Burkina Faso nas meias-finais da CAN
Um golo solitário de Jonathan Pitroipa no prolongamento decidiu jogo com o Togo. (...)

Burkina Faso nas meias-finais da CAN
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 7 | Sentimento 0.0
DATA: 2013-02-04 | Jornal Público
SUMÁRIO: Um golo solitário de Jonathan Pitroipa no prolongamento decidiu jogo com o Togo.
TEXTO: O Burkina Faso completou o lote de semifinalistas da Taça das Nações Africanas, depois de bater o Togo, por 1-0, após prolongamento. A selecção orientada pelo belga Paul Put vai defrontar nas meias-finais o Gana, na quarta-feira. Em Mbombela, África do Sul, um cabeceamento de Jonathan Pitroipa na sequência de um canto, aos 105’, selou a qualificação do Burkina Faso. A outra meia-final será discutida entre Nigéria e Mali.
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Tempo quarta-feira
Três jovens dos EUA matam australiano por diversão
Homicídio está a chocar a comunicade norte-americana e a levar partidos políticos conservadores a encararem o sucedido como um crime racial. (...)

Três jovens dos EUA matam australiano por diversão
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 7 | Sentimento 0.15
DATA: 2013-08-23 | Jornal Público
SUMÁRIO: Homicídio está a chocar a comunicade norte-americana e a levar partidos políticos conservadores a encararem o sucedido como um crime racial.
TEXTO: Christopher Lane, australiano de 22 anos de idade, foi assassinado enquanto fazia jogging pelas ruas da cidade de Duncan, nos Estados Unidos, e as autoridades informaram esta terça-feira que o jovem foi alvejado nas costas porque os homicidas “não tinham nada melhor para fazer”. Os suspeitos, James Edward, 15 anos, Chancey Luna, 16 anos, e Michael Jones, 17 anos de idade, foram detidos pouco depois do tiroteio. Enquanto os dois elementos mais jovens do grupo foram acusados de homicídio em primeiro grau, Jones terá que responder a um processo criminal por alegada conivência com o assassinato. “Quando repararam que havia um rapaz a correr pela rua, decidiram escolhê-lo como alvo”, afirmou Danny Ford, chefe da Polícia de Duncan, ao canal norte-americano KSWO. Um dos rapazes chegou a afirmar às forças policiais que iam “matar alguém de qualquer forma”. Christopher Lane frequentava a East Central University e possuía uma bolsa escolar de basebol, revelou a CNN. As autoridades conseguiram identificar os alegados assassinos através das imagens captadas por uma câmara de videovigilância das redondezas. “Ele deixou a sua marca no mundo, e, apesar de tudo, sabemos que o que aconteceu não trará quaisquer consequências positivas, uma vez que não faz sentido”, declarou emocionado Peter Lane, pai de Christopher, à CNN. “Temos de aceitar o que aconteceu. É errado e temos de lidar com isto da melhor maneira que conseguirmos. ”Como James Edward e Chancey Luna são afro-americanos, enquanto Michael Jones é caucasiano, já são vários os partidos políticos conservadores norte-americanos a denunciarem este assassinato como um crime racial, avança o Huffington Post. Edward chegou, inclusive, a fazer uma publicação racista no Twitter no passado dia 29 de Abril de 2013: “90% da população branca é desagradável, ODEIO-OS!”
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Palavras-chave crime homicídio assassinato racista
Pedro Preto, o ajudante negro de São Nicolau, envolto em polémica
Na Holanda, um escravo negro é um dos protagonistas de uma das festas tradicionais do país mas a figura deixa as minorias do país desconfortáveis. Uma falsa carta da ONU motivou protestos por parte dos apoiantes da tradição. (...)

Pedro Preto, o ajudante negro de São Nicolau, envolto em polémica
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 7 | Sentimento -0.16
DATA: 2013-10-31 | Jornal Público
SUMÁRIO: Na Holanda, um escravo negro é um dos protagonistas de uma das festas tradicionais do país mas a figura deixa as minorias do país desconfortáveis. Uma falsa carta da ONU motivou protestos por parte dos apoiantes da tradição.
TEXTO: Uma tradição de Natal na Holanda motivou uma consultora da ONU a abrir uma investigação falsa para chamar a atenção sobre o seu racismo. As Nações Unidas, no entanto, desmentiram que houvesse uma investigação - a consultora tinha abusado da sua posição e do nome da ONU. No entanto, a polémica está lançada e já houve manifestações com centenas de pessoas que apoiam o Zwarte Piet. Segundo a lenda natalícia na Holanda, São Nicolau - uma das inspirações para a figura moderna do Pai Natal - designado como Sinterklaas, tem como ajudantes um grupo de trabalhadores que se vestem de pajens, são maldosos e… negros. Todos os anos são organizados em várias cidades desfiles em que uma multidão se veste com as roupas do Zwarte Piet (qualquer coisa como o Pedro Preto), pinta a cara de negro e os lábios de vermelho e coloca uma peruca afro. Estes ajudantes de São Nicolau remontam a uma tradição que tem mais de 150 anos, e lembram os tempos em que a Holanda era uma potência imperial e uma das maiores importadoras de escravos. Originalmente, o Zwarte Piet era apresentado às crianças como uma figura assustadora, algo como o bicho papão, que castigava as crianças mal comportadas, metendo-as num saco e levando-as para a terra ficcional de São Nicolau, em Espanha. Actualmente, a cor escura das faces desta personagem é explicada pela cinza das chaminés por onde tem de passar para deixar os presentes e é mostrado mais como um palhaço animado do que como um ser maldoso. O dia 5 de Dezembro marca a chegada de São Nicolau, que vem de barco a vapor até um canal de Amesterdão. É nesse dia que é realizado o maior desfile de Natal, com direito a transmissão televisiva, e em que participam milhares de pessoas, muitas delas vestidas como Zwarte Piet. A carta falsaAs semelhanças entre o ajudante de São Nicolau e um escravo proveniente das antigas colónias holandesas das Caraíbas são por de mais evidentes e isso tem motivado protestos das comunidades daqueles países. No entanto, este ano a polémica chegou mesmo à ONU. Nas últimas semanas, uma carta, alegadamente da autoria de uma comissão para os direitos humanos da ONU, revelava que o órgão estava a considerar abrir uma investigação ao carácter racista dos festejos natalícios na Holanda. “Algumas práticas, que são parte da herança cultural, podem infringir os direitos humanos”, começava por dizer a carta. “A caracterização mediática, cultural, social ou tradicional negativa de pessoas que pertencem a uma minoria pode constituir racismo e pode ser degradante para os membros dessas comunidades, no caso presente pertencentes às populações negras e de descendência africana, e pode perpetuar estereótipos negativos na sociedade”, continuava. A carta, assinada pela jamaicana Verene Shepherd, sublinhava que “uma crescente oposição ao perfil racial do Zwarte Piet dentro da sociedade holandesa, incluindo pessoas de origens não africanas, devia ser notada”. “No entanto, verifica-se também que nenhuma resposta foi dada às associações que defendem os direitos dos africanos e dos descendentes de africanos na Holanda, que estão a pedir um diálogo sobre o tema”, concluía a carta. Ainda antes de se vir a concluir da falsidade da carta da ONU, o primeiro-ministro holandês, Mark Rutte, veio a público defender a tradição do Zwarte Piet, afirmando que uma tradição não deve ser definida por leis ou proibições. “O Zwarte Piet é negro, e não há muito que possamos fazer para mudar isso”, disse Rutte, na altura. Abuso de posiçãoDias mais tardes, Marc Jacobs, um responsável da UNESCO veio desdizer qualquer investigação sobre a tradição natalícia da Holanda, revelando que a autora da carta falsa abusou da sua posição dentro da ONU. “Ela é apenas uma consultora que abusou do nome da ONU para trazer a sua própria agenda para os media. Toda a comoção que a sua carta causou não foi mais do que uma má jogada de grupos de pressão da Holanda”, afirmou Jacobs ao Algemeen Dagblad. A tradição de Natal holandesa está salva para mais um ano e a multidão de Zwarte Piet vai poder sair às ruas de Amesterdão, mas a carta falsa da ONU já deixou marcas. Uma página no Facebook de apoio à tradição conseguiu, logo no primeiro dia, um milhão de subscritores, tornando-se em pouco tempo na página mais popular na Holanda. Uma petição que se dirigia à ONU reuniu mais de dois milhões de assinaturas. Ainda na semana passada, o Zwarte Piet teve outra demonstração de carinho dos holandeses, quando numa manifestação em Haia, centenas de pessoas quiseram mostrar o seu apoio à tradição, muitas delas mascarando-se a preceito, de acordo com a AFP. Notícia corrigida às 16:39 - Explica-se a distinção entre o Pai Natal e São Nicolau.
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Entidades UNESCO ONU
“Não nos sentimos satisfeitos com este processo”, diz presidente da Galp
Ferreira de Oliveira diz que intenções do ministro da Energia de reduzir factura do gás são boas, mas questiona os meios. (...)

“Não nos sentimos satisfeitos com este processo”, diz presidente da Galp
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 7 | Sentimento -0.25
DATA: 2014-04-29 | Jornal Público
SUMÁRIO: Ferreira de Oliveira diz que intenções do ministro da Energia de reduzir factura do gás são boas, mas questiona os meios.
TEXTO: A Galp não percebe as contas que levam o Governo a falar em 500 milhões de euros de benefícios que devem ser repartidos com os consumidores de modo a reduzir a factura do gás, nem concorda com a forma como o ministro da Energia anunciou esta intenção “através da imprensa”. “Preocupa-me todo este processo”, admitiu nesta terça-feira o presidente da petrolífera, Manuel Ferreira de Oliveira. “Conheço o ministro [Jorge Moreira da Silva] e sei que ele quer fazer tudo ao seu alcance para reduzir a factura energética ao cidadão. É um bom objectivo, mas tem se de ver os meios” que são utilizados para o fazer, afirmou o gestor, na conferência de apresentação de resultados trimestrais. Acrescentando que a Galp está “disponível para dialogar” com o Governo, o presidente da empresa censurou, contudo, a forma como o anúncio foi feito. São situações que “assustam o mercado”, disse o líder da Galp, lembrando que as acções estiveram a cair 2% em bolsa no dia seguinte ao da conferência de imprensa de Moreira da Silva. No domingo, o ministro da Energia, anunciou que o Governo quer renegociar com a Galp mais-valias de 500 milhões de euros que a empresa terá obtido, entre 2006 e 2012, com a venda de gás natural, através de um “reequilíbrio da concessão”. Segundo o presidente da Galp, a empresa não só desconhece os cálculos que permitiram ao ministro chegar a este montante, como deixou de ter, em 2012, qualquer concessão com o Estado, considerando-se livre de obrigações e direitos no aprovisionamento de gás natural. “Eu próprio assinei o contrato de quitação de qualquer responsabilidade futura” em 2012, afirmou Manuel Ferreira de Oliveira. Em causa estão os contratos de longo prazo de fornecimento de gás natural assinados com a Argélia e a Nigéria (que estão na origem das mais-valias apontadas pelo Governo), que obrigavam a Galp a comprar uma quantidade predeterminada de gás, mesmo que não tivesse consumo assegurado para a totalidade. Caso não conseguisse assegurar a venda em mercado desta quantidade de gás, a Galp teria direito a exigir legalmente ao Governo que o colocasse em mercado (em detrimento de outros fornecedores) ou que compensasse a empresa pelo custo. A partir de 2008, com a quebra de consumo do mercado português, a Galp “arregaçou as mangas” e foi à procura clientes para o gás nos mercados internacionais, “impedindo que os consumidores fossem penalizados”, pois as tarifas teriam “disparado” caso houvesse essa exigência de compensação ao Estado, acrescentou Ferreira de Oliveira. A partir de 2012, a Galp passou a ser proprietária destes contratos e também a "assumir os riscos" sozinha. “Não conseguimos ver onde estão as rendas excessivas, nem conhecemos os fundamentos económicos e jurídicos da medida” anunciada pelo ministro da Energia, reafirmou o presidente executivo da Galp, dizendo que não há qualquer concessão para renegociar, mas tão só licenças de distribuição e comercialização. O gestor assumiu a incompreensão com o conjunto de medidas anunciadas pelo Governo visando o sector petrolífero e gasista (como a contribuição extraordinária aplicada aos activos de refinação). “Estou informado que a troika achou que o mercado do petróleo e do gás funcionava bem no nosso país”, garantiu.
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Partidos LIVRE
Sonangol anuncia “maior descoberta” de petróleo na bacia do rio Kwanza
Poço permite produzir mais de 3700 barris diários. (...)

Sonangol anuncia “maior descoberta” de petróleo na bacia do rio Kwanza
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 7 | Sentimento 0.0
DATA: 2014-05-01 | Jornal Público
SUMÁRIO: Poço permite produzir mais de 3700 barris diários.
TEXTO: A petrolífera angolana Sonangol anunciou hoje em Luanda o que designou como “maior descoberta” de petróleo, na camada do pré-sal da bacia do rio Kwanza. Em comunicado, a Sonangol salienta uma “recente descoberta de petróleo, em quantidades significativas”, ocorrida na camada do pré-sal no poço Orca, do bloco 20/11. O texto precisa que o poço de pesquisa Orca, perfurado no pré-sal da bacia, atingiu uma profundidade final de 3872 metros e salienta que foi testado com sucesso, permitindo produzir mais de 3700 barris diários e 16, 3 milhões de metros cúbicos de gás. “Os resultados em complemento ao teste de produção confirmam a importância da descoberta, considerada a maior feita até agora na bacia do (rio) Kwanza”, indica a Sonangol. O bloco 20/11 é operado pela norte-americana Cobalt, que lidera com 40%, e o consórcio integra a Sonangol Pesquisa e Produção e a britânica BP, ambas com 30%, respectivamente. Segundo o comunicado da Sonangol, a Cobalt avaliou as reservas entre 400 e 700 milhões de barris de petróleo. O anúncio da descoberta surge cinco meses depois da Cobalt e da Sonangol terem anunciado uma descoberta “à escala internacional” noutro poço do mesmo bloco 20. Na ocasião, a Sonangol e a Cobalt referiram que, durante um teste, o poço Lontra “produziu um fluxo estável de 2500 barris de condensados por dia e 39 milhões de pés cúbicos de gás em igual período”. “O poço de exploração Lontra perfurou até uma profundidade total de mais de 4195 metros e penetrou aproximadamente 67 metros de espessura útil, de um reservatório de muito boa qualidade. A descoberta foi de um volume significativo de líquidos no intervalo de gás e um intervalo de petróleo bruto”, salientava-se no comunicado. A Sonangol tem agendado para o próximo dia 30 de Maio um leilão de dez novos blocos para exploração, nas bacias terrestres dos rios Kwanza e Congo. O prazo limite para o envio das propostas terminou quarta-feira, 30 de Abril. Dos dez blocos que vão a leilão, sete situam-se na bacia do rio Kwanza e os restantes três na do rio Congo. Em Janeiro, em conferência de imprensa em Luanda, Severino Cardoso, director de Exploração da Sonangol, disse que os dez blocos representam mais de metade das reservas conhecidas de petróleo de Angola, ou seja, pelo menos 7000 milhões de barris. Em Outubro de 2013, o ministro dos Petróleos angolano, Botelho de Vasconcelos, disse que as reservas do país atingem os 12, 6 mil milhões de barris. Na ocasião, um administrador da Sonangol, Paulino Jerónimo, manifestou-se optimista, confiando que, a partir de 2015, já se poderá começar a extrair petróleo dos dez blocos que vão ser leiloados. Angola é actualmente o segundo maior produtor de petróleo na África subsaariana, atrás da Nigéria, com cerca de 1, 7 milhões de barris por dia e o objectivo é atingir os dois milhões em 2017, depois de anteriormente ter sido equacionado o ano de 2015. O crude representa 97% das exportações e 80% da receita fiscal, mas a indústria petrolífera emprega apenas 1% da população, que já soma mais de 21 milhões, segundo o Banco Mundial, dos quais a maioria vive com menos de dois dólares por dia, de acordo com os dados das Nações Unidas.
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Guiné-Bissau vota para que a história não se repita
Mais de dois anos após o golpe de 2012, a segunda volta das presidenciais é a última etapa do regresso à legitimidade democrática. Há optimismo mas as preocupações não desapareceram. Os candidatos são José Mário Vaz e Nuno Nabiam. (...)

Guiné-Bissau vota para que a história não se repita
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 7 | Sentimento 0.0
DATA: 2014-05-18 | Jornal Público
SUMÁRIO: Mais de dois anos após o golpe de 2012, a segunda volta das presidenciais é a última etapa do regresso à legitimidade democrática. Há optimismo mas as preocupações não desapareceram. Os candidatos são José Mário Vaz e Nuno Nabiam.
TEXTO: A expectativa é de que, desta vez, a história seja outra. E essa seria a boa notícia para os guineenses, que hoje escolhem o seu Presidente da República, completando um processo eleitoral que deve restabelecer a legitimidade democrática interrompida há dois anos por um golpe militar, entre a primeira e a segunda volta das presidenciais. A escolha dos mais de 750 mil eleitores é entre José Mário Vaz, candidato do PAIGC (Partido Africano da Independência da Guiné-Bissau), o mais votado na primeira volta, com 40, 89%; e Nuno Gomes Nabiam, um estreante na política, independente apoiado pela principal força da oposição, o PRS (Partido da Renovação Social), favorito da hierarquia das Forças Armadas, que conseguiu 24, 79%. A elevada afluência de eleitores na primeira volta, que coincidiu com as eleições legislativas, a 13 de Abril, foi um claro sinal de desejo de democracia – a participação atingiu a taxa recorde de 89, 29%. Mas a experiência de há dois anos mantém vivas as preocupações sobre a reacção do líder do golpe, o chefe das Forças Armadas, António Indjai, a uma provável vitória de José Mário Vaz, ministro do Governo de Carlos Gomes Júnior, derrubado há dois anos. Para além do apoio do seu partido, que ganhou as legislativas e obteve uma maioria absoluta de deputados – 57 contra 41 do PRS –, José Mário Vaz tem agora consigo as três forças políticas que elegeram os restantes parlamentares: Partido da Convergência Democrática, dois mandatos; Partido da Nova Democracia, um; União para a Mudança, um. Em Bissau, apesar de alguma apreensão, a expectativa é de que, desta vez, tudo corra bem. A visita, há pouco mais de uma semana, do embaixador norte-americano para o Senegal e Guiné-Bissau, Lewis Lukens, e o encontro que manteve com Indjai “deixou as pessoas mais aliviadas”, contou Luís Vaz Martins, presidente da Liga Guineense dos Direitos Humanos. “O cenário é diferente porque a comunidade internacional parece muito mais engajada, há menos margem para uma repetição do que aconteceu em 2012”, disse. Os candidatos também transmitiram mensagens de normalização. Antes do início da campanha para a segunda volta, tanto José Mário Vaz, 57 anos, como Nuno Nabiam, 51, se comprometerem a respeitar a vontade dos eleitores. “Aceitarei os resultados mesmo que favoreçam o meu adversário. Serei o primeiro a felicitá-lo”, disse o candidato do PAIGC. “Vou aceitar os resultados que saírem das urnas”, prometeu o seu adversário. O isolamento a que a Guiné foi votada nos últimos dois anos, as dificuldades financeiras, as pressões externas e o empenho internacional na normalização democrática – que se traduziu em muitas reuniões com as chefes políticos e militares e eventuais compromissos obtidos nos bastidores – parecem poder concorrer para um desfecho diferente. “Quero tranquilizar a todos – os irmãos militares vão respeitar o resultado eleitoral”, escreveu há dias no PÚBLICO Ramos-Horta, representante especial do secretário-geral das Nações Unidas para a Guiné-Bissau. "Cenário optimista"A pressão não se fez apenas com palavras. A CEDEAO (Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental), que apadrinhou a solução governativa pós-golpe, reforçou nos últimos dias a presença militar que tem no país desde 2012, quando substituiu um contingente angolano. A União Africana advertiu que tomará posição se estiver em risco a estabilidade. “Tudo se conjuga para que não exista um retrocesso, há razões para um cenário optimista”, considera Fernando Jorge Cardoso, investigador do Instituto Marquês de Valle Flôr. “As condições externas e os resultados eleitorais apontam para um caminho de estabilização. ”O optimismo deste especialista em assuntos africanos é explicado em parte pela importância que tem para a CEDEAO o êxito do processo eleitoral, que seria visto como demonstração da sua “capacidade de intervenção regional”. Conjugada com esse dado, a chegada ao poder de dirigentes ligados à lusofonia – o novo líder do PAIGC e próximo primeiro-ministro é Domingos Soares Pereira, ex-secretário executivo da CPLP (Comunidade dos Países de Língua Portuguesa) – levam Fernando Jorge Cardoso a admitir que o país “esteja a viver a melhor situação possível do ponto de vista da normalização da vida política”. A sua expectativa é já saber “o que vai ou não conseguir fazer” o PAIGC com “estes dois novos aliados”. O poder eleito terá de conviver com umas Forças Armadas que têm sido instrumento de interesses políticos particulares e infiltrações do narcotráfico internacional – Indjai é um dos indiciados pelos EUA por tráfico de droga. Mas os desafios que se lhe colocam não se esgotam na estabilização, necessária para dar esperança a um país em que metade dos 1, 6 milhões de habitantes vive com menos de 1, 25 dólares por dia.
REFERÊNCIAS:
Entidades EUA CPLP
“É difícil combater o ébola num país onde umas luvas custam mais do que se ganha num dia”
Português a viver na Serra Leoa deverá deixar o país nesta semana. Descreve falta de meios no terreno e dificuldade em obter apoio das autoridades consulares portuguesas. (...)

“É difícil combater o ébola num país onde umas luvas custam mais do que se ganha num dia”
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 7 | Sentimento 0.0
DATA: 2014-08-04 | Jornal Público
SUMÁRIO: Português a viver na Serra Leoa deverá deixar o país nesta semana. Descreve falta de meios no terreno e dificuldade em obter apoio das autoridades consulares portuguesas.
TEXTO: Samuel Bonifácio chegou à Serra Leoa praticamente ao mesmo tempo do surto de ébola que começou em Fevereiro na Guiné-Conacri. Há dois meses, o português de 25 anos mudou-se para este país da África Ocidental depois de quatro anos em Moçambique. “Quando eu cheguei cá há dois meses, tinham-se confirmado três ou quatro casos do vírus no interior do país, ou seja, não era nada. Mas neste momento já são cerca de 230 mortos só na Serra Leoa”, conta ao PÚBLICO o gestor de logística, que alerta para a falta generalizada de meios para travar a epidemia e também para as falhas de informação por parte das autoridades consulares portuguesas. A partir da sua casa na capital, Freetown, onde se encontra a cumprir o recolher obrigatório declarado pelo Presidente Ernest Bai Koroma, “para as pessoas ficarem a reflectir sobre o vírus e a ouvirem informações na rádio”, Samuel explica por telefone que os esclarecimentos continuam a ser escassos para os quatro portugueses que sabe que vivem neste país assolado pela febre hemorrágica altamente mortal. No caso do gestor, será a sua empresa a retirá-lo da Serra Leoa, provavelmente ainda nesta semana, à semelhança do que estão a fazer outras multinacionais. A decisão abrange todos os funcionários estrangeiros e Samuel Bonifácio deverá regressar à Europa num dos três voos possíveis, ou seja, via Paris, Bruxelas ou Londres. “Só que nos aeroportos aqui não existe despistagem. Olham para a nossa cara, fazem-nos umas perguntas de sintomas e deixam-nos embarcar. À chegada à Europa é que há um controlo mais apertado, mas é depois da viagem. ”Porém, antes de ter esta informação diz que tentou obter ajuda junto da Secção Consular da Embaixada de Portugal, em Dakar, que tem jurisdição sobre a Serra Leoa, mas não conseguiu resposta. “Há grandes falhas. Tentámos contactos por email e não responderam. Eu não preciso do Estado português, porque a minha empresa já tem tudo em ordem, mas queria expor a situação pois ninguém tem noção do que se passa aqui, de quantos portugueses somos e do que estamos a pensar fazer”, explica Samuel Bonifácio, que assegura que se alguém for infectado não tem condições para ali ser tratado. Contactado pelo PÚBLICO, o secretário de Estado das Comunidades adianta que já pediu dados no sentido de se averiguar quantos portugueses estão de facto na Serra Leoa e nos restantes países afectados: Libéria, Guiné-Conacri e Nigéria. José Cesário admitiu que serão “poucos”, mas que dadas as viagens recentes pode haver pessoas nestes países que não avisaram as autoridades consulares, que é o primeiro passo que aconselha. Além disso, o responsável reforça que desde Abril que o Governo tem recomendado que os portugueses saiam dos países em risco. Ao todo, a epidemia do pior surto do vírus descoberto na década de 1970 já matou 826 pessoas. No que diz respeito a apoios para sair como está a acontecer, por exemplo com os Estados Unidos, José Cesário rejeita a hipótese, salvo para casos excepcionais. “Quando há uma situação de emergência absoluta, ou seja, a pessoa está num determinado local e não há forma pelas vias normais, convencionais e comerciais de sair de lá, nessa altura evidentemente, que recorremos aos meios próprios para tentar encontrar forma de os ajudar”, disse, mas explicando que a despesa terá de ser assegurada pelo cidadão, “salvo em casos de insuficiência financeira”. Sobre eventuais casos de portugueses infectados que queiram regressar, o secretário de Estado disse que o primeiro passo deverá ser sempre procurar cuidados médicos nos países e contactar a emergência consular (estão disponíveis os telefones 707 202 000 e 961 706 472 ou o email gab. emergencia@mne. pt), mas reforçou que o regresso será “por vias comerciais”, admitindo, no entanto, que perante os sintomas “serão poucos os que têm condições para o fazer”. Para quem já regressou a Portugal e apresente sintomas da doença, a Direcção-Geral da Saúde apelou a que seja contactada a Linha Saúde 24 (808 242 424), que encaminhará os casos para os hospitais preparados. “Quem diz que nos devemos tratar aqui na Serra Leoa não sabe do que fala. As pessoas quase não se protegem. Um par de luvas custa mais do que uma pessoa de cá consegue ganhar num dia. O ordenado de um serra-leonês é de 80 ou 85 euros por mês”, contrapõe Samuel Bonifácio, que descreve a forma precária como funcionam muitos serviços de saúde. “Os hospitais de campanha são tendas de plástico em que quase não há divisões entre os doentes infectados. É quase tudo no meio do mato e basta vir vento para se misturar tudo”, insiste, acrescentando que mesmo as autoridades locais “mascararam as coisas até quinta-feira passada, quando o Governo declarou estado de emergência”.
REFERÊNCIAS:
Entidades MNE
Português viajou da Libéria para Lisboa com “zero perguntas” sobre ébola
Último balanço da Organização Mundial de Saúde aponta para 887 mortos. (...)

Português viajou da Libéria para Lisboa com “zero perguntas” sobre ébola
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 7 | Sentimento 0.0
DATA: 2014-08-05 | Jornal Público
SUMÁRIO: Último balanço da Organização Mundial de Saúde aponta para 887 mortos.
TEXTO: Carlos conta o seu percurso a partir do Aeroporto de Lisboa. Está de partida para férias, pouco mais de uma semana depois de ter regressado a Portugal vindo da Libéria, onde trabalha há um ano. Teve algum controlo adicional em Monróvia, em Bruxelas ou à chegada a Portugal? “Nada. Zero. Nem perguntas me fizeram”, diz ao PÚBLICO por telefone. A Libéria é um dos países mais afectados pelo surto de ébola que começou em Fevereiro na Guiné-Conacri e que já matou 887 pessoas, de acordo com último balanço da Organização Mundial de Saúde. Só na Libéria estima-se que o vírus tenha infectado 468 pessoas, 255 das quais morreram. Este engenheiro de máquinas de 29 anos a trabalhar na Libéria há um ano chegou a Portugal no dia 26 de Julho. O seu voo partiu da capital, Monróvia, e fez escala em Bruxelas antes de aterrar em Lisboa. Apesar de os países terem anunciado um reforço do controlo aeroportuário para tentar estancar o vírus na África Ocidental, Carlos fala em “verdadeiro show-off”. Mas ressalva que está de consciência tranquila, já que tomou sempre as precauções devidas quando estava na Libéria. Vive na capital, onde a situação está mais tranquila, e nas deslocações pelo país teve sempre cuidados redobrados. “O sentimento que nós temos é de que podemos apanhar o ébola, mas obviamente tomando certos riscos e facilitando certas situações, como cumprimentos com beijos e apertos de mão. É preciso usar ao máximo o desinfectante sanitário e lavar as mãos com frequência”, descreve Carlos, que aponta que o pior problema é na zona interior da Libéria, onde os rituais nos funerais são fonte de preocupação. “É quando o corpo está morto que o ébola tem mais expressão e obviamente as pessoas que lavam o corpo dos mortos ficam em mais risco e depois quando vêem para as cidades aumentam exponencialmente a possibilidade de contagiar alguém”, justifica. “Penso que muitas das precauções [no terreno e nos aeroportos] foram tomadas já depois do meu regresso a Portugal. Mas o surto já existia, só espoletou mais agora para a comunidade internacional pelos americanos retirados na Libéria”, acrescenta Carlos, em referência aos dois voluntários norte-americanos contagiados pelo vírus na zona liberiana onde trabalhavam e que foram levados para os Estados Unidos. Nancy Writebol, de 59 anos, escreve a Reuters, à semelhança do seu colega Kent Brantly, chegará nesta terça-feira ao Hospital Universitário de Emory, em Atlanta. A viagem foi feita em separado uma vez que estão a ser transportados num avião com condições para isolar o doente, mas que só tem capacidade para uma pessoa nesta situação. Os dois infectados pertenciam à organização não-governamental (ONG) SIM USA, que optou por retirar os restantes voluntários do terreno. As autoridades liberianas decidiram entretanto, para controlar o vírus, destacar militares para as zonas do país mais afectadas para colocarem em vigor uma espécie de quarentena nas comunidades onde há mais casos. “Como estava tudo controlado vim de férias programadas e tenciono voltar para a Libéria, mas preocupa-me que não haja nenhum controlo e que o voo tenha sido absolutamente normal”, reforça Carlos. Quanto à situação dentro da Libéria, assegura que o ambiente nas ruas não está muito diferente e que são poucos os sinais de protecção entre a população, salvo as campanhas de sensibilização feitas pelas ONG que trabalham naquela zona. “Tive o caso de um cliente com o qual trabalhamos em que algumas pessoas por iniciativa própria decidiram usar luvas e máscaras, mas nada de transcendente. Também não tenho conhecimento de empresas que estejam a retirar de lá pessoas, há é quem evite enviar expatriados neste momento”, afirma. O mais recente balanço da Organização Mundial de Saúde tinha sido feito a 27 de Julho e apontava para um total de 1300 casos, 729 dos quais mortais. O país mais afectado é a Guiné-Conacri, onde surgiu o maior surto de sempre da febre hemorrágica, com um total de 485 casos e 358 mortos. Segue-se a Serra Leoa com 646 casos (273 mortais), a Libéria com 468 (255 mortais) e a Nigéria com quatro infecções e um morto. (A pedido do entrevistado o nome utilizado é fictício para protecção da sua identidade)
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave comunidade espécie corpo morto
Viajar para sítios afectados pelo ébola só em “situações essenciais”, aconselha DGS
Sem casos em Portugal até à data, Direcção-Geral da Saúde aconselha os viajantes a irem ao médico se tiverem estado expostos ao vírus ou desenvolvido sintomas suspeitos. (...)

Viajar para sítios afectados pelo ébola só em “situações essenciais”, aconselha DGS
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 7 | Sentimento 0.0
DATA: 2014-08-08 | Jornal Público
SUMÁRIO: Sem casos em Portugal até à data, Direcção-Geral da Saúde aconselha os viajantes a irem ao médico se tiverem estado expostos ao vírus ou desenvolvido sintomas suspeitos.
TEXTO: Apesar de sublinhar que actualmente não estão interditadas as viagens internacionais para as áreas afectadas pelo surto do vírus ébola, a Direcção-Geral da Saúde (DGS) recomenda que os cidadãos “devem ponderar viajar apenas em situações essenciais”, por precaução. Esta é uma das oito recomendações da DGS, divulgadas num comunicado assinado pela subdirectora-geral da Saúde, Graça Freitas, que destaca que um eventual agravamento da propagação internacional da doença poderá ter “sérias implicações face às características do vírus”. Por isso, é necessária “uma resposta internacional coordenada”, acrescenta. Por enquanto, não se verificou qualquer caso de doença por vírus ébola em Portugal, "sendo o risco de contágio interpessoal baixo na ausência de contacto directo com fluídos corporais", esclarece. Seja como for, também por precaução, os viajantes são alertados para procurarem aconselhamento médico caso tenham estado expostos ao vírus ou desenvolvam sintomas de doença. Graça Freitas tinha garantido há dias que, apesar de não haver restrições às viagens de e para países da África Ocidental por causa do ébola, as pessoas são controladas pelo pessoal dos aeroportos e companhias aéreas. Além do reforço da articulação internacional com a OMS, com o European Centre for Disease Prevention and Control (ECDC) e com outros Estados, Portugal possui, “em estado de prontidão, mecanismos para dectectar, investigar e gerir casos suspeitos de doença por vírus ébola, incluindo capacidade laboratorial para confirmação", lê-se no comunicado. Frisando que o surto de ébola na África ocidental constitui um “evento extraordinário” e um risco de saúde pública para outros Estados, a DGS garante igualmente que estão ainda previstas medidas para facilitar a evacuação e repatriação dos cidadãos que possam ter estado expostos ao vírus. Também a Linha Saúde 24 (808 24 24 24) está preparada para responder, aconselhar e encaminhar quem necessitar de esclarecimentos suplementares ou encaminhamento específico. . Este surto começou na Guiné-Conacri em Dezembro de 2013 e até à data foram identificados cerca de 1700 casos e 930 mortes em quatro países (além da Guiné-Conacri, Libéria, Serra Leoa e Nigéria).
REFERÊNCIAS:
Entidades OMS
OMS admite uso de tratamentos experimentais contra o ébola
Libéria vai receber soro experimental contra o ébola numa altura em que o número de mortes provocadas pelo vírus supera a barreira dos mil. (...)

OMS admite uso de tratamentos experimentais contra o ébola
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 7 | Sentimento 0.1
DATA: 2014-08-12 | Jornal Público
SUMÁRIO: Libéria vai receber soro experimental contra o ébola numa altura em que o número de mortes provocadas pelo vírus supera a barreira dos mil.
TEXTO: A Organização Mundial da Saúde (OMS) considera ético o uso de terapias e vacinas experimentais contra o ébola. Uma declaração divulgada nesta terça-feira pela OMS refere a necessidade de os tratamentos serem aplicados com total transparência e considera uma “obrigação moral” recolher e partilhar toda a informação dos resultados da utilização dos tratamentos para se compreender a sua segurança e eficácia. “Dadas as circunstâncias particulares deste surto (…), o painel chegou a um consenso de que é ético oferecer intervenções que ainda não foram comprovadas com eficácia e efeitos adversos desconhecidos, como um potencial tratamento ou prevenção” do ébola, lê-se na declaração publicada no site da OMS. O documento é o resultado de uma reunião de segunda-feira convocada pela OMS, em Genebra, com especialistas em ética de vários países, em resposta aos pedidos crescentes da utilização dos tratamentos experimentais disponíveis contra o ébola, numa altura em que mais de 1000 pessoas já morreram devido ao pior surto de sempre desta febre hemorrágica que afecta quatro países da África Ocidental. A OMS definiu ainda critérios para o uso destes tratamentos como a “transparência sobre todos os aspectos de cuidado [médico], o consentimento informado, a liberdade de escolha, a confidencialidade, o respeito pela pessoa, a preservação da dignidade e o envolvimento da comunidade”. A organização defendeu ainda ser uma “obrigação moral” recolher e partilhar toda a informação sobre os tratamentos e vacinas de modo a “compreender a segurança e a eficácia destas intervenções” e sublinhou o “dever moral” de se realizarem ensaios clínicos dos tratamentos e vacinas para “provar em definitivo a eficácia e segurança ou dar provas de que é necessário parar com a utilização”. Um documento mais completo sobre a reunião irá ser tornado público a 17 de Agosto. Libéria vai receber tratamento experimentalA Libéria vai receber algumas doses do soro experimental que foi usado em dois pacientes norte-americanos infectados com o ébola, anunciou o Governo de Monróvia. Segundo um comunicado divulgado a noite passada pela presidência liberiana, o envio do soro foi aprovado pela Casa Branca e a FDA (a agência que controla os medicamentos nos EUA) e deverá ser entregue ainda esta semana em Monróvia por um representante do Governo norte-americano. No entanto, um responsável do Departamento de Saúde norte-americano assegurou à agência Reuters que Washington se limitou a mediar os contactos entre o Governo liberiano e a farmacêutica que produz o soro, conhecido pela sigla Zmapp. “Como o medicamento tinha de ser levado para fora dos EUA era necessário seguir os protocolos de exportação previstos”, explicou. A Libéria acrescenta que recebeu autorização da directora-geral da OMS, Margaret Chan, para importar o medicamento, que planeia administrar a dois médicos que foram infectados quando tratavam outros doentes. Não existe actualmente qualquer cura ou vacina contra o ébola, um vírus com elevada taxa de mortalidade, apesar de várias drogas terem sido testados nos últimos anos. No entanto, dois pacientes norte-americanos a quem foi administrado o soro — um cocktail de anticorpos destinado a bloquear o vírus — registaram melhorias significativas, o que levou as autoridades de vários países a pedir o acesso ao medicamento, ainda que ele não tenha sido sujeito previamente a testes em humanos nem a sua eficácia esteja comprovada. Além dos dois norte-americanos, um médico e uma missionária infectados na Libéria, o soro foi também já administrado ao padre espanhol Miguel Pajares, que chegou na semana passada a Madrid num avião especialmente fretado por Madrid. A Mapp Biopharmaceutical revelou na segunda-feira ter esgotado as doses disponíveis do soro depois de ter enviado as últimas que tinha em stock para um país africano. Antecipando as críticas, garante que está a fornecer o medicamento “em todos os casos sem custos”. Apesar das expectativas, o uso de drogas que não foram sujeitas aos ensaios clínicos protocolares levanta sérias dúvidas — a BBC recorda que, em 1996, a Pfizer testou um medicamento contra a meningite durante um surto na Nigéria, mas acabaria processada depois de 11 crianças incluídas no ensaio terem sofrido danos cerebrais. No entanto, vários especialistas no ébola defenderam que, face à elevada mortalidade do actual surto, o uso de medicamentos não testados previamente em humanos deve ser equacionado pelos responsáveis de saúde.
REFERÊNCIAS:
Entidades EUA OMS