Nobel da Paz entregue às três mulheres “força motriz” na resolução de conflitos
O prémio Nobel da Paz foi hoje formalmente entregue, em cerimónia em Oslo, à Presidente da Libéria, Ellen Johnson Sirleaf, à sua compatriota e activistas dos direitos humanos Leymah Gbowee e à iemenita Tawakkol Karman, figura de proa do movimento da Primavera Árabe. (...)

Nobel da Paz entregue às três mulheres “força motriz” na resolução de conflitos
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 2 Asiáticos Pontuação: 2 Mulheres Pontuação: 13 | Sentimento 0.0
DATA: 2011-12-10 | Jornal Público
SUMÁRIO: O prémio Nobel da Paz foi hoje formalmente entregue, em cerimónia em Oslo, à Presidente da Libéria, Ellen Johnson Sirleaf, à sua compatriota e activistas dos direitos humanos Leymah Gbowee e à iemenita Tawakkol Karman, figura de proa do movimento da Primavera Árabe.
TEXTO: “Representam uma das forças motrizes mais importantes da mudança no mundo hoje em dia: a luta pelos direitos humanos em geral e a luta das mulheres pela igualdade e a paz em particular”, afirmou o presidente do comité Nobel, Thorbjoern Jagland, ao entregar os galardões. Todas envergando trajes tradicionais, as três premiadas reiteraram o papel das mulheres na resolução de conflitos – um papel que Jagland descreveu como sendo “as mulheres que carregam uma metade do céu”, citando um provérbio chinês. Esta é a primeira vez que o Nobel da Paz é entregue a três mulheres em conjunto. “Só o facto de que duas mulheres liberianas estão aqui hoje para partilhar o pódio com uma irmã vinda do Iémen mostra a natureza universal da nossa luta”, frisou a chefe de Estado da Libéria, a primeira Presidente mulher a ser eleita democraticamente (em 2005) num país africano. E, dirigindo-se em particular a todas as mulheres do mundo, instou: “Façam ouvir a vossa voz! Façam soar bem alto a vossa voz! Que a vossa voz seja a da liberdade!”. Leymah Gbowee, a quem Ellen Johnson Sirleaf entregou a tarefa de conduzir as iniciativas de pacificação nacional após a sua reeleição no mês passado, lembrou, numa entrevista publicada hoje pela agência noticiosa francesa AFP, que “não há uma receita para a reconciliação”. “Há que ter em conta os diferentes contextos. Para algumas mulheres isso pode ser algo tão simples como ter comida para dar aos seus filhos”, afirmou. Por seu lado, a iemenita, jornalista de 32 anos, primeira mulher árabe a ser galardoada com o Nobel da Paz, aproveitou a ocasião solene em Oslo para criticar a “relativa indiferença do mundo” face à revolução do seu país: “É com tristeza e pena que [o movimento de contestação ao Presidente iemenita, Ali Abdallah Saleh] não teve a mesma compreensão e apoio e atenção da comunidade internacional que foram dadas a outras revoluções na região”.
REFERÊNCIAS:
Étnia Africano
Campanha de SMS destinada a potenciais imigrantes ilegais causa polémica no Reino Unido
Primeiro-ministro, David Cameron, diz que concorda com o princípio de enviar mensagens, apesar de algumas terem ido parar a pessoas erradas. (...)

Campanha de SMS destinada a potenciais imigrantes ilegais causa polémica no Reino Unido
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 2 Asiáticos Pontuação: 2 Migrantes Pontuação: 18 | Sentimento -0.25
DATA: 2013-10-18 | Jornal Público
SUMÁRIO: Primeiro-ministro, David Cameron, diz que concorda com o princípio de enviar mensagens, apesar de algumas terem ido parar a pessoas erradas.
TEXTO: As mensagens dizem: “Os nossos registos mostram que poderá não ter autorização para permanecer no Reino Unido. Por favor contacte-nos para discutir o seu caso”. Antes, eram mais directas: “Tem de deixar o Reino Unido porque já não tem o direito de permanecer aqui. ”A alteração ocorreu a meio de uma campanha levada a cabo pelo Ministério do Interior britânico que causou polémica por várias razões – uma delas foi o facto de alguns dos destinatários terem passaporte britânico há décadas. Duas pessoas em particular vieram a público queixar-se – o activista Suresh Grover e o advogado de imigração Bobby Chan. “Cheguei aqui com os meus pais em 1966, nasci na África Oriental, e sempre tive passaporte britânico”, disse Grover ao diário The Independent. “Fiquei chocado, pensei que não era para mim. ”Grover contactou o número de telefone que aparecia na mensagem e foi informado de que não havia erro nenhum: ele era mesmo o destinatário da mensagem. A pessoa que o atendeu pediu-lhe informação pessoal e não respondeu à pergunta sobre como tinha obtido o seu contacto, relatou o activista, que fundou uma organização anti-racismo chamada The Monitor Group. “Acho que é incrível enviarem-se mensagens aleatórias sem se saber a quem”, comentou ao Independent. “Fiquei zangado, mas também confuso, por causa do trabalho que faço”, disse ainda. “Mas acho que quem não trabalhe nesta área pode levar estas mensagens a sério e achar mesmo que não tem o direito de viver no Reino Unido. É horrível”, comentou. Bobby Chan, a viver no Reino Unido desde 1973, recebeu uma mensagem semelhante, e ficou igualmente surpreendido, mas teve uma reacção diferente: “Inicialmente, até achei engraçado”, conta. “Mas se um chinês mais velho tivesse recebido esta mensagem, teria ficado muito preocupado. A Capita [a empresa que está a gerir o envio de SMS] disse-me que eu recebi a mensagem porque fiz um pedido recente ao Ministério do Interior, mas devem ter passado 30 anos desde que fiz o último e nessa altura não tinha um telemóvel”. Este tipo de acções, considerou, “estereotipa os imigrantes como uma comunidade criminosa e cria uma atmosfera de medo”, considerou. Chan anunciou que pretende apresentar uma queixa formal e questionar o Governo sobre a empresa Capita e o tipo de contrato. Ministério diz que Grover não foi contactadoTanto a Capita como o Governo dizem que o número de pessoas contactadas erradamente é mínimo. "Entre 58. 800 pessoas contactadas, recebemos 143 reclamações, das quais 14, um número infinitesimal, foram aceites como legítimas pela Capita", disse a empresa. O Ministério do Interior recusa que Grover tenha sido contacto, disse a BBC. Os advogados de Grover vão agora desafiar a tutela a provar o que diz, disse o activista à BBC. O Ministério do Interior defende a acção: “Estamos a dar passos pró-activos para contactar indivíduos cujos registos mostram que não têm direito válido de estar no Reino Unido. ”Esta foi a segunda medida anti-imigração que provocou polémica no Reino Unido. A primeira passou-se em Londres, em ruas de zonas de grande imigração, com carrinhas dizendo a imigrantes ilegais para “irem para casa ou ficarem sujeitos a prisão”. Entretanto, o secretário de Estado da Imigração, Mark Harper, disse à BBC que o Governo estava a analisar os resultados da campanha e que esta poderia ser aplicada em todo o país.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave imigração prisão racismo comunidade medo chinês
Romenos foram os que mais imigraram para Portugal em 2008
O maior número de cidadãos estrangeiros que imigrou para Portugal em 2008 era originário da Roménia, ultrapassando os países de Língua Oficial Portuguesa (PALOP) e o Brasil, de acordo com o relatório das Migrações da OCDE divulgado hoje. (...)

Romenos foram os que mais imigraram para Portugal em 2008
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 2 Asiáticos Pontuação: 2 Migrantes Pontuação: 13 | Sentimento 0.5
DATA: 2010-07-12 | Jornal Público
SUMÁRIO: O maior número de cidadãos estrangeiros que imigrou para Portugal em 2008 era originário da Roménia, ultrapassando os países de Língua Oficial Portuguesa (PALOP) e o Brasil, de acordo com o relatório das Migrações da OCDE divulgado hoje.
TEXTO: Segundo este documento, da organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), os fluxos migratórios em Portugal foram, em 2008, de 32 300, iguais ao ano anterior. Do total de imigrantes que entraram em Portugal, 44 por cento eram naturais de países da União Europeia. Nesse ano, a Roménia foi a maior fonte de cidadãos que entraram em Portugal, com 5300 cidadãos, ou seja, 16 por cento. Este número foi oito vezes superior ao que tem sido registado nos últimos três anos. Os Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa foram responsáveis por 21 por cento do fluxo migratório para Portugal, representando 21 por cento, dos quais Cabo Verde é o país com maior número de cidadãos: 3500 (onze por cento). Em relação aos imigrantes brasileiros para Portugal, estes desceram 30 por cento, situando-se em 3500. A população imigrante em Portugal - que tinha aumentado de 430 mil em 2005 para 446 mil em 2007 - desceu ligeiramente para 446 mil em 2008, o que representa uma diminuição de 0, 7 por cento. Enquanto o número de cidadãos estrangeiros de países da União Europeia registou uma redução de 44, 7 por cento e os PALOP, uma descida de 13, 8 por cento, registaram-se aumentos no número de ucranianos (31 por cento), da Moldávia (42, 9 por cento), romenos (41, 4 por cento) e brasileiros (53, 7 por cento). Os brasileiros são agora o maior grupo estrangeiro com 24 por cento do total, seguido pelos cabo-verdianos (14, 7 por cento) e os ucranianos (11, 8 por cento). O número total de vistos de longa duração emitido a cidadãos fora da UE diminuiu em 2008, caindo de 21. 082 (2007) para 17. 548. Os cidadãos dos PALOP receberam uma parte significativa destes vistos (41, 5 por cento), especialmente os cidadãos de Cabo Verde (20 por cento) e Guiné-Bissau (cerca de nove por cento). Os brasileiros registaram uma quota de 20 por cento, os moldavos de 12 por cento e os chineses, um grupo em crescimento, perto de 4, 1 por cento. Em 2008, 22 408 estrangeiros obtiveram nacionalidade portuguesa, dos quais cerca de dois terços eram cidadãos dos PALOP.
REFERÊNCIAS:
Entidades UE PALOP
O padrão de Diogo Cão
A restituição de objectos de museus provenientes das antigas colónias é naturalmente um problema complexo. (...)

O padrão de Diogo Cão
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 2 Asiáticos Pontuação: 2 Animais Pontuação: 9 | Sentimento 0.0
DATA: 2018-06-21 | Jornal Público
SUMÁRIO: A restituição de objectos de museus provenientes das antigas colónias é naturalmente um problema complexo.
TEXTO: O Museu de História Alemã, em Berlim, organizou no dia 7 de Junho uma jornada de debate sobre o padrão erigido por Diogo Cão em 1486 no Cabo da Serra (Cape Cross), território da Namíbia actual. O padrão tinha sido removido do seu local por um navio de guerra alemão em 1893, durante a colonização alemã, tendo sido conservado primeiro em Kiel e em seguida em Berlim, pertencendo desde 1946 à colecção do Museu de História Alemã. Este encontro foi motivado pelo pedido oficial de restituição do padrão, apresentado pela Namíbia no ano passado. Foram convidados membros de governo, embaixadores, académicos, jornalistas e membros de associações do património, sobretudo da Namíbia mas também de outros países africanos. Estiveram presentes e intervieram a ministra da Cultura do governo federal alemão, Monika Grütters, e o embaixador da Namíbia Andreas Guibeb. Sucederam-se painéis de discussão sobre o quadro jurídico e filosófico da restituição de peças de museus, literatura oral e formas de resistência anti-colonial na Namíbia, políticas museológicas e relações internacionais. Destaco aqui as intervenções de Ellen Ndeshi Namhila, da Universidade de Namíbia, sobre os fascinantes diários de Hendrik Witbooi, do início do século XX, e de Winani Kgwatalala, do Museu Nacional do Botswana, sobre a politica de restituição de objectos. Fiz a sessão inaugural sobre "Objectos coloniais: imposição, apropriação, troca", na qual analisei a lógica dos padrões enquanto formas de identificação de viagens de exploração, reclamação de precedência e declaração de intenção de ocupação. Tratei de os colocar no contexto mais vasto da comunicação política e do destino dos objectos europeus, nomeadamente estátuas, no período pós-independência. Abordei a colecção de objectos de outros continentes, em muitos casos adaptados ao gosto europeu, como os marfins de África Ocidental, o mobiliário indo-português, os objectos de laca japoneses ou as porcelanas chinesas, que passaram a povoar os gabinetes de curiosidade europeus juntamente com minerais e plantas. Falei também da lógica dos museus, dada a transformação dos últimos 40 anos: as colecções nacionais e coloniais europeias com propósito de afirmação imperial transformaram-se em lugares de contacto e de envolvimento das comunidades originárias dos objectos etnográficos, abertos à regeneração da memória e conhecimento das culturas do mundo. O pedido da Namíbia insere-se num processo de reflexão sobre o passado colonial e tem o suporte de várias instituições de memória, como a associação dos museus da Namíbia, os arquivos nacionais e associações de cidadãos. Faz parte de um processo complexo de negociação entre os dois governos sobre compensações devidas pelo genocídio dos Herrero e dos Nama pelas tropas coloniais alemãs entre 1904 e 1908 (calcula-se que 70% destas populações tenham sido exterminadas). Descendentes destas etnias, entretanto, desencadearam um processo contra o governo alemão num tribunal de Nova Iorque. O governo alemão, que no início prestou pouca atenção a esta iniciativa privada, à revelia do governo da Namíbia, teve que constituir advogado de defesa dada a ameaça de sequestro das suas propriedades nos Estados Unidos. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. O ambiente em que decorreu o encontro foi extremamente cordial, com a participação de académicos alemães e namibianos de excelente nível. Foi também interveniente o responsável alemão na comissão bilateral alemã-namibiana Ruprecht Polenz. O presidente do Museu de História Alemã, professor Raphael Gross, mostrou-se disponível para a restituição do padrão. Ele tem a intenção de rever a exposição da colecção permanente, pois diversas secções estão francamente datadas e enviezadas do ponto de vista ideológico; na secção sobre o colonialismo alemão em África nem sequer é referido o genocídio dos Herrero e dos Nama na Namíbia. Devo salientar a abertura das autoridades alemãs, que parecem estar em sintonia com as melhores práticas museológicas internacionais de ligação com as comunidades dos locais de proveniência das peças. Tive oportunidade de conversar com o professor Hermann Parzinger, presidente da Fundação dos Bens Culturais Prussianos, que gere os principais museus, os arquivos e a Biblioteca Nacional de Berlim. O investimento na recuperação, restruturação e desenvolvimento dos museus é esmagador, envolvendo um esforço financeiro de seis a sete mil milhões de euros que será prolongado até aos anos de 2030. A aposta do governo federal alemão na mudança da face de Berlim está a dar os seus frutos, com a afirmação da capital alemã como um dos grandes pontos de atracção do turismo internacional. A atitude crítica em relação ao passado colonial certamente beneficia a cooperação com os países de África e Ásia. Portugal nunca apresentou qualquer pedido de restituição do padrão. Neste momento, tal pedido seria visto como nostalgia colonial pela comunidade internacional. O pedido do governo da Namíbia é compreensível, pois a sua população tem um projecto de reflexão sobre o passado colonial, no qual o padrão pode representar um dos pontos focais. O inventário do património museológico e documental existente na Alemanha relacionado com a Namíbia foi também discutido. Apontei como modelo possível o projecto Resgate, que se tem desenvolvido com microfilmagem e digitalização massiva de documentação brasileira em Portugal e mais oito países. A restituição de objectos de museus provenientes das antigas colónias é naturalmente um problema mais complexo. O consenso internacional, expresso pelo último livro de Nicholas Thomas, é que não é possível uma regra única; a decisão deve ser tomada caso a caso entre as instituições envolvidas, tendo em conta interesses que podem ser acomodados por várias modalidades de empréstimo, concessão de longa duração, réplica ou devolução.
REFERÊNCIAS:
Felinos, macacos e até tubarões: Interpol apreende milhares de animais
A acção foi coordenada em Junho pela Interpol e pela Organização Mundial das Alfândegas em 109 países. (...)

Felinos, macacos e até tubarões: Interpol apreende milhares de animais
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 2 Asiáticos Pontuação: 2 Animais Pontuação: 14 | Sentimento 0.0
DATA: 2019-07-10 | Jornal Público
SUMÁRIO: A acção foi coordenada em Junho pela Interpol e pela Organização Mundial das Alfândegas em 109 países.
TEXTO: Milhares de animais, incluindo felinos, macacos, tartarugas, répteis, aves e até tubarões, foram apreendidos durante uma operação mundial contra o tráfico de animais selvagens que resultou na detenção de quase 600 suspeitos, anunciou esta quarta-feira, 10 de Julho, a Interpol. Durante esta operação, coordenada em Junho pela Interpol e pela Organização Mundial das Alfândegas em 109 países, a polícia deteve 582 suspeitos e apreendeu 440 presas de elefante, mais de meia tonelada de objectos de marfim, 2550 metros cúbicos de madeira e 2600 plantas. No total, foram apreendidos nas mãos dos traficantes 23 primatas, 30 felinos, mais de 4300 aves, quase 10. 000 animais marinhos, incluindo corais, cavalos-marinhos, golfinhos e tubarões, perto de 10. 000 tartarugas e cerca de 1500 outros répteis. As fotografias, divulgadas online pela Interpol, mostram peles de crocodilo apreendidas no Reino Unido, dezenas de papagaios amontoados numa pequena gaiola na Índia e peixes-zebra que morreram durante o seu transporte ilegal no Brasil. Também foi apreendida, na Nigéria, meia tonelada de escamas de pangolim, às quais a medicina tradicional chinesa atribui muitas propriedades. A operação desmantelou vários canais de comércio ilegal online, permitindo, em particular, a detenção de 21 pessoas em Espanha e a apreensão de 1850 aves na Itália. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. Estas detenções e apreensões foram desencadeadas por uma equipa internacional de investigadores e agentes aduaneiros reunidos nas instalações da Interpol em Singapura. Segundo a Interpol, outras detenções e processos podem ocorrer nas próximas semanas e meses. Esta é a terceira operação desta magnitude realizada pela Interpol, depois de 2018 e 2017, com apreensões de vários milhões de dólares.
REFERÊNCIAS:
Novos mercados descobrem segmento de luxo em Portugal
O crescimento do mercado de habitação de luxo deverá continuar alicerçado no investimento externo, com a procura oriunda de novos mercados e novos perfis de compradores (...)

Novos mercados descobrem segmento de luxo em Portugal
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 2 Asiáticos Pontuação: 2 | Sentimento 0.136
DATA: 2016-06-02 | Jornal Público
SUMÁRIO: O crescimento do mercado de habitação de luxo deverá continuar alicerçado no investimento externo, com a procura oriunda de novos mercados e novos perfis de compradores
TEXTO: O segmento de luxo em Portugal atravessa uma tendência de “continuado aumento do investimento estrangeiro, particularmente de outras nacionalidades que tradicionalmente não olham para Portugal como um destino de investimento”. De acordo com Francisco Quintela e Carlos Penalva, partners da Quintela e Penalva, o que irá contribuir para esta realidade “é não só o desenvolvimento do país enquanto destino turístico e mesmo residencial - sendo cada vez mais um local elegido por start ups, por exemplo, o que com o Websumit só irá intensificar-se - como também a crescente divulgação do país”. Por outro lado, consideram, “com a elevada taxa de rentabilidade que neste momento é possível com investimentos imobiliários, no segmento luxo, em certas zonas de Lisboa, por exemplo, o interesse dos investidores portugueses também aumentou significativamente e a tendência é que este crescimento seja acentuado”. Estes operadores observam que “enquanto apenas cerca de 20% do total investido em imobiliário em Portugal tem origem estrangeira, no segmento de imóveis de luxo este valor sobre para 51%”. Assim, “apesar deste crescimento de investimento nacional no segmento de luxo”, é de prever que “os investidores estrangeiros deverão continuar a ser quem mais investe”. Novos mercados e procuraNeste cenário, a projeção internacional de Portugal e das cidades de Lisboa e Porto como destinos de excelência “atraiu vários investidores institucionais e particulares para a compra de imobiliário de luxo”. Nos últimos anos, “o número de clientes de origem brasileira, francesa, chinesa e portuguesa que procuraram imóveis de luxo cresceu significativamente nas zonas de Lisboa, Porto e Algarve”, apontam Francisco Quintela e Carlos Penalva. Em relação aos investidores internacionais, “para além da crescente atratividade e “trendiness” de Portugal enquanto destino, o incentivo fiscal dado a residentes não habituais e o ‘Golden Visa’ motivaram uma crescente procura neste sector”. Este enquadramento, perspetivam, “deverá manter-se, pois contribui para a atração de investimento estrageiro no país, sendo que o sector imobiliário é dos poucos setores da nossa economia - muito necessitada de investimento - que mantem uma elevada atratividade”. Em paralelo, a procura dos chamados Vistos Gold tenderá a crescer. “No passado mês de Março, o programa de atribuição deste incentivo atingiu o máximo mensal de concessões desde a sua criação, em finais de 2012. Salienta-se ainda que nos primeiros três meses deste ano já se registou cerca de metade do total de vistos concedidos ao longo de todo o ano de 2015”. Por outro lado, “o atual Governo está a estudar a criação de vistos especiais para profissionais altamente qualificados, start-ups e cientistas que queiram vir para Portugal. Deste modo, se os indicadores do setor do turismo se mantiverem parece que o comportamento político irá continuar a visar este tipo de incentivo ao investimento estrangeiro”. As principais nacionalidades que apostam no país são os brasileiros, angolanos, chineses, russos e franceses. “O mercado de luxo é o mais atrativo para a maior parte. Isto deve-se muito ao facto dos próprios incentivos, como o dos Vistos Gold, pressuporem investimentos mais elevados. No entanto, procuram imóveis com características diferentes e incentivos distintos”, salientam. Assim, os chineses “são aliciados pelo regime do Golden Visa”. De acordo com os últimos dados oficiais, a China continua a dominar a tabela com 2. 248 Vistos Gold concedidos no total, seguida pelo Brasil com 110 e a Rússia com 99, referem aqueles especialistas. “As casas que os investidores chineses mais procuram são de construção nova e há uma clara preferência pela zona do Parque das Nações”. Os brasileiros “procuram muito o estatuto de residente não habitual devido a questões fiscais, bem como os franceses”. Ambos franceses e brasileiros “procuram casas nos centros históricos, urbanos, principalmente em Lisboa e no Porto, embora o tipo de imóvel seja totalmente distinto. Os primeiros procuram casas restauradas ou para restaurar, mesmo que seja sem elevador, enquanto os brasileiros investem principalmente em novos condomínios de luxo”, resumem. Lisboa destaca-seNo que se refere à procura por este segmento, esta “é tradicionalmente mais orientada para os centros urbanos e para o Algarve”, resumem os partners da Quintela e Penalva. E se “Lisboa continua a ter mais procura do que o Porto”, a Invicta “tem registado um crescimento muito significativo do seu mercado imobiliário”. Ambos os responsáveis salientam que “o centro histórico do Porto valorizou perto de 50% desde 2009, algo que reflete um significativo crescimento da dinâmica de investimento”. Este ano, o foco dos investidores tem sido mais centrado e Lisboa e no Porto. Os preços de casas no Algarve desceram 1, 7% no primeiro trimestre de 2016, situando-se o preço médio em 1. 309 euros/m2. Já o centro histórico de Lisboa “foi o mercado que mais cresceu em Portugal em 2015”, sendo que “as casas localizadas em três freguesias do centro histórico da nossa capital valorizaram 22, 3% no ano passado”. Os valores do imobiliário de Lisboa destacam-se do resto do país, com as exceções do Porto e do Algarve. No entanto, “até em Lisboa existem várias realidades”, apontam. “A valorização média que ocorreu em 2015 nas casas da capital foi cerca de 7%”. Esta média “é muito pouco ilustrativa, pois na Baixa, Chiado, Avenida da Liberdade e Bairro Alto, os aumentos nos preços imobiliários variaram entre 18% a 30%, entre 2014 e 2015, com os preços médios a chegar aos quatro mil euros/m2”. Aliás, “já há casas no Chiado e na Avenida da Liberdade a sete e dez mil euros/m2. Mas não é apenas a zona histórica da cidade – o Parque das Nações também já tem preços que rondam os seis mil euros por metro quadrado, ou mais”. Habitação de luxo compõe carteiraA carteira de clientes da Quintela e Penalva – Real Estate é composta por investidores no mercado imobiliário e Fundos de Investimento Imobiliários. Intervém no território nacional, nomeadamente em Lisboa, Sintra e Cascais. A Quintela e Penalva Real Estate posicionou-se, desde a sua fundação, no segmento da habitação de luxo, com a comercialização (venda e arrendamento) de imóveis históricos marcados por uma arquitetura singular. A tipologia de casa que mais tem em carteira para venda são T3, com um preço médio de €670. 000. No mercado de aluguer o perfil de imóvel mais alugado é T1, com um valor médio de 700 a 800 euros.
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Tempo Março
China e Rússia vão realizar exercício no Mar Mediterrâneo
É o primeiro na região entre os dois países e deverá começar logo após as comemorações do Dia da Vitória em Moscovo, a 9 de Maio. (...)

China e Rússia vão realizar exercício no Mar Mediterrâneo
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 2 Asiáticos Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2015-05-02 | Jornal Público
SUMÁRIO: É o primeiro na região entre os dois países e deverá começar logo após as comemorações do Dia da Vitória em Moscovo, a 9 de Maio.
TEXTO: A China e a Rússia vão realizar um exercício conjunto no Mar Mediterrâneo nas próximas semanas, o primeiro do género naquela região, numa altura em que Moscovo é alvo de um isolamento na Europa por causa da guerra na Ucrânia e o Japão anunciou o reforço dos seus laços militares com os EUA. "O objectivo é aprofundar a cooperação prática e amistosa entre os dois países, e aumentar a capacidade das nossas armadas para lidarem em conjunto com ameaças à segurança marítima", disse o porta-voz do Ministério da Defesa da China, Geng Yansheng. Na mesma comunicação, o responsável frisou que o exercício "não tem como alvo uma terceira parte, e não está relacionado com a situação na região". Geng não avançou uma data precisa para o início do exercício, mas jornais norte-americanos e russos avançam que deverá começar logo após as comemorações do Dia da Vitória, a 9 de Maio – o dia em que a Rússia comemora a capitulação nazi na II Guerra Mundial. A maioria dos líderes ocidentais não estará presente em Moscovo nesse dia, devido ao clima de tensão provocado pela situação na Ucrânia, mas é esperada a presença do Presidente chinês, Xi Jinping. No exercício, designado "Mar Conjunto 2015", vão participar nove navios, três dos quais chineses, actualmente envolvidos nas operações antipirataria ao largo da Somália. Apesar da pouca relevância militar do exercício, os dois países enviam um sinal ao Ocidente de que estão dispostos a aprofundar os seus laços militares, e também a responderem, cada um, aos seus próprios desafios – a Rússia a transmitir a mensagem de que mantém um poderoso aliado apesar do isolamento a que foi votada na Europa e nos EUA, e a China a sinalizar que mantém a sua estratégia de expansão das capacidades navais, criticada pelos EUA, pelo Japão e pela Coreia do Sul. "A Rússia quer mostrar aos EUA que não está isolada e que consegue realizar exercícios nas proximidades da Europa de Leste. E, em resultado da visita do primeiro-ministro do Japão aos EUA e do reforço da relação militar entre os dois países, o Presidente chinês quer mostrar aos EUA que tem boas relações com a Rússia", resumiu Shi Yinhong, professor de Relações Internacionais na Universidade Renmin, em Pequim, ouvido pelo The New York Times. Para este especialista, o sinal é claro: "A frota chinesa nunca realizou um exercício no Mediterrâneo e, para além disso, vai fazê-lo com a Rússia. Os dos países querem mostrar que subiram um nível na sua parceria estratégica. "Apesar de nunca ter realizado exercícios militares no Mediterrâneo, a China enviou navios para a região nos últimos anos – em 2011 para resgatar dezenas de milhares de chineses da Líbia após a queda do regime de Muammar Kadhafi; e em 2013 e 2014 para participar na retirada do arsenal químico do Governo de Bashar al-Assad, na Síria. Por essa razão, James Hardy, editor da revista Jane's Defense Weekly para a região da Ásia-Pacífico, disse ao The New York Times que "não é inédito" ver navios chineses no Mediterrâneo, apesar de "a importância geopolítica de um exercício com a Rússia não escapar aos EUA e à NATO". Apesar de poder franzir alguns sobrolhos nos EUA e na União Europeia, o exercício conjunto entre a Rússia e a China deve ser tratado com normalidade, defende Hardy: "Seria rude se alguém no Ocidente se queixasse, dada a quantidade de exercícios militares conjuntos que os EUA e os seus aliados realizam nos mares próximos da China".
REFERÊNCIAS:
Entidades EUA NATO
No New York Times, Trump condena extrema-direita e desiste de julgar Hillary
Depois de todos os tweets a atacar o New York Times, Donald Trump encontrou-se esta terça-feira com os jornalistas e a direcção do diário. (...)

No New York Times, Trump condena extrema-direita e desiste de julgar Hillary
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 2 Asiáticos Pontuação: 2 | Sentimento 0.136
DATA: 2017-09-24 | Jornal Público
SUMÁRIO: Depois de todos os tweets a atacar o New York Times, Donald Trump encontrou-se esta terça-feira com os jornalistas e a direcção do diário.
TEXTO: E depois de todos os tweets a atacar o New York Times (NYT) e de ter cancelado às primeiras horas do dia uma ida à redacção do principal jornal de referência dos Estados Unidos, Donald Trump deu mais uma cambalhota e encontrou-se esta terça-feira com os jornalistas e a direcção do diário. Durante cerca de uma hora, o Presidente eleito respondeu às questões da redacção e aproveitou o momento para recusar o apoio de uma nebulosa de grupos racistas e de extrema-direita recentemente referidos na imprensa norte-americana pela designação alt-right. “Não quero galvanizar o grupo e condeno-o”, disse. “Se eles se sentem galvanizados, eu quero analisar isso e perceber porquê”, afirmou. Questionado sobre a presença na administração Trump de Steve Bannon, ex-director do site da direita radical Breitbart, o republicano desvalorizou a associação do futuro conselheiro-chefe a grupos extremistas. “Se eu achasse que ele era racista ou do movimento alt-right ou qualquer dessas coisas, nem pensaria em contratá-lo”, disse. “O Breitbart é apenas uma publicação. Eles cobrem histórias como vocês cobrem histórias. Eles são com certeza um jornal muito mais conservador, para utilizar termos brandos, do que o NYT. Mas o Breitbart é um órgão noticioso verdadeiro e bastante bem-sucedido”, justificou. Já sobre o NYT, Trump admitiu que o lê. “Infelizmente. Viveria para aí mais uns 20 anos se não o lesse”, disse. No encontro, que foi sendo relatado precisamente no Twitter pelos jornalistas Maggie Haberman e Mike Grynbaum, Trump voltou ainda a sinalizar o recuo em algumas das principais promessas feitas na campanha. Depois de repetidos comícios em que “lock her up” (“prendam-na”) foi palavra de ordem, o cenário da nomeação de um procurador especial para investigar e julgar a adversária democrata Hillary Clinton por supostos crimes está definitivamente posto de parte. “Não é algo em relação ao qual tenha sentimentos muito fortes”, disse Trump. “Eu não quero magoar os Clinton, não quero mesmo. Ela já passou por muito e sofreu de maneiras muito diferente”, acrescentou. Ainda a propósito da campanha – “18 meses de brutalidade, no verdadeiro sentido da palavra” – Trump admitiu que preferia que as eleições se realizassem por voto popular. “Nunca fui um fã do colégio eleitoral”, disse. O sistema, no entanto, beneficiou-o face à adversária democrata, que conquistou quase dois milhões de votos mais que o republicano. Trump sugeriu também um eventual recuo na política ambiental. Se, antes da eleição para a Casa Branca, o aquecimento global era uma “fraude” atribuída aos chineses com o propósito de minar a competitividade económica dos norte-americanos, o republicano admite agora que “há alguma relação” entre a actividade humana e as alterações climáticas. E afirma que irá manter "uma mente aberta" sobre a eventual permanência dos Estados Unidos no acordo de Paris, que antes prometeu denunciar. “O ar limpo é de uma importância vital”, disse, afirmando estar, no entanto, igualmente preocupado com "o quanto irá custar às empresas" a adopção de medidas de combate às emissões poluentes, e os potenciais efeitos na competitividade da economia norte-americana. Seria o clima o problema que Barack Obama terá isolado na recepção a Trump na Casa Branca? O republicano disse que o ainda Presidente dos Estados Unidos expôs “o que pensa serem os maiores problemas, em particular um problema”, mas não concretizou a alusão. "Gostei mesmo dele", afirmou Trump sobre o chefe de Estado, admitindo não ter percebido se o sentimento foi recíproco. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. Sobre o futuro das empresas da família e a eventual ocorrência de conflitos de interesse, Trump disse que a lei está do seu lado. "A lei está totalmente do meu lado, um Presidente não pode ter conflitos de interesse", afirmou. Vender as empresas está fora de questão. A gestão corrente está a ser transferida para os filhos. Mas, admite, até poderia continuar na política e nos negócios ao mesmo tempo: "Em teoria, podia continuar a administrar os meus negócios e depois a liderar o país, perfeitamente". Na frente internacional, os tweets dos jornalistas do NYT pouco adiantam sobre o que será a agenda externa de Trump. A Síria é “um problema” a ser resolvido, sim, e o Presidente eleito tem “uma visão diferente de toda a gente" sobre o assunto. Não disse qual, mas fez uma confissão: “Adoraria ser aquele que alcançou a paz entre Israel e os palestinianos, isso seria um grande feito”. O milionário nova-iorquino sugeriu que o genro, Jared Kushner, judeu, poderia contribuir para o acordo.
REFERÊNCIAS:
Étnia Judeu
Festival de Artes em Macau estreia centro de intercâmbio cultural sino-lusófono
O festival integra a Exposição Anual de Artes entre a China e os Países de Língua Portuguesa e Alexandre Farto (Vhils) e Pauline Foessel são os curadores da exposição Alter Ego. (...)

Festival de Artes em Macau estreia centro de intercâmbio cultural sino-lusófono
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 2 Asiáticos Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2018-06-21 | Jornal Público
SUMÁRIO: O festival integra a Exposição Anual de Artes entre a China e os Países de Língua Portuguesa e Alexandre Farto (Vhils) e Pauline Foessel são os curadores da exposição Alter Ego.
TEXTO: A exposição Chapas Sínicas, um retrato de Macau durante a dinastia Qing, é um dos eventos que marca a inauguração do "centro de intercâmbio cultural entre a China e os países lusófonos" em Macau, foi esta terça-feira anunciado. O Instituto Cultural (IC) de Macau divulgou, na íntegra, o programa da 1. ª edição do Encontro em Macau - Festival de Artes e Cultura entre a China e os países de língua portuguesa, que abre em Julho "um novo capítulo" no intercâmbio cultural e humanístico entre estes países, disse em conferência de imprensa a directora do IC, Mok Ian Ian. Inscritas na UNESCO desde o ano passado, as Chapas Sínicas documentam a permanência dos portugueses em Macau e a negociação com o império chinês, numa cidade onde as duas comunidades coabitavam. A exposição cruza imagens e documentos que ajudam a "construir um retrato vivo de Macau", indicou a entidade. O festival integra também a Exposição Anual de Artes entre a China e os Países de Língua Portuguesa, para a qual os fundadores da galeria Underdogs - Alexandre Farto (Vhils) e Pauline Foessel - partem como curadores da exposição Alter Ego. De acordo com o IC, a primeira edição dedica-se às "múltiplas facetas da arte contemporânea" e reúne obras representativas do interior da China, das regiões especiais — Macau e Hong Kong — e dos oito países de língua portuguesa (Portugal, Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste). Entre um total de quatro exposições, contam-se obras dos portugueses Miguel Januário (conhecido por maismenos), Wasted Rita, Ricardo Gritto e do estúdio de design Pedrita. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. Por último, foi apresentado o Fórum Cultural entre a China e os Países de Língua Portuguesa, um evento dedicado à "diversidade cultural" que irá reunir oradores e especialistas de vários países. O objectivo, recordou o IC, é "contribuir para a consolidação de Macau como plataforma de intercâmbio e cooperação cultural sino-portuguesa". No passado dia 7, o IC já havia revelado dois dos eventos que compõem este festival inédito: o Festival de Cinema - que inclui dois filmes do português Manoel de Oliveira; e o Serão de Espetáculos, com apresentações de música e dança de grupos de Gansu, província no noroeste da China, e também de grupos portugueses, angolanos e cabo-verdianos. Questionada sobre a continuidade deste Festival de Artes, a responsável máxima pelo Instituto Cultural afirmou que o plano é "organizá-lo anualmente" e considerou ainda a inclusão da literatura nas próximas edições. Mok Ian Ian disse que o orçamento da primeira edição ronda os 2, 9 milhões de euros.
REFERÊNCIAS:
Entidades UNESCO
O Museu das Ex-Descobertas
Parece que como o mar já existia, não descobrimos nada, e portanto não temos nada de que nos orgulhar nem lembrar no Museu das Descobertas. Eu pensava que sim. (...)

O Museu das Ex-Descobertas
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 2 Asiáticos Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2018-06-14 | Jornal Público
SUMÁRIO: Parece que como o mar já existia, não descobrimos nada, e portanto não temos nada de que nos orgulhar nem lembrar no Museu das Descobertas. Eu pensava que sim.
TEXTO: Não sei como alguém teve a ideia de chamar Museu das Descobertas a um museu sobre as Descobertas, que parece que afinal não descobrimos, pois quem estava nos sítios que nós descobrimos já se tinha descoberto. Não é caso único. Lembro-me, quando se preparava o bicentenário da descoberta da América pelo Colombo, de ver na televisão um mexicano, loiro de olhos azuis, a dizer que a América não tinha sido descoberta, porque eles já estavam na América e por isso não precisavam de ser descobertos. Como chegaram loiros de olhos azuis ao México, antes do tonto do Colombo chegar à América, a pensar que tinha chegado à Índia, ele não explicou. Mas não é por isso que acho mal chamar Museu das Descobertas ao Museu das Descobertas. É por razões comerciais. Como todos sabem, o dinheiro é o único valor, repito, único, da nossa sociedade. Ora, qualquer pessoa que por estes tempos mais quentes passeie por Lisboa verificará, facilmente, que Lisboa é um verdadeiro Museu das Descobertas ao ar livre. Ele há-as velhas, novas, altas, baixas, gordas, magras, loiras, morenas, ruivas, chinesas, italianas. Até portuguesas. Lisboa está cheia de descobertas fantásticas. Para que é que alguém, podendo ver as descobertas ao ar livre e sem pagar, há-de entrar num prédio e pagar bilhetes para ver descobertas? Só se for para apanhar um bocado de ar condicionado. Porém, se o ar condicionado estiver muito frio, as descobertas cobrem-se e o visitante, além de pagar, vê as descobertas cobertas, o que não tem graça nenhuma. Acresce que aquilo que nós achamos que foi a nossa glória, a expansão, o encontro de outras terras, o cruzamento com outros povos e costumes, onde deixámos a nossa marca e trouxemos as deles, foi uma coisa horrenda pela qual temos de pedir desculpa. É verdade que andamos a cortar narizes pelo Índico, a bombardear inocentes, a impor a nossa fé e a traficar escravos. Mas, infelizmente, a normalidade da maior parte da vida da humanidade foi mais próxima do que hoje se passa na Síria do que na Suíça. A História mostra-nos que estropiar e matar gratuitamente era o desporto favorito da maioria das “ditas” civilizações de todos os quadrantes e de todas as religiões e que se tratava de façanhas laureadas e não condenadas. A escravatura é, e era, hedionda. Mas era praticada por todos os povos e nós tanto escravizávamos, como éramos escravizados. Fernão Mendes Pinto sete vezes foi cativo. E cativo queria dizer escravo, no tempo em que ele escreveu. E tudo isso ocorreu antes de haver o conceito de Direitos Humanos, ou mesmo de Direitos, e não faz sentido interpretar esses tempos, reconhecidamente bárbaros, à luz dos valores do nosso também bárbaro, e por isso mais repreensível, tempo. O nosso passado esclavagista é vergonhoso e revoltante, sobretudo no período em que mantivemos o tráfico quando já era uma prática reprovável. Mas antes disso, como confirma o único relato existente de um escravo africano levado para os Estados Unidos, os escravos não eram capturados pelos europeus, mas pelas tribos africanas que os vendiam aos chamados negreiros. E não era melhor a sorte dos que não eram vendidos, como testemunham relatos da época. Parece então que quando se descobre uma coisa, não se descobre, porque essa coisa já existia, embora nós não soubéssemos que ela existia. Ora eu pensava justamente que descobrir era encontrar o que não sabíamos que existia. Pensava que tínhamos descoberto a Madeira, que ninguém sabia que existia e onde não havia ninguém. Mas afinal havia as cagarras que descobriram a Madeira antes de nós. Como pensava que tínhamos descoberto o Brasil, que afinal já tinha sido descoberto pelos índios que lá viviam, que nos descobriram quando nos viram, pois não se davam com mais ninguém, e ainda hoje não devem ter descoberto porque lhes chamam índios, que são os povos da índia que o papalvo do Colombo pensava que era nas Caraíbas. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. A Índia, essa sim, já sabíamos que existia e onde era, mas queríamos descobrir como se chegava lá por mar, porque não nos dávamos com os que estavam no caminho por terra, que não nos deixavam passar. Agora parece que como o mar já existia, não descobrimos nada, e portanto não temos nada de que nos orgulhar nem lembrar no Museu das Descobertas. Eu pensava que sim, pois até historiadores estrangeiros, e todos sabem como é perfeito o tal estrangeiro, achavam ímpares os nossos extraordinários feitos, como o americano Boorstin, librarian da Biblioteca do Congresso, um dos mais prestigiados cargos do país, que considerou a saga da procura do caminho marítimo para a Índia como o primeiro empreendimento científico moderno, que marcou o Mundo para sempre, ou o inglês Toynbee, por muitos considerado o maior historiador do século XX, que dividia o mundo entre a época pré-gamica e pós-gamica, ou seja, antes e depois da viagem do Gama. Viagem que, como é óbvio, deu ao Ocidente cinco séculos de domínio do Mundo, que os Estados Unidos estão a destruir com afinco e os chineses, que sabem de História, querem marcar o termo com a simbólica viagem inversa da nova rota da seda. Mas é claro que o prestígio do Boorstin e de Toynbee caiu a pique em Portugal, por atribuírem mérito a Portugal e aos portugueses, o que é por cá muito mal visto. Mas lá que andámos por todo o lado e por todo o lado deixámos monumentos, orações, comércio, tradições e comunidades com ligações a Portugal, da foz do Amazonas às ilhas das Flores, lá isso é verdade. Para não falar da língua, a quinta mais falada do Mundo, num país continente e em todos os continentes. Proeza só equiparável à das então três maiores potências europeias e sem paralelo em países da nossa dimensão. Fizemos o impossível. Por isso o melhor é chamar ao Museu das Descobertas Museu da Descoberta de Portugal. Porque só percebe Portugal quem conheça essa nossa História.
REFERÊNCIAS:
Partidos LIVRE