Apenas um dos activistas que filmaram os vídeos do ataque químico sobreviveu
Recolha de informação levou a que a maioria inalasse os gases e acabasse por morrer. Os videos ganharam uma importância inaudita nesta guerra. (...)

Apenas um dos activistas que filmaram os vídeos do ataque químico sobreviveu
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2013-08-30 | Jornal Público
URL: https://arquivo.pt/wayback/20130830160313/http://www.publico.pt/1604417
SUMÁRIO: Recolha de informação levou a que a maioria inalasse os gases e acabasse por morrer. Os videos ganharam uma importância inaudita nesta guerra.
TEXTO: Os vídeos chocaram o mundo, foram citados por altos responsáveis políticos e mesmo mostrados como prova em documentos de serviços secretos. Horas depois do ataque químico de 21 de Agosto, já estavam online. Mas os activistas locais que os filmaram – e que conseguiram, nota a revista Foreign Policy, num curto espaço de tempo o que a oposição vem a tentar há meses; dispor actores internacionais a um ataque contra o regime de Bashar al-Assad – terão pago um preço alto. Apenas um sobreviveu. A activista Razan Zeitouneh contou à Foreign Policy que duas equipas correram para o subúrbio de Damasco mal houve notícia de um ataque, uma do seu centro de documentação de violações e outra do comité de coordenação local. “Os ataques químicos, no primeiro dia do massacre, mataram muitos activistas de media porque inalaram os gases tóxicos”, conta o único sobrevivente, Mudar Abu Bilal. “Foram filmar e recolher informação, mas nenhum deles voltou. ”Os vídeos deixaram várias pistas para o facto de se ter tratado de um ataque químico. Havia os sintomas das pessoas, as pupilas constritas, espasmos e dificuldade em respirar: sinais clássicos de exposição a gás sarin. Havia restos de rockets, quase intactos: se levassem explosivos e não carga química, estariam mais danificados com o impacto. No terreno, há uma rede de pessoas a trabalhar com equipamento – na maioria, uma câmara e um computador portátil – e acesso à internet. A maioria das cidades controladas pelos rebeldes têm ligações à Internet via satélite. O apoio de activistas fora do país é vital: no dia do ataque, os activistas que filmaram deixaram o material numa dropbox, programa de partilha de ficheiros pesados, e os activistas fora trataram-nos, traduziram e colocaram-nos no YouTube. Os vídeos servem os objectivos de propaganda dos dois lados – também o regime beneficiou da imensa atenção dada a imagens que mostravam alegadamente um rebelde a comer o coração de um soldado leal a Assad. E também quem procura informação sobre o conflito. Jeff White, que trabalhou nos serviços secretos durante 34 anos e é agora investigador do Washington Institute for Near East Policy, diz que os vídeos começaram a ser fonte de informação para os analistas militares e dos serviços secretos, mas só com a Síria ganharam um papel mais relevante. “Não me consigo lembrar de outro caso semelhante – costumávamos ter de enviar agentes ou forças de reconhecimento para ter este tipo de dados”, nota. Claro que é preciso ter algumas coisas em consideração, diz White: nos vídeos dos ataques de 21 de Agosto, por exemplo, as imagens eram sobretudo de mulheres e crianças, que terá sido provavelmente resultado da tentativa de ganhar mais simpatia. E, termina a Foreign Policy, “se o exército dos EUA agir contra Assad, parte da razão será obra destas almas corajosas que correram em direcção a um ataque de armas químicas quando toda a gente estava a tentar fugir”.
REFERÊNCIAS:
Entidades EUA
Papa Francisco olhou para um smartphone, sorriu e a fotografia tornou-se viral
Imagem publicada no Twitter de jornalista italiano foi amplamente divulgada. (...)

Papa Francisco olhou para um smartphone, sorriu e a fotografia tornou-se viral
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento 0.6
DATA: 2013-08-31 | Jornal Público
SUMÁRIO: Imagem publicada no Twitter de jornalista italiano foi amplamente divulgada.
TEXTO: Quando o smartphone está com a câmara fotográfica apontada para nós, a prática costuma ser a de sorrir. Foi isso o que o Papa Francisco fez, na quarta-feira, com mais três adolescentes, na basílica de São Pedro, no Vaticano. O Papa Francisco sorriu na sua primeira selfie – o novo termo inglês para o auto-retrato tirado por um smartphone que acaba nas redes sociais. O auto-retrato foi tirado por um dos três jovens. Um jornalista italiano conseguiu a fotografia e publicou-a um dia depois no Twitter com um único adjectivo: “épico”. A imagem tornou-se viral. É um acto surpreendente para o mais alto pastor na hierarquia da igreja católica. Dois dos comentários ao tweet do jornalista Fabio M. Ragona diziam qualquer coisa como: “Agora já vi tudo”. Apesar de o cariz indulgente associado ao selfie – hoje em dia há “eus” de tudo, "eu" no cabeleireiro, a almoçar, com a praia ao fundo, "eu" com os amigos a divertir-me na discoteca – o "eu" do Papa parece estar mais ligado ao apreço dos seus jovens fãs, religiosos e sorridentes, no meio do templo. Esta talvez seja só a continuação do seu esforço para estar em contacto com o próximo. Afinal, a conta de Twitter do Papa Francisco é actualizada frequentemente. E, há poucos dias soube-se que o Papa voltou a telefonar a um crente. Desta vez, o telefonema foi feito a uma mulher argentina, mãe de seis filhos biológicos, que tinha sido violada por um agente policial, e escreveu anos depois, para o Vaticano, a sua história numa carta que chamou a atenção do Papa. “Ele restaurou a fé e a paz em mim e deu-me força para continuar”, disse Alejandra Pereyr, citada pela revista Time. “Quando ouvi a voz do Papa, senti que estava a ser tocada por Deus. ”Mas o Papa Francisco não se reduz à tecnologia para aproximar-se dos católicos. Quando esteve no Rio de Janeiro, no Brasil, fez questão de visitar pessoas que viviam em favelas. No seu próprio quintal, no Vaticano, há dezenas de fotografias que documentam ele, na praça de São Pedro, a dar um beijo na cara de bebés e crianças. Destas, talvez a mais comovente seja a do Papa a ser abraçado por uma rapariguinha de cabelo liso e fita branca na cabeça. A cara da menina está tapada pelo perfil do Papa Francisco que, mais uma vez, sorri.
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Palavras-chave mulher
Reichardt caminha para noroeste e encontra o seu melhor filme; Frears leva a água ao seu moinho: um hit
No 70.º Festival de Veneza começa a travar-se um duelo pelo título de filme mais marcante da edição: o consenso vai para Philomena de Frears (...)

Reichardt caminha para noroeste e encontra o seu melhor filme; Frears leva a água ao seu moinho: um hit
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento 1.0
DATA: 2013-08-31 | Jornal Público
SUMÁRIO: No 70.º Festival de Veneza começa a travar-se um duelo pelo título de filme mais marcante da edição: o consenso vai para Philomena de Frears
TEXTO: Kelly Reichardt anda há vários filmes a caminhar em direcção ao Noroeste americano, para o Oregon. Vem procurando o espírito de um lugar, porque há cinco filmes que tudo começa a partir de histórias de Jon Raymond, escritor de Portland, e da relação com essa paisagem. Pelo caminho os filmes de Kelly vêm tacteando, como se procurassem no escuro, uma América paralela. Ouvindo os sons que ainda se ouvem, como aquele apitar de comboios ao longe, das grandes narrativas americanas. Do que resta de um património, social, político, cinematográfico. Se calhar já só há escuro. . . Kelly Reichardt chegou então ao seu melhor filme: Night Moves, que teve estreia mundial no Festival de Veneza (competição). Aí encontra três activistas ambientais que se juntam para concretizarem o seu idealismo e o seu dogmatismo: a explosão de uma central hidroeléctrica. As personagens de Jesse Eisenberg, Dakota Fanning e Peter Sarsgaard terão a sua existência ancorada na realidade do Noroeste americano, explicou a realizadora em conferência de imprensa: uma zona dos EUA cheia de consciência ambiental, de mundos que se protegem na sua autosuficiência, consumindo o que produzem, e nessa bolha fazendo levedar o seu radicalismo. Mas Jesse, Dakota e Peter interpretam personagens que são reconhecíveis do universo de Reichardt/Raymond: a dificuldade de despertarem empatia, a obsessão, o mutismo – Jesse Eisenberg pode mesmo ser uma variação da personagem de Michelle Williams em Wendy e Lucy (2008). Na sua actividade de radicais razoavelmente amadores, acabarão por causar "danos colaterais" - a morte de um campista que pernoitava na zona da explosão. Mas por essa altura, Night Moves é já só noite (espantoso trabalho de fotografia de Christopher Blauvelt) e ambiguidade moral: as personagens estão cercadas como numa prisão, há sombras de grades no seu idealismo. Este fica para já, na companhia de Old Joy (2006), como o filme de Reichardt mais ensopado em fantasmas – como todo um património cinematográfico a que Kelly, professora de cinema, tem acesso, da paisagem do western de Anthony Mann à Terceira Geração, de Fassbinder, passando pelo thriller paranóico dos anos 1970 ou pelo fabuloso Du Rififi chez les Hommes, de Jules Dassin. . . O job de FrearsMas há um duelo que se começou a travar para o título de filme mais marcante do festival, com a entrada em cena de Philomena, de Stephen Frears. Reacções entusiásticas, uma projecção que causou lágrimas e gargalhadas, conversas já sobre Óscares para a actriz principal, Judi Dench, fazendo Frears por ela o que fez por Helen Mirren em A Rainha (tambem estreado no Festival de Veneza). O filme de Reichardt inquietou com a sua claustrofobia, não podia haver melhor forma de sacudir fantasmas com Philomena, e com a calculada mistura de drama e comédia, cortesia do argumento de Steve Coogan (tambem intérprete) e Jeff Pope. Não há hipótese: o consenso vai para o filme de Frears. Baseado numa história verídica de uma irlandesa a quem a Igreja Católica, nos anos 1950, tirou o filho ilegítimo para o vender para adopção, e que cinco décadas depois, com a ajuda de um jornalista continua a procurá-lo, começa por ser tratado por Frears como um buddy film. Um filme sobre um "casal" improvável: um jornalista cínico e uma mulher fiel à sua crença: acreditar. O argumento vai trabalhando com precisão de relojoaria um equilíbrio. Coogan contou que durante a rodagem estava preocupado que o seu registo de comédia tomasse conta, por isso pedia a Frears que o domasse. Está tudo calculado, mas essa é uma objecção a colocar: o mecanismo das cenas, o timing da comédia, o espaço para o drama, é tão eficaz que comanda a duração de cada plano e se sobrepõe à história. Às vezes os actores não deixam espaço para as personagens. Mas. . . chapeau! para a eficácia! O realizador entrou para o barco no fim, assume isto como um "job", e não é difícil acreditar que estaria à partida mais perto do cinismo do jornalista que despreza as "histórias de interesse humano" de que os jornais precisam para (ainda) sobreviver. Esta é então a sua forma de acreditar na "história de interesse humano". Dito de outro modo: Frears fez mesmo uma "história de interesse humano", afectando a pose de que não (se) acredita nela. Muitos já começaram a acreditar. E por aqui se prevê que muitos mais acreditarão. Mas o dilema é: que fazer a James Franco? Já tinha causado ranger de dentes de crispação o seu episódio para o filme comemorativo dos 70 anos de festival, Venezia 70-Future Reloaded: foi buscar imagens antigas em que Francis Coppola pugnava pela destruição para daí nascer a arte, palavra que enche a boca de Franco. Este ano realizou um filme a partir de Faulkner, As I Lay Dying (abusando do split screen), agora apresenta em concurso em Veneza Child of God, adaptando Cormac McCarthy (filmando o texto do autor como um jovem motivado pela sua descoberta recente), e já completou um outro sobre Bukowski. Em Interior. Leather Bar ficcionou os 40 minutos que William Friedkin retirou de Cruising para conseguir uma classificação etária que retirasse do filme a classificação "para adultos", mas sobretudo coloca-se aí como impulsionador de uma discussão sobre os limites e os preconceitos figurativos. Vê-se como herdeiro de uma pulsão artistica americana, sim, mas a visão é de uma naiveté basbaque e aflitiva. O que fazer a James Franco?
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Entidades EUA
Não aos telemóveis: músicos queixam-se da desatenção do público
Um festival na Polónia quer transformar-se numa experiência sem fotos. (...)

Não aos telemóveis: músicos queixam-se da desatenção do público
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2013-08-31 | Jornal Público
SUMÁRIO: Um festival na Polónia quer transformar-se numa experiência sem fotos.
TEXTO: Há cada vez mais músicos a queixar-se do comportamento do público nos concertos, pelo facto das assistências passarem o tempo a tirar fotografias com telemóveis, para serem partilhadas nas redes sociais, ou de provocar ruído através das conversas com os parceiros do lado. “Está toda a gente cada vez mais interessada em exteriorizar a experiência e não de a interiorizar”, resume o comunicado do importante festival polaco Unsound, que se realiza em Cracóvia, de 13 a 20 de Outubro, e que optou por uma medida radical: proibir espectadores e imprensa de tirar fotos. Quinta-feira, foi a cantora americana Fiona Apple que não resistiu a mandar calar o público quando actuava, em Tóquio, no Japão, perante uma assistência internacional presente num evento da Louis Vuitton. Ao que parece a solicitação não terá surtido grande efeito, com o público a continuar a falar, acabando a cantora por dizer que não passavam de uns “mal-educados”. Também a cantora Karen O, dos Yeah Yeah Yeahs, já pediu ao público em pleno concerto em Nova Iorque para guardar “a merda dos telemóveis” - o grupo costuma ter à entrada dos seus concertos um cartaz a solicitar que "o público não veja o concerto através da câmara do seu telemóvel". Também na sua actuação no festival Primavera Sound do Porto, as inglesas Savages fizeram referência ao assunto, de forma polida, pedindo ao público para deixar os telemóveis de lado. E muitos outros exemplos poderiam ser mencionados. Até porque o assunto não é novo, embora pareça agudizar-se, de tal forma que entre os membros do público já é recorrente perceber momentos de hostilidade, principalmente quando toda a gente levanta os braços no ar com o intuito de obter o melhor ângulo para tirar uma fotografia. “Já não escutamos, nem cantamos, optamos antes por comentar no Twitter os acontecimentos a que estamos a assistir” dizia numa entrevista recente o cantor francês Etienne Daho. Na teoria, os enfoques da experiência parecem multiplicar-se. Na prática, podemos passar ao lado da experiência. A proibição do festival polaco Unsound inclui fotos e vídeos e a medida é apresentada pela organização como uma experiência de “resistência ao hábito contemporâneo de documentar cada instante em directo”. Não haverá, no entanto, seguranças a impedir o gesto. A ideia é que seja o público a (auto)vigiar-se, censurando os que estiverem a apontar o telemóvel para o palco. A organização garante também que alguns concertos serão registados discretamente por um fotógrafo do próprio festival. O que o festival polaco deseja é “encorajar o público a concentrar-se no momento, sem distrair os outros desse mesmo momento”, embora esteja consciente de que a discussão encerra muitos paradoxos, porque ao mesmo tempo as imagens de concertos e festivais constituem hoje uma das principais fontes de comunicação dos mesmos. No festival irão actuar dois nomes portugueses – DJ Marfox e Nigga Fox, pertencentes aos quadros da editora Lisboeta Príncipe. Forest Swords, Andy Stott, Rhys Chatman, Julianna Barwick ou Underground Resistance são alguns dos muitos nomes que actuarão no festival, sem telemóveis apontados na sua direcção.
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Palavras-chave cantora
O mestre da animação Hayao Miyazaki não vai fazer mais filmes
The Wind Rises, apresentado este domingo no Festival de Veneza, é o seu último filme (...)

O mestre da animação Hayao Miyazaki não vai fazer mais filmes
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2013-09-01 | Jornal Público
SUMÁRIO: The Wind Rises, apresentado este domingo no Festival de Veneza, é o seu último filme
TEXTO: O mestre da animação japonesa Hayao Miyazaki vai retirar-se do cinema, foi anunciado este domingo a uma plateia de jornalistas apanhados de surpresa no 70. º Festival de Veneza. Aquele que sabemos agora ser o mais recente, mas também o último filme de Miyazaki, The Wind Rises, foi apresentado este domingo no festival. Autor de onze longas-metragens aclamadas pela crítica e detentor de um Óscar de melhor filme de animação por A Viagem de Chihiro, Hayao Miyazaki não se encontra no Festival de Veneza, sendo conhecido pela sua discrição e reclusão. O anúncio do fim da sua carreira cinematógrafica foi feito então pelo seu sócio, Koji Hoshino, que gere com o mestre da animação o Studio Ghibli. "Miyazaki decidiu que Kaze Tachinu (The Wind Rises) será o seu último filme, e vai retirar-se", disse Hoshino, citado pela Variety. Os detalhes adicionais sobre esta decisão serão dados pelo próprio realizador, em Tóquio, no Japão, disse ainda Hoshino. Aos 72 anos, Miyazaki, que se descreve como um workaholic, é autor de A Princesa Mononoke (1997), A Viagem de Chihiro (2001), O Castelo Andante (2004) ou Ponyo à beira-mar (2008), acumulando prémios como o Óscar de melhor filme de animação, o Urso de Ouro em Berlim (2002) ou o Leão de Ouro pela sua carreira (Festival de Veneza, 2005). O facto de ter espaçado as suas longas-metragens fez com que em 2007 surgissem rumores sobre a sua intenção de se retirar - algo que foi afastado quando lançou Ponyo à beira-mar. A sua carreira é atravessada por histórias infantis que conversam com os adultos, por seres humanos e a sua relação com a natureza, por aventuras e aspirações, por desenhos feitos a lápis e com muito pouco computador nos seus filmes. Várias das suas obras tiveram presença regular no festival de cinema de animação português Monstra, além de terem tido estreia comercial nas salas portuguesas. Nascido em Janeiro de 1941 em Tóquio, aos 20 anos já trabalhava em animação, tocando as várias áreas do sector, dos argumentos à produção ou montagem. Este domingo, apresentou aquele que será o seu derradeiro filme, The Wind Rises. "Ele quer despedir-se de vocês", disse o seu sócio em Veneza aos jornalistas, deixando mais detalhes sobre a decisão do cineasta para a conferência de imprensa que deve acontecer na próxima semana em Tóquio.
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Homens portugueses cresceram em média oito centímetros em 70 anos
Estudo mostra que altura média dos homens europeus aumentou 11 centímetros em 110 anos. Em Portugal, os homens cresceram ao longo do século XX, mas ainda são os mais baixos entre os 15 países estudados. (...)

Homens portugueses cresceram em média oito centímetros em 70 anos
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento -0.15
DATA: 2013-09-03 | Jornal Público
SUMÁRIO: Estudo mostra que altura média dos homens europeus aumentou 11 centímetros em 110 anos. Em Portugal, os homens cresceram ao longo do século XX, mas ainda são os mais baixos entre os 15 países estudados.
TEXTO: Desde o final do século XIX e durante todo o século XX, os homens europeus andaram a crescer cada vez mais. A altura média subiu 11 centímetros entre 1871 e 1980, o que equivale a um centímetro por década, conclui um estudo publicado na revista Oxford Economic Papers. O factor essencial ligado a este fenómeno foi a diminuição da mortalidade infantil. O artigo mostra ainda que Portugal não escapa à regra. Embora os homens portugueses tenham feito esta escalada com a altura média mais baixa da Europa, aqueles com 21 anos, nascidos entre 1976 e 1980, tinham em média mais oito centímetros do que os homens portugueses da mesma idade nascidos entre 1911 e 1915. "O aumento na estatura humana é um indicador-chave da saúde média das populações", explica Timothy Hatton, professor de economia na Universidade de Essex, Inglaterra, no artigo em que é o único autor. O investigador recolheu o máximo de dados possíveis sobre altura média dos homens com cerca de 21 anos, cuja idade de nascimento vai desde 1871 até 1980, em 15 países: Dinamarca, Finlândia, Holanda, Noruega e Suécia (os países do Norte da Europa); Alemanha, Áustria, Bélgica, Grã-Bretanha e Irlanda (os países do Centro); e Espanha, França, Grécia, Itália, Portugal (os países do Sul). Nalguns dos países, como Portugal, o autor refere que só foi possível obter dados a partir de datas mais recentes. O investigador encontrou esta informação nos registos militares dos recrutas dos países para as datas mais antigas. No caso de décadas mais recentes, os dados foram retirados de estudos avulsos, nos quais havia registos de séries longitudinais sobre as alturas. A investigação centra-se nos homens, já que é mais difícil encontrar dados para as mulheres, embora se saiba que a altura média delas é cerca de dez centímetros menor do que a dos homens. Assim, durante 110 anos, contados a partir de 1871 e até 1980, a média de alturas dos homens europeus passou dos 167 centímetros em 1971, para 178 centímetros em 1980. Os mais altos são os holandeses, que em 110 anos passaram, em média, de 1, 66 para 1, 83 metros, ou seja, cresceram 17 centímetros. Do lado oposto estão os portugueses. Os homens nascidos em 1911 — data em que começa haver informação para Portugal — cresceram, em média, até aos 1, 64 metros (nessa época, os holandeses já tinham atingido 1, 73 metros de altura média). Já os homens portugueses nascidos em 1980, ou seja, 70 anos depois o início da contagem deste estudo, atingiram 1, 72 metros de altura. Para Timothy Hatton, este disparo nas alturas médias dos homens europeus não é explicado pela genética ou pela selecção natural, que promove a sobrevivência e a reprodução dos indivíduos mais adaptados ao ambiente numa dada população. "Apesar da hereditariedade genética explicar a maioria das diferenças [na altura] entre dois indivíduos, a evolução do genoma total não pode explicar aumentos na altura média tão substanciais em apenas quatro ou cinco gerações", escreve o investigador no artigo. "Se podemos esperar alguma coisa da selecção natural, é que terá sido menos importante no século XX do que em séculos anteriores. "Então, o que terá acontecido? O autor foi estudar vários factores que se podem relacionar com a estatura, como a mortalidade infantil, o tamanho das famílias, o aparecimento dos sistemas nacionais de saúde, o aumento do rendimento per capita, uma melhoria dos sistemas sanitários e da educação sobre a saúde e a alimentação. A associação mais forte que encontrou foi a forte diminuição da mortalidade infantil. Segundo os dados, entre 1871 e 1875 morriam 170 crianças por 1000 nascimentos, número que desceu para 120 entre 1911-1915, 41 em 1951-1955 e, finalmente, 14 em 1976-1980. "As provas mostram que melhorar o ambiente sanitário, reduzindo as doenças, o que se traduz numa diminuição da mortalidade infantil, é o maior factor no aumento da estatura", explica o investigador. Segundo o estudo, a alimentação durante os primeiros dois anos de vida é importantíssima para o futuro crescimento das crianças. Um mundo com menos mortes infantis traduz-se também num mundo onde, no geral, as crianças têm menos problemas de saúde, como doenças respiratórias ou diarreia, o que afecta positivamente o crescimento. O trabalho mostra ainda um desfasamento na forma como se cresceu nos países do Norte e do Centro da Europa em relação aos do Sul. Enquanto nos primeiros, os homens aceleraram o seu crescimento entre as duas guerras mundiais, nos países mediterrânicos deu-se essa aceleração após 1950. Isto deveu-se, conclui o trabalho, a um aumento de riqueza e à adopção de medidas sociais, que nos países do Sul, onde Portugal se inclui, surgiram mais tarde.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave homens educação estudo mulheres infantil
Encomendaram falso sequestro para celebrar aniversário e acabaram detidas
"Rapto" combinado por duas turistas inglesas ocorreu no centro de Lisboa ao início da tarde de domingo. Era uma brincadeira mas acabou na esquadra da PSP. (...)

Encomendaram falso sequestro para celebrar aniversário e acabaram detidas
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento -0.5
DATA: 2013-09-03 | Jornal Público
SUMÁRIO: "Rapto" combinado por duas turistas inglesas ocorreu no centro de Lisboa ao início da tarde de domingo. Era uma brincadeira mas acabou na esquadra da PSP.
TEXTO: Parece o enredo de um filme, mas não é. Aconteceu em Lisboa, em plena Praça dos Restauradores, neste domingo à tarde. Duas turistas inglesas decidiram comemorar os seus 40 anos na capital portuguesa e encomendaram um falso sequestro para animar a festa. Mas a diversão acabou na esquadra da PSP, com as aniversariantes e os “sequestradores” detidos. Segundo a PSP, as duas mulheres organizaram uma viagem de férias a Lisboa para, juntamente com mais nove amigas, celebrarem os seus aniversários. Contactaram uma empresa portuguesa de “diversões” e combinaram que esta arranjaria forma de, em plena via pública, simular um rapto das aniversariantes. E assim foi. Neste domingo, às 15h30, uma carrinha branca parou na Praça dos Restauradores e dela saíram dois homens – um deles encapuzado – que “agarraram” nas duas turistas, obrigando-as a entrar no veículo. Consumado o falso sequestro, o condutor pôs-se em fuga, escreve a PSP em comunicado. A cena foi filmada pela gerente da empresa. O aparato e o alarme foi tal que as testemunhas do “rapto”, transeuntes que se encontravam na zona naquele momento, desataram a ligar para a polícia, que rapidamente accionou vários meios para o local. “As diligências efectuadas culminaram na rápida intercepção de todos os suspeitos”, diz o comando de Lisboa da PSP. Mas a polícia só depois percebeu que se tratava de uma brincadeira. As duas aniversariantes acabaram detidas, bem como a gerente da firma e os três homens que participaram da encenação. Foi-lhes apreendida a viatura utilizada para simular o rapto e a máquina de filmar que o registou. Os seis suspeitos, com idades entre os 27 e os 40 anos, respondem agora por simulação de crime, um delito punível com pena de prisão até um ano ou multa até 120 dias. Deveriam ser ouvidos esta tarde no Tribunal de Pequena Instância Criminal no Campus de Justiça.
REFERÊNCIAS:
Entidades PSP
Ettore & Fred
Exercício menor, mas pleno de auto-ironia, em que Ettore Scola homenageia o seu amigo Federico Fellini, ajudando-o a abandonar a sua morte – que aconteceu há 20 anos. Sobretudo não chorem, resmunga Ettore, ao verem Che Strano Chiamarsi Federico . (...)

Ettore & Fred
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento 0
DATA: 2013-09-06 | Jornal Público
URL: https://arquivo.pt/wayback/20130906160246/http://www.publico.pt/cultura/noticia/ettore--fred-1605099
SUMÁRIO: Exercício menor, mas pleno de auto-ironia, em que Ettore Scola homenageia o seu amigo Federico Fellini, ajudando-o a abandonar a sua morte – que aconteceu há 20 anos. Sobretudo não chorem, resmunga Ettore, ao verem Che Strano Chiamarsi Federico .
TEXTO: Ettore Scola tem 82 anos, mas não verga perante intenções lacrimosas. “As pessoas ficaram comovidas? Não há razão para chorar alguém que morreu e deixou um rasto”. Quem morreu foi Federico Fellini, há 20 anos, em Outubro de 1993. Che strano chiamarsi Federico (fora de concurso), título que cita um poema de García Lorca, é a homenagem do amigo Ettore. É o tal filme que Scola, que receberia na sexta-feira o Glory to the Filmmaker’s Award, não vê razão para provocar lágrimas, até porque, disse, isso aborreceria Federico, temperamento disposto à auto-ironia. “Federico não faz chorar. Basta ver os seus filmes. ” Reacção alérgica, portanto, a rituais e automatismos de missa. Conheceram-se em 1947, Ettore mais novo dez anos, na revista satírica Marc’Aurelio. Que alimentava o entertainment nos anos italianos do pós-guerra e foi uma estufa onde germinaram talentos que o cinema italiano utilizaria, como, ainda, Steno ou o duo de argumentistas Age & Scarpelli. Unia-os, a Ettore e a Federico, a caricatura e o sentido de humor. Mas também a resistência ao desporto e à actividade física. E tiveram em comum, ainda, Marcello Mastroianni. Mas tiveram-no cada um à sua maneira: Federico tratava-o melhor do que se tratava a si próprio, cuidava da dieta alimentar de Marcello, por exemplo; já Ettore acompanhava-o aos restaurantes. Mas a mãe de Marcello queixava-se a Scola que o filho só era belo nos filmes de Fellini. Por isso Federico não o chamou para o casting de Casanova, em 1976 (chamou Gassman, Tognazzi e Sordi, mas a figura de pássaro depenado numa Laguna veneziana feita com lonas a ondular é o corpo de Donald Sutherland). Ettore chamaria Marcello para o seu Casanova, La Nuit de Varennes (1982). Che strano chiamarsi Federico começou por ser pensado, aqui em Veneza, como o filme-homenagem com imagens de arquivo. Proposta que Scola remeteria para um qualquer jovem montador com paciência e ganas para enfrentar o imenso material que documenta Fellini. A hipótese de fazer um filme sobre a sua relação e admiração por Federico seria incentivada pelos netos, insistindo para que o avô desse o corpo ao manifesto. O resultado é um híbrido: mistura material de arquivo com a recriação - actores e rodagem no estúdio 5 da Cinecittà onde o realizador de Ginger & Fred inventou o seu mundo - dos tempos em que os dois se encontraram e Fellini, entretanto já argumentista em Roma Cidade Aberta e Paisà, partia para o seu O Sheik Branco. Reconstitui, por exemplo, os passeios de carro que ambos davam por Roma, já na fase madura do seu relacionamento e da sua vida, dando boleia a prostitutas e a pretendentes a príncipes, como se fosse um concessionário ambulante – é o próprio Ettore que aparece a falar com o vulto Federico. Há qualquer coisa de exercício menor à Fellini, em Che strano chiamarsi Federico. Que até utiliza o estúdio de que o “maestro” fez o seu mundo. Nesse gesto de fazer à Fellini há muito de exercício de auto-ironia de Ettore que, depois das imagens do funeral, imagens da época, com Marcello, Anita Ekberg ou Roberto Benigni a chegarem ao estúdio 5 para a homenagem final, ajuda o amigo, esse grande mentiroso, a abandonar a sua própria morte, perseguido pelos dois soldados que fizeram guarda de honra ao seu caixão.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave morte guerra filho ajuda corpo
Agente de penhoras morto a tiro quando executava dívida em Alcobaça
Agressor ainda não foi detido pela GNR. (...)

Agente de penhoras morto a tiro quando executava dívida em Alcobaça
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento -0.2
DATA: 2013-09-06 | Jornal Público
SUMÁRIO: Agressor ainda não foi detido pela GNR.
TEXTO: Um agente de penhoras foi nesta sexta-feira morto a tiro quando executava uma dívida, em Cela, no concelho de Alcobaça. O homem morreu após várias manobras de reanimação, disse fonte dos Bombeiros Voluntários de Alcobaça à agência Lusa. Fonte da GNR disse à Lusa que a operação de penhora decorria “com normalidade”, pelas 14h30, e estava a ser acompanhada por militares desta força de segurança, quando a pessoa alvo da execução disparou um tiro de caçadeira, atingindo o agente de penhoras. Durante cerca de uma hora o homem esteve sem assistência por “não existirem condições de segurança face à posição dominante do agressor relativamente à envolvente da casa”, segundo disse à Lusa outra fonte da GNR, ao início da tarde. A vítima foi depois retirada do local onde tinha sido atingida e colocada numa zona segura onde se procedeu a manobras de reanimação. No entanto, acabou por morrer. Fonte do Comando Distrital de Operações de Socorro (CDOS) de Leiria disse ao PÚBLICO que recebeu às 15h12 o alerta para uma "tentativa de homicídio". A mesma fonte disse que foram accionadas uma ambulância e a Viatura Médica de Emergência e Reanimação de Caldas da Rainha. Às 18h30, o autor do disparo ainda não tinha sido interceptado, mas a GNR suspeita que estará dentro da residência e estão em curso as operações para o deter. No local está também a PJ.
REFERÊNCIAS:
Entidades GNR PJ
Anfitrião dos Jogos Olímpicos de 2020 sai hoje da cartola
Tóquio, Madrid ou Istambul, uma destas capitais será premiada com organização do maior evento desportivo mundial (...)

Anfitrião dos Jogos Olímpicos de 2020 sai hoje da cartola
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2013-09-07 | Jornal Público
SUMÁRIO: Tóquio, Madrid ou Istambul, uma destas capitais será premiada com organização do maior evento desportivo mundial
TEXTO: Chega esta noite (21h em Portugal) ao fim a corrida de mais de dois anos à organização dos Jogos Olímpicos de 2020. Istambul, Tóquio e Madrid foram as cidades que resistiram (Bacu e Doha ficaram muito cedo pelo caminho) e é sobre elas que recairão todas as atenções, na cerimónia do Comité Olímpico Internacional (COI) que terá lugar em Buenos Aires, na Argentina. Eis como tudo se vai desenrolar: cada uma das candidaturas fará uma apresentação de 45 minutos, à qual se seguirá uma sessão de perguntas e respostas. Depois, os membros do COI avançam para a votação electrónica, vencendo a proposta que receber a maioria dos votos. Se se der o caso de nenhuma das cidades ser eleita à primeira volta, elimina-se a que recolheu menos votos e organiza-se um novo sufrágio apenas com duas concorrentes. À partida, Tóquio e Madrid levam ligeira vantagem, tudo por causa das repressões violentas que varreram a capital da Turquia, em Junho, e que mancharam a imagem de uma cidade que tinha como grande trunfo a diversidade cultural e a simbiose entre a Europa e a Ásia. Foi, de resto, o próprio presidente da Câmara de Istambul a levantar a questão: "Como podemos explicar isto? Com que argumentos vamos organizar os Jogos Olímpicos?", questionou Kadir Topbas. Ao potencial tiro no pé dos turcos respondem os espanhóis com o glamour do príncipe Felipe, que será uma das figuras de proa na apresentação da candidatura, ao lado do primeiro-ministro, Mariano Rajoy, e da estrela dos Lakers Pau Gasol. Depois de um período de dúvidas sobre a aposta de Madrid - justificado pela profunda crise financeira que o país atravessa -, a avaliação feita pelo COI, em Março, abriu boas perspectivas para esta noite. "Tendo em conta que a maior parte do investimento está feita, financeiramente Madrid 2020 representa uma escolha sem riscos", alegou Rajoy, num artigo publicado ontem, argumentando que o orçamento da candidatura espanhola "é um dos mais dos mais baixos da história olímpica". "Falta, apenas, investir 1, 5 mil milhões de euros", avançou. A questão orçamental não parece ser uma preocupação para Tóquio. O que tem agitado as águas junto da candidatura japonesa é o impacto que a saga nuclear de Fukushima poderá ter na decisão final. Para acalmar as hostes, está garantida a presença da princesa Hisako em Buenos Aires, bem como do primeiro-ministro Shinzo Abe. Juntos, tentarão convencer os membros do COI de que um regresso ao Japão (Tóquio já organizou os Jogos Olímpicos de 1964) é uma aposta segura. A seu favor, os nipónicos contam com um projecto sólido, assente em fortes garantias financeiras, que prevê a reconstrução do Estádio Olímpico e uma grande proximidade entre as várias estruturas de apoio: 85% dos recintos ficarão num raio de 8km face à aldeia olímpica.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave princesa