Licenciamento de touradas: municípios rejeitaram descentralização proposta por Costa
Autarquias recusaram a transferência de competências para licenciar espectáculos tauromárquicos por considerar que a temática deve ser encarada e gerida numa perspectiva nacional. (...)

Licenciamento de touradas: municípios rejeitaram descentralização proposta por Costa
MINORIA(S): Animais Pontuação: 18 | Sentimento 0.0
DATA: 2018-11-24 | Jornal Público
SUMÁRIO: Autarquias recusaram a transferência de competências para licenciar espectáculos tauromárquicos por considerar que a temática deve ser encarada e gerida numa perspectiva nacional.
TEXTO: António Costa tem defendido a transferência para os municípios da competência para autorizar ou recusar a realização de espectáculos taurinos nos seus territórios - fê-lo, inclusivamente, numa carta aberta a Manuel Alegre -, mas a proposta que o Governo fez nesse sentido foi rejeitada pela Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP) e não vai constar do pacote de descentralização aprovado para os próximos anos. Os municípios alegam que a tauromaquia está sob a alçada da Direcção-Geral do Património Cultural (DGPC) e que, como tal, deve ser encarada e gerida numa perspectiva nacional. E os municípios com actividade taurina acreditam mesmo que a DGPC vai reconhecer a tauromaquia como parte integrante do Inventário do Património Imaterial português, assegurando assim a sua salvaguarda futura. Certo é que o primeiro-ministro reafirmou, em carta aberta publicada na edição de 11 de Novembro do “PÚBLICO”, que preferiria “conceder a cada município a liberdade de permitir ou não a realização de touradas no seu território à sua pura e simples proibição legal”. Mas António Costa não referiu que, meses antes, a ANMP tinha recusado formalmente essa possibilidade. “Não faz nenhum sentido que sejam os municípios a ter essa discricionariedade, porque a tauromaquia, enquanto património cultural, deve ser tutelada pela Direcção-Geral do Património Cultural, que tem toda a componente de fiscalização e de acompanhamento das actividades culturais. Deve continuar na competência da DGPC, porque uma mudança levar-nos-ia ao livre arbítrio de, em função de qualquer manifestação de gosto de qualquer autarca, poder ser condicionada qualquer actividade tauromáquica”, sublinha Francisco Oliveira, autarca socialista que preside à Câmara de Coruche e à Secção de Municípios com Actividade Taurina (SMAT) – estrutura criada na década de 90 no seio da ANMP, que aglutina 44 dos 308 municípios portugueses. O PÚBLICO quis saber se esta posição da ANMP resultou de uma pressão feita nesse sentido pelas autarquias da SMAT. Francisco Oliveira garante que não e que esta rejeição da proposta de descentralização feita pelo Governo foi da Associação de Municípios no seu todo e não da SMAT em particular. “Não foi aceite, foi retirada a descentralização da competência da tauromaquia, porque pensamos que deve estar nas competências do Governo. É uma posição dos municípios, uma posição da ANMP que traduz a posição dos municípios, que entendem que esta competência deve estar sob alçada da DGPC, até porque pensamos que deve continuar a fazer parte das actividades culturais no seu todo e não deve estar separada sem que haja razões para isso”, acrescenta Francisco Oliveira. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. Nesse contexto, o autarca também considera que não deve haver nenhum tipo de “discriminação” da tauromaquia em sede de IVA e que as actividades taurinas devem ter uma taxa reduzida de 6 por cento, tal como as restantes actividades culturais. “A tauromaquia não é uma questão de civilização, faz parte do nosso património cultural desde tempos imemoriais e deve ser preservada”, defende, lembrando que não envolve apenas corridas de toiros, mas está associada a muitas outras facetas desde a confecção dos trajes à equitação, passando pela gastronomia e pela música. A mesma opinião tem Alberto Mesquita, eleito do PS que preside à Câmara de Vila Franca de Xira e integra a direcção da SMAT. “Discordamos frontalmente do que foi mencionado pela senhora ministra da Cultura, que lastimamos, e esperamos que, em sede de especialidade, a proposta de Lei do Orçamento do Estado seja modificada no sentido da redução do IVA aplicável aos espectáculos tauromáquicos, em linha com os demais espectáculos e sem qualquer discriminação”, refere o edil. Mesquita realça ainda que o campo, a criação de toiros de lide e a Festa Brava “são elementos fundamentais da história, da memória e da cultura” do concelho vila-franquense e “merecem a devida preservação e valorização”. “Tudo o que está associado à tauromaquia também tem um grande peso económico e social que não pode ser esquecido. No concelho de Coruche temos oito das 88 ganadarias portuguesas. Isso tem um grande impacto em termos da agro-pecuária. A actividade turística também é essencial, as nossas festas tradicionais atraem muitos milhares de pessoas. Se retirássemos esta componente tauromáquica todos ficaríamos a perder. E as corridas de toiros, a seguir ao futebol, são o espectáculo que junta mais espectadores”, sustenta Francisco Oliveira, salientando que está em preparação uma candidatura da tauromaquia a património imaterial e que projectos de divulgação e preservação da tauromaquia têm sido dos mais votados no Orçamento Participativo Nacional.
REFERÊNCIAS:
Partidos PS LIVRE
Prótoiro quer que Presidente defenda touradas, de que até gosta, de “ataques inconstitucionais”
Federação pediu audiência a Belém. Em 2015, antes da candidatura, Marcelo disse gostar das faenas, até com toiros de morte. Mesmo que não fosse aficionado, o Presidente teria de intervir, diz Prótoiro. (...)

Prótoiro quer que Presidente defenda touradas, de que até gosta, de “ataques inconstitucionais”
MINORIA(S): Animais Pontuação: 18 | Sentimento 0.2
DATA: 2018-11-24 | Jornal Público
SUMÁRIO: Federação pediu audiência a Belém. Em 2015, antes da candidatura, Marcelo disse gostar das faenas, até com toiros de morte. Mesmo que não fosse aficionado, o Presidente teria de intervir, diz Prótoiro.
TEXTO: A Prótoiro-Federação Portuguesa de Tauromaquia pediu uma audiência ao Presidente da República para lhe fazer um ponto da situação sobre “o que se passa pelo país” relativamente “aos ataques inconstitucionais de acesso dos portugueses à cultura”. Vai também pedir a Marcelo Rebelo de Sousa que se pronuncie publicamente sobre “estes ataques enquanto responsável pelo garante da Constituição”. O pedido de audiência em Belém foi enviado a 7 de Novembro e ainda não obteve resposta. “Queremos debater com o Presidente da República o envolvimento de alguns órgãos de Estado na restrição que está a ser feita aos direitos, liberdades e garantias de acesso aos cidadãos à cultura”, neste caso às touradas, afirmou ao PÚBLICO Hélder Milheiro, secretário-geral da Prótoiro. Milheiro diz saber que Marcelo “é um aficionado das touradas” – “foi ele que o revelou publicamente há cerca de três anos” -, mas “o pedido é feito ao Presidente da República, independentemente de ele ser um aficionado ou não”. “Penso que, face aos ataques que têm sido feitos, o Presidente já devia ter vindo a público, ter uma reacção em relação a estes ataques enquanto garante da Constituição”, acrescentou o secretário-geral da Prótoiro. Em Fevereiro de 2015, ainda antes de anunciar a sua candidatura a Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, após participar na Tertúlia do Convento, iniciativa organizada pela Junta de Freguesia de Aveiras de Baixo, em Virtudes, concelho de Azambuja, assumiu-se um aficionado das touradas, nomeadamente dos espectáculos com toiros de morte. “Já assisti diversas vezes a faenas sensacionais que terminaram com a morte do toiro, sobretudo em Espanha, e não me lembro de ter ficado indignado com o facto. Em Portugal há quase uma tradição contra isso desde o tempo do Marquês de Marialva”, afirmou na altura ao jornal O Mirante. Marcelo Rebelo de Sousa considerou mesmo “incompreensível” o facto de “haver pessoas e movimentos que se opõem à realização de touradas em Portugal”. Afirmando que não se via como um “homem das cavernas” ou um “troglodita”, como por vezes são classificados os aficionados pelos activistas antitouradas, o agora chefe de Estado deu o exemplo de Pablo Picasso, que “era um amante de toiros e tinha uma visão de esquerda”, ou do próprio Manuel Alegre, que além de ser político e poeta “é caçador e gosta de touradas”. No início deste mês, a Prótoiro e a Associação de Tertúlias Tauromáquicas de Portugal reclamaram a demissão da ministra da Cultura, considerando que Graça Fonseca “insultou” os milhões de portugueses aficionados ao afirmar no Parlamento que a discriminação da tauromaquia “não é uma questão de gosto, mas de civilização”. Nesta segunda-feira, a ministra da Cultura, Graça Fonseca, afirmou à agência Lusa que olha "com pouca angústia" para a polémica em torno do IVA sobre a tauromaquia e que, enquanto titular da pasta, "não há fragilidade" sobre a matéria. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. "Faz parte da forma como as polémicas se geram hoje em dia nas sociedades modernas. Olho para isso com pouca angústia. Não é um tema que me angustie, na perspectiva de hoje em dia vivermos todos muito das polémicas que duram uma semana, duas semanas, três semanas. Vamos ver. E com isto não estou a desvalorizar a questão nuclear", disse. Para a ministra, a decisão final sobre o assunto cabe agora aos deputados da Assembleia da República. Perante uma divergência destas, garantiu, "o Parlamento será soberano. É o que o Parlamento decidir". "Quem faz serviço público, no meu caso há vinte anos, é assim. Teremos sempre momentos em que há confrontos, ou há - uma palavra que prefiro - diferendo. (. . . ) O papel que o membro do Governo desempenha é procurar encontrar formas de fazer a 'quadratura do círculo'. (. . . ) Não há fragilidade. É a acção que o membro do Governo deve ter", concluiu Graça Fonseca.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave direitos morte cultura homem discriminação
Câmara "chumba" pedido de licenciamento para tourada em Viana
Município invoca falta de condições de segurança do espaço. Prótoiro “regozija-se” com a decisão por assentar numa preocupação mútua. (...)

Câmara "chumba" pedido de licenciamento para tourada em Viana
MINORIA(S): Animais Pontuação: 18 | Sentimento 0.0
DATA: 2013-08-02 | Jornal Público
SUMÁRIO: Município invoca falta de condições de segurança do espaço. Prótoiro “regozija-se” com a decisão por assentar numa preocupação mútua.
TEXTO: A Câmara de Viana do Castelo indeferiu, esta quinta-feira, o pedido de licenciamento apresentado pela Prótoiro para a instalação uma arena amovível, num terreno privado em Darque, invocando falta de condições de segurança e mobilidade no espaço. A decisão foi anunciada pelo presidente José Maria Costa que adiantou ter sido solicitado à federação das associações taurinas a apresentação de um plano de mobilidade, pois a única ligação ao espaço, que "tem uma acessibilidade muito complicada”, é "uma via muito estreita". Na reacção, a federação das associações taurinas felicitou o presidente da Câmara pela “mudança de atitude” e, garantiu que irá apresentar toda a documentação necessária. Com este indeferimento, a edilidade tenta travar a realização da tourada, a segunda realizada pela Protóiro no concelho desde que, em 2009, Viana se declarou, por decisão camarária, Cidade Anti-Touradas. “Indeferimos o licenciamento porque temos muitas dúvidas relativamente às questões de segurança e mobilidade do espaço. Não há lugares para estacionamento, não há lugares para serviços de emergência e temos de garantir as condições de segurança, nomeadamente a rápida acessibilidade de bombeiros e de serviços de emergência médica, se for necessário”, explicou José Maria Costa. De acordo com o autarca no pedido de licenciamento para a instalação da arena amovível com capacidade para 3. 300 pessoas, “não constava qualquer plano de mobilidade” para o local, um terreno privado junto à antiga seca do bacalhau, em Darque, na margem esquerda do rio Lima, cujo acesso não permite o cruzamento de viaturas. A Prótoiro afirmou, em comunicado enviado à imprensa, “partilhar” das preocupações de segurança do autarca socialista que considera serem “um fundamento sensato”. A Prótoiro acrescentou que “é de salutar a mudança de atitude do Presidente da Câmara, que passou de uma posição de hostilidade para uma posição de colaboração ecooperação, tendo apenas pedido à Prótoiro mais documentação sobre o ordenamento do trânsito, para que possa deferir o licenciamento da praça de toiros, pedido esse a que acede de bom grado”. Por se tratar de um indeferimento apenas temporário, a Prótoiro adiantou que, “para já não irá avançar com nenhuma medida judicial. “Assim se mantenha este clima de cooperação entre presidente da câmara e a Prótoiro, em prol do bem público e da saudável relação entre as instituições públicas e as organizações privadas”, sublinhou a organização. A federação das associações taurinas diz ainda que “é de louvar que o Presidente tenha reconhecido que a declaração de Viana como cidade anti-touradas não tem qualquer fundamento ou validade legal, razão pela qual não foi sequer invocada na análise do licenciamento feita pela Câmara Municipal”. A Prótoiro diz também a que “irá continuar a trabalhar com o Movimento de Cidadãos Vianenses pela Liberdade na organização da tourada das Festas da Senhora da Agonia”, anunciada para dia 18 de Agosto. O autarca tinha já classificado esta segunda investida da Prótoiro como uma “provocação”, reafirmando a intenção de “fazer uso de tudo o que estiver ao seu alcance” para tentar impedir a realização de nova corrida no concelho. Em 2012, após um diferendo de duas semanas entre o município e a Prótoiro, o Tribunal Administrativo e Fiscal de Braga (TAFB) acabou por viabilizar a tourada numa arena amovível instalada em terrenos da freguesia de Areosa classificados pela autarquia como sendo de “elevado valor paisagístico”. O espectáculo tauromáquico ocorreu a 19 de Agosto, também durante a Romaria da Agonia. Cerca de 2300 espectadores assistiram à corrida que motivou o protesto de cerca de três centenas de pessoas apoiadas por várias associações de defesa dos animais.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave tribunal tourada
Prótoiro garante ter autorização do tribunal para realizar tourada em Viana
Federação das associações taurinas anunciou esta segunda-feira que a decisão da providência cautelar que interpôs lhe é favorável. (...)

Prótoiro garante ter autorização do tribunal para realizar tourada em Viana
MINORIA(S): Animais Pontuação: 18 | Sentimento 0.0
DATA: 2013-08-12 | Jornal Público
SUMÁRIO: Federação das associações taurinas anunciou esta segunda-feira que a decisão da providência cautelar que interpôs lhe é favorável.
TEXTO: A Prótoiro garantiu esta segunda-feira ter recebido luz verde do Tribunal Administrativo e Fiscal de Braga (TAFB) para instalar uma praça amovível, em Darque, para a realização, no domingo, de uma corrida de touros. Esta será a segunda tourada realizada, nos últimos cinco anos em Viana, cidade cuja câmara municipal declarou antitouradas em 2009. Em comunicado enviado à imprensa, a federação das associações taurinas adiantou que, “tal como sucedeu em 2012, o Tribunal Administrativo de Braga voltou a autorizar a instalação de uma praça de toiros em Viana do Castelo, agora na freguesia de Darque, na sequência de uma providência cautelar requerida pela Prótoiro”. Na sexta-feira, a Prótoiro entregou na Câmara Municipal o plano de mobilidade exigido pela autarquia para licenciar a arena amovível, com capacidade para 3300 pessoas, apesar de defender que tal não era necessário. Na altura a federação das associações taurinas afirmou que foi "muito para além" do que era exigido legalmente, ao apresentar este plano de mobilidade. Sa câmara “estiver de boa-fé e cumprir a lei, deferirá o pedido”, conclui então. “A Prótoiro já tinha entregado na Câmara de Viana do Castelo toda a documentação legalmente exigida para o efeito, tendo ido além do legalmente necessário, e entregue ainda um plano de mobilidade e declarações dos bombeiros e da PSP garantindo todas as condições de circulação rodoviária e de segurança do evento”, refere o comunicado. A Câmara de Viana do Castelo tinha indeferido, no início deste mês, o pedido para a instalação da arena amovível alegando falta de condições de segurança e mobilidade no espaço e solicitando à organização um plano de mobilidade. A federação das associações taurinas diz ter sido “obrigada” a avançar para tribunal “de modo a garantir os direitos e liberdades do povo de Viana”, uma vez que “o presidente José Maria Costa já tinha afirmado que iria tentar inviabilizar a tourada por todos os meios. Sabendo "que o presidente José Maria Costa não estava de boa-fé neste processo e que iria atropelar todas as leis para, de uma forma maldosa, limitar a liberdade dos vianenses”, não esperaram pela decisão da autarquia. Com esta decisão do tribunal, adianta ainda a Prótoiro na nota enviada à imprensa, “o presidente José Maria Costa volta a ser obrigado a cumprir a lei e, pelo segundo ano consecutivo, volta a passar pela vergonha de ver as suas práticas autoritárias serem corrigidas pelo tribunal, dando uma péssima imagem da cidade de Viana e das suas gentes”. Para a Prótoiro, “com esta decisão judicial, fica definitivamente garantida a realização da 'tourada da Liberdade'”, no dia 18 de Agosto, às 17h, num terreno privado junto à antiga seca do bacalhau, em Darque, na margem esquerda do rio Lima. A Prótoiro diz que vai disponibilizar "cerca de 540 lugares de estacionamento num terreno privado a menos de 100 metros do local do evento, sendo que na zona envolvente estarão disponíveis mais cerca de 250 lugares", garante. A PSP de Viana do Castelo já analisou o local da tourada, acrescenta ainda a organização, tendo definido um "plano de segurança para o evento" e manifestado a "total disponibilidade para, nos termos da lei, assegurar a manutenção da ordem pública", que acresce à segurança privada que também será garantida. Após medições técnicas na rua de acesso aos terrenos onde deverá acontecer a corrida de touros, a Prótoiro concluiu ainda que se trata de uma via rodoviária por "onde passam menos de dois carros por minuto”. “Não haverá, portanto, qualquer problema com a circulação rodoviária, sendo que o plano de mobilidade que apresentamos aborda criteriosamente essa questão e a PSP de Viana do Castelo também já se disponibilizou para proceder ao ordenamento do tráfego", garante a Prótoiro. Que acrescenta que também os bombeiros vão prestar assistência durante o evento, “fazendo deslocar para o local meios humanos e materiais que assegurarão todas as necessidades relativas a assistência médica”, lê-se. Em conclusão, garante a federação, estão “reunidas todas as condições de estacionamento, circulação rodoviária e serviços de emergência antes, durante e após” a tourada, a qual será “uma grande e verdadeira festa em defesa da liberdade". Em 2012, após um diferendo de duas semanas entre o município e a Prótoiro, o Tribunal Administrativo e Fiscal de Braga acabou por viabilizar a tourada numa arena amovível instalada em terrenos da freguesia de Areosa, classificados pela autarquia como sendo de “elevado valor paisagístico”. O espectáculo tauromáquico ocorreu a 19 de Agosto, também durante a Romaria da Agonia. Cerca de 2300 espectadores assistiram à corrida que motivou o protesto de cerca de três centenas de manifestantes, apoiados por várias associações de defesa dos animais.
REFERÊNCIAS:
Entidades PSP
Autarca de Viana ainda acredita que pode travar tourada junto do tribunal
Município deduziu oposição ao decretamento provisório da providência cautelar pedida pela Prótoiro. E voltou a indeferir o licenciamento da instalação da arena, que já está a ser montada. (...)

Autarca de Viana ainda acredita que pode travar tourada junto do tribunal
MINORIA(S): Animais Pontuação: 18 | Sentimento 0.0
DATA: 2013-08-14 | Jornal Público
SUMÁRIO: Município deduziu oposição ao decretamento provisório da providência cautelar pedida pela Prótoiro. E voltou a indeferir o licenciamento da instalação da arena, que já está a ser montada.
TEXTO: A Câmara de Viana do Castelo deduziu nesta terça-feira oposição ao decretamento provisório da providência cautelar pedida pela Prótoiro ao Tribunal Administrativo e Fiscal de Braga (TAFB) e que permite, para já, a esta federação realizar uma tourada na freguesia de Darque, no próximo domingo. Entre outros argumentos, o município apontou a “ausência de condições de segurança” no local escolhido este ano pela Prótoiro-Federação das Associações Taurinas para o evento, um terreno privado junto à antiga seca do bacalhau na margem esquerda do rio Lima. Em paralelo, a autarquia liderada por José Maria Costa voltou a indeferiu o licenciamento da instalação de uma arena amovível, alegando que o plano de mobilidade, apresentado na sexta-feira pela Prótoiro veio até confirmar a sua convicção de que o local não é “o mais adequado” para acolher o evento. Em declarações ao PÚBLICO, José Maria Costa sublinhou que a empresa contratada pela Prótoiro para elaborar o plano de mobilidade que a câmara lhe exigiu “reconhece que há um sítio de circulação que não permite o trânsito nos dois sentidos - não permite o cruzamento de duas viaturas, como o PÚBLICO confirmou no local – e que “a Prótoiro pede para que o trânsito seja interrompido durante seis horas para a realização deste evento”. O autarca diz tratar-se de uma pretensão “inaceitável”, por implicar, durante seis horas, o encerramento de uma estrada que serve 200 habitações. “Como principal responsável pela protecção civil, não posso deixar que haja uma zona da freguesia de Darque que fique sem qualquer tipo de trânsito durante seis horas. Se houver um acidente, um incêndio ou uma situação de força maior, as pessoas ficam desprovidas de socorro. Ficaríamos com uma parte significativa de Darque sitiada, o que, do ponto de vista da técnico e de segurança, é inaceitável”, sustentou. O autarca adiantou que informou também o TAFB de que o município não assumirá "qualquer responsabilidade", no caso de esta situação ser permitida pelo tribunal. “A própria empresa que produziu o estudo de tráfego reconhece a necessidade de implementação de muitas medidas mitigadoras, de muitas alterações ao trânsito e da própria interdição da via, o que não podemos aceitar, porque estaríamos a violar regras de segurança básicas e não estamos disponíveis para correr esses riscos”, argumenta ainda o autarca. José Maria Costa rejeitou a ideia de que o TAFB já não possa apreciar em tempo útil a oposição da autarquia ao decretamento provisório da providência cautelar pedida pela Prótoiro, alegando que este é um processo com especial urgência e que o tribunal ainda poderá analisar a argumentação da câmara até sexta-feira. No entanto, o mais certo é o TAFB notificar a Prótoiro para se pronunciar sobre os novos argumentos aduzidos pela autarquia, nos termos da lei que dá à federação cinco dias para o fazer. . . Apesar do novo indeferimento do licenciamento do recinto, a arena amovível com capacidade para acolher 3300 pessoas começou a ser montada nesta terça-feira, graças ao decretamento provisório da providência cautelar concedido peloTAFB à Prótoiro. A operação deverá ficar concluída nesta quarta-feira. A denominada “Corrida pela Liberdade” está marcada para as 17h de domingo, o dia forte da Romaria d’Agonia. O director executivo da Prótoiro, Diogo Monteiro, garantiu ao PÚBLICO, durante a montagem da arena, que vai ser “uma grande festa, uma celebração popular da diversidade e da liberdade”. Manifestação e festival de músicaDo outro lado da barricada, os movimento antitouradas prometem ripostar. Já está anunciado, para o mesmo dia, um festival de música, com o lema “Porque Viana é Amor, nunca tortura nem dor”, na zona envolvente da desactivada praça de touros da cidade. O festival “Viana ManiFesta Amor”, organizado do movimento Viana Antitouradas, acontecerá às 20h, após uma manifestação pacífica que o grupo irá promover no local e à hora da tourada, tal como aconteceu em 2012. Despacho da Lusa substituído por notícia própria
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave lei tribunal estudo tourada
Touros fugitivos de Viana: um está em parte incerta, outro está feito ao bife
Em Oliveira do Bairro, a SOS Equinos continua sem rasto do "Marreta", que voltou a fugir em Julho. Em Viana, o "Espertalhão" já foi abatido, para venda num talho do concelho. (...)

Touros fugitivos de Viana: um está em parte incerta, outro está feito ao bife
MINORIA(S): Animais Pontuação: 18 | Sentimento 0.0
DATA: 2013-09-17 | Jornal Público
SUMÁRIO: Em Oliveira do Bairro, a SOS Equinos continua sem rasto do "Marreta", que voltou a fugir em Julho. Em Viana, o "Espertalhão" já foi abatido, para venda num talho do concelho.
TEXTO: Os dois touros que em Maio fugiram de uma quinta de Perre, Viana do Castelo, quando estavam a ser encaminhados para o camião com destino ao matadouro, cedo se separaram para protagonizarem cada um a sua saga, com desfechos diferentes. Aliás, ainda se desconhece o epílogo da história de um deles. A associação SOS Equinos, sedeada na Palhaça, Oliveira do Bairro, que adquiriu o touro “Marreta” com dinheiro de uma campanha lançada nas redes sociais para evitar que o bicho fosse parar ao matadouro, continua sem rasto do bovino que, em Julho, voltou a fugir do recinto onde era suposto acabar os seus dias, praticamente em liberdade. Apesar das buscas realizadas, na qual até têm participado praticantes de parapente, a associação ainda não conseguiu detectar o touro de raça galega com mais de 500 quilos. João Paulo Jacinto, dirigente da SOS Equinos, promete não irá desistir de procurar o animal que foi avistado pela última vez numa zona de vegetação densa. Entretanto, com a abertura da época de caça, a associação lançou o apelo aos caçadores das redondezas para avisarem, se avistarem o touro. Menos sorte teve o “Espertalhão”, assim baptizado por Manuel Farinhoto, o agricultor de 66 anos de cuja exploração agrícola os dois touros fugiram, pela primeira vez, em Maio passado. Este bovino foi encontrado e capturado no final de Agosto, tendo sido conduzido no domingo ao matadouro. E foi por pouco que não voltou a fugir. Manuel Farinhoto conta que apanhou um “susto enorme” que apanhou quando o animal “rebentou uma das três cordas que tinha presa aos cifres”. “Éramos seis e, mesmo assim, vi o caso mal parado. Estava com muito receio que alguém se magoasse. O animal estava com muita força e era muito teimoso”, explicou. Criador de gado durante mais de 50 anos, Manuel Farinhoto vendeu o “Espertalhão” a quatro euros o quilo. A fuga que permitiu ao touro passar três meses e meio em liberdade pelos montes de Viana do Castelo também o fez perder peso. Apesar da engorda das últimas semanas, a balança do matadouro só atribuiu 280 quilos ao "Espertalhão". “Ainda assim não se perdeu tudo”, comentou o agricultor que ainda antes da fuga protagonizada pelos dois animais já tinha decidido acabar com a criação de gado e dedicar-se à produção de vinho.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave animal raça touro
“Os rapazes precisam de ver que as raparigas podem estar em posições de poder”
Komal Singh é engenheira informática do Google e veio Portugal apresentar Ara, a Engenheira das Estrelas, o livro infantil que escreveu para incentivar as raparigas a sonhar com a programação. (...)

“Os rapazes precisam de ver que as raparigas podem estar em posições de poder”
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 17 | Sentimento 0.0
DATA: 2019-07-10 | Jornal Público
SUMÁRIO: Komal Singh é engenheira informática do Google e veio Portugal apresentar Ara, a Engenheira das Estrelas, o livro infantil que escreveu para incentivar as raparigas a sonhar com a programação.
TEXTO: Num dos palcos da Feira do Livro de Lisboa, um grupo de alunas do 2. º ciclo que vai participar em Julho no campeonato mundial RoboCup, na Austrália, rodeia a autora de Ara, a Engenheira das Estrelas. Komal Singh é engenheira informática do Google e veio a Portugal apresentar o livro infantil que escreveu para incentivar as raparigas a sonhar com a programação.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave infantil
"Há mesmo barreiras para as mulheres?"
Uma empresária e autora questiona as ideias feitas sobre as questões de género na cibersegurança, uma área em que faltam profissionais. (...)

"Há mesmo barreiras para as mulheres?"
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 17 | Sentimento 0.2
DATA: 2018-12-31 | Jornal Público
SUMÁRIO: Uma empresária e autora questiona as ideias feitas sobre as questões de género na cibersegurança, uma área em que faltam profissionais.
TEXTO: Nos próximos três anos, vão faltar cerca de 1, 8 milhões de profissionais de cibersegurança para lidar com o número crescente de ataques. O problema agrava-se quando apenas 11% dos profissionais na área são mulheres, argumenta a directora britânica da Cyber Security Capital, Jane Frankland, que é responsável por um programa global para atrair talento para o sector. “É preciso parar de repetir coisas como ‘temos de acabar com as barreiras’”, pede Frankland, sempre que sobe ao palco para falar do tema. Há 20 anos que a britânica trabalha na área, mas é uma minoria. Para a empresária, parte do problema são frases feitas que defendem que os empregos nesta área são inacessíveis a mulheres. No topo da lista, coloca “break the glass ceiling” : uma expressão inglesa que alerta para barreiras invisíveis – tectos de vidro. “Temos demasiadas mulheres a baixarem a cabeça e a regurgitar estas frases, mas, se crescemos com estas crenças, haja ou não motivo, estamos a limitar-nos’”, explicou Frankland ao PÚBLICO. “E há mesmo barreiras para mulheres? Há pouquíssimos profissionais no ramo da cibersegurança. ”Os dados que Frankland cita são da ISC2, uma associação internacional para profissionais de cibersegurança. Indicam que há cinco anos que a baixa percentagem de mulheres na área se mantém igual. Para Frankland, é um risco: “As mulheres importam na cibersegurança pela forma como vêem e interpretam problemas”, justificou. “Tendem a ser mais intuitivas e a ter melhores resultados no que toca a inteligência emocional e social, o que lhes permite manter a calma em situações de stress. ”Fala por experiência própria. Foi empurrada para área aos 27 anos, porque já não conseguia pagar as contas com o curso de design, que apenas permitia trabalhos pontuais. Mãe solteira, sem desejos de voltar à faculdade, começou por tirar um curso técnico enquanto trabalhava em vendas. Hoje, para além da Cyber Security Capital, é directora de uma empresa de cibersegurança. Sempre soube que havia mais homens na área, mas não achava que era uma diferença assim tão grande. "Achei que as outras mulheres estavam apenas a fazer aquilo que normalmente fazem – evitar chamar a atenção e avançar com o trabalho”, admitiu. Surpreendida com os valores, Frankland passou os últimos dois anos a entrevistar profissionais em todo os continentes para perceber o motivo. O livro IN Security é o resultado dessa investigação. "Quando se fala nos media sobre os baixos números na indústria da cibersegurança é fundamental saber de onde vem a informação, a quem é que foram feitas as perguntas”, disse Frankland. “Por exemplo, só porque há um problema de mulheres em tecnologia no mundo Ocidental, em Inglaterra, nos EUA, não se pode generalizar”, alertou Frankland, que diz que países como Israel, Índia e os Emirados Árabes Unidos conseguem atrair mulheres para a área. Apenas não as conseguem reter. Menciona um relatório de 2012 da consultora McKinsey, que nota que 55% das jovens entre os 15 e os 18 anos descreve as áreas da engenharia como “apelativas”. Porém, na hora de escolher um curso, apenas 4% de alunas identificadas como “promissoras” nos EUA optam por áreas relacionadas com a tecnologia, face a 57% na Índia e 37% em Marrocos (os dados baseiam-se em inquéritos a 4500 jovens adultos e 2700 empregadores em nove países). Várias das entrevistadas de Frankland na Índia descrevem um país em que aprendem sobre computação e tecnologia de informação desde pequenas, com pais orgulhosos e que as motivam a estudar linguagens de programação. “É normal num país onde 40% do produto interno produto vem de serviços relacionados com a tecnologia”, notou a empresária. Porém, deixam a área cedo para serem mães. Horários pouco flexíveis e falta de apoio para educar as crianças dificultam o regresso à profissão. “Pensar que a indústria toda sofre de uma falta de profissionais está errado. O talento está lá. O mais correcto é que a área tem problemas operacionais – a recrutar e a reter”, frisou Frankland. Embora Frankland defenda que as mulheres não são “naturalmente adversas” à área, diz que é necessário considerar as diferenças entre os sexos. "Sim, a área do sexo e do género é muito complicada. Mas é importante falar sobre isto. Quando olhei para o assunto para o livro – e eu não sou especialista ou médica –, vi que há variações interessantes", explicou Frankland. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. Um exemplo são as quantidades de hormonas produzidas. Em norma, as mulheres produzem menos serotonina que os homens, uma hormona responsável por regular o humor. É razão pela qual alguns investigadores pensam que a depressão crónica e ansiedade é uma doença mais comum em mulheres. “Mas isto também se reflecte na forma como as mulheres estão mais atentas e encontram situações de risco e evitam conflitos”, argumentou Frankland. Depois, há o caso do estrogénio. “É o principal condutor hormonal para as mulheres, e promove a cooperação e a colaboração. Também apoia a parte do cérebro que envolve as relações sociais e observações”, disse Frankland, que acredita que equipas de cibersegurança compostas exclusivamente por homens deixam um vazio. “Atenção, isto não quer dizer que se devem excluir homens da equipa”, alertou. “Com os ciberataques a ficarem mais criativos, e os hackers a desenvolverem modelos mais organizados, é preciso desenvolver outras estratégias – e ter pessoas que vêem coisas de maneiras diferentes. As mulheres podem ter uma parte fundamental. ”
REFERÊNCIAS:
Entidades EUA
Em Wall Street, os homens já não querem estar ao lado de mulheres
Os efeitos do movimento MeToo estão a fazer com que os homens evitem viajar ao lado de mulheres. Ou, se estiverem em reuniões privadas, manterem a porta aberta. Em vez de assistir a uma correcção de comportamentos, as mulheres estão a ser excluídas e os homens afastam-se de uma queixa de assédio sexual para serem acusados de discriminação com base no género, explica um advogado especialista em questões laborais. (...)

Em Wall Street, os homens já não querem estar ao lado de mulheres
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 17 | Sentimento 0.0
DATA: 2018-12-09 | Jornal Público
SUMÁRIO: Os efeitos do movimento MeToo estão a fazer com que os homens evitem viajar ao lado de mulheres. Ou, se estiverem em reuniões privadas, manterem a porta aberta. Em vez de assistir a uma correcção de comportamentos, as mulheres estão a ser excluídas e os homens afastam-se de uma queixa de assédio sexual para serem acusados de discriminação com base no género, explica um advogado especialista em questões laborais.
TEXTO: A denúncia de casos de assédio e abuso sexual teve um preço em Wall Street: o afastamento das mulheres. A Bloomberg revela esta segunda-feira que, no centro financeiro de Nova Iorque, as mulheres estão a ser preteridas pelos executivos masculinos. Para evitar casos de assédio ou abuso, no lugar da correcção dos comportamentos está a promover-se a eliminação de situações onde aqueles podem acontecer. Como consequência, as mulheres estão a ser afastadas. Um ano depois da popularização do movimento MeToo, Wall Street arrisca-se a tornar-se, novamente, um clube “só para rapazes”. Mais de três dezenas de executivos seniores em Wall Street estão “assustados” com o movimento MeToo. “Está a criar uma sensação de andar sobre ovos", exemplificou David Bahnsen, ex-director administrativo do banco de investimento Morgan Stanley e actualmente consultor independente. Stephen Zweig, advogado especialista em questões laborais da FordHarrison, ressalva que existe o risco de as empresas não tomarem medidas para que estes abusos sejam denunciados. Ao mesmo tempo, as empresas não garantem que os responsáveis em cargos superiores estejam disponíveis para lidar com os problemas de abuso. “Se os homens evitam trabalhar ou viajar com mulheres sozinhos com medo de ser acusados de assédio sexual, esses homens afastam-se de uma queixa de assédio sexual para serem acusados de discriminação com base no género”, afirmou o advogado. À semelhança de Mike Pence — o vice-presidente norte-americano afirmou que evitava jantar sozinho com mulheres que não sejam a sua mulher —, os homens entrevistados pela Bloomberg contam que estão cada vez menos com colegas do sexo feminino, especialmente se forem “jovens ou atraentes” com receio dos rumores ou das potenciais “mentiras”, descreve um deles. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. Ao serem excluídas de jantares de negócios ou de encontros casuais após o trabalho, as mulheres são excluídas dos laços de ligação entre colegas e afastadas das decisões. Deixar de reunir com mulheres ou manter a porta aberta em reuniões privadas são algumas das estratégias equacionadas pelos executivos. Lisa Kaufman, chefe executiva da LaSalle Securities, nota que para evoluir profissionalmente em Wall Street é necessário ter um mentor. “Não existem ainda mulheres suficientes para ajudar a próxima geração. A evolução requer tipicamente que alguém de um nível mais sénior conheça o teu trabalho e te dê uma oportunidade. Isso é difícil se a pessoa não estiver disposta a estar sozinha com o membro júnior”, afirma.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave homens mulher sexo medo género sexual mulheres abuso assédio discriminação
A misteriosa bolsa que apoiava mulheres artistas com mais de 40 anos já tem rosto
Durante 22 anos, ninguém sabia quem estava por trás do programa Anonymous Was a Woman. A artista Susan Unterberg deu agora a cara para poder continuar a discutir a filantropia, a desigualdade de género e o apoio entre mulheres. (...)

A misteriosa bolsa que apoiava mulheres artistas com mais de 40 anos já tem rosto
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 17 | Sentimento 0.0
DATA: 2018-07-31 | Jornal Público
SUMÁRIO: Durante 22 anos, ninguém sabia quem estava por trás do programa Anonymous Was a Woman. A artista Susan Unterberg deu agora a cara para poder continuar a discutir a filantropia, a desigualdade de género e o apoio entre mulheres.
TEXTO: Há 22 anos que um misterioso programa norte-americano atribui bolsas a mulheres artistas com mais de 40 anos. Durante mais de duas décadas, o programa Anonymous Was a Woman distribuiu 5, 5 milhões de dólares por 220 artistas do sexo feminino, ajudando-as a progredir. O nome por trás do programa era desconhecido até este fim-de-semana, quando a artista Susan Unterberg revelou ao New York Times a sua identidade de benfeitora. “É uma óptima altura para as mulheres falarem”, disse, e defenderem a importância da filantropia, do apoio entre mulheres e do estado da arte no que toca ao género. O nome do programa, Anonymous Was a Woman, é uma referência ao facto histórico de que muitas mulheres assinaram o seu trabalho criativo ao longo da história como “anónimo” para que ele fosse avaliado de forma justa — a igualdade de acesso à oportunidade e a determinadas actividades é uma constante ao longo dos séculos. É por seu turno uma referência à escritora Virginia Woolf, como explica o New York Times, e ao seu ensaio de 1929 Um Quarto Só Para Si, em que reflecte precisamente sobre o acesso à educação e o domínio masculino do mundo literário. Em 2018, e em 1996 quando Susan Unterberg e a sua irmã Jill Roberts decidiram usar a fortuna do pai, o filantropo e magnata do petróleo Nathan Appleman, para este fim, a realidade nas artes plásticas motivou-as a agir. As mulheres artistas “não têm exposições nos museus com tanta frequência quanto os homens, não geram os mesmos preços no mundo da arte. E isso não parece estar a mudar”, resume a artista-mecenas ao New York Times. Os números já bem conhecidos e novamente enfatizados no momento #MeToo são recuperados pelo diário – nas suas vastas colecções, os principais museus europeus e norte-americanos têm apenas 5% de obras de artistas femininas e entre 2007 e 2013, segundo dados do National Museum of Women in the Arts, só 27% das exposições de monta de cerca de 70 instituições se centraram em artistas do sexo feminino. Há semanas, foi notícia a aquisição de uma obra pela National Gallery de Londres. Não tanto por se tratar do auto-retrato a óleo de Artemisia Gentileschi, mas porque esta foi a primeira aquisição de uma obra de uma mulher em 27 anos pela conceituada instituição. As 220 mulheres que receberam bolsas da Anonymous Was a Woman candidatavam-se às mesmas explicando o ponto em que estavam na sua carreira. As condições eram a idade acima dos 40 anos e o facto de o seu trabalho não ter sido devidamente ou sustentavelmente reconhecido pelo sector. Inicialmente, nem era precisa uma candidatura e eram contempladas com o valor da bolsa com algum mistério, como noticiava o mesmo New York Times em 1998. A idade-critério, à época, era "mais de 30 anos", mas entretanto a fasquia subiu para os 40 anos. Se seleccionadas, recebem 25 mil dólares. Como relata o jornal norte-americano, muitas delas avançaram rumo a importantes exposições a solo em grandes instituições ou eventos como a Bienal de Veneza ou o Guggenheim. Uma delas, Amy Sherald, recebeu a bolsa e pouco depois foi convidada para pintar o agora famoso retrato oficial de Michelle Obama. Outras vencedoras foram Louise Lawler, Tania Bruguera, Carolee Schneemann e Mickalene Thomas. Da escultura à pintura, passando pela fotografia ou instalação, todas artistas contempladas candidataram-se em “encruzilhadas críticas” da sua carreira. O programa começou em 1996 quando outro, o National Endowment for the Arts, um fundo federal, extinguiu as suas bolsas individuais (o financiamento deste programa, entretanto, motivou preocupações da comunidade artística nos EUA aquando da eleição de Donald Trump). Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. Susan Unterberg manteve-se nas sombras porque, descreve-se, é uma pessoa recatada. Continuou o seu próprio trabalho como artista, foi reconhecida pela sua fotografia com aquisições para grandes museus americanos, mas quer agora, aos 77 anos e em pleno momento de debate e exposição sobre as questões da igualdade, participar com todo o seu currículo na discussão pública sobre o apoio às artes, o mecenato e os obstáculos ao trabalho das artistas. Na esteira do momento #MeToo e no febril período após as denúncias contra Harvey Weinstein no final de 2017, uma série de artistas e responsáveis por museus pronunciaram-se sobre o assédio sexual no meio, mas também sobre desigualdade generalizada e contra “aqueles em posições de poder que controlam o acesso aos recursos e oportunidades”. Em Portugal, e por ocasião de uma exposição das artistas activistas Guerrilla Girls em 2017, o PÚBLICO fez as contas à representatividade nas principais instituições artísticas e concluiu que da colecção de Serralves constam obras adquiridas de 814 artistas homens e 239 mulheres e que durante a direcção de Suzanne Cotter, entre 2013 e 2015 as aquisições de obras de mulheres aumentaram 40%. A colecção do Museu Berardo começou com 862 obras das quais 65 são de artistas mulheres e novas aquisições levaram a mais 230 obras de 56 artistas, dos quais 16 mulheres. Na Colecção Moderna da Gulbenkian há 268 mulheres artistas num total de 1253 artistas. Nestas e noutras instituições, o número de exposições de ou sobre artistas mulheres é minoritário.
REFERÊNCIAS:
Entidades EUA