Ricardo Santos à frente de Tiger Woods em Abu Dhabi
O golfista português terminou o primeiro dia do torneio de Abu Dhabi no grupo dos classificados em 16.º lugar. (...)

Ricardo Santos à frente de Tiger Woods em Abu Dhabi
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2013-01-17 | Jornal Público
SUMÁRIO: O golfista português terminou o primeiro dia do torneio de Abu Dhabi no grupo dos classificados em 16.º lugar.
TEXTO: Ricardo Santos terminou o primeiro dia do torneio de Abu Dhabi no grupo dos classificados em 16. º lugar, à frente de Tiger Woods e junto de jogadores como o sul-africano Ernie Els ou o alemão Martin Kaymer. O golfista português terminou o percurso do Abu Dhabi Golf Championship, quarta prova do calendário da PGA European Tour, com um agregado de 71 pancadas, uma abaixo do Par, com quatro birdies, um bogey e um duplo-bogey. No primeiro dos quatro dias do torneio, o único português a competir na prova cimeira do golfe europeu conseguiu menos uma pancada do que o norte-americano Tiger Woods e ficou a quatro dos líderes, o galês Jamie Donaldson e inglês Justin Rose (menos cinco). No grupo dos jogadores classificados na 16. ª posição da tabela estão golfistas consagrados, como o alemão Martin Kaymer, o sul-africano Ernie Els ou o inglês Paul Casey.
REFERÊNCIAS:
Étnia Africano
Portugal não vai enviar efectivos militares para o Mali
Depois de reunir com primeiro-ministro francês, Passos Coelho afirmou o total apoio à intervenção, mas a participação portuguesa será apenas a nível da formação. (...)

Portugal não vai enviar efectivos militares para o Mali
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 2 | Sentimento -0.1
DATA: 2013-01-17 | Jornal Público
SUMÁRIO: Depois de reunir com primeiro-ministro francês, Passos Coelho afirmou o total apoio à intervenção, mas a participação portuguesa será apenas a nível da formação.
TEXTO: O primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, transmitiu esta quinta-feira ao seu homólogo francês a impossibilidade de Portugal participar na intervenção militar do Mali com efectivos no terreno. "Uma situação que implique efectivos para intervenção militar não é algo que esteja nas nossas possibilidades", afirmou Pedro Passos Coelho na conferência de imprensa conjunta com François Hollande, após o encontro bilateral em Paris. Num encontro que, assumidamente, foi dominado pela situação no Mali e também pelos últimos acontecimentos na Argélia, Passos Coelho manifestou, no entanto, o "total apoio de Portugal à intervenção muito oportuna e determinante de França no Mali". "Tudo o que se passa no Norte de África está no pleno interesse da Europa, tal como a redução do terrorismo. Os europeus devem estar unidos em torno desta intervenção", afirmou o primeiro-ministro português. Nesse sentido, acrescentou que Portugal "não deixará de participar naquilo que for definido no quadro da União Europeia, ao nível da formação destinada às forças malinianas", tal como, sublinhou, foi feito na Somália e no Afeganistão. François Hollande explicou a posição da França, lembrando que a decisão de intervir militarmente ocorreu "na sequência de uma agressão e a pedido do Mali, com apoio pleno dos europeus", e acrescentou que "toda a ajuda é bem-vinda", seja ao nível do transporte de efectivos, de aviões de reabastecimento, de materiais militares e de ajuda humanitária. Hollande recusou-se a prestar qualquer informação sobre a questão dos reféns na Argélia, sublinhando que "a situação é muito confusa, evolui hora a hora". "Não pronuncio nenhuma palavra que possa pôr em perigo a integridade das pessoas", frisou, rejeitando responder sequer à pergunta sobre se há algum francês no grupo de reféns.
REFERÊNCIAS:
Belmokhtar, o jihadista mais procurado do Sara
Líder do grupo armado que tomou campo de gás na Argélia é um conhecido islamista e traficante. Foi até há pouco um dos mais temidos comandantes da Al-Qaeda no Magrebe Islâmico (...)

Belmokhtar, o jihadista mais procurado do Sara
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 2 | Sentimento 0.5
DATA: 2013-01-18 | Jornal Público
URL: https://arquivo.pt/wayback/20130118160322/http://www.publico.pt/1581208
SUMÁRIO: Líder do grupo armado que tomou campo de gás na Argélia é um conhecido islamista e traficante. Foi até há pouco um dos mais temidos comandantes da Al-Qaeda no Magrebe Islâmico
TEXTO: O nome de Mokhtar Belmokhtar saltou para a ribalta com a tomada do campo de extracção de gás de In Amenas, no Sudeste da Argélia, mas há muito que está na mira do Governo de Argel e dos serviços secretos ocidentais. Foi guerrilheiro no Afeganistão, combatente na sangrenta guerra civil argelina e um dos mais temidos comandantes da Al-Qaeda no Magrebe Islâmico (AQMI). Implantado no Sara, deserto que não respeita fronteiras, ganhou fama tanto no contrabando como no sequestro de ocidentais. Belmokhtar, conhecido entre os seus homens pelo nome de guerra "Khaled Abul Abbas", é como a maioria dos seus correligionários um homem esquivo, com uma fama que, por vontade própria ou contra-informação das autoridades, parece sobrepor-se aos factos. O seu rosto só se tornou conhecido depois de em Dezembro ter surgido num vídeo em que, apoiado numa Kalachnikov, anunciava a cisão com a AQMI e a criação de um grupo autónomo. O afastamento de Belmokhtar é atribuído pelos observadores na região a rivalidades com outros comandantes daquele que é hoje o mais activo (e bem financiado) ramo da organização terrorista. Em Outubro, o líder da AQMI, Abdelmalek Droukdel, demitira-o de funções, denunciando a sua acção “fraccionária”, numa alusão ao seu envolvimento nos tráficos, do tabaco à venda de armas, que proliferam no deserto – no Sara muitos conhecem-no como "Mr Malboro", devido ao controlo que assumiu sobre o lucrativo contrabando de cigarros. Ainda antes da anunciada cisão, Belmokhtar tinha já iniciado uma aproximação aos radicais islamistas que desde Março de 2012 controlam a metade norte do Mali. Em Abril, foi avistado em Tombuctu, cidade património da humanidade, ao lado de Iyad Ghaly, o líder dos tuaregues islamistas do Ansar Dine. Em Junho, um jornalista da revista Jeune Afrique cruzou-se com ele em Gao, cidade no Nordeste do Mali que é bastião do Movimento para a Unicidade e a Jihad na África Ocidental (MUJAO), com ligações próximas ao AQMI. Terá sido dali, suspeitam as autoridades argelinas, que terá comandado a operação contra In Amenas, ainda que os bombardeamentos franceses tenham tornado a região menos segura. Certo é que o seu grupo exigiu o fim da intervenção francesa no Mali como condição para a libertação dos reféns estrangeiros e justificou a escolha do alvo com a autorização dada por Argel para que os aviões militares franceses sobrevoassem o seu território. Treino afegão A acção fora de fronteiras é algo que Belmokhtar, nascido em 1972, em Ghardaia, 600 quilómetros a sul de Argel, conheceu bem cedo. Ainda antes de completar 20 anos partiu para o Afeganistão, alegadamente inspirado nas prédicas de Abdullah Azzam, teólogo jordano-palestiniano que foi mentor de Osama bin Laden. O jovem argelino não chegou já a tempo de combater as tropas soviéticas, que se tinham retirado em 1989, mas juntou-se aos mujahedin na luta contra o Governo de Cabul. Foi nos campos de treino afegãos que conheceu os que viriam, anos mais tarde, a fundar a Al-Qaeda – segundo a Reuters, deu a um dos seus filhos o nome de Osama bin Laden. Um estilhaço de obus cegou-o de um olho – incidente que lhe valeu a alcunha de "Zarolho". Quando regressou à Argélia, no início da guerra civil, em 1993, era já um combatente experimentado. Juntou-se às fileiras do Grupo Islâmico Armado (GIA), a mais sangrenta das facções armadas islamistas, liderando uma brigada que ganha reputação em vários ataques, incluindo contra interesses franceses no país. Em 1998 está entre os fundadores do Grupo Salafista para a Prédica e Combate, uma dissidência do GIA que em 2007, depois de novas cisões, anuncia a sua filiação na rede liderada por Bin Laden, assumindo a denominação de Al-Qaeda no Magrebe Islâmico. A vastidão do Sara é o terreno fértil para a AQMI e Belmokhtar torna-se o homem forte na região: estabelece laços com as tribos tuaregues, domina as rotas do tráfico e transforma o sequestro de ocidentais numa lucrativa fonte de rendimento. Fontes citadas pela AFP atribuem-lhe o assassínio de quatro franceses na Mauritânia em 2007 (o episódio que levaria ao fim do rali Dakar no continente africano), o sequestro de dois canadianos em 2008, três espanhóis e dois italianos, no ano seguinte. Alguns dos crimes que levaram a justiça a condená-lo, por duas vezes e sempre à revelia, à pena capital.
REFERÊNCIAS:
Étnia Africano
Exposições: o que aí vem
Escolhas de José Marmeleira, Luísa Soares de Oliveira e Nuno Crespo (...)

Exposições: o que aí vem
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2013-01-19 | Jornal Público
SUMÁRIO: Escolhas de José Marmeleira, Luísa Soares de Oliveira e Nuno Crespo
TEXTO: Trinta anos de Centro de Arte ModernaO público português (e aqueles que nos visitam) habituou-se durante as últimas três décadas a encarar o Centro de Arte Moderna (CAM) da Gulbenkian como o museu que outros não conseguiram ou souberam ser. Com uma política de aquisições iniciada muito antes de 1983, possui hoje a mais importante colecção de arte portuguesa moderna de todo o país, a que se junta um núcleo de arte contemporânea também nacional que ombreia com os de Serralves e da colecção Berardo. Por motivos vários e nem sempre óbvios, têm sido expostos com parcimónia durante os últimos anos, ficando a grande nave que cobre a quase totalidade do espaço expositivo disponível para a programação temporária da instituição. Tal não será o caso desta vez: o CAM, como é habitualmente chamado, prepara a partir de 25 de Julho uma grande exposição que reunirá um século de arte portuguesa: Sob o Signo de Amadeo — Um Século de Arte. Haverá também um colóquio dedicado ao tema, e entretanto, já a partir do dia 18 de Janeiro, um conjunto de exposições de artistas nacionais e internacionais que trabalham a temática do exílio ou da viagem, bem actual nesta época que vivemos. As políticas de Carla FilipeÉ impossível não destacar a entrada de Carla Filipe (Vila Nova da Barquina, 1973) no Museu Berardo. A artista formada no Porto apresentará no museu lisboeta, em Julho, um projecto inédito e de grande escala que promete reaproximar o questionamento e a reflexão política do centro da arte portuguesa. Pelo contexto ideológico e pelo espaço museológico que o acolhe, afigura-se, por isso, como um dos momentos mais aguardados e oportunos de 2013. Representa, também, a afirmação de uma obra e de um percurso. Materializado em desenhos, objectos, palavras ou instalações, o trabalho de Carla Filipe tem uma qualidade rara na arte contemporânea portuguesa: lida sem entraves com a narrativa, a autobiografia e formas de expressão gráfica menos consideradas (recorde-se, por exemplo, a exposição Bordas de Alguidar na Galeria Graça Brandão, em 2011). E sua importância não se restringe a um contexto. Essa liberdade que marca o seu fazer continua a despertar o interesse de diversas instituições e espaços de arte internacionais. Em 2010 participou na Manifesta 8, na cidade de Murcia, e desde então já realizou exposições em várias cidades europeias. Depois de Joana Vasconcelos, o Museu Berardo será de Carla Filipe. Cildo Meireles tropicalCildo Meireles foi um dos artistas centrais da redefinição do Modernismo feito no Brasil no início dos anos 1960 pela mão de artistas tão notáveis como Lygia Pape, Hélio Oiticica ou Lygia Clark. Em Outubro, Serralves apresentará um importante conjunto de obras suas, mostrando que, para além do importante aspecto político que sempre manteve, o seu trabalho é feito dos cruzamentos entre arte conceptual, regionalismo, as questões da percepção sensível e, claro, a ideia de tropicalismo tão importante e revolucionária para os artistas da sua geração. Alberto Carneiro e o corpo na esculturaA partir de 22 de Março, também em Serralves, portas abertas para uma grande exposição antológica do escultor Alberto Carneiro. A selecção contará com uma série de obras inéditas, e será a oportunidade para revisitar ou conhecer o corpo de trabalho de um dos grandes nomes da escultura da segunda metade do século XX em Portugal. Nascido em S. Mamede do Coronado em 1937, numa família de santeiros populares, Alberto Carneiro soube sempre intuir e trabalhar o papel do corpo do artista e, por extensão, do visitante, na concepção e na leitura das suas obras. Quer se trate das performances realizadas durante a década de 60 no Marão, das instalações da década seguinte ou das esculturas recentes, que parecem querer libertar a essência da madeira de toda a matéria que a envolve, o seu trabalho revela também um acerto temporal e geracional sem falha. Mais perto da arquitecturaA partir de 12 de Setembro, a Trienal de Arquitectura vai pôr Lisboa a pensar sobre os diferentes desafios que a arquitectura tem de enfrentar no contexto actual. Sob direcção da curadora inglesa Beatrice Galilee (na foto), escolhida através de um concurso internacional, e sob o tema geral Close, closer, uma equipa de curadores irá organizar quatro projectos expositivos distribuídos por Museu da Electricidade, Palácio Sinel de Cordes (actual sede da Trienal), Mude e Carpe Diem — Centro de Arte e Pesquisa, para além de diversos espaços públicos, onde vão acontecer acções e debates. Uma programação intensa que se assume como plataforma de reflexão, convidando cada habitante da cidade a intervir não só nas exposições (que se pretendem experimentais, alternativas e performáticas), mas no pensar e no fazer da cidade do futuro. Os títulos das exposições ilustram bem o âmbito e a ambição da próxima edição da Trienal: Futuro Perfeito, A realidade e outras ficções, Novos públicos e Efeito Instituto. Guerra, dor e trauma em Lida AbdulLida Abdul nasceu em Cabul em 1971 e, por causa da guerra, esteve exilada em países como a Índia, a Alemanha e os EUA. O seu trabalho está muito concentrado no vídeo e o um dos seus fios condutores é o Afeganistão. A estranheza e o exotismo da sua terra natal, marcada tão profundamente pela guerra e pelo trauma, são transportados para uma obra que tem na ficção e na magia as suas marcas características — e que o CAM desvendará já a partir da próxima semana. Não se trata de uma revisão ou do relato das dores e perdas da guerra, mas da construção de fantasias, inverosímeis, improváveis, em que o importante é o modo como a ficção é, simultaneamente, um modo de aproximação e de afastamento da realidade. Rui Toscano tijolo a tijoloEra um acontecimento há muito esperado e anunciado: a (re)descoberta das esculturas sonoras de Rui Toscano (Lisboa, 1970) sob a forma de uma exposição panorâmica que incluísse trabalhos seminais e obras recentes ou inéditos. Protagonista nos 1990 do encontro da arte portuguesa com a cultura rock (ao lado de Carlos Roque e João Paulo Feliciano), Toscano destacou-se com uma prática artística muito particular, em termos de materiais e afinidades. Em 1994, ao produzir Bricks are Heavy, apropriando-se das propriedades escultóricas e sonoras do radiogravador, inaugurou uma série de peças que conciliavam o inconciliável: um objecto proveniente da cultura juvenil (e associado aos seus valores e expressões) com a linguagem formal característica da escultura minimalista. Dito de outro modo: a forma do paralelepípedo e a sua serialidade com as memórias e as experiências de canções no espaço urbano. Rui Toscano não deixou de prosseguir a sua prática em torno do saudoso “tijolo” e nesta exposição que a Culturgest inaugura em Fevereiro (e que será também uma viagem a um período da arte portuguesa) exibem-se duas novas esculturas sonoras, Square Fall, de 2012, e No Saying Yes, de 2002-2013. Rever Jorge MartinsA obra de Jorge Martins desenvolve-se tendo por base uma prática intensa e quotidiana do fazer do desenho e da pintura em que diferentes temas como o corpo, a luz, a cor, a linha, a mancha, a repetição, entre muitos outros, são desenvolvidos através de uma tensão muito particular entre a figuração e a abstracção. Os seus trabalhos poderão voltar a ser vistos em duas importantes exposições comissariadas por Manuel Costa Cabral e João Fernandes, uma na Fundação Carmona e Costa, em Lisboa (16 de Março a 28 de Maio), e outra no Museu de Serralves, no Porto (data a definir em Março). Rever o trabalho deste artista significa entrar em contacto com um dos momentos marcantes da pintura portuguesa contemporânea. Um trabalho histórico que desde sempre estabeleceu um diálogo crítico com as mais importantes vanguardas do seu tempo, e que importa retomar à luz da contemporaneidade. O povo e Danh VõÉ a primeira vez que Danh Võ (1975, Bà Ria, Vietname) expõe, a título individual, o seu trabalho entre nós, boa nova que merece ser celebrada sem reservas. A exposição A asa de Gustav, comissariada por Óscar Faria (ex-crítico de arte do Ípsilon), revelará ao público um obra frágil e forte, enformada por questões como a linguagem, o trabalho, a memória e a história. A maioria dos projectos de Danh Võ tem como ponto de partida uma carta escrita no século XIX por Théophane Vérnard, um jesuíta francês, ao pai, antes da sua morte por decapitação. Uma carta depois recopiada pelo pai do próprio artista, numa caligrafia feita de caracteres latinos, que conta ao leitor a história de um país várias vezes violentado. Deste trabalho (conceptual e manual) estende-se uma reflexão que envolve We The People: a reprodução fragmentada e à escala 1. 1 da Estátua da Liberdade. Na Culturgest o espectador será confrontado com um desmembramento que transforma a estátua em frágeis abstracções, num diálogo com a história da escultura. A materialidade do monumento, e a sua força alegórica, estará assim transfigurada num território aberto à diferença, ao pensamento e a história. Será uma exposição a não perder de um artista distinguido com vários prémios internacionais e que integrou há dois anos a colectiva Às Artes, Cidadãos!, em Serralves. Seis visões da arte africanaA partir de 30 deste mês, No Fly Zone mostrará, no Museu Berardo, seis artistas africanos contemporâneos reunidos pelo angolano Fernando Alvim e pelo maliano Simon Njami para mostrar uma nova geração de artistas que, utilizando diferentes suportes como fotografia, vídeo, instalação, pinturas, etc. , cruzam não só a memória dos seus países da origem, mas uma vivência global do mundo e das suas diferentes dinâmicas, culturas, estéticas e políticas. Será uma boa oportunidade para responder à pergunta: do que se fala quando se fala de arte africana contemporânea?
REFERÊNCIAS:
Antologia italiana inclui Manuel Alegre ao lado de Dylan, Lennon e Cohen
Autor de O Canto e as Armas foi o português escolhido para integrar uma antologia italiana de estudos sobre poetas e cantores de resistência (...)

Antologia italiana inclui Manuel Alegre ao lado de Dylan, Lennon e Cohen
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2013-01-22 | Jornal Público
SUMÁRIO: Autor de O Canto e as Armas foi o português escolhido para integrar uma antologia italiana de estudos sobre poetas e cantores de resistência
TEXTO: A editora italiana Diagosfera ETS acaba de lançar a antologia Canto Un Mondo Libero, organizada por Marco Fazzani, que inclui Manuel Alegre ao lado de um conjunto de poetas e songwriters de diversos países, dos americanos Woody Guthrie e Bob Dylan, ao canadiano Leonard Cohen ou ao chileno Vitor Jara, assassinado poucos dias após o golpe de Estado de Pinochet. A obra, de 250 páginas, inclui traduções italianas de alguns poemas e canções – um dos seus propósitos é justamente questionar as fronteiras entre a poesia escrita para ser impressa e lida e a aquela que se destina a ser cantada –, mas é, antes de mais, uma recolha de ensaios de diversos autores sobre “poetas e cantautores que se bateram pelos ideiais da liberdade e da democracia contra regimes ditatoriais e os abusos do Estado”, esclarece a editora. O ensaio relativo a Manuel Alegre, que é o único autor português incluído no livro, abarca o seu percurso biográfico e a sua actividade anti-fascista, mas é também um comentário à sua obra literária. Assina-o Sandra Bagno, titular da cátedra Manuel Alegre da Universidade de Pádua, criada em 2010 para o estudo da língua, literatura e cultura portuguesas. Além do autor de Praça da Canção (1965) ou Senhora das Tempestades (1998), e dos poetas e escritores de canções já referidos, a antologia inclui, entre outros, o brasileiro Chico Buarque, os ingleses John Lennon e Linton Kwesi Johnson, de origem jamaicana, o sul-africano Mzwakhe Mbuli, conhecido como “o poeta do povo”, o prémio Nobel da Literatura Derek Walcott, de Santa Lúcia, ou o grego Alekos Panagulis, um activo opositor do regime dos coronéis, que tentou mesmo assassinar, em 1968, o ditador Georgios Papadopoulos. A obra inclui ainda um CD com poemas e canções de alguns dos autores escolhidos, declamados ou cantados por intérpretes italianos. Quer como poeta, quer como ficcionista, Manuel Alegre tem sido regularmente publicado em Itália, em traduções de Carlo Vittorio Cattaneo, de Giulia Lanciani e de outros lusistas italianos.
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Étnia Africano
Izmailov não joga em Setúbal porque estava no Sporting quando o jogo foi adiado
FC Porto visita o Vitória de Setúbal, num jogo em atraso relativo à 12.ª jornada do campeonato. (...)

Izmailov não joga em Setúbal porque estava no Sporting quando o jogo foi adiado
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 2 | Sentimento -0.4
DATA: 2013-01-22 | Jornal Público
SUMÁRIO: FC Porto visita o Vitória de Setúbal, num jogo em atraso relativo à 12.ª jornada do campeonato.
TEXTO: O russo Marat Izmailov é a principal ausência nos convocados do FC Porto, que se desloca quarta-feira ao reduto do Vitória de Setúbal, em encontro em atraso da 12. ª jornada da I Liga. Izmailov não pode defrontar os sadinos porque à data inicial do jogo (14 de Dezembro) – foi adiado devido às condições climatéricas adversas – o internacional russo ainda pertencia aos quadros do Sporting. Além do ex-“leão”, que apontou o segundo golo dos portistas no jogo de sábado com o Paços de Ferreira (2-0 no Dragão, para a 15. ª jornada), o treinador do FC Porto, Vítor Pereira, também não pode contar com o castigado Fernando. O médio brasileiro somou na última ronda o quinto cartão amarelo na prova, pelo que não pode alinhar no Bonfim, tal como os lesionados James Rodríguez e Kléber. De fora continuam também o extremo ganês Atsu, que está a disputar a Taça das Nações Africanas, e o médio argentino Iturbe, no sul-americano de sub-20. Em relação à convocatória para o embate com a formação da Mata Real, regressam aos eleitos o defesa esquerdo colombiano Quiñónez e o médio Tozé, autor do tento que permitiu ao FC Porto B vencer no reduto do União da Madeira (1-0), na última ronda da II Liga. O encontro entre o Vitória de Setúbal e o FC Porto, que encerra a primeira volta da I Liga portuguesa, realiza-se quarta-feira, às 20h15, no Estádio do Bonfim, em Setúbal, com arbitragem do lisboeta Pedro Proença. Em caso de triunfo, os portistas igualam o Benfica na liderança da competição, com 39 pontos, enquanto os sadinos precisam de pontuar para sair de baixo da “linha de água”. Lista de convocadosGuarda-redes: Helton e Fabiano. Defesas: Danilo, Maicon, Mangala, Abdoulaye, Alex Sandro, Otamendi e Quiñónez. Médios: Lucho González, Castro, João Moutinho, Defour e Tozé. Avançados: Jackson Martínez, Silvestre Varela, Kelvin e Sebá.
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As origens revolucionárias da selecção da Argélia
A equipa argelina realizou 91 jogos antes de o país alcançar a independência da colonizadora França. (...)

As origens revolucionárias da selecção da Argélia
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2013-01-26 | Jornal Público
SUMÁRIO: A equipa argelina realizou 91 jogos antes de o país alcançar a independência da colonizadora França.
TEXTO: Em 1958, Rachid Mekhloufi tinha tudo para ser uma das figuras do Mundial de futebol de 1958, que iria realizar-se na Suécia. No ano anterior, tinha sido o melhor marcador do Saint-Étienne na primeira vez que "les verts" foram campeões franceses, com 25 golos, e estava na lista do seleccionador Albert Batteux para o torneio. Para todos os efeitos, Mekhloufi era francês, apesar de ter nascido na Argélia, na altura colónia francesa. Mekhloufi iria jogar num particular em Paris contra a Suíça, mas chegou o dia do jogo e o avançado não apareceu. Mekhloufi foi um dos oito jogadores a actuar em França nascidos na Argélia que fugiram do país para a Tunísia, com o objectivo de formar uma equipa que representasse no futebol a "Front de Libération Nationale" (FLN), movimento armado que lutava contra a potência colonizadora pela independência da Argélia. E este foi o embrião de uma futura selecção argelina, mas é um caso em que a equipa apareceu antes do país - a Argélia só seria independente em 1962. A selecção da FLN ainda conseguiu disputar 91 encontros durante quatro anos, alcançando 65 vitórias, entre as quais uma por 6-1 sobre a Jugoslávia e outra sobre a Checoslováquia por 5-0. A Argélia tornou-se uma colónia francesa em 1830 e foi pela sua influência que o futebol se tornou no desporto nacional para os argelinos - o primeiro presidente após a independência, Ahmed Ben Bella, também foi futebolista, tendo actuado no Marselha. Desde cedo que o futebol se transformou num fórum de contestação, com vários clubes associados a movimentos políticos pela independência. Depois da II Guerra Mundial, os clubes argelinos tinham a possibilidade de jogar na Taça de França e, em 1957, o Sporting Club Universitaire d"El Biar causou sensação ao eliminar o Stade de Reims, na altura finalista vencido (pelo Real Madrid) na primeira edição da Taça dos Campeões Europeus, em 1956. Foi nesta altura que se começou a formar a ideia de criar um "braço desportivo" da FLN. Mokhtar Arribi, treinador-jogador do Avignon, iniciou um processo de recrutamento de jogadores argelinos a actuar em França, que culminou, um ano depois, no tal êxodo clandestino de jogadores para a Tunísia - alguns chegaram mesmo a ser presos quando tentavam sair do país. Ao contrário dos próprios jogadores franceses, como Raymond Kopa ou Just Fontaine, que simpatizavam com a causa dos seus colegas argelinos, a federação francesa tentou que qualquer equipa que jogasse contra a selecção da FLN fosse banida do futebol, mas esta tentativa de pressão não se concretizou. E a selecção mostrou grande capacidade goleadora, com 385 golos marcados nos jogos que disputou. Depois da independência, nem todos os jogadores da FLN regressaram a França, mas Mekhloufi seria um dos que voltaram ao "hexágono", voltando a representar o Saint-Étienne, pelo qual conquistou mais três títulos. Mas não voltou a vestir a camisola dos "bleus" (tinha cinco internacionalizações) e passou a representar a selecção da República Democrática e Popular da Argélia, da qual chegou a ser também o seleccionador. Actualmente, a Argélia ocupa o 22. º lugar do "ranking" da FIFA, mas está cotada como a segunda melhor selecção africana - a sua participação na CAN 2013 não está a correr muito bem, defrontando neste sábado o Togo depois de uma derrota com a Tunísia na primeira jornada. Há muitos jogadores nascidos em França que actuam pela Argélia, mas houve um que África não conseguiu atrair: Zinedine Zidane, nascido em Marselha, de pais argelinos, considerado o melhor jogador francês de todos os tempos.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave guerra
Editora da Tinta da China constituída arguida por publicar livro que denuncia abusos em Angola
Rafael Marques, arguido no mesmo processo, é o autor de Diamantes de Sangue: Tortura e Corrupção em Angola, que a editora publicou em 2011. (...)

Editora da Tinta da China constituída arguida por publicar livro que denuncia abusos em Angola
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2013-01-31 | Jornal Público
SUMÁRIO: Rafael Marques, arguido no mesmo processo, é o autor de Diamantes de Sangue: Tortura e Corrupção em Angola, que a editora publicou em 2011.
TEXTO: Quando soube da investigação do jornalista e activista angolano Rafael Marques sobre crimes contra populações nas zonas de extracção de diamantes das Lundas, em Angola, Bárbara Bulhosa, responsável da editora Tinta da China, não teve dúvidas de que queria publicar esse trabalho em forma de livro. Fez as diligências para verificar factos e ficou convicta da sua veracidade. Relatórios internacionais e testemunhos de vítimas apontavam num mesmo sentido: graves violações de direitos humanos estavam, há vários anos, a ser cometidas por empresas de segurança contra as populações indefesas com a conivência de generais em Angola. Publicou. E, por ter publicado, foi constituída arguida, por difamação e injúria, no mesmo processo em que também Rafael Marques é arguido. Diamantes de Sangue: Tortura e Corrupção em Angola, que vendeu até agora cerca de sete mil exemplares, traça um retrato implacável da vida nas zonas de exploração diamantífera das Lundas, no Nordeste esquecido do país. Por isso mesmo, o assunto interessou a Bárbara Bulhosa, enquanto editora. Esta quinta-feira, quando foi ouvida no Departamento de Investigação e Acção Penal (DIAP) de Lisboa, perguntaram-lhe como tinha conhecido Rafael Marques e por que se interessara pelo seu trabalho. Para a editora, o importante, no momento de publicar o livro, foi dar a conhecer uma situação “de extrema gravidade, que não era conhecida e que estava a acontecer”. “Para mim, [a opção de publicar o livro] não tem nada a ver com Angola. Podia ser noutro país qualquer”, disse ao PÚBLICO. “O que me interessava era a questão dos direitos humanos e a denúncia de situações terríveis para as populações. ” Considera que este é “um processo político de intimidação” e uma “pressão sobre todos os editores a quem possam chegar manuscritos sobre questões sensíveis e em que estão envolvidas pessoas com muito poder”. A editora fica com termo de identidade e residência até o Ministério Público (MP) decidir se deduz ou não acusação. Mas, tal como explicou o advogado Manuel Magalhães e Silva, quando Rafael Marques, seu cliente, soube em Dezembro que era constituído arguido, também o advogado de Bárbara Bulhosa, José Manuel Mesquita, explica que, na abertura de um processo, os visados são sempre constituídos arguidos, não resultando essa designação de nenhuma apreciação do caso. “Um erro”, segundo a defesaSeja como for, diz o advogado: “Este processo parece-me um erro. ” Um erro, no sentido em que poderá vir a confirmar com maior alcance público os factos expostos no livro. E um erro, considera, de quem interpôs a queixa-crime: nove queixosos, sete generais e as duas empresas de segurança de que são accionistas e que operavam nas zonas diamantíferas em Angola – Sociedade Mineira do Cuango e TeleService (esta última, entretanto, abandonou a zona de extracção de diamantes). O advogado do escritório PLMJ, de José Miguel Júdice, que representa os generais angolanos e as duas empresas de segurança, João Medeiros, confirmou ao PÚBLICO que a queixa-crime foi interposta em Março de 2012, em Portugal, país onde o livro foi editado, e que, entre os queixosos, está o general Hélder Vieira Dias “Kopelipa”, ministro de Estado e chefe da casa militar da Presidência da República. (É uma das mais influentes figuras em Angola e do círculo mais íntimo do chefe de Estado, e uma das figuras visadas por um inquérito-crime aberto na Procuradoria-Geral da República em Portugal, por branqueamento de capitais e fraude fiscal. )Entre os queixosos, estão também o general António dos Santos França “Ndalu”, deputado do MPLA no poder e presidente da empresa sul-africana de diamantes De Beers em Angola, e dois generais, Armando da Cruz Neto e João de Matos, que ocuparam o cargo de chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas Angolanas. Com uma acusação, haverá julgamentoPela defesa, José Manuel Mesquita não arrisca antecipar uma decisão do MP, mas lembra que a difamação não é punível desde que os factos imputados sejam verdade ou mereçam credibilidade por parte do autor ou do editor. E isso está garantido, assegura. Existem relatórios internacionais e testemunhos locais a confirmar a realidade descrita no livro, que, por outro lado, “merece toda a credibilidade do autor e da editora”, acrescenta. Pela acusação, João Medeiros limita-se a dizer: “Vamos ver. ”No caso de o MP deduzir acusação, o advogado de Bárbara Bulhosa não pedirá a instrução do processo (que ainda daria hipótese ao arquivamento do mesmo). “Vamos logo para julgamento. ” Será uma forma de expor a verdade, sugere: “Se querem questionar a veracidade dos factos, vamos ver a veracidade dos factos. "
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave crime direitos humanos
Papandreou avisa que sacrifícios dos portugueses poderão ser em vão
Ex-governante grego pede outra atitude à União Europeia. (...)

Papandreou avisa que sacrifícios dos portugueses poderão ser em vão
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2013-02-04 | Jornal Público
SUMÁRIO: Ex-governante grego pede outra atitude à União Europeia.
TEXTO: O presidente da Internacional Socialista (IS), o ex-primeiro-ministro grego Georgios Papandreou, alertou nesta segunda-feira que a crise não acabou e, se a Europa não mudar, os sacrifícios dos portugueses, gregos, espanhóis e italianos serão em vão. "A crise não acabou. Ainda hoje, se a Europa não tomar mais medidas, os sacrifícios dos portugueses, gregos, espanhóis e italianos poderão perder-se e mais nos será exigido", disse, na abertura do Conselho da Internacional Socialista, em Cascais. Papandreou, que assumiu o Governo grego em 2009 e se demitiu em 2011 para dar lugar ao Governo de união nacional que se encarregou de lidar com a crise no país, admitiu que os sacrifícios eram necessários, mas deviam ter servido apenas para dar tempo à Europa de mudar. Recordou que em 2009 assumiu a responsabilidade de "limpar a confusão deixada pelo Governo conservador anterior" e fê-lo "com o apoio e muitos sacrifícios do povo grego". "Sobrevivemos, a Grécia está viva hoje, e tem perspectivas, mas sei, como o António [José Seguro, secretário-geral do PS] sabe, que a dívida e o défice são só sintomas de problemas piores", disse o líder do Pasok. O socialista grego comparou a situação portuguesa com a grega, lembrando que, "no primeiro ano", o seu país também foi bem-sucedido: "Fomos vistos como um exemplo, mas quando os mercados não reagiram, o meu Governo foi erradamente criticado. "Para o ex-primeiro-ministro, a responsabilidade foi da União Europeia, por não ter reagido "com força" para dar "um sinal positivo aos mercados" e criar confiança. "A Europa conservadora foi demasiado conservadora e acreditou na magia dos mercados. Pagamos isso hoje, ambos os nossos países", lamentou, alertando que uma Europa "introvertida, medrosa, nacionalista, sem solidariedade será uma Europa condenada a falhar". "Acredito, como o António [José Seguro] acredita, que há um caminho alternativo e progressista", afirmou, defendendo uma Europa "que ponha a reforma à frente da austeridade". Uma Europa progressista, disse, "não ficaria quieta a olhar para uma geração perdida de desempregados a sofrer", não toleraria o "crescimento de nacionalismos e racismo". "Isto não devia ser uma corrida até ao fundo", afirmou. O presidente da IS comparou ainda os conservadores com os progressistas de hoje: "Eles falam de medo, nós de esperança, eles falam de castigo, nós de mudança, eles falam de austeridade, nós de reforma. "No início do seu discurso, Papandreou disse que a realização da reunião da IS em Portugal visa manifestar "solidariedade com o povo português, com o Partido Socialista e o seu líder", que considerou ser um dos "líderes mais apaixonados" do movimento. "Num país que enfrenta enormes desafios e até dor, é um líder com visão", disse, referindo-se ao secretário-geral do PS, António José Seguro.
REFERÊNCIAS:
Partidos PS
Cardeal Peter Turkson do Gana no topo da lista da sucessão de Bento XVI
Os candidatos dos países em desenvolvimento são apontados como os favoritos no processo de escolha do sucessor de Bento XVI. O próximo Papa pode vir de África ou da América Latina. (...)

Cardeal Peter Turkson do Gana no topo da lista da sucessão de Bento XVI
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2013-02-12 | Jornal Público
SUMÁRIO: Os candidatos dos países em desenvolvimento são apontados como os favoritos no processo de escolha do sucessor de Bento XVI. O próximo Papa pode vir de África ou da América Latina.
TEXTO: O cardeal Peter Turkson, do Gana, perfila-se como o mais provável sucessor de Bento XVI, pelo menos de acordo com as “previsões” das casas de apostas, que dão uma cotação de 9-4, ou seja, uma grande probabilidade, à sua eleição. A eleição do novo Papa é responsabilidade de um colégio de 118 cardeais, isolados em conclave na Capela Sistina do Vaticano. A pressão para a escolha de uma personalidade oriunda de um país em desenvolvimento é grande: é em África e na América Latina que se concentra 70% da população católica do mundo, e é aí que a Igreja Católica se encontra em expansão – em contraponto com a Europa, que há um século respondia por três quartos dos católicos do mundo e onde agora se encontram apenas 25% dos fiéis. A escolha do cardeal Peter Turkson, de 64 anos, responsável pelo Departamento da Justiça e Paz e porta-voz do Vaticano para as questões sociais, representaria um momento histórico de viragem e renovação da Igreja Católica: seria a primeira vez que, na era moderna, o mundo católico teria como líder um homem de fora da Europa. O cardeal Francis Arinze da Nigéria, que fora mencionado como uma possibilidade durante o processo de sucessão que culminou com a eleição de Bento XVI, é a outra referência africana. “As pessoas são livres de especular e fazer os seus próprios juízos. Quando andamos em busca de liderança, julgo que o melhor a fazer é orar a Deus, o líder e dono desta Igreja, para que ele nos ajude a encontrar a pessoa mais capaz neste particular momento da História”, reagiu o cardeal do Gana numa curta entrevista ao programa Focus on Africa da BBC, a partir do Vaticano. “Seria muito bom que tivéssemos candidatos fortes da África e da América do Sul no próximo conclave”, considerou o cardeal suíço Kurt Koch, ao jornal Tagesanzeiger de Zurique, que, instado a manifestar uma preferência, respondeu sem hesitações que, em igualdade de circunstâncias, preferiria um candidato não-europeu a um europeu. Mas depois das declarações do arcebispo Gerhard Müller, chefe da Congregação pela Doutrina da Fé (um cargo que foi ocupado pelo cardeal Joseph Ratzinger antes de ser eleito Bento XVI), que apontou as capacidades de “muitos bispos e cardeais da América Latina que poderiam receber a responsabilidade pela Igreja”, a “candidatura” do cardeal brasileiro Odilo Petro Sherer, arcebispo metropolitano de São Paulo, ganhou um novo impulso. Na lista oficiosa de potenciais sucessores existem outros dois nomes da América Latina: o argentino Leonardo Sandri, filho de pais italianos e nascido em Buenos Aires e que ocupou o cargo de chief of staff, o terceiro lugar da hierarquia do Vaticano, entre 2000 e 2007; e o também brasileiro João Braz de Avis, um defensor da teologia da libertação da América Latina e actual responsável pelo Departamento das Congregações Religiosas do Vaticano. O favoritismo de Odilo Petro Sherer tem a ver com o facto de liderar a maior diocese do maior país católico do mundo e de ser encarado como uma figura moderada (embora seja visto como um conservador no seu país). No entanto, a implantação e rápido crescimento de Igrejas protestantes evangélicas no Brasil pode ser encarado como uma “mácula” na sua candidatura. Outros nomes que estão a ser apontados são o cardeal Marc Ouellet, do Canadá, que dirige a Congregação dos Bispos (e que uma vez disse que ser eleito Papa seria “um pesadelo”), e o norte-americano Timothy Dolan, arcebispo de Nova Iorque, EUA. Dois italianos, o arcebispo de Milão, Angelo Scola, e o ministro da Cultura do Vaticano, Leonardo Sandri, também figuram entre os papabili. O outro europeu nesta lista é Christoph Schoenborn, o arcebispo de Viena de Áustria – um antigo aluno de Bento XVI e autor da revisão do catecismo da Igreja na década de 1990. As aspirações da Ásia são representadas pelo filipino Luis Tagle, de 55 anos, que trabalhou com Bento XVI na Comissão Teológica Internacional. Com 55 anos, é uma das personalidades mais carismáticas da Igreja Católica, mas as suas hipóteses serão prejudicadas pelo facto de só ter ascendido a cardeal em 2012. Os possíveis candidatos portugueses são o actual presidente da Conferência Episcopal, D. José Policarpo; e D. Manuel Monteiro. Notícia alterada às 19h50 Clarifica que não houve Papas europeus na era moderna. Muitos académicos citam a existência de três Papas negros na história da Igreja Católica.
REFERÊNCIAS:
Entidades EUA