Foi você que pediu um Ocean’s só com mulheres? Talvez não, mas ele existe e pode ser um sucesso
“Nunca seremos os principais suspeitos”, diz Sandra Bullock às suas ladras. O regresso ao universo celebrizado por Sinatra e Clooney, mas agora com Cate Blanchett e companhia feminina, está a sair-se bem nas bilheteiras e chega esta quinta-feira a Portugal. (...)

Foi você que pediu um Ocean’s só com mulheres? Talvez não, mas ele existe e pode ser um sucesso
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 13 | Sentimento 0.15
DATA: 2018-06-21 | Jornal Público
URL: https://arquivo.pt/wayback/20180621140516/http://publico.pt/1835254
SUMÁRIO: “Nunca seremos os principais suspeitos”, diz Sandra Bullock às suas ladras. O regresso ao universo celebrizado por Sinatra e Clooney, mas agora com Cate Blanchett e companhia feminina, está a sair-se bem nas bilheteiras e chega esta quinta-feira a Portugal.
TEXTO: Ocean’s 8 é um filme forjado na incapacidade de Hollywood escapar ao facilitismo de voltar aos sítios onde já foi feliz, com remakes e reboots e franchises, e sobre a incapacidade de a mesma indústria dar tanto protagonismo a homens como a mulheres. Um filme de assaltos e de acção, para alguns críticos erguido sobre uma frágil casa de papel, mas cujo subtexto político e o poder das estrelas que o carregam – Sandra Bullock, Cate Blanchett, Anne Hathaway, Rihanna, Helena Bonham-Carter – o tornaram vitorioso nas bilheteiras. Este é um retomar de uma série conhecida com grandes assaltos, montagens com glamour e o desejo da elegância de um ladrão de casaca. Primeiro foi Ocean’s 11 (1960), com Frank Sinatra, Dean Martin e Sammy Davis Jr. Depois, Steven Soderbergh entrou em cena para realizar o remake de 2001 e as sequelas de 2004 e de 2007, encabeçadas por George Clooney e Brad Pitt. É também um filme feito depois de anos de actrizes, entre as quais uma das suas protagonistas, Cate Blanchett, pedirem igualdade salarial ou mais oportunidades como realizadoras, produtoras ou argumentistas, e depois de Caça-Fantasmas (2016), refeito com mulheres e arrasado por detractores e pouco apreciado pela crítica. Ocean’s 8 foi anunciado há dois anos e, dado o rácio orçamento-receita, é já um sucesso. O seu percurso pode ser diferenciador entre a categoria “filme para mulheres” ou simples “filme de acção” ou “blockbuster”. E chega no momento certo, defende Paul Dergarabedian, analista do mercado cinematográfico, à Variety. “Se desenhássemos um mapa de como ressuscitar bem um franchise, era o de Ocean’s 8. Tinha tudo perfeitamente mapeado”; e Jeff Goldstein, o responsável pela distribuição do estúdio do filme, a Warner, confirma que este “tinha um apelo feminino específico. No zeitgeist [momento actual], ele foi ligeiramente intensificado”. No contexto actual em que “género” é uma palavra mais constante no discurso público e em que um hashtag se tornou sinónimo de uma viragem na forma como são encaradas as mulheres na sociedade, Ocean’s 8 nunca poderia existir só como um filme a que a crítica tem dado uma aprovação morna. Tem muito subtexto entre a comédia e a acção do argumento do realizador Gary Ross e de Olivia Milch, e uma fala em que se tenta dizer tudo sobre a política de género: “Um ‘ele’ dá nas vistas, uma ‘ela’ é ignorada. E, por uma vez, queremos ser ignoradas”, diz Sandra Bullock, aliás, Debbie Ocean (irmã de Danny Ocean, ou George Clooney de há dez anos), sobre a escolha do elenco de assaltantes. As questões de género entranharam-se também na recepção do filme. Não tendo sido assolado por uma campanha nas redes sociais como Caça-Fantasmas, Ocean’s 8 foi recebido pela crítica sem entusiasmo, geralmente com elogios para o elenco mas lamentos pela qualidade do produto como um todo. Na altura da estreia, um estudo da USC Annenberg Inclusion Initiative revelava que a maioria da crítica de cinema é feita por homens brancos, e as actrizes de Ocean's 8 associaram a estatística à apreciação geral do filme. “Se eu tivesse de basear a minha carreira no que os homens brancos querem ver, eu teria muito pouco sucesso”, queixou-se Mindy Kaling, com Cate Blanchett a dizer que os números revelam que “há um certo tipo de olhar que observa as mulheres”. Algumas mulheres críticas de cinema encontraram no filme o que consideram ser os mesmos problemas que os seus congéneres masculinos. Se (os críticos masculinos d)a Rolling Stone ou Atlantic elogiaram largamente o filme, as críticas mulheres da Time ou da Variety apontaram-lhe defeitos, juntando-se-lhes a respeitada Manohla Dargis, do New York Times, que assinalava que o filme seria melhor se “brincasse com uma leveza de toque (sem perder a seriedade) com o género [sexual] tanto quanto o faz com o género [fílmico]”. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. O que é esse feminino é uma das questões do filme – Ocean’s 8 tem elementos eternamente associados às mulheres e explorados no cinema popular dos últimos anos. Tem um guarda-roupa que se destaca e é um colar Cartier de 150 milhões que se vai roubar. É em vários cenários, como o armário recheado de roupa e sapatos da revista Vogue ou numa passadeira vermelha onde desfilam o clã Kardashian ou Serena Williams, que se prepara o crime. São os cenários dos filmes O Sexo e a Cidade ou de O Diabo Veste Prada, e também cenários reais como a gala do Museu Metropolitan, festa de moda temática onde o crime de Ocean’s 8 se passa. Bullock garante às suas larápias: “Nunca seremos os principais suspeitos. ” A invisibilidade que também é uma certeza do feminino ganha um contexto particular. Ocean’s 8 “é o primeiro de uma série de filmes que chegarão nos próximos meses que surgem sem qualquer desejo evidente na sua origem”, nota Sean Fennessey no site The Ringer. Mas se ninguém parecia pedir um Ocean’s feminino, alguém está lá para o ver – o filme chegou aos cinemas norte-americanos no dia 8 e tornou-se o filme mais visto dessa semana. Agora já tem 101 milhões de euros de receitas brutas de bilheteira em todo o mundo, contra um orçamento de 60 milhões. Sem ajustar os números à inflação, ultrapassou os lucros dos primeiros Ocean's na sua estreia. Entretanto, em torno do filme criou-se uma pequena bolha temática, nos tempos de uma série de sucesso Netflix, como é o roubo de Casa de Papel, narrada por uma mulher, ou de The Kitchen, o filme de gangsters com Elizabeth Moss e Melissa McCarthy, que se estreia em 2019. “A própria existência de um filme como Ocean’s 8 faz uma estranha dupla afirmação: os remakes ou reboots que põem mulheres em papéis oriundos de filmes centrados em homens provam (como se alguém duvidasse disso) que as mulheres podem ser tão boas quanto os homens em qualquer papel – mas também que os seus filmes podem ser tão maus quanto aqueles em que os homens são protagonistas”, opina o crítico Richard Brody na New Yorker, lembrando que na sua opinião “Ocean’s 8 não é mau – simplesmente não está à altura do talento do seu elenco. Mas a sua existência (tal como a do reboot de Caça-Fantasmas) e os papéis proeminentes dados a excelentes actrizes são bons para a arte do cinema como um todo”.
REFERÊNCIAS:
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Morreu a primeira mulher a vencer o mais prestigiado prémio de matemática
Maryam Mirzakhani, a iraniana que recebeu a Medalha Fields em 2014, tinha 40 anos e ensinava em Stanford, na Califórnia. (...)

Morreu a primeira mulher a vencer o mais prestigiado prémio de matemática
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 13 | Sentimento 0.516
DATA: 2017-07-15 | Jornal Público
SUMÁRIO: Maryam Mirzakhani, a iraniana que recebeu a Medalha Fields em 2014, tinha 40 anos e ensinava em Stanford, na Califórnia.
TEXTO: A lista de prémios e distinções é impressionante. Ainda em 2016, Maryam Mirzakhani tornou-se na primeira iraniana eleita para a Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos em reconhecimento pelo “eminente e contínuo sucesso em investigação original”. Dois anos antes, tinha feito história ao tornar-se na primeira mulher a receber o mais relevante prémio para um matemático. “Houve uma luz que se apagou hoje, parte-me o coração… Desapareceu demasiado cedo”, escreveu este sábado no Instagram o iraniano Firouz Naderi, ex-cientista da NASA. “Um génio? Sim. Mas também uma filha, mãe e esposa”, acrescentou depois no Twitter. Familiares da matemática confirmaram à agência de notícias iraniana Mehr que Mirzakhani morreu no hospital onde estava internada. Com cancro de mama há quatro anos, estava hospitalizada desde que este se espalhou para a medula óssea. A genius? Yes. But also a daughter, a mother and a wife. pic. twitter. com/PJanwHWgw1Duas vezes vencedora das Olimpíadas Internacionais de Matemática, em 1994 e 1995, licenciou-se depois na Universidade Sharif de Teerão e completou o doutoramento na Universidade de Harvard, nos EUA, em 2004. Aos 31 anos já era professora na Universidade de Stanford, na Califórnia. “É uma grande honra. Ficarei feliz se encorajar jovens mulheres cientistas e matemáticas”, disse quando venceu o Fields, o equivalente do Nobel para a Matemática atribuído pela União Internacional de Matemática (UIM). Houve quem tivesse sublinhado de forma mais sonante a distinção recebida por Mirzakhani. “Encontro uma única palavra adequada para comentar esta notícia; finalmente!”, exclamou Elisabetta Strickland, chefe da delegação italiana ao Congresso Internacional dos Matemáticos onde o prémio foi atribuído. “Há anos que me bato para trazer à luz a excelência feminina na matemática. ” A Medalha Fields foi criada em 1936 mas até 13 de Agosto de 2014 não havia o nome de nenhuma mulher na lista de vencedores. “É um momento extraordinário”, afirmou então Christiane Rousseau, vice-presidente da UIM. “A Marie Curie teve prémios Nobel na física e na química no início do século XX. Mas na matemática foi a primeira vez que uma mulher ganhou o prémio mais prestigiado. Esta é uma celebração das mulheres”. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. Nascida dois anos antes da Revolução Islâmica que mudou profundamente o seu país, Mirzakhani contava que nos tempos de Harvard “tinha de explicar incessantemente que, enquanto mulher, tinha o direito de frequentar a universidade” no Irão. A verdade é que o sistema de ensino da teocracia combina o ensino de massas e o de elite. Mirzakhani estudou no liceu Farzanegan da capital, que depende da “Organização para o Desenvolvimento de Talentos Brilhantes”, criada para descobrir alunos muito bons e sobredotados. A seguir foi para a Universidade Sharif, onde a qualidade do ensino é muito elevada e só entram muito poucos dos candidatos que fazem o seu exigente concurso. A maioria dos universitários no Irão são jovens mulheres e o regime gosta de ver os seus “cérebros” fazerem o doutoramento nas universidades ocidentais. A ideia é que regressem, o que acontece raras vezes. Mirzakhani nunca voltou. Casou nos EUA com Jan Vondrák, teórico da Ciência da Computação checo, com quem teve uma filha, Anahita.
REFERÊNCIAS:
Entidades EUA NASA
Caso de violência doméstica com orgias envolvendo o rei do jet-set vai para julgamento
Testemunho da mulher e declarações da filha do casal, de 11 anos, foram fundamentais para que o juiz mantivesse as acusações ao empresário de Famalicão (...)

Caso de violência doméstica com orgias envolvendo o rei do jet-set vai para julgamento
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 13 | Sentimento 0.0
DATA: 2011-10-05 | Jornal Público
SUMÁRIO: Testemunho da mulher e declarações da filha do casal, de 11 anos, foram fundamentais para que o juiz mantivesse as acusações ao empresário de Famalicão
TEXTO: O juiz de instrução do tribunal de Vila Nova de Famalicão decidiu nesta terçca-feira pronunciar o empresário acusado de obrigar a mulher a participar em sessões de sexo em grupo, imputando-lhe a prática do crime de violência doméstica e ainda outros dois por detenção ilegal de arma. Para além dos vídeos, fotografias e outros documentos juntos ao processo, o juiz teve em conta o depoimento da ofendida e ainda um pungente desabafo da filha do casal na altura em que as autoridades recolheram as suas declarações. A criança, então com 10 anos, pediu que o pai fosse preso e mantido na cadeia, para que não pudesse fazer mal à mãe ou matá-la. Segundo o despacho acusatório agora confirmado, o arguido ameaçava, agredia e insultava a sua companheira, forçando-a a manter relações sexuais com terceiros. Estes actos seriam muitas vezes filmados, o que terá confirmação com as várias gravações encontradas pela Polícia Judiciária na residência do casal. Muitas vezes o acusado intervinha igualmente naquelas sessões de sexo, interagindo também com os intervenientes. As autoridades juntaram ao processo também material fotográfico recolhido nesses encontros, documentos que algumas testemunhas confirmaram ter-lhes sido exibido pelo empresário. Na decisão instrutória ontem conhecida, o juiz menciona também algumas cartas que o arguido obrigava a mulher a redigir, nas quais era coagida a declarar o grande amor que por ele sentia. O documento refere também as tatuagens que a ofendida teria sido igualmente obrigada a fazer pelo marido. Ao contrário do que nos últimos tempos tem sido divulgado, não há na decisão de pronúncia qualquer referência a operações de estética que tivessem sido impostas à mulher, intervenções que teriam sido sugeridas e intermediadas por José Castelo Branco, normalmente referido na imprensa cor-de-rosa como o rei do jet-set. Foi pelo suposto envolvimento deste personagem e da sua mulher Bety, uma idosa norte-americana relacionada com o negócio de jóias que o caso saltou para as capas dos jornais nos últimos tempos. Na tentativa de provar que a ofendida participava naqueles encontros sexuais de livre vontade, a defesa do empresário juntou ao processo filmagens onde é alegadamente visível a participação de Castelo Branco e outros indivíduos catalogados como figuras públicas. A defesa pediu ao tribunal a audição dessas pessoas, que as autoridades acabaram por conseguir notificar nas moradas indicadas. Além do escândalo público gerado, a defesa garante que não vai prescindir do seu depoimento durante o julgamento, cuja data deverá em breve ser conhecida. As práticas de que o empresário é acusado foram detectadas pela Polícia Judiciária no decurso de buscas à sua residência relacionadas com armas e munições. Foram apreendidas diversas armas e outro material, mas o arguido invocou ter tudo legalizado e ser uma espécie de coleccionador. Acabou por ser acusado pelas transformações que fez em duas dessas armas. Pelo mesmo tipo de crime está também acusado o cunhado (irmão da mulher), em cuja morada foram encontradas várias armas pertencentes ao empresário.
REFERÊNCIAS:
Partidos LIVRE
83 denúncias de violência doméstica por dia, 15 condenados por homicídio em 2010
A pena mais baixa deste ano foi ouvida no Tribunal de Sintra: 15 anos. Entregara-se na GNR: "Dei um tiro à minha mulher e não sei se está viva ou morta". O tribunal teve em conta "a confissão, o arrependimento e a idade" do homem, de ar frágil, que ia nos 75 anos, menos cinco do que a vítima. (...)

83 denúncias de violência doméstica por dia, 15 condenados por homicídio em 2010
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 13 | Sentimento 0.0
DATA: 2011-11-25 | Jornal Público
SUMÁRIO: A pena mais baixa deste ano foi ouvida no Tribunal de Sintra: 15 anos. Entregara-se na GNR: "Dei um tiro à minha mulher e não sei se está viva ou morta". O tribunal teve em conta "a confissão, o arrependimento e a idade" do homem, de ar frágil, que ia nos 75 anos, menos cinco do que a vítima.
TEXTO: Pelo menos 15 homens foram este ano condenados por homicídios de mulheres. O levantamento feito pelo Observatório de Mulheres Assassinadas é apresentado às 10h30 de hoje, Dia Internacional pela Eliminação de Todas as Formas de Violência Contra as Mulheres, na sede da UMAR - União de Mulheres Alternativa e Resposta, em Lisboa. Desde 2004, uma equipa passa a imprensa nacional a pente fino em busca de notícias sobre mulheres mortas por alguém com quem mantinham ou tinham mantido uma relação afectiva. Este ano, recorreu ao mesmo método para tentar seguir o rasto dos casos noticiados em 2010 até aos tribunais de primeira instância. A primeira recolha mostra uma realidade sinuosa: 40 mortes em 2004, 34 em 2005, 36 em 2006, 22 em 2007, 46 em 2008, 29 em 2009, 43 em 2010. Desde 1 de Janeiro deste ano, 23 homicídios e 39 tentativas de homicídio. Para já, é como se não houvesse ligação entre as mortes e as alterações introduzidas no quadro legal ou nas respostas às vítimas de violência. Na nova recolha, um dado sobressai. As notícias sobre as sentenças dizem respeito aos crimes ocorridos entre Maio e Dezembro, salienta a responsável pelo Observatório, Elisabeth Brasil. Não há notícia de decisão sobre as três mulheres mortas em Janeiro, as duas mortas em Março, as duas mortas em Abril. "Parece que a partir de determinado momento houve uma orientação para se decidir estes casos em tempo útil", comenta. Talvez seja um reflexo da interiorização da lei de 2009, segundo a qual os processos por crime de violência doméstica têm natureza urgente. Desde o crime até à decisão do tribunal de primeira instância passaram, em média, dez meses. O processo mais célere tardou seis meses a ter sentença. Pena máxima: 25 anosA pena máxima foi decretada pelo Tribunal de Tondela: 25 anos. Um administrativo do hospital local alvejou o pai e a madrasta, depois de a ter atingido uma dezena de vezes na cabeça, na cara e nas mãos, com um machado de cortar e picar carne. O homem, de 38 anos, vivia com o casal de professores reformados. Na manhã de 27 de Julho teve uma discussão com a madrasta. Não era a primeira vez. Discutiam com frequência há anos. Aquele era o seu primeiro dia de férias. Ela queixou-se a uma vizinha: "A casa vai virar um inferno". Ainda conseguiu fugir da cozinha. Houve quem a tivesse ouvido pedir socorro, no jardim, já a esvair-se em sangue. O pai pegou no telefone. O filho deu-lhe um tiro no pescoço. Depois, acertou na madrasta. A secretária de Estado dos Assuntos Parlamentares e da Igualdade, Teresa Morais, acha que é tempo de o país perceber que a violência doméstica mata. Estava numa roda-viva ontem a ultimar os preparativos para o lançamento da nova campanha de sensibilização (ver caixa). Prometia choque: "Não tenho memória de uma campanha, em Portugal, que tenha abordado aquilo que pode ser a fase final da vida de uma vítima de violência doméstica". Casos exemplaresOs casos noticiados no ano em curso são exemplares. "Cruzando a prevalência do homicídio com as relações de conjugalidade ou de intimidade, verificamos que 61% das mulheres assassinadas em 2011 foi vítima de violência naquela relação", lê-se no relatório, a que o PÚBLICO teve acesso. Às vezes, acumulam-se queixas. Às vezes, até já houve separação. Três vítimas deste ano sucumbiram às mãos de homens de quem já se tinham separado. No ano passado, foram oito. "Acho que ainda há alguma ligeireza na forma como os magistrados encaram estas situações", admite Teresa Morais. "Falta-lhes alguma sensibilidade para a gravidade da violência doméstica. A suspensão da pena surge, muitas vezes, em momentos em que ainda há risco para a vítima. "
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave crime homens lei homicídio violência filho tribunal homem carne igualdade mulheres doméstica
Casos de homens vítimas de violência doméstica aumentam
O mais recente relatório da Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV) revela um aumento de mais de 50% nas denúncias em que a vítima é do sexo masculino. (...)

Casos de homens vítimas de violência doméstica aumentam
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 13 | Sentimento 0.0
DATA: 2012-03-01 | Jornal Público
SUMÁRIO: O mais recente relatório da Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV) revela um aumento de mais de 50% nas denúncias em que a vítima é do sexo masculino.
TEXTO: A violência doméstica continua a aumentar, pode ler-se no relatório da APAV referente a 2011, ano em que se registaram quase 20 mil crimes. “Em 2011 a APAV registou um total de 18. 470 factos criminosos que se traduziram em 11. 784 processos de apoio”, indica o documento, que refere que 85% dos crimes registados dizem respeito a violência doméstica. As mulheres continuam a ser as principais vítimas deste tipo de crime, representando 83% de todas as situações, mas começa agora a notar-se um aumento de denúncias em que o homem aparece como a vítima. “O número de vítimas de violência doméstica do sexo masculino aumentou 56% face a 2010”, refere o relatório, apontando um crescimento de 579 denúncias para 904. Este tipo de crimes divide-se em duas grandes categorias: a violência doméstica em sentido lato, em que se destacam os crimes de violação de domicílio (27, 2%) e de violação de correspondência (21%); e a violência doméstica em sentido estrito. “A vitimação continuada representa 59% das situações” e a duração situa-se geralmente entre os dois e os seis anos. A APAV sublinha que, em termos de relação da vítima com o autor do crime, “as relações de conjugalidade sobressaem face às restantes”, representando 54% dos casos, entre relações actuais e anteriores. Este é, segundo a associação, “um dos pontos importantes de análise”. Sendo que o cônjuge é o agressor que mais vezes se destaca, “não é de estranhar que o local de crime mais vezes registado tenha sido a residência comum, com quase 50% dos casos”, lê-se no relatório agora divulgado. Relativamente ao perfil do agressor, é geralmente do sexo masculino (78%) e situa-se a faixa etária dos 35 aos 40 anos de idade. Quanto a dependências do autor do crime, o álcool e os estupefacientes sobressaem, representando 17, 5% e 6, 4% dos casos, respectivamente. A APAV sublinha que, tal como se tem vindo a verificar nos últimos anos, a análise estatística revela que o grau de ensino das vítimas de crimes que recorreram aos serviços da associação varia entre o ensino superior (com 5, 7%) e o 3º ciclo do ensino básico (com 4, 8%). O número de vítimas sem qualquer nível de ensino está a aumentar, situando-se nos 12%. As faixas etárias das vítimas são “bastante diversas”, embora se destaquem as faixas entre os 35 e os 40 e acima dos 65 anos.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave crime violência homem violação sexo mulheres doméstica agressor
Irmão da primeira mulher de Paco Bandeira pede nova investigação
Francisco Castelo diz que vai hoje ao Tribunal de Sintra pedir reabertura de um caso que remonta a 1996. E que pode já ter prescrito. (...)

Irmão da primeira mulher de Paco Bandeira pede nova investigação
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 13 | Sentimento 0.193
DATA: 2012-03-06 | Jornal Público
SUMÁRIO: Francisco Castelo diz que vai hoje ao Tribunal de Sintra pedir reabertura de um caso que remonta a 1996. E que pode já ter prescrito.
TEXTO: A primeira mulher de Paco Bandeira suicidou-se em Março de 1996. O irmão de Maria Fernanda, Francisco Castelo, levantou então dúvidas sobre o que se teria passado, mas o Ministério Público entendeu que não havia indícios de crime e arquivou o caso. Hoje, 16 anos depois, Francisco Castelo entrega no Tribunal de Sintra um pedido para que a morte da irmã volte a ser investigada. Diz que acredita que o processo ainda não prescreveu - apesar de já terem passado mais de 15 anos, que é o prazo de prescrição de crimes que tenham uma moldura penal superior a 10 anos. E justifica o pedido com as declarações que têm sido feitas num julgamento que está em curso - Maria Roseta, segunda mulher do cantor, acusa Paco de violência doméstica. Francisco diz ainda que tem em seu poder uma mensagem de telemóvel da filha de Paco Bandeira, Maria Conceição, onde esta refere que deveria "ter falado na altura" - Francisco Castelo entende que a mensagem prova que Maria da Conceição não disse tudo o que sabia. Ao PÚBLICO, Maria da Conceição garante que a mensagem nada tem a ver com o assunto. "Não tenho nem nunca tive dúvidas sobre a morte da minha mãe", assegura, indignada. E lamenta que o tio esteja a usá-la para atacar o pai.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave crime morte filha violência tribunal mulher doméstica
Homem mata pai para defender mãe de violência doméstica
Um homem de 21 anos matou nesta quinta-feira o pai, de 49 anos, num crime cometido às 0h30, na localidade de Tala, Belas, concelho de Sintra, disse fonte da PSP. (...)

Homem mata pai para defender mãe de violência doméstica
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 13 | Sentimento 0.0
DATA: 2012-08-16 | Jornal Público
SUMÁRIO: Um homem de 21 anos matou nesta quinta-feira o pai, de 49 anos, num crime cometido às 0h30, na localidade de Tala, Belas, concelho de Sintra, disse fonte da PSP.
TEXTO: Os motivos para o crime ainda não são claros, mas uma das motivações terá sido o facto de a sua mãe ter sido vítima de violência doméstica, cometida pelo marido. No entanto, segundo a PSP, haveria também desavenças entre o pai e os filhos. Segundo fonte policial, a vítima terá tentado destruir um barracão onde moravam os filhos e netos da vítima, e que fica junto à residência do casal. Um dos filhos terá usado uma caçadeira que, segundo o atirador, se encontrava no barracão (propriedade do pai). Atingiu-o com dois tiros no braço e no abdómen. O homem não resistiu aos ferimentos e acabou por morrer. O homicida entregou-se à polícia na esquadra da PSP de Mira Sintra. No depoimento que fez, alegou que o pai tinha consigo uma faca. O caso foi entregue à Polícia Judiciária. Menos oito vítimas mortais face a 2011Desde Janeiro, 14 vítimas de violência doméstica perderam a vida, menos 36% face a igual período do ano passado. Segundo a Associação Portuguesa de Apoio à vítima (APAV), em 2011 registaram-se 22 homicídios. As mulheres continuam a ser as principais vítimas, correspondendo a 83% dos casos registados, contudo apesar do decréscimo da taxa de violência doméstica, o número de queixas por parte do sexo masculino aumentou em 56%: de 579 em 2010 para 904 em 2011. Segundo o Relatório Anual de Segurança interna de 2011, os homens representam, assim, 18% das vítimas de violência doméstica.
REFERÊNCIAS:
Entidades PSP
Obama nomeia primeira mulher para a presidência da Reserva Federal
Janet Yellen, de 67 anos, foi presidente do Conselho dos Consultores Económicos de Bill Clinton. (...)

Obama nomeia primeira mulher para a presidência da Reserva Federal
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 13 | Sentimento 0.25
DATA: 2013-10-09 | Jornal Público
SUMÁRIO: Janet Yellen, de 67 anos, foi presidente do Conselho dos Consultores Económicos de Bill Clinton.
TEXTO: O Presidente dos EUA, Barack Obama, vai nomear nesta quarta-feira Janet Yellen para a presidência da Reserva Federal (Fed), o banco central norte-americano, informou fonte da Casa Branca. É a primeira mulher a ocupar o cargo em cem anos de história da instituição. Janet Yellen, de 67 anos, era a favorita para a nomeação depois de o economista Lawrence H. Summers, antigo conselheiro de Obama, ter desistido da corrida ao cargo face à oposição dos senadores democratas. Yellen é desde 2010 vice-presidente do Conselho de Governadores da Fed e tinha antes presidido ao banco do Sistema da Reserva Federal em São Francisco. Entre 1997 e 1999, presidiu ao Conselho dos Consultores Económicos do Presidente democrata Bill Clinton. É casada com George Akerlof, premiado com o Nobel da Economia em 2001, e tem obras publicadas sobre o desemprego — que, aliás, deverá ser uma das suas principais preocupações quando assumir o lugar, em Janeiro de 2014. Nos últimos meses, a taxa de desemprego tem registados descidas na maior economia do mundo, mas esse movimento não é suficiente para sossegar os responsáveis políticos porque é, essencialmente, resultado da desistência de muitos norte-americanos mais idosos em procurar trabalho do que produto de uma genuína lógica de criação de empregos. Economistas ouvidos pelo The Wall Street Journal aplaudem a decisão de Obama, descrevendo Janet Yellen como uma pessoa com "integridade e humanidade genuínas", que irá permitir a "continuidade" das políticas que têm sido levadas a cabo pelo actual presidente da Fed, Ben Bernanke. A nomeação de Yellen ocorre numa altura crítica para os EUA, com o governo do país paralisado devido a um impasse sobre a votação do orçamento e da dívida. Quando assumir o cargo, Janet Yellen irá herdar um dossier crítico, o chamado quantitative easing, ou seja, o programa de injecção de dinheiro na economia para promover o crescimento económico. Através deste programa, a Reserva Federal tem vindo a colocar 85 mil milhões de dólares por mês na economia, através da compra de títulos de dívida norte-americana. Mas já deixou entender que irá começar a reduzir progressivamente essas compras e até se pensou que essa medida poderia ter sido assumida na reunião de Setembro passado. Nessa altura, os responsáveis da Fed entenderam, porém, que era mais prudente adiar essa medida por algum tempo, deixando-a para quando se verificar uma recuperação mais sustentada do emprego e os riscos que pendem sobre o sistema financeiro começarem a desvanecer-se. Notícia actualizada às 9h25
REFERÊNCIAS:
Entidades EUA
Primeira mulher a treinar um clube francês é portuguesa
Helena Costa vai assumir o comando do Clermont Foot e já fez história no futebol francês. (...)

Primeira mulher a treinar um clube francês é portuguesa
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 13 | Sentimento 0.125
DATA: 2014-05-07 | Jornal Público
SUMÁRIO: Helena Costa vai assumir o comando do Clermont Foot e já fez história no futebol francês.
TEXTO: Helena Costa será um nome a reter durante a próxima temporada. A portuguesa de 36 anos vai orientar a equipa principal do Clermont Foot, do segundo escalão do campeonato francês de futebol, anunciou nesta quarta-feira o clube. Até agora seleccionadora da equipa nacional feminina do Irão, Helena Costa será a primeira mulher a assumir o comando técnico de uma equipa profissional francesa. A treinadora passou pelos escalões de formação do Benfica e a primeira experiência no banco foi na equipa feminina do 1º de Dezembro e do Odivelas. Entretanto, orientou as formações femininas do Qatar, entre 2010 e 2012, e do Irão, até Setembro, enquanto desenvolvia trabalho de observadora para os escoceses do Celtic de Glasgow. A decisão foi encarada com surpresa, mas também entusiasmo, junto do balneário do Clermont. “Não posso esperar para regressar na próxima época e fazer parte disto”, disse ao L’Équipe o defesa Anthony Lippini, actualmente lesionado. “Será uma experiência única ser a primeira equipa profissional treinada por uma mulher em França. É bom, cria um buzz”, afirmou o jogador. Com a nomeação de Helena Costa, o clube, no 14. º lugar da segunda divisão francesa, espera iniciar “uma nova era”.
REFERÊNCIAS:
Étnia Escoceses
E as 25 mulheres mais poderosas do mundo são…
O pódio pertence à chanceler alemã, Angela Merkel. (...)

E as 25 mulheres mais poderosas do mundo são…
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 13 | Sentimento 0.4
DATA: 2014-05-28 | Jornal Público
SUMÁRIO: O pódio pertence à chanceler alemã, Angela Merkel.
TEXTO: A revista americana Forbes anunciou, nesta quarta-feira, a compilação das 25 mulheres mais poderosas do mundo. Entre figuras ligadas à política, redes sociais, apresentadoras, presidentes executivas e cantoras, a liderança cabe à chanceler alemã Angela Merkel. Poder é a palavra de ordem, seja em que categoria for. No entanto, a liderança do ranking centra-se na política, com Angela Merkel a presidir o pódio. O primeiro lugar como a primeira mulher mais poderosa do mundo já se tornou um hábito para a chanceler alemã, que desde 2011 ocupa esta posição. Janett Yellen ocupa o segundo lugar da lista. A presidente da Reserva Federal dos Estados Unidos constituiu-se como a primeira mulher a liderar um dos bancos centrais com mais influentes do mundo. De seguida surge Melinda Gates, uma filantrópica americana, casada com Bill Gates. O quarto lugar vai para a América Latina, mais concretamente para Dilma Rouseff, presidente do Brasil, a sétima maior economia a nível mundial, seguida de Christine Lagarde, actual presidente do Fundo Monetário Internacional. Também a primeira-dama norte-americana, Michele Obama, surge no ranking, em oitavo lugar. Saindo um pouco do mundo da política e passando agora para o entretenimento, há na lista nomes conhecidos do grande público, de que são exemplo a apresentadora Oprah Winfrey (14ª) e a cantora Beyoncé Knowles (17º). Na eleição feita pela revista de negócios americana, há ainda lugar a nomes como o de Hillary Clinton, ex-secretária de Estado dos EUA (6º); Mary Barra, presidente executiva da General Motors (7ª); Sheryl Sandberg, administradora de operações do Facebook (9º); Virginia Rometty, presidente executiva da IBM (10º); Geun-hye Park, presidente da Coreia do Sul (11º), entre muitos outros. De acordo com a Forbes, cerca de 5% das empresas têm mulheres no cargo de presidentes executivas e pelo menos quatorze ocupam actualmente o cargo de chefes de Estado.
REFERÊNCIAS:
Entidades EUA