estava ela de carro, ele de bicicleta, e ele bateu-lhe no tejadilho. No dia 13 de Setembro, o Ministério Público proferiu um despacho no qual mandou pedir o registo criminal do arguido e informações sobre suspensão provisória do processo. Era para aí que pendia. E decidiu ouvir ambos no mesmo dia, 21 de Setembro, um às 10h, outro às 10h30, como se não houvesse risco. Na véspera desse encontro anunciado, o agressor esperou a vítima à saída do trabalho. Ela caminhou até ao carro e entrou. Com um martelo que trazia numa mão, o homem partiu o vidro do lado do condutor. Com a faca que trazia na outra mão, começou a ferir a vítima. Na mochila, trazia um garrafão com gasolina. Começou a atirar combustível lá para dentro. Ela conseguiu fugir pelo outro lado. Ele apanhou-a e, depois de a agredir, fazendo-a cair, regou-se com a gasolina, imolou-se e agarrou-se a ela. Ele morreu logo no dia 21 de Setembro. Ela ficou com queimaduras em 80% da superfície corporal. Morreu no dia 27 de Janeiro de 2018, na sequência das agressões. Durante este tempo todo, nem a PSP, nem o Ministério Público alertaram a Comissão de Protecção de Crianças e Jovens (CPCJ) da área de residência. Era, todavia, recorrente a referência do agressor à filha da vítima. E a menina assistiu a alguns episódios. No entender da Equipa de Análise Retrospectiva, era evidente que o homem era “controlador” e estava “obcecado” pela ex-namorada. Revelava “ciúmes doentios”, procurava “provocar medo”, força-la a retomar a relação. “A ideação homicida/suicida estava presente nas mensagens”, nota. Agrediu-a várias vezes, inclusive apertou-lhe o pescoço na rua. Intimidava-a por telefone e perseguia-a “de forma reiterada e agressiva”. E ela “procurou ajuda – junto de familiares do agressor, das forças de segurança e do sistema de justiça – sem qualquer resultado”. A violência doméstica está estudada. Há momentos que “funcionam como disparadores de risco”. O primeiro ocorreu logo na separação, o segundo na apresentação da denúncia, o terceiro na notificação para prestar declarações no Ministério Público, aponta. Quer a PSP, quer o MP “deviam ter tido a iniciativa de tomar medidas para proteger” a vítima e para conter o agressor. Por lei, a polícia “deve assegurar a imediata protecção da vítima, tomar as medidas que se revelem adequadas e proceder à avaliação do risco para a vítima”. Mais: “a realização das diligências de aquisição de prova necessárias ao conhecimento da situação tendo em vista a sua avaliação indiciária deve ocorrer no prazo máximo de 72 horas”. Mais: “deverá ser definido o plano de protecção da vítima” Mais: “o MP deve ponderar a necessidade de requerer ao juiz de instrução a aplicação de medida de coacção, que ocorrerá no prazo máximo de 48 horas após a constituição de arguido”. Neste caso, “nenhum dos preceitos legais acima identificados” foi cumprido. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. Perante risco elevado, a equipa de análise acha que muito poderia ter sido feito: “deter o arguido fora de flagrante delito; sinalizar a vítima para programa de teleassistência; reforçar o patrulhamento junto ao local da ocorrência/residência/trabalho da vítima; sinalizar a filha da vítima à CPCJ da área da sua residência; se necessário, referenciar para casa de abrigo”. Só que “não existiu gestão do risco”. Não houve capacidade de ligar os pontos. E a equipa de análise considera claro que o Ministério Público se preparava para propor a suspensão provisória do processo, algo que, por lei, depende do “requerimento livre e esclarecido da vítima”, coisa que ela não fizera. Recomenda à Comissão para a Cidadania e a Igualdade de Género que desenvolva, com urgência, mais formação inicial e continuada sobre violência doméstica para as forças de segurança e os magistrados do ministério público. E à Procuradoria-Geral da República que, na sua estratégia contra a violência doméstica, tenha especial atenção ao acompanhamento dos inquéritos que correm nas polícias e nas férias judicias. E ao Ministério Público e às polícias que vejam sempre se há crianças envolvidas. Se as houver, devem alertar as comissões de protecção.
REFERÊNCIAS:
Partidos LIVRE
Johnny Depp acusado de violência doméstica e proibido de se aproximar da mulher Amber Heard
Um tribunal de Los Angeles decretou esta medida depois de Amber Heard ter pedido o divórcio. (...)

Johnny Depp acusado de violência doméstica e proibido de se aproximar da mulher Amber Heard
MINORIA(S): Animais Pontuação: 2 Mulheres Pontuação: 13 | Sentimento 0.0
DATA: 2016-05-31 | Jornal Público
URL: https://arquivo.pt/wayback/20160531194747/http://publico.pt/1733331
SUMÁRIO: Um tribunal de Los Angeles decretou esta medida depois de Amber Heard ter pedido o divórcio.
TEXTO: O actor norte-americano Johnny Depp foi proibido esta sexta-feira por um tribunal norte-americano de se aproximar da sua mulher, Amber Heard, que pediu o divórcio e o acusa de violência doméstica. Segundo um porta-voz do tribunal de Los Angeles contactado pela AFP, "o juiz emitiu uma ordem" a pedido da actriz, de 30 anos, que proíbe Johnny Depp de se aproximar dela a menos de 90 metros. A actriz, que se apresentou esta sexta-feira no tribunal com nódoas negras na cara, pediu o divórcio e uma pensão alimentar no início desta semana depois de 15 meses de casamento. O juiz Carl Moor tomou esta decisão depois de ter recebido um dossier de 40 páginas com documentos e fotos, durante uma audiência à porta fechada. O casal conheceu-se durante as gravações do filme The Rum Diary (em português Diário a Rum), em 2011. O romance passou da tela para a vida real e tornou-se oficial depois de Johhny Depp ter anunciado a separação com a actriz francesa, Vanessa Paradis, com quem tem dois filhos, Lily-Rose e Jack. A separação com Paradis, com quem nunca chegou a casar, aconteceu em Junho de 2012. Depp e Heard ficaram noivos na noite de Natal de 2014 e o nó com a actriz 22 anos mais nova deu-se a Fevereiro de 2015. Agora, Amber Heard alega “diferenças inconciliáveis” com o protagonista da saga Pirata das Caraíbas e diz que tem sido vítima de agressões verbais e físicas repetidas da parte de Johnny Depp, causadas, segundo ela, por problemas com álcool e drogas. No tribunal a actriz apresentou uma fotografia, que entretanto foi publicada pelo site TMZ, em que está com hematomas num olho para provar a violência a que diz ser sujeita pelo seu marido. A fotografia terá sido tirada pouco depois de o actor a ter agredido na cara com o telemóvel no sábado passado. Ao mesmo tempo que pediu o divórcio, Amber Heard pediu uma compensação monetária mensal ao actor multimilionário. Depp, um dos actores mais bem pagos de Hollywood, tem uma fortuna avaliada em cerca de 400 milhões de dólares, qualquer coisa como cerca de 360 milhões de euros. Não é certo que o casal tenha assinado um acordo pré-nupcial, mas o actor que deu vida a Eduardo Mãos-de-Tesoura já pediu ao juiz que refute os pedidos da actriz e emitiu um comunicado através do seu porta-voz. No documento, Depp destaca a “brevidade” do matrimónio e faz referência à "recente e trágica morte" da sua mãe, que morreu na passada sexta-feira, 20 de Maio. Segundo o porta-voz do actor, Johnny Depp "não irá responder a nenhuma das obscenas e falsas histórias, rumores e mentiras" sobre o seu "curto casamento", que espera ver "dissolvido rapidamente". De acordo com o site TMZ, a relação do casal era extremamente amarga devido ao relacionamento de Amber Heard com a família do actor. De facto, o pedido do divórcio coincide com a morte da mãe do actor, de 81 anos, que vivia com o casal desde o início do ano. Este é o segundo divórcio de Johnny Depp. O actor foi também casado com Lori Anne Wilson, entre 1983 e 1986. O actor esteve ainda noivo de Juliette Lewis, Kate Moss e Winona Ryder. Já Amber Heard mantinha uma relação há três anos com Tasya Van Ree antes de conhecer Johnny Depp. Recentemente, o casal foi alvo de polémica quando partilhou um vídeo de desculpas ao governo australiano por ter transportado animais de forma ilegal para o país. Em Abril, Amber Heard foi ouvida em tribunal e acabou por se declarar culpada pela falsificação de documentos, tendo sido obrigada a pagar uma indemnização ao estado australiano. Esta foi uma das suas últimas aparições públicas. Johnny Depp actua esta sexta-feira à noite em Lisboa, no Rock in Rio, com os Hollywood Vampires. Depp está também desde quarta-feira nas salas de cinema portuguesas, onde regressa ao papel de Chapeleiro Louco em Alice do Outro Lado do Espelho, de Tim Burton. A advogada de Johnny Depp, Laura Wasser, recusou-se a fazer qualquer comentário à AFP enquanto a advogada de Amber Heard, Samantha Spector, não respondeu aos pedidos da agência noticiosa para comentar o caso.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave morte violência tribunal mulher doméstica casamento ilegal divórcio
Portugal volta a cair em ranking sobre igualdade de género
Avaliação feita pelo Fórum Económico Mundial coloca país no 51.º lugar entre 136 - o pior resultado desde 2006. Relatório atribui resultado à degradação das condições salariais dos portugueses. (...)

Portugal volta a cair em ranking sobre igualdade de género
MINORIA(S): Animais Pontuação: 2 Mulheres Pontuação: 13 | Sentimento 0.0
DATA: 2013-10-25 | Jornal Público
SUMÁRIO: Avaliação feita pelo Fórum Económico Mundial coloca país no 51.º lugar entre 136 - o pior resultado desde 2006. Relatório atribui resultado à degradação das condições salariais dos portugueses.
TEXTO: Portugal é um país cada vez mais desigual para homens e mulheres e voltou a cair na avaliação feita pelo Fórum Económico Mundial, ocupando agora o 51. º lugar no ranking sobre igualdade de género – o que o coloca como o 11º país com um pior resultado dentro da União Europeia. O resultado português é o pior desde 2006, o primeiro ano em que o Fórum Económico Mundial publicou este documento e em que o país ficou em 33. º lugar. Em 2007 caiu para 37. º, em 2008 para 39. º e em 2009 para 46. º Em 2010, Portugal conseguiu melhorar e subir para a 32. ª posição, mas em 2011 já voltou a perder em algumas categorias e voltou para 35. º e em 2012 desceu ainda mais, para a 47. ª posição. No período de apenas um ano a situação agravou-se e no relatório lê-se que o resultado pode ficar a dever-se à “quebra nos rendimentos” do trabalho a que se assiste no país. Além da posição do ranking, o relatório atribui também um índice a cada país que varia entre zero e um (onde um representa a igualdade total) e no qual Portugal conseguiu um registo de 0. 7056 nesta edição de 2013 que contou com dados de 136 países. Para este valor contribui a avaliação feita pelo documento em várias áreas, nomeadamente oportunidades e participação económica, em que o país fica em 56. º lugar, piorando uma posição em relação ao ano passado. Em termos de educação subiu, contudo, da 57. ª para a 56. ª posição e no campo da sobrevivência e saúde manteve-se no lugar 83. A área da participação política é, ainda assim, aquela em que o país tem melhor posição, mas piorou do 43. º lugar para o 46. º. A redução da desigualdade na Europa apresenta uma polarização, com um grande contraste entre a Europa ocidental e do Norte, por um lado, e a Europa do Sul e oriental, por outro lado, diz o Fórum Económico Mundial. Olhando apenas para a União Europeia, a lista é encabeçada pela Finlândia (que é aliás a número dois a nível mundial), seguindo-se Suécia, Irlanda, Dinamarca, Bélgica, Letónia, Holanda, Alemanha, Reino Unido, Áustria, Luxemburgo, Lituânia, Espanha, Eslovénia, Bulgária, França e Croácia, que é o último país a ficar à frente de Portugal, em 49. º lugar. Pior que os portugueses estão dez países: Polónia, Estónia, Roménia, Itália, Eslováquia, Chipre, Grécia, República Checa, Malta e, por fim, Hungria, na 87. ª posição. O resultado português vai em linha contrária à tendência mundial. A nível global, os países conseguiram reduzir as desigualdades entre homens e mulheres, com excepção do Médio Oriente e África do Norte, sendo o Iémen o país com um pior desempenho. Da Islândia ao IémenAliás, a lista dos países onde existem menores diferenças é encabeçada pela Islândia, seguida da Finlândia, Noruega e Suécia. Mas logo na quinta posição surgem as Filipinas, seguidas pela Irlanda, Nova Zelândia, Dinamarca, Suíça, Nicarágua, Bélgica, Letónia, Holanda, Alemanha, Cuba, Lesoto, África do Sul, Reino Unido, Áustria e Canadá. Pela negativa, na cauda da lista, entre os últimos países estão antes do Iémen, o Paquistão, Chade, Síria, Mauritânia, Costa do Marfim, Irão, Marrocos, Mali e Arábia Saudita. Perto do fim da lista também se encontram países como a Turquia (120º lugar) ou a Hungria (87º). Em comunicado, o Fórum Económico Mundial destaca que na América Latina e nas Caraíbas a desigualdade de género caiu 70% em 2013 – o melhor resultado a nível global. Também olhando para os números no seu todo, é possível perceber que os maiores progressos desde 2006 têm sido feitos na área da saúde e sobrevivência, seguindo-se a educação. Mulheres na liderança: “um imperativo para hoje”Já a igualdade económica e a participação política têm sido mais lentas a evoluir e são, aliás, responsáveis pelo atraso da maioria dos países, pelo que apesar de ter havido uma melhoria geral no segundo ponto de 2% ainda só se conseguiu reduzir as assimetrias em cerca de 20%. “Tanto nos países emergentes como nos desenvolvidos há poucas mulheres ocupando cargos de liderança económica, comparativamente com o número de mulheres no ensino superior e no mercado de trabalho em geral”, salienta o documento. “É imprescindível que os países comecem a desenvolver uma visão diferente do capital humano – inclusive na maneira como impulsionam as mulheres para os cargos de liderança. Esta revolução mental e prática não é uma meta para o futuro, é um imperativo para hoje”, sublinha Klaus Schwab, fundador e presidente executivo do Fórum Económico Mundial, no mesmo comunicado.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave homens campo educação igualdade género mulheres marfim
Morreu a menina chinesa de dois anos atropelada e ignorada por 18 pessoas
A menina chinesa de dois anos que foi atropelada duas vezes e ignorada por 18 pessoas que passaram perto do corpo, acabou por não resistir aos ferimentos e morreu no hospital. (...)

Morreu a menina chinesa de dois anos atropelada e ignorada por 18 pessoas
MINORIA(S): Animais Pontuação: 2 Mulheres Pontuação: 12 Asiáticos Pontuação: 12 | Sentimento 0.0
DATA: 2011-10-25 | Jornal Público
SUMÁRIO: A menina chinesa de dois anos que foi atropelada duas vezes e ignorada por 18 pessoas que passaram perto do corpo, acabou por não resistir aos ferimentos e morreu no hospital.
TEXTO: O incidente remonta a 13 de Outubro. A criança de dois anos foi atropelada duas vezes seguidas numa estrada perto da loja do pai. As imagens do incidente ficaram registadas nas câmaras de vigilância de um estabelecimento que ficava perto do local do atropelamento e chocaram o mundo, já que 18 pessoas passaram pela menina, que estava deitada no chão coberta de sangue, sem prestarem qualquer auxílio. Nenhum dos condutores que a atropelou parou e várias pessoas passaram ao lado do corpo olhando e seguindo em frente. Entretanto, a polícia chinesa já deteve os condutores das duas carrinhas que atropelaram a menina, na cidade de Foshan, no sul da província de Guangdong – que estuda neste momento uma lei que obrigue os cidadãos a prestarem auxílio em situações como esta (à semelhança do que acontece, por exemplo, na legislação portuguesa). Só uma empregada da limpeza que veio trazer o lixo da loja é que socorreu a menina – o que provocou um intenso debate sobre as mudanças que a sociedade chinesa está a sofrer. No entanto, segundo fonte hospitalar citada pela BBC, desde o dia do acidente que a criança se encontrava em coma, com prognóstico muito reservado, tendo entrado em morte cerebral, declarando-se o óbito. Já a AFP, que também cita fontes hospitalares, adiantou que a menina morreu devido a uma “falência orgânica generalizada”. No Weibo, o equivalente chinês à rede social Twitter, a história continua a ser o tópico mais citado, tendo já chegado quase aos cinco milhões de mensagens e gerado uma campanha online com o slogan “Acabe com a apatia”. Da mesma forma, Chen Xianmei, de 58 anos, a única pessoa que parou para ajudar a menina, tornou-se uma heroína e um símbolo de que o país ainda pode recuperar alguns valores e resistir à ambição económica. Também o Global Times, um jornal em língua inglesa pertencente a um grupo do órgão central do Partido Comunista Chinês, descreve que “um egoísmo sem escrúpulos está a crescer na China”, considerando-o “suficientemente devastador para abalar os fundamentos da moralidade”. O mesmo jornal defende que, “nos últimos anos, o egoísmo tem sido largamente tolerado e até cultivado por alguns chineses, sendo mesmo visto como um instrumento ideológico para quebrar os tradicionais valores do colectivismo”. Uma ideia corroborada por vários comentários na Internet. “Esta sociedade está gravemente doente. Mesmo os cães e os gatos não deveriam ser tratados assim”, lê-se num deles.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave morte lei social criança corpo chinês cães
Rainha Sofia esteve em Lisboa a ouvir falar de neurociências
A Rainha Sofia, de Espanha, esteve em Lisboa por ocasião de encontro entre cientistas da Fundação Champalimaud (Portugal) e da Fundação Rainha Sofia (Espanha), que se juntaram para definir projectos de investigação conjuntos na área das doenças neurodegenerativas. (...)

Rainha Sofia esteve em Lisboa a ouvir falar de neurociências
MINORIA(S): Animais Pontuação: 2 Mulheres Pontuação: 12 | Sentimento 0.0
DATA: 2015-05-01 | Jornal Público
SUMÁRIO: A Rainha Sofia, de Espanha, esteve em Lisboa por ocasião de encontro entre cientistas da Fundação Champalimaud (Portugal) e da Fundação Rainha Sofia (Espanha), que se juntaram para definir projectos de investigação conjuntos na área das doenças neurodegenerativas.
TEXTO: Numa pequena sala, tapada por cortinas pretas e iluminada por alguns spots de luz, Michael Orger, neurocientista da Fundação Champalimaud, em Lisboa, recebeu esta quarta-feira uma invulgar convidada: a Rainha Sofia, de Espanha. Começou por lhe mostrar, ao fundo da sala, o microscópio “especial” que construiu “para obter mapas 3D do cérebro dos peixes-zebra”. Numa mesa ao lado, havia vários ecrãs com lindíssimas imagens tridimensionais e a cores do interior da cabeça destes animais. “Cada ponto de cor corresponde a um neurónio do cérebro do peixe-zebra”, salientou Michael Orger, “e a cor do ponto diz-nos quando mais se activa cada neurónio”: verde para os neurónios mais activos quando o peixe nada a contra-corrente, cor-de-rosa e azul para os neurónios que mais respondem quando vira para a esquerda ou a direita. “Por que estuda estes peixes?”, perguntou-lhe a Rainha Sofia num inglês impecável. “Porque neste estádio precoce da sua vida, quando medem apenas uns milímetros, são transparentes” – e isso permite ver as células. “E também porque conseguimos alterá-los, introduzindo [no seu ADN o gene de] uma proteína [que faz brilhar os neurónios]. ”“E passa aqui o dia todo?”, pergunta ainda a convidada. Resposta afirmativa do cientista. “Tenho a certeza de que os dias passam muito depressa para si”, diz ela. “Posso ver os peixes?”Michael Orger satisfaria esse pedido uns minutos depois, já no corredor, esgueirando-se entre os seguranças, jornalistas, cientistas e notáveis da Fundação Champalimaud, que rodeavam a convidada, com um pratinho de laboratório cheio de água onde se conseguia perceber vagamente uns bichinhos que nem pareciam peixes. Isso faria a Rainha Sofia dizer mais tarde, com sentido de humor, quando alguém evocara os estudos de comportamento dos peixes: “Sim, foram esses peixes que nós vimos – ou melhor, que não vimos…”Visitou-se também a grande sala do laboratório do Centro de Neurociências da Fundação Champalimaud, um open space onde trabalha a maior parte dos neurocientistas da instituição. Ali, Cristina Marquez, investigadora espanhola, apresentou à Rainha Sofia um vídeo sobre as experiências que faz com ratinhos para estudar o seu comportamento de entreajuda. “Há dois animais: um que precisa de ajuda para obter comida e o outro ajuda-o”, frisou a cientista. “E se o ratinho mudar de opinião?”, pergunta a Rainha Sofia. “De facto, isso acontece às vezes”, responde Cristina Marquez. “Descobrimos que os ratinhos nem sempre querem ajudar. ”Neurónios com espinhasNuma outra sala ainda, a convidada foi recebida por mais três investigadoras, que lhe explicaram brevemente o que fazem. Estudam, graças a uma técnica de microscopia dita de “dois fotões”, umas excrescências dos neurónios, chamadas “espinhas dendríticas” e presentes ao nível das ligações neuronais, que se sabe hoje estarem envolvidas nos processos de memória e aprendizagem. A visita da Rainha Sofia à Fundação Champalimaud foi motivada pelo lançamento de um programa de colaboração científica entre a fundação portuguesa e a Fundação Rainha Sofia (espanhola) em torno de doenças neurodegenerativas humanas como a doença de Alzheimer ou a doença de Parkinson. Veio acompanhada de vários especialistas da sua fundação –– que se dedica, entre outras coisas, a fomentar a investigação básica e clínica das doenças degenerativas do cérebro. Já no fim da visita às instalações do centro de neurociências (e do centro clínico do cancro), Rui Costa, que do lado da Fundação Champalimaud tem estado envolvido no lançamento desta cooperação luso-espanhola, disse aos jornalistas que, por enquanto, iriam focar-se na doença de Parkinson. Isto, explicou, porque é quase impossível saber se e quando é que uma pessoa vai desenvolver Alzheimer – ao passo que se sabe que muitas pessoas com Parkinson estão em risco de desenvolver uma demência. “Um terço dos doentes com Parkinson também desenvolve demências”, salientou. E apesar de estas demências serem diferentes da doença de Alzheimer, pensa-se que existem processos comuns. Portanto, é por aí que deverão começar. “Vamos tentar ‘casar’ os nossos campos de perícia para ver o que acontece nos ratinhos quando lhes injectamos extractos de cérebro colhidos em doentes com Parkinson”, frisa. “Vamos tentar perceber o que desencadeia a morte dos neurónios” na doença de Parkinson. Em particular, os cientistas querem ver qual será o impacto da inoculação de extractos de cérebro de doentes sobre as espinhas dendríticas do ratinhos, uma vez que estas estruturas parecem ser um alvo deste tipo de doenças.
REFERÊNCIAS: