Lisboa pode voltar a ouvir música "devagar"
Passar uma noite a ouvir bem devagar Trovante, Tito Paris, Nancy Vieira, Bonga, Xutos e Pontapés, Elis Regina ou Teresa Salgueiro já é possível em Lisboa. A Ouvir Devagar é o novo espaço de encontro na LX Factory, onde se podem comprar e ouvir discos de música lusófona e “de proximidade”. (...)

Lisboa pode voltar a ouvir música "devagar"
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 2 | Sentimento -0.30
DATA: 2012-07-21 | Jornal Público
SUMÁRIO: Passar uma noite a ouvir bem devagar Trovante, Tito Paris, Nancy Vieira, Bonga, Xutos e Pontapés, Elis Regina ou Teresa Salgueiro já é possível em Lisboa. A Ouvir Devagar é o novo espaço de encontro na LX Factory, onde se podem comprar e ouvir discos de música lusófona e “de proximidade”.
TEXTO: “Nunca encontrei um lugar semelhante. Com a Internet, não há o hábito de ir ouvir música a não ser ao vivo, por isso isto é inovador”, conta o pianista norte-americano, Kent Quener de 26 anos, que visita pela primeira vez o espaço. Foi de uma conversa entre amigos que surgiu a Ouvir Devagar. Júlio Pereira teve a ideia e José Pinho, proprietário da livraria Ler Devagar, na Lx Factory, na zona de Alcântara, em Lisboa, tinha o espaço ideal: uma antiga rotativa. A discoteca funciona no primeiro andar da máquina onde outrora se imprimiam jornais e que serve de estrutura à livraria. “Tentámos que esta não fosse uma loja tradicional, mas um local onde se privilegia o tempo para se estar e para se ouvir música”, explica Júlio Pereira que acrescenta que na loja se pode encontrar desde fado, jazz e poesia a música erudita, infantil, instrumental ou improvisada. A prioridade é dar a conhecer música feita por portugueses, cantada ou não em português. “O que mais me fascina é poder dizer ‘Isto é muito bom e é nosso’. É o concretizar do orgulho nacional através da música”, afirma Sofia Santos, 26 anos, que abraçou o projecto com Júlio Pereira e se dedica à gestão diária da Ouvir Devagar. A discoteca inclui ainda lusofonias (música brasileira e africana) e “música de proximidade”, que engloba Espanha, “porque, em termos musicais, não nos podemos afastar de Espanha”, explica Júlio. O próprio espaço da Ouvir Devagar é um dos principais atractivos para o público. As luzes cor-de-laranja e o cinzento das estruturas de ferro ou o chão metalizado do corredor ocupado pela loja ainda deixam antever a agitação dos tempos em que os jornais eram impressos. No entanto, agora, Júlio procurou que o ambiente convidasse à descontracção de uma escuta demorada. Para tal, convidou um designer e, aos poucos, o espaço foi ganhando forma. No chão colocaram-se guitarras pintadas de branco e nas paredes penduraram-se as capas dos álbuns, imediatamente acima dos expositores minimalistas que conferem contemporaneidade à discoteca. O ambiente nocturno do Lx Factory entra pelas altas janelas da loja e incide directamente sobre as mesas e sofás como aquele onde Paula Freitas, 54 anos, está sentada. Com os auscultadores colocados, manuseia tranquilamente a capa de um CD de fado. À sua frente, numa mesa de apoio, livros de diferentes estilos musicais reflectem a tentativa do projecto aliar a música ao conhecimento. “Encontro diversidade sem ter de mudar de sítio. Entre livros e música, estou confortável”, afirma. De terça a sábado, a partir das 18h e domingos, a partir das 11h é possível visitar a Ouvir Devagar e, por vezes, assistir a actuações musicais. Nos próximos dias, a discoteca vai receber artistas como António Pinto Vargas, Filipe Raposo e Carlos Barreto. Desta vez, Paula vai levar aquele CD de fado. Porém, daqui a uns dias, num outro encontro com a música e com amantes da música, pode levar outro qualquer ou simplesmente vir ouvir música devagar. “Porque este é sempre aquele sítio onde nos vamos encontrando e eu acho bom haver sítios onde as pessoas se possam encontrar”, remata Júlio.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave infantil
A pop desafiadora dos Alt-J e uns explosivos Black Gnod na despedida do Milhões de Festa
Aaron Beam, dos Red Fang, a banda mais esperada da noite, dirá em palco algo que temos por muito certo ao fim de três dias de Milhões de Festa: “Quero ver um concerto a nadar, é isso que quero fazer”. A frase chegou na conclusão dos elogios que a banda americana fez ao festival de Barcelos e aos amigos todos (Baroness, Weedeater) que haviam passado por ele nos dias anteriores. E, ainda que os Red Fang, banda stoner à antiga, não proporcionem propriamente nostalgia, ouvimo-los falar de ver concertos a nadar, lembramo-nos da tarde que terminara horas antes, na piscina, a dançar o rock’n’roll retro, o funk e o disco turco da sessão de DJ Fitz, e nostálgicos ficamos. Era o Milhões de Festa a caminhar para o seu final. (...)

A pop desafiadora dos Alt-J e uns explosivos Black Gnod na despedida do Milhões de Festa
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 2 | Sentimento -0.16
DATA: 2012-07-23 | Jornal Público
SUMÁRIO: Aaron Beam, dos Red Fang, a banda mais esperada da noite, dirá em palco algo que temos por muito certo ao fim de três dias de Milhões de Festa: “Quero ver um concerto a nadar, é isso que quero fazer”. A frase chegou na conclusão dos elogios que a banda americana fez ao festival de Barcelos e aos amigos todos (Baroness, Weedeater) que haviam passado por ele nos dias anteriores. E, ainda que os Red Fang, banda stoner à antiga, não proporcionem propriamente nostalgia, ouvimo-los falar de ver concertos a nadar, lembramo-nos da tarde que terminara horas antes, na piscina, a dançar o rock’n’roll retro, o funk e o disco turco da sessão de DJ Fitz, e nostálgicos ficamos. Era o Milhões de Festa a caminhar para o seu final.
TEXTO: No último dia, os Alt-J mostraram um outro lado da pop britânica, os Red Fang puseram corpos em sobressalto e a Discotexas Band de Xinobi ou Da Chick mostrou-se uma fonte inesgotável de groove de bom gosto – da escola LCD Soundsystem até mais lá atrás, a house com atitude de banda, ao disco, ao hip hop. Com a sempre efusiva Da Chick no comando das operações, ela que já aparecera em palco durante a óptima actuação dos Memória de Peixe - duo de guitarra e bateria que processa camadas de som como cientista sonoro, que improvisa como combo jazz e que faz a festa, muito dançante, como banda rock moderníssima -, a Discotexas Band manteve o Milhões de Festa vivo nas últimas horas de edição 2012. Ainda chegariam depois os Shangaan Electro para lançar dança e canto sul africano sobre batidas em ritmo infernal – sempre rápido, rapidíssimo -, mas deles não serão feitas as recordações da despedida do Milhões de Festa. Domingo, o dia em que os Red Fang foram recebidos por uma multidão que ansiava reencontrá-los – a quantidade de t-shirts de Mastodon, com quem partilharam digressões, não enganava -, tivemos a privilégio de assistir a um momento sublime e representativo daquilo que o Milhões de Festa tem de melhor. No Palco Vice, cerca de uma da madrugada, encontrámos os Black Gnod, banda de uma noite só. Ou seja, os barcelenses Black Bombaim e os ingleses Gnod. Partilharam uma digressão britânica e, ontem à noite, juntaram-se para um concerto sem rede. Tínhamos perante nós dois baixistas, dois guitarristas, um baterista, um vocalista e teclista e uma manipuladora de efeitos sonoros. Começaram titubeantes, apalpando o som que poderia nascer do momento. A hora seguinte seria nada menos que sublime: sem pausas, com o homem dos Gnod berrando ao microfone como Alan Vega do Além e com a banda unida na mesma procura de som, de excesso decibélico, de entrega a um xamanismo rock’n’roll com devoção a Hendrix, aos Spacemen 3, aos Comets On Fire. Um concerto no fio da navalha que a todos transportou na sua voracidade, na capacidade de aqueles músicos em palco se unirem numa única entidade que se materializou, grandiosa, empolgante, perante nós. À nossa volta, muitos rostos de olhos fechados absorvendo o impacto da muralha que se erguia e que foi construção magnífica que uns milhares viram numa noite de Barcelos. Viram-na porque o Milhões de Festa é um festival que procura e aprecia o inesperado, que não se importa de correr riscos. Por concertos como o dos Black (Bombaim) Gnod, que continue assim. O dia de encerramento do Milhões ficou ainda marcado pela estreia dos ingleses Alt-J no preciso momento em que começam a tornar-se um fenómeno pop em Inglaterra – outra boa marca do Milhões de Festa, a possibilidade de ver bandas no seu tempo certo, no momento da revelação. A delicadeza das canções do quarteto de Leeds não provocaram naturalmente a euforia que o Palco Milhões viveria mais tarde com os Red Fang, mas provaram como a música de “An Awesome Wave”, o álbum de estreia, é uma síntese feliz do moderno e do intemporal, do néon urbano e da placidez bucólica, de desejo de experimentação e apreço pelo formato canção clássico. Num momento ouvimo-los em harmonizando as vozes “a capella” como em preciosidade folk perdida nos tempos, no seguinte somos assaltados pelos ritmos secos e quebrados do baterista que dispensa pratos ou pelos graves de sintetizador que nos ressoam na caixa torácica. Numa cena britânica que, no que à pop diz respeito, anda anémica há muito, os Alt-J são uma bem-vinda novidade. Pelo palco Milhões passaram “Matilda”, de raízes folk bem expostas, uma “Breezeblock” recebida com entusiasmo pelo público que já tem os Alt-J no radar melómano e essa “Taro” que é balada trágica que o ritmo do baterista, como sempre, transforma em algo mais indefinido e desafiador.
REFERÊNCIAS:
Étnia Africano Fang
Ferroviários portugueses ajudam a colocar sobre os carris os comboios de Angola e de Moçambique
Fernave assinou contrato de 1,2 milhões de euros com a Rio Tinto para prestar assistência na linha mineira de Tete à Beira. (...)

Ferroviários portugueses ajudam a colocar sobre os carris os comboios de Angola e de Moçambique
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2012-08-18 | Jornal Público
SUMÁRIO: Fernave assinou contrato de 1,2 milhões de euros com a Rio Tinto para prestar assistência na linha mineira de Tete à Beira.
TEXTO: A Fernave, empresa do grupo CP, é a principal fornecedora de know-how ferroviário para as operações logísticas da mineira australiana Rio Tinto em Moçambique. Maquinistas portugueses vão conduzir as pesadas locomotivas que rebocam comboios de 600 e 800 toneladas entre Tete e o porto da Beira, numa actividade que é considerada fulcral para o sucesso da exploração do carvão das minas de Moatize (Tete). O contrato entre a Fernave e a Rio Tinto - no valor de 1, 2 milhões de euros- prevê que a empresa afiliada da CP preste assistência técnica e forneça recursos humanos (maquinistas e inspectores de tracção) à operação ferroviária do corredor da Beira, a qual ficará inteiramente dependente do know-how português, não havendo neste caso qualquer intervenção dos caminhos-de-ferro moçambicanos. Aliás, a própria Rio Tinto recrutou para seu director de operações o ex-administrador da CP Pires da Fonseca, que foi também administrador da Takargo (empresa ferroviária do grupo Mota Engil) e da Transdev, e que já se encontra em Moçambique. Por parte da Fernave, o seu administrador Rui Lucena diz que a exploração das grandes jazidas descobertas recentemente no Norte daquele país só são rentáveis se tiverem associadas uma eficiente operação logística de escoamento das mesmas para os portos do litoral, o que constitui uma oportunidade para o cluster ferroviário português, presentemente em maré de emagrecimento devido à crise. "As multinacionais estão a integrar novo material circulante e novos métodos de trabalho e é preciso formar recursos humanos locais e, ao mesmo tempo, assegurar os serviços que já estão em curso", disse ao PÚBLICO. Em Angola, a Fernave é a entidade formadora do Caminho de Ferro de Luanda, que reactivou recentemente a exploração ferroviária para passageiros entre a capital e Malanje. Na semana passada, a empresa com formadores portugueses terminou um curso para 20 maquinistas angolanos, que incluiu não só a condução dos comboios, mas também noções de mecânica e de regulamentação ferroviária. Num país que já foi socialista, os caminhos-de-ferro públicos estão agora em fase de privatização, tendo a Fernave procurado marcar posição neste processo com a assinatura de protocolos para formação de recursos humanos nas companhias ferroviárias dos corredores de Benguela e de Moçâmedes. Um processo que tem algum paralelismo com Portugal, pois o acordo com a troikaprevê a abertura a privados de uma grande parte da actividade hoje desenvolvida pela CP, nomeadamente a carga e os suburbanos de Lisboa e Porto. "Lançámos um curso de maquinistas que terá início em Outubro e para o qual já há 50 pessoas interessadas", diz Rui Lucena. Até agora estes cursos só eram feitos a pedido das operadoras ferroviárias (CP, Fertagus e Takargo), mas este é o primeiro aberto ao público, por conta e risco dos formandos, que depois poderão ser recrutados pelos novos actores que aparecerão no mercado liberalizado do transporte ferroviário. A própria Fernave está também a acompanhar essa tendência. Com a recente saída do Metro de Lisboa e da Refer do seu capital social (que detinham respectivamente 20% e 10% do seu total) a empresa é agora 100 por cento CP (tem um capital social de 50 mil euros) e procura um parceiro privado. Os seus resultados líquidos já foram piores. Reduziu os prejuízos de 2, 1 para 1, 3 milhões de euros de 2010 para 2011 (em parte pela venda de activos ao próprio accionista CP) e caminha para o equilíbrio. Mas Rui Lucena diz que os principais dotes desta "noiva" são o acesso facilitado ao know-how ferroviário que proporciona, uma bolsa de recursos humanos qualificada e certificada, e a facilidade de aceder e intercambiar com os novos players nacionais e internacionais do sector.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave humanos social
Mineiros grevistas preferem morrer do que voltar à “escravatura”
Os mineiros em greve na mina da Lonmin, em Marikana, na África do Sul, insistem que “preferem morrer” do que voltar à “escravatura”. Esta foi a resposta dos trabalhadores ao ultimato lançado neste domingo pela empresa, avisando que serão despedidos se não voltarem nesta segunda-feira ao trabalho. A empresa adiou entretanto o ultimato para esta terça-feira. (...)

Mineiros grevistas preferem morrer do que voltar à “escravatura”
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 2 | Sentimento 0.5
DATA: 2012-08-20 | Jornal Público
SUMÁRIO: Os mineiros em greve na mina da Lonmin, em Marikana, na África do Sul, insistem que “preferem morrer” do que voltar à “escravatura”. Esta foi a resposta dos trabalhadores ao ultimato lançado neste domingo pela empresa, avisando que serão despedidos se não voltarem nesta segunda-feira ao trabalho. A empresa adiou entretanto o ultimato para esta terça-feira.
TEXTO: Quatro dias depois do massacre na mina de platina sul-africana, em que foram mortos a tiro pela polícia 34 mineiros e feridos 78, os ânimos ainda não acalmaram. “Já morreram pessoas por isso não temos mais nada a perder… Vamos continuar a lutar por aquilo que acreditamos ser uma luta legítima por ordenados que permitam viver. Preferimos morrer como os nossos companheiros do que desistir”, disse o mineiro Kaizer Madiba, citado pelo jornal Times da África do Sul. No entanto, segundo a Reuters, que cita um porta-voz da empresa, mais de um quarto dos trabalhadores da mina (27%) apresentaram-se ao trabalho para o turno da manhã, nesta segunda-feira. Ainda assim, "não é claro se os mineiros em greve estão a regressar", disse a mesma fonte. Enquanto isso, milhares de mineiros estão concentrados no exterior da mina enquanto os sindicatos decidem o que fazer perante o ultimato lançado pela empresa. A administração recusou-se a ceder às exigências dos trabalhadores e, com base numa ordem judicial, ordenou aos trabalhadores que regressassem ao trabalho, senão seriam despedidos. De acordo com a agência de notícias AFP, na mina trabalham mais de 30. 000 pessoas, das quais cerca de 3000 aderiram à greve. “A única coisa que pode acabar com esta greve é uma resposta positiva da administração. Ainda me pergunto por que é que a administração se recusa a negociar connosco”, disse Kaizer Madiba. A empresa manteve, entretanto, conversações com os sindicatos. Para já, adiou o ultimato para o regresso dos trabalhadores um dia. “Depois de consultas com os vários representantes sindicais, a empresa pode anunciar que os mineiros que estão em greve ilegal e que não regressaram ao trabalho esta manhã não serão despedidos, e que lhes foi dado mais um dia, à luz das circunstâncias actuais”, disse a Lonmin, citada pela AFP. Os mineiros cumpriram uma semana de greve que acabou na passada quinta-feira com a polícia a disparar sobre cerca de 3000 trabalhadores que se concentraram junto à mina de platina de Marikana, no noroeste do país, perto de Rustenburg, a cerca de 100 quilómetros de Joanesburgo. Os trabalhadores exigem melhores condições de trabalho e um aumento de salário para o triplo do que ganham actualmente – cerca de 350 dólares. As imagens que correram o mundo mostram a polícia a disparar indiscriminadamente sobre os grevistas que corriam em direcção aos agentes, com paus e catanas. Segundo a polícia, os mineiros tinham também pistolas. Antes deste incidente já tinham morrido dez pessoas em confrontos entre dois sindicatos e entre os trabalhadores e a polícia. Num relatório citado pelo jornal sul-africano City Press, a chefe da polícia sul-africana, Riah Phiyega, disse que os agentes não devem arrepender-se do que aconteceu na quinta-feira. “A segurança pública não é negociável. Não lamentem o que aconteceu”, afirmou a responsável. No domingo, o Presidente Jacob Zuma decretou uma semana de luto depois do massacre e criou uma comissão interministerial para lidar com esta crise, reiterando que é necessário um inquérito judicial. “Temos de evitar apontar o dedo e recriminar. Temos de nos unir contra a violência”, disse o chefe de Estado. O caso já foi classificado como o pior derramamento de sangue em confrontos entre polícia e trabalhadores desde o fim do apartheid, em 1994. Notícia actualizada às 10h50 e às 14h: acrescenta parágrafo sobre regresso ao trabalho de mais de um quarto dos trabalhadores da mina e informação sobre o adiamento do ultimato da empresa aos trabalhadores
REFERÊNCIAS:
Étnia Africano
Mineiros grevistas preferem morrer a voltar à “escravatura”
Os mineiros em greve na mina da Lonmin, em Marikana, na África do Sul, insistem que “preferem morrer” a voltar à “escravatura”. Esta foi a resposta dos trabalhadores ao ultimato lançado neste domingo pela empresa, avisando que serão despedidos se não voltarem nesta segunda-feira ao trabalho. A empresa adiou entretanto o ultimato para esta terça-feira. (...)

Mineiros grevistas preferem morrer a voltar à “escravatura”
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 2 | Sentimento 0.5
DATA: 2012-08-21 | Jornal Público
SUMÁRIO: Os mineiros em greve na mina da Lonmin, em Marikana, na África do Sul, insistem que “preferem morrer” a voltar à “escravatura”. Esta foi a resposta dos trabalhadores ao ultimato lançado neste domingo pela empresa, avisando que serão despedidos se não voltarem nesta segunda-feira ao trabalho. A empresa adiou entretanto o ultimato para esta terça-feira.
TEXTO: Quatro dias depois do massacre na mina de platina sul-africana, em que foram mortos a tiro pela polícia 34 mineiros e feridos 78, os ânimos ainda não acalmaram. “Já morreram pessoas por isso não temos mais nada a perder… Vamos continuar a lutar por aquilo que acreditamos ser uma luta legítima por ordenados que permitam viver. Preferimos morrer como os nossos companheiros a desistir”, disse o mineiro Kaizer Madiba, citado pelo jornal Times da África do Sul. No entanto, segundo a Reuters, que cita um porta-voz da empresa, mais de um quarto dos trabalhadores da mina (27%) apresentaram-se ao trabalho para o turno da manhã, nesta segunda-feira. Ainda assim, "não é claro se os mineiros em greve estão a regressar", disse a mesma fonte. Enquanto isso, milhares de mineiros estão concentrados no exterior da mina enquanto os sindicatos decidem o que fazer perante o ultimato lançado pela empresa. A administração recusou-se a ceder às exigências dos trabalhadores e, com base numa ordem judicial, ordenou aos trabalhadores que regressassem ao trabalho, senão seriam despedidos. De acordo com a agência de notícias AFP, na mina trabalham mais de 30. 000 pessoas, das quais cerca de 3000 aderiram à greve. “A única coisa que pode acabar com esta greve é uma resposta positiva da administração. Ainda me pergunto por que é que a administração se recusa a negociar connosco”, disse Kaizer Madiba. A empresa manteve, entretanto, conversações com os sindicatos. Para já, adiou o ultimato para o regresso dos trabalhadores um dia. “Depois de consultas com os vários representantes sindicais, a empresa pode anunciar que os mineiros que estão em greve ilegal e que não regressaram ao trabalho esta manhã não serão despedidos, e que lhes foi dado mais um dia, à luz das circunstâncias actuais”, disse a Lonmin, citada pela AFP. Os mineiros cumpriram uma semana de greve que acabou na passada quinta-feira com a polícia a disparar sobre cerca de 3000 trabalhadores que se concentraram junto à mina de platina de Marikana, no noroeste do país, perto de Rustenburg, a cerca de 100 quilómetros de Joanesburgo. Os trabalhadores exigem melhores condições de trabalho e um aumento de salário para o triplo do que ganham actualmente – cerca de 350 dólares. As imagens que correram o mundo mostram a polícia a disparar indiscriminadamente sobre os grevistas que corriam em direcção aos agentes, com paus e catanas. Segundo a polícia, os mineiros tinham também pistolas. Antes deste incidente já tinham morrido dez pessoas em confrontos entre dois sindicatos e entre os trabalhadores e a polícia. Num relatório citado pelo jornal sul-africano City Press, a chefe da polícia sul-africana, Riah Phiyega, disse que os agentes não devem arrepender-se do que aconteceu na quinta-feira. “A segurança pública não é negociável. Não lamentem o que aconteceu”, afirmou a responsável. No domingo, o Presidente Jacob Zuma decretou uma semana de luto depois do massacre e criou uma comissão interministerial para lidar com esta crise, reiterando que é necessário um inquérito judicial. “Temos de evitar apontar o dedo e recriminar. Temos de nos unir contra a violência”, disse o chefe de Estado. O caso já foi classificado como o pior derramamento de sangue em confrontos entre polícia e trabalhadores desde o fim do apartheid, em 1994. Notícia actualizada às 10h50 e às 14h: acrescenta parágrafo sobre regresso ao trabalho de mais de um quarto dos trabalhadores da mina e informação sobre o adiamento do ultimato da empresa aos trabalhadores
REFERÊNCIAS:
Étnia Africano
Grupo angolano cria empresa para comprar canal da RTP
A Newshold, grupo angolano proprietário do semanário Sol, está a preparar a sua candidatura à privatização de uma frequência da RTP, tendo para isso criado uma nova empresa. (...)

Grupo angolano cria empresa para comprar canal da RTP
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2012-08-23 | Jornal Público
SUMÁRIO: A Newshold, grupo angolano proprietário do semanário Sol, está a preparar a sua candidatura à privatização de uma frequência da RTP, tendo para isso criado uma nova empresa.
TEXTO: De acordo com fontes do mercado contactadas pelo PÚBLICO, a Newshold está mesmo já a contratar colaboradores para a elaboração do projecto. Quem está a conduzir o processo dessa nova empresa é José Marquitos, que foi vice-presidente da RTP durante quatro anos e saiu em Janeiro, aquando da mudança de mandato e da redução da administração da estação pública de cinco para três elementos. Fora administrador do Sol em 2006 e 2007, e a sua contratação para director-geral para as empresas participadas foi confirmada pela Newshold ainda antes de Marquitos deixar a RTP. Contactado pelo PÚBLICO, José Marquitos negou que esteja envolvido na preparação de candidatura do grupo de capitais angolanos à privatização de uma frequência da RTP. Admitiu que o grupo criou uma nova empresa, a Novo Conteúdo, uma espécie de intermediário entre os compradores e os vendedores de espaço publicitário em órgãos de comunicação social. Destina-se apenas a "conseguir mais eficiência em áreas como a publicidade e a distribuição para o jornal Sol", embora admita que "possa vir a ganhar massa crítica com outros títulos" e outros projectos. Porém, afirma desconhecer outros planos do accionista para a Novo Conteúdo, remetendo esclarecimentos para o administrador Mário Ramires - de quem, apesar de várias tentativas, não foi possível obter um comentário. O objecto social da Novo Conteúdo é, no entanto, mais vasto. Além da prestação de serviços de marketing e planeamento publicitário, entre outras funções, a empresa dedica-se também à "consultoria e assessoria no desenvolvimento, implementação e acompanhamento de projectos de marketing, publicidade e comunicação". Criada em Dezembro de 2011, a empresa teve como presidente a advogada Ana Bruno - representante de investidores angolanos em 20 outras empresas, e na altura também presidente da Newshold -, que foi depois substituída por Sílvio Madaleno na sequência do caso de fraude fiscal e branqueamento de capitais conhecido como operação Monte Branco. Além do Sol, a Newshold tem uma participação de cerca de 15% na Cofina, que edita o Correio da Manhã (CM), e uma participação residual de 1, 7% na Impresa. A Cofina, que actualmente está a apostar no sector da televisão através do Correio da Manhã TV - canal generalista com forte componente informativa com lançamento em exclusivo no Meo previsto para o primeiro trimestre do próximo ano -, é o parceiro natural para a Newshold no dossier RTP. A Cofina não quis comentar o assunto. O assunto RTP está neste momento a provocar um movimento de informações contraditórias no sector do audiovisual. Para uma parte, o cenário de candidatura de capitais angolanos - incluindo outras empresas além da Newshold - é ponto assente; para outra, a versão posta a circular é a de que ninguém de Angola estará interessado na RTP por causa das polémicas que daí poderão advir - haverá quem considere que as empresas angolanas serão mesmo inelegíveis neste processo -, e a teoria de que os 15% que a Newshold tem na Cofina poderão servir de alavancagem para uma candidatura conjunta à compra da RTP é pura especulação. O grupo do CM é o único dos grandes que não tem uma participação com peso na TV.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave social espécie
MPLA: manifestações durante campanha eleitoral são “uma irresponsabilidade”
O Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA) considera que a convocação de manifestação enquanto decorre a campanha para as eleições gerais de 31 de Agosto é “uma irresponsabilidade política”. (...)

MPLA: manifestações durante campanha eleitoral são “uma irresponsabilidade”
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2012-08-24 | Jornal Público
SUMÁRIO: O Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA) considera que a convocação de manifestação enquanto decorre a campanha para as eleições gerais de 31 de Agosto é “uma irresponsabilidade política”.
TEXTO: “É uma irresponsabilidade política fazer uma manifestação neste momento, pois o povo angolano está com o MPLA e, no dia 31, ninguém vai impedir este de ir as urnas e votar no partido”, afirmou Bento Bento, cabeça de lista do MPLA por Luanda e primeiro secretário partidário nesta província, citado pela agência noticiosa Angop. Bento Bento falou aos jornalistas no final de reunião do partido para preparar uma marcha de militantes do MPLA e o encerramento da campanha eleitoral, na mesma noite em que a Comissão Nacional Eleitoral (CNE) considerou infundadas as queixas da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA) sobre alegadas fraudes eleitorais em curso. A UNITA ameaçou realizar uma “manifestação popular” em Luanda, no dia 25, caso a CNE não recuasse em relação às exigências do maior partido de oposição, e admitiu impedir a votação no dia 31. A direcção do partido do Galo Negro esteve reunida em Luanda após ser conhecida a decisão da CNE e convocou para a manhã desta sexta-feira uma conferência de imprensa para formalizar o anúncio do protesto. Em reacção aos últimos acontecimentos, Bento Bento elogiou o trabalho da CNE e disse que o povo angolano está maduro e não aposta em “confusionistas ou intriguistas”. “Para Angola e para os angolanos, o partido sério é o MPLA e o candidato é o Presidente José Eduardo dos Santos”, declarou o dirigente do partido maioritário, acrescentando que “as manobras dilatórias de manifestações perpetradas pela oposição não passam disto”. No sábado, Bento Bento disse à Lusa que se a UNITA confirmasse uma manifestação, o MPLA iria responder com uma contramanifestação. Para o dia 25, está previsto em Luanda um protesto de ex-militares angolanos contra alegados incumprimentos no pagamento de pensões, subsídios e vencimentos e também um comício da Convergência Ampla de Salvação de Angola-Coligação Eleitoral, que é considerada uma terceira via entre o MPLA e UNITA e que também contesta a acção da CNE. A CNE anunciou na quinta-feira em Luanda que considera “infundadas” as reclamações da UNITA e apelou ao partido para que colabore para que o processo eleitoral decorra com toda a normalidade. O anúncio foi feito pela porta-voz da CNE, Júlia Ferreira, após cerca de cinco horas de reunião para discutir queixas do principal partido da oposição angolana sobre os preparativos para as eleições gerais. “O plenário da CNE considerou não existirem razões, não existirem motivações ancoradas na Constituição e na Lei para fundamentar as questões suscitadas pelo partido político UNITA no memorando que submeteu à apreciação da CNE”, referiu Júlia Ferreira. Segundo a porta-voz da CNE, foram feitas vários apelos no sentido de a UNITA “pautar a sua conduta em conformidade com os ditames da Constituição e da lei”. O atraso na divulgação dos cadernos eleitorais e da acreditação dos delegados na lista nas mesas, a falta de auditoria ao sistema informático de registo eleitoral, e alegadas irregularidades na produção das actas síntese e transmissão dos dados estão no centro das queixas da UNITA à CNE.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave lei negro
Piratas tomam de assalto petroleiro grego no golfo da Guiné
Um grupo de piratas tomaram esta terça-feira de manhã controlo de um petroleiro grego que estava ancorado no golfo da Guiné, em águas territoriais do Togo, foi confirmado pelo Gabinete Marítimo Internacional. (...)

Piratas tomam de assalto petroleiro grego no golfo da Guiné
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2012-08-28 | Jornal Público
SUMÁRIO: Um grupo de piratas tomaram esta terça-feira de manhã controlo de um petroleiro grego que estava ancorado no golfo da Guiné, em águas territoriais do Togo, foi confirmado pelo Gabinete Marítimo Internacional.
TEXTO: O navio, com pavilhão da ilha de Man e 24 tipulantes, foi abordado a cerca de 17 milhas (31 quilómetros) ao largo de Lomé, a capital do Togo, e houve uma troca de tiros entre os piratas e um barco patrulha da marinha daquele país, que se aproximara do local após receber um sinal de socorro enviado pelo petroleiro. “Os piratas acabaram por conseguir tomar controlo do petroleiro e obrigaram a tripulação a levantar âncora”, descreveu Noel Choong, responsável do Gabinete Marítimo em Kuala Lumpur. “Nesta zona, normalmente os piratas mantêm os navios capturados durante uns quatro ou cinco dias, pilham-no e partem com parte da carga, que costuma ser o combustível”, prosseguiu a mesma fonte, citada pela agência noticiosa francesa AFP. Este é já o segundo caso de assalto a navios nas últimas duas semanas no golfo da Guiné, depois de a 19 de Agosto um grupo de piratas ter abordado um petroleiro britânico com 18 tripulantes. O ataque não registou quaisquer vítimas e o navio acabou por ser libertado na passada quinta-feira em águas da Nigéria. Ao longo do primeiro semestre deste ano, tem vindo a ser registado um claro aumento dos actos de pirataria no golfo da Guiné, o que se deve, de acordo com o Gabinete Marítimo Internacional, a uma mais eficiente contabilização dos ataques. Um relatório publicado por aquele organismo em Julho passado dá conta de 32 ataques de pirataria ao largo das costas do Benim, Nigéria e Togo entre os meses de Janeiro e Junho deste ano (foram 25 no período homólogo de 2011). E a maior parte destes ataques decorreu com “um nível elevado de violência” e a tomada de dezenas de reféns, é ainda avançado no documento. Logo após a região do Corno de África, as águas ao largo da África Oriental são identificadas internacionalmente como um novo “ponto quente” da pirataria, que visa sobretudo os navios que transportam combustível.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave violência ataque assalto
O activista angolano que decidiu não votar diz que falta construir uma nação
"Ajudo mais a tentar agir no sentido que a eleição seja o mais transparente possível", diz José Patrocínio, zangado com a revisão constitucional de 2010 que aboliu as presidenciais. (...)

O activista angolano que decidiu não votar diz que falta construir uma nação
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 2 | Sentimento 0
DATA: 2012-08-31 | Jornal Público
SUMÁRIO: "Ajudo mais a tentar agir no sentido que a eleição seja o mais transparente possível", diz José Patrocínio, zangado com a revisão constitucional de 2010 que aboliu as presidenciais.
TEXTO: José Patrocínio não tenciona votar nas eleições angolanas. Mas nada tem a ver com o abstencionista comum: é o coordenador da Omunga, uma associação com sede no Lobito, província de Benguela, que se tem distinguido pelo incentivo à participação cívica. Resolveu tomar posição assim. Assim e com acções que contribuíssem para eleições pacíficas e justas. "Ajudo muito mais a tentar agir no sentido que a eleição seja o mais transparente possível do que com o meu voto", diz. Há quatro anos, nas últimas legislativas, Patrocínio não teve dúvidas: votou. A Constituição era outra e esperavam-se presidenciais, que acabaram por não se realizar. A Omunga - que em umbundo quer dizer União - incentivou o voto e membros da associação serviram de testemunha para que jovens de rua pudessem ter cartão de eleitor. Desta vez, a associação olhou para os programas e fez o levantamento do que considera dever ser tido em conta na hora de votar. O quê? As posições dos partidos sobre uma revisão constitucional, direitos humanos, diálogo em Cabinda, demolições injustificadas, criação de autarquias e auditoria da dívida pública. Quando se fala com José Patrocínio, 49 anos, coordenador e um dos fundadores da Omunga, a expressão "participação cívica" sai da sua boca com frequência. Surgida em 1998 como projecto da Okutiuka, associação vocacionada para o acolhimento de crianças de rua, filhos de famílias pobres, órfãos e deslocados, cujo nome significa "Regressar", autonomizou-se em 2005. Fixou como missão promover, divulgar e monitorizar estratégias que garantam direitos e deveres da infância e juventude. Mas a Omunga - duas dezenas de pessoas a trabalharem no terreno "com compensação, não salário, quando existe financiamento de projectos" e três dezenas de outras com um envolvimento menos activo - é mais do que isso. É uma associação de defesa dos direitos humanos de banda larga que dá formação em áreas como a informática e o jornalismo e procura "dar visibilidade aos problemas e procurar soluções". Denunciou demolições como as do Lubango, por ferirem o direito à habitação e servirem interesses imobiliários. Interesses de quem? "Os interesses privados têm sempre alguma relação com o poder", responde Patrocínio. Insurgiu-se contra a repressão de protestos de jovens e desmobilizados em Luanda. Lançou uma campanha pelo direito à manifestação. Solidarizou-se com trabalhadores da saúde que fizeram greve em Cabinda no início do ano. . . Com estatuto de observador na comissão de Direitos Humanos da União Africana, a Omunga tem multiplicado as frentes de actuação. Com a iniciativa Quintas de Debate, em Benguela, tornou-se um fórum que procura reduzir o "défice enorme de discussão" sobre políticas públicas, vida política, económica, social. A agenda tem sido marcada pelas eleições. Num dos debates, em Julho, o embaixador dos Estados Unidos falou sobre "A evolução da democracia norte-americana, lições para Angola". Desvio completoJosé Patrocínio descende de portugueses que se fixaram no Lobito, na era colonial. Cresceu numa família com ligações ao MPLA (Movimento Popular de Libertação de Angola). O pai esteve ligado ao partido no poder desde antes da independência. A mãe encontrava-se entre os que procuraram erguer barreiras ao avanço das forças sul-africanas, em 1975. Perdeu um irmão na guerra civil. Mas quando se colocou a possibilidade da militância partidária, escolheu um caminho diferente - o da luta pela cidadania. Acreditou "nos ideais" apresentados pelo partido que governa Angola desde a independência, mas tornou-se um crítico devido ao "desvio completo" que considera ter existido. "Usa-se o nome do MPLA para fazer coisas completamente ao contrário", disse, numa conversa telefónica.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave direitos guerra humanos social deveres salário
Vários manifestantes detidos na véspera das eleições em Angola
A polícia angolana deteve vários membros de um partido da oposição na véspera da votação em que se prevê a reeleição do Presidente José Eduardo dos Santos. Os detidos são membros do partido Convergência Ampla de Salvação de Angola – Coligação Eleitoral (CASA- CE) e, segundo a Reuters, terão tentado entrar na sede da Comissão Eleitoral para pedir credenciais para a monitorização das eleições nos centros de votação. (...)

Vários manifestantes detidos na véspera das eleições em Angola
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 2 | Sentimento 0
DATA: 2012-08-31 | Jornal Público
SUMÁRIO: A polícia angolana deteve vários membros de um partido da oposição na véspera da votação em que se prevê a reeleição do Presidente José Eduardo dos Santos. Os detidos são membros do partido Convergência Ampla de Salvação de Angola – Coligação Eleitoral (CASA- CE) e, segundo a Reuters, terão tentado entrar na sede da Comissão Eleitoral para pedir credenciais para a monitorização das eleições nos centros de votação.
TEXTO: Pelo menos seis pessoas terão sido detidas. William Tonet, candidato do CASA-CE, disse à Reuters que a polícia disparou para dispersar um grupo de manifestantes junto à Comissão Eleitoral (CNE) em Luanda, as detenções foram confirmadas por um polícia da Quarta Esquadra que se encontrava no local que não disse quantas pessoas foram levadas para a prisão ou se foram disparados tiros. Tonet disse à Reuters que ninguém ficou ferido na manifestação realizada já após o fim da campanha eleitoral. Os angolanos votam nesta sexta-feira para eleger um novo Parlamento e Presidente naquele que é o segundo escrutínio realizado após o fim da guerra civil. José Eduardo dos Santos, do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), no poder há 33 anos, deverá ser reeleito, mas os opositores da UNITA e da CASA-CE já manifestaram preocupações com alegadas irregularidades no processo eleitoral ao referir que a CNE não atribuiu muitas credenciais que tinham sido pedidas pelos seus membros para supervisionar o escrutínio nas cerca de 100. 000 mesas de voto em todo o país. Tonet adiantou mesmo à Reuters que, das 6850 credenciais pedidas pelo seu partido, apenas foram atribuídas cerca de 3000. A UNITA apresentou um protesto semelhante e denunciou que muitas credenciais não foram atribuídas, e segundo a agência britânica há também diplomatas de embaixadas de países ocidentais que ainda não receberam as acreditações solicitadas à CNE. Foi essa falta de credenciais que levou vários manifestantes a juntarem-se hoje em frente ao edifício da CNE. Segundo a agência Lusa, entre os detidos está Rafael Aguiar, secretário-geral da Juventude Patriótica de Angola, ligada à CASA-CE, criada pelo dissidente da UNITA Abel Chivukuvuku. O protesto terá levado à mobilização da polícia de intervenção rápida. O candidato da UNITA, Isaías Samakuva, denunciou várias irregularidades na organização do escrutínio. O dia de reflexão foi marcado por críticas à CNE, e na véspera Samakuva já tinha referido que “mais de 2000 representantes da UNITA que devem controlar o que se passa nos centros de voto” não estavam ainda acreditados em Luanda. “Muitos angolanos não encontram os seus nomes nas listas eleitorais, e em alguns locais essas listas não foram publicadas”, adiantou. Em 2008 o MPLA venceu as eleições com 81% dos votos, a UNITA (10%) denunciou várias fraudes mas o acto eleitoral acabou por ser validado pelos observadores internacionais. Para esta sexta-feira José Eduardo dos Santos decretou feriado para possibilitar a votação de cerca de 9, 7 milhões de angolanos.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave guerra prisão