Grande parte da pesca regressa ao mar
Reforma da Política Comum das Pescas quer acabar com a prática de rejeição nas pescarias, aproveitando essas capturas para as indústrias alimentar e farmacêutica. (...)

Grande parte da pesca regressa ao mar
MINORIA(S): Animais Pontuação: 12 | Sentimento 0.2
DATA: 2011-08-13 | Jornal Público
SUMÁRIO: Reforma da Política Comum das Pescas quer acabar com a prática de rejeição nas pescarias, aproveitando essas capturas para as indústrias alimentar e farmacêutica.
TEXTO: Um estudo sobre pescas realizado em 2007 na União Europeia aponta para uma grande quantidade de rejeições, ou seja peixe que não pode ser aproveitado pelas embarcações, sendo devolvido ao mar ou destruído caso chegue a terra. O estudo conclui existirem entre os 20 a 60 por cento de rejeições nas pescarias de profundidade ("demersais"). Os maiores valores são registados pelas frotas industriais dos países do Norte e bastante mais moderados a Sul (cerca de 20 por cento nas redes e 30 por cento no caso do arrasto de fundo). Um estudo realizado pelo Instituto de Investigação das Pescas e do Mar (IPIMAR) sobre capturas e devoluções de peixe ao mar referente à pesca de arrasto em Portugal e que teve como base informação recolhida em 2009 através do Programa Nacional de Amostragem Biológica (PNAB) estima que as rejeições globais em peso variem entre 17 e 64 por cento, e que 90 por cento ou mais do peso de pescado devolvido ao mar respeita a entre seis e nove espécies, no arrasto de fundo para peixes, e cerca de 10 espécies no arrasto de fundo para crustáceos. Segundo o mesmo estudo, as espécies mais rejeitadas são o carapau branco, o carapau negrão, o verdinho, a cavala, a sarda, a pescada branca, a boga e a faneca. Em Portugal e na União Europeia não existe legislação que proíba as rejeições. Contudo, no mês passado, durante a apresentação pela Comissão Europeia da proposta de reforma da Política Comum de Pescas, Portugal assumiu que "deverá ser promovida uma forte redução, rumo à extinção [das rejeições], devendo a medida ser implementada gradualmente e adaptada às especificidades nacional, regional e local, promovendo novas oportunidades e estimulando o aproveitamento das capturas habitualmente rejeitadas". Segundo informação da Secretaria de Estado do Mar, esta posição ainda será discutida, mas actualmente está "prevista uma proibição com início em 1 Janeiro de 2014, desenvolvida num prazo de três anos". Os motivos identificados para as rejeições relacionam-se com questões económicas e legais e as soluções apresentadas visam a "introdução de medidas técnicas e regulamentares" e o "aproveitamento dessas capturas" para uso nas indústrias alimentar e farmacêutica, revela a mesma fonte. Segundo Margarida Castro, da Universidade do Algarve (UA), as rejeições têm por base espécies sem valor comercial, tamanhos mínimos de captura, peixe degradado e as quotas impostas às embarcações. Para a investigadora do Centro de Ciências do Mar da UA, também o interesse dos pescadores em não trazer pescado em excesso para terra, pois o mercado não o absorve, é outras das razões para a devolução de peixe ao mar. Margarida Castro afirma que estas são razões que variam consoante a arte de pesca, embora o arrasto a mais 200 metros de profundidade, dirigido aos crustáceos, seja o que mais rejeita. São espécies sem valor comercial, e que podem chegar aos 50 por cento da faina, garantindo a investigadora que este é um dado comum a nível mundial. A pesca de cerco devolve ao mar menos peixe, embora também possa capturar sardinha que não cumpra o tamanho mínimo de captura. "Não deve haver nenhum barco que saia para o mar que não tenha alguma rejeição", diz Margarida Castro. Miguel Cunha, presidente da Associação dos Armadores das Pescas Industriais (ADAPI), afirma que as rejeições de peixe advêm de "obrigações e contingências" impostas pela legislação europeia e refere que esta é uma situação que não agrada aos pescadores. Não gostam de ver o peixe que pescam devolvido ao mar e também não têm interesse em trazer para terra peixe que depois será obrigatoriamente destruído.
REFERÊNCIAS:
Entidades UA
Possuir animais ou plantas protegidas pode ser crime
Quem for apanhado na posse de animais ou plantas protegidas poderá ser responsabilizado criminalmente, sujeitando-se a uma pena de prisão até seis meses ou de multa até 120 dias. Esta é uma das novidades da proposta de lei que transpõe duas directivas comunitárias na área dos crimes contra o ambiente e que entrou a semana passada no Parlamento. (...)

Possuir animais ou plantas protegidas pode ser crime
MINORIA(S): Animais Pontuação: 12 | Sentimento 0.0
DATA: 2011-08-19 | Jornal Público
SUMÁRIO: Quem for apanhado na posse de animais ou plantas protegidas poderá ser responsabilizado criminalmente, sujeitando-se a uma pena de prisão até seis meses ou de multa até 120 dias. Esta é uma das novidades da proposta de lei que transpõe duas directivas comunitárias na área dos crimes contra o ambiente e que entrou a semana passada no Parlamento.
TEXTO: O projecto do Governo sugere igualmente o alargamento do conceito de incêndio florestal, que passaria a abarcar os fogos em zona de mato e em terrenos agrícolas, que não estão especificamente previstos no Código Penal. "Desta forma, passarão a ser expressamente abrangidos por este crime, por exemplo, os incêndios de matos, que, desde 2007, são responsáveis por mais de 60 por cento da área total ardida, por revelarem os mesmos merecimento e necessidade de pena que outros comportamentos já incluídos no incêndio florestal", lê-se no preâmbulo do diploma, que ainda não tem data agendada para ser discutido e votado no Parlamento. A comercialização de animais ou plantas protegidas ou a sua posse com esse intuito já é crime (sugere-se que as penas sejam agravadas), mas muitas vezes torna-se muito difícil de provar que quem é apanhado pretende vender essas espécies. Por isso, a criminalização da simples posse é bem vista. Saiba mais na edição impressa ou na edição impressa online exclusiva para assinantes
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave crime
Para que serve a praça de touros da primeira cidade antitouradas do país?
Três anos depois de ter sido adquirida pela Câmara de Viana do Castelo, a antiga praça de touros está abandonada e a degradar-se, convertendo-se num problema para o município, que, em 2009, fez história ao transformar-se na primeira "cidade antitouradas" de Portugal. (...)

Para que serve a praça de touros da primeira cidade antitouradas do país?
MINORIA(S): Animais Pontuação: 12 | Sentimento 0.25
DATA: 2011-08-22 | Jornal Público
SUMÁRIO: Três anos depois de ter sido adquirida pela Câmara de Viana do Castelo, a antiga praça de touros está abandonada e a degradar-se, convertendo-se num problema para o município, que, em 2009, fez história ao transformar-se na primeira "cidade antitouradas" de Portugal.
TEXTO: Quando a praça foi comprada, em 2008, por pouco mais de cinco mil euros, o objectivo era transformá-la em Museu de Ciência Viva. Mais tarde, foi apontada como sede do futuro Centro de Mar. Recentemente, ficou sem destino, depois de o município ter decidido que o equipamento destinado a promover as actividades ligadas ao mar ficaria, afinal, no navio Gil Eannes (ver texto ao lado). O presidente da Câmara de Viana, José Maria Costa, reconhece que, nesta altura, "não há uma ideia clara" para o espaço. Acrescenta que tem "várias hipóteses em cima da mesa" que prefere não revelar, "por não estarem suficientemente amadurecidas". "É um processo que está em avaliação e cuja decisão será sustentada no próprio desenvolvimento da cidade e das necessidades de equipamentos", acrescenta o autarca sobre o futuro da praça. Situada na margem direita do rio Lima, no Parque da Cidade, a antiga praça de touros, inaugurada em 1948, é considerada, nos meios artísticos da cidade, como um espaço cuja localização tornaria ideal para receber grandes eventos culturais. Para David Martins, músico e produtor de eventos como o Festival de Jazz de Viana do castelo, que este ano assinalou o 20. º aniversário, o redondel seria "uma excelente sala de produção teatral" que poderia servir "as mais variadas expressões artísticas, desde a dança, ao teatro, música e até ao circo, por se tratar de um chapitô natural". David Martins sustenta que a antiga praça necessita apenas de uma reavaliação de conceito. Defende que faria mais sentido que o conceito de espaços multiusos, actualmente associado ao Coliseu projectado por Souto Moura, que está em construção na frente ribeirinha da cidade, fosse reservado à praça de touros. "A praça tem mais valências para ser sala multiusos do que o pavilhão que está a ser construído com essa designação", afirma. Segundo este produtor, o Coliseu, cujas obras pararam em Fevereiro por falta de dinheiro, devendo ser retomadas em Setembro, deveria ver o programa alterado e funcionar como auditório, com pouco mais de mil lugares, para espectáculos de média dimensão. David Martins observa que, assim, ainda com o Teatro Sá de Miranda, que tem 400 lugares, a cidade "ficaria servida com três tipos de salas para eventos de diferentes dimensões". O produtor acredita que, mais do que de "vontade política", a falta de financiamento "poderá inviabilizar" este tipo de solução. Que "não morreria por falta de público em Viana", garante. "O problema, como noutras zonas do país, é a falta de verba para garantir uma programação contínua", sublinha. Entre os empresários do concelho, considera-se que uma solução para a praça de touros poderia muito bem passar pela readaptação a centro de feiras e exposições. No entanto, o presidente da Associação Empresarial de Viana do Castelo, Luís Ceia, lembra que essa já é uma função atribuída ao pavilhão da Associação Industrial do Minho (AIMinho), no Campo da Agonia e será também uma das valências do Coliseu de Souto Moura, futuro Centro Cultural de Viana do Castelo. Quando abrir portas, este equipamento estará preparado para acolher todo o tipo de eventos culturais de âmbito regional, para promoção do turismo, dos produtos tradicionais, do património e da cultura, além de provas desportivas. Eventos ligados à moda, mostras de cinema e vídeo, exposições náuticas foram já propostas anunciadas pela câmara para preencher a programação do Centro Cultural.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave cultura campo circo
Pescadores do Norte esperam hoje garantias de compensação do Governo
O Governo recebe hoje representantes dos pescadores do norte do país, que estiveram impedidos de exercer o seu trabalho durante semanas, devido a uma prospecção de petróleo numa extensa área da costa. (...)

Pescadores do Norte esperam hoje garantias de compensação do Governo
MINORIA(S): Animais Pontuação: 12 | Sentimento 0.0
DATA: 2011-09-06 | Jornal Público
SUMÁRIO: O Governo recebe hoje representantes dos pescadores do norte do país, que estiveram impedidos de exercer o seu trabalho durante semanas, devido a uma prospecção de petróleo numa extensa área da costa.
TEXTO: Os pescadores esperam hoje receber as garantias por parte do Governo de que irão ser devidamente compensados referentes aos prejuízos sofridos no período de tempo que estiveram parados. Entre 16 de Julho e 21 de Agosto, os pescadores foram interditos de lançar as suas redes numa extensão de dez milhas de largo entre Mira e Nazaré. Isto porque a subsidiária portuguesa Mohave Oil and Gas estava autorizada a recolher dados sísmicos, tarefa que antecede à prospecção de petróleo. Três associações de pescadores do Norte irão reunir-se esta tarde com o secretário de Estado das Pescas, Manuel Pinto de Abreu, para pedir compensações pelos dias em que estiveram sem trabalhar. Contudo, a Secretaria de Estado do Mar considera que nem todos terão razão para se lamentar, pois o nível de prejuízo de cada um depende do tipo de pesca a que se dedica. José Festas, um dos elementos da Associação Pró Maior Segurança dos Homens do Mar da Póvoa de Varzim, afirmou à agência Lusa que espera que o “Governo dê aos pescadores mais alguma compensação além dos 150 mil euros que a empresa já disse disponibilizar”. Mas segundo José Festas, o valor indicado pela empresa não é suficiente, pois apenas para pagar os salários aos trabalhadores somam cerca de 500 mil euros, em prejuízos. Os representantes do sector pretendem obter as “garantias” de que os autos de notícias levantados a alguns armadores, que podem chegar a coimas entre os 598 e 37 mil euros, sejam arquivados. “Não só não se recebeu, como se pode vir a ter que pagar”, disse José Festas, acrescentando que “esta é uma garantia que tem que sair da reunião”.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave homens
Pescador morre nos Açores ao tentar salvar embarcação do mau tempo
Um pescador, de 43 anos, morreu esta tarde no Porto de Pesca da Ribeira Quente, em S. Miguel, Açores, quando tentava retirar um barco da água para o proteger do mau tempo que se tem registado no arquipélago. As chuvas e o vento forte provocaram ainda várias inundações e queda de árvores. (...)

Pescador morre nos Açores ao tentar salvar embarcação do mau tempo
MINORIA(S): Animais Pontuação: 12 | Sentimento -0.69
DATA: 2011-09-27 | Jornal Público
SUMÁRIO: Um pescador, de 43 anos, morreu esta tarde no Porto de Pesca da Ribeira Quente, em S. Miguel, Açores, quando tentava retirar um barco da água para o proteger do mau tempo que se tem registado no arquipélago. As chuvas e o vento forte provocaram ainda várias inundações e queda de árvores.
TEXTO: O presidente da Junta de Freguesia da Ribeira Quente, Gualberto Rita, disse à Lusa que o acidente ocorreu “quando os pescadores estavam a retirar as suas embarcações para as proteger do mar agitado”. “Na altura, uma onda mais forte encostou um dos barcos à parede, que acabou por esmagar um pescador”, acrescentou o autarca, salientando que a vítima era natural da Ribeira Quente, concelho da Povoação. As chuvas e o vento forte que se registam nos Açores provocaram “várias inundações em moradias e estradas e quedas de árvores e ramos nos concelhos da Ribeira Grande, Ponta Delgada e Lagoa”, revelou hoje a Autoridade Nacional de Protecção Civil. Segundo disse à Lusa fonte do Serviço Regional de Protecção Civil e Bombeiros, “a maior parte daquelas situações está resolvida através da intervenção dos bombeiros, Serviços Municipais de Protecção Civil e direcção regional dos Equipamentos e Transportes e Terrestres”. Devido às condições meteorológicas, um voo da transportadora aérea SATA “aguarda na Horta, ilha do Faial, melhoria do estado do tempo, para efectuar a ligação à ilha das Flores”, segundo informou à Lusa o porta voz da companhia José Gamboa. O Serviço Regional de Protecção Civil e Bombeiros dos Açores já havia alertado esta segunda-feira para um agravamento do estado do tempo nas ilhas dos Açores até ao meio dia de hoje, com previsão de ocorrência de trovoadas, ventos fortes e chuva. Notícia actualizada às 16h46
REFERÊNCIAS:
Tempo segunda-feira
Familiares dos pescadores resgatados com vida falam em “milagre”
Os familiares dos pescadores das Caxinas resgatados hoje após mais de 48 horas numa balsa em alto mar dizem que foi “um milagre” terem sido encontrados com vida. (...)

Familiares dos pescadores resgatados com vida falam em “milagre”
MINORIA(S): Animais Pontuação: 12 | Sentimento 0.1
DATA: 2011-12-02 | Jornal Público
SUMÁRIO: Os familiares dos pescadores das Caxinas resgatados hoje após mais de 48 horas numa balsa em alto mar dizem que foi “um milagre” terem sido encontrados com vida.
TEXTO: Esta era a justificação mais ouvida, ao início da tarde de hoje, pela população das Caxinas, que não quis deixar de se despedir dos familiares das vítimas deste acidente que viajaram até Leiria, num autocarro disponibilizado pela Câmara Municipal de Vila do Conde, para se encontrarem com os pescadores e trazê-los de regresso a casa. Da tripulação do Virgem do Sameiro fazia parte o mestre José Manuel Coentrão, de 46 anos, Prudenciano Pereira, de 48, António Maravalhas, de 44, e Manuel Navegante, de 50 anos, todos das Caxinas. A bordo seguia ainda João Coentrão, de Aver-o-mar, na Póvoa de Varzim, e ainda um cidadão de 30 anos, nacionalidade ucraniana, residente na Figueira da Foz. Poucos minutos antes da partida para Leiria, Ana João, filha de António Maravalhas, não conseguia esconder o contentamento de, dentro de poucas horas, “poder abraçar o pai”. “Porque esta manhã pensei que nunca mais o ia ver”, disse. Já o pai deste pescador também não conseguia conter as lágrimas e ia dizendo que sempre manteve a “confiança que tudo ia acabar bem”. Dizem que “as Caxinas estão condenadas à morte, mas isto foi um verdadeiro milagre”, frisou ainda entre sorrisos e lágrimas. Também Marta Ferreira, sobrinha de Prudenciano Pereira, manteve a esperança que o tio “ia chegar a Vila do Conde são e salvo”. Menos optimista estava a mulher deste pescador que passou as últimas horas a “rezar” para que o marido fosse encontrado vivo, mas a expectativa era “pouca ou nenhuma”. Aliás, o luto já era bem visível ao início da manhã de hoje em algumas casas dos pescadores resgatados. A notícia de que tinham sido encontrados sãos e salvos chegou às Caxinas pouco passava das 11h00 e foi dada pelo presidente da Junta de Freguesia de Vila do Conde. José Maria Postiga recebeu um telefonema e comunicou de imediato a alguns dos familiares que “saíram para a rua a gritar. Foi uma festa muito grande”, contou o autarca, dizendo também que este episódio “foi um verdadeiro milagre”. Depois de fazerem exames médicos, os pescadores serão alimentados e devem regressar “ao final da tarde de hoje a casa”, garantiu o presidente da Câmara Municipal de Vila do Conde que fez questão de acompanhar a partida do autocarro onde viajam os familiares dos pescadores. “Esta comunidade tem sido sempre fustigada pela tragédia, cheguei a pensar que esta seria mais uma”, disse Mário Almeida. A maior comunidade piscatória do país, as Caxinas, viveu hoje sentimentos antagónicos, porque o luto e a tristeza deram lugar a um ambiente de grande festa. Alguém dizia hoje de manhã que “o mar estava à espera de comer, mas deu-se um milagre e não comeu”, porque, pelo menos desta vez, os caxineiros foram poupados de mais uma tragédia. Os pescadores resgatados devem chegar a Vila do Conde ao final da tarde, onde serão esperados por toda a população.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave morte filha mulher comunidade luto
Bourdain em Lisboa comeu bifanas, conheceu pescadores e conversou com Lobo Antunes
Bifanas e fado, Lobo Antunes e Dead Combo, polvo comido com uma família de pescadores, chefes modernos a tentar inovar numa cozinha profundamente tradicional – será esta a Lisboa que Anthony Bourdain vai mostrar no seu programa de viagens e gastronomia No Reservations, que é transmitido em Portugal na SIC Radical. O episódio sobre Lisboa passará em Abril nos Estados Unidos. (...)

Bourdain em Lisboa comeu bifanas, conheceu pescadores e conversou com Lobo Antunes
MINORIA(S): Animais Pontuação: 12 | Sentimento 0.0
DATA: 2011-12-05 | Jornal Público
SUMÁRIO: Bifanas e fado, Lobo Antunes e Dead Combo, polvo comido com uma família de pescadores, chefes modernos a tentar inovar numa cozinha profundamente tradicional – será esta a Lisboa que Anthony Bourdain vai mostrar no seu programa de viagens e gastronomia No Reservations, que é transmitido em Portugal na SIC Radical. O episódio sobre Lisboa passará em Abril nos Estados Unidos.
TEXTO: Numa conferência de imprensa hoje em Lisboa, no final de uma semana de filmagens (a equipa parte amanhã), Bourdain falou sobre o que veio à procura – e o que encontrou. Não estamos aqui para mostrar de forma imparcial os melhores lugares de Lisboa, nem para dar a última palavra em televisão sobre os sítios mais importantes e mais pitorescos. Há outros programas de viagem que fazem isso. O que nos interessa é saber onde é que vocês vão às duas da manhã quando estão bêbados. ”Para saber isso, arranjam contactos em cada cidade que visitam e pedem sugestões. Primeiro, Bourdain, ele próprio um chef (embora tenha trocado a cozinha do restaurante Les Halles, em Nova Iorque, pelas viagens à volta do mundo para o No Reservations), fala com os outros cozinheiros. “Ser chef é como pertencer a uma máfia. Tenho esse luxo de poder falar com outros chefs e dizer ‘estamos a pensar ir a Lisboa, onde é que acham que devíamos ir? Onde é que devemos comer? Onde é que vocês vão quando estão com os copos?’”. As outras pistas são dadas pelos tais contactos – os fixers – que têm uma tarefa difícil: perceber exactamente o que é que Bourdain e a sua equipa procuram. Em Lisboa, Bourdain sabia que queria falar com António Lobo Antunes. “É um autor que admiro muito”, explica. “E sinto-me muito honrado por ele aceitar. [No encontro, numa casa de fados] esqueci-me completamente das câmaras – só queria falar com o tipo que escreveu alguns livros que eu considero clássicos magníficos e intemporais. É uma conversa que hei-de recordar a vida toda. ”O outro encontro perfeito foi com a banda musical Dead Combo. Aí, Bourdain seguiu a sugestão das pessoas que contratou em Lisboa para o ajudar. “Quando falamos com essas pessoas, tentamos saber se elas entendem realmente o que estamos à procura. E perguntamos-lhes, por exemplo, se conhecem uma banda que seja perfeita para nós. Eles arranjaram uma óptima: os Dead Combo são exactamente a banda com a qual deveríamos estar. ” Quanto à comida, ficou-lhe na memória o polvo que foi pescar e comer com uma família de pescadores – “comemo-lo grelhado, com batatas cozidas, azeite, um pouco de alho, e vinho barato mas delicioso”. Camarões grelhados com sal e azeite – “de cortar a respiração”. E, claro, as bifanas de porco. “Mas também comi coisas óptimas, feitas por chefes modernos, que estão a tentar levar a comida portuguesa para o futuro, mas ao mesmo tempo honrando as tradições”, contou. “E isso é algo que, onde quer que eu esteja no mundo, me interessa muito: como é que se honra o passado nas tradições culinárias”.
REFERÊNCIAS:
Armadores de pesca industrial contentes com aumento de quotas
O presidente da Associação de Armadores de Pesca Industrial (ADAPI) considerou hoje “muito positivo” o aumento das quotas de pesca para Portugal, assinalando que no início das negociações com a Comissão Europeia a situação parecia “dramática”. (...)

Armadores de pesca industrial contentes com aumento de quotas
MINORIA(S): Animais Pontuação: 12 | Sentimento 0.8
DATA: 2011-12-17 | Jornal Público
SUMÁRIO: O presidente da Associação de Armadores de Pesca Industrial (ADAPI) considerou hoje “muito positivo” o aumento das quotas de pesca para Portugal, assinalando que no início das negociações com a Comissão Europeia a situação parecia “dramática”.
TEXTO: Em declarações à agência Lusa, Miguel Cunha frisou que o resultado final das negociações resulta numa “situação mais confortável”, assinalando que se conseguiu “reverter uma situação que parecia dramática”. Miguel Cunha indicou que o acordo final corrige “algumas barbaridades”, como a “redução em 93 por cento da quota de verdinho baseado num parecer científico errado, que a Comissão agora reconheceu e repôs”. “Falta agora ver quem se responsabiliza pela perda de cerca de três milhões de euros que isto significou”, apontou. O responsável da ADAPI destacou também como positivo a maneira como mudou a “abordagem ao plano de recuperação da pescada”, que “sacrificava a frota de pesca ibérica” e passa agora a abranger só as embarcações dedicadas à pesca desta espécie. Miguel Cunha ressalvou que ainda há pontos negativos na proposta da Comissão, como a redução em nove por cento da quota de pesca da raia, que faz prever que “no próximo ano a quota acabe antes do final do ano”. Açores consideram acordo “bom”O Governo Regional dos Açores considera que o acordo sobre pescas hoje alcançado em Bruxelas é um “bom” para o arquipélago, perspectivando uma boa campanha dos tunídeos nas águas das ilhas no próximo ano. Em declarações à Lusa, o subsecretário regional das Pescas, Marcelo Pamplona, destacou o facto de o acordo acerca dos totais admissíveis de capturas para 2012 a que chegaram os ministros das Pescas da União Europeia hoje de madrugada prever o aumento da quota do patudo nos mares das ilhas em 22 por cento. Isso significa que em 2012 os atuneiros açorianos poderão capturar até 6000 toneladas de uma espécie valorizada no mercado, quando este ano a quota foi de 5000 toneladas. Marcelo Pamplona considerou também positivo para a Região que os ministros das Pescas da UE tenham decidido manter fora do regime de quotas uma outra espécie de tunídeos importante para a frota açoriana e para a indústria conserveira regional, o bonito. Em termos globais, Portugal saiu hoje das negociações sobre as possibilidades de pesca para 2012 com um aumento nas quotas de areeiro (9%), biqueirão (10%), pescada (15%), tamboril (110%), verdinho (875% em águas territoriais e 531% no sul da Bretanha e Golfo da Biscaia).
REFERÊNCIAS:
Entidades UE
Quotas de pesca de Portugal aumentam 6% em 2012
Portugal saiu hoje das negociações das pescas com um aumento global de seis por cento nas suas quotas, o que a ministra da Agricultura e Pescas, Assunção Cristas, considerou um resultado positivo de uma demorada negociação. (...)

Quotas de pesca de Portugal aumentam 6% em 2012
MINORIA(S): Animais Pontuação: 12 | Sentimento 0.0
DATA: 2011-12-17 | Jornal Público
SUMÁRIO: Portugal saiu hoje das negociações das pescas com um aumento global de seis por cento nas suas quotas, o que a ministra da Agricultura e Pescas, Assunção Cristas, considerou um resultado positivo de uma demorada negociação.
TEXTO: “Desta vez aumentámos substancialmente (as quotas), mais seis por cento na globalidade”, disse a ministra à saída de uma maratona de quase 16 horas de negociação cujo resultado considerou “muito positivo”. Assunção Cristas destacou particularmente a quota de bacalhau, que sobe 240 toneladas (quatro por cento), “dentro de um quadro de pesca sustentável e respeitando todos os pareceres científicos”. “Tudo isto reflecte o poder de negociação do nosso país ao nível técnico e também ao nível político”, adiantou, sublinhando que “as primeiras propostas da Comissão apontavam para uma redução global de 11 por cento”. Em termos globais, Portugal saiu hoje das negociações sobre as possibilidades de pesca para 2012 com um aumento nas quotas de areeiro (9%), biqueirão (10%), pescada (15%), tamboril (110%), verdinho (875% em águas territoriais e 531% no sul da Bretanha e Golfo da Biscaia). As descidas de quotas acontecem no carapau em águas espanholas (-1%), lagostim (-10%), raias (-9% nas águas territoriais e - 29% na NAFO), cantarilho (-16%), palmeta (5%), abrótea (-17%) e espadarte (-15%). Nas águas dos Açores e Madeira, a quota de carapau – que é fixada por Portugal –, sobe quatro por cento, a do atum voador diminui 22% e a do atum patudo aumenta 22 por cento. Os ministros das Pescas da União Europeia chegaram hoje de madrugada a acordo sobre os totais admissíveis de capturas para 2012, depois de uma negociação morosa, que começou às 10h00 horas de sexta-feira e terminou às 03h30 de sábado.
REFERÊNCIAS:
Tempo sexta-feira sábado
O pescador, o combatente e o jornalista que só queria ser goês
Da janela da sala deste quarto andar vêem-se os estaleiros navais de Goa. Os três barcos de pesca de Simon Pereira Riconsta, Golden Goa, Simple Simon estão do outro lado da colina. Cada traineira 30 homens. Agora está tudo em terra. (...)

O pescador, o combatente e o jornalista que só queria ser goês
MINORIA(S): Animais Pontuação: 12 | Sentimento 0.0
DATA: 2011-12-18 | Jornal Público
SUMÁRIO: Da janela da sala deste quarto andar vêem-se os estaleiros navais de Goa. Os três barcos de pesca de Simon Pereira Riconsta, Golden Goa, Simple Simon estão do outro lado da colina. Cada traineira 30 homens. Agora está tudo em terra.
TEXTO: O mar não está para brincadeiras e a pesca fica adiada até o tempo melhorar. Mas Simon adora a monção: "Vem de repente, umas nuvens, o vento a soprar e de um momento para o outro aí está a chuvada. " Recebe os convidados com uma t-shirt a dizer "I Love Port", sendo e o "I" um galo de Barcelos, e o "o" de "Love" uma bola de futebol em forma de coração. Chegarão rissóis de marisco e tomate recheado com atum; depois arroz de ervilhas, carne com ovo cozido, salsichas goesas, picantes. Na sala, um pequeno altar: duas enormes mãos em madeira, juntas e de palmas viradas para cima em sinal de dádiva. Conrad, de cinco anos, aponta: "Temos o Jesus. Temos dois Jesus. " Têm também o Santo António. Leonora, quase a fazer quatro anos, mostrará que têm outras coisas, que é preciso trazer do quarto. Animais da selva em plástico, um urso de pelúcia, um espelho. Conrad rivaliza e vem agora com "um bolo!" uma caixa de cartão redonda. Em cima do móvel está a fotografia de casamento de Simon Pereira (o apelido não é sinónimo de qualquer ascendência portuguesa e todos comunicam em inglês entre si) com Carlina. Ele de fato, ela com vestido de noiva branco, véu, relógio prateado e pulseiras encarnadas e verdes como qualquer noiva indiana que se preze. Agora será a vez de ele falar do anel de safira azul que traz no dedo. "Depois de começar a usar isto, a minha vida mudou. Antes não tinha casa, não era casado. Sinto sinceramente que houve uma enorme mudança. " Casou-se, já se sabe; teve filhos, também já se sabe. E mais? Aumentou a frota dos barcos, comprou terra. "Estão a aconselhar-me a concorrer à Câmara de Vasco [da Gama, a maior cidade de Goa]. " Já é presidente da Goa Fishing Boat Owners Association. "As coisas começaram a funcionar para mim. " Tudo graças à safira azul, encastrada no anel de ouro, mas em contacto com a pele. "Pode dar-te sorte, ou pode acabar contigo. Foi trazida de Margão [no Sul de Goa] durante a noite, para a luz não passar para o portador e não acontecer nada a quem a trouxe. É uma pedra do Sri Lanka e custou. . . [fazem-se conversões rápidas]. . . mil euros. " "Mas dizem que em três meses a sorte que traz compensa a compra e comigo compensou. Comecei a ganhar imenso dinheiro. " A pedra de Carlina não é a safira, mas o diamante. Tem grandes brincos redondos e um colar tradicional com ouro e vários brilhantes, para que a sorte não a abandone. Não basta confiar em Deus. Outras coisas justificam uma ida a casa da família Pereira. Ou por outra, qualquer coisa que tem a ver com a camisola que traz vestida, a tal do "I Love Port". Simon é católico (como 26 por cento da população de Goa), mas não faz parte da elite que foi beneficiada pela soberania portuguesa. Ainda assim, o pai não poupava elogios à bandeira. Deixou esta simpatia de herança ao filho, que com 33 anos sempre viveu sob governação indiana. "Disse que quando morresse queria a bandeira de Portugal no caixão. E eu pus. " Quando a 25 de Novembro passado o navio-escola Sagres visitou Goa a data coincidiu com os 500 anos da chegada de Afonso de Albuquerque ao território, houve muita gente a protestar, vendo no gesto um revivalismo colonialista. Mas houve também Simon a organizar uma procissão de barcos enfeitados para saudar a embarcação.
REFERÊNCIAS: