Baixar, proteger e aguardar. Está preparado para um sismo?
Protecção Civil convida pessoas e organizações a participarem no exercício, marcado para a próxima sexta-feira. (...)

Baixar, proteger e aguardar. Está preparado para um sismo?
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 2 Asiáticos Pontuação: 6 | Sentimento 0.2
DATA: 2013-10-07 | Jornal Público
SUMÁRIO: Protecção Civil convida pessoas e organizações a participarem no exercício, marcado para a próxima sexta-feira.
TEXTO: A data: sexta-feira, 11 de Outubro, às 11h10. O desafio: parar tudo o que estiver a fazer para executar os três gestos básicos de autoprotecção em caso de sismo. A proposta é da Autoridade Nacional de Protecção Civil (ANPC) para lembrar que os sismos, ao contrário deste exercício, não têm hora marcada. A iniciativa, designada A Terra Treme, dura apenas um minuto. É o tempo suficiente para treinar a resposta a um sismo: baixar-se sobre os joelhos, proteger-se debaixo de uma mesa ou de uma cama, por exemplo, e esperar até que o tremor de terra acabe. Pode ser feito individualmente ou em grupo, em qualquer lugar. Estes três gestos são apenas um dos sete passos a dar antes, durante e após a ocorrência de um sismo. No seu boletim mensal, a ANPC lembra os restantes. Primeiro, identificar e minimizar riscos em casa, fixando os objectos que podem soltar-se e cair, tendo um extintor à mão e explicando às crianças o que fazer nestas situações. Importante é também elaborar um plano de emergência para que todos saibam como agir em caso de sismo e ter à mão um kit com os objectos básicos para utilizar nestes casos. Outros passos são conhecer os pontos fracos do edifício onde se mora, trabalha ou estuda. Cuidar dos mais vulneráveis e saber o que não fazer durante e após um sismo, e respeitar as indicações das autoridades são as outras recomendações. A Terra Treme é uma iniciativa inspirada no exercício norte-americano ShakeOut, que vai ao encontro das propostas inscritas no Quadro de Acção de Hyogo 2005-2015, assinado por 168 Estados-membros das Nações Unidas, com medidas para a redução de catástrofes. A ANPC quer envolver o maior número possível de pessoas e organizações neste exercício, pedindo que todos os participantes se inscrevam no site criado para o efeito. Por se encontrar perto da fronteira entre as placas euroasiática e africana, e por existirem várias falhas activas junto à costa, Portugal está sujeito ao risco sísmico. Não é preciso recuar muito no tempo para o relembrar: quase todos os dias são registados sismos de fraca intensidade no território continental e nas ilhas. No seu boletim mensal, a ANPC lembra outros terramotos mais intensos: o que abalou o Faial (Açores) em 1998, o da Terceira (Açores) em 1980, outro em 1969 sentido no Algarve, ou o que foi sentido em Benavente em 1909. E ainda o terramoto de 1755, o maior de sempre registado na Europa, com magnitude estimada em 8, 75 na escala de Richter.
REFERÊNCIAS:
Tempo Outubro
Milhares de pessoas manifestaram-se em Maputo contra raptos e guerra
Marcha foi organizada pela Liga dos Direitos Humanos, em conjunto com outras organizações da sociedade civil e confissões religiosas, numa reacção à instabilidade que Moçambique vive. (...)

Milhares de pessoas manifestaram-se em Maputo contra raptos e guerra
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 2 Asiáticos Pontuação: 6 | Sentimento 0.0
DATA: 2013-10-31 | Jornal Público
SUMÁRIO: Marcha foi organizada pela Liga dos Direitos Humanos, em conjunto com outras organizações da sociedade civil e confissões religiosas, numa reacção à instabilidade que Moçambique vive.
TEXTO: Milhares de pessoas participaram, nesta quinta-feira de manhã, numa manifestação pacífica em Maputo, em protesto contra a onda de raptos e a ameaça de guerra em Moçambique, acusando o Governo de estar “mudo” e a polícia de “corrupção”. Na Beira, onde há dias foi assassinado um rapaz de 13 anos que tinha sido raptado, decorreu também uma manifestação que, segundo o correspondente da RDP África, reuniu mais de um milhar de pessoas. A marcha foi promovida pela Liga dos Direitos Humanos, tal como a de Maputo, em conjunto com a Associação Muçulmana de Sofala. “Pela primeira vez, estamos a marchar contra o nosso Governo. Temos um líder-chefe que deve cuidar de cada um de nós. Não deve existir nenhuma diferença no tratamento de cada moçambicano”, gritou, para milhares de pessoas presentes, Mohamed Asif, da organização do protesto, na manifestação de Maputo. A “Marcha pela paz e contra os raptos” em Maputo foi organizada pela Liga, em conjunto com outras organizações da sociedade civil e confissões religiosas, numa reacção à onda de raptos e ao clima de instabilidade político-militar que Moçambique atravessa. A actual tensão faz a população recear um regresso à guerra civil vivida entre 1976 e 1992. A actividade económica na cidade de Maputo está nesta quinta-feira a funcionar a meio gás, o que indicia a solidariedade de muitos empresas - encerradas total ou parcialmente - com a manifestação. “Depois de terem sido raptadas a toda a hora, as pessoas são deixadas em pânico, apesar de a guerra já estar a acontecer. Isto é pior do que a Líbia. As pessoas não vão viver nunca: com todos os chefes vamos ter de passar por guerras? Não estamos para isso. Estamos para a paz”, disse Mohamed Asif, em declarações à agência Lusa. “É uma manifestação contra o Governo (moçambicano) porque nós exigimos os nossos direitos que não estão a ser cumpridos”, acrescentou. Trajando camisolas brancas ou vermelhas, com frases como “abaixo a violência, o racismo, a corrupção, os raptos”, os manifestantes concentraram-se, ao início da manhã, junto à estátua de Eduardo Mondlane, seguindo em direcção à Praça da Independência. “Abaixo a polícia corrupta, abaixo o Governo mudo, abaixo o racismo”, gritaram os manifestantes. Os raptos têm visado famílias com posses, descritas na comunicação social e no discurso oficial como “moçambicanos de origem asiática” – conceito repudiado pelos manifestantes. “Cidadãos de origem asiática não existem, existem cidadãos moçambicanos”, contrapôs Asif. “Os raptores usam as telefonias móveis para intimidar o povo moçambicano e, mesmo assim, as telefonias continuam surdas. Os raptores usam os bancos para transferências bancárias ilícitas e, mesmo assim, os bancos estão surdos”, gritou-se na manifestação. O raptos de cidadãos para conseguir resgates não é novidade em Moçambique – há casos desde 2009 – mas acentuou-se nos últimos meses, nos principais centros urbanos. Só na semana passada, em Maputo, onde o fenómeno assume maiores proporções, foram registados pelo menos cinco. Na Beira ocorreram quatro casos desde o início do ano, segundo a RDP África. Os manifestantes que, nesta quinta-feira, saíram à rua na segunda cidade do país pediram uma "investigação séria" aos raptos e apelaram ao Governo e ao principal partido da oposição, a Renamo (Resistência Nacional Moçambicana), para que encontrem formas de ultrapassar a tensão político-militar. Uma das vozes críticas do modo como o Governo está a lidar com a onda de raptos é a de Graça Machel, mulher do primeiro Presidente de Moçambique, Samora Machel. “Os cidadãos não se encontram na forma como o Estado está a responder aos raptos”, disse, citada pelo jornal O País. O director da Polícia de Investigação Criminal de Maputo, Januário Cumbabe, foi esta semana exonerado devido à onda de raptos. Apesar de ter sido substituído juntamente com outro quadros de direcção, o afastamento deve-se, segundo o jornal Notícias, à incapacidade que a polícia tem demonstrado para responder ao fenómeno. O primeiro julgamento por raptos em Moçambique chegou também esta semana ao fim no início. O tribunal judicial de Maputo condenou seis pessoas a 16 anos de cadeia, pelo sequestro de sete moçambicanos.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave direitos guerra humanos violência tribunal mulher racismo social pânico
Morreu Malik Bendjelloul, o realizador que nos devolveu Rodriguez
Com À Procura de Sugar Man, vencedor do Óscar para melhor documentário em 2013, o sueco contou uma das mais incríveis histórias da folk norte-americana. (...)

Morreu Malik Bendjelloul, o realizador que nos devolveu Rodriguez
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 2 Asiáticos Pontuação: 6 | Sentimento 0.0
DATA: 2014-05-14 | Jornal Público
SUMÁRIO: Com À Procura de Sugar Man, vencedor do Óscar para melhor documentário em 2013, o sueco contou uma das mais incríveis histórias da folk norte-americana.
TEXTO: Realizador, produtor, guionista, montador e ilustrador de À Procura de Sugar Man, o documentário sobre Sixto Rodriguez que venceu o Óscar da categoria em 2013, o sueco Malik Bendjelloul foi encontrado morto em sua casa, em Estocolmo, nesta terça-feira. Tinha 36 anos. O cineasta suicidou-se, confirmou o seu irmão, Johar Bendjelloul, ao jornal sueco Aftonbladet, nesta quarta-feira. “Ele estava deprimido já há algum tempo”, disse. “A vida nem sempre é fácil. Fiquei junto a ele até ao fim”, lamentou Johar Bendjelloul, acrescentando que este é um período difícil e que não sabe como geri-lo. Segundo a Associated Press, citada pelos media internacionais, as autoridades suecas não encontraram indícios de crime. Antes das declarações do irmão do realizador, já a porta-voz da polícia local, Pia Glenvik, tinha dito à agência noticiosa, sem especificar a causa da morte, que o corpo foi encontrado ao fim do dia desta terça-feira. Bendjelloul estreou-se cedo, aos 12 anos, como actor numa série da estação pública sueca, a SVT. Estávamos em 1990. Mais tarde, estudou jornalismo na Universidade Lineu de Kalmar, no Sul da Suécia, país onde nasceu a 4 de Setembro de 1977, filho de um pai médico e de uma mãe dedicada às artes da pintura e da tradução. Voltou então à SVT, como repórter, emprego que acabou por deixar para trás para viajar pelo mundo. Estava na Cidade do Cabo quando ouviu falar pela primeira vez de Sixto Rodriguez, figura de culto da folk norte-americana que apareceu na cena musical de Detroit no final da década de 1960, gravou dois discos no início da década seguinte – que viriam, sem que ele o soubesse, a ser a banda sonora da resistência contra o apartheid na África do Sul –, voltou uns anos depois e pouco depois desapareceu. Teria morrido?Havia quem dissesse que sim, que Rodriguez se tinha suicidado em palco. Ou que tinha morrido com uma overdose. Nada de provas, nada de notícias nos jornais. Mas como poderiam os sul-africanos, que contavam entre si estes rumores, acreditar que o autor das canções que sabiam de cor não era falado em lugar algum? Quando descobriram Rodriguez vivo, convidaram-no para um concerto e receberam-no em delírio. Era 1998. No entanto, só depois de Bendjelloul ter decidido ir à procura de Sixto Rodriguez de câmara em punho é que o resto do mundo, à parte a África do Sul e a Austrália – onde as composições do norte-americano eram também muito apreciadas por um conjunto de melómanos –, ficou a conhecer a incrível história do músico que passou quatro décadas em lugar nenhum. À Procura de Sugar Man estreou-se em Sundance, em Janeiro de 2012, a data em que Rodriguez renasceu para a cultura popular e em que o seu nome – e, especialmente, os seus dois álbuns, Cold Fact (1970) e Coming from Reality (1971) – começou a espalhar-se pelo mundo. O documentário seguiu depois para vários festivais, chegou a algumas salas comerciais e foi, finalmente, nomeado para o Óscar que acabou por vencer. A estatueta dourada (e o Bafta, e o prémio da Guilda dos Produtores da América, entre outros prémios que também ganhou) abriu novas portas ao filme, sobretudo nos mercados europeu e asiático. Portugal foi um dos países com estreia pós-Óscar, em Junho do ano passado. No entanto, antes de o filme ser exibido nas salas nacionais, os portugueses tinham a banda sonora disponível nas lojas. Malik Bendjelloul, que deixa como legado este único filme, dizia que era “a melhor banda sonora de todos os tempos”. Com Catarina Moura
REFERÊNCIAS:
Étnia Asiático
Suspeitas de suborno atingem Mundial de futebol do Qatar
A 11 dias do início do Campeonato do Mundo organizado pelo Brasil, a FIFA é abalada com suspeitas de corrupção em torno do Mundial 2022, entregue ao Qatar (...)

Suspeitas de suborno atingem Mundial de futebol do Qatar
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 2 Asiáticos Pontuação: 6 | Sentimento 0.0
DATA: 2014-06-01 | Jornal Público
SUMÁRIO: A 11 dias do início do Campeonato do Mundo organizado pelo Brasil, a FIFA é abalada com suspeitas de corrupção em torno do Mundial 2022, entregue ao Qatar
TEXTO: Cinco milhões de dólares terão sido pagos, em subornos, por Mohamed Bin Hammam, presidente da Confederação Asiática de Futebol e membro executivo da FIFA; que regula o futebol mundial, para garantir que a organização do Mundial 2022 fosse entregue ao Qatar. A notícia é avançada neste domingo pelo jornal britânico Sunday Times, que diz ter obtido registos de milhões de documentos – emails, cartas e certificados de pagamento/transferências bancárias – que alegadamente suportam a acusação feita contra Bin Hammam, que chegou a anunciar, em 2011, a sua candidatura à sucessão do suíço Joseph Blatter na presidência da FIFA, intenção abandonada depois de ter sido acusado por suborno no âmbito dessa candidatura. Aliás, a FIFA acabou por banir Bin Hammam de todos os organismos de futebol depois de investigar essas acusações. Agora, diz o Sunday Times, os documentos obtidos mostram que Bin Hammam, de 65 anos, fez lobby em favor da candidatura do Qatar ao Mundial 2022, facto que sempre tinha sido negado pelo próprio. Diz o jornal, que deu a ver os documentos à estação de televisão BBC, que não só isso era verdade como também a campanha de lobbying começou pelo menos um ano antes da decisão da FIFA, anunciada a 2 de Dezembro de 2010. Estados Unidos, Austrália, Coreia do Sul e Japão foram os outros países candidatos a essa organização, mas acabaram derrotados. Além disso, haverá ainda provas de pagamentos feitos por Hammam a responsáveis africanos para supostamente comprar o apoio à candidatura do Qatar. A estratégia passaria por garantir os votos de quatro representantes do continente africano com direito a voto na matéria. Questionado pelo Sunday Times, um filho de Hammam recusou-se a fazer comentários, diz a BBC. No mesmo trabalho de investigação publicado neste domingo, o jornal alega ter provas de que Bin Hammam pagou cerca de 300 mil euros em despesas feitas por um outro membro do comité executivo da FIFA, representante da Oceania, Reynald Temarii, do Tahiti. Este não pôde votar na altura, por se encontrar suspenso. Temarii tinha sido afastado pela própria FIFA por alegadamente ter solicitado dinheiro em troca do seu voto a responsáveis da candidatura dos EUA ao Mundial 2022. As despesas legais decorrentes desse processo que levou à suspensão de Temarii terão sido suportadas por Hammam, refere o Sunday Times. O recurso apresentado por Temarii não lhe permitiu votar a favor do Qatar mas teve, pelo menos, o efeito de travar a entrada do substituto David Chung, que teria votado na candidatura rival da Austrália, afirma o mesmo jornal britânico. Outro caso nebuloso sobre o qual emergem agora supostas provas mais consistentes dizem respeito à ligação de Hammam a um ex-vice-presidente da FIFA, Jack Warner, da federação de Trinidad e Tobago e responsável da conferedação das Caraíbas. Diz o jornal que tem provas de que Hammam transferiu para Warner mais de 1, 6 milhões de dólares para Warner, que acabou de resto afastado do cargo por se ter provado que ajudou Hammam a subornar outros responsáveis caribenhos na tentativa de de se fazer eleger para a presidência da FIFA. As suspeitas em torno da entrega do Mundial 2022 ao Qatar não são novas, havendo há muito uma investigação em curso. Aliás, na próxima segunda seria suposto o responsável do inquérito, Michael Garcia, encontrar-se em Omã com o comité organizador do Qatar, reunião que que poderá ter influenciado o momento da publicação destas informações. A pressão para que se reveja a atribuição daquele campeonato ao Qatar também pode aumentar, face às informações vindas agora a público.
REFERÊNCIAS:
Entidades EUA
Chocolates Imperial entram nas lojas Walmart no Brasil
Empresa portuguesa faz parceria “promissora” na África do Sul. (...)

Chocolates Imperial entram nas lojas Walmart no Brasil
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 2 Asiáticos Pontuação: 6 | Sentimento 0.0
DATA: 2014-08-11 | Jornal Público
SUMÁRIO: Empresa portuguesa faz parceria “promissora” na África do Sul.
TEXTO: A Imperial acaba de entrar na rede de lojas Walmart Brasil, depois de ter obtido classificação máxima num conjunto de auditorias exigidas pela multinacional norte-americana, na vertente de responsabilidade social e food defense. Manuela Tavares de Sousa, presidente executiva da empresa (CEO), disse ao PÚBLICO que “a entrada directa na rede de lojas da Walmart no Brasil, pela sua dimensão, eleva as expectativas da empresa, podendo incrementar fortemente as vendas neste mercado”. “Apesar de não poder adiantar qual a dimensão que o negócio poderá ter, acredito que será certamente muito relevante”, adiantou a CEO da histórica marca de chocolates nacionais. O grupo retalhista possui no Brasil mais de 550 lojas, de vários formatos, entre as quais se destacam a Walmart, o Big, o Bompreço, a Mercadorama, a Nacional e a Sam's Club. O Brasil é o segundo maior mercado externo da empresa do Grupo RAR, representando cerca de 10% do total das exportações. A empresa portuguesa, que vende para mais de 45 países, registou no primeiro semestre do ano um crescimento nas vendas de 8%, face a igual período do ano passado. Segundo a empresa, o crescimento já alcançado “supera significativamente a evolução registada pelo mercado português”, no mesmo período. A empresa, que é líder no mercado português em várias categorias de produtos, através das marcas Regina, Jubileu, Pantagruel e Pintarolas, registou um crescimento nas vendas para o mercado nacional de 10%, face a igual período do ano passado. Em 2013, a Imperial registou um volume de negócios que ultrapassou os 25 milhões de euros, com cerca de um quarto desse volume realizado no mercado externo. Depois de uma aposta agressiva para entrar em novas geografias, a empresa diz estar agora a apostar na consolidação dos mercados onde está presente. Entre os que já são relevantes, mas que podem ser ainda mais, Manuela Tavares de Sousa refere “a África Austral, com destaque para Angola e Moçambique, onde a Imperial já detém uma posição de liderança na grande maioria das categorias de produtos com as marcas Regina, Pintarolas, Pantagruel e Jubileu”. Só o mercado angolano deverá representar 1, 3 milhões de euros este ano, o que corresponde a 20% do volume de exportações da empresa, adianta a gestora. Para consolidar este mercado, a empresa de Vila do Conde acaba de criar em Angola uma equipa de reposição e de merchandising. “Esta estrutura local de acompanhamento do ponto de venda é muito recente, mas já conduziu a resultados muito positivos, com uma receptividade muito favorável por parte dos nossos clientes e o reforço da presença das nossas marcas, com o consequente aumento do volume de negócios”, adianta a CEO da Imperial. Na África do Sul, considerado “um mercado estratégico”, a Imperial acaba de estabelecer um acordo com uma empresa local, com cobertura nacional, que deverá potenciar a introdução permanente dos produtos da Imperial nas principais cadeias de distribuição – nomeadamente, a Shoprite, a Chekers, a Pick & Pay e a Spar, entre outras. “Acredito que este negócio possa, rapidamente, ganhar uma dimensão relevante”, adianta Manuela Tavares de Sousa, acrescentando que “o volume de vendas para o mercado sul-africano pode rapidamente ultrapassar o milhão de euros, no primeiro ano”. No último quadrimestre deste ano, está prevista uma encomenda de 10 contentores, com praticamente todas as marcas da Imperial, adiantou. Mercados a crescerEntre outros mercados que estão a revelar crescimentos interessantes para empresa, a gestora destaca a Colômbia, o Peru e a Venezuela, assim como vários mercados europeus – nomeadamente Espanha, Itália e países de leste (Ucrânia, República Checa e Eslováquia). Na Europa, a CEO destaca o caso da Polónia que, admite, “pode vir a tornar-se um mercado de grande dimensão”. Neste momento a Imperial está em negociações com os principais interveniente no mercado, nomeadamente, a Biedronka, a maior rede retalhista do país (detida pela Jerónimo Martins), com quem já concretizou algumas operações e, ainda, com vários outros retalhistas de grande dimensão. A estratégia passa pela “aposta alargada a todas as cadeias de retalho, como lojas hard discount, lojas de conveniência e outras de posicionamento mais premium”. Na Índia, “o processo ainda está numa fase embrionária, dado que as alterações sucessivas da legislação em termos de rotulagem têm sido um entrave no desenrolar deste dossier”, esclarece a gestora, adiantando, no entanto, que “apesar das limitações existentes, está neste momento a sair a primeira encomenda-teste para uma das maiores cadeias de distribuição de supermercados da Índia”. Na China, a entrada também está a ser feita devagar: “Estamos presentes em algumas cadeias de supermercados, mas ainda muito aquém do potencial do mercado”, adianta Manuela Tavares de Sousa, salvaguardando que, “apesar de todas as potencialidades do mercado asiático, a China não tem sido uma prioridade para a Imperial”.
REFERÊNCIAS:
Étnia Africano Asiático
E se o sismo de ontem tivesse sido em terra?
Se o sismo ocorrido na madrugada de ontem ao largo de Portugal continental, a cerca de 100 quilómetros a sudoeste do cabo de São Vicente, tivesse sido em terra, teria havido danos? Sim, é a resposta peremptória dos especialistas em sismologia. (...)

E se o sismo de ontem tivesse sido em terra?
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 2 Asiáticos Pontuação: 6 | Sentimento 0.0
DATA: 2009-12-18 | Jornal Público
SUMÁRIO: Se o sismo ocorrido na madrugada de ontem ao largo de Portugal continental, a cerca de 100 quilómetros a sudoeste do cabo de São Vicente, tivesse sido em terra, teria havido danos? Sim, é a resposta peremptória dos especialistas em sismologia.
TEXTO: E têm um exemplo na ponta da língua em que baseiam esta especulação científica: o sismo de 1909, com o epicentro em Benavente. Tanto este sismo como o que ocorreu às 1h37 de ontem tiveram a mesma magnitude de seis na escala de Richter. Ou seja, libertaram a mesma energia durante a ruptura da crosta terrestre (é isso que faz a terra tremer), sendo considerados como moderados a fortes. "O sismo de 1909 dá uma ideia do que o sismo de hoje [ontem] podia ter sido. Provocou dezenas de mortos e muitos danos", refere Fernando Carrilho, director do Departamento de Sismologia do Instituto de Meteorologia (IM). "Se tivesse sido em terra, temos o exemplo do sismo de 1909, com a destruição completa das zonas habitadas em Benavente e Salvaterra de Magos", diz também o geofísico José Fernando Borges, do Centro de Geofísica de Évora. Enquanto o abalo de ontem não matou ninguém nem provocou danos materiais, o de 23 de Abril de 1909, quando eram 17h05, deixou parte do Ribatejo arrasado e foi sentido em todo o país. Também Samora Correia e Santo Estêvão ficaram destruídas. Um testemunho de quem viveu essa catástrofe, referido num trabalho do Museu Municipal de Benavente, dá bem conta da violência do fenómeno, que não deixou uma única casa sem necessidade de reparações na vila: "Tinha acabado de jantar e, conforme os meus hábitos, deitara-me um pouco a ler os jornais. Pouco depois das cinco horas senti uma violenta sacudidela, tão grande que me pareceu que a casa se partia. Vim a rolar no meio do quarto. Levantei-me de um salto. Em seguida senti outro estremeção mais forte e foi então que tive a noção exacta do que era um abalo de terra. Vejo as paredes fenderem-se de alto a baixo. Os vidros das janelas fazem-se em estilhas. Ouço um ruído enorme, seco, profundo, um estrondo subterrâneo que não se descreve. " Assim que esta testemunha do sismo mais destruidor do século XX em Portugal continental fugiu para a rua, viu a sua casa ruir. "Na minha frente outras casas se desmoronam. Nuvens colossais de poeira elevam-se nos ares. Sinto-me asfixiado. Quero fugir e não posso. " Só na vila, no momento da catástrofe, morreram 30 pessoas e 38 ficaram feridas, segundo o museu. Na madrugada de ontem, a crosta terrestre rompeu-se suficientemente longe da costa para que a tragédia passasse ao lado. Mas muitos foram aqueles que sentiram o chão a mexer-se, de norte a sul. Durante a manhã, mais de duas mil pessoas já tinham preenchido o inquérito que o IM tem na Internet sobre os efeitos sentidos. O sismo foi sentido à volta de oito segundos, embora a duração dependa de factores como o tipo de solos, construção ou altura dos edifícios. Há relatos que vão até aos dez segundos. Foi mais sentido no Algarve. Na escala modificada de Mercalli (que mede os estragos num determinado sítio, indo de I a XII), a intensidade atingida em Lagos e Portimão foi V. Tal significa que o sismo sentiu-se mesmo na rua, que acordou as pessoas, agitou líquidos em repouso, derrubou pequenos objectos, fez abrir e fechar portas e parou ou acelerou relógios de pêndulo. Para Lisboa, a intensidade foi IV, mas é provável que suba para V nalguns locais, refere Carrilho. Perto da costa causa danosA zona onde ocorreu o sismo, a uma profundidade de 30 quilómetros no interior da crosta, é uma velha conhecida dos cientistas pela sua actividade sísmica. Ali, na margem Oeste e Sul de Portugal continental fica a fronteira entre as placas tectónicas euroasiática e africana. E elas estão em colisão, à velocidade de quatro milímetros por ano, o que gera sismicidade. Falhas tectónicas activas não faltam naquela zona - como a Ferradura, a sul do epicentro do sismo, ou a do Marquês de Pombal, a noroeste. Mas é prematuro associar uma destas falhas ao sismo, que teve uma certa profundidade. "Pode haver uma falha pré-existente em profundidade e não haver vestígios à superfície. Esta zona é de grande complexidade tectónica", diz Fernando Carrilho. Sismos como o que destruiu Lisboa em 1755 - com 8, 7 e 8, 8 de magnitude, um dos maiores de que há memória na Terra - foram gerados naquela região. "Os principais sismos que afectaram o nosso território tiveram praticamente todos origem nesta zona", resume Carrilho. Com a magnitude que atingiu, o sismo de ontem é o maior desde o de 1969, com magnitude entre 7, 3 e 7, 8 e também no mar, na mesma região de fronteira de placas. Apesar da energia libertada então, não houve danos de relevo, à excepção de algumas casas danificadas no Algarve. Outro exemplo de um sismo em terra (ou perto) com danos é o de 1998, nos Açores. Também com magnitude seis, e epicentro a menos de dez quilómetros do Faial, matou oito pessoas e feriu 150. Mas um sismo como o de ontem não tem de ser em terra para causar destruição. "Um sismo de magnitude seis a 20 quilómetros da costa já seria capaz de provocar danos", sublinha Carrilho. "A libertação dessa quantidade de energia numa zona mais próxima das populações teria um impacto maior. Com a distância, a energia sísmica diminui. " Também José Borges não hesita em responder que a 20 quilómetros haveria danos: "Seguramente que sim. "
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave violência
Argentina goleia Coreia do Sul por 4-1
A selecção da Argentina goleou esta tarde a Coreia do Sul por 4-1, no arranque da segunda jornada do Grupo B do Mundial 2010. (...)

Argentina goleia Coreia do Sul por 4-1
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 2 Asiáticos Pontuação: 6 | Sentimento 0.0
DATA: 2010-06-17 | Jornal Público
SUMÁRIO: A selecção da Argentina goleou esta tarde a Coreia do Sul por 4-1, no arranque da segunda jornada do Grupo B do Mundial 2010.
TEXTO: O homem do jogo foi o atacante do Real Madrid Gonzalo Higuaín, com três golos marcados, tornando-se no terceiro jogador argentino a alcançar este feito em toda a história dos Mundiais de futebol. O marcador mexeu pela primeira vez com um golo na própria baliza do sul-coreano Chuyoung, aos 17 minutos. O segundo golo da Argentina – o primeiro de Higuaín – chegou aos 33’. A Coreia do Sul conseguiu reduzir ainda na primeira parte, aos 45+1’, por intermédio de Chuyoung, que desta vez marcou na baliza certa. O resultado final foi estabelecido na segunda parte, com mais dois golos de Higuaín, aos 76’ e aos 80’. A Argentina lidera o Grupo B, com seis pontos em dois jogos, depois de vitórias frente à Nigéria (1-0) e Coreia do Sul (4-1). A selecção asiática tem três pontos, resultantes da vitória na primeira jornada sobre a Grécia (2-0). Grécia e Nigéria perderam os respectivos jogos inaugurais e defrontam-se esta tarde em Bloemfontein.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave homem
Luanda é a cidade mais cara do mundo
Tóquio foi destronada por Luanda como a cidade do mundo mais cara para os gestores expatriados. (...)

Luanda é a cidade mais cara do mundo
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 2 Asiáticos Pontuação: 6 | Sentimento 0.0
DATA: 2010-06-29 | Jornal Público
SUMÁRIO: Tóquio foi destronada por Luanda como a cidade do mundo mais cara para os gestores expatriados.
TEXTO: De acordo com o estudo “Cost of Living Survey”, da consultora Mercer, a capital angolana roubou o título do local mais dispendioso para um gestor viver: o alojamento é três vezes mais caro do que em Lisboa e duas vezes superior ao de Tóquio. Um menu fast food custa 12, 7 euros, valor muito superior aos 4, 65 euros pagos em Lisboa, ou 4, 53 euros em Londres. A capital portuguesa ocupa a 72ª posição em 214 cidades analisadas. Ainda assim, arrendar um T2 de luxo em Lisboa sai mais caro do que em Roma, Amesterdão, Bruxelas ou Madrid. No fundo da tabela está a populosa Karachi, no Paquistão, o local do mundo onde é mais barato viver. Em média, Luanda é três vezes mais cara do que a antiga capital paquistanesa. Depois de Luanda e de Tóquio, Ndjamena, no Chade, Moscovo e Genebra ocupam a terceira, quarta e quinta posição na tabela. Nos dez primeiros lugares estão três cidades africanas, três asiáticas e quatro europeias. No continente Americano, as cidades brasileiras estão entre as mais caras devido à queda do dólar face ao real. São Paulo ocupa a 21ª posição do ranking e o Rio de Janeiro a 29ª. Já Nova Iorque (27ª) é a cidade mais cara dos Estados Unidos. O estudo da Mercer mede o custo comparativo de mais de 200 produtos representativos dos padrões de consumo dos executivos expatriados, incluindo habitação, transportes, alimentação, vestuário, bens domésticos e entretenimento.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave consumo estudo
O pólo de desenvolvimento lançado há meio século que nunca atingiu a medida da sua ambição
A geração dos superpetroleiros capazes de transportar 600 mil toneladas de crude de uma só vez foi a grande promessa da engenharia mundial do início da década de 1970. Sines quis ser um dos primeiros portos do mundo capazes de a receber, mas não contava com o que vinha a seguir. (...)

O pólo de desenvolvimento lançado há meio século que nunca atingiu a medida da sua ambição
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 2 Asiáticos Pontuação: 6 | Sentimento -0.16
DATA: 2010-11-14 | Jornal Público
SUMÁRIO: A geração dos superpetroleiros capazes de transportar 600 mil toneladas de crude de uma só vez foi a grande promessa da engenharia mundial do início da década de 1970. Sines quis ser um dos primeiros portos do mundo capazes de a receber, mas não contava com o que vinha a seguir.
TEXTO: A crise petrolífera de 1973 eclodiu e com ela caíram os gigantes do mar, o sonho da expansão económica mundial sem limites e da industrialização do país. Só houve tempo para construir um desses navios brutais. Sines nunca o viu atracar. Seis anos mais tarde, o molhe do porto desfez-se. Os temporais do Inverno varreram a barreira de pedra com blocos de 50 toneladas cada um, como se fossem seixos, e foi preciso mais de uma década para a sua reconstrução. Quando isso aconteceu, estava o mundo a sair já de uma segunda crise petrolífera. Uma ironia, uma maldição, um elefante branco. Nem todos concordarão que estas são as palavras adequadas à história de um porto que nunca chegou a ser o pólo de desenvolvimento industrial ambicionado pelos seus criadores – João Salgueiro, por exemplo, não concorda. São, porém, expressões frequentemente associadas ao que foi a expectativa e o resultado do maior projecto industrial de sempre do país e que o projectava para o exterior. Nada se assemelhou a ele nem antes nem depois. O caminho foi preparado com método, como mandam os manuais e não como fazem os portugueses. O Governo tinha uma visão de política industrial para o país, Rogério Martins, então ministro da Indústria, era um dos seus responsáveis. “O regime industrial que vigorou no último quarto de século nem permitiu [que] nos aproximássemos do conjunto dos países europeus economicamente avançados, diminuindo a distância que deles nos separava, nem melhorou a nossa posição em relação a outros (. . . ). Temos, e rapidamente, que mudar de via para nos industrializarmos a fundo”. As palavras de Rogério Martins, estranhamente actuais, são de Fevereiro de 1970, era então ministro da Indústria, e foram ouvidas no célebre Colóquio sobre Política Industrial em Lisboa. Em plena primavera marcelista, muitos esperaram que de lá saísse uma “nova política industrial”. As conclusões não chegaram a tanto, diz Maria Fernanda Rollo, no estudo “Marcelo Caetano: política económica e modernização”. A matriz política que gerou o projecto de Sines estava no entanto concebida, o país traçava os seus objectivos em planos de fomento (ia no terceiro) e a ala mais reformadora do Governo de Marcelo Caetano manifestava-se na economia. Rogério Martins, o homem que veio a tomar a iniciativa e lançar o projecto de Sines, defendia uma nova política industrial que, “rejeitando a autarcia, procure estimular o equilíbrio da balança comercial na base do desenvolvimento da exportação de produtos que possamos produzir em condições de custos internacionalmente concorrenciais e que favoreçam, ao mesmo tempo, o rápido crescimento do valor acrescentado pelos factores produtivos nacionais”. Eram as indústrias extractivas, químicas e metalúrgicas, agro-florestais, intensivas em mão-de-obra adaptável e com baixo custo de transporte, portuárias e exportadoras e Sines devia ser o pólo agregador desta chamada indústria de base. A história não deu tempo a Rogério Martins, lembra a historiadora, mas a ambição estava à vista. Não se projectava apenas um novo pólo industrial para o petróleo, petroquímica, recursos minerais, produção de energia e metalomecânica, tudo servido por um grande porto virado para o Atlântico. Desenhava-se também de raiz uma nova cidade, uma rede viária e um pólo logístico. Criou-se o Gabinete da Área de Sines (GAS), uma entidade com poderes de licenciamento e fiscalização equiparados aos de uma câmara municipal e na dependência da Presidência do Conselho de Ministros. O decreto-lei que define as competências extraordinárias desta entidade saiu em 19 de Junho de 1971 e continha quatro pressupostos estratégicos: parte da grande indústria localizada no estuário do Tejo passaria para Sines, seria construído um complexo industrial de grandes dimensões adaptado às novas tecnologias, seria capaz de responder à fase de expansão económica europeia e de aproveitar os recursos nacionais e permitiria reordenar o território. Sines tinha o que se procurava: espaço para criar uma nova cidade cerca de 100 quilómetros afastada do complexo-industrial Lisboa-Setúbal e as águas profundas que os estuários do Tejo e do Sado não tinham e sem as quais os grandes petroleiros, graneleiros e mineraleiros não poderiam atracar. Tinha também as melhores condições para dispersão da poluição atmosférica, já que estavam em causa indústrias com forte impacto ambiental. Maria Fernanda Rollo fala numa “tripla maldição”. A crise petrolífera de 1973, a mudança de regime em 1974 e os temporais que destruíram o molhe do porto no Inverno de 1978/79 “condicionaram, de forma decisiva, o ritmo e o conteúdo efectivo das diferentes fases por que foi passando”. O choque entre o sonho e a realidade de um porto que não conseguira chegar ao patamar de grande pólo industrial gerou um elefante branco e por muitos anos assim foi chamado. Há quem tenha, no entanto, posições menos negativas. José Torres Campos, no Dicionário de História do Estado Novo, admite que “a análise desapaixonada que hoje é possível fazer reconhecerá que Sines é uma infra-estrutura portuária básica e indispensável ao país”. O conselho de gestão do GAS, já próximo da sua extinção formal, em 1986, assume que os choques petrolíferos, a recessão económica, as inovações tecnológicas e as dificuldades de acesso às matérias-primas das colónias africanas, tornadas independentes desde 1975, “puseram definitivamente em causa as unidades industriais de grande capacidade já então em fase de impossível recuo – a Petrogal e a CNP – e, por último, as unidades cuja implantação foi adiada ou cancelada – Siderurgia, Pirites e Adubos”. Brandão Alves, economista do ISEG com trabalho feito na área da economia regional, diz que o significado de pólo de desenvolvimento na teoria económica é rico, mas que foi “gradualmente desvirtuado para justificar financiamentos”. Os pólos industriais nascem da ideia de uma “indústria motriz atrás da qual vem tudo o resto”, mas, tal como os motores de um automóvel, precisam de correias de transmissão. “Caso contrário, não se vai a lado nenhum”. E foi o que aconteceu em Sines, segundo este economista, também ex-presidente da Associação nacional de Direito ao Crédito, que promove o microcrédito em Portugal. O país pegou num conceito económico que resultou bem em outros sítios do mundo e esqueceu-se de cuidar das correias de transmissão. “Os portugueses são bons a imitar, mas os modelos e as correias de transmissão não se compram feitos”. E o que são as correias de transmissão em Sines? Brandão Alves admite que poderá ser a relação de dependência do projecto com o exterior. Dependia muito do exterior e do petróleo enquanto nada no exterior dependia de Sines. “É fazer com que as coisas se agarrem ao terreno, se não esvaem-se”, é fazer, diz mais à frente, com que se criem sistemas de irrigação, uma tese que aplica também à actualidade e a iniciativas lançadas “a pretexto do desenvolvimento do país”. São as iniciativas dos autarcas, as auto-estradas, enumera. O que ficou claro, para este economista, é que Sines não falhou no planeamento mas no confronto com a realidade. “Terá havido demasiada ambição inicial e esqueceu-se que o planeamento está sujeito à incerteza”. “Sines não é um elefante branco”, defende João Salgueiro, que era subsecretário de Estado do Planeamento Económico na época em que o projecto foi decidido e o acompanhou. “Veja o número de estabelecimentos que lá funciona – petrolífero (terminal petrolífero e a refinadora da Galp Energia), carvoeiro (terminal de carvão e central eléctrica da EDP a carvão), gás natural (terminal de recepção), porto de contentores e uma infra-estrutura urbana importante (Santo André)”. Sustenta este economista que o planeamento foi um factor valioso do projecto e “mesmo os projectos muito bem estudados estão sujeitos à conjuntura mundial”. O pólo de Sines não foi desenhado para ser apenas um porto, para a indústria do petróleo e do carvão, tinha previsto uma fábrica automóvel da Alfa Sud (Alfa Romeo) e uma metalúrgica ligada ao cobre, dois projectos que caíram entretanto. “O método sério de estudos não se usa hoje. O país regrediu na maneira como os grandes projectos são equacionados”, declarou. Salgueiro lembra-se que todos os estudos foram publicados, enquanto “hoje, não se explicam as alternativas”. Foram estudadas quatro localizações (Sines, Peniche, Arrábida e Lagos), mas as duas últimas saíram da lista por serem zonas de desenvolvimento turístico. A decisão recaiu sobre o Alentejo “porque não tinha um pólo urbano em crescimento”. Quanto ao projecto propriamente dito, nasceu de uma carência concreta. “A capacidade nacional de refinação estava quase esgotada. Cabo Ruivo alimentava o centro, Leixões o norte e faltava capacidade a sul. Sines respondia a essa necessidade”. Foi feito para dar refinação e um porto de transhipment ao país, que levasse o crude refinado para o resto da Europa, tal como Roterdão. O sonho que hoje até parece excessivo tinha outras bitolas na época. Portugal tinha então o maior estaleiro naval do mundo, com 11 mil trabalhadores. José Poças Esteves, economista da Saer e um dos defensores do desenvolvimento da economia do mar, refere que a conversão gradual de Sines num projecto eminentemente energético acabou por o condicionar. “Na altura, pensava-se que teria outra finalidade, mas na verdade estava-se fundamentalmente preocupado com a alimentação de energia ao país”. Veio o 25 de Abril, o país “virou costas ao mar e a economia passou para segundo plano”, diz Poças Esteves. Quando voltou a olhar para Sines, tinha na mão um elefante branco. “O mundo tinha evoluído para a globalização competitiva”, uma boa parte da qual baseada na economia do mar, o que se traduzia muito mais em movimentações de carga entre regiões do que na componente da energia, de acordo com Poças Esteves. Para ser porto de transbordo e plataforma logística da globalização falta-lhe ainda hoje o que sempre lhe faltou: um escoamento rápido de mercadorias para o hinterland ibérico, por via ferroviária, em bitola europeia e através do Poceirão, para a partir daí seguir para Lisboa e para Madrid. O economista assume que Sines deve conjugar as duas valências, de centro de energia e de porto de carga, porque “as duas são precisas”, e encontra hoje sinais positivos e de bom senso nos decisores políticos sobre esta matéria. O que espera é que os sinais “sejam seguros”. Na recente visita do chefe do estado chinês a Portugal, Hu Jintao, o projecto de Sines esteve à mesa das conversações. Poças Esteves considera isso como “um sintoma a apontar para uma nova visão”. Só falta saber se vai provocar a mudança que falta. A primeira grande infra-estrutura dedicada ao transporte de carga em Sines, nascida com o terminal XXI no início da década de 2000, não foi capaz de o fazer. Bem compararam o terminal a uma “Ota do transporte marítimo”, mas a ambição foi mais uma vez maior do que a realidade. Nessa altura, a concessão foi entregue à PSA de Singapura. Tal como então, os interlocutores do Governo português voltam a ser asiáticos.
REFERÊNCIAS:
Klaus Regling, o alemão que reúne os milhões de que Portugal precisa
Já foi dado como potencial sucessor a Jean-Claude Trichet na presidência do BCE, embora a Alemanha não o queira perder da liderança do Fundo Europeu de Estabilidade Financeira. Figura despercebida, homem da confiança da chanceler alemã, Klaus Regling é, há pouco menos de um ano, o ‘tesoureiro dos aflitos’. (...)

Klaus Regling, o alemão que reúne os milhões de que Portugal precisa
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 2 Asiáticos Pontuação: 6 | Sentimento 0.0
DATA: 2011-04-15 | Jornal Público
SUMÁRIO: Já foi dado como potencial sucessor a Jean-Claude Trichet na presidência do BCE, embora a Alemanha não o queira perder da liderança do Fundo Europeu de Estabilidade Financeira. Figura despercebida, homem da confiança da chanceler alemã, Klaus Regling é, há pouco menos de um ano, o ‘tesoureiro dos aflitos’.
TEXTO: Director do fundo de ajuda aos países em dificuldades na zona euro desde Julho, este alemão de 60 anos que foi conselheiro de Angela Merkel entre 2008 e 2009 é o rosto do veículo de ajuda que está a ser desenhado para Portugal no âmbito do fundo de socorro aos países em dificuldade na zona euro fundo (FEEF ou EFSF, na sigla convencionada internacionalmente). Antes de Portugal pedir socorro, Regling dizia estar pronto para o accionar. E voltou a repeti-lo agora com mais detalhe: dez dias depois de a “troika” formada pela Comissão Europeia, Banco Central Europeu (BCE) e Fundo Monetário Internacional (FMI) definir finalmente o montante e as condições do plano de ajuda, estará pronto para avançar com o programa. Regling assumiu a liderança do FEEF como o seu primeiro director quando muitas questões estavam em aberto sobre o futuro do fundo. A Grécia tinha sido socorrida pela União Europeia em Maio, fora do quadro de ajuda do FEEF, e cuja criação foi decidida nesse mesmo dia. A The Economist elogiava-lhe na altura o currículo. Sobre ele escreveu que o passado profissional recomendava um nome como o de Regling para um programa essencial, dizia a revista britânica, para assegurar a assistência financeira de emergência na zona euro num momento de crise. Passou décadas entre Washington, Berlim e Bruxelas, a saltar entre funções governativas na Alemanha e gabinetes do FMI e da Comissão Europeia. No ano em que termina o mestrado em Economia (1975), na Universidade de Regensburg, já formado em Hamburgo, vai para Washington como investigador e economista do FMI. Cinco anos mais tarde, regressa a Berlim e por mais cinco aqui fica: primeiro, no departamento económico da associação de bancos alemães (durante um ano) e, depois, como economista no Ministério alemão das Finanças, onde voltará mais tarde, em 1991. Pelo meio, regressa ao FMI, como responsável pela divisão internacional de mercados de capitais – e, aqui, trabalha em Washington e em Jacarta, quando está com o dossier dos países africanos e asiáticos. A aproximação ao círculo de Bruxelas dá-se, precisamente, nos oito anos em que passará por três departamentos do Ministério alemão das Finanças: nos anos 1990, é uma peça fundamental na criação do Pacto de Estabilidade e Crescimento (PEC) – uma exigência alemã para aderir ao euro. O FEEF de ReglingUm interregno de dois anos em funções governativas, como analista do Moore Capital Strategy Group, dá-lhe tempo para depois voltar aos corredores da UE. Desta vez, já não como responsável da Alemanha, mas com assento na Comissão Europeia. Regling passa a director-geral dos Assuntos Económicos e Financeiros, assumindo a pasta durante oito anos, até passar a consultor da chanceler alemã através de um comité de avaliação de políticas financeiras. É depois disso que fica com a direcção do fundo criado na União Europeia. O modelo grego inspirou a ajuda que depois Regling coordenou à Irlanda. E já depois disso, as incertezas quanto ao futuro de uma Europa a lidar com os países periféricos a lutarem contra a crise da dívida soberana, Regling viu adiadas para Junho deste ano medidas para flexibilizar o FEEF, enquanto já se acerta o mecanismo que vai substituir o actual fundo de ajuda em 2013. Ao mesmo tempo, tem sido colocado na lista dos potenciais candidatos para presidir ao BCE, quando Jean-Claude Trichet terminar, em Outubro, o mandato de oito anos. A favor teria o facto de ser alemão (depois de Weber se afastar da corrida), mas Berlim quer assegurar o lugar no FEEF e contra si joga também o facto de nunca ter sido governador de um banco central. Reformas em troca de assistência“A estratégia adoptada para preservar a estabilidade financeira na zona euro funciona. Isso não quer dizer que todos os problemas estejam resolvidos. Mas o euro, enquanto tal, não está em questão”, dizia Regling numa entrevista publicada no início da semana passada simultaneamente nos jornais Irish Times (irlandês), La Tribune (francês) e Der Standard (austríaco). A Irlanda foi socorrida já neste quadro de ajuda – em que a assistência do fundo é negociada entre o país e a Comissão Europeia, o BCE e o FMI – e Portugal terá o pacote de assistência definido antes de uma flexibilização, previsivelmente em Junho, do actual fundo – visto entre os 17 do euro como a tábua de salvação dos países em dificuldades. Em Março, os Estados-membros assumiram um acordo de princípio que estabelece o reforço da capacidade efectiva de empréstimo do fundo de 220 mil milhões de euros para 440 mil milhões de euros. Como a Grécia e a Irlanda, Portugal terá de assumir compromissos, já que os programas de assistência financeira concedidos aos dois países resgatados foram accionados para permitir o equilíbrio, a prazo, das finanças públicas desses países. A contrapartida é o cumprimento de um plano de austeridade negociado com os governantes. Planos “draconianos”, como corre na imprensa internacional: descidas dos salários, redução das pensões, aumento da carga fiscal e restrições às contratações e cortes na função pública. Dizia há dias Regling, falando do “período particularmente difícil” que a Europa atravessa na zona euro: “A Grécia fez grandes progressos, mas tem ainda mais anos [em que vai precisar de aplicar medidas de austeridade]. A mesma coisa na Irlanda. Portugal conhece uma batalha política interna. Veremos se pede ou não assistência. Se o fizer, estaremos preparados [para accionar o programa de emergência] ”. Portugal pediu e o FEEF está pronto. O montante estimado por Bruxelas ronda os 80 mil milhões de euros, e será Klaus Regling que os irá reunir, quando o valor ficar finalmente definido, através de dotações dos Estados-membros do euro e do FMI. Uma estratégia, como diz, que serve para autonomizar as três economias tidas como as mais frágeis da moeda única e assim evitar o contágio a outros países da zona euro.
REFERÊNCIAS:
Entidades TROIKA UE FMI