A revolução de Fela Kuti nos corpos de Serge Aimé Coulibaly
A música de Fela começou a servir de pano de fundo para as criações de Coulibaly, aos poucos ameaçando ganhar protagonismo. Aé ao ponto em que o coreógrafo percebeu que teria de colocar o músico nigeriano no centro da sua criação: Kalakuta Republik é um dos pontos altos da programação do Festivalde Almada (...)

A revolução de Fela Kuti nos corpos de Serge Aimé Coulibaly
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 7 | Sentimento 0.0
DATA: 2018-07-14 | Jornal Público
URL: https://arquivo.pt/wayback/20180714190823/https://www.publico.pt/n1836713
SUMÁRIO: A música de Fela começou a servir de pano de fundo para as criações de Coulibaly, aos poucos ameaçando ganhar protagonismo. Aé ao ponto em que o coreógrafo percebeu que teria de colocar o músico nigeriano no centro da sua criação: Kalakuta Republik é um dos pontos altos da programação do Festivalde Almada
TEXTO: No dia do seu 49. º aniversário, Fela Kuti teve poucas razões para celebrar. Foi a 15 de Outubro de 1987 que o Presidente do Burkina Faso, Thomas Sankara, foi assassinado. Fela, amigo de Sankara, havia de manifestar o seu pesar e classificar tal desaparecimento como “um terrível golpe na vida política dos africanos”, justificando que aquele era “o único [dirigente político] que falava sobre a união africana, sobre aquilo de que os africanos precisam para avançar na direcção do progresso”. Coreografia: Serge Aimé Coulibaly Coreografia de Serge Aimé Coulibaly Com Adonis Nebié, Marion Alzieu, Sayouba Sigué, Serge Aimé Coulibaly, Ahmed Soura, Ida Faho e Antonia Naouele Sexta-feira, 6 de Julho, Escola D. António da Costa (Almada)Apenas quatro anos no poder (1983-87), Sankara, teórico pan-africano de linhagem marxista, foi o responsável pelo novo nome de baptismo do país, trocando o Alto Volta (taxado pelos colonizadores franceses) por Burkina Faso. Fela Kuti via nele um dos raros políticos africanos capazes de enfrentar o status quo e agitar as elites, tomando o seu assassínio como a reacção desses privilegiados perante a ameaça da perda de influência. Em 1992, Fela homenageava Sankara em Underground system, tema em que declara a sua convicção de que aqueles que matam em nome da manutenção de um sistema corrupto podem ter-se desembaraçado do seu amigo, mas jamais seriam capazes de matar os ideais que motivaram a sua morte – os resultados da autópsia, passados mais de 30 anos, estão ainda por conhecer. Serge Aimé Coulibaly tinha 14 anos quando Fela Kuti visitou o Burkina Faso, a convite de Thomas Sankara. E foi a figura de Fela que primeiro o cativou – antes sequer da música. “Na altura fiquei sobretudo intrigado por ele, mais do que apaixonado pela sua música – nesse tempo estava mais interessado no Michael Jackson e na Madonna”, ri-se o autor de Kalakuta Republik, um dos pontos altos da programação deste Festival de Almada (em cena esta sexta-feira, na Escola D. António da Costa, em Almada). Desse dia remoto, a memória do bailarino e coreógrafo guardou, antes de mais, a emissão especial da televisão do seu país, que fez do inventor do afrobeat o seu assunto “de manhã à noite”. Poucas figuras haveria então tão claras e activas no apelo a uma revolução africana contra os poderes corrompidos quanto o era Fela Kuti, identificado como claro inimigo de sucessivos governos na Nigéria. “E Thomas Sankara”, diz Coulibaly traçando a linha de união entre os dois, “foi aquele Presidente que alterou a vida no Burkina Faso em quatro anos, que mudou tudo e pôs na cabeça das pessoas que temos de ser o motor do nosso próprio desenvolvimento – era a personificação de uma força positiva que nos impelia para a frente. ”Essa linha que Coulibaly traça entre os dois, no entanto, só ganhou espessura anos mais tarde. Michael Jackson e Madonna deslumbravam-no, como é fácil de perceber, pelo lado performativo de uma pop destinada a cativar todos os sentidos, a inebriar a juventude com cenários onde tudo parecia possível. A música de Fela – quente, suada, pouco encenada e mediatizada, parida em noites em que a liberdade era inventada e reivindicada em lugares como o seu clube-templo, o mítico Afrika Shrine, na noite escaldante de Lagos – tinha um apelo mais longínquo do que a América, por não ser testemunhada ou vivida na pele. Essa linha só se tornou óbvia com a entrada do YouTube na vida de Serge Aimé. Foi ao vasculhar pelos labirínticos caminhos da plataforma de vídeos que descobriu um documentário dedicado a Fela, Music Is the Weapon, responsável pela total transformação da sua visão sobre o percurso do músico. “Esse documentário tornou-se uma bíblia para mim enquanto artista”, confessa ao Ípsilon. “A partir daí percebi que não se podia ser um artista em África e ser apolítico. ”A música de Fela Kuti foi-se, assim, infiltrando na obra coreográfica de Serge Aimé Coulibaly, desde que, em 2002, criou a sua estrutura, a companhia Faso Danse Théâtre em Ouagadougou. O afrobeat de Fela funcionava como impulso para os corpos que Coulibaly animava em palco, lembrando o coreógrafo de que, em cada peça, por mais que a linguagem fosse física e pudesse aproximar-se de um lado poético – que ensaiou enquanto bailarino com Alain Platel e Sidi Larbi Cherkoui –, havia um compromisso político a respeitar e a levar para palco. “Todas as peças que fiz desde a minha juventude ocupam-se de questões políticas”, confirma. “Porque, para mim, as grandes questões em África não são financeiras nem raciais, são puramente políticas. ” E se Fela usava a música como um agente de mudança, então era também isso que Serge Aimé Coulibaly se propunha fazer com as suas criações coreográficas. Se a música de Fela começou a servir de pano de fundo para as criações de Coulibaly, foi, aos poucos, ameaçando ganhar protagonismo, até ao ponto, em 2015, em que o coreógrafo percebeu que teria de colocar o músico nigeriano no centro da sua criação. Talvez porque Nuit Blanche à Ouagadougou, no ano anterior, tinha aproximado até ao limite realidade e criação artística. Depois de Solitude d’Un Homme Intègre (2007, em homenagem a Sankara) ou de Babemba (2008, em que recuperava quatro figuras fundamentais na História recente africana: Sankara, Nelson Mandela, Patrice Lumumba e Kwame Nkrumah), Nuit Blanche era um apelo indisfarçado à revolução, um espectáculo de sublevação que cruzava música, teatro e dança, contando com a participação do rapper Smockey. Em palco, Smockey não escondia as palavras nem mascarava as suas intenções, desafiando bailarinos, actores e espectadores a lutar contra o regime de Blaise Compaoré. “Ele falou na cara do Presidente o que pensava, de forma muito directa, e foi banido de todas as rádios e televisões do Burkina Faso”, conta Coulibaly acerca do principal motivo para a colaboração entre os dois. Mas a retaliação não se terá ficado por aí – o seu estúdio foi destruído pouco depois por forças alegadamente próximas de Compaoré. Coulibaly queria esta força incendiária em palco. O que não esperava era que uma peça criada sob o desígnio da urgência de “fazer uma revolução e que tem de ser agora, não mais tarde”, localizada numa praça pública, encontrasse eco nas ruas decorridos apenas alguns dias sobre a estreia. E isto porque em Novembro de 2014, quando Compaoré se preparava para reforçar os seus poderes, três dias de revolta popular ditaram a sua capitulação. Kalakuta Republik vai buscar o seu título ao nome da comuna erguida por Fela Kuti nos arredores de Lagos, onde vivia com a sua família e os músicos da sua banda, e onde tinha construído um estúdio e uma unidade de saúde gratuita. Em 1970, o músico nigeriano declarou um estado de independência do restante território, em protesto contra a governação do país e reclamando a liberdade total para Kalakuta. É esse espírito de absoluta liberdade que Serge Aimé Coulibaly tenta recriar na primeira parte de Kalakuta Republik. Até porque depois de comprar a obra integral do inventor do afrobeat, ter ouvido incessantemente o imenso património do músico durante um ano e comprado todos os livros que encontrou acerca do seu herói – “Não queria que alguém me perguntasse qualquer coisa sobre o Fela que eu não soubesse”, diz-nos –, empreendeu uma viagem à Nigéria para sentir na pele as noites do New Afrika Shrine. Esse contacto com a reconstrução do clube de Fela e o contacto com Seun e Femi Kuti (filhos do músico), haviam, no entanto, de retribuir-lhe com uma revelação – em vez de criar a partir da vida de Fela, deveria tomá-lo como inspiração. Em vez da biografia, a sugestão; em vez dos factos, as ideias. A primeira das duas partes de Kalakuta Republik decorre, por isso, num ambiente de festa e de celebração de liberdade total. Há uma energia esfuziante nos movimentos dos bailarinos, uma leveza própria de corpos que não conhecem amarras e se relacionam de acordo com essa ausência de fronteiras e de regras. Quando estão em uníssono, o tom é quase de uma euforia colectiva. A segunda parte, com as cadeiras reviradas e o cenário de um possível Shrine claramente em ressaca, o tom é de languidez pós-festa, não menos sensual, mas em que as luzes baixam, os corpos desaceleram, as sombras instalam-se. Se Nuit Blanche continha em si o prenúncio da mudança de ciclo político – consumado com a saída de cena de Compaoré e a ascensão de Roch Kaboré –, forçada por muitos artistas que estavam de microfone em punho na primeira linha, a mobilizar a juventude para a revolução, Kalakuta Republik reflecte nestes dois blocos o posicionamento político de Coulibaly face aos acontecimentos. Primeiro, a esperança e a crença na liberdade; depois, a necessidade de ser consequente e não deixar que essa esperança degenere em falhanço. “A esperança é morta muito rapidamente”, aponta. “É algo que vemos acontecer em África a toda a hora. Vemos alguém aparecer, fazer um bom discurso, prometer que mudará o estado das coisas, e depois tudo falha e é terrível. ”Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. Afinal, Fela Kuti morreu em 1997 e África não mudou tanto quanto Coulibaly acredita que seria desejável. “Claro que muitos dos antigos ditadores morreram e temos sociedades um pouco mais democráticas”, concede. “E eu sei que apesar de muitos países terem eleições, estarem a crescer as classes médias e as mudanças a terem lugar, começámos muito mal e precisamos de tempo. ” Dito isto, no entanto, o coreógrafo questiona a forma como esta transição, em muitos casos, tem sido um autêntico logro, “substituindo franceses, ingleses e espanhóis por africanos, mas sem mudar o sistema”. Uma mudança de cabeças sem efectuar a limpeza necessária para tratar sociedades construídas sobre pressupostos de corrupção que foram mantidos. O combate, no entanto, passa também pela projecção para o exterior, diz. Serge Aimé recorda-se bem de quando visitou Los Angeles pela primeira vez e a sua cabeça ia cheia de edifícios sem fim, automóveis imaculados a prometer vidas desafogadas e estrelas de cinema a cada esquina. E voltou para o Burkina Faso chocado com a quantidade de gente que viu a dormir nas ruas ou a abastecer-se desesperadamente no lixo. Daí que os bailarinos de Kalakuta surjam em palco com pinturas tribais, em choque com o vestuário pouco étnico, criando uma fricção entre essas imagens tipificadas e preguiçosas, e a realidade do continente. “Por vezes sinto que África é uma ficção”, diz Coulibaly. E o seu trabalho é também esse: o de mudar o que África é e pode ser para quem assiste de longe e para quem vive naquela terra quotidianamente. Para que a ficção possa, afinal, emanar um desejo de realidade. Para que uma possa cada vez mais parecer-se com a outra. O Ípsilon viajou a convite do Festival de Almada
REFERÊNCIAS:
Partidos PAN
O Conselho da Europa quer que recontemos a História
Sejamos francos: o que está em causa não é a factualidade da História mas a criação de um novo historicismo baseado na maldade intrínseca do homem branco ou no horrível modelo civilizacional que a mobilizou para desgraça dos outros povos. (...)

O Conselho da Europa quer que recontemos a História
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 7 | Sentimento 0.2
DATA: 2018-10-20 | Jornal Público
SUMÁRIO: Sejamos francos: o que está em causa não é a factualidade da História mas a criação de um novo historicismo baseado na maldade intrínseca do homem branco ou no horrível modelo civilizacional que a mobilizou para desgraça dos outros povos.
TEXTO: E sem nada que o fizesse supor, o Conselho da Europa decidiu alinhar-se com as franjas mais radicais do politicamente correcto para intimar as autoridades portuguesas a “repensar o ensino da História e, em particular, a História das ex-colónias”. Como é hábito acontecer neste género de debates – e o caso do museu dos Descobrimentos é a propósito exemplar -, o que está em causa não é um diálogo destinado a melhorar o conhecimento que temos sobre o nosso passado colectivo: seja pelos métodos, seja pela linguagem utilizada ou até pela invocação de uma pretensa superioridade moral, o que as ideologias como a que o Conselho da Europa veiculou pretendem em primeiro e último lugar impor a sua visão da história sobre a que hoje existe e se cristaliza nos nomes das ruas, dos museus ou das páginas dos livros de História. Quem tem filhos no ensino básico tem condições mais do que suficientes para constatar que nos últimos anos houve um esforço sério por parte dos autores, das editoras e do Ministério da Educação em abolir o bafio da historiografia tradicional para abarcar o lado mais sinistro do racismo colonialista dos portugueses. Episódios como os de 1961 no Norte de Angola são assim descritos: “Um sentimento generalizado de medo entre os colonos levou-os a matar muitos indígenas enquanto outros fugiram, indo juntar-se aos guerrilheiros. Posteriormente, tribos do Norte de Angola assassinaram centenas de colonos. ” Ou seja, reconhece-se a matança dos portugueses e enquadra-se a matança que se seguiu perpetrada pelos angolanos. Mas são exemplos como estes que levam os fundamentalistas que redigiram o capítulo português do relatório do Conselho da Europa a pedir mudanças. Como? Omitindo a morte de “centenas de colonos”?Sejamos francos: o que está em causa nesta ofensiva não é a factualidade da História mas a criação de um novo historicismo baseado na maldade intrínseca do homem branco ou no horrível modelo civilizacional que a mobilizou para desgraça dos outros povos. É por isso uma posição que ergue barricadas, que alimenta facções e proíbe um esforço sensato de se perceber a natureza profunda do colonialismo português e dos seus imensos horrores – mas também das suas virtudes. É uma posição que merece combate, venha da academia minada pelo politicamente correcto ou do Conselho da Europa.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave morte educação homem racismo medo género
Todo o cinema é político, toda a política é cinema
Spike Lee conta uma história verídica de há 40 anos que tem tudo a ver com os nossos dias, mas fá-lo invocando com um virtuosismo desesperado todo um século de cinema americano. (...)

Todo o cinema é político, toda a política é cinema
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 7 | Sentimento 0.0
DATA: 2018-12-28 | Jornal Público
SUMÁRIO: Spike Lee conta uma história verídica de há 40 anos que tem tudo a ver com os nossos dias, mas fá-lo invocando com um virtuosismo desesperado todo um século de cinema americano.
TEXTO: A história do cinema faz-se disto: escolher um filme para abrir outro filme, reconhecer um filme como referência de outro filme, virar tudo do avesso para reescrever a história, mostrar que todo o cinema é político e toda a política é cinema. BlacKkKlansman – o Infiltrado é Spike Lee a disfarçar-se de cineasta clássico para melhor cumprir o seu destino de agente infiltrado: é uma história verídica da América dos anos 1970 que podia ser transferida tal e qual para a América dos anos 2010, contada com a economia e a eficácia de um policial-série-B dos anos 1970 (tal como feito por gente tão estimável como Don Siegel, por exemplo) em cruzamento com os grandes momentos da blaxploitation (citados abertamente). BlacKkKlansman é Lee a explicar que abordar temas “quentes” como o racismo sob a lógica do cinema de género pode também introduzir uma dimensão de urgência activista, política, pedagógica, didáctica. BlacKkKlansman é um filme que remete para aqueles anos de ouro da nova Hollywood, de um Scorsese que filmava Nova Iorque como ninguém mas também de um Rafelson ou de um Ashby ou de um Bogdanovich que davam vida a tudo o que não era Nova Iorque. Realização: Spike Lee Actor(es): John David Washington, Adam Driver, Laura Harrier, Robert John BurkeE é uma história verídica: baseia-se nas memórias de Ron Stallworth, um polícia negro de Colorado Springs que conseguiu, através de vários contactos telefónicos, inscrever-se na filial local da organização supremacista branca Ku Klux Klan, acabando por chegar inclusive a contactar o “chefe de fila” David Duke e descobrir uma conspiração para lançar ataques criminosos a activistas negros. O truque consistia em ser Stallworth, que passava por branco, a manter todos os contactos telefónicos e enviar um agente caucasiano, Flip Zimmermann, aos encontros em pessoa – um “desdobramento” de personalidade que Lee pinta ao mesmo tempo como comédia de enganos e tragédia existencial (porque Zimmermann é um judeu não praticante que a sua missão acaba por “acordar” para as complexidades da xenofobia). BlacKkKlansman é por isso uma história para os nossos dias em que a xenofobia ganha terreno mundialmente, e sobretudo para uma América onde a presidência Trump trouxe ao de cima um racismo que só aparentemente tinha desaparecido. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. E dizemos aparentemente porque o rasgo de génio de Lee é o de ir buscar precisamente a imagem que a América tanto gosta de dar de si – a do cinema, a do cinema clássico – para mostrar como o racismo sempre esteve presente. BlacKkKlansman abre com o célebre plano de grua dos soldados feridos de Atlanta de E Tudo o Vento Levou que acaba na bandeira esfarrapada dos estados da Confederação sulista cuja secessão desencadeou a Guerra Civil; invoca abertamente a estilização da blaxploitation dos anos 1970 como apropriação dos códigos tradicionais do policial para um público específico, “exterior” às convenções. E, num dos seus momentos mais extraordinários, pega no Nascimento de uma Nação de D. W. Griffith, obra seminal dos tempos do mudo que defendia abertamente a segregação racial, filme-pára-raios, recebido como “documentário” pelos defensores da supremacia branca e como incitação ao ódio por parte dos afro-americanos espezinhados. Nessa cena, cristaliza-se o programa formal de BlacKkKlansman, entre os gritos de “poder branco” com que o KKK recebe o filme de Griffith e o “poder negro” com que os jovens universitários exigem serem cidadãos de corpo inteiro: mostrar como a história da América é também a história do cinema americano. Perante isso, francamente, é de somenos protestar que BlacKkKlansman podia ter 15 minutos a menos, que a partitura de Terence Blanchard está fora do tom do filme, que o ritmo abranda aqui e ali – tudo ninharias que não afectam minimamente a dimensão enorme, furiosa, de um cineasta que tem coisas para dizer e não se vai calar enquanto não as disser, da maneira que ele quer e sabe, que filma como se tivesse tudo a provar. E que não haja dúvidas que há cinema em BlacKkKlansman: cinema que é clássico na forma e na construção mas resolutamente moderno na maneira como reconfigura esse classicismo, como Godard a invocar a Monogram em O Acossado para dar o pontapé de saída para a Nouvelle Vague. BlacKkKlansman não é pontapé de saída de nada. Não precisa. Existe. Isso chega.
REFERÊNCIAS:
Paul Collier: “Claro que os africanos devem pagar mais impostos”
O Ruanda foi o pioneiro mundial na entrega de sangue por drones. O Gana copiou a ideia e faz 600 entregas de sangue por dia dessa forma. O célebre economista Paul Collier fala do “novo tipo de capitalismo”, de África, de sacrifícios e de Lisboa. (...)

Paul Collier: “Claro que os africanos devem pagar mais impostos”
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 7 | Sentimento 0.5
DATA: 2019-07-11 | Jornal Público
SUMÁRIO: O Ruanda foi o pioneiro mundial na entrega de sangue por drones. O Gana copiou a ideia e faz 600 entregas de sangue por dia dessa forma. O célebre economista Paul Collier fala do “novo tipo de capitalismo”, de África, de sacrifícios e de Lisboa.
TEXTO: O economista britânico Paul Collier, professor na Universidade de Oxford e autor do livro The Future of Capitalism: Facing the New Anxieties, acabado de ser lançado e recomendado por Bill Gates como “um dos cinco livros a ler este Verão”, esteve em Lisboa para um seminário no NovaÁfrica, um centro criado pela Nova School of Business para produzir saber com impacto nos negócios e desenvolvimento em África. Pragmático, Collier propõe soluções para um “novo tipo de capitalismo” no Ocidente e em África.
REFERÊNCIAS:
Cidades Lisboa
PÚBLICO ganha dois prémios de jornalismo Direitos Humanos & Integração
Os prémios anuais distinguem os melhores trabalhos em três modalidades: imprensa escrita, rádio e meios audiovisuais. (...)

PÚBLICO ganha dois prémios de jornalismo Direitos Humanos & Integração
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 7 | Sentimento 0.15
DATA: 2019-07-10 | Jornal Público
SUMÁRIO: Os prémios anuais distinguem os melhores trabalhos em três modalidades: imprensa escrita, rádio e meios audiovisuais.
TEXTO: O jornal PÚBLICO venceu em duas categorias dos prémios de jornalismo Direitos Humanos & Integração. Os trabalhos premiados destacaram-se nas categorias de imprensa escrita e meios audiovisuais. Os vencedores foram anunciados nesta sexta-feira, numa cerimónia na Sala dos Espelhos do Palácio Foz, em Lisboa. O mundo de Jó, da antiga jornalista do PÚBLICO Sibila Lind, venceu na categoria de meios audiovisuais. Já a reportagem Racismo à Portuguesa da jornalista Joana Gorjão Henriques foi o trabalho distinguido na imprensa escrita. O trabalho Racismo à Portuguesa é a segunda parte da série Racismo em Português. Neste segundo trabalho, os jornalistas olharam para as desigualdades ao nível da habitação, do emprego ou da educação. Para além destes dois trabalhos premiados, constavam na corrida mais dois trabalhos do PÚBLICO: Crianças sem documentos e com “a vida em suspenso” de Joana Gorjão-Henriques e A vida normal dos Cottim, uma família com a voz nas mãos da jornalista Mariana Correia Pinto e do fotojornalista Manuel Roberto, ambos na categoria imprensa escrita. Os restantes nomeados:Imprensa Escrita:Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. A cerimónia contou com a presença da ministra da Cultura, Graça Fonseca, da secretária de Estado dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação, Teresa Ribeiro, do secretário de Estado da Presidência do Conselho de Ministros, Tiago Antunes, do presidente da Comissão Nacional da UNESCO, José Filipe Moraes Cabral, e do secretário-geral da Presidência do Conselho de Ministros, David Xavier. O prémio de jornalismo Direitos Humanos & Integração é atribuído em conjunto pela UNESCO e pela Secretaria Geral da Presidência do Conselho de Ministros. O prémio, no valor de 10 mil euros, será distribuído pelos três vencedores.
REFERÊNCIAS:
Entidades UNESCO
Agressão a jovem no Porto: PSP só fez auto três dias depois
A PSP que se deslocou ao local da agressão demorou três dias a elaborar o auto, isto já depois de Nicol, 21 anos, ter feito queixa numa esquadra. E de notícias nos media terem sido veiculadas. Jovem e testemunhas acusam polícia de as ter ignorado e registado apenas dados de agressor. IGAI pede à PSP para se pronunciar. (...)

Agressão a jovem no Porto: PSP só fez auto três dias depois
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 7 | Sentimento 0.033
DATA: 2018-07-13 | Jornal Público
SUMÁRIO: A PSP que se deslocou ao local da agressão demorou três dias a elaborar o auto, isto já depois de Nicol, 21 anos, ter feito queixa numa esquadra. E de notícias nos media terem sido veiculadas. Jovem e testemunhas acusam polícia de as ter ignorado e registado apenas dados de agressor. IGAI pede à PSP para se pronunciar.
TEXTO: Os agentes da PSP do Porto que se deslocaram à paragem de autocarros do Bolhão, onde a jovem Nicol Quinayas estava a ser agredida por um segurança da empresa 2045, só fizeram a participação da ocorrência três dias depois. O segurança da empresa que faz a fiscalização dos autocarros da STCP (Sociedade de Transportes Colectivos do Porto) é visto num vídeo que está a circular na Internet com os joelhos em cima do corpo da jovem, a imobilizar-lhe o braço. Há sangue no chão. Membros da Equipa de Prevenção e Reacção Imediata da PSP deslocaram-se ao local. A Direcção Nacional da PSP confirmou ao PÚBLICO que a data do auto que foi elaborado é de 27 de Junho, quando os factos ocorreram na madrugada de 24 de Junho. Mas não quis tecer comentários. A ocorrência terá que ser investigada pelo Ministério Público. A Inspecção-Geral da Administração Interna (IGAI) disse ao PÚBLICO que, "através de um processo de índole administrativa, irá monitorizar a situação": vai pedir à Direcção Nacional da PSP para "se pronunciar sobre o procedimento adoptado e, na sequência da resposta, tomará a sua posição". A jovem colombiana de 21 anos, que vive em Portugal desde os 5, acusou o fiscal de a agredir brutalmente e de ter proferido insultos racistas. Diz também que os polícias que se deslocaram à paragem de autocarros onde tudo aconteceu não a identificaram. Conta que apenas falaram com o fiscal. Até esta quinta-feira de manhã, a PSP garantia que tinha identificado todos os intervenientes na altura. Tendo o auto sido escrito a 27 de Junho, isso permitiu a quem o escreveu ter ido buscar a informação e dados à queixa elaborada por Nicol, no dia 24, pelas 20h, numa esquadra. No auto da PSP o fiscal está identificado, mas não o está na queixa de Nicol. Hugo Palma, responsável pelas relações públicas da PSP, esclareceu, em declarações ao PÚBLICO, que este é um crime semi-público, que depende de queixa e que, em teoria, a PSP tem dez dias para fazer a participação ao Ministério Público. Contudo, diz, o normal é o auto ser elaborado nas horas seguintes aos factos que relata. Fonte da PSP refere, por outro lado, que “não é nada de extraordinário que o expediente seja elaborado nos dias seguintes” – mas três dias é, de facto, "muito tempo”, admite. Depois de contactadas pelo PÚBLICO, seis testemunhas que estiveram no local dizem que não foram identificadas pela polícia. Todos – Francisca Monteiro, Pedro Silva, Cassiano Ferreira, Tânia e Daniela e uma jovem de 15 anos que não quis ser identificada – confirmam que o fiscal agrediu Nicol da forma como esta descreveu, com socos. E dizem que os agentes da PSP chegaram ao local enquanto o fiscal estava com os joelhos por cima de Nicol, ou seja, terão dado conta de que havia uma agressão. Ninguém tem certeza sobre quem forçou o fiscal a afastar-se da jovem ou se terá sido este que percebeu que a PSP se aproximava e se afastou. A amiga Daniela acusa: “Eu perguntei à polícia se não ia identificar a minha amiga e eles responderam que não lhes competia a eles fazê-lo, que fôssemos apresentar queixa. ”Até agora, nem Nicol nem qualquer interveniente foram contactados pela PSP, pela empresa de segurança ou pela STCP. A empresa de comunicação da STCP, Cunha e Vaz, disse que “a STCP está manifestamente contra todas as formas de discriminação”, informou a 2045 de que aquele funcionário não prestará mais funções na empresa de transportes e está em processo de averiguação onde irá ouvir todas as partes, inclusivamente o funcionário. “A empresa vai tomar medidas para que isto seja algo excepcional”, disse António Cunha Vaz. Nicol Quinayas estava na paragem de autocarro do Bolhão, no Porto, depois da noite de São João. Um funcionário da 2045 — que faz a fiscalização dos autocarros da STCP — tem o logotipo da empresa no braço e é visto, em pelo menos um vídeo na Internet, a torcer os braços à jovem, em cima dela. À volta ouvem-se algumas pessoas a gritar: “O que é isto? Gostavas que fosse com a tua filha? Isto vai tudo para a polícia. "Segundo Nicol, o fiscal impediu-a de entrar no autocarro, agarrou-lhe o braço e pô-la fora, começando a bater-lhe depois de esta oferecer resistência. Nenhuma das testemunhas com quem o PÚBLICO falou tem dúvidas de que se tratou de um acto de racismo. Daniela, uma das duas amigas que estava com Nicol, afirma: “A mim, que sou branca, deixou-me entrar no autocarro, a ela e a Tânia que são de cor disse: ‘pretas, vão apanhar o autocarro para a vossa terra’. ” Nicol Quinayas conta também que a dada altura uma testemunha ouviu o segurança gritar: “Estes pretos não aprendem. "Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. Entretanto, a Comissão para a Igualdade e Contra a Discriminação Racial diz ter tomado as diligências adequadas, e uma vez que os factos "têm indícios susceptíveis de prática de ilícitos criminais", o caso será remetido ao Ministério Público. A comissão contactou ainda a Gestora Nacional da Unidade de Apoio à Vítima Migrante e de Discriminação para que seja "prontamente prestado o auxílio necessário, nomeadamente o apoio psicológico, notificando a interessada desta disponibilidade".
REFERÊNCIAS:
Entidades PSP
Cova da Moura: advogados de polícias querem ver investigadas as testemunhas ouvidas até agora
É uma “estratégia de intimidação”, comentou advogado das vítimas. Testemunha que diz ter sido atingida por shotgun entregou cartuchos como prova. Juíza quis saber se alguém “ou até mesmo advogada” lhe teriam sugerido procurar no local “outras munições” que “não aquela”. (...)

Cova da Moura: advogados de polícias querem ver investigadas as testemunhas ouvidas até agora
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 7 | Sentimento 0.1
DATA: 2018-07-26 | Jornal Público
SUMÁRIO: É uma “estratégia de intimidação”, comentou advogado das vítimas. Testemunha que diz ter sido atingida por shotgun entregou cartuchos como prova. Juíza quis saber se alguém “ou até mesmo advogada” lhe teriam sugerido procurar no local “outras munições” que “não aquela”.
TEXTO: Na tarde de 5 de Fevereiro de 2015 Jailza Sousa, de 33 anos, doméstica, estava à varanda de sua casa na Cova da Moura quando viu agentes fardados da PSP aproximarem-se da esquina da Rua do Moinho. Os agentes revistaram as pessoas e, minutos depois, pelo menos três polícias encostaram Bruno L. à parede, contou no Tribunal de Sintra onde 17 polícias da esquadra de Alfragide estão a ser julgados acusados pelo Ministério Público de vários crimes contra seis jovens, incluindo tortura, racismo e falsificação de auto. Esta terça-feira foi o segundo dia em que foram ouvidas testemunhas, inquiridas durante mais tempo do que qualquer um dos 17 agentes da PSP, que prestaram declarações em quatro sessões: na semana passada, Bruno L. , que foi o motor do caso ao ser levado para a esquadra, depôs durante três horas, e foi o único a ser ouvido; esta terça-feira, foram ouvidas duas testemunhas em quase quatro horas. Os advogados dos agentes da PSP quiseram extrair certidões para abrir processos às três testemunhas até agora ouvidas por “falsas declarações” ao tribunal. “Estratégia de intimidação", comentou um dos advogados das vítimas, José Fernandes. Os agentes alegam que Bruno L. foi detido depois de atirar uma pedra ao carro da PSP e noutra zona do bairro e que um agente foi forçado a disparar uma shotgun para dispersar uma multidão. Durante a sessão, a presidente do colectivo de juízes, Ester Pacheco, e o procurador Manuel das Dores, reiteraram várias vezes as mesmas perguntas. Jailza Sousa viu os polícias a darem pontapés a Bruno L. , a abrirem-lhes as pernas e começarem a dar-lhe chapadas. Eram entre as 13h e as 14h. Um mulher passa e diz “isso não se faz, é abuso”. Um agente disparou e acertou no braço de Jailza. “Disse ‘já morri’. ” E depois, “conforme disparou fui para a porta, comecei a gritar, o meu filho levantou-se, eu pus a perna para ele não sair e levei outro tiro na perna. ” À segunda vez entrou para casa. O procurador do Ministério Público, Manuel das Dores, perguntou: “Porque é que ele disparou para si?” Com a voz embargada, Jailza Sousa respondeu: “Faço essa pergunta a mim todos os dias”, disse. “Antes ia na rua sentia-me segura. Agora vejo polícia e tenho medo. ” Jailza Sousa contou que depois do episódio foi resgatar à rua cartuchos que foram disparados da shotgun. A juíza questionou: “Não há possibilidade, até por sugestão de terceiros e até da sua advogada de, no local, procurar outras munições ou quaisquer munições e haver alguma confusão nessa recolha, isto é, ter recolhido outras munições que não aquela?” Jailza Sousa, ouvida durante duas horas, garantiu: “Não. ” Os cartuchos serão os mesmos que terá mostrado ao PÚBLICO na entrevista onde denunciou o caso, a 10 de Fevereiro. A juíza quis saber o que a levou a recolher os cartuchos e porque não chamou o 112. “Eu vi-o (ao agente da shotgun) a apanhar e pensei, 'se ele está a apanhar é porque tem algum objectivo'. Então apanhei. ”Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. Jailza Sousa disse que viu os cartuchos saltar para trás de um carro cinzento que estava encostado a uma parede. Guardou essas provas num jarro sem água até os entregar à advogada dias depois, contou. “Estou a tentar pôr-me no seu lugar e já tenho alguns anos de crime. Porque é que não chamou o 112 e a sua preocupação principal é uma atitude inteligente mas não é comum”, comentou a juíza. “Ninguém está a dizer que não foi baleada. Mas tenho que lhe perguntar: não poderá haver alguma confusão da sua parte, não poderá ter apanhado isto noutra ocasião?”Ester Pacheco quis ainda saber porque é que não tinha feito um pedido de indemnização pelos danos causados, à semelhança dos seis jovens assistentes, que acusam os polícias de tortura e racismo. Na sessão foi ainda ouvida Neusa Correia, que diz ter sido atingida no local, pouco depois de Jailza Sousa, por uma bala de borracha, mas de raspão e no nariz, tendo testemunhado a agressão a Bruno L. O julgamento prossegue em Setembro.
REFERÊNCIAS:
Entidades PSP
Angolanos estão na corrida à privatização do BPN
O banco angolano BIC vai formalizar uma intenção firme de aquisição do Banco Português de Negócios (BPN), que o Estado quer privatizar. É uma oportunidade de o banco, que tem para já uma pequena presença em Portugal, ganhar dimensão e afirmar a sua posição no sistema financeiro português. (...)

Angolanos estão na corrida à privatização do BPN
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 7 | Sentimento 0.0
DATA: 2011-07-18 | Jornal Público
SUMÁRIO: O banco angolano BIC vai formalizar uma intenção firme de aquisição do Banco Português de Negócios (BPN), que o Estado quer privatizar. É uma oportunidade de o banco, que tem para já uma pequena presença em Portugal, ganhar dimensão e afirmar a sua posição no sistema financeiro português.
TEXTO: A proposta que o banco irá formalizar incidirá apenas sobre uma parte do universo empresarial que o Estado está a colocar no mercado. A informação foi confirmada ao PÚBLICO pelo presidente executivo (CEO) do BIC, Luís Mira Amaral. "Os accionistas reuniram-se e, depois de terem analisado a proposta apresentada pela comissão executiva, incumbiram-na de realizar uma oferta de compra do BPN", referiu o lider do banco. A iniciativa terá de ser formalizada até depois de amanhã, junto do BPN. O banco é presidido por Francisco Bandeira, que é, em simultâneo, vice-presidente da Caixa Geral de Depósitos (CGD), que encaminhará a proposta para o Ministério das Finanças - a quem irá caber a última palavra. A privatização do BPN, sem preço indicativo, é uma das medidas previstas no memorando de entendimento com a troika - Comissão Europeia, Banco Central Europeu e Fundo Monetário Internacional. A proposta está a ser ultimada, do ponto de vista jurídico, e não descartará a injecção de fundos públicos. Ainda assim, e dado que a oferta vai envolver um conjunto bancário mais pequeno do que aquele que é contemplado no projecto de privatização - quer em termos de passivos, quer de activos - então o esforço de capitalização do BPN será menor do que os 500 milhões de euros previstos pelo anterior executivo de José Sócrates. Apenas cerca de dois terços dos trabalhadores do BPN (1600 actualmente) serão abrangido pelo projecto do BIC, projectando-se, ainda, uma redução do número de balcões (223, neste momento). A proposta do banco liderado por Mira Amaral acautelará a qualidade dos depósitos e não aceitará a totalidade dos créditos que constam dos balanços que analisou. E se, num banco, a marca é um dos activos mais valiosos, no caso do BPN é para ser abandonada. Será substituída pela BIC, isto caso a venda ao grupo luso-angolano se formalize. Falhanço anteriorA decisão de avançar com uma proposta firme de compra do BPN, que já foi alvo de injecções de fundos públicos de mais de cinco mil milhões de euros (incluindo empréstimos da CGD com garantia do Estado), não é nova. Em 2010, o banco luso-angolano chegou a participar nos dois concursos públicos de privatização do Banco Português de Negócios, que resultaram em tentativas falhadas. Em cima da mesa estava, nomeadamente, o pagamento de 180 milhões de euros e a garantia de não despedimento dos trabalhadores, condições que não constam agora do caderno de encargos. As análises então realizadas às contas do BPN apontavam para várias incógnitas, que poderiam resultar na assunção de um buraco financeiro de entre 800 milhões e mil milhões de euros. O BIC Portugal é uma extensão do BIC Angola, controlado por Américo Amorim, por Isabel dos Santos e por Fernando Teles. Este último gestor esteve à frente do Banco de Fomento de Angola (BFA), então apenas controlado pelo BPI, mas que viria mais tarde a abrir o capital da instituição à UNITEl, empresa detida por Isabel dos Santos (filha do presidente Eduardo dos Santos) e pela petrolifera Sonangol. Recorde-se que Isabel dos Santos detém uma posição de referência no BPI, de que é administradora não-executiva, e que Mira Amaral chegou a ser administrador executivo do BPI, antes de ingressar no BIC. Para além do BIC, o BPN poderá ser disputado por um pequeno banco brasileiro, isto depois de a instituição não ter gerado o interesse do Banco do Brasil - que era uma aposta da gestão liderada por Francisco Bandeira. A 25 de Maio, o presidente da CGD, Faria de Oliveira, acompanhado de Bandeira, chegou mesmo a deslocar-se a São Paulo para se reunir com a administração de um grupo brasileiro a quem procurou sensibilizar para o potencial interesse do activo. Mas o banco estatal já foi informado pelo Banco do Brasil de que não participará na privatização. Notícia publicada na íntegra às 15h00
REFERÊNCIAS:
Entidades TROIKA
Gana vence com golo de Atsu e vai defrontar Cabo Verde
Os ganeses derrotaram o Níger por 3-0 e venceram o Grupo B da CAN 2013. (...)

Gana vence com golo de Atsu e vai defrontar Cabo Verde
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 7 | Sentimento 0.3
DATA: 2013-01-29 | Jornal Público
SUMÁRIO: Os ganeses derrotaram o Níger por 3-0 e venceram o Grupo B da CAN 2013.
TEXTO: O Gana e o Mali são as duas selecções apurados do Grupo B da Taça das Nações Africanas de 2013. Os ganeses, que nesta segunda-feira venceram o Níger com facilidade, vão defrontar Cabo Verde nas meias-finais da competição. Em Port Elizabeth, na África do Sul, o Gana apenas precisava de um empate para garantir o apuramento, mas acabou por conseguir o triunfo que garantia a vitória no grupo. O primeiro golo do jogo surgiu logo aos seis minutos, marcado por Asamoah Gyan, um dos jogadores mais consagrados da selecção ganesa. O avançado do Al Ain, equipa dos Emiratos Árabes Unidos, fez o segundo golo na competição. Gyan, capitão do Gana, estaria mais uma vez em destaque aos 23 minutos, quando fez a assistência para o segundo golo da partida, apontado pelo portista Christian Atsu. O domínio dos ganeses manteve-se na segunda parte e, apenas quatro minutos após o recomeço, John Boye fez o terceiro golo, aproveitando uma defesa incompleta do guarda-redes do Níger. Com esta vitória, o Gana terminou o Grupo B com sete pontos (duas vitórias e um empate) e vai defrontar no próximo sábado, em Port Elizabeth, nos quartos-de-final, a selecção de Cabo Verde. Para além dos ganeses, também o Mali assegurou a qualificação para a próxima fase. Os malianos defrontaram em Durban o Congo, num jogo onde quem vencesse garantia o apuramento. Logo aos três minutos, na conversão de uma grande penalidade, o avançado do Anderlecht Dieumerci Mbokani colocou os congoleses na frente, mas 11 minutos mais tarde, Mamadou Samassa, jogador do Chievo, restabeleceu a igualdade, resultado que se manteve até final e garantiu ao Mali o segundo lugar do Grupo B. Os malianos, vão agora defrontar nos quartos-de-final a anfitriã África do Sul, um jogo que será disputado no próximo sábado, em Durban.
REFERÊNCIAS:
Étnia Árabes
João Soares defende Arménio Carlos: “O etíope é mesmo escurinho”
Arménio Carlos chamou "escurinho" a Selassié. João Soares não vê mal nisso. (...)

João Soares defende Arménio Carlos: “O etíope é mesmo escurinho”
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 7 | Sentimento -0.15
DATA: 2013-01-29 | Jornal Público
SUMÁRIO: Arménio Carlos chamou "escurinho" a Selassié. João Soares não vê mal nisso.
TEXTO: João Soares saiu nesta segunda-feira em defesa do líder da CGTP na polémica sobre a forma como Arménio Carlos classificou o chefe da missão do FMI. “O etíope é mesmo escurinho”, afirmou o deputado socialista na sua página do Facebook. No sábado, Arménio Carlos, durante a manifestação de professores, comparou os elementos da delegação da troika aos reis magos, referindo-se ao etiope Abebe Selassié como o “mais escurinho”. A frase deu grande polémica, com Arménio Carlos a ser acusado à esquerda e à direita de ter feito uma declaração racista. João Soares veio agora em sua defesa. “O etíope é mesmo escurinho. E dizê-lo, como o disse Arménio Carlos (sou insuspeito) não é, nem de perto nem de longe, racismo”, escreveu Soares no Facebook. “Não vale fazer demagogia populista com coisas sérias”, acrescentou o deputado socialista. Em declarações ao jornal i, Arménio Carlos afirmou que “o que disse não tem nada de mal”. “Usei a palavra ‘escurinho’ para identificar um dos elementos, nessa analogia que fiz entre a troika e os reis magos, e é objectivo que tanto num caso como noutro existe um elemento negro”, acrescentou, salientando: “Se há quem se empenhe em Portugal pela defesa e respeito das diversas etnias, eu sou uma dessas pessoas”.
REFERÊNCIAS:
Entidades TROIKA FMI