António Vitorino eleito para liderar Organização Internacional das Migrações
Ex-ministro português assume cargo num “momento crítico” e será apenas o segundo líder da agência das Nações Unidas em cinco décadas que não é dos EUA . (...)

António Vitorino eleito para liderar Organização Internacional das Migrações
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 2 Migrantes Pontuação: 5 Refugiados Pontuação: 5 | Sentimento 0.0
DATA: 2018-06-30 | Jornal Público
SUMÁRIO: Ex-ministro português assume cargo num “momento crítico” e será apenas o segundo líder da agência das Nações Unidas em cinco décadas que não é dos EUA .
TEXTO: O português António Vitorino foi eleito esta sexta-feira em Genebra director-geral da Organização Internacional para as Migrações (OIM) para os próximos cinco anos. É apenas a segunda vez em quase 50 anos que esta agência das Nações Unidas não será dirigida por um norte-americano. Vitorino foi eleito por aclamação ao fim de quatro rondas de votação, em que recebeu mais de dois terços dos votos dos 171 membros da OIM. Contra o ex-ministro português concorriam a actual vice-directora da organização, a costa-riquenha Laura Thompson, e o norte-americanoKen Isaacs. A tradição ditava que o escolhido de Washington seria o nome com maior probabilidade de ocupar a liderança da OIM, mas Isaacs foi sempre um candidato polémico, tendo caído logo nas primeiras rondas. No sensível equilíbrio que preside à atribuição e nomeação para cargos internacionais, a agência da ONU para as migrações era encarada como um território dos EUA. Nas últimas cinco décadas, apenas por uma vez a OIM não foi liderada por um norte-americano. Porém, a publicação pelo Washington Post de mensagens de Isaacs de conteúdo racista em relação aos muçulmanos, pô-lo no caminho da desqualificação. Isaacs notabilizou como dirigente da Samaritan's Purse, uma organização evangélica de apoio humanitário, dirigida pelo pastor Franklin Graham - filho de Billy Graham, o primeiro televangelista norte-americano, que se tornou um líder religioso com milhões de seguidores em todo o mundo. Uma dessas mensagens, a propósito do atentado na London Bridge no ano passado, sugeriu que o livro sagrado do Islão promove a violência. “Se lerem o Corão, saberão que ‘isto’ é exactamente o que a fé muçulmana ensina os fiéis a fazerem”, escreveu Isaacs na altura. A Casa Branca manteve firme o apoio à candidatura de Isaacs, que apagou as publicações e pediu desculpas. Mais de 600 agências humanitárias envolvidas nas questões das migrações enviaram uma carta aos Estados-membros da OIM pedindo-lhes que escolhessem alguém para liderar a organização que tivesse “um histórico de compromisso pelo respeito à diversidade e de condenação da xenofobia, discriminação e intolerância”, embora sem referir Isaacs. A derrota do candidato dos EUA atira a OIM para um período de incerteza, sobretudo se Washington decidir cortar o financiamento à agência, à semelhança do que já fez com a UNICEF e programas das Nações Unidas para as alterações climáticas - para além de ter saído da UNESCO e do Conselho de Direitos Humanos. Questionado sobre se receava um corte na participação dos EUA na OIM, Vitorino disse apenas estar “confiante que todos os Estados-membros cumpram as suas responsabilidades”. O ex-ministro, que integrou um Governo liderado pelo actual secretário-geral da ONU, António Guterres, admitiu, em conferência de imprensa, que assume a direcção da OIM “num momento crítico”. Os fluxos migratórios são hoje uma das principais preocupações em todo o mundo e há cada vez mais governos a optarem por um fecho de portas. A escolha do director-geral da OIM é “terrivelmente importante para resolver e talvez retirar alguma tensão das políticas migratórias que têm perturbado as relações internacionais neste momento”, disse à Reuters o professor da Queen Mary University de Londres, Elspeth Guild. Vitorino disse esperar estar “à altura das grandes tarefas” que o aguardam nos próximos cinco anos. O comissário europeu responsável pela pasta das Migrações, Dimitris Avramopoulos, disse esperar poder continuar a trabalhar em conjunto com a OIM e afirmou que, com Vitorino, "está garantida uma grande liderança para as migrações a nível mundial". Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. O primeiro-ministro António Costa disse que a vitória de Vitorino mostra que "Portugal continua a assumir as suas responsabilidades na gestão global das migrações". O Ministério dos Negócios Estrangeiros saudou a eleição de Vitorino, que "demonstra a muito elevada relevância que Portugal atribui" à questão das migrações, de acordo com um comunicado. Também o Presidente Marcelo Rebelo de Sousa felicitou a escolha de Vitorino, que considerou um "reforço" do papel do país a nível internacional.
REFERÊNCIAS:
Entidades UNESCO ONU EUA
Merkel foi salva, mas continuam as divisões sobre os migrantes na UE
Quando se tentar passar à prática o acordo conseguido na cimeira de Bruxelas, dificilmente se falará de sucesso. Itália perdeu amigos nesta cimeira. (...)

Merkel foi salva, mas continuam as divisões sobre os migrantes na UE
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 2 Migrantes Pontuação: 5 Refugiados Pontuação: 11 | Sentimento 0.0
DATA: 2018-06-30 | Jornal Público
SUMÁRIO: Quando se tentar passar à prática o acordo conseguido na cimeira de Bruxelas, dificilmente se falará de sucesso. Itália perdeu amigos nesta cimeira.
TEXTO: O espectro do fracasso esteve sempre presente nas negociações entre os 28 chefes de Estado e de Governo da União Europeia, fechados durante mais de oito horas na sala do Conselho Europeu para encontrar uma resposta para a crise política das migrações. Quando finalmente houve fumo branco, prevaleceu o Presidente de França. Emmanuel Macron revelou-se revelou o mais precioso aliado da chanceler alemã, Angela Merkel, desesperada por um acordo para assegurar a estabilidade do seu Governo, e também o novo melhor amigo do primeiro-ministro italiano, Giuseppe Conte, que na sua primeira cimeira europeia terá desbaratado muita da tradicional boa vontade dos parceiros com os líderes estreantes, ao ameaçar bloquear as conclusões ainda antes do arranque das discussões. “As pessoas pensavam que seria impossível chegarmos a acordo mas fizemo-lo. Recusámos as propostas perigosas e mantivemos os nossos valores. E em vez de soluções nacionais, temos uma abordagem europeia”, resumiu Macron, à saída do edifício para um descanso de cinco horas antes do reinício dos trabalhos, com uma cimeira do euro. O acordo que ficou fechado aborda os três níveis em que os lideres convencionaram dividir o problema das migrações: a responsabilidade de conceder protecção e segurança às populações que fogem da guerra ou da perseguição política, étnica ou religiosa e a solidariedade no processamento e realojamento dos candidatos a asilo; o compromisso com a protecção e defesa das fronteiras externas da União Europeia, e o apoio ao desenvolvimento dos países de origem e trânsito. “O desafio não é de um único Estado-membro, mas da Europa como um todo”, lê-se numa das frases mais difíceis de incluir nas conclusões. “A Itália já não está sozinha”, congratulou-se Giuseppe Conte, que ao longo da discussão conseguiu irritar muitos dos seus parceiros com as suas objecções constantes, na sua qualidade de jurista e antigo professor de Direito, ao texto que ia sendo negociado. Já durante a madrugada, recebeu uma pequena lição sobre os procedimentos habituais neste tipo de encontros — e sobre as terríveis consequências se a cimeira se revelasse um fiasco. O documento final prevê a criação de plataformas de desembarque regionais fora da UE — basicamente ao longo da costa Norte africana, de onde saem os barcos repletos de migrantes que naufragam no Mediterrâneo — e também a instalação de novos “centros controlados” onde será feita a triagem de refugiados e migrantes. A ideia será multiplicar os actuais hotspots que existem na Grécia e na Itália por outros países. “Portugal não se candidata, nem havia razões para isso”, afirmou o primeiro-ministro, António Costa, insistindo que o país “tem tido uma política coerente e constante de responsabilidade em matéria de migrações”, assente nos princípios da “solidariedade interna, participação activa no controlo das fronteiras externas e acção de cooperação com África”. Costa entende que “a existência de canais legais e seguros para os refugiados que entraram na Europa, sem ser por via das redes ilegais e sem porem a sua vida em risco, deve ser assegurada”. Mas adverte que estes centros, ou plataformas de desembarque, não podem funcionar como “campos de contenção, que desresponsabilizem a Europa, fazendo um outsourcing para países terceiros” das suas obrigações. Para que todos os países aceitassem este novo modelo (que na realidade ainda não está totalmente definido) foi necessário introduzir a ressalva de que o sistema assentará numa “base voluntária”. Os membros do grupo de Visegrado não admitiam nenhuma formulação que abrisse a porta a quotas para a distribuição de refugiados — como as que a Comissão Europeia definiu no pico da crise e que foram sistematicamente incumpridas pela Hungria, Polónia, República Checa e Eslováquia. Mas o alívio não durou muito. Cândido como de costume, o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, considerou ser “muito cedo para falar de sucesso” e alertou para complicações futuras, quando chegar a altura de aplicar o acordo no terreno. Tusk destacou por exemplo “a proposta franco-italiana de centros de controlo em países que estejam disponíveis para os construir”. O que o documento diz é que “todas as medidas que serão tomadas nestes centros, incluindo o realojamento de refugiados, serão numa base voluntária”, apontou. Essa foi também a análise de António Costa, para quem o “aparente consenso expresso no documento final não disfarça as divisões profundas que ameaçam a União Europeia, em matéria de valores e em matéria de migrações”. “Não me recordo de um debate tão difícil onde tenham sido tão evidentes as divisões que hoje existem na Europa. Não vale a pena querermos disfarçar”, desabafou. A má notícia para Costa é que o debate vai continuar na próxima cimeira de Outubro. Mas para Merkel, houve um peso que lhe saiu dos ombros. Desafiada a inverter a política de acolhimento de refugiados pelo seu próprio ministro do Interior, Horst Seehofer, líder do CSU, partido-irmão da CDU na Baviera, a chanceler alemã saiu de Bruxelas com trunfos na manga. Enquanto os seus aliados lidavam com o teimoso primeiro-ministro italiano, a chanceler multiplicava-se em encontros bilaterais para negociar o retorno dos refugiados que chegaram à Alemanha em “movimentos secundários”, isto é, depois de terem obtido protecção num outro país da UE. Estes entendimentos permitem-lhe contrariar os instintos do seu aliado bávaro e manter as fronteiras abertas — mais do que a sua sobrevivência política, era a integridade da política europeia de asilo e do espaço de Schengen, e a unidade do projecto europeu, que estava em causa, dramatizara a chanceler à chegada a Bruxelas. “Penso que no fim deste debate muito intenso sobre aquele que é porventura o tópico mais exigente da União Europeia, enviámos uma mensagem muito positiva ao concordarmos com este documento”, referiu no final. O documento final dá algum crédito à postura da linha mais dura na Europa, com um compromisso dos lideres para “prosseguir e reforçar políticas para impedir que se regresse aos fluxos descontrolados de 2015 e para conter toda mais a migração ilegal em todas as rotas”, e também para “intensificar significativamente o regresso efectivo dos migrantes irregulares” aos seus países de origem. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. Ao mesmo tempo, mantém viva a perspectiva de uma reforma do regulamento de Dublin e de um “novo sistema europeu comum de asilo”, “com base na responsabilidade e na solidariedade, tendo em conta as pessoas desembarcadas na sequência das operações de busca e salvamento”. Europa não está, nem de perto nem de longe, a viver uma nova crise humanitária como a de 2015, quando mais de 1, 3 milhões de pessoas “entupiram” as fronteiras a Leste a caminho da Alemanha. Apesar das declarações políticas que têm elevado o alarme social, as entradas ilegais caíram 95% após o fecho das fronteiras e a assinatura de um acordo de cooperação com a Turquia para gerir o fluxo migratório. No Conselho, os lideres concordaram em avançar o pagamento da segunda tranche de 3000 milhões de euros prometida a Ancara para apoiar os seus esforços de alojamento de refugiados.
REFERÊNCIAS:
Entidades UE
Brasil: o “eterno país do futuro” que se viu “atolado no passado”
Há um país em "profundo desencanto" e em crise. Mas há também resistência e reinvenção. Os "Brasis" possíveis pelos olhos da jornalista, documentarista e escritora Eliane Brum. (...)

Brasil: o “eterno país do futuro” que se viu “atolado no passado”
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 2 Migrantes Pontuação: 5 | Sentimento -0.12
DATA: 2018-07-20 | Jornal Público
URL: https://arquivo.pt/wayback/20180720140509/https://www.publico.pt/n1838134
SUMÁRIO: Há um país em "profundo desencanto" e em crise. Mas há também resistência e reinvenção. Os "Brasis" possíveis pelos olhos da jornalista, documentarista e escritora Eliane Brum.
TEXTO: Se perante um acontecimento o mundo estiver a olhar para um lado, é provável que Eliane Brum esteja a fitar o sentido contrário. Repórter, documentarista e escritora, nascida em 1966 em Ijuí, no Brasil, Eliane define-se como “uma escutadeira que escreve” — porque acredita que é nesse dom de saber ouvir que está boa parte do segredo de um bom jornalista. E ela escuta, muitas vezes “a vida que ninguém vê” (como diz o título de um dos seus livros), as que raramente são notícia, encontrando nelas o princípio de tudo. Na Amazónia, onde faz reportagem há 20 anos e para onde se mudou em Agosto passado, tem conhecido esse Brasil que não faz manchetes de jornal. Nesse país que jamais se conjuga no singular pode estar a resposta de futuro, disse ao P3 numa mini-entrevista feita por email. As lições dos invisíveis, as crises do Brasil, erros e virtudes e as novas gerações num breve olhar da jornalista mais premiada do Brasil, autora de vários livros e colaboradora do El País e do The Guardian. Para uma “escutadeira” de histórias, como você mesma se define, alguém que está habituada a ver as vidas que ninguém vê, que narrativas tem ouvido nesse Brasil de hoje que ainda a surpreendem?Acho que não se pode falar no Brasil no singular. São Brasis, muito diferentes entre si. Embora esse seja um momento extremamente duro para o país — e para boa parte do mundo —, há Brasis invisíveis com uma imensa força criadora. Faço reportagens na Amazónia há duas décadas, mas desde Agosto do ano passado moro em Altamira (Pará), no rio Xingu, e acompanho muito de perto os movimentos dos povos da floresta. Nessa época em que a mudança climática provocada pela nossa espécie se tornou o grande desafio, esses povos nos apontam uma outra forma de ser e de estar no mundo. Temos muito a aprender com eles se quisermos ter uma vida possível neste planeta. Eles nos trazem uma outra relação com o tempo e com os recursos naturais. Essa relação questiona profundamente as escolhas que nos trouxeram até esse momento tão grave. Acho fascinante escutar pessoas que vivem a partir de lógicas tão diferentes, que questionam com sua própria existência aquilo que naturalizamos como o único jeito de viver. Pergunto a eles o que é pobreza, eles me dizem que “ser pobre é não ter escolha”. Pergunto o que é riqueza, eles me dizem que “ser rico é não precisar de dinheiro para viver bem”. O orgulho da maioria dos ribeirinhos da Amazónia, por exemplo, é nunca ter tido um emprego ou um patrão, é ter vivido uma vida sem ninguém mandando neles. Vivem da floresta, mas sem uma lógica de posse da floresta. É importante perceber que, hoje, talvez a única relevância do Brasil no cenário internacional é ter no seu território a maior porção da maior floresta tropical do mundo. Mas, se existe floresta em pé, é por conta dos povos da floresta. Onde eles já foram expulsos ou exterminados, a devastação é enorme. O conhecimento dos povos da floresta, que são os que eu escuto como repórter actualmente, é fundamental para que o Brasil possa criar uma experiência diferente de todas as outras em vez de copiar, e copiar mal, experiências de outros países que já se mostraram perversas e excludentes. Infelizmente, o Brasil que detém o poder económico e político ignora os Brasis mais originais e, aceleradamente, os destrói. O meu trabalho centra-se nessa vaga migratória de brasileiros que está a ver em Portugal uma geografia de futuro que de certa forma deixou de encontrar no Brasil. Como tem acompanhado esse fenómeno e de que forma acha que ele pode reflectir-se no futuro do seu país?Uma grande questão do nosso tempo, e não só no Brasil, é a dificuldade de imaginar um futuro que não seja uma distopia. Duas crises muito profundas nos levaram a essa situação: a crise climática e a crise da democracia como sistema capaz de garantir a melhoria da vida das pessoas. Quando a gente não consegue imaginar um futuro, fica muito difícil viver no presente. O presente é resultado também do futuro que somos capazes de imaginar. No Brasil, esse momento é agravado por um profundo desencanto. Essa actual geração de jovens brasileiros cresceu na primeira década deste século, um período em que o Brasil, eterno país do futuro, acreditou ter finalmente chegado ao presente. Nos últimos anos, porém, o Brasil se descobriu atolado no passado. E se descobriu de forma brutal e acelerada. Por quase uma década acreditamos ter uma democracia estável, a pobreza havia diminuído, grandes eventos mundiais seriam sediados no Brasil, como a Copa de 2014 e a Olimpíada de 2016, e o futuro parecia não só garantido, como brilhante. De repente, tudo se corroeu de forma acelerada, a corrupção virou a marca do país, a mudança pela via da política se tornou desacreditada, os ódios explodiram, os conflitos históricos, aqueles que jamais foram enfrentados com o empenho necessário, como o racismo e a desigualdade, se revelaram em toda a sua urgência. Assim, o desejo de buscar um outro país onde seja possível imaginar um futuro no qual se queira viver é compreensível. Por outro lado, acho triste que parte dessa geração não consiga se sentir responsável pela criação de um futuro possível. Acho que a desresponsabilização também é uma marca da juventude actual. Corroemos o sentido de comunidade e de convivência entre os diferentes, o que resulta na corrosão do sentido de responsabilidade com o outro. As soluções acabam sendo sempre pela via individual, o que importa é salvar o meu ou aquilo que é dos “meus”, em vez de buscar juntos, construir juntos, se sentir parte da criação de um país possível para a maioria. Então, se é legítimo buscar um lugar melhor para viver, também é triste não se sentir responsável por criar um futuro possível, não se sentir parte da construção de um país mais igualitário, não achar que tenha algo a ver com a sua comunidade. Mas esta é uma parcela dessa geração, não o todo. Quem anda pelos Brasis vê muitos jovens pressionando pela ampliação da participação democrática, criando alternativas criativas e fazendo movimentos de mudança. Tenho conhecido jovens maravilhosos, totalmente comprometidos com a refundação tanto da democracia como do sentido de comunidade.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave racismo comunidade espécie pobreza
Trump aperta regras sobre concessão de vistos de entrada nos EUA
Serão aplicadas novas regras para reforçar e apertar o processo de verificação para turistas, viagens de trabalho ou familiares de americanos que queiram entrar nos EUA. (...)

Trump aperta regras sobre concessão de vistos de entrada nos EUA
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 2 Migrantes Pontuação: 5 | Sentimento 0.0
DATA: 2017-06-07 | Jornal Público
URL: https://arquivo.pt/wayback/20170607230737/https://www.publico.pt/n1766346
SUMÁRIO: Serão aplicadas novas regras para reforçar e apertar o processo de verificação para turistas, viagens de trabalho ou familiares de americanos que queiram entrar nos EUA.
TEXTO: A Administração norte-americana, liderada por Donald Trump, vai apertar a concessão de vistos de entrada nos EUA exigindo novas medidas de verificação quer nos casos de turistas, quer nas viagens de trabalho ou de familiares de cidadãos americanos, noticia o New York Times. As regras que serão acrescentadas não se aplicam a 38 países, na sua maioria europeus para além da Austrália, Nova Zelândia, Japão e Coreia do Sul. Os cidadãos destes países podiam já recorrer ao "Visa Waiver Program" (Programa de Isenção de Visto), que permite a nacionais de certos países entrarem nos EUA sem necessitarem de visto. Estas novas regras foram incluídas numa mensagem enviado pelo secretário de Estado, Rex Tillerson, a todas as embaixadas americanas, onde se instruía para que o escrutínio fosse reforçado. As pessoas que cheguem a território americano a partir dos seis países de maioria muçulmana incluídos no decreto presidencial de Donald Trump ficarão sujeitas a medidas ainda mais restritivas. Os requerentes de visto poderão ser detalhadamente questionados sobre o seu historial e antecedentes e os respectivos historiais das redes sociais serão verificados se a pessoa tiver passado por algum território controlado pelo Daesh. Aos diplomatas foi pedido que façam um escrutínio mais alargado aos requerentes para determinar se estes representam algum perigo em termos de segurança. Os requerentes que signifiquem algum indício de perigo ou que sejam nacionais dos seis países de maioria muçulmana abrangidos pelo decreto de Trump (Irão, Iémen, Sudão, Síria, Somália e Líbia) podem ser questionados sobre o historial de viagem, de morada de residência e trabalho nos últimos 15 anos, e todos os números de telefone, endereços de email e redes sociais utilizados nos cinco anos anteriores. Segundo o New York Times, os especialistas e críticos da medida dizem que este aperto no escrutínio é uma forma de reduzir a concessão de vistos de entrada nos EUA e poderá dificultar e atrasar significativamente o processo burocrático.
REFERÊNCIAS:
Entidades EUA
Letta exige decisão “imediata” da UE e envia força militar para o Mediterrâneo
Patrulhas de carácter humanitário terão por missão evitar mais naufrágios de barcos clandestinos. (...)

Letta exige decisão “imediata” da UE e envia força militar para o Mediterrâneo
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 2 Migrantes Pontuação: 5 | Sentimento -0.1
DATA: 2013-10-13 | Jornal Público
SUMÁRIO: Patrulhas de carácter humanitário terão por missão evitar mais naufrágios de barcos clandestinos.
TEXTO: O primeiro-ministro italiano, Enrico Letta, lançou um apelo à União Europeia para activar “imediatamente” o Eurosur, um sistema de vigilância das fronteiras da UE com os países do Sul do Mediterrâneo. E anunciou que já nesta segunda-feira vai enviar uma força militar de carácter humanitário para patrulhar o Mediterrâneo e evitar mais naufráugios. Em declarações ao La Reppublica, Letta explicou que “não pode esperar mais”. Antes, numa entrevista à rádio francesa Europe 1, já tinha declarado que “não é possível continuar assim”, um dia depois de mais um naufrágio de um barco clandestino ao largo das costas italiana e maltesa, e oito dias após aquele que custou a vida a mais de 350 pessoas perto da ilha de Lampedusa. “Penso que com os instrumentos disponíveis actualmente não é possível encontrar soluções eficazes para o drama que estamos a viver”, disse o primeiro-ministro italiano, reiterando o pedido para que o Conselho Europeu de 24 e 25 de Outubro seja dedicado a este tema. “É preciso activar imediatamente o Eurosur, é preciso que cada país crie as condições para fazer o seu trabalho”, afirmou Letta. “É preciso primeiro que tudo ter meios para vigiar o Mediterrâneo e também que existam condições para que os barcos que não são italianos, malteses ou gregos possam fazer o seu trabalho sem terem problemas jurídicos”. Na quinta-feira, o Parlamento Europeu deu o seu aval para a activação do Eurosur em Dezembro. Este sistema está integrado no Frontex, a agência de controlo das fronteiras da União Europeia, e visa “reduzir o número de migrantes irregulares que entram na UE sem serem detectados, reduzir o número de mortes de migrantes irregulares, salvando mais vidas no mar, e melhorar a segurança interna da UE como um todo, contribuindo para prevenir a criminalidade transfronteiriça”. A revista alemã Der Spiegel explica que este sistema é uma espécie de Big Brother para o Mediterrâneo, que vai recorrer a drones, sensores offshore, satélites e outros tipos de recolha de informação para ter este mar constantemente escrutinado. Um “sistema de sistemas” dará às autoridades fronteiriças de todos os Estados-membros acesso a uma rede de informação “segura e descentralizada” sobre todo o que se passa nas fronteiras externas da União Europeia. “Estamos numa situação em que tudo o que se está a passar na África do Norte, na Eritreia, na Somália, na Síria nos coloca numa situação de urgência real”, disse Letta. “E a Líbia está quase a explodir”, avisou.
REFERÊNCIAS:
Entidades UE
Cinco mil manifestantes de extrema-direita saíram à rua – mas 20 mil abafaram-lhes as vozes
Os apoiantes do partido AfD, que têm um discurso eurocéptico que vai também contra a imigração e contra os muçulmanos, marcharam pelas ruas de Berlim pedindo que o futuro do país fosse salvaguardado. (...)

Cinco mil manifestantes de extrema-direita saíram à rua – mas 20 mil abafaram-lhes as vozes
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 2 Migrantes Pontuação: 3 | Sentimento -0.1
DATA: 2018-05-28 | Jornal Público
SUMÁRIO: Os apoiantes do partido AfD, que têm um discurso eurocéptico que vai também contra a imigração e contra os muçulmanos, marcharam pelas ruas de Berlim pedindo que o futuro do país fosse salvaguardado.
TEXTO: Cerca de cinco mil manifestantes de extrema-direita saíram para as ruas de Berlim neste domingo, mas as suas vozes foram abafadas por 20 mil contramanifestantes, segundo as estimativas da polícia alemã. Os manifestantes – que chegaram à capital vindos de várias partes do país – são apoiantes do partido de extrema-direita Alternativa para a Alemanha (AfD), que chegou pela primeira vez ao Bundestag nas eleições de 2017, tornando-se o terceiro maior partido no Parlamento alemão, sendo agora o maior da oposição – ainda que pouco influência tenha tido no debate parlamentar desde então. “As nossas crianças, o nosso país, o nosso futuro: é por isso que aqui estamos e somos o único partido com este programa”, defendeu o líder do partido de extrema-direita, Alexander Gauland, enquanto falava perto do Parlamento alemão, onde terminou a marcha. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. Como se pode ver nas fotografias acima, os contramanifestantes eram sobretudo jovens; passavam música a alto som e tinham a sua posição vincada: “Queremos gritar suficientemente alto para afogar os discursos racistas”, dizia uma activista chamada Rosa à televisão RBB. Apesar de alguns confrontos entre as duas facções, fortemente vigiados pelas autoridades, as manifestações deste domingo foram relativamente pacíficas, com apenas um ferimento ligeiro a registar.
REFERÊNCIAS:
Tempo domingo
Análise: Khadafi faz temer um cenário apocalíptico
A única coisa segura que os analistas antevêem é que a Líbia permanecerá por muito tempo no caos. Está em curso uma guerra civil. Prever como ela terminará é um enigma. E um prolongado caos na Líbia terá fortes e dramáticas repercussões no Egipto e, sobretudo, na Tunísia, no início de um processo de transição política. E também na Europa, em termos de abastecimento energético e das vagas de imigrantes. (...)

Análise: Khadafi faz temer um cenário apocalíptico
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 2 Migrantes Pontuação: 3 | Sentimento 0.0
DATA: 2011-02-25 | Jornal Público
SUMÁRIO: A única coisa segura que os analistas antevêem é que a Líbia permanecerá por muito tempo no caos. Está em curso uma guerra civil. Prever como ela terminará é um enigma. E um prolongado caos na Líbia terá fortes e dramáticas repercussões no Egipto e, sobretudo, na Tunísia, no início de um processo de transição política. E também na Europa, em termos de abastecimento energético e das vagas de imigrantes.
TEXTO: As informações dispersas que chegam da Líbia estão sujeitas a caução, dada a ausência de testemunhos independentes. Apenas se pode traçar um quadro genérico, dominado por interrogações. Os últimos dois dias confirmaram que Khadafi perdeu por completo o controlo da Cirenaica - a região oriental onde se situa a maioria dos poços de petróleo - e que se bate agora por conservar o domínio da região ocidental, onde está a capital, Trípoli. É aqui que a relação de forças se vai decidir. A sublevação da capital, no domingo e na segunda-feira, marcou um ponto de viragem. Todos os meios foram usados para reprimir as manifestações. O discurso de Khadafi na terça-feira foi uma "declaração de guerra". Pareceu patético mas foi levado a sério no ponto decisivo: para ele é uma questão "de vida ou morte" e preferirá acabar como "mártir" a fugir como o tunisino Ben Ali, dizem analistas. As forças de segurança do regime conseguiram "limpar" as ruas e praças centrais de Trípoli. Mas, apesar do apelo à mobilização feito por Khadafi, apenas escassas dezenas de jovens exibiam bandeiras verdes e o retrato do "guia", reportou a AFP. Mais numerosos eram os milicianos vestidos à civil de Kalachnikov na mão. Depois da "deserção" de muitas tribos e de grande parte do Exército regular, é mais um indício de apodrecimento no campo do líder líbio. "Salvar a vida"A curto prazo, Khadafi parece não ter nenhuma estratégia "senão salvar a vida", declarou ao Figaro o analista Luis Martinez, especialista na Líbia. "Procura estabelecer um perímetro de segurança para que os 60 mil homens da guarda revolucionária e dos comités da revolução, que lhe são ainda fiéis, possam resistir à guerrilha urbana em Trípoli. "Se recuperar o controlo da Tripolitânia, poderia depois negociar com as principais tribos um compromisso sobre a Cirenaica e o seu petróleo. Com os cem mil milhões de dólares de que dispõe e com a ajuda de mercenários africanos - prossegue Martinez - tentaria recuperar a vassalagem dos chefes tribais em nome do seu interesse: manter a renda petrolífera de que, afinal, todos vivem. Este "plano" tem um ponto fraco. A situação na Cirenaica parece sem retorno. E se as tribos não mudarem de opinião, poderão surgir fissuras nos próprios aparelhos de segurança que, se são directamente controlados pelo clã Khadafi, são também uma mescla de origens tribais. A queda do déspota seria então uma questão de dias, podendo assumir um quadro apocalíptico. E, sem o apoio das tribos, não parece provável que Khadafi tenha capacidade de projectar forças militares para reconquistar o Leste e o seu petróleo, condição de sobrevivência do regime. Na terça-feira, a agência americana Stratfor fez eco de rumores sobre um golpe de Estado em preparação. Também esta especulação é pouco credível: apenas a guarda revolucionária tem meios para fazer um golpe. E nesta matéria tudo é opaco. As tribos não têm força para derrubar o "guia" mas desempenharam um papel fundamental: "Ao aderirem à contestação, os chefes tribais legitimaram o movimento", afirma o analista Hasni Habidi. "A Líbia é o país mais tribal do mundo árabe. " Com Khadafi, os chefes tribais deixaram de ter peso político mas, em compensação, tornaram-se essenciais para coesão social e a estabilidade do país". Por outro lado, o "sistema Khadafi" implicava um equilíbrio entre tribos e clãs, que ele arbitrava. A desagregação deste sistema volta-se agora contra o mentor. E a seguir?O que a todos obceca é saber se e quando Khadafi vai cair ou se ainda conseguirá retomar o controlo da situação. Os analistas mais prudentes avisam que, com o líder líbio, "nunca se podem fazer previsões".
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave morte homens guerra campo ajuda social
Morreu Rita Levi-Montalcini, a grande dama da ciência italiana
Aos 103 anos, a Prémio Nobel da Medicina de 1986, co-descobridora do factor de crescimento NGF, morreu na sua casa em Roma (...)

Morreu Rita Levi-Montalcini, a grande dama da ciência italiana
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 2 Migrantes Pontuação: 2 Mulheres Pontuação: 6 | Sentimento 0.4
DATA: 2012-12-31 | Jornal Público
SUMÁRIO: Aos 103 anos, a Prémio Nobel da Medicina de 1986, co-descobridora do factor de crescimento NGF, morreu na sua casa em Roma
TEXTO: A cientista e senadora italiana Rita Levi-Montalcini, Prémio Nobel da Medicina de 1986, morreu neste domingo, aos 103 anos, na sua casa, em Roma. “O corpo faz aquilo que quer. Eu não sou corpo: sou a mente”, disse numa entrevista, quando cumpriu 100 anos. Infatigável, a cientista nascida em Turim a 22 de Abril de 1909 numa família judia sefardita (pai engenheiro, mãe pintora), foi nomeada em Agosto de 2001 senadora vitalícia pelo então Presidente da República italiana Carlo Ciampi, pelos seus “grandes méritos no campo científico e social”. Ela não parava. “Vou muito bem, física e moralmente, e nunca trabalhei com tanto entusiasmo como neste último período da minha vida”, garantia no seu 101º aniversário, meses depois de ter partido um fémur. Membro das mais prestigiadas academias científicas internacionais, como a Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos ou a Royal Society no Reino Unido, Rita Levi-Montalcini foi a primeira mulher italiana galardoada com um Nobel científico e também a primeira a ser admitida na Academia Pontifícia de Ciências. A investigação científica que lhe valeu o Nobel da Medicina de 1986, partilhado com o norte-americano Stanley Cohen, que com ela trabalhou na década de 1950 na Universidade Washington em St Louis (Missouri, EUA), foi a descoberta de uma proteína importante para o crescimento, manutenção e sobrevivência dos neurónios – um factor de crescimento. Na verdade, foi o primeiro de muitos outros factores de crescimento a ser descrito, e recebeu o nome de NGF (nerve growth factor). Esta proteína evita ou pelo menos reduz a degeneração celular, e problemas na sua produção podem estar relacionados com várias doenças em que são afectadas as células nervosas, como Alzheimer, esclerose múltipla, demências e esquizofrenia. O factor de crescimento NGF pode também desempenhar papéis importantes nas doenças cardiovasculares. “A minha inteligência? Um pouco acima de medíocre. Os meus únicos méritos foram empenho e optimismo”, disse Rita Levi-Montalcini, cujo leve sorriso era uma imagem registada. Foi a galardoada com o Nobel que mais tempo viveu, até agora. Rita Levi-Montalcini, no entanto, teve de enfrentar a vontade do pai para se tornar cientista: não era uma coisa comum uma rapariga inscrever-se em Medicina na Universidade de Turim. Mas ela conseguiu e saiu de lá com o curso feito em 1936. Pouco tempo depois, no entanto, teve de deixar Itália, por causa das leis raciais do ditador Mussolini, porque a sua família era judia. Foi para a Bélgica, e ainda voltou para Itália, mas não tinha condições para trabalhar, e arriscava a deportação para os campos da morte. Após a guerra, recebeu um convite para trabalhar nos EUA – onde fez a sua carreira científica. Só voltou a viver em Itália em 1977, depois de se reformar. Esteve na origem da criação, em 2002, do Instituto Europeu de Investigação sobre o Cérebro (EBRI, na sigla em inglês), com sede em Roma; presidia a uma fundação com o seu nome, criada em 1992 e que tinha por objectivo financiar os estudos de mulheres africanas, na Etiópia, no Congo e na Somália. No regresso a Itália e ao continente europeu, foi coberta de elogios, que ontem se repetiram em Roma. Muitos políticos recordam-na com palavras bonitas. Mario Monti, o primeiro-ministro cessante, fala de uma mulher carismática e tenaz, que lutou toda a vida para defender os valores em que acreditava. “Representou a consciência civil, a cultura e o espírito de investigação do nosso tempo. Soube juntar o rigor científico com o nível máximo de humanidade”, disse Gianni Alemanno, presidente da Câmara de Roma.
REFERÊNCIAS:
Entidades EUA
Manifesto atribuído a Breivik revela um homem xenófobo e violento
O manifesto de 1500 páginas cuja autoria é atribuída a Anders Behring Breivik e que dá pelo nome “2083 - A European Declaration of Independence” revela um homem profundamente anti-islâmico, xenófobo e violento que já planeava os seus atentados há algum tempo. (...)

Manifesto atribuído a Breivik revela um homem xenófobo e violento
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 2 Migrantes Pontuação: 2 Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento -0.8
DATA: 2011-07-24 | Jornal Público
SUMÁRIO: O manifesto de 1500 páginas cuja autoria é atribuída a Anders Behring Breivik e que dá pelo nome “2083 - A European Declaration of Independence” revela um homem profundamente anti-islâmico, xenófobo e violento que já planeava os seus atentados há algum tempo.
TEXTO: A assumpção de que o manifesto (oficialmente assinado por um homem chamado Andrew Berwick) é da autoria de Anders Behring Breivik é legítima e provável até porque no final do documento aparecem algumas fotografias do suspeito número um dos atentados que causaram, até ao momento, 93 mortos. Nessas fotografias aparece o mesmo homem que tem sido identificado pelos media como o alegado autor dos atentados e que surge, numa das imagens, armado com aquilo que parece uma arma sofisticada, com mira telescópica e envergando um fato anti-radiações. Eis alguns dos pontos do documento alegadamente escrito por Anders Behring Breivik, num resumo preparado pela CNN:- O autor descreve-se como um “Cavaleiro Justiceiro - Comandante dos Cavaleiros Templários Europeus” e um dos vários líderes do movimento nacional e pan-europeu de resistência patriótica;- Antecipa uma guerra civil na Europa em três etapas, a última das quais terminaria em 2083 (daí o título do documento) com a execução dos “marxistas culturais” e com a deportação dos muçulmanos;- A primeira etapa dessa guerra civil, que decorreria até 2030, teria como características a guerra declarada e a progressiva consolidação das forças conservadoras;- Entre 2030 e 2070, o autor prevê “formas mais avançadas de resistência das forças conservadoras e a preparação de um golpe de Estado pan-Europeu;- A etapa final - em que o autor estima que os países europeus terão uma média de entre 30 e 50 por cento de população muçulmana - irá centrar-se na “execução do multiculturalismo e do Marxismo cultural”, bem como dos “traidores”, na deportação dos muçulmanos e na “implementação da agenda política e cultural conservadora” em todo o Continente Europeu;- O autor diz que, pessoalmente, tem sido atacado repetidamente por muçulmanos: “‘Só vivi oito assaltos, tentativas de assalto e múltiplas ameaças. Nunca fui roubado ou espancado severamente por muçulmanos (um nariz partido foi o mais grave que me ocorreu) mas conheço mais de 20 pessoas que o foram. Conheço pelo menos duas raparigas que foram violadas por muçulmanos e tenho conhecimento de mais dois casos. Uma rapariga foi cortada na cara por muçulmanos”. - Radovan Karadzic - o sérvio-bósnio acusado de genocídio - é nomeado pelo autor como uma das pessoas que ele gostaria de conhecer, negando que este seja “um assassino e um racista” e dizendo, ao invés, que “pelos seus esforços de tentar livrar a Sérvia do Islão ele deveria ser considerado e recordado como um honrado cruzado e um herói de guerra europeu”;- O autor diz que se sentiu compelido à acção depois de o governo norueguês ter participado nos bombardeamentos de 1999 contra Belgrado durante a guerra do Kosovo, tendo por alvo o inimigo errado - “os nossos irmãos sérvios que queriam expulsar o Islão deportando os muçulmanos albaneses de volta para a Albânia”. - O autor acusa o primeiro-ministro norueguês Jens Stoltenberg e o seu Partido Trabalhista de perpetuarem os ideais “culturais Marxistas e multiculturalistas” e de doutrinarem a juventude com estas ideias;- “A situação é caótica”, escreve o autor, notando que “milhares de muçulmanos” entram anualmente no país. “Estes traidores suicidas têm de ser parados”, escreve o autor;- O manifesto debruça-se ainda sobre o cenário hipotético de o autor sobreviver a uma missão bem sucedida para tentar acabar com o multiculturalismo: “Quando acordar no hospital, depois de ter sobrevivido às balas, percebo que [. . . ] acordo num mundo de merda, um pesadelo real. Não só todos os meus amigos e a minha família me odeiam e me chamam monstro como os media do mundo global multicultural vão arranjar múltiplas maneiras de me chamar assassino”, de me “vilipendiarem e de me diabolizarem”;
REFERÊNCIAS:
Partidos PAN
Buscas retomadas em Lampedusa, imigração na agenda europeia
Itália reclama solidariedade europeia e prepara-se para mudar lei que trata da mesma forma imigrantes e "passadores". (...)

Buscas retomadas em Lampedusa, imigração na agenda europeia
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 2 Migrantes Pontuação: 21 | Sentimento 0.0
DATA: 2013-10-07 | Jornal Público
SUMÁRIO: Itália reclama solidariedade europeia e prepara-se para mudar lei que trata da mesma forma imigrantes e "passadores".
TEXTO: Dezanove corpos de migrantes mortos no naufrágio da semana passada ao largo da ilha italiana de Lampedusa foram recuperados na manhã desta segunda-feira, o que eleva para 213 o número oficial. O balanço final deve ultrapassar os 300. “Esperamos terminar hoje, até porque as condições meteorológicas são boas”, disse à AFP o comandante da guarda-costeira, Filippo Marini. A operação de recuperação dos cadáveres, que fora suspensa na sexta-feira devido ao mar agitado, foi retomada na manhã de domingo. Na embarcação, proveniente da Líbia, viajariam quase 500 migrantes, na sua maioria oriundos da Eritreia e da Somália. Só 155 foram resgatados com vida. Nesta segunda-feira, os mergulhadores tencionavam concentrar-se na parte de trás da embarcação e no porão – onde se calcula que viajassem os migrantes que pagaram valores mais baixos para serem transportados para a Europa. A tragédia de Lampedusa colocou o assunto na agenda europeia. A pedido da Itália, a imigração vai se discutido na reunião de ministros do Interior, prevista para terça-feira, no Luxemburgo. Desde o início do ano afluíram ao país cerca de 30 mil migrantes, quatro vezes mais do que em 2012. Na quarta-feira, o presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, visitará Lampedusa para “prestar homenagem às vítimas e expressar solidariedade e gratidão aos habitantes”. Num comunicado, afirmou, sem concretizar, que a Comissão “na medida das suas competências [continuará] a trabalhar sobre medidas e acções concretas”. A Itália, mas também a Grécia e a Espanha, reclamam mudanças que permitam uma gestão mais partilhada dos pedidos de asilo, o que obrigaria a alterações nas regras actuais, que determinam que os requerimentos sejam feitos no país de entrada. Em discussão poderá estar também o reforço do controlo costeiro. O ministro dos Negócios Estrangeiros da França, Laurent Fabius, anunciou no domingo que o Governo de Paris pode levar a questão da imigração à próxima reunião do Conselho Europeu, nos próximos dias 24 e 25. “O Mediterrâneo não pode ser um imenso cemitério a céu aberto. É preciso agir”, disse. Em Itália, o primeiro-ministro, Enrico Letta, associou no domingo o aumento do afluxo de migrantes à Europa à falta de controlo das fronteiras líbias, desde a queda do regime de Muammar Khadafi. “O nosso problema chama-se Líbia. Tudo mudou nos últimos dois anos”, afirmou. “A Itália não pode ser o primeiro país [de entrada de migrantes africanos] e assumir todo o peso nas suas costas. ”O governo italiano – uma grande coligação entre centro-esquerda e centro-direita – anunciou para esta semana uma reunião destinada a modificar a lei actual, que considera igualmente delinquentes os imigrantes e os “passadores” que os transportam. Diferentes organizações não-governamentais calculam que entre 17 mil e 20 mil imigrantes tenham morrido nos últimos 20 anos, ao tentarem cruzar o Mediterrâneo.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave lei imigração