Bruxelas chumba venda do BPN se o Governo mantiver crédito a custo zero
As condições de acesso a um crédito até 300 milhões de euros que o Governo prometeu avalizar ao BIC Portugal, no âmbito do acordo de venda do BPN, são o principal ponto de divergência com a Comissão Europeia, que admite chumbar o negócio. (...)

Bruxelas chumba venda do BPN se o Governo mantiver crédito a custo zero
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 2 | Sentimento -0.5
DATA: 2012-03-09 | Jornal Público
SUMÁRIO: As condições de acesso a um crédito até 300 milhões de euros que o Governo prometeu avalizar ao BIC Portugal, no âmbito do acordo de venda do BPN, são o principal ponto de divergência com a Comissão Europeia, que admite chumbar o negócio.
TEXTO: Bruxelas não aceita que a linha de liquidez seja disponibilizada a custo zero para o grupo luso-angolano - como está previsto - e exige a aplicação de uma taxa de juro de 300 pontos base (3%). Nas últimas semanas, o dossier BPN (Banco Português de Negócios) regressou em força ao debate público. Para além dos termos da alienação do banco - nacionalizado pelo anterior Governo, em 2008 -, surge também a intenção manifestada por deputados do Bloco de Esquerda (e concretizada pelo PS) de avançar com uma comissão de inquérito parlamentar à privatização, o que veio criar um quadro de negociações complexo. Neste quadro, Fernando Teles, accionista e presidente do grupo BIC (BIC Portugal e BIC Angola), e a quem caberá uma palavra decisiva no negócio, passou a ser o interlocutor do Governo português. O banqueiro luso-angolano estará em Portugal na próxima semana, altura em que aproveitará para se encontrar com Maria Luís Albuquerque, secretária de Estado do Tesouro, responsável pela condução do processo de privatização. "Não quero falar sobre esse tema", disse ao PÚBLICO Fernando Teles, a partir de Luanda. Por isso, só na terça-feira é que se ficará a saber se a venda do BPN ao BIC Portugal, que terá de estar concluída até final de Março, tem pés para andar. Nesse dia, os accionistas portugueses e angolanos, entre eles, Fernando Teles, Isabel dos Santos e Américo Amorim, vão reunir-se, em Lisboa, em conselho de administração para analisar a posição de Bruxelas que já é do seu conhecimento. Neste encontro, os responsáveis terão que decidir se aceitam os remédios propostos pela União Europeia para aprovar a operação. Em concreto, o pagamento de uma taxa de juro de 3% pela linha de financiamento de 300 milhões de euros. No acordo celebrado no final de Julho entre Mira Amaral, pelo BIC Portugal, e a secretária de Estado do Tesouro, Maria Luís Albuquerque, o comprador (que se propõe pagar 40 milhões de euros pelo banco) faz depender a aquisição do BPN da aprovação pela Direcção-Geral da Concorrência (DGC) da União Europeia. O PÚBLICO divulgou, na edição de 25 de Fevereiro passado, que uma das cláusulas mais controversas do acordo é a criação, pelo Governo e através da CGD, de uma linha de liquidez até 300 milhões de euros, por um período de três anos, à taxa Euribor, e a custo nulo. Ou seja: sem spread (a margem cobrada habitualmente pelo banco que empresta) para o BIC Portugal. A DGC chumbou este ponto por o considerar uma ajuda encapotada do Estado português ao banco de capitais luso-angolanos. Para autorizar o negócio e a fim de evitar que este caso se torne um precedente para outros bancos europeus, Bruxelas impôs que o acesso, total ou parcial, à linha de 300 milhões de euros passe a ter um preço: um juro de 3%. Manter os ráciosA almofada de 300 milhões de euros (verba que fica na CGD em stand-by) é para ser usada à medida que a carteira de depósitos do BIC/BPN se reduza (caso isso aconteça) e permitir que o rácio de alavancagem (proporção do crédito face aos depósitos) não ultrapasse os 120%, a meta fixada pelo Banco de Portugal. O acordo define que sejam transferidos 1, 7 mil milhões de euros de depósitos para o BIC Portugal e créditos de 2, 25 mil milhões, montantes que asseguram que o rácio de transformação de créditos em depósitos fique dentro do patamar imposto pela entidade de supervisão. O impacto nas contas do BIC Portugal do remédio imposto por Bruxelas dependerá do grau de utilização dos 300 milhões de euros que serão disponibilizados. A venda do BPN ao BIC Portugal já exigiu que o Estado injectasse 600 milhões de euros no banco que está a ser privatizado e concedesse apoios de tesouraria de 700 milhões. Para além dos 300 milhões já referidos, e que foram chumbados por Bruxelas, o BIC assume mais 400 milhões de euros de uma emissão de mil milhões de euros de papel comercial do BPN subscrita pela CGD. No caso dos 400 milhões de euros, Bruxelas não levantou objecções, mas admite-se que possa ter questionado o Governo português sobre as razões que o levaram a reforçar o capital do BPN em 600 milhões sem pedir a colaboração do BIC Portugal.
REFERÊNCIAS:
Partidos PS
Annan "optimista" após segundo encontro com Bashar al-Assad
Devido a "uma série de razões" que não foram especificadas, o enviado das Nações Unidas e da Liga Árabe à Síria disse este domingo estar "optimista". As declarações foram feitas após o segundo encontro de Kofi Annan com o Presidente Bashar al-Assad. (...)

Annan "optimista" após segundo encontro com Bashar al-Assad
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2012-03-11 | Jornal Público
SUMÁRIO: Devido a "uma série de razões" que não foram especificadas, o enviado das Nações Unidas e da Liga Árabe à Síria disse este domingo estar "optimista". As declarações foram feitas após o segundo encontro de Kofi Annan com o Presidente Bashar al-Assad.
TEXTO: As reuniões - a primeira foi ontem - serviram para Annan expressar a sua preocupação pelos acontecimentos na Síria, onde um conflito interno entre o Governo e a população que exige a saída de Assad já matou 8500 pesosas. O envaido fez várias propostas relativas ao início do diálogo com a oposição, à libertação de presos políticos e ao fim dos bombardeamentos sobre as cidades mais conotadas com a oposição. "Vai ser duro. Vai ser difícil, mas temos que manter a esperança", disse Annan aos jornalistas em Damasco, de onde partiu para o Qatar, um dos países mais influentes da Liga Árabe. O enviado disse estar "optimista" e contou ter mencionado a Assad um provérbio: "Pedi ao Presidente que lembrasse o provérbio africano que diz 'Se não podes mudar o vento, muda a vela'". Kofi Annan disse ainda ter falado na necessidade de tarvar a "violência e os abusos em curso" e de iniciar reformas democráticas. No sábado, o Presidente sírio tinha dito ao visitante que não negoceia com terroristas, ou seja com a oposição aliada aos grupos armados que combatem as forças governamentais. Em Damasco, o enviado da ONU e da Liga Árabe encontrou-se também com líderes religiosos e com membros da oposição.
REFERÊNCIAS:
Entidades ONU
Cavaco diz que dever de informação de Sócrates era “transparente como a água”
O Presidente da República, Cavaco Silva, citou esta segunda-feira a Constituição da República Portuguesa para justificar as críticas que fez ao ex- primeiro-ministro, José Sócrates, no prefácio do livro Roteiros VI. (...)

Cavaco diz que dever de informação de Sócrates era “transparente como a água”
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2012-03-12 | Jornal Público
SUMÁRIO: O Presidente da República, Cavaco Silva, citou esta segunda-feira a Constituição da República Portuguesa para justificar as críticas que fez ao ex- primeiro-ministro, José Sócrates, no prefácio do livro Roteiros VI.
TEXTO: No final de uma visita a dois navios da Marinha, Cavaco Silva invocou o artigo 201 da Constituição: “O primeiro-ministro deve informar o Presidente da República de todas as iniciativas relevantes para a condução da política interna e externa do país. ”Cavaco rematou que esta obrigação era, aliás, “transparente como a água”. Sobre a polémica que o texto suscitou, o Presidente atribuiu-a a “desinformação”, convidando os portugueses a ler o prefácio “na íntegra”. Recordou ainda ser prática de “todos os Presidentes” analisarem em livro “os aspectos mais relevantes do ano que passou”. As declarações de Cavaco Silva surgiram após a condecoração com o grau de Membro Honorário da Ordem Militar de Cristo ao navio-escola “Sagres” e a visita à fragata “Côrte-Real”, que parte esta segunda-feira para o oceano Índico onde participará na Operação Atalanta, da União Europeia, que decorre ao largo da Somália. O Presidente voltava assim à polémica que acendeu na quinta-feira quando escreveu, no prefácio da obra Roteiros VI, que José Sócrates teve para com ele “uma falta de lealdade institucional” que ficará registada na história da democracia, por não o ter informado previamente sobre o PEC IV.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave escola
Guineenses escolhem Presidente da República
Os guineenses estão este domingo a escolher o próximo Presidente da República. Carlos Gomes Júnior parece estar “na dianteira”. Mas o que importará à população é que o país possa, finalmente, virar a página do ciclo de violência político-militar dos últimos anos. (...)

Guineenses escolhem Presidente da República
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2012-03-18 | Jornal Público
SUMÁRIO: Os guineenses estão este domingo a escolher o próximo Presidente da República. Carlos Gomes Júnior parece estar “na dianteira”. Mas o que importará à população é que o país possa, finalmente, virar a página do ciclo de violência político-militar dos últimos anos.
TEXTO: “Rezo a Deus para que as coisas aqui melhorem. Quero que as próximas eleições tragam mudança face ao passado. Queremos paz e prosperidade na Guiné-Bissau”, disse à Reuters Arman Dinou, um estudante, já no final da campanha para a sucessão de Malam Bacai Sanhá, o Presidente que morreu em Janeiro, num hospital de Paris, a meio do mandato. A campanha decorreu sem incidentes relevantes, com meios que a AFP considerou surpreendentes para um país pobre, de mais de 1, 6 milhões de habitantes, um milhão dos quais vive com menos de dois dólares por dia. A segurança de um país que também se tornou conhecido no mundo por más razões – é uma plataforma na passagem de droga da América Latina para a Europa – está a ser assegurada por 4400 militares e elementos das forças policiais. O apoio oficial do PAIGC (Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde), de que é presidente, uma campanha com meios e o prestígio externo como primeiro-ministro jogam a favor de Carlos Gomes Júnior. “Cadogo”, como é conhecido, 62 anos, que chegou a estar detido por militares em Abril de 2010, num dos muitos episódios de agitação militar dos últimos anos, disse que concorre à chefia do Estado para evitar que, na ausência de um candidato forte do partido, outro Presidente derrubasse imediatamente o Governo. Acredita que pode vencer já hoje. Na fase final da campanha afirmou que uma segunda volta aumentará a abstenção e pode trazer prejuízos ao país, por coincidir com a campanha do caju, principal produção agrícola da Guiné. Na corrida à sucessão de Bacai Sanhá os principais adversários de “Cadogo” estão, a acreditar no histórico eleitoral, bem identificados. São Kumba Ialá, 59 anos, ex-Presidente, que lidera a principal força da oposição, o PRS (Partido da Reinserção Social), e na última eleição disputou a segunda volta; e Henrique Rosa, 66, Presidente interino entre 2003 e 2005, um independente que em 2009 conseguiu quase um quarto dos votos e resultados expressivos em Bissau. Para Xavier Figueiredo, director do boletim África Monitor, ambos são hoje “uma sombra do que já foram” e não representam ameaça séria para o líder do PAIGC. Divisão no PAIGCO desafio a Gomes Júnior pode também surgir da sua área partidária: Serifo Nhamadjo, presidente interino da Assembleia Nacional, e Baciro Djá, ministro da Defesa, militantes do partido no Governo, concorrem como independentes e ameaçam causar mossa na candidatura oficial. Luís Nacassa, Serifo Baldé, Vicente Fernandes e Afonso Té completam o lote de nove candidatos que disputam as preferências dos cerca de 579 mil eleitores. Um décimo concorrente, Ibraima Alfa Djaló, desistiu, alegando não haver condições para uma eleição justa. O resultado das presidenciais será também um barómetro para as legislativas previstas para o final deste ano. Pedro Seabra, do Instituto Português de Relações Internacionais e Segurança, considera que Carlos Gomes Júnior está “na dianteira” e tem, pelo menos, lugar assegurado numa eventual segunda volta. Além do apoio do principal partido, beneficia da visibilidade que lhe dá ser chefe do Governo, cargo que ocupou em duas ocasiões, e tem importantes contactos nas comunidades guineenses no estrangeiro.
REFERÊNCIAS:
Étnia Africano
Comandante militar morto em Bissau horas depois das presidenciais
Horas depois de a Guiné-Bissau ter votado na primeira volta das eleições presidenciais, o país assistia a mais um assassinato de motivações obscuras. O coronel Samba Djaló, ex-chefe dos serviços secretos militares, foi morto a tiro, domingo à noite, por um grupo de homens com uniformes militares. (...)

Comandante militar morto em Bissau horas depois das presidenciais
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 2 | Sentimento -0.15
DATA: 2012-03-19 | Jornal Público
SUMÁRIO: Horas depois de a Guiné-Bissau ter votado na primeira volta das eleições presidenciais, o país assistia a mais um assassinato de motivações obscuras. O coronel Samba Djaló, ex-chefe dos serviços secretos militares, foi morto a tiro, domingo à noite, por um grupo de homens com uniformes militares.
TEXTO: “Dispararam cinco vezes contra ele”, contou à AFP uma fonte da polícia guineense, adiantando que o corpo do militar foi depois levado para casa. Não há qualquer informação sobre o móbil do crime. Um porta-voz do Exército contactado pela Reuters disse não ter informações sobre o incidente, mas três testemunhas, que pediram para não ser identificadas, contaram à AFP que os atacantes, todos envergando uniforme, dispararam contra Djaló quando ele se encontrava na esplanada de um restaurante em Cupilum de Cima, próximo da sua casa. Samba Djaló foi director adjunto dos serviços secretos militares até Abril de 2010, altura em que foi detido por suspeita de envolvimento no assassinato do antigo chefe do Estado-Maior Batista Na Waie, morto num atentado à bomba em Março do ano anterior. Horas depois, o então Presidente Nino Vieira era morto por um grupo de militares na sua residência oficial, num golpe que continua ainda hoje por explicar. Com Djaló foi igualmente detido o almirante José Zamora Induta, sucessor de Na Waie, e o ex-comandante da Força Aérea Manel de Melciades Fernandes. Segundo uma fonte da procuradoria, os três militares acusaram-se mutuamente pelos incidentes daquela noite. Detido durante oito meses, Djaló foi libertado sem acusação, mas não exercia desde essa altura qualquer função no Exército guineense. O assassinato aconteceu poucas horas depois do fim da votação para eleger o sucessor de Malam Bacai Sanhá, que morreu em Janeiro, após semanas de internamento num hospital de Paris. O escrutínio, tal como a campanha, decorreu sem incidentes, esperando-se que os resultados confirmem o favoritismo de Carlos Gomes Júnior, primeiro-ministro e presidente do PAIGC. O chefe do Executivo – que suspendeu o mandato para se candidatar à Presidência – enfrenta, porém, a concorrência do ex-Presidente Kumba Yalá, de Henrique Rosa, Presidente interino entre 2003 e 2005, de Manuel Sherifo Nhamadjo, também militante do Partido Africano para Independência da Guiné e Cabo-Verde, e de cinco outros candidatos. Os primeiros resultados devem ser anunciados nesta segunda-feira.
REFERÊNCIAS:
Étnia Africano
BES procura investidor para salvar restaurantes Só Peso da falência
A cadeia de restauração deve 14,5 milhões de euros, perdeu 12 lojas e quase 250 trabalhadores. Agora precisa de um novo investidor, que poderá ser angolano. Decisão será tomada no dia 26. (...)

BES procura investidor para salvar restaurantes Só Peso da falência
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2012-03-19 | Jornal Público
SUMÁRIO: A cadeia de restauração deve 14,5 milhões de euros, perdeu 12 lojas e quase 250 trabalhadores. Agora precisa de um novo investidor, que poderá ser angolano. Decisão será tomada no dia 26.
TEXTO: Os 19 restaurantes da cadeia chegaram a facturar 14, 8 milhões de euros e a dar emprego a 348 pessoas. Mas, dentro dos espaços que explorava nos maiores centros comerciais do país, as mesas começaram a ficar vazias, fruto da queda no consumo, e precisamente numa altura em que a empresa se viu a braços com um grande investimento. A Só Peso, que tem como grande accionista a ES Capital, do Banco Espírito Santo (BES), luta agora para evitar a falência e é provável que isso signifique que passará a contar com capitais angolanos. Esta poderia ser uma história como tantas outras, no fragilizado sector da restauração. Mas esta cadeia tinha a solidez financeira e a reputação que muitas não alcançam. Começou a dar os primeiros passos em 1997 e, ano após ano, montou uma rede de norte a sul do país, suportada no conceito de comida a peso. Mas o que um dia foi um exemplo de negócio está hoje nas mãos dos credores, acumulando dívidas de 14, 5 milhões de euros. A insolvência da Só Peso entrou no Tribunal do Comércio de Lisboa em Junho do ano passado, depois de o conselho de administração, em conflito, ter deliberado que esta era a única opção que restava à empresa. A explicação que reúne mais consenso gira à volta dos investimentos que foram feitos na cadeia, sem a necessária rentabilização. Mas para dois dos administradores, que renunciaram aos cargos, os motivos terão sido outros. Numa carta anexada ao processo, acusam a ES Capital (que detém directamente 9, 8% do capital e gere o fundo ES Iberia I, dono de mais 34% ) de agir "contra os interesses da sociedade". Muitos gastos, poucas vendasA tese não foi corroborada pelos restantes elementos da administração, que avançaram mesmo para a insolvência. A petição que entregaram ao juiz relata que o negócio corria de feição até 2009, quando a empresa chegou aos 19 restaurantes e empregava 348 pessoas. Até que, nesse ano, decidiu-se fazer um investimento "de grande volume" numa cozinha central que passaria a servir todas as lojas. A par desta decisão, que já por si significou um elevado esforço financeiro (suportado pela banca), a Só Peso ainda gastou mais 580 mil euros na abertura de novos estabelecimentos e numa remodelação de imagem. Quando a empresa fechou as contas desse ano, as vendas acumulavam já uma quebra de praticamente 5%, acompanhada por uma descida de 3, 3% no número de refeições servidas. Os novos restaurantes que abriu entre 2008 e 2010 revelaram ser más apostas. "Não obstante os sucessivos investimentos efectuados e campanhas de vendas implementadas, não foram rentáveis", explica-se no processo. O mesmo se passou com o projecto da cozinha central, face aos sucessivos decréscimos de receitas, que a administração atribui à crise e à consequente redução dos gastos das famílias. Apesar de ter iniciado uma reestruturação, a Só Peso chegou ao início do Verão de 2011 sem conseguir "gerar fundos suficientes para solver as obrigações vencidas" e requereu a insolvência, que acabou por ser decretada no início de Julho, com vista à recuperação. Desde essa altura, a cadeia encerrou a cozinha central e manteve apenas sete restaurantes abertos. A estrutura de pessoal está hoje reduzida a 103 pessoas. A viabilização da empresa foi aprovada pela maioria dos credores numa assembleia realizada em Setembro. Da lista de lesados fazem parte muitos bancos e também grandes empresas que forneciam a cadeia, como a Jerónimo Martins, a Sumol+Compal e a Unicer. O maior credor é o Banco Espírito Santo (BES), que reclama 8, 2 milhões de euros (1, 3 milhões dos quais via ES Capital). A Só Peso deve perto de 700 mil euros aos trabalhadores, mas teve um trunfo importante neste processo: não deve dinheiro ao Estado, que geralmente põe um travão aos planos de recuperação. Investidor precisa-seA administradora de insolvência nomeada para acompanhar o caso pediu 20 mil euros para desenhar o caminho para a salvação da cadeia. E os credores aceitaram. Dois meses depois da assembleia, as linhas estavam traçadas, apontando numa direcção que transformará por completo a Só Peso. O objectivo final é regressar aos lucros ainda este ano, chegando a praticamente 846 mil euros em 2023. Mas para que isso aconteça será necessário seguir à risca o plano, que tem como tarefas mais fáceis uma redução de 10% nos custos com pessoal e a necessidade de aumentos de eficiência nas sete lojas que restam. Um dos grandes desafios será sanear os créditos acumulados. É que a proposta implica um perdão da dívida, que no caso da banca chega a 50%, e uma dilatação dos prazos de pagamento até um máximo de dez anos. Além disso, a recuperação também tem uma condição implícita que não foi ainda resolvida: será necessário fazer um aumento de capital e alterar a composição accionista. E o novo investidor terá de entrar com, pelo menos, 500 mil euros. A ausência de um nome definitivo fez com que a assembleia que ia votar este plano fosse adiada para dia 26 de Março. Ao PÚBLICO, fonte do escritório da administradora de insolvência avançou que é o BES que está a negociar com potenciais interessados e que o mais certo será a entrada de um investidor angolano. O banco não respondeu às questões enviadas, até ao fecho desta edição.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave tribunal consumo
Arma do ataque à escola judaica de Toulouse foi usada em atentado a militares
Três crianças e um adulto foram abatidos a tiro à porta de uma escola judaica de Toulouse, no Sudoeste de França, por um homem que se pôs em fuga numa "scooter". A análise balística revelou que a arma usada foi a mesma que a utilizada em dois ataques distintos contra quatro homens, três militares e um paramilitar, durante a semana passada, e que fizeram três vítimas mortais. (...)

Arma do ataque à escola judaica de Toulouse foi usada em atentado a militares
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 2 | Sentimento -0.05
DATA: 2012-03-20 | Jornal Público
SUMÁRIO: Três crianças e um adulto foram abatidos a tiro à porta de uma escola judaica de Toulouse, no Sudoeste de França, por um homem que se pôs em fuga numa "scooter". A análise balística revelou que a arma usada foi a mesma que a utilizada em dois ataques distintos contra quatro homens, três militares e um paramilitar, durante a semana passada, e que fizeram três vítimas mortais.
TEXTO: Testemunhas oculares afirmam que um homem abriu fogo sobre as pessoas que se concentravam à porta da escola Ozar Hatorah, numa altura em que os pais deixavam os seus filhos no estabelecimento de ensino. As quatro vítimas mortais são um professor de religião, de 30 anos, e seus dois filhos, de seis e três anos, bem como uma outra criança, de dez anos, indicou o procurador da República Michel Valet. Um adolescente de 17 anos ficou também gravemente ferido. O ataque ocorreu pouco depois das 8h (menos uma hora em Portugal continental), numa altura em que os alunos daquele colégio-liceu – frequentado por cerca de 200 crianças e adolescentes – e respectivas famílias se concentravam à porta do estabelecimento de ensino, que fica numa zona residencial. O atirador de Toulouse “disparou contra tudo o que tinha à frente, crianças e adultos, e algumas crianças foram perseguidas no interior da escola”, disse à imprensa o procurador Michel Valet. Imediatamente após os disparos os alunos procuraram segurança no interior do estabelecimento, ao passo que os alunos de uma escola primária judaica adjacente foram retirados do perímetro da escola. Em fuga numa scooterO atacante, que usou duas armas do mesmo calibre, pôs-se em fuga numa scooter. Este ataque acontece dias depois de três militares terem sido mortos a tiro, em dois ataques distintos, perpetrados por um homem montado numa scooter na mesma região de França. Primeiro, um paramilitar de 30 anos foi baleado fatalmente numa área residencial de Toulouse a 11 de Março. Quatro dias depois, a 15 de Março, dois soldados foram mortos e um terceiro ficou ferido quando usavam um multibanco na localidade de Montauban, a cerca de 50 quilómetros de Toulouse. A análise às munições revela que a mesma arma foi usada na escola e em Montauban, avança a rádio Europe 1. O Presidente Nicolas Sarkozy considerou tratar-se de "uma tragédia nacional". Tinha já comentado existirem "grandes semelhanças entre o ataque à escola judaica e o levado a cabo contra os militares" na semana passada. Mais tarde o Presidente francês adiantou que, apesar de não se conhecerem os motivos do criminoso, “ao atacar crianças e um professor judeus, a motivação anti-semita parece evidente”. Na ausência de pistas sobre a motivação destes homicídios, é fácil também ver neles uma motivação racista — anti-semita ou anti-islâmica, devido à identidade das vítimas, uma vez que os militares mortos eram de origem magrebina. Foi aberta uma investigação no tribunal antiterrorismo de Paris sobre os ataques contra a escola e contra os militares, adianta o jornal "Ouest France". O Ministério do Interior pediu às prefeituras de "toda a França, particularmente do sudoeste" que reforcem a "vigilância em torno dos estabelecimentos de ensino judaicos", anunciou à AFP um porta-voz da tutela, Pierre-Henry Brandet. A campanha eleitoral para as eleições presidenciais foi suspensa e estão previstos vários serviços religiosos hoje em memória das vítimas, tanto judaicos como de outras confissões religiosas. Na vizinha Bélgica, a ministra do Interior também ordenou, por precaução, que se faça uma “vigilância particular” dos interesses judaicos no país, em particular junto a estabelecimentos de ensino. Notícia actualizada às 21h37 com novas declarações de Nicolas Sarkozy
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave escola tribunal ataque homem adolescente criança racista
Presidenciais da Guiné-Bissau vão ter segunda volta
As eleições presidenciais da Guiné-Bissau vão ter uma segunda volta, a disputar entre os candidatos Carlos Gomes Júnior e Kumba Ialá. (...)

Presidenciais da Guiné-Bissau vão ter segunda volta
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 2 | Sentimento -0.1
DATA: 2012-03-21 | Jornal Público
SUMÁRIO: As eleições presidenciais da Guiné-Bissau vão ter uma segunda volta, a disputar entre os candidatos Carlos Gomes Júnior e Kumba Ialá.
TEXTO: Os resultados provisórios da primeira volta, realizada no domingo, atribuem, segundo a agência Reuters, 49% a Carlos Gomes Júnior, presidente do PAIGC (Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde) e primeiro-ministro, e 23% a Kumba Ialá, ex-Presidente e líder do principal partido da oposição, o PRS (Partido da Renovação Social). Nas eleições de 2009 Kumba Ialá passou também à segunda volta, onde seria derrotado por Malam Bacai Sanhá. As eleições presidenciais na Guiné-Bissau foram antecipadas devido à morte, em Janeiro, de Sanhá, que teve um mandato condicionado por graves problemas de saúde. A segunda volta está prevista para Abril.
REFERÊNCIAS:
Étnia Africano
BIC aceita pagar juros se usar os 300 milhões do Estado
O BIC Portugal aceitou pagar um spread de 3% no caso de utilizar a linha de crédito da CGD, de 300 milhões de euros, avalizada pelo Estado, no âmbito da privatização do BPN. (...)

BIC aceita pagar juros se usar os 300 milhões do Estado
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2012-03-21 | Jornal Público
SUMÁRIO: O BIC Portugal aceitou pagar um spread de 3% no caso de utilizar a linha de crédito da CGD, de 300 milhões de euros, avalizada pelo Estado, no âmbito da privatização do BPN.
TEXTO: O pagamento desta comissão, que o Governo prometera ao banco luso-angolano não cobrar, foi uma condição imposta por Bruxelas para autorizar o regresso às mãos de capital privado da instituição nacionalizada em Novembro de 2008. Na sequência desta decisão, Governo prepara-se para comunicar que vai fechar o dossier BPN, vendendo a instituição ao BIC Portugal, depois de este ter concordado com os remédios impostos pela Direcção-Geral da Concorrência (DGC) da União Europeia. Numa primeira análise, o regulador vetou a cláusula do acordo assinado no Verão de 2011, entre a equipa de Vítor Gaspar e o BIC Portugal, e que previa que a instituição luso-angolana acedesse a uma linha de crédito da CGD sem spread (a margem cobrada pelo banco que empresta) e à taxa Euribor (que está, actualmente, pouco acima de 1, 1%). A concorrência europeia viu ali uma ajuda estatal encapotada e condicionou dar luz verde ao negócio à aplicação de um spread de 300 pontos-base (3%). Vítor Gaspar aguarda, agora, pelo último parecer do regulador europeu sobre os termos finais do acordo. Assim que se o regulador se pronunciar, o que deve acontecer nos próximos dias- e, tudo indica, positivamente -, as Finanças vão confirmar a venda, não esperando pela reunião do colégio de comissários para completar o negócio até 31 de Março. A última ronda de conversações entre o Governo e o BIC sentou à mesma mesa a secretária de Estado do Tesouro, Maria Luís Albuquerque, e os representantes do comprador (que se propõe pagar 40 milhões de euros pelo banco) - o presidente não executivo, Fernando Teles, e o administrador Jaime Pereira. O impacto nas contas do BIC Portugal do remédio imposto por Bruxelas dependerá do grau de utilização da almofada de 300 milhões que a CGD vai reservar e que é para ser usada à medida que a carteira de depósitos do BIC/ BPN se reduzir (se acontecer). A linha de crédito permite manter o rácio de alavancagem (proporção do crédito face aos depósitos) nos 120%, como recomenda o Banco de Portugal. O acordo prevê a transferência de 1, 7 mil milhões de euros de depósitos para o BIC Portugal e créditos de 2, 25 mil milhões, para assegurar o cumprimento deste rácio. Outro ponto presente na última negociação entre Maria Luís Albuquerque e o BIC Portugal prende-se com a passagem de créditos, classificados de risco baixo, de duas sociedades do grupo SLN (que não estavam abrangidas pela privatização): o BPN Crédito (crédito ao consumo) e o Banco Efisa (banco de investimento). Em causa, estão 230 milhões de euros que se destinam a completar a verba de 2, 25 mil milhões que o Governo aceitou entregar. O BPN Crédito entrega 200 milhões de euros e o Banco Efisa 30 milhões. Os trabalhadores alegam que com esta medida o Governa inviabiliza as duas sociedades, o que pode levar ao despedimento de 243 colaboradores. A venda do BPN ao BIC Portugal já exigiu que o Estado injectasse 600 milhões de euros no banco que está a ser privatizado e concedesse apoios de tesouraria de 700 milhões. Para além da linha de liquidez de 300 milhões, o BIC assume mais 400 milhões de euros, substituindo-se parcialmente a uma emissão de mil milhões de euros de papel comercial do BPN subscrita pela CGD. O BIC Portugal e o BIC Angola contam com capitais portugueses e angolanos. Para além do chairman - Fernando Teles -, Isabel dos Santos e Américo Amorim controlam a maior fatia, 25% cada. Os dois últimos, em conjunto com a Sonangol, são também accionistas da Galp.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave ajuda consumo
Autoridades temem que assassino de Toulouse volte a matar
A polícia francesa está numa corrida contra o relógio para tentar descobrir a identidade do “serial killer” de Toulouse, antes que ele volte a matar – porque a possibilidade de ele voltar a fazê-lo é bem real, dizem vários especialistas e confirmou-o o procurador de Paris, Richard Molins: “Este indivíduo sente-se acossado e é susceptível de entrar de novo em acção”. (...)

Autoridades temem que assassino de Toulouse volte a matar
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2012-03-21 | Jornal Público
SUMÁRIO: A polícia francesa está numa corrida contra o relógio para tentar descobrir a identidade do “serial killer” de Toulouse, antes que ele volte a matar – porque a possibilidade de ele voltar a fazê-lo é bem real, dizem vários especialistas e confirmou-o o procurador de Paris, Richard Molins: “Este indivíduo sente-se acossado e é susceptível de entrar de novo em acção”.
TEXTO: O atirador disparou contra as suas vítimas - sete mortos e um ferido grave - à queima-roupa, apontando sempre à cabeça, disse Molins, numa conferência de imprensa. O intervalo entre os homicídios em Toulouse e Montauban foi sempre de quatro dias – 11 de Março, 15 e 19. Nenhuma linha de investigação foi abandonada — embora a meio da tarde tenha surgido a indicação de que a pista dos militares neonazis expulsos em 2008 do 17º regimento de pára-quedistas a que pertenciam as vítimas de Montauban já não é “privilegiada”. Mas os 200 investigadores mobilizados para este caso, além dos polícias encaminhados para a região de Toulouse, que está em alerta escarlate – o mais elevado nível de alerta – têm em mãos uma tarefa que é como procurar uma agulha num palheiro. O assassino poderá ter filmado os ataques com uma pequena câmara que fixava no peito: “Uma testemunha viu uma pequena câmara ao peito do assassino. Seria um aparelho que permite registar imagens em grande plano e depois vê-las no computador”, disse o ministro do Interior francês, Claude Guéant. “Para mim, isto seria conforme ao perfil psicológico do assassino”, apresentado como “dono de si próprio e dos seus gestos, muito cruel”, disse o governante. Parecem existir motivações racistas nos crimes; mas este homem entroncado, de altura média, com uma tatuagem ou uma cicatriz na cara, pode ser também alguém com problemas mentais. Ou então, dizem os psiquiatras, um homem com um carácter paranóico, que se atribuiu a si próprio uma missão — tornou-se um exército terrorista de um homem só. Usava uma arma de calibre 11. 43, que faz grandes estragos — a sua intenção deliberada era matar e, mais do que isso, executar as suas vítimas, sublinha Stéphane Bourgoin, especialista em assassinos em série, autor do livro “Serial killers: enquête mondiale sur les tueurs en série”, numa entrevista ao jornal “Le Figaro". A polícia procura um móbil do crime — o motivo pelo qual matou, e por que poderia estar disposto a “executar” mais vítimas. “Nota-se “uma vontade de destruir certas categorias de pessoas”, diz o analista criminal Jean-François Abgrall à revista “Nouvel Observateur”. As suas primeiras vítimas foram militares franceses, três de origem magrebina e outro das Antilhas — a França mestiça, que este homem possivelmente entende como “estrangeira”. “Talvez seja isso que lhe é insuportável”, disse Abgrall. Na segunda-feira, foi a escola judaica o seu alvo. “Não se pode dizer qual foi o gatilho. Mas há um clima agitado de campanha política e fala-se de problemas da sociedade que para ele podem ter um sentido diferente do que para nós”, diz este analista criminal. Em Israel, a tragédia da escola judaica de Toulouse é sentida como um drama familiar. A imprensa está cheia de referências ao crescente anti-semitismo na Europa: “Os judeus de França foram expostos à mais importante manifestação de anti-semitismo após o Holocausto”, escrevia o “Jerusalem Post”. O “Ha’aretz” dizia que “após o Holocausto e a ocupação nazi, muitos pensavam que as crianças francesas nunca mais seriam mortas a sangue frio por causa da sua religião. E, no entanto, foi precisamente isso que se passou em Toulouse”.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave crime escola homem