Cavaco e Hollande em sintonia sobre crescimento português e europeu
Presidente promoveu Portugal junto dos empresários franceses como um país com mão-de-obra “qualificada e flexível”. E apelou a maior coordenação a nível europeu para combater o desemprego. (...)

Cavaco e Hollande em sintonia sobre crescimento português e europeu
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 7 | Sentimento 0.0
DATA: 2015-05-01 | Jornal Público
SUMÁRIO: Presidente promoveu Portugal junto dos empresários franceses como um país com mão-de-obra “qualificada e flexível”. E apelou a maior coordenação a nível europeu para combater o desemprego.
TEXTO: Foram tempos difíceis mas Portugal, França e a Europa no seu conjunto estão no caminho da retoma económica. O diagnóstico foi feito esta terça-feira à tarde, em uníssono pelos Presidentes português e francês, no final da visita de Cavaco Silva ao Palácio do Eliseu. Os dois Chefes de Estado trocaram elogios mútuos sobre o crescimento económico registado em ambos os países. “A Europa agora está já no caminho da retoma. É uma verdade para Portugal, que conheceu um período muito difícil com uma austeridade muito pesada para os nossos amigos portugueses”, afirmou François Hollande. “Hoje estamos já num caminho de crescimento, com resultados económicos para Portugal que são significativos”, apontou o Presidente francês que, no entanto, não se referiu ao seu próprio plano de austeridade que foi obrigado a implementar em França. Cavaco Silva haveria de o secundar, contando que falou com o homólogo sobre as reformas levadas a cabo em Portugal e “também de uma forma corajosa implementadas aqui na França. Regozijamo-nos com a evolução recente da economia francesa, com taxas de crescimento positivas, como acontece em Portugal, e que foi benéfico para os nossos dois países mas também benéfico para toda a Europa. ”Enquanto o Presidente fazia esta descrição sobre a França, François Hollande sorriu de satisfação e fazia sinais para os jornalistas gauleses presentes, com expressões de orgulho. O Presidente francês não se coibiu de assinalar que há dez anos que um chefe de Estado português não visitava o Palácio do Eliseu. O chefe de Estado português repetiu o discurso que fez em todos os encontros em Paris nos dois dias da visita, com ênfase nas palavras-chave ‘crescimento’ e ‘reformas’: 2014 foi um “ano de viragem” em Portugal, que entrou numa “fase de crescimento económico e de criação de emprego”. Porém, defendeu Cavaco Silva, os “esforços individuais de cada Estado-membro são importantes, mas só por si não são suficientes para alcançar o resultado satisfatório na zona do euro” para combater o desemprego que atinge 26 milhões de europeus. Se, por um lado, os países têm feito o seu trabalho, por outro é necessária também uma “visão mais integrada e política, uma coordenação reforçada que permita corrigir os desequilíbrios numa zona económica ainda demasiado heterogénea”, apontou o Presidente português, acrescentando ser necessário “construir uma Europa mais solidária e mais inclusiva”. No encontro de pouco mais de uma hora, os dois Presidentes conversaram sobre o combate ao terrorismo, o conflito na Líbia, os problemas no Mali e República Centro-Africana, o Estado Islâmico, e os países africanos de língua oficial portuguesa, sobre a situação na Ucrânia, e ainda acerca dos investimentos empresariais nos dois países. Foi abordado o pacto entre Portugal, Espanha e França assinado no passado dia 4 em Madrid e que permite as conexões energéticas (petróleo e gás) entre a Península Ibérica e o resto da Europa. Hollande contou que o primeiro-ministro francês, Manuel Valls irá a Lisboa a 9 e 10 de Abril para elaborar um roteiro sobre o calendário de cooperação entre Portugal e França nesta matéria. “Constatámos no nosso encontro que são muitas as questões europeias e internacionais que beneficiam de um diálogo e concertação intensa. É o caso da segurança interna e das fronteiras da União Europeia, o relançamento do crescimento económico na Europa e o desenvolvimento de políticas no domínio dos investimentos estruturais e também na construção do mercado único de energia”, descreveu Cavaco Silva, que regressou ao final da tarde a Lisboa, sem fazer declarações aos jornalistas sobre a viagem de dois dias. Mão-de-obra “qualificada e flexível”Pela manhã, Cavaco Silva teve um pequeno-almoço com 23 grandes empresários franceses e representantes de fundos de investimento, perante os quais promoveu Portugal como um país com uma localização competitiva, mão-de-obra e quadros altamente qualificados e flexíveis, um mercado concorrencial, com infra-estruturas físicas e tecnológicas de qualidade, e boas condições fiscais. “Nos últimos três anos, Portugal levou a cabo um programa de reformas estruturais profundas para corrigir os desequilíbrios macroeconómicos e orçamentais e melhorar a competitividade das empresas, para a construção de um ambiente amigo dos negócios e do investimento”, apontou o Presidente, acrescentando o cenário positivo no crescimento do PIB, o controlo do défice orçamental, a redução do desemprego, a progressão da balança externa.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave desemprego
Guerras de África continuam apesar de número recorde de capacetes azuis
No fim de Novembro, 70% dos capacetes azuis da ONU estavam em África, mas havia conflitos a agravarem-se. (...)

Guerras de África continuam apesar de número recorde de capacetes azuis
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 7 | Sentimento 0.0
DATA: 2015-05-01 | Jornal Público
URL: https://arquivo.pt/wayback/20150501041100/http://www.publico.pt/1618409
SUMÁRIO: No fim de Novembro, 70% dos capacetes azuis da ONU estavam em África, mas havia conflitos a agravarem-se.
TEXTO: Há hoje mais forças de manutenção de paz da ONU em África do que alguma vez houve. Mas apesar do seu número, que atingiu já o dobro do que havia nos anos 1990, estas têm sido incapazes de travar alguns conflitos, como o da República Centro-Africana ou o do Sudão do Sul. No caso da Republica Centro-Africana, França enviou um contingente de 1600 militares em apoio à missão da União Africana com mandato da ONU. Há um mês no país, a situação está hoje pior do que quando os primeiros militares franceses aterraram no aeroporto de Bangui. Apesar da presença militar estrangeira, o número de vítimas e de deslocados não pára de aumentar. Há agora mais de um milhão de pessoas que fugiram de casa com medo da violência (há um mês eram 400 mil), e morreram mais de mil pessoas nos combates entre milícias cristãs e muçulmanas. A situação está tão complicada que nem todos os dias é possível distribuir ajuda, dizem os Médicos Sem Fronteiras. “Tem havido combates fortes junto da clínica”, disse um porta-voz da organização em Genebra, Niklas Bergstrand. “É demasiado perigoso quando voam balas”, comentou. Os ataques de vingança entre cristãos e muçulmanos não têm parado, e muitos são até levados a cabo em clínicas, dizem. Tudo começou com o derrube do Presidente, François Bozizé, em Março, e a situação foi ficando cada vez mais violenta até um ponto em que os ataques de vingança sectária se tornaram a regra. A presença no terreno para impedir ou tentar que os combates diminuam deveria ser apenas uma parte da solução, que deveria incluir iniciativas políticas e diplomáticas, defende John Pendergast, activista do grupo de defesa de direitos humanos Enough Project. Mas estas têm sido, na maioria dos conflitos em África, “ineficazes e demoradas”, critica. “Isso tem posto mais pressão nas missões para objectivos para os quais elas não estão preparadas. ” Mesmo que sejam muitas - no final de Novembro, segundo o Washington Post, 70% dos 98. 267 capacetes azuis da ONU estavam deslocados na África Subsariana. Isto pode dizer-se no caso da República Centro-Africana ou também no caso do Sudão do Sul, onde um conflito entre o Presidente e um rival político que este afastou da vice-presidência desencadearam também uma cadeia de violência de ataques e retaliações entre duas tribos. Num país recente, nascido em 2011 após um conflito longo, há agora 200 mil deslocados por causa da violência. Em ambos os países, as forças internacionais já presentes não conseguiram travar a violência nascente. “Há sempre a tentação de ouvir que se há uma força de manutenção de paz de 5000 ou 10. 000 elementos pensarmos que eles podem fazer imenso bem, e podem”, disse Toby Lanzer, responsável da ONU no Sudão do Sul, ao Washington Post. “Mas o que não conseguem fazer é estabilizar um país inteiro que está numa erupção de violência. ”No Sudão do Sul, o aumento da força de 7500 para 14 mil aconteceu apenas em Dezembro, depois de uma onda de assassínios já de Janeiro se ter tornado num conflito nacional. Na República Centro-Africana, a ONU apenas autorizou a missão francesa e o aumento das tropas da União Africana para 4500 também em Dezembro. Por outro lado, mesmo que não impeçam combates, esta presença tem efeitos. “Sem a intervenção física das forças de manutenção de paz da ONU ou da União Africana, estes conflitos poderiam ter escalado ainda mais”, defende E. J. Hogendoorn, vice-director para África do International Crisis Group.
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Entidades ONU
França reforça presença militar contra Boko Haram
Governo francês responde aos atentados recentes nas imediações do Lago do Chade. Novo atentado mata 17 pessoas em Maidguri. (...)

França reforça presença militar contra Boko Haram
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 7 | Sentimento -0.1
DATA: 2015-05-02 | Jornal Público
SUMÁRIO: Governo francês responde aos atentados recentes nas imediações do Lago do Chade. Novo atentado mata 17 pessoas em Maidguri.
TEXTO: A França anunciou nesta quarta-feira que irá aumentar o seu contingente militar na região do Sahel, onde se situa o bastião do grupo extremista Boko Haram. O reforço será sentido particularmente nas imediações do Lago do Chade, localidade tripartida entre a Nigéria, o Chade e o Niger, onde o grupo tem recentemente somado ataques, incluindo um novo nesta quarta-feira. O anúncio foi feito pelo ministro da Defesa francês, Jean-Yves Le Drian. Para compensar o reforço serão retirados alguns militares actualmente em missão na República Centro Africana. Citado pela AFP, o ministro afirmou que é necessário usar esses meios para acompanhar “as tensões em torno do Lago do Chade”. Contudo, não avançou quaisquer números. Ao longo das últimas semanas, o grupo extremista Boko Haram tem concentrado as suas acções em Maidguri, uma cidade nas imediações do Lago do Chade. O grupo, que chegou a ocupar a cidade em 2014, anunciou que quer fazer de Maidguri a capital de um autoproclamado califado. Um atentado suicida levado a cabo nesta quarta-feira deixou 17 pessoas mortas na cidade. O número é avançado pela Aljazeera, mas ainda não existe confirmação oficial nem mais detalhes sobre o atentado. Só ao longo dos últimos quatro dias, vários atentados do Boko Haram mataram mais de 65 pessoas em Maidguri. Há três dias, várias explosões em locais movimentados da cidade mataram pelo menos 50. A zona tem sido alvo de atentados e ataques militares dos extremistas desde Janeiro, mês em que o Boko Haram tentou, sem sucesso, recuperar o controlo da cidade. O ataque frustrado vitimou cerca de 100 pessoas. Ofensiva concertadaO grupo extremista, que já anunciou no sábado fidelidade ao autoproclamado Estado Islâmico, no leste da Sìria e oeste do Iraque, tem sofrido várias derrotas às mãos de uma ofensiva militar regional. A AFP cita informações avançadas também nesta quarta-feira pelo Governo da Nigéria. Este adianta que, ao longo do último mês, foram libertadas 36 localidades do controlo do Boko Haram. Por outro lado, perderam-se quatro localidades para os extremistas. O sucesso, explica um responsável do Governo nigeriano, deve-se à concertação de esforços militares entre a Nigéria, o Chade e o Niger. “Esperamos que a cooperação regional em curso vá a precipitar a exterminação do Boko Haram na Nigéria e na nossa região”, afirmou Mike Omeri, do Departamento da Defesa do Governo nigeriano, citado pela AFP.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave ataque
Exército anuncia reconquista de quartel-general do Boko Haram
Ofensiva das últimas semanas tem reduzido a influência do grupo jihadista, que jurou fidelidade ao autoproclamado Estado Islâmico no início do mês. (...)

Exército anuncia reconquista de quartel-general do Boko Haram
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 7 | Sentimento 0.0
DATA: 2015-05-02 | Jornal Público
SUMÁRIO: Ofensiva das últimas semanas tem reduzido a influência do grupo jihadista, que jurou fidelidade ao autoproclamado Estado Islâmico no início do mês.
TEXTO: O Exército da Nigéria anunciou nesta sexta-feira que conseguiu expulsar os islamistas do Boko Haram do seu quartel-general em Gwoza, numa operação realizada a apenas um dia das eleições presidenciais e legislativas. "Vários terroristas morreram e muitos foram capturados", anunciou o Exército no Twitter. A ofensiva das últimas semanas contra o Boko Haram reduziu o controlo deste grupo terrorista a apenas três cidades no Nordeste do país, de acordo com as autoridades de Abuja, que têm o apoio de uma força regional constituída por soldados dos Camarões, do Chade e do Níger. Com a reconquista de Gwoza, o Boko Haram estará agora confinado a apenas duas cidades. Gwoza fica perto da fronteira com os Camarões e a cerca de 130 quilómetros a Sudeste de Maiduguri, a capital da província de Borno – e a zona de maior implantação do Boko Haram. O grupo islamista declarou a criação de um califado em Agosto do ano passado, cinco anos depois de ter lançado a sua sangrenta ofensiva no Nordeste, que provocou cerca de 13. 000 mortos – os ataques do Boko Haram terão provocado cerca de 1000 mortos desde Janeiro, de acordo com a Amnistia Internacional. Na primeira semana deste mês, o líder do Boko Haram, Abubakar Shekau, jurou fidelidade ao autoproclamado Estado Islâmico. Mas a ofensiva conjunta da Nigéria, dos Camarões, do Chade e do Niger tem debilitado a influência do grupo – no entanto, muitos analistas receiam que esta ofensiva seja frágil e motivada pelas eleições de sábado, admitindo-se que o Boko Haram possa regressar em força num futuro póximo. O jornal Financial Times noticiou nesta sexta-feira que um dos principais responsáveis pelo sucesso da forte ofensiva contra os militantes do Boko Haram é um grupo de mercenários que esteve muito activo em várias guerras no continente africano durante a década de 1990, após fim do apartheid na África do Sul. "Cerca de 300 antigos soldados das Forças de Defesa da África do Sul, todos com uma idade um pouco avançada, e muitos deles pertencentes ao grupo mercenário Executive Outcomes, apoiaram a tentativa das forças do Governo nigeriano para reconquistar território capturado pelo grupo terrorista, à medida que se aproximavam as eleições deste sábado", escreve o jornal britânico. Com o fim do regime racista da África do Sul, vários soldados de elite das forças do país formaram grupos de mercenários e venderam os seus serviços a empresas e governos do continente. Um dos cenários em que estiveram envolvidos foi a guerra civil em Angola, onde lutaram ao lado do Governo do MPLA contra a UNITA, que se recusou a aceitar o resultado das eleições de 1992. O grupo foi oficialmente dissolvido por uma lei sul-africana aprovada em 1998, que tinha como objectivo regulamentar a actividade das chamadas "empresas militares privadas". Mas alguns dos seus antigos elementos terão aparecido agora no Nordeste da Nigéria, para lutarem contra o Boko Haram. "É o mesmo grupo de pessoas que esteve na Serra Leoa e em Angola. Não são tão rápidos como antigamente, mas são bem treinados e eficazes a usar armas", cita a fonte do Financial Times, cujo nome não é identificado mas que é referido como "um funcionário do sector da segurança privada". De acordo com o jornal britânico, os mercenários dos Executive Outcomes recebem 10. 000 dólares (9100 euros) por mês, o que rondará um terço do que é pago a antigos soldados britânicos para combaterem no Médio Oriente. Este envolvimento na luta contra o Boko Haram é visto como uma oportunidade para que os mercenários sul-africanos possam "redimir-se" dos tempos do apartheid. "As coisas que o Boko Haram fez nos últimos quatro ou cinco anos são pavorosas. Por uma vez na vida estes tipos estão a lutar contra o inimigo certo. Estão no lado certo", disse ao jornal britânico um outro segurança privado não identificado.
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Étnia Africano
Regulador da energia promete "decisões rápidas" sobre problemas da tarifa social
Vítor Santos diz que descida do preço do gás está assegurada. (...)

Regulador da energia promete "decisões rápidas" sobre problemas da tarifa social
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 7 | Sentimento 0.183
DATA: 2015-05-02 | Jornal Público
SUMÁRIO: Vítor Santos diz que descida do preço do gás está assegurada.
TEXTO: O presidente da Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE), Vítor Santos, garantiu esta quarta-feira no parlamento "decisões rápidas" sobre os indícios de incumprimento na atribuição da tarifa social pela EDP Comercial e pela Galp Power. "Vamos tomar decisões rapidamente para rapidamente inverter esta situação que é inaceitável, porque é uma matéria muito importante", afirmou Vítor Santos na comissão parlamentar de Economia e Obras Públicas, quando questionado pela deputada do PS Hortense Martins sobre os inquéritos às duas empresas. Na segunda-feira, o regulador anunciou que tinha aberto inquéritos à EDP Comercial e à Galp Power, por indícios de não atribuição, indevidamente, da tarifa social e de incumprimento do dever de informação aos beneficiários, nomeadamente na factura de fornecimento. "O nosso objectivo é criar condições para melhorar as práticas na atribuição da tarifa social", acrescentou. A ERSE adiantou que a 4 de Fevereiro realizou acções inspectivas nas instalações dos dois comercializadores (EDP Comercial e Galp Power) para verificar o cumprimento das disposições legais de atribuição de tarifa social, que beneficia as famílias economicamente vulneráveis. O incumprimento é punível com "uma sanção que pode ascender a 10% do volume de negócios" das empresas, refere o organismo liderado por Vítor Santos. Descida do gás assegurada"Para tranquilizar os senhores deputados, há a possibilidade de a Galp poder não pagar a CESE, mas se tal não acontecer não há risco na proposta que está em cima da mesa, porque a ERSE cativou 66 milhões de euros, que no caso de não haver pagamento permite injectar 50 milhões de euros e suportar a proposta de tarifas", afirmou ainda p presidente da ERSE. As tarifas transitórias de gás natural devem baixar 3, 9% em maio e sofrer nova queda de 3, 5% em Julho, de acordo com a proposta tarifária do regulador, apresentada na passada quarta-feira, descidas possíveis devido à decisão do Governo que obriga a Galp a devolver cerca de 150 milhões de euros por ganhos em contratos de aquisição de gás com a Nigéria e Argélia. Vítor Santos aplaudiu a extensão da contribuição extraordinária do sector energético (CESE) aos contratos de take or pay, considerando que deve haver "uma partilha de benefícios - e não só de riscos - com os consumidores". Já antes o regulador tinha defendido que fazia "todo o sentido a partilha de benefícios relativamente à venda dos excedentes desses contratos". Quando a decisão foi anunciada, a Galp admitiu a possibilidade de recorrer à Justiça para contestar a medida.
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Partidos PS
Ferguson é uma cidade onde os polícias não cumprem a lei
Relatório do Departamento de Justiça dos EUA manda reformar organização policial e do tribunal (...)

Ferguson é uma cidade onde os polícias não cumprem a lei
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 7 | Sentimento 0.0
DATA: 2015-05-02 | Jornal Público
URL: https://arquivo.pt/wayback/20150502041930/http://www.publico.pt/1688196
SUMÁRIO: Relatório do Departamento de Justiça dos EUA manda reformar organização policial e do tribunal
TEXTO: Um sargento da polícia de Ferguson, nos Estados Unidos, viu um negro a falar, por breves instantes, com o condutor de um camião, e logo afastar-se. Suspeitou de que podia haver ali actividade criminosa e foi questionar o motorista. Quando este não permitiu que o revistasse, o sargento, que actuava apenas com base num palpite, deu-lhe vários choques eléctricos com um taser. Um deles durou 20 segundos, quando dois a três segundos normalmente bastam para fazer cair ao chão quem o recebe. O homem acabou por ser acusado de “desobedecer à autoridade” e “resistir à detenção”, embora sem haver “nenhuma violação criminal independente”, conclui o relatório do Departamento de Justiça dos EUA sobre a polícia da cidade que fez os norte-americanos confrontarem-se com o racismo das suas forças da ordem. Ferguson, no Missouri, é onde no passado mês de Agosto o adolescente Michael Brown foi morto com seis tiros por um agente branco, desencadeando uma onda de protestos contra o racismo da polícia que se espalharam a todo o país. A investigação do Departamento de Justiça concluiu que não há motivos para processar o agente que o matou, Darren Wilson, mas a família de Brown decidiu entretanto processar o município. O que o Governo dos EUA concluiu foi que Ferguson viola de tantas formas os direitos constitucionais que toda a abordagem da polícia e da justiça municipal tem de ser mudada. Os funcionários têm de receber formação e é preciso uma nova supervisão. Há vários exemplos como o do motorista. Jovens que estavam a ouvir música dentro de um carro foram detidos porque um polícia suspeitou que estavam a fumar marijuana. O argumento para os prender foi terem-se “juntado num grupo com o objectivo de cometer actividades ilegais. ” Mas, diz o New York Times, não foram encontrados indícios de que tivessem marijuana, mesmo depois de a polícia ter revistado o carro. Multas eternasFerguson tem 67% de negros, mas estes representam 93% das detenções feitas entre 2012 e 2014. Um polícia citado no relatório disse que considerava suspeito ou agressivo quem se recusasse a mostrar uma identificação, e que costumava detê-lo. Em 88% dos casos em que a polícia usou violência excessiva, uma prática frequente, o alvo foram negros. Entre Outubro de 2012 e Outubro de 2014, 96% dos detidos em operações stop eram afro-americanos. Entre Abril e Setembro do ano passado, 95% dos detidos na cadeia municipal eram negros e são estes os alvos da “esmagadora” maioria das acusações por delitos menores: 95% das citações por atravessar fora da passadeira, 94% por “incumprimento de ordens” e 92% por “perturbação da paz”. Uma conclusão importante do relatório é que o tribunal municipal não funciona de forma independente: os funcionários judiciais respondem perante o chefe da polícia. Além disso, o tribunal está um caos, com as pessoas a serem notificadas em datas erradas, e sem que haja contas precisas de quanto deve quem é multado – fazendo com que muitos habitantes fiquem durante anos presos a uma dívida que nunca conseguem acabar de pagar, como muitos afro-americanos descreveram. A punição por não pagar uma multa de trânsito é frequentemente a prisão. No meio desta confusão, as multas e coimas judiciais são uma importantíssima fonte de rendimento para o município. Foram encontrados e-mails internos em que responsáveis municipais estimulam a cobrança de multas.
REFERÊNCIAS:
Entidades EUA
Família do polícia Ahmed pede para que não se misture islão e extremismo
“Atacar os outros não nos trará de volta os mortos e não apaziguará as nossas famílias”, diz um dos irmãos do agente. (...)

Família do polícia Ahmed pede para que não se misture islão e extremismo
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 7 | Sentimento 0.0
DATA: 2015-05-01 | Jornal Público
SUMÁRIO: “Atacar os outros não nos trará de volta os mortos e não apaziguará as nossas famílias”, diz um dos irmãos do agente.
TEXTO: Os colegas já tinham falado, os vizinhos também. Este sábado, a família de Ahmed Merabet, o polícia morto pelos atacantes em fuga da redacção do jornal Charlie Hebdo, decidiu dirigir-se aos franceses. “Parem de misturar tudo, de provocar guerras, de queimar mesquitas ou sinagogas”, pediu o irmão Malek Merabet, numa conferência de imprensa que juntou vários familiares, incluindo os cinco irmãos do agente. Ahmed Merabet tinha 40 anos, faria 41 a 8 de Fevereiro, vivia com a sua companheira na mesma rua dos irmãos e a sua grande preocupação era cuidar da mãe, nascida na Argélia e viúva há 20 anos. “Era um homem que gostava de ajudar os outros, calmo, discreto”, disse a irmã Nabia. Era “um trabalhador”, descreveu o irmão Malek, lembrando que Ahmed passou por um McDonald’s e pela empresa nacional de caminhos-de-ferro antes de conseguir entrar na polícia. É o polícia que o mundo viu correr na direcção dos atacantes, cair depois de um primeiro tiro, pedir para ser poupado, antes de ser executado à queima-roupa, tudo gravado num vídeo amador. Ex-membro da Brigada Anti-Criminal, delegado sindical, trabalhava na esquadra do 11º bairro parisiense, que patrulhava na altura do ataque. Tinha acabado de passar os testes para entrar na polícia judiciária. 7 de Janeiro era o seu último dia na esquadra. “Nos últimos meses, por causa dos exames, e porque estava a renovar a casa, quase não o víamos. ”“Falo para todos os racistas, islamófobos e anti-semitas, não misturem os extremistas e os muçulmanos”, disse ainda o irmão do agente. “Atacar os outros não nos trará de volta os mortos e não apaziguará as nossas famílias. ”“Ahmed tinha orgulho em representar a polícia e em defender os valores da República. Com a sua determinação, conseguiu o diploma. Todos os colegas o descrevem como um homem apaixonado pela profissão”, afirmou Malek. Tinha talento “para resolver conflitos violentos”, acrescentou Nabia, e “muito, muito orgulho em ser polícia”. No Twitter, depois do agregador “Je suis Charlie” (Eu sou Charlie), surgiu “Je suis Ahmed”, uma homenagem ao polícia e uma forma de alguns sublinharem a necessidade de separar fanáticos assassinos de muçulmanos, como Ahmed. “Eu não sou Charlie. Eu sou Ahmed, o polícia morto. Charlie ridicularizava a minha fé e a minha cultura e eu morri a defender esse direito”, escreveram outros. O primeiro a fazê-lo foi o escritor e activista político Dyab Abou Jahjah, libanês que vive em Bruxelas. Jahjah explicou querer combater a vontade dos terroristas de dividir, numa mensagem que muitas dezenas de milhares de utilizadores do Twitter já partilharam. A família do polícia Ahmed reagiu ainda à publicação da foto da sua execução, sábado, na primeira página do semanário Le Point. “É abjecto. Estas imagens já deram suficientes voltas ao mundo, chocaram muito as pessoas”, disse um cunhado do agente, Lotfi Mabrouk, pedindo aos jornalistas que “parem de as utilizar”. “Como é que ousaram pegar neste vídeo e divulgá-lo?”, insurgiu-se o irmão Malek. “Eu ouvi a voz dele, reconhecia-a, vi-o ser abatido e vou continuar a ouvir a sua voz todos os dias. ”
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Palavras-chave trabalhador cultura ataque homem morto
Países da OPEP lançam grupo de trabalho para subir preço do petróleo
Objectivo é garantir a estabilidade do custo do petróleo nos mercados internacionais. (...)

Países da OPEP lançam grupo de trabalho para subir preço do petróleo
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 7 | Sentimento 0.0
DATA: 2015-05-01 | Jornal Público
SUMÁRIO: Objectivo é garantir a estabilidade do custo do petróleo nos mercados internacionais.
TEXTO: Perante a descida prolongada do preço do petróleo, embaixadores e adidos comerciais dos países membros da Organização de Países Exportadores de Petróleo (OPEP) formalizaram, em Caracas, a criação de um grupo de representantes permanentes daquele organismo, com o objectivo de promover a subida dos preços do crude. “A criação do Grupo de Embaixadores da OPEP na Venezuela faz parte dos esforços iniciados em conjunto pelo Governo Bolivariano (da Venezuela) e outros países interessados em promover o consenso internacional que permita estabilizar os preços do petróleo e mantê-los a um nível justo”, explica um comunicado do Ministério venezuelano das Relações Exteriores. A decisão de lançar este grupo de trabalho acontece depois de o Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, ter realizado um périplo internacional pelos países da OPEP à procura de apoio para lutar contra a descida dos preços o petróleo. Maduro contou com o apoio do Irão nessas visitas, mas produtores como a Arábia Saudita têm defendido a estratégia de não reduzir a produção para fazer subir os preços. Essas divergências entre os membros da OPEP mantém-se. Depois da trajectória descendente do custo do petróleo nos mercados internacionais – o preço do Brent do Mar do Norte, referência para as importações portuguesas, está 43, 5% abaixo do valor de há um ano –, regista-se agora uma recuperação dos preços. Nas duas últimas semanas, o custo do Brent acumulou uma subida histórica de 18%, passando para 57, 93 dólares por barril. A Venezuela defende que o preço justo do petróleo é de 100 dólares o barril, mas viu cair, desde Junho, mais de 50% do preço do crude venezuelano, cuja cotação ronda os 40 dólares norte-americanos por cada barril. Caracas salienta o facto de a OPEP promover, desde a sua criação, o “fortalecimento do mercado internacional dos hidrocarbonetos, permitindo aos países produtores de petróleo obter um retorno razoável dos seus investimentos e assegurando o abastecimento contínuo e estável de crude aos países consumidores”. Segundo Nicolás Maduro, “a cooperação dos países exportadores poderá voltar a trazer estabilidade aos preços do petróleo”. Apesar de a Venezuela ter as maiores reservas de crude do mundo, enfrenta graves dificuldades financeiras devido à queda dos preços, já que o país depende fortemente das receitas do petróleo, que lhe garantem 96% das suas divisas. À OPEP, com sede em Viena, pertencem 12 países: Venezuela, Equador, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Irão, Iraque, Kuwait, Qatar, Angola, Argélia, Líbia e Nigéria.
REFERÊNCIAS:
Étnia Árabes
Vencer a “amarga e vã desconfiança”
Há que marcar posição na Europa pelo voto, reduzindo as fileiras do desinteresse e do silêncio. (...)

Vencer a “amarga e vã desconfiança”
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 7 | Sentimento -0.1
DATA: 2015-05-01 | Jornal Público
SUMÁRIO: Há que marcar posição na Europa pelo voto, reduzindo as fileiras do desinteresse e do silêncio.
TEXTO: A cada eleição para o Parlamento Europeu ressurge o habitual fantasma: a abstenção. Os partidos, antes e depois da campanha, pouco ajudam a combatê-lo, a mobilização em que apostam prende-se sobretudo com a necessidade de ampliar, ou pelo menos garantir que não diminuem, os seus próprios votos. Criam confiança nos eleitores? A resposta destes é mais temida que temível. E o que mais incomoda é o progressivo afastamento daqueles a quem a Europa marca indelevelmente os destinos sem que estes se obriguem, por direito mas também por dever, a marcarem também eles indelevelmente os destinos da Europa. Como se discutiu à exaustão nos últimos dias, não se sentiu a força de um apelo que soubesse sobrepor-se à chicana, ao insulto fácil, à graça duvidosa. Apesar do peso enorme, e da assustadora fragilidade que esse peso comporta, de uma Europa que ainda anda em busca de si mesma, é leve ou displicente, mas sobretudo desconfiada, a forma como os cidadãos dos países da União têm vindo a relacionar-se com ela. Se o eurocepticismo campeia e, com ele, as ameaças da xenofobia, do racismo e dos velhos nacionalismos, devemo-lo ao que não se quis fazer ou se fez mal feito. Sim, hoje hão-de contar-se votos para tirar daí dividendos políticos caseiros, mas antes disso melhor fariam os envolvidos nessa batalha se olhassem para os números do lado, para os que primam pela ausência ou pelo vazio, e pensassem no que eles pesam no seu futuro. Porque uma Europa cujos destinos sejam decididos por um número cada vez menor de cidadãos é uma Europa cada vez mais longe da sua génese e da utopia que a criou. Se muitos acharão isto inevitável, porque para aí os empurra o desleixo face à História, outros entenderão que a sua palavra, a sua opinião, a sua escolha, seja ela qual for, não pode engrossar as fileiras do desinteresse e do silêncio e deve marcar posição no momento do voto. Porque a Europa não é “deles”, como por aí se diz, é também “sua”: porque aí vivem, aí pagam impostos e aí sofrem as consequências do que for decidido sem a sua participação. Sem dizer nada que não tivesse sido já dito, nestes dias ou em anos anteriores, Cavaco Silva lembrou ontem que não votar “é abdicar de um direito”, lembrando que o Parlamento Europeu “é a única instituição” da UE “com representantes directamente eleitos”. Um voto a que 380 milhões têm direito. Quantos o exercerão? Quantos lhe virarão as costas, deixando que outros decidam por eles? Quantos lamentarão, depois, resultados que não influenciaram por mera desistência? No seu curto apelo, o Presidente da República lembrou ainda os 40 anos do 25 de Abril e a conquista, por via dele, do direito ao voto em eleições livres e democráticas. Há 40 anos, antes da queda do regime, um poema de João Apolinário feito canção por Luís Cília dizia assim: “Perde essa amarga e vã desconfiança/ toma a minha mão de amigo e confia”. Se mãos de amigo rareiam, vença-se ao menos a “amarga e vã desconfiança”, em nome de um futuro que não pode ser só de uns, tem de ser decidido por todos.
REFERÊNCIAS:
Entidades UE
Iémen, o país de todas as crises e grande importância estratégica
Com diferentes conflitos internos, o país mais a Sul da Península Arábica está limitado a Ocidente pelo estreito de Bab al-Mandab, por onde passa 40% de todo o comércio marítimo mundial. (...)

Iémen, o país de todas as crises e grande importância estratégica
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 7 | Sentimento 0.8
DATA: 2015-05-01 | Jornal Público
SUMÁRIO: Com diferentes conflitos internos, o país mais a Sul da Península Arábica está limitado a Ocidente pelo estreito de Bab al-Mandab, por onde passa 40% de todo o comércio marítimo mundial.
TEXTO: Há anos que o mais pobre dos países árabes se tornou no país de todas as crises, da pobreza à falta de água, passando por diferentes conflitos armados. A Al-Qaeda dá-se bem com crises e foi assim que aqui foi crescendo. Por que é que o Iémen é cronicamente instável?O Iémen nunca teve um Governo central suficientemente forte para dar verdadeira unidade ao território. Antes de 1990, existiam dois países, o Iémen do Norte (islamista) e o Iémen do Sul (marxista). O Norte foi o primeiro a declarar a sua independência dos otomanos, em 1918, sob a liderança do imã Yahya – os huthis, uma tribo de confissão zaidita (um ramo do islão xiita), querem o regresso a este regime religioso. Em 1967, é declarada a República do Povo do Iémen, no Sul. O ex-Presidente, Ali Abdullah Saleh, chegou à liderança do Norte em 1978, tendo permanecido durante a guerra civil, a unificação, em 1990, e uma nova guerra civil. Um autocrata que impediu o fortalecimento de instituições políticas e o desenvolvimento do país, nunca controlou o conjunto do território, onde as tribos têm muito poder. Na sequência de vaga de protestos que varreu o mundo árabe em 2011, Saleh foi obrigado pelos países da região a deixar o poder. Estes escolheram o seu vice, Abu Mansour Habi, como sucessor. Quem tem poder no país?Normalmente quem tem poder é quem tem armas e, no Iémen, há muito quem esteja armado: a ONU estimava em 2010 que existissem pelo menos 60 milhões de armas no país (espingardas, metralhadoras ou explosivos são fáceis de comprar). Foi em 2009 que a Al-Qaeda da Península Arábica foi expulsa da Arábia Saudita e se estabeleceu no Iémen – hoje, os EUA consideram que este é o ramo mais perigoso do grupo fundado por Bin Laden. Para além do Governo de Habi, reconhecido internacionalmente, e de várias tribos poderosas, a Al-Qaeda controla algumas zonas. Do Norte, seu bastião, os huthis têm vindo a aumentar o seu poder conquistando cidades no Sul e no Leste. No Sul, há também uma rebelião separatista. Saleh, com 73 anos, ainda ambiciona pôr no poder o seu filho, Ahmad, e tem alguns aliados no Exército. Como é que a situação chegou a este ponto?Há mais de cinco anos que se fala no Iémen como futuro Afeganistão ou Somália, um Estado falhado que sirva de base a grupos terroristas. A queda de Saleh, talvez demasiado tarde para os estragos que fizera, não foi aproveitada para promover o desenvolvimento do país, onde 45% da população de 25 milhões vive abaixo do limiar da pobreza. Saleh usava o dinheiro que recebia dos EUA e de outros aliados destinado a combater a Al-Qaeda e a melhorar a vida dos iemenitas para aumentar o seu poder e riqueza. O descontentamento dos huthis foi crescendo de forma proporcional à marginalização que o Governo de Sanaa impunha ao Norte. Desde 2004 que Sanaa e a tribo estão em guerra, um conflito que fez milhares de mortos e, a partir de 2009, provocou uma enorme crise humanitária. Afastado do poder, Saleh ainda contribuiu mais para a desestabilização, aliando-se agora aos huthis (também ele é zaidita, embora tivesse nos árabes sunitas a sua base de poder) para ameaçar o Governo do seu antigo vice. Qual é a sua importância estratégica e regional?Situado no extremo Sul da Península Arábica, o país tem petróleo e gás, mas pouco. A sua importância é essencialmente estratégica – pelo estreito de Bab al-Mandab, que separa a península do Leste de África e liga o golfo de Áden ao mar Vermelho, passa quase 40% de todo o comércio marítimo mundial, incluindo 30% de petróleo transportado por esta via. O embaixador egípcio no país avisou recentemente que quaisquer ameaças ao Bab al-Mandab seriam “uma linha vermelha” para o Cairo. A Arábia Saudita partilha uma longa fronteira e já ali interveio militarmente várias vezes. Nos últimos anos, com o Irão xiita e o Hezbollah libanês a ajudarem os líderes xiitas do Iraque e o regime sírio, Riad, que vê no Irão o país que mais desafia a sua hegemonia regional, acusa os iranianos de apoiarem os huthis com dinheiro e armas. Teerão desmente, mas a ligação entre os zaiditas iemenitas e os iranianos é antiga. Se os rebeldes huthis tomarem Bab al-Mandab, diz à Reuters o analista Bassem al-Hakimi, “o Irão será o grande vencedor”.
REFERÊNCIAS:
Entidades ONU EUA