MP abre mais de 25 processos de violência doméstica por dia
Memorando da Procuradoria-Geral Distrital de Lisboa adianta que foram registados só no primeiro semestre deste ano 4546 novos inquéritos. (...)

MP abre mais de 25 processos de violência doméstica por dia
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 13 | Sentimento 0.25
DATA: 2010-08-05 | Jornal Público
SUMÁRIO: Memorando da Procuradoria-Geral Distrital de Lisboa adianta que foram registados só no primeiro semestre deste ano 4546 novos inquéritos.
TEXTO: Foram abertos em média 25 inquéritos de violência doméstica por dia no distrito judicial de Lisboa no primeiro semestre deste ano. O número retira-se do recém-divulgado memorando de actividades da Procuradoria-Geral Distrital de Lisboa sobre os primeiros seis meses do ano, que adianta terem sido registados neste período 4546 novos inquéritos. A Procuradoria-Geral Distrital de Lisboa (PGDL) é uma das quatro procuradorias distritais do país e compreende 42 comarcas, abarcando 32 por cento da população recenseada em Portugal. A comarca de Lisboa foi a que registou maior número de inquéritos abertos, com 920 do total, seguida pela nova comarca da Grande Lisboa Noroeste, que inclui os concelhos de Amadora, de Mafra e de Sintra, com 681. "Pese embora a necessidade de confirmação dos registos (uma vez que haverá situações como tal registadas que poderão não configurar crime de violência doméstica), aquele número é significativo", lê-se no documento. O relatório divulgado no mesmo período do ano passado não divulgava os inquéritos relativos a violência doméstica, mas o memorando relativo a 2009 dava conta da abertura de 10. 861 inquéritos pelo crime de violência doméstica ao longo dos 12 meses. Metade são 5430, o que pode significar que, apesar de esta criminalidade se manter elevada, houve uma diminuição face ao ano anterior. "Em matéria de violência doméstica, têm sido desenvolvidos no distrito modelos de intervenção diferenciada, envolvendo a articulação com estruturas comunitárias e instituições públicas e privadas vocacionadas para a detecção, o estudo, o acompanhamento do fenómeno e para o apoio às vítimas", adianta ainda a procuradora-geral distrital, Francisca Van Dunem, que assina o documento. Este ano já morreram 14 mulheres vítimas de violência doméstica. O Observatório das Mulheres Assassinadas, da UMAR, contabilizou 29 homicídios em 2009, menos 14 por cento do que no ano anterior. Um processo destes tem sido alvo de inúmero interesse nos últimos dias. Trata-se da queixa apresentada pela presidente da Câmara de Rio Maior, Isaura Morais, que decidiu denunciar a violência de anos por parte do seu último companheiro, que, quando esta lhe anunciou o fim da relação, a ameaçou de morte. Também significativa foi a criminalidade juvenil registada no primeiro semestre no distrito judicial de Lisboa. Por terem tido comportamentos qualificados como crimes, mas ainda não terem atingido os 16 anos necessários para responderem penalmente, foram abertos 2474 inquéritos tutelares educativos. A maioria encontra-se nos tribunais de família e menores de Lisboa (591) e Sintra (432). Em 135 casos, o Ministério Público requereu uma medida de internamento e em 289 outras medidas que não implicavam a institucionalização do menor.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave crime morte violência estudo mulheres doméstica
Roteiro Feminista quer mostrar que Lisboa também é das mulheres
Elina Guimarães, feminista portuguesa, ainda "muito jovem", recusou-se a recitar o poema "A minha boneca", de Júlio Dantas. A boneca era Elina. São histórias como esta que se lêem em 4 Roteiros Feministas, volume I, livro de sugestões para roteiros por Lisboa com uma "lupa especial", feminista, que hoje é apresentado, às 19h, no salão nobre da Câmara de Lisboa. (...)

Roteiro Feminista quer mostrar que Lisboa também é das mulheres
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 13 | Sentimento 0.2
DATA: 2010-10-28 | Jornal Público
SUMÁRIO: Elina Guimarães, feminista portuguesa, ainda "muito jovem", recusou-se a recitar o poema "A minha boneca", de Júlio Dantas. A boneca era Elina. São histórias como esta que se lêem em 4 Roteiros Feministas, volume I, livro de sugestões para roteiros por Lisboa com uma "lupa especial", feminista, que hoje é apresentado, às 19h, no salão nobre da Câmara de Lisboa.
TEXTO: Esta espécie de guia, escrito e editado pela União de Mulheres Alternativa (UMAR) e pela equipa de investigação Faces de Eva, da Universidade Nova de Lisboa, poderá depois ser encomendado no site da UMAR. O livro quer "recuperar e tornar visível a voz e o protagonismo das mulheres nas suas trajectórias individuais e lutas colectivas, contribuindo para a construção da memória histórica dos feminismos", diz a UMAR. Um livro que, segundo a co-autora Manuela Góis, "fazia falta porque não havia um olhar feminista sobre Lisboa e porque a História tradicional torna invisível o papel das mulheres". Duas colinas para começarNum primeiro volume, os autores ficaram-se apenas por duas colinas: a da Graça - visitada nos roteiros 1 e 2 -, e a das Chagas, "a que se vê do miradouro da Graça", para os roteiros 3 e 4. Os percursos não são temáticos, os locais foram divididos por zonas. Cada roteiro demora entre 90 e 120 minutos, a pé, já com paragens incluídas. Os locais vão sendo apresentados com as suas histórias e personagens. Embora a I República seja privilegiada neste primeiro volume - 2010 é ano de comemoração do centenário da República -, também têm voz o antes e o depois da mudança de regime ocorrido em 1910, incluindo as lutas durante o Estado Novo e mesmo o período pós-revolução. "Desde os finais do século XIX que se desenvolveram lutas reivindicativas e a cidade está cheia de marcas a que queremos dar valor e continuidade", afirma Manuela Góis. A equipa de 11 autores vai pedir à Câmara de Lisboa que coloque placas evocativas nos lugares que integram os quatro percursos, para facilitar as visitas. E tenciona dar continuidade ao projecto, com a edição de novos volumes. Os locais que se seguem"Existem muitos outros locais a que queremos dar visibilidade noutros roteiros", diz Manuela Góis. "Queremos abranger zonas como São Bento, Estrela, Campo de Ourique, Alcântara. E depois outras ainda. Queremos assinalar, por exemplo, o Parque Eduardo VII, por causa da manifestação em que mulheres feministas foram molestadas por uma turba de machistas. "A equipa quer, com estes roteiros, perpetuar a memória das feministas que passaram por Lisboa ou que, de alguma forma, a marcaram. Mas que mulheres destacar? "Não hierarquizo", responde apressadamente Manuela Góis. "Todas foram muito importantes. " E deixa um aviso: "Os roteiros estão sempre em actualização, porque as pessoas que querem fazer desta cidade uma cidade de justiça social e de igualdade continuam na rua. Os roteiros estão sempre incompletos, têm sempre de ser completados e redignificados. "
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave campo social igualdade espécie mulheres feminista
Yingluck Shinawatra é a primeira mulher a chefiar Governo tailandês
Yingluck Shinawatra foi escolhida para liderar Governo. O grande desafio é evitar regresso da violência política. Dimensão da vitória pode afastar tentações golpistas do Exército. (...)

Yingluck Shinawatra é a primeira mulher a chefiar Governo tailandês
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 13 | Sentimento 0.25
DATA: 2011-07-05 | Jornal Público
SUMÁRIO: Yingluck Shinawatra foi escolhida para liderar Governo. O grande desafio é evitar regresso da violência política. Dimensão da vitória pode afastar tentações golpistas do Exército.
TEXTO: Há situações em que se ganha por interposta pessoa, como mostram as eleições legislativas de ontem na Tailândia. Os eleitores deram a maioria absoluta ao Puea Thai, partido do ex-primeiro-ministro no exílio, Thaksin Shinawatra, liderado pela sua irmã, Yingluck, 44 anos, que chegou à política há menos de dois meses. O Puea Thai (Partido para os Tailandeses) tinha conseguido 263 dos 500 lugares do Parlamento quando, ontem à noite, estavam contados 97 por cento dos votos. O Partido Democrata, do chefe do Governo, Abhisit Vejjajiva, elegera 161. As eleições foram, como se previa, um referendo a Thaksin, chefe do Governo entre 2001 e 2006, afastado por um golpe militar, que goza de enorme popularidade junto das massas desfavorecidas. Os seus aliados venceram todas as eleições da última década. "Não sei até que ponto amam Thaksin. Mas podem partilhar um pouco desse amor comigo, a sua irmã mais nova", repetiu, segundo a AFP, Yingluck Shinawatra na campanha. As reacções do campo vitorioso foram a duas vozes: a de Thaksin e a de Yingluck. "Thaksin telefonou para nos felicitar e dizer que nos espera um trabalho difícil", disse, logo depois de conhecidas as primeiras projecções, esta empresária que, se nada de anormal acontecer, será a primeira mulher a chefiar um Governo no reino da Tailândia. "O povo deu-me uma oportunidade. Vou fazer o meu melhor", afirmou mais tarde. Licenciada em Ciência Política pela Universidade de Chiang Mai e graduada em Administração Pública pela Universidade de Kentucky, nos EUA, Yingluck Shinawatra, que o próprio irmão descreveu como o seu "clone", prometeu retomar políticas de melhoria de condições de vida dos mais pobres seguidas por Thaksin - como o crédito barato e cuidados de saúde universais. Na campanha, Yingluck revelou naturalidade e carisma a lidar com multidões. Mas falta saber quase tudo sobre a sua capacidade política. "Até agora, seguiu o que Thaksin lhe pediu que fizesse. Penso que ainda não vimos aquilo de que é capaz", referiu à AFP um diplomata ocidental. A forma como os resultados forem recebidos pelos outros poderes, designadamente o Exército e a monarquia, é fundamental para o futuro próximo de um país que, nos últimos anos, tem sido pautado pela violência política. Logo que foram conhecidas as primeiras projecções, na sede do Puea Thai os militantes celebram a vitória. "Yingluck número um", "Yingluck primeira-ministra", gritou-se em ambiente de festa. Mas entre os apoiantes existia também o receio de que possa ser impedida de governar. Em busca de estabilidadeMesmo com maioria absoluta, o Puea Thai tenciona fazer uma coligação. Yingluck afirmou que já contactou um partido minoritário e disse preferir envolver outras forças na governação. É também essa a vontade de Thaksin, que a partir do Dubai, onde está exilado, considerou necessário um entendimento pós-eleitoral. "Não é bom para o Puea Thai trabalhar só. " A uma estação televisiva local, disse esperar que todos respeitem os resultados para que o país tenha paz. A estabilidade pode depender de Thaksin, magnata das telecomunicações, odiado pelas elites administrativas e militares, que, como refere a AFP, o vêem como uma ameaça à monarquia. Na campanha, Yingluck defendeu uma amnistia geral, incluindo para o irmão. Mas ontem disse que o assunto terá de ser analisado por uma entidade independente e não poderão ser adoptadas decisões à medida de um homem só. O assunto foi também abordado por Abhisit Vejjajiva, para quem os resultados não significam que os eleitores "tenham dado um mandato em branco a quem quer que seja". O seu partido, insistiu, vai opor-se a "qualquer tentativa de amnistia".
REFERÊNCIAS:
Entidades EUA MAI
As mulheres conquistaram o direito de andar de bicicleta no Afeganistão
A equipa nacional de ciclismo feminino do Afeganistão tem vindo a desbravar novos caminhos para o desporto feminino e a desafiar os limites do que é – e não é – aceitável para jovens mulheres naquele país muçulmano e conservador. Com os taliban no poder desde os anos 90, as mulheres no Afeganistão foram excluídas da vida pública, banidas das escolas e proibidas de sair de casa sem acompanhamento de um membro masculino da família. Apesar dos avanços nos direitos das mulheres desde a expulsão da facção mais dura do grupo islâmico, em 2001, observadores temem que o progresso esteja em risco: a violência de género pe... (etc.)

As mulheres conquistaram o direito de andar de bicicleta no Afeganistão
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 13 | Sentimento 0.285
DATA: 2015-05-01 | Jornal Público
TEXTO: A equipa nacional de ciclismo feminino do Afeganistão tem vindo a desbravar novos caminhos para o desporto feminino e a desafiar os limites do que é – e não é – aceitável para jovens mulheres naquele país muçulmano e conservador. Com os taliban no poder desde os anos 90, as mulheres no Afeganistão foram excluídas da vida pública, banidas das escolas e proibidas de sair de casa sem acompanhamento de um membro masculino da família. Apesar dos avanços nos direitos das mulheres desde a expulsão da facção mais dura do grupo islâmico, em 2001, observadores temem que o progresso esteja em risco: a violência de género persiste e as mulheres continuam a não estar representadas na vida política.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave direitos violência género mulheres
Duas mulheres aos comandos da Estação Espacial Internacional e do Discovery
Pela primeira vez nos 50 anos da história da conquista do espaço, as mulheres estão ao comando tanto da Estação Espacial Internacional (ISS, sigla em inglês) como do vaivém Discovery, lançado ontem. Pamela Melroy, de 46 anos, comanda o Discovery, vaivém lançado ontem do Centro espacial Kennedy, na Florida, com outros seis astronautas a bordo, para uma missão de construção da ISS de dez dias, considerada como a mais complexa de sempre. Quando amanhã Melroy, a segunda mulher na história do programa a comandar um vaivém, acoplar o Discovery à ISS será recebida por uma outra americana, Peggy Whitson, 47 anos. Esta é ... (etc.)

Duas mulheres aos comandos da Estação Espacial Internacional e do Discovery
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 13 | Sentimento 0.0
DATA: 2007-10-26 | Jornal Público
TEXTO: Pela primeira vez nos 50 anos da história da conquista do espaço, as mulheres estão ao comando tanto da Estação Espacial Internacional (ISS, sigla em inglês) como do vaivém Discovery, lançado ontem. Pamela Melroy, de 46 anos, comanda o Discovery, vaivém lançado ontem do Centro espacial Kennedy, na Florida, com outros seis astronautas a bordo, para uma missão de construção da ISS de dez dias, considerada como a mais complexa de sempre. Quando amanhã Melroy, a segunda mulher na história do programa a comandar um vaivém, acoplar o Discovery à ISS será recebida por uma outra americana, Peggy Whitson, 47 anos. Esta é a primeira mulher a comandar a ISS, onde vivem três astronautas em permanência, com rotações de seis meses. Mas esta situação, fruto do acaso, está longe de reflectir a realidade do lugar que as mulheres ocupam nos programas espaciais, ainda largamente dominados por uma cultura masculina. Fazem parte do corpo de astronautas da NASA – Agência espacial norte-americana 18 mulheres e 73 homens. Depois da saída de Eileen Collins, em Maio do ano passado, - a primeira mulher a comandar um vaivém, Pamela Melroy tornou-se na única mulher qualificada a assumir esta responsabilidade. “Era bom ter mais comandantes mulheres de vaivéns” mas há poucas candidatas com a formação e experiência exigidas, explica Duane Ross, responsável pela selecção dos astronautas da NASA.
REFERÊNCIAS:
Entidades NASA
Alta-comissária para a Imigração considera o bairro para ciganos em Beja uma solução infeliz
Rosário Farmhouse acredita que há populações em piores condições no Alentejo, mas frisa que o muro que isolou o bairro das Pedreiras é "um estereótipo". (...)

Alta-comissária para a Imigração considera o bairro para ciganos em Beja uma solução infeliz
MINORIA(S): Migrantes Pontuação: 13 Ciganos Pontuação: 13 | Sentimento -0.16
DATA: 2010-07-16 | Jornal Público
SUMÁRIO: Rosário Farmhouse acredita que há populações em piores condições no Alentejo, mas frisa que o muro que isolou o bairro das Pedreiras é "um estereótipo".
TEXTO: A alta-comissária para a Imigração e Diálogo Intercultural, Rosário Farmhouse, pronunciou-se ontem sobre o muro que rodeia a comunidade cigana de Beja alojada no Bairro das Pedreiras salientando que "todas as soluções que acabem na criação de guetos não são soluções felizes". Rosário Farmhouse visitou o bairro, na periferia de Beja, em Novembro de 2008, e chegou à conclusão de que há outras comunidades ciganas da região a viver em piores condições. O muro de betão que isola parte do bairro é "um estereótipo" e "deitá-lo abaixo pode vir a agravar a situação" se outros "muros invisíveis" não forem previamente derrubados como "os do medo e do desconhecido". O caminho para aplacar a tensão que tem existido entre as comunidades cigana e não-cigana "obriga a uma mudança de parte a parte". A reportagem do PÚBLICO sobre o quotidiano no Bairro das Pedreiras levou Maria Manuel Coelho, ex-vereadora da Câmara de Beja entre 1998 e 2001, a vir a público lembrar a origem do muro. O objectivo, disse, não era " esconder os ciganos", mas sim proteger os moradores "da circulação intensa de camiões na estrada que existe paralela às casas". A sua construção representa "um mal menor" porque "em termos técnicos ninguém o defende. Em termos humanos, condenamo-lo veementemente". O local de instalação do bairro "foi o único com espaço suficiente (. . . ) aquele que foi possível adquirir na época, numa luta contra o tempo, a falta de recursos e de vontades, após meses de procura e de sistemática recusa dos proprietários em vender à câmara os seus terrenos, logo que sabiam que o objectivo era realojar ciganos", realçou Maria Manuel. Que conclui: "Há no bairro situações concretas e actuais que não nos orgulham e carecem de resolução urgente, problemas que não devem ser escamoteados. "Uma associação não-governamental europeia apresentou queixa em Bruxelas, acusando a Câmara de Beja de segregar os ciganos, por causa do muro e das condições "deploráveis" em que se vive no Bairro das Pedreiras. A União Romani, que representa populações ciganas, avisou, por sua vez, que fará uma concentração nacional às portas de Beja se os problemas não forem resolvidos.
REFERÊNCIAS:
Partido bávaro desiste de obrigar imigrantes a falarem alemão em casa
CSU, o partido-gémeo da CDU de Merkel, modifica proposta depois de esta ser criticada e ridicularizada – até pelos próprios conservadores. (...)

Partido bávaro desiste de obrigar imigrantes a falarem alemão em casa
MINORIA(S): Migrantes Pontuação: 13 | Sentimento 0.0
DATA: 2015-01-09 | Jornal Público
URL: https://arquivo.pt/wayback/20150109050747/http://www.publico.pt/1678851
SUMÁRIO: CSU, o partido-gémeo da CDU de Merkel, modifica proposta depois de esta ser criticada e ridicularizada – até pelos próprios conservadores.
TEXTO: O partido democrata-cristão da Baviera (CSU) provocou indignação e uma onda de comentários trocistas ao sugerir, num documento em discussão para a conferência do partido, que “pessoas que queiram permanecer [na Alemanha] deveriam ser obrigadas a falar alemão em público e na família”. A proposta do partido-gémeo da CDU da chanceler, Angela Merkel, e que participa no Governo federal na coligação entre democratas-cristãos e sociais-democratas, surge numa altura em que o aumento da imigração para o país que é o motor da economia europeia está a fazer soar vozes críticas, por exemplo, do partido Alternativa para a Alemanha (AfD), que defende restrições à imigração (e também que os países em dificuldades saiam do euro), e quando sondagens mostram atitudes cada vez mais hostis em relação a muçulmanos – ainda no fim-de-semana passado uma acção de protesto em Dresden arrastou uma multidão contra “a islamização” da Alemanha. A CSU também defendeu uma lei dificultando a possibilidade de novos imigrantes chegarem à Alemanha sem terem contribuído para a Segurança Social do país e usufruírem do sistema de protecção social. Mas ninguém parecia estar preparado para uma proposta tão forte como a de que os imigrantes teriam de falar alemão na sua própria casa, apesar de o domínio da língua ser um problema – segundo a OCDE, 17% das pessoas nascidas na Alemanha em famílias de imigrantes têm dificuldade em falar ou escrever alemão correctamente. “Os políticos não têm nada a ver com o facto de eu falar latim, klingon [a língua ficcional do Star Trek – O Caminho das Estrelas] ou o dialecto do [estado federado do] Hesse”, declarou Peter Tauber, da CDU, no Twitter. “Só nos faltava a polícia da língua da CSU”, reagiu a líder do SPD (partido social-democrata) na Baviera, Natascha Kohnen, argumentando que seria impossível garantir a aplicação de uma medida destas. “A CSU entrou no Absurdistão”, criticou, pelo lado, Yasmin Fahimi, secretária-geral do SPD. “Seria hilariante, se não fosse perigoso. ”No Twitter, os internautas não demoraram a ver potencial cómico na sugestão. Com a palavra-chave YallaCSU (yalla é “vamos lá” em árabe) alguns utilizadores da rede social pediam que a proposta fosse mais além: “Querida CSU, por favor proíbam os sites em línguas estrangeiras nas salas de estar privadas também. Há uma necessidade urgente de acção!”Houve mesmo quem discutisse se esta proposta não poderia afectar os próprios bávaros, que falam dialecto (há dezenas, se não centenas, de dialectos na Alemanha): um artigo no semanário Die Zeit questionava se o dialecto bávaro também é alemão. Outro utilizador do Twitter reagia: “Troçar dos outros é horrível. Muitos membros da CSU também têm dificuldade em falar alemão. ” O Huffington Post (versão alemã) mostrava alguns videos de membros da CSU que “também precisam de um curso de alemão”. Nem o Ministério alemão dos Negócios Estrangeiros ficou de fora, declarando no Twitter: “Continuamos a falar em linguagem diplomática. ”Perante tudo isto, a CSU reformulou o texto, dizendo antes que quem quiser viver na Alemanha “deve ser motivado a falar alemão no dia-a-dia”. O secretário-geral do partido, Andreas Scheuer, garante que tudo não passou de um mal-entendido e que a CSU nunca pretendeu falar de qualquer obrigação.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave lei imigração social
Lisboa lança roteiro a pensar nos imigrantes
O documento, que quer ser “um simples guia para quem chega à cidade”, vai estar disponível em papel e na Internet (...)

Lisboa lança roteiro a pensar nos imigrantes
MINORIA(S): Migrantes Pontuação: 13 | Sentimento 0.0
DATA: 2015-05-01 | Jornal Público
SUMÁRIO: O documento, que quer ser “um simples guia para quem chega à cidade”, vai estar disponível em papel e na Internet
TEXTO: Por enquanto existe apenas em português e em inglês, mas a ideia do vereador dos Direitos Sociais é que o Roteiro Lisboa Imigrante, que pretende ser “um simples guia para quem chega à cidade” e quer saber “o que fazem, onde estão e como funcionam” os diferentes serviços a que pode precisar de recorrer, esteja brevemente disponível em várias outras línguas. O documento, que poderá ser consultado em papel ou na página da Câmara de Lisboa na Internet, foi apresentado esta terça-feira na Assembleia Municipal de Lisboa. “Queremos que chegue às mãos e aos ecrãs de cada um que chegue à nossa cidade”, afirmou na ocasião o vereador João Afonso, que aproveitou para lançar a embaixadas e outros parceiros desta área o desafio para que ajudem a fazer a tradução do roteiro, possibilitando assim que chegue a imigrantes de várias nacionalidades. “Lisboa tem de se tornar uma cidade amiga dos que chegam”, frisou o autarca, que vê o lançamento deste documento como “um passo” nesse sentido. Nas suas 30 páginas é possível saber onde se localizam diferentes serviços, como conservatórias e registos, hospitais públicos, esquadras da PSP e juntas de freguesia, e quais os principais serviços neles prestados. Na versão online, que segundo a câmara estará online esta quarta-feira, haverá um mapa e as informações disponibilizadas serão alvo de actualização periódica. Na intervenção que fez, a presidente da assembleia municipal lamentou que a Europa esteja “a transformar-se numa fortaleza cada vez mais inacessível”, que “deixa morrer milhares e milhares de pessoas no Mediterrâneo”. Para Helena Roseta, é tempo de “abrir o território, e sobretudo o coração”, por forma a que se evitem “tragédias” como aquelas que têm ocorrido nos últimos dias. Após a apresentação do roteiro, a assembleia foi palco da primeira sessão de um debate sobre Migrações e Demografia em Lisboa, que terá continuidade nos dias 5 e 19 de Maio e 2 de Junho. Um dos oradores foi o professor universitário Jorge Malheiros, que notou que Lisboa tem tido “um ligeiro crescimento da população estrangeira”, contrariando aquela que tem sido a tendência do conjunto do país. Segundo este especialista em migrações, que está a trabalhar com a Câmara de Lisboa no desenvolvimento do Plano Municipal para a Integração dos Imigrantes, tem vindo a crescer o número de pessoas oriundas da China, Bangladesh, Nepal e Índia.
REFERÊNCIAS:
Entidades PSP
Suíça discute se reduz quota de imigrantes a 0,2%
O desespero de alguns dos recém-chegados pode gerar solidariedade, mas também desdém. (...)

Suíça discute se reduz quota de imigrantes a 0,2%
MINORIA(S): Migrantes Pontuação: 13 | Sentimento 0.0
DATA: 2015-05-01 | Jornal Público
SUMÁRIO: O desespero de alguns dos recém-chegados pode gerar solidariedade, mas também desdém.
TEXTO: A Suíça prepara-se para fazer um novo referendo: a 30 de Novembro, os eleitores decidirão se querem ou não reduzir a quota anual de imigrantes a 0, 2% da população residente, o equivalente a 16 mil pessoas, quase quatro vezes menos do que o efectivo do ano passado. Partidos, sindicatos e associações patronais têm repudiado a iniciativa “Stop superpopulação – salvaguardar os nossos recursos naturais”, lançada pelo grupo ambientalista Ecopop. Marília Mendes, responsável pelos associados portugueses do sindicato UNIA, está empenhada. “O objectivo deles é reduzir a população residente. Isso não abrange temporários, nem fronteiriços. Eles não querem limitar a entrada de mão-de-obra, querem torná-la mais precária”. Na última década, o país foi várias vezes notícia por causa de iniciativas populares sobre imigrantes. Nenhuma tão polémica como o referendo proposto pelo Partido do Povo Suíço, de direita: a 9 de Fevereiro, o eleitorado manifestou a vontade de reintroduzir contingentes de trabalhadores estrangeiros, incluindo os oriundos dos países da União Europeia (UE). Se o acordo de livre circulação for denunciado, os outros seis acordos que a Suíça firmou com a UE ficarão obsoletos em seis meses. “Ou aceitam tudo ou recusam tudo”, sublinha o eurodeputado Carlos Coelho (PSD). Até Fevereiro de 2015, o país ainda pode mudar de ideias. Alguma esquerda defende um referendo que desfaça o de Fevereiro. Entretanto, discutem-se propostas intermédias, como a possibilidade de os cidadãos da UE poderem ficar até quatro meses e, a partir daí, se sujeitarem a um contingente. A proposta referendada a 9 de Fevereiro, aprovada com 50, 3% dos votos, reflecte a desconfiança em relação à UE, retoma Marília Mendes. Na Suíça, há muito quem se assuste com a crise, com o desemprego, com a pobreza e a exclusão que grassa, sobretudo, no Sul e no Leste da Europa e que esta possa entrar no país com os imigrantes. A população estrangeira somava no final do ano passado 1. 886. 630 pessoas, mais 61. 570 do que no ano anterior. Os 253. 769 portugueses formavam a terceira maior comunidade estrangeira, apenas ultrapassada pelas dos italianos e alemães. Só naquele ano 15. 337 portugueses tinham-se mudado para a Confederação Helvética, segundo o Gabinete Federal das Migrações. Os portugueses desembarcam a uma média de mil por mês. Trabalham, sobretudo, na construção civil, na agricultura e na hotelaria, observa o antropólogo Eduardo Araújo, que está a escrever a tese de doutoramento sobre as comunidades luso-helvéticas. “A maioria não tem grandes qualificações. ”Durante anos a fio, densas redes de família, vizinhança, amizade facilitaram a rápida difusão de oportunidades de emprego entre portugueses. Juntou-se muita gente de Bragança em Schaffhausen, da Póvoa do Lenhoso em Zurique ou de Castro Daire em Zermatt, exemplificou o conselheiro das comunidades portuguesas Manuel Beja. Com a crise, alguns avançam à toa. Há quem apareça na Casa do Benfica, em Zurique, como José António, há dois anos. Tinham-lhe dito que só não trabalhava quem não queria. Ali mesmo, sobre as mesas, havia publicidade a uma agência de trabalho temporário: “Queres trabalhar, liga-me!” E António ligou àquela e a outras empresas: “Todas disseram para esperar, que iriam arranjar alguma coisa. ”Numa das mesas, alinhadas, cobertas com toalhas vermelhas, sentavam-se trabalhadores como António Soares, chefia intermédia numa empresa de limpezas, a comer bife de fígado e batata cozinha, e a contar que muito lhe ligavam, até de Portugal, a pedir trabalho. “É mais fácil arranjar um part-time. Sem ‘permisso’ não consigo pôr ninguém a trabalhar duas horas”, dizia. José António não seria de desperdiçar. Teria curso técnico-profissional de construção. Teria trabalhado numa “empresa de eventos” em Viseu. Montara e desmontara palcos. O “tio Almeida”, o chef de cozinha da Casa do Benfica, ainda tentou ajudá-lo. Levou-o a potenciais empregadores. Só que o rapaz não falava alemão, francês ou italiano. A poupança dele ardia. “Por mim já me tinha ido embora, mas em Portugal a vida está muito difícil…”O desespero de alguns dos recém-chegados pode gerar solidariedade, mas também desdém. Andando pelo país durante a campanha para o referendo de 9 de Fevereiro, Marília Mendes pôde observar como muitos portugueses apoiavam a reintrodução de quotas, mesmo que isso possa limitar, por exemplo, o direito ao reagrupamento familiar ou o acesso às prestações sociais. O antropólogo Eduardo Araújo também se deparou com esta atitude. Viu muitos portugueses a assumir o discurso dos suíços, que só estariam “a defender a terra deles”. Temem, porventura, que os novos imigrantes, vindos de Portugal, mas também de outros países europeus, lhes fiquem com o posto de trabalho.
REFERÊNCIAS:
Nove chefes de Estado europeus debatem imigração e energia em Braga
Cavaco Silva é o anfitrião do Grupo de Arraiolos, que se reúne na segunda e na terça-feira. Jorge Sampaio, fundador deste clube informal, é um dos convidados. (...)

Nove chefes de Estado europeus debatem imigração e energia em Braga
MINORIA(S): Migrantes Pontuação: 13 | Sentimento 0.0
DATA: 2015-05-01 | Jornal Público
SUMÁRIO: Cavaco Silva é o anfitrião do Grupo de Arraiolos, que se reúne na segunda e na terça-feira. Jorge Sampaio, fundador deste clube informal, é um dos convidados.
TEXTO: A experiência como Alto-Comissário das Nações Unidas para a Aliança das Civilizações coloca Jorge Sampaio numa posição privilegiada para poder falar sobre imigração. E esse foi um dos motivos para que o ex-Presidente da República tenha sido convidado para fazer o discurso de abertura da sessão de trabalho dedicado ao tema, que faz parte do programa do primeiro dia da reunião de chefes de Estado do Grupo de Arraiolos, que começa nesta segunda-feira, no Mosteiro de Tibães, em Braga. Portugal é o anfitrião do 10. º encontro desta plataforma informal. Jorge Sampaio regressa assim ao Grupo de Arraiolos, que ele próprio fundou quando era Presidente da República, reunindo os chefes de Estado da Europa que, tal como o português, não têm funções executivas. O organismo pretende debater o futuro da Europa, tendo tomado o nome da vila portuguesa onde decorreu o primeiro encontro, em 2003. Na reunião deste ano participam os representantes da Alemanha, Áustria, Finlândia, Hungria, Letónia e Polónia — faltam a Eslovénia e a Itália do grupo inicial — aos quais se juntam a Bulgária e Estónia, que nos últimos anos têm participado nas reuniões enquanto observadores. Além da imigração, em cima da mesa, em torno da qual se juntam nove presidentes da República, estará também o tema da energia. Essa sessão arranca com o discurso do presidente polaco, Bronislaw Komorowski, que deverá abordar o plano do país para alterar o seu perfil de produção de energia — a Polónia é o maior produtor de lenhite da União Europeia, e mais de 80% da electricidade gerada vem do carvão —, que poderá passar pela aposta na energia nuclear, como foi anunciado pelo governo do seu país, no início do ano. Além das sessões de trabalho marcadas para Tibães, os chefes de Estado vão também manter reuniões informais. O Presidente da República, Cavaco Silva, tem marcados encontros com os homólogos da Finlândia e Bulgária durante a manhã desta segunda-feira. O 10. º encontro do Grupo de Arraiolos continua na terça-feira, com um dia dedicado à ciência. Os chefes de Estado vão visitar o Laboratório Ibérico Internacional de Nanotecnologia, onde poderão conhecer o trabalho realizado no centro de investigação criado por Portugal e Espanha em 2005. A visita poderá servir de inspiração para a terceira e última sessão de trabalho que tem como mote “O papel da investigação e inovação na promoção do crescimento, da competitividade e na criação de emprego”. O discurso de abertura dessa sessão vai estar a cargo do Presidente da República finlandês, Sauli Niinistö. No final da manhã, os nove presidentes darão uma conferência de imprensa conjunta onde farão balanço dos dois dias de encontro.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave imigração