Governo, PSD e CDS calados face a críticas do jornal do regime angolano
A denúncia feita pelo diário Jornal de Angola de que existe uma campanha contra Luanda "do poder ao mais alto nível em Portugal" esbarrou num muro de silêncio do Governo e dos dois partidos que o suportam. (...)

Governo, PSD e CDS calados face a críticas do jornal do regime angolano
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2012-11-13 | Jornal Público
SUMÁRIO: A denúncia feita pelo diário Jornal de Angola de que existe uma campanha contra Luanda "do poder ao mais alto nível em Portugal" esbarrou num muro de silêncio do Governo e dos dois partidos que o suportam.
TEXTO: No editorial, com o título "Jogos Perigosos", o jornal oficial do regime deixa um aviso: "As relações entre Angola e Portugal são prejudicadas quando se age com tamanha deslealdade". É a reacção de Angola à notícia publicada há dois dias pelo semanário Expresso sobre a abertura de um inquérito-crime pela Procuradoria-Geral da República (PGR) por fraude fiscal e branqueamento de capitais contra três destacadas figuras do Estado angolano, próximas do Presidente José Eduardo dos Santos: Manuel Vicente, vice-presidente de Angola e ex-director-geral da empresa petrolífera nacional Sonangol; o general Hélder Vieira Dias, ministro de Estado e chefe da Casa Militar da Presidência da República, e o general Leopoldino Nascimento, consultor do ministro de Estado e ex-chefe de Comunicações da Presidência. No editorial de segunda-feira, os generais Hélder Vieira Dias e Leopoldino Nascimento são apontados como "militares angolanos com o estatuto de Heróis Nacionais". No editorial são feitas acusações ainda a "Mário Soares, Pinto Balsemão e Belmiro de Azevedo e outros", porque "amplificam o palavreado criminoso de um qualquer Rafael Marques [jornalista e activista anti-corrupção], herdeiro do estilo de Savimbi". Contactado pelo PÚBLICO, o gabinete do primeiro-ministro informou que o chefe do Governo estava "mergulhado" na visita de Angela Merkel. E os dois partidos que apoiam o Governo optaram por não fazer declarações sobre o assunto. Contacto idêntico foi feito junto do gabinete do ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Portas, mas sem sucesso. O assessor de Portas, Miguel Guedes, não atendeu os vários telefonemas feitos pelo PÚBLICO. E ao fim do dia, uma secretária do ministro dos Negócios Estrangeiros revelou que Paulo Portas e o seu assessor estavam a caminho do Cairo. Também o socialista Alberto Martins, presidente da Comissão de Negócios Estrangeiros e Comunidades Portuguesas, mostrou-se indisponível para comentar o assunto por não ter informação suficiente e por considerar que deveria ser o Governo português a pronunciar-se sobre as denúncias feitas pelo Jornal de Angola, uma vez que a representação externa de Portugal compete ao Executivo de Passos Coelho. Apanhado de surpresa, Jorge Braga de Macedo, responsável pelas relações internacionais no PSD, pediu que lhe fosse enviado um e-mail para se poder pronunciar sobre o tema, mas não chegou nenhuma posição do antigo ministro das Finanças. Apesar de considerar que o assunto é da maior relevância, o vice-presidente do CDS-PP, o eurodeputado Nuno Melo, disse não estar legitimado em nome da direcção do seu partido para prestar declarações. A PGR decidiu abrir um inquérito-crime por considerar haver "indícios suficientes", depois de feita "uma análise financeira a diversas transferências e depósitos bancários efectuados em Portugal", embora o processo se encontre numa fase preliminar de investigação e sem que nenhum dos três visados tenha sido, até agora, constituído arguido.
REFERÊNCIAS:
Facebook: o achatamento das nossas vidas
Quando falamos no Facebook dizemos mais do que gostaríamos, porque dizemos tudo a todos. (...)

Facebook: o achatamento das nossas vidas
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2012-11-24 | Jornal Público
SUMÁRIO: Quando falamos no Facebook dizemos mais do que gostaríamos, porque dizemos tudo a todos.
TEXTO: Não é preciso ser Fernando Pessoa nem sofrer de personalidade múltipla para ser várias pessoas. Todos somos várias pessoas. Todos temos várias versões do nosso eu, várias personae, que activamos e desactivamos ao longo do dia conforme as circunstâncias e os interlocutores, que modulamos automática mas precisamente no espaço de uns segundos, de forma a obter o máximo benefício possível das nossas interacções com os outros. Não mostramos a mesma personalidade quando falamos com a nossa namorada ou com o pai da namorada. Não falamos com os nossos filhos como falamos com o nosso chefe no trabalho. Não contamos as mesmas anedotas à nossa mãe e aos colegas do trabalho. Nem sequer somos os mesmos com os amigos do futebol e os amigos da universidade. O nosso tom de voz muda, a atitude corporal muda, o olhar, as interjeições, o léxico, a maneira de rir. Vivemos bem com esta multiplicidade de eus. Satisfaz-nos as várias facetas da personalidade. Podemos ser reflectidos e atrevidos, tímidos e espalhafatosos, sérios e brincalhões, prudentes e aventureiros, serenos e frenéticos, todas essas coisas que todos somos. Na vida real podemos ser uma coisa para cada pessoa, uma pessoa para cada circunstância. Sem que cada um saiba como somos para os outros. Mas nas redes sociais tudo muda. E muda porque na web usamos apenas uma personalidade. Sim, é verdade que podemos criar vários avatares, heterónimos com vidas próprias, cada um com os seus gostos e idiossincrasias, mas só quem tenha realmente tentado fazê-lo sabe como isso é difícil de gerir. Tão difícil que rapidamente se abandonam os heterónimos. Quando comecei a usar o Facebook também o tentei fazer, criando um perfil profissional e outro pessoal – muita gente que ainda o faz – mas a dificuldade começa na definição das fronteiras. Os dois mundos têm demasiadas intersecções, há demasiadas coisas que queremos partilhar com ambos. E há muitas coisas que só queremos partilhar com um subconjunto de um desses mundos, ou com um subconjunto dos dois – os que são do nosso clube, os amantes de poesia. . . É demasiado complicado, ingerível. Enganamo-nos, publicamos isto sob a personalidade do outro, trocamos amigos. Exige a paciência de um obsessivo e mais tempo livre do que temos. Começamos a meter as mesmas pessoas nas duas redes e os dois grupos acabam por ficar iguais um ao outro, acabamos a assumir que somos só um, com tudo ao molho, com amigos que não se falam uns aos outros, cheios de contradições e gostos heterogéneos. Na vida real podemos dizer tudo mas apenas uma parte a cada um. Nas redes dizemos tudo a todos, ao mesmo tempo. Há um achatamento de todos os planos da nossa vida num único, como quando fazemos flatten num programa de desenho. Sim, é possível seleccionar, criar grupos, definir privilégios, escolher com quem se partilha o quê – mas, mais uma vez, já o tentaram fazer? É possível, mas trabalhoso. Acabamos sempre por concluir que não vale a pena. Para quê? Não temos nada a esconder!Esta é, para mim, uma das principais características do Facebook: a perda (relativa, não absoluta) da multidimensionalidade das nossas relações. Quando falamos no Facebook dizemos mais do que gostaríamos, porque dizemos tudo a todos. Claro que satisfaz o nosso voyeurismo (“Olha, a Maria faz culturismo!”) e claro que há demasiada informação para que toda a gente repare em tudo o que nos diz respeito. Estamos relativamente protegidos pela densa nuvem de dados. Mas com um mínimo de atenção uma pessoa conhecida mas com quem habitualmente não partilharíamos informação conhece todos os membros da nossa família, onde trabalham e quando fazem anos, conhece as nossas ideias políticas, paixões clubísticas, preferências políticas e literárias, o que fazemos nas férias, que livros lemos, que filmes vemos e, claro, quem são os nossos amigos, colegas e conhecidos. E isto quando se trata de um amador. Porque um bom programa de data mining, daqueles que são usados pelos serviços de informações, consegue escavar mais fundo e concluir, pela análise textual do que escrevemos e pelo nosso ciclo de actividade online, quase tudo o que nos passa pela cabeça (estado de saúde, estado de espírito). Se tivesse Facebook George Smiley nunca teria precisado de sair de Oxford. Qual é o problema? Para começar há (terríveis) problemas de privacidade. Há quem anteveja nos próximos anos uma epidemia de abusos em relação aos adolescentes de hoje que, impensadamente, se habituaram a viver na rede, em estado de e-comunitarismo total e permanente, partilhando pormenores íntimos e fornecendo, sem o saber, dados que podem prejudicar seriamente a sua possibilidade de obter uma bolsa, de conseguir um emprego ou uma promoção, de ter um empréstimo do banco, de fazer um seguro de saúde, etc. Pode não se tratar de algo muito violento. Numa sociedade relativamente aberta e com algumas protecções democráticas, como aquela em que ainda vivemos, isso pode não significar risco de prisão por crime de opinião ou condenação ao ostracismo devido às preferências sexuais. Mas significa que certas pessoas, com algumas fragilidades (uma tendência para a depressão, uma vida amorosa infeliz, uma família disfuncional, uma linguagem pouco cuidada, amigos pouco recomendáveis, atitudes demasiado assertivas, preferências heterodoxas de qualquer tipo, sejam elas vestimentárias ou alimentares), podem ter uma vida um tudo-nada mais difícil que as outras. Pode ser uma coisa estatística, um desvio ligeiro. Mas isso, ao longo dos anos, pode ir empurrando pessoas com determinadas características para novos guetos – bolsas de desemprego, de menor protecção social, menos acesso a todo o tipo de bens. Mas isso não é tudo. Este achatamento dos vários planos da nossa vida numa comunicação cândida do que fazemos, pensamos, gostamos e desejamos, numa esfera aparentemente global, padece de dois defeitos: ela nem é suficientemente privada, nem totalmente pública, situando-se num limbo vago de meias-tintas relacionais e sociais. O que estaremos a perder com esta insuficiência de intimidade, com esta escassez de silêncio, de recolhimento, de reflexão íntima, de modéstia, de introspecção, com estes novos hábitos de pensar-dizer e de sentir-dizer que se instalaram na juventude? Não sei. Mas receio que algo se perca de importante. Por outro lado, se comunicar no Facebook é comunicar num novo “espaço público”, de infinitas e interessantes possibilidades, esse espaço é, de facto, fragmentado. Um conjunto de bolhas, que se intersectam e onde existem inúmeros vasos comunicantes, é certo, mas mundos independentes. Se é certo que se pode lançar uma informação no Facebook que dá a volta ao mundo num dia, é igualmente verdade que muito do que se passa aqui é absolutamente opaco para o mundo. É por isso que, apesar do Facebook, a imprensa e o jornalismo continuam a desempenhar um papel fundamental, na criação de um verdadeiro espaço público, verdadeiramente aberto a todos e partilhável por todos.
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Partidos LIVRE
Durão Barroso promete defender euro como "símbolo da unidade" europeia
Perante as críticas, Comité Nobel justifica a escolha e diz que prémio é merecido e necessário. (...)

Durão Barroso promete defender euro como "símbolo da unidade" europeia
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2012-12-10 | Jornal Público
SUMÁRIO: Perante as críticas, Comité Nobel justifica a escolha e diz que prémio é merecido e necessário.
TEXTO: O prémio Nobel da Paz foi na tarde desta segunda-feira formalmente entregue à União Europeia (UE) numa cerimónia solene em Oslo em que Heródoto, Espinosa e Abraham Lincoln foram citados para celebrar o génio e a audácia que marcaram a concepção do maior projecto de paz da História. "Que audácia a dos pais fundadores da Europa, ao afirmarem: 'Sim, podemos, podemos acabar com o ciclo interminável da violência, podemos pôr fim à lógica da vingança, podemos construir unidos um futuro melhor. ' Que poder o da imaginação", afirmou Herman Van Rompuy, presidente do Conselho Europeu, no discurso de aceitação do prémio que proferiu a meias com Durão Barroso, presidente da Comissão Europeia. O Nobel da Paz 2012 recompensa o papel da União Europeia (UE) na transformação de “um continente de guerra num continente de paz” e pelo seu contributo para a democracia e os direitos humanos. Foi anunciado em Outubro como forma de impulsionar uma saída da crise que a UE atravessa. Perante uma sala à cunha, onde estavam sentados cerca de um milhar de convidados, e que contou com a presença da maior parte dos chefes de Estado ou de Governo da UE, Van Rompuy considerou que "na política, como na vida, a reconciliação é a parte mais difícil", porque "vai para além do perdão e do esquecimento, ou de um mero virar de página". Embora tivesse reconhecido que a Europa talvez pudesse viver actualmente em paz mesmo sem a UE, Van Rompuy considerou que "não teria sido uma paz com a mesma consistência, uma paz duradoira" mas antes "um cessar-fogo glacial". E mesmo se é "inconcebível", a guerra não se tornou "impossível", sublinhou. Para Van Rompuy, a UE não pode continuar a depender da promessa de paz para mobilizar os seus cidadãos. Sobretudo no contexto da actual crise económica, em que a prosperidade e o emprego, "pedras angulares das nossas sociedades", estão ameaçados, tornando "natural que os corações endureçam, " que os interesses nacionais se sobreponham ao interesse comum, "que se reabram velhas fracturas e reapareçam estereótipos há muito esquecidos". E mesmo se não serão estas dificuldades que farão a Europa retroceder "para as trevas do passado", a verdade é que "o desafio que a Europa está a enfrentar é real", enfatizou, acrescentando: "A presença de tantos líderes europeus nesta cerimónia é bem a prova de uma profunda convicção comum: sairemos juntos desta crise, e sairemos mais fortes" graças à grande capacidade que a UE tem de se "reinventar". A UE é um "estado de espírito"Durão Barroso sublinhou por seu lado que a paz só é possível "se as pessoas se sentirem confiantes" e se "se sentirem em paz com o seu sistema político". Invocando Espinosa, Barroso sublinhou que a UE não se limita à paz entre as nações, mas constitui "um estado de espírito, uma disposição para a benevolência, a confiança, a justiça". Na sua opinião, "o génio" dos pais fundadores da UE foi terem percebido que "para garantir a paz no século XX, as nações precisavam de pensar além do Estado-Nação". E, nesse contexto, a "singularidade" do projecto europeu foi ter aliado a "legitimidade dos estados democráticos à legitimidade das instituições supranacionais" que "protegem o interesse geral europeu e encarnam a comunidade de destino" que constitui a UE. "Enquanto comunidade de nações que ultrapassou a guerra e lutou contra o totalitarismo, estaremos sempre ao lado dos que perseguem a paz e a dignidade humana", afirmou Barroso, lançando um apelo: "A actual situação na Síria é uma nódoa na consciência do Mundo e o Mundo e a comunidade internacional têm a obrigação de a solucionar". Antes dos discursos de Van Rompuy e Durão Barroso, Thorbjorn Jagland, presidente do Comité Nobel, já tinha sublinhado que a integração europeia "não é um dado adquirido". "Temos de lutar por ela todos os dias", afirmou. A presença de Angela Merkel, chanceler alemã, e François Hollande, presidente francês, sentados lado a lado na primeira fila dos expectadores "torna este dia muito simbólico para todos nós", afirmou Jagland, suscitando uma longa ovação na sala. Algumas ausências foram notadas: o primeiro-ministro David Cameron, por exemplo, fez-se representar pelo seu número dois Nick Clegg. Importância do euroPara falar de paz, Durão Barroso evocou aquele que considera ser um símbolo, a manter, da unidade entre os Estados-membros: o euro. "Hoje, um dos símbolos mais visíveis da nossa unidade está nas mãos de todos. É o euro, a moeda da nossa União Europeia. Nós defendê-la-emos”, declarouo momento de receber o prémio, juntamente com os presidentes do Conselho Europeu Herman Van Rompuy e do Parlamento Europeu Martin Schulz. Antes tinha considerado o prémio um “estímulo”, "um aviso” e também “um reconhecimento daquilo que foi feito ao longo destes 60 anos, mas também como um encorajamento para o futuro”. "A União Europeia ajudou construir a fraternidade entre nações e a promoção da paz que Alfred Nobel deixou como legado. O Prémio Nobel da Paz é assim merecido e necessário", justificou no seu discurso, já durante a cerimónia, o presidente do Comité Nobel da Noruega, Thorbørn Jagland. E acrescentou: "À luz da crise financeira que está a afectar tantas pessoas inocentes, o sistema político no qual a União se apoia é mais importante do que nunca. Precisamos de ficar unidos. Temos uma responsabilidade colectiva. Sem essa cooperação europeia, o resultado podia facilmente ter sido um novo proteccionismo, um novo nacionalismo, com o risco de se perderem as conquistas feitas. "Domingo à noite, numa conferência de imprensa no Instituto Nobel em Oslo, Van Rompuy antecipou-se a comentários e críticas daqueles que consideram que a UE não merece o galardão numa altura em que a crise põe à prova a solidariedade entre países membros. O responsável admitiu que “a UE atravessa um período difícil” e deixou uma mensagem em forma de promessa: “Saíremos deste período de incerteza e da recessão mais fortes do que antes. Queremos que a Europa volta a representar um símbolo de esperança. ” Esta segunda-feira, Van Rompuy terminou o seu discurso na cerimónia dizendo que tem orgulho em ser europeu. Marcha de protestoNo domingo à noite, cerca de mil pessoas juntaram-se numa marcha de protesto em Olso para contestar o prémio devido à participação de forças da UE em palcos de guerra e por causa das divisões entre países membros. Os manifestantes fizeram assim eco das palavras de anteriores Prémios Nobel da Paz como o antigo arcebispo sul-africano Desmond Tutu (1984), o líder histórico polaco Lech Walesa (1983), o activista dos direitos humanos na Argentina Adolfo Perez Esquivel (1980) ou o militante pela paz da Irlanda do Norte Mairead Maguire (1976) que criticaram a escolha. Walesa referiu-se, na altura, à notícia do prémio como "uma surpresa desagradável". "A União Europeia está certamente a tentar mudar a Europa e o mundo de forma pacífica mas é paga para isso", enquanto activistas o fazem correndo riscos e fazendo grandes sacrifícios, disse ainda. Numa carta aberta dirigida à Fundação Nobel, Desmond Tutu, Mairead Maguire e Adolfo Perez Esquivel consideraram que a UE não era "um dos 'campeões da paz' que Alfred Nobel teria em mente quando criou o prémio" e pediram que o valor de oito milhões de coroas suecas (cerca de 925 mil euros) não fosse entregue ao laureado deste ano. A UE tenciona reverter esse dinheiro a favor das crianças vítimas de conflitos armados. Na marcha de protesto de domingo à noite em Oslo, participaram dirigentes políticos do partido da esquerda que integra a coligação do Governo norueguês. A Noruega rejeitou, por duas vezes, em referendo, uma adesão à UE que começou com seis membros e caminha para os 28 membros, com a entrada em breve da Croácia. A banda portuguesa Oquestrada tocou na cerimónia de entrega do prémio, na Câmara Municipal de Oslo. Segue-se depois, em Estocolmo, a entrega dos prémios atribuídos pela Academia Sueca e também anunciados em Outubro: Medicina, Física, Química, Literatura e Economia.
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Entidades UE
FIFA: jogos da África do Sul antes do Mundial 2010 foram manipulados
Os encontros particulares disputados pelos anfitriões do Mundial 2010 antes do torneio foram falseados. (...)

FIFA: jogos da África do Sul antes do Mundial 2010 foram manipulados
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2012-12-16 | Jornal Público
SUMÁRIO: Os encontros particulares disputados pelos anfitriões do Mundial 2010 antes do torneio foram falseados.
TEXTO: Um relatório da FIFA demonstrou que os resultados dos jogos de preparação para o Mundial 2010 disputados pela selecção da África do Sul, anfitriã do torneio, foram manipulados. A informação foi tornada pública pela Federação sul-africana de futebol. A FIFA demonstrou de “forma irrefutável” que os resultados dos jogos de preparação para o Mundial 2010 foram manipulados, pode ler-se no comunicado da Federação. O principal responsável pela fraude seria Wilson Raj Perumal, um homem de negócios originário de Singapura e já condenado por factos semelhantes, nomeadamente na Finlândia em 2011. Perumal utilizava uma empresa de fachada, designada 4U, que supostamente trabalhava no desenvolvimento do futebol, mas que na verdade servia para corromper a Federação sul-africana de forma a manipular os resultados da equipa nacional. “Perumal e a 4U infiltraram-se na Federação antes do Mundial 2010 ao proporem uma ajuda para o desenvolvimento da arbitragem. A oferta incluía a disponibilização de árbitros credenciados pela FIFA para os encontros de preparação para o Mundial 2010”, acrescenta a Federação sul-africana. Nas partidas em causa, os Bafana Bafana venceram a Guatemala por 5-0, depois bateram a Colômbia por 2-1 e a Tailândia por 4-0, antes de cederem um empate (1-1) frente à Bulgária. Na altura, surgiram suspeitas em torno destes encontros devido aos penáltis duvidosos que foram assinalados, nomeadamente contra a Guatemala e Colômbia. “O relatório [da FIFA] identificou vários dirigentes da Federação sul-africana com ligações à sociedade 4U e exige ‘um exame profundo’” a esta situação, sublinha a Federação sul-africana de futebol, no seu comunicado. O director-geral da Federação sul-africana, Robin Petersen, declarou querer “agir contra todos os culpados pelos comportamentos irresponsáveis e criminosos neste escândalo”.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave ajuda homem
Relatório militar revela que tropas portuguesas participaram em decapitações
Exército português participou em Angola numa “acção punitiva” em que “terroristas” foram decapitados. Havia testemunhos pessoais destas práticas, mas este é o primeiro documento escrito. (...)

Relatório militar revela que tropas portuguesas participaram em decapitações
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 2 | Sentimento -0.1
DATA: 2012-12-16 | Jornal Público
SUMÁRIO: Exército português participou em Angola numa “acção punitiva” em que “terroristas” foram decapitados. Havia testemunhos pessoais destas práticas, mas este é o primeiro documento escrito.
TEXTO: A violência do documento é óbvia e incómoda, por vezes desconcertante. Tão desconcertante na sua brutalidade, que se tivesse sido produzido pelos inimigos dos militares portugueses que participaram na guerra colonial em Angola, dificilmente seria mais verosímil. A “cerimónia” de fuzilamento com mutilação de cadáveres começou às 10h30 na sanzala Mihinjo, a cerca de 20 quilómetros de Luanda. É descrita em 11 pontos, sendo o primeiro uma explicação muito incompleta dada ao povo pelo soba, o chefe tribal, para a presença de um pelotão de execução português. Segue-se o disparo do que devem ser seis pistolas-metralhadoras. E os suspeitos de terrorismo caíram. Depois, vem a violência extrema. “5 – Avançaram os cortadores de cabeças. Cumpriram a sua missão. 6 – Avançou o soba. Colocou as cabeças nos paus. Ficaram dois sem cabeça. As cabeças ficaram espetadas pela boca, submissamente viradas para o chão. 7 – Clarim tocou ombro arma, apresentar arma. 8 – Soba falou ao povo, explicando a razão porque tinham ficado dois paus sem cabeça, à espera dos futuros não respeitadores da lei. 9 – Ao soba eu disse: os corpos podem ser enterrados as cabeças ficam sete dias, os paus ficam para sempre. ”Quem quer deixar a mensagem dos paus vazios “para sempre” é um capitão do Exército português e autor do relatório militar onde são descritos os acontecimentos que tiveram lugar a 27 de Abril de 1961. Este capitão de cavalaria do 1. º Esquadrão dos Dragões — cujo nome o PÚBLICO não revela porque a lei dos arquivos o impede ao abrigo da protecção da imagem e da vida privada — comanda uma “acção punitiva de pacificação”, segundo o título do próprio documento, muito provavelmente uma reacção aos massacres da União dos Povos de Angola (UPA), que ocorreram nas fazendas do norte do país, um mês e meio antes, em que morreram milhares de colonos brancos e os seus empregados africanos, muitos deles também mutilados. Catorze dias antes desta cerimónia, a 13 de Abril, António de Oliveira Salazar, presidente do conselho, profere o célebre discurso de “andar rapidamente e em força” para Angola, onde formalmente é anunciada a intenção de fazer a guerra de África. Este documento, que é publicado na íntegra pela primeira vez, é revelado no livro O Império Colonial em Questão (sécs. XIX-XX), que acaba de ser lançado pelas Edições 70, num artigo da autoria do historiador António Araújo. Leia mais na edição impressa deste domingo e na edição online para assinantes
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave guerra lei violência
Lincoln: ainda pode ser mito para a era Obama?
Spielberg disse que cada geração precisava de um filme sobre Lincoln. O seu chegou na segunda era Obama. Ainda é possível refundar o mito? (...)

Lincoln: ainda pode ser mito para a era Obama?
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2013-01-10 | Jornal Público
SUMÁRIO: Spielberg disse que cada geração precisava de um filme sobre Lincoln. O seu chegou na segunda era Obama. Ainda é possível refundar o mito?
TEXTO: O nome e a figura de Abraham Lincoln carregam peso histórico e mitologia. Por isso, Lincoln, de Steven Spielberg, surge neste momento nas salas de cinema americanas acompanhado de todo um diálogo de apropriação da figura para fins idealistas - tanto por republicanos como por democratas. O filme chegou às salas três dias depois das eleições em que Barack Obama foi reeleito e quatro anos depois de se ter comparado Obama a Abe Lincoln. Vem-nos mostrar o lado humano, para além do lado heróico, do 16. º presidente dos EUA - serviu entre 1861 e 1865, ano do seu assassinato. Retrata o início desse último ano do Presidente e o seu esforço para abolir a escravatura com a passagem da 13. ª Emenda à Constituição americana. Spielberg programou a estreia para depois das eleições. Para não criar um diálogo político em torno do filme? A verdade é que Lincoln está a ser recebido como reflexão sobre a sociedade americana e sobre Obama. Douglas L. Wilson, historiador especializado do Lincoln Studies Center do Knox College, Illinois, foi um dos estudiosos consultados por Spielberg. "Uma das coisas que Spielberg disse", conta ao PÚBLICO, "foi que cada geração precisava de um filme sério sobre Lincoln. Certamente, tinha ideias sobre como poderia usar a figura para falar do contexto em que estamos, e mesmo adiando a estreia existe uma tomada de posição. "Jonathan Rosenbaum, crítico de cinema, relembra: "Antes das eleições presidenciais de 2008 faziam-se comparações entre Lincoln e Obama. Hoje, passados quatro anos, as diferenças são mais nítidas, mas ao mesmo tempo existe uma certa mitificação de Obama pelo facto de ser negro. Acho que pode existir [no filme] uma reflexão sobre Obama - chamar Lincoln a Obama é mitológico, mas ser negro também é outro tipo de mitologia, que foi explorada durante a sua primeira campanha. "Obama é o primeiro presidente afro-americano e a sociedade americana e a comunidade internacional esperam que faça a diferença no seu tempo - tal como Lincoln, que era um republicano, fez no seu. Em Lincoln o Presidente tenta fazer passar a 13. ª Emenda, que aboliria a escravatura, e como não tem votos suficientes usa métodos persuasivos para chegar onde quer - o argumento explora até onde estaria disposto a ir com as suas habilidades e com a sua astúcia. A mensagem é: "Transforme os seus inimigos em amigos". Actualmente, Obama lidera um país cujo Senado é controlado pelo Partido Democrata, mas a Câmara dos Representantes está sob maioria republicana, tornando mais complexas a mudança e a implementação de um plano de saúde como o Obama Care, por exemplo. Para Wilson, o filme de Spielberg é pertinente: "Lincoln está a confrontar-se com o que quer fazer politicamente e o que precisa de fazer para conseguir os votos da oposição, e isso é uma situação familiar se compararmos com a do actual Presidente. Questiono-me de facto se a escolha de Spielberg para contar a história de Lincoln neste momento específico não estará relacionada com a situação actual americana. "A impossibilidade do mitoLincoln surge numa América pós-crise económica. John Ford mostrou o seu Young Mr. Lincoln, em 1939, num contexto pós-Grande Depressão e pré-Segunda Guerra Mundial. Em 2006, em análise ao documentário Directed by John Ford de Peter Bogdanovich, Spielberg falava sobre a importância de John Ford: "É a essência do cinema clássico americano e qualquer pessoa séria a fazer filmes hoje, tendo conhecimento ou não, é influenciada por Ford. " É uma admiração de há muito: Spielberg conheceu Ford quando tinha 15 anos e o realizador concedeu-lhe um minuto do seu tempo, ensinando-o a melhor enquadrar o horizonte. Young Mr. Lincoln mostrava o início da carreira de Lincoln como advogado em Springfield. O filme de Spielberg mostra a luta do Presidente para fazer passar a 13. ª Emenda. O filme de Ford passava-se em 1837: aí encontramos um homem, interpretado por Henry Fonda, que procura uma família depois de ter perdido a mãe. Spielberg mostra-nos Lincoln, interpretado por Daniel Day-Lewis (elogiadíssimo pela crítica, aliás), em 1865, enquanto marido e pai. Para Jonathan Rosenbaum, "o filme de Ford explora a virtude e a honestidade de Lincoln e revela a importância dessas características e a necessidade de as ter. Já Spielberg argumenta a necessidade de ter no poder alguém tão astuto como Lincoln. O problema é que Steven Spielberg tenta manter algumas ideias de Young Mr. Lincoln combinando-as com a sua percepção, e para mim essa combinação não funciona, é algo em que não consigo acreditar. "Aos olhos de Rosenbaum, o filme falha. Mas "o facto de falhar pode apontar para uma incapacidade por parte do público de compreender e sustentar Abraham Lincoln como um mito, tal como John Ford e a audiência conseguiam em 1939. Nessa altura, o cinema era o principal media nos EUA e conseguia-se chegar a um público mais vasto e que partilhava os mesmos ideais. Hoje a audiência é mais segmentada. Estamos num lugar diferente, os americanos estão mais longe das suas raízes históricas do que os espectadores de 1939". Douglas L. Wilson confirma esta ideia: "Não existe uma opinião unificada sobre Lincoln, o que se aplica hoje à maioria das figuras históricas. Os livros eram muito positivos no passado e existia uma ideologia à volta de Lincoln que acabou por se alterar na segunda metade do século XX. E agora vivemos um momento diferente. "Os estudos sobre o presidente que apareceram nos últimos 20 anos não contribuem para a imagem unificada do herói. "Existe hoje uma melhor compreensão de toda a questão da luta de Lincoln para a libertação dos escravos", explica Wilson, "mas não existe uma imagem única como na primeira metade do século XX. " É uma figura complexa e com uma vasta audiência nos EUA, o que permite aos historiadores continuarem a escrever sobre ela. Mas o que tem surgido tem contribuído para novas perspectivas. "Estão a surgir novas questões e eventualmente novos resultados. "O historiador refere novas abordagens que contribuem para "um melhor retrato de Lincoln enquanto homem e uma imagem mais clara das suas origens. Os estudos demográficos analisam pessoas com o mesmo background de Lincoln, percebendo qual o seu percurso, e mostram-no como mais do que um rapaz pobre que se educou a si próprio. Com a análise do contexto histórico e sociodemográfico, percebe-se melhor a sua origem. "E a verdade é que Lincoln se tornou uma figura de importância nos EUA não só pela sua relevância política, mas por este percurso de self-made man. "As pessoas só começaram a perceber a sua importância quando leram as suas notas, quando perceberam quão eficaz era. Isto são percepções não imediatas, mas que ajudaram os americanos a criar uma identidade. Lincoln acorda o nosso sentido de cultura e ajuda-nos a definir o que somos ou o que pensamos que somos. E isto aplica-se não só à sua carreira, também à sua vida. A ideia de uma pessoa educar-se a si mesma, sem ir à escola, e chegar a um lugar promissor, toca os americanos. "É esse lado que John Ford mostrava no seu filme de 1939: o rapaz que se constrói a si próprio e cuja visão de futuro promissor é representada pelo olhar constante para a linha do horizonte - o filme termina com a subida a uma montanha. Steven Spielberg explora antes, em consonância com o contexto de uma América que procura humanizar a figura, a vida pessoal do Presidente. Para Rosenbaum existe a "tentativa de fazer uma ligação entre algo profundo e espiritual com aspectos mais mundanos e do dia-a-dia". As discussões familiares com a mulher e as relações com os filhos - a proximidade com o filho mais novo, a ausência de relação com o filho mais velho - fazem parte desta narrativa que não disfarça as dificuldades e ansiedades do homem. E é o homem, precisamente, que fascina Douglas L. Wilson. "Era uma figura pública, e como tal tinha uma persona pública, mas quando penso em Abraham Lincoln penso no homem privado: as pessoas santificam-no, tratam-no como um deus. Era um homem bom, único, amigável e gentil, mas não era perfeito, era humano. Era sociável, era fácil de conversar com ele, partilhando, às vezes, o que pensava. Mas ao mesmo tempo não queria que se conhecessem todos os seus pensamentos e sentimentos. Considero que Lincoln era um homem de substância, muito mais intelectual do que se pensa. Habitava na sua própria mente, e era céptico: tinha de experimentar para acreditar. Admiro-o muito, mas ao mesmo tempo que vejo o seu talento político, vejo o homem, vejo a manipulação, o facto de estar disposto a usar as pessoas para conseguir fazer passar a abolição da escravatura no Congresso. Era um modelo, mas um homem do seu tempo: se o trouxermos para o dia de hoje, estaria a dizer coisas que não são politicamente correctas, mas que não eram ofensivas na altura, por isso não se pode julgá-lo no século XX ou XXI. "Texto originalmente publicado na edição impressa a 14 de Novembro de 2012
REFERÊNCIAS:
Entidades EUA
Portuguesas Koehler e Brito no quadro principal do Open de ténis da Austrália
Maria João Koehler e Michelle Larcher de Brito vencedoras na última ronda de qualificação (...)

Portuguesas Koehler e Brito no quadro principal do Open de ténis da Austrália
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 2 | Sentimento 0.055
DATA: 2013-01-12 | Jornal Público
SUMÁRIO: Maria João Koehler e Michelle Larcher de Brito vencedoras na última ronda de qualificação
TEXTO: As tenistas portuguesas Maria João Koehler e Michelle Larcher de Brito venceram este sábado na última ronda de qualificação, garantindo a entrada para o quadro principal do Open da Austrália, primeiro “Grand Slam” do ano. Na qualificação feminina, Koehler, a "número um" portuguesa, bateu a australiana Arina Rodionova, jogadora que figura na 258. ª posição do ranking mundial, em três sets, pelos parciais de 2-6, 6-4 e 1-6, ao fim de quase duas horas (1:42). Já Michelle Larcher de Brito, a "número dois" em Portugal e 130 no mundo, bateu na terceira e decisiva ronda de qualificação, a sul-africana Chanel Simmonds, número 188 a nível mundial, em três sets pelos parciais de 6-4, 1-6 e 6-8, ao fim de mais de duas horas (2:17).
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave feminina
Piloto francês morto durante ataque aéreo no Mali
Governo diz que prosseguem os ataques aéreos, bem como as operações para proteger os cidadãos franceses. Missão de apoio envolve "centenas de soldados" franceses. (...)

Piloto francês morto durante ataque aéreo no Mali
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 2 | Sentimento -0.1
DATA: 2013-01-12 | Jornal Público
SUMÁRIO: Governo diz que prosseguem os ataques aéreos, bem como as operações para proteger os cidadãos franceses. Missão de apoio envolve "centenas de soldados" franceses.
TEXTO: Um piloto francês foi morto este sábado no Mali durante um ataque com helicópteros das forças francesas, que combatem islamistas no país, em resposta a um apelo do Presidente Dioncounda Traoré. O ministro da Defesa francês confirmou ainda que outros militares ficaram feridos numa operação em Bamaco, a capital. Segundo o ministro, Jean-Yves Le Drian, o soldado foi morto durante o raide, na noite passada, "contra uma coluna terrorista" vinda do Norte e que se dirigia para duas cidades do Sul do Mali", depois da captura de Konna, na sexta-feira. O ataque foi feito "em apoio do Exército maliano, permitindo a destruição de várias unidades terroristas e parando a sua progressão", afirmou este sábado de manhã. A edição online do jornal Le Point noticiou, entretanto, que outros dois helicópteros "foram igualmente destruídos" pelos rebeldes quando regressavam à base, no vizinho Burkina Faso. A informação não foi confirmada oficialmente. Jean-Yves Le Drian avançou ainda que prosseguem os ataques aéreos no Mali, bem como as operações para proteger os cidadãos franceses. França envia centenas de soldadosNa mesma conferência de imprensa, Drian explicou que as primeiras unidades de combate francesas chegaram sexta-feira à capital maliana “para contribuir para a protecção de Bamako e garantir a segurança dos cidadãos franceses”. Segundo números oficiais, residem no Mali seis mil detentores de passaporte francês e a sua protecção foi a primeira razão invocada por Paris para o envolvimento no conflito na antiga colónia, onde estavam já elementos das forças especiais e helicópteros. O ministro da Defesa explicou que, perante o agravamento da situação e o pedido de auxílio do Presidente do Mali, o Governo francês decidiu intervir em força, em respeito pelo artigo 51 da Carta das Nações Unidas – que prevê “o natural direito de legítima defesa, individual ou colectiva, no caso de um membro da ONU estar a ser objecto de uma agressão armada” – e pela resolução aprovada em Dezembro pelo Conselho de Segurança, que autorizava o envio de uma força para combater os islamistas que tomaram o controlo do Norte do país. Assim, aos primeiros militares, vão juntar-se “rapidamente” várias companhias, num dispositivo que, segundo Drian, terá “centenas de soldados franceses”. O contingente envolve também meios aéreos como os que, na última madrugada, entraram em acção em apoio às forças malianas que tentam evitar que os islamistas tomem o controlo das cidades de Mopti e Sévaré, no caminho para Bamako. Esta operação, conclui o ministro, “durará o tempo que for necessário”. Além das forças francesas, o Exército do Mali confirmou também a presença de soldados da Nigéria e do Senegal. E depois do aval dado pela Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) ao envio de tropas, “outros países amigos” já manifestaram a intenção de ir em auxílio do Governo do Mali, revelou o coronel, Oumar Dao, chefe da operação militar.
REFERÊNCIAS:
Entidades ONU
ONU dá luz verde a intervenção militar no Mali
Intervenção não deverá ter início antes do Outono de 2013. (...)

ONU dá luz verde a intervenção militar no Mali
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 2 | Sentimento 0.033
DATA: 2013-01-12 | Jornal Público
URL: https://arquivo.pt/wayback/20130112160334/http://www.publico.pt/1578235
SUMÁRIO: Intervenção não deverá ter início antes do Outono de 2013.
TEXTO: O Conselho de Segurança das Nações Unidas aprovou por unanimidade uma intervenção militar no Norte do Mali, ao votar uma resolução que autoriza a criação de uma força internacional naquele país “pelo período inicial de um ano”. Será uma força constituída por contingentes de países africanos, com o apoio das Nações Unidas. Essa força deverá usar “todos os meios necessários” para ajudar o Norte do país a recuperar do controlo de “terroristas, extremistas e grupos armados”. O texto, redigido pela França com o apoio dos Estados Unidos, do Reino Unido, de Marrocos e do Togo, inclui um apelo a Bamako para que dê início a um “diálogo político que restabeleça plenamente a ordem constitucional”. O objectivo é o de que possam ser realizadas eleições presidenciais e legislativas antes de Abril. O documento defende ainda que as autoridades de transição no Mali devem iniciar negociações “credíveis” com os grupos que controlam as províncias do Norte, em particular os tuaregues, que se afastaram das “organizações terroristas” que tomaram a região, na sequência do golpe de Estado de Março, como a Al-Qaeda do Magrebe Islâmico e o Mujao. A resolução não fixa uma data para o início da ofensiva no Norte do país, controlado por grupos de rebeldes islamistas desde há seis meses. Responsáveis das Nações Unidas e diplomatas não acreditam, contudo, que a reconquista das províncias do Norte comece antes do Outono de 2013.
REFERÊNCIAS:
Tempo Abril Março
Hollande vai enviar mais soldados para o Mali
Presidente francês está em Abu Dhabi para pedir o apoio de outros países na operação travar os avanços dos islamistas no Mali. (...)

Hollande vai enviar mais soldados para o Mali
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 2 | Sentimento 0.5
DATA: 2013-01-15 | Jornal Público
SUMÁRIO: Presidente francês está em Abu Dhabi para pedir o apoio de outros países na operação travar os avanços dos islamistas no Mali.
TEXTO: O Presidente François Hollande anunciou esta terça-feira em Abu Dhabi que a força francesa enviada para o Mali para ajudar a travar os avanços dos rebeldes islamistas vai ser reforçada com mais soldados. “Neste momento temos 750 homens e esse número vai aumentar ainda, para em seguida darmos o mais rapidamente possível lugar às forças africanas”, afirmou Hollande perante os jornalistas numa visita à base naval onde estão os militares franceses, em Abu Dhabi. “A França está na primeira linha”, sublinhou o Presidente francês, que chegou esta terça-feira de manhã aos Emirados Árabes Unidos numa visita em que procura o apoio de mais alguns países. “Se não tivesse ido teríamos agora um Mali completamente ocupado por terroristas e outros países africanos ameaçados. ”Na véspera, o Conselho de Segurança das Nações Unidas tinha apoiado por unanimidade a intervenção francesa no Mali para impedir o avanço dos grupos de rebeldes islamistas que tomaram o Norte do país. O secretário-geral da ONU, Ban Ki-Moon, disse esperar que a intervenção ajude a devolver ao Mali a “ordem constitucional e a integridade territorial”. Milhares de soldados africanos deverão "ao longo dos próximos dias e semanas" juntar-se aos franceses que estão a apoiar as forças do Mali, disse o embaixador francês nas Nações Unidas, Gerard Araud, depois da reunião de emergência do Conselho de Segurança desta segunda-feira, em Nova Iorque. Araud lembrou ainda que é importante que sejam também enviadas forças do Oeste Africano “o mais rápido possível”. A França decidiu intervir no Mali na sexta-feira passada, por causa dos avanços dos combatentes islamistas que controlam as províncias do Norte em direcção ao Sul, onde fica a capital, Bamako. Segundo o ministro dos Negócios Estrangeiros francês, Laurent Fabius, a presença francesa deverá durar apenas algumas semanas. Também os governos de Londres e de Berlim, na primeira linha do "apoio político" à intervenção militar da França no Mali, se comprometeram com o envio de equipamento ou pessoal de apoio para a missão destinada a travar a expansão dos islamistas. Dos EUA também já vieram ofertas de ajuda, nomeadamente ao nível do transporte e comunicações. Outros países europeus, entre os quais Portugal, manifestaram o seu apoio à acção militar francesa, mas só a Bélgica e a Dinamarca se comprometeram com meios específicos. A União Europeia aprovou o envio de uma missão de treino para o Mali, cuja partida foi apressada para meados de Fevereiro ou Março. O ministro francês dos Assuntos Parlamentares, Alain Vidalies, criticou esta terça-feira a falta de mobilização e as “ausências um pouco infelizes” da Europa no Mali. Mas a chefe da diplomacia europeia, Catherine Ashton, sublinhou a importância de uma “resposta internacional unificada” e anunciou uma reunião extraordinária dos ministros dos Negócios Estrangeiros europeus para estudar as “possíveis acções da UE para apoiar o Mali”, que deverá acontecer esta quinta-feira. O Norte do país está desde Abril sob o controlo de grupos islamistas e tuaregues, que se aproveitaram do caos que se instalou no país desde o golpe de Estado de Março. Na semana passada, os islamistas do Ansar Dine começaram a avançar em direcção a Sul e tomaram a cidade de Konna, que entretanto foi tomada pelo Exército do Mali, com o apoio das forças francesas.
REFERÊNCIAS:
Entidades ONU EUA UE