Comediante fez-se passar por senador e falou com Trump sobre imigração e justiça
John Melendez garante que falou com o Presidente dos EUA, enquanto Trump se encontrava a bordo do Air Force One, e que precisou de apenas uma hora e meia para o conseguir. (...)

Comediante fez-se passar por senador e falou com Trump sobre imigração e justiça
MINORIA(S): Migrantes Pontuação: 13 | Sentimento 0.0
DATA: 2018-06-30 | Jornal Público
SUMÁRIO: John Melendez garante que falou com o Presidente dos EUA, enquanto Trump se encontrava a bordo do Air Force One, e que precisou de apenas uma hora e meia para o conseguir.
TEXTO: O comediante John Melendez garante que falou ao telefone com o Presidente norte-americano, Donald Trump, fazendo-se passar pelo senador democrata Robert Menendez. De acordo com Melendez, bastou uma hora e meia para o conseguir. A conversa foi transmitida no podcast do comediante, no qual é possível escutar a conversa que durou cerca de três minutos. Apesar de nem a Casa Branca nem o próprio Menendez terem ainda comentado oficialmente a situação, a voz que se ouve na gravação é semelhante à do Presidente dos Estados Unidos. Num primeiro momento, Melendez telefona para a Casa Branca fingindo ser um assessor do senador, pedindo para entrar em contacto com o Presiden. Passado alguns minutos, o comediante recebe um telefonema do assessor e genro do Presidente, Jared Kushner, que depois passa a chamada a Trump. Ambos aparentavam estar a bordo do Air Force One. “Olá, Bob. Como estás? Parabéns por tudo, estamos muito orgulhosos de ti”, diz a voz que parece ser de Trump, referindo-se, alegadamente, a um caso de corrupção contra o democrata e do qual foi absolvido em 2017. “Passaste por uma situação dura, muito dura, e penso que não foi uma situação muito justa, mas parabéns”. Depois, a conversa passa para a situação da imigração e a das centenas de famílias separadas na fronteira com o México, com o suposto Presidente norte-americano a garantir que a resolução deste problema é a principal prioridade. Além disso, abordam ainda a retirada do juiz do Supremo, Anthony Kennedy, com Trump a referir que vai escolher um substituto nos próximos “dez ou 14 dias”. “Eu alterei a minha voz para uma pronúncia inglesa. Eu faço a pior pronúncia inglesa da história das pronúncias inglesas”, disse o comediante à CNN. “Eu simplesmente não acreditei que foi preciso uma hora e meia para termos Jared Kushner e Donald Trump ao telefone no Air Force One”, acrescenta. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. Melendez diz ainda que seria muito fácil descobrir que tudo não passava de uma partida: “Tudo o que precisavam de fazer era perguntar-me de que partido é o senador Menendez, ou de que estado é o senador, e eu não saberia responder. Mas não me perguntaram nada disto”. Ao Washington Post, uma fonte conhecedora deste episódio revelou que a Casa Branca ligou para o gabinete de Menendez para discutir o que se passou. À CNN, outra fonte da Casa Branca confirmou que a conversa aconteceu mesmo.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave imigração
Fluxos de emigrantes estão a crescer e têm que ser acompanhados, defende PSD
O deputado social-democrata pela Europa Carlos Gonçalves defendeu hoje a necessidade de acompanhamento dos crescentes fluxos migratórios de portugueses, numa altura em que é cada vez mais difícil encontrar trabalho no estrangeiro. (...)

Fluxos de emigrantes estão a crescer e têm que ser acompanhados, defende PSD
MINORIA(S): Migrantes Pontuação: 13 | Sentimento 0.0
DATA: 2011-09-12 | Jornal Público
SUMÁRIO: O deputado social-democrata pela Europa Carlos Gonçalves defendeu hoje a necessidade de acompanhamento dos crescentes fluxos migratórios de portugueses, numa altura em que é cada vez mais difícil encontrar trabalho no estrangeiro.
TEXTO: “Há fluxos migratórios para o estrangeiro que nos últimos anos têm vindo a crescer de forma bastante acentuada (. . . ) e é preciso ter em conta que há crianças em idade escolar e famílias que chegam num momento que não é o mais favorável para encontrar emprego nesses países. É preciso também acompanhar esta questão”, disse Carlos Gonçalves. O deputado falava à Agência Lusa depois de uma visita às comunidades de Estrasburgo (França) e Luxemburgo, e antes de participar nas Jornadas Parlamentares do PSD, que começam hoje, no Fundão, dedicadas à Economia Social e Solidariedade. Para Carlos Gonçalves, é preciso que, num debate como o das jornadas parlamentares, “haja consciência” de que há muita gente a deixar Portugal. “Os problemas que o país vive levam as pessoas a sair e não levam só a sair as pessoas que têm formação académica superior como alguns tentam dizer”, sublinhou. O deputado destacou ainda da sua deslocação ao Luxemburgo a participação numa iniciativa do Partido Cristão-Social (CSV), com a presença de vários candidatos, incluindo portugueses, às eleições comunais marcadas para 09 de Outubro. “A comunidade portuguesa não pode estar alheada porque a participação cívica e política é fundamental para a afirmação da comunidade. Fiz um apelo claro para que a comunidade invista neste ato eleitoral, que vote, quando tem direito de voto, mas mesmo quando não tem que não se esqueça que as eleições são precedidas de momentos de debate e é fundamental que a comunidade apareça a debater e a discutir os temas”, disse. No Luxemburgo, Carlos Gonçalves esteve também reunido com dirigentes sindicais com quem abordou a recente falência da empresa de construção luxemburguesa Socimmo, que mandou para o desemprego 420 trabalhadores portugueses. “A informação que tive é que a grande maioria dos trabalhadores serão absorvidos no mercado de trabalho por outras empresas”, disse, acrescentando que a percentagem dos desempregados entre a comunidade portuguesa no Luxemburgo se “tem mantido estável ao longo dos anos”. Segundo as estatísticas oficiais, residem no Luxemburgo 76. 600 portugueses, mas fontes da comunidade garantem que com as chegadas dos últimos anos o número de emigrantes poderá chegar já aos 100 mil. Os portugueses trabalham maioritariamente por conta de outrem em sectores como a construção civil e obras públicas, serviços domésticos, hotelaria, restauração, agricultura, indústrias e serviços (bancos e seguradoras). O desemprego entre a comunidade portuguesa atinge os 30 por cento.
REFERÊNCIAS:
Partidos PSD
Um quarto dos imigrantes tem trabalho abaixo das qualificações
Um em cada quatro estrangeiros residentes em Portugal exerce funções abaixo daquelas para as quais está qualificado. A conclusão está contida num relatório do Eurostat sobre migrações na Europa a 27, segundo o qual 25% dos estrangeiros residentes em território nacional são excessivamente qualificados para o trabalho que exercem, enquanto entre os portugueses a taxa se fica nos 14%. (...)

Um quarto dos imigrantes tem trabalho abaixo das qualificações
MINORIA(S): Migrantes Pontuação: 13 | Sentimento 0.0
DATA: 2011-12-09 | Jornal Público
SUMÁRIO: Um em cada quatro estrangeiros residentes em Portugal exerce funções abaixo daquelas para as quais está qualificado. A conclusão está contida num relatório do Eurostat sobre migrações na Europa a 27, segundo o qual 25% dos estrangeiros residentes em território nacional são excessivamente qualificados para o trabalho que exercem, enquanto entre os portugueses a taxa se fica nos 14%.
TEXTO: Apesar desta diferença, Portugal está longe de ser o país que pior sai na fotografia na Europa a 27: na Grécia, por exemplo, 62% dos imigrantes exercem funções abaixo das suas qualificações, enquanto entre os gregos a taxa é de apenas de 18%, ou seja, há uma diferença de 44 pontos percentuais. Em Espanha, essa diferença é de 27 pontos percentuais: 58% dos imigrantes são sobrequalificados para o trabalho que exercem, contra 31 % dos espanhóis. Portugal está, de resto, abaixo da média europeia. Segundo as contas do Eurostat, que se baseia em indicadores de 2008, 34% dos europeus com idades entre os 25 e os 54 anos e que trabalham fora do país de onde são naturais exercem funções abaixo daquelas para as quais se qualificaram. Entre os residentes de cada país, a taxa baixa para os 19%, ou seja, há uma diferença de 15 pontos percentuais. Não surpreende assim que a taxa de desemprego seja maior entre os migrantes. Entre quem trabalha no seu próprio país, o desemprego ronda os 6% na média a 27. Já entre os estrangeiros, a taxa sobe para os 10%. No caso português, os valores apontados eram de 7% para os nacionais e 9% para os estrangeiros, mas aqui as contas não traduzem a recente escalada do desemprego em Portugal (12, 4% no 3. º trimestre de 2011, segundo a estimativa do INE, que conta 689, 6 mil pessoas no desemprego). Do mesmo modo, contavam-se no espaço europeu 31% de migrantes em risco de pobreza, enquanto a média para os cidadãos a residir e a trabalhar no seu próprio país se fixava nos 20%. No caso português, a percentagem de nativos em risco de pobreza fixava-se nos 22%, enquanto entre os estrangeiros a residir e a trabalhar no território nacional a taxa subia para os 26%.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave pobreza desemprego
Candidatos à emigração procuram novos mercados
A fuga de profissionais qualificados não é nova, mas é cada vez mais difícil, pela falta de alternativas na Europa – a crise é generalizada. (...)

Candidatos à emigração procuram novos mercados
MINORIA(S): Migrantes Pontuação: 13 | Sentimento 0.136
DATA: 2011-12-20 | Jornal Público
SUMÁRIO: A fuga de profissionais qualificados não é nova, mas é cada vez mais difícil, pela falta de alternativas na Europa – a crise é generalizada.
TEXTO: A sugestão do primeiro-ministro de que os professores deviam olhar para os países de língua portuguesa como uma alternativa ao desemprego em Portugal, voltou a chamar a atenção para o fenómeno da emigração. Mas, segundo João Peixoto, investigador do Instituto Superior de Economia e Gestão, "a atenção política e mediática em relação a este fenómeno é o único dado novo". "Para tomar a decisão de emigrar não basta estarmos mal aqui, é preciso que tenhamos para onde ir", comenta o professor, que acredita que a saída de profissionais qualificados do país, em 2011, não foi "muito superior" à que se tem verificado anualmente, ao longo da última década. A abertura das fronteiras, na Europa, não permite trabalhar com dados rigorosos sobre a entrada e saída de cidadãos nos diversos países. Uma ressalva feita por João Peixoto que, no entanto, considera que se sabe o suficiente para adivinhar que "não estará em curso uma emigração em massa". "Os fenómenos migratórios verificam-se quando há uma oferta evidente de emprego num determinado país. Assim se explica que anos 80 tenha havido um surto para a Suíça, na década de 90 para a Alemanha e entre 2000 e 2008 para Espanha. Mas. . . e agora? As pessoas emigram para onde? Não é fácil encontrar para onde mudar – o problema é generalizado", comenta. João Peixoto considera que a sensibilidade aos primeiros sinais da crise por parte de profissionais qualificados não é de agora, e os representantes de várias ordens profissionais contactados pelo PÚBLICO, confirmam-no. Enfermeiros, farmacêuticos e médicos-dentistas, por exemplo, têm tido na Europa o destino privilegiado. Engenheiros civis e arquitectos, já ocuparam países europeus, e só agora, com a especial pressão do desemprego no sector da construção civil, se começam a virar para destinos mais distantes, mas onde a oferta de emprego é uma realidade: Brasil e Angola. "A decisão de sair do nosso país não é fácil - é pesada, dolorosa. Não é por um político afirmar que as pessoas devem fazê-lo que a emigração acontece", disse João Peixoto, que se escusou a fazer mais comentários às declarações de Passos Coelho, que classificou como "nada frequentes, num governante". Na sua perspectiva, mais do que a indicação "seja de quem for", pesa naquela decisão o aumento da taxa de desemprego. O que, tudo indica, é o que vai acontecer. A fazer fé nos dados dos centros de emprego do IEFP, são os serviços e a construção que estão a marcar o ritmo da subida do desemprego. Depois de um leve abrandamento, o número de desempregados vindos do sector dos serviços estava, em Novembro passado, a crescer 9, 4% face a 2010, contra uma ligeira subida de 0, 5% na indústria e mesmo uma quebra de 5, 2% na agricultura. O número dos desempregados vindos da construção estava, nessa altura, a subir já a um ritmo de 11, 3%. Ou seja, mais 70 mil novos desempregados face a Novembro de 2010. Uma evolução que contagiou um conjunto de actividades ligadas à construção. As actividades imobiliárias e de consultoria do sector contribuíram com mais 83 mil novos desempregados, um crescimento de 20% face ao mesmo período de 2010. Finalmente, o Estado. Desde Junho de 2009 que os serviços públicos têm contribuído para a subida do desempregado. O ritmo da subida de desempregados vindos dos serviços públicos atenuou-se desde Outubro de 2010 até Junho deste ano (de 26, 3 para 2, 3% de variação homóloga), mas voltou desde então a acelerar fortemente. Em Novembro passado, a variação estava de novo em 18, 9 % face ao mesmo período de 2010. Ou seja, mais 46 mil novos desempregados quando comparados com os do mesmo período de 2010.
REFERÊNCIAS:
Brasil admite acelerar concessão de vistos para imigrantes estrangeiros "qualificados"
Uma nova política permitirá "drenar cérebros", aproveitando a crise e o desemprego na Europa. Obstáculos devem continuar para haitianos e outros candidatos pobres nas fronteiras. (...)

Brasil admite acelerar concessão de vistos para imigrantes estrangeiros "qualificados"
MINORIA(S): Migrantes Pontuação: 13 | Sentimento -0.12
DATA: 2012-01-18 | Jornal Público
SUMÁRIO: Uma nova política permitirá "drenar cérebros", aproveitando a crise e o desemprego na Europa. Obstáculos devem continuar para haitianos e outros candidatos pobres nas fronteiras.
TEXTO: O Governo brasileiro está a pensar mudar a lei de imigração para atrair imigrantes "qualificados", nomeadamente europeus. A nova política vai ser preparada por uma comissão com técnicos de três ministérios, Justiça, Defesa e Negócios Estrangeiros, confirmou ontem ao PÚBLICO Marcone Gonçalves, assessor da Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE), órgão dependente da Presidente Dilma Rousseff. O jornal O Globo revelou a existência deste projecto na sua manchete de domingo. E lá dentro, num texto intitulado Tapete vermelho para imigrantes qualificados, os responsáveis da SAE desenvolvem a ideia. "Como o Brasil é uma ilha de prosperidade no mundo, há muita gente de boa qualidade que quer vir", explica o secretário Ricardo Paes de Barros. "Mas a fila do visto é a mesma para todos. Não estamos olhando clinicamente para ver quem vai trazer tecnologia. "O objectivo agora será "um processo de imigração selectiva", que acelere os vistos dos mais "qualificados", mas limite a entrada dos mais pobres, como os haitianos e outros imigrantes que se têm acumulado nas fronteiras da Amazónia. Tecnologia e pessoas"É preciso definir até onde irá a nossa generosidade", ressalvou Paes de Barros. "Como vamos contribuir para aliviar a pobreza do mundo e absorver essas pessoas. Solidariedade tem de ter limite e caber dentro do que o Brasil pode ajudar. "A prioridade será a drenagem de cérebros, como o ministro-chefe da SAE, Moreira Franco resume explicitamente no artigo publicado domingo: "Não se transfere [tecnologia] comprando produtos fora. É preciso drenar os cérebros. Tecnologia está na cabeça das pessoas. "No Brasil, onde o momento é de boom na construção civil e na exploração de petróleo, continua a ser grande a carência de quadros intermédios, por exemplo engenheiros. Ao mesmo tempo, muitos técnicos europeus enfrentam desemprego e falta de perspectivas. A possibilidade de serem atraídos para o Brasil é grande e os números têm comprovado o aumento destes novos imigrantes. Entre Janeiro e Setembro de 2011, o ministério brasileiro do Trabalho concedeu 51. 353 autorizações, mais um terço do que em 2010. Portugueses e espanhóis contam-se entre os mais interessados. De acordo com O Globo, os trabalhos da comissão que vai preparar a mudança da lei da imigração deverão estar prontos daqui a dois meses. Cedo de maisSegunda-feira o PÚBLICO contactou a SAE para saber mais pormenores do novo projecto junto dos responsáveis citados no jornal. Até ao fim do dia, a expectativa do gabinete de imprensa era que Paes de Barros ou o próprio ministro falassem, mas imprevistos nos voos para Brasília obrigaram a adiar o contacto para o dia seguinte. Ontem à tarde, depois de várias insistências, o gabinete de imprensa da SAE reencaminhou o PÚBLICO para o Ministério da Justiça, onde o secretário nacional Paulo Abraão seria a pessoa a ouvir. Mas este responsável estava fora, em Sevilha, e a sua assessora Bárbara Lobato disse que o Ministério da Justiça "oficialmente ainda não tem conhecimento do projecto". Contactada novamente a SAE, o assessor Marcone Gonçalves garantiu que "o projecto vai avançar" quando a comissão estiver constituída, mas que até lá os dois responsáveis que prestaram declarações ao Globo "não voltarão a falar sobre o assunto" com mais nenhum órgão de comunicação social. No decorrer deste vaivém telefónico entre vários gabinetes em Brasília, o PÚBLICO apurou que a manchete do Globo foi recebida com surpresa pelos ministérios que vão trabalhar juntos na comissão. Ou seja, os responsáveis da SAE terão anunciado cedo de mais um projecto que lhes coube idealizar, mas caberá a outros desenvolver. Com o estatuto de ministério e dependente da Presidência da República, a função da SAE é produzir políticas públicas.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave lei imigração social pobreza desemprego
Emigração para Angola: o outro lado do El Dorado
Uma nova vaga emigratória escolhe Angola como destino. É incentivada pelo Governo a fugir da crise em Portugal. Faz o percurso inverso dos que partiram nos anos 1960, chegando a um país onde a liberdade de expressão é limitada, a corrupção é endémica e as opiniões políticas ficam dentro de casa. (...)

Emigração para Angola: o outro lado do El Dorado
MINORIA(S): Migrantes Pontuação: 13 | Sentimento -0.12
DATA: 2012-02-05 | Jornal Público
SUMÁRIO: Uma nova vaga emigratória escolhe Angola como destino. É incentivada pelo Governo a fugir da crise em Portugal. Faz o percurso inverso dos que partiram nos anos 1960, chegando a um país onde a liberdade de expressão é limitada, a corrupção é endémica e as opiniões políticas ficam dentro de casa.
TEXTO: Há quem tenha visto o El Dorado, mas sublinhe que a vida em Angola está longe de ser o retrato cor-de-rosa que alguns pintam. Das dezenas de horas de conversas que tivemos ao longo dos últimos quatro meses publicamos sete histórias de portugueses que trabalham ou trabalharam num país em construção. É uma parte da fotografia que não chega à praça pública, não é a preto-e-branco e implica tomar decisões nem sempre óbvias. Da amostra de trabalhadores em diversas áreas – construção, consultoria, engenharia, ambiente ou advocacia – apenas um, apoiante do regime, não se importou de revelar a identidade. Aos outros, por razões de segurança, omitimos o nome. Porque em Angola “não há liberdade de expressão”, diz a maioria. E o medo de retaliação ainda é grande. O PÚBLICO conta a emigração em Angola pelo discurso directo de quem a conhece. Leia mais na edição deste domingo do PÚBLICO e na edição online exclusiva para assinantes.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave medo
Conselheiro na Bélgica diz que emigrante despejado na rua é caso isolado
O conselheiro para as Comunidades Portuguesas na Bélgica, Pedro Rupio, disse nesta quinta-feira que o caso do operário abandonado pelos colegas após ter tido um ataque cardíaco numa obra onde trabalhava ilegalmente é “isolado”. (...)

Conselheiro na Bélgica diz que emigrante despejado na rua é caso isolado
MINORIA(S): Migrantes Pontuação: 13 | Sentimento 0.0
DATA: 2012-02-23 | Jornal Público
SUMÁRIO: O conselheiro para as Comunidades Portuguesas na Bélgica, Pedro Rupio, disse nesta quinta-feira que o caso do operário abandonado pelos colegas após ter tido um ataque cardíaco numa obra onde trabalhava ilegalmente é “isolado”.
TEXTO: “É um caso isolado”, disse à Lusa, lamentando o ocorrido. “Felizmente, na comunidade emigrante portuguesa, a situação é bastante boa. Mesmo na construção civil, a maioria trabalha com papéis, legalmente”, salientou Rupio. O caso foi recentemente noticiado na imprensa belga e divulgado agora pelo PÚBLICO, tendo acontecido em Novembro de 2011: o emigrante, de 49 anos, desempregado, foi contratado para trabalhar clandestinamente numa obra, no feriado de 11 de Novembro. O emigrante, que vivia há 12 anos na Bélgica, sofreu um ataque cardíaco na obra e foi abandonado pelos colegas num terreno pouco frequentado, a alguns quilómetros de distância. A recente divulgação dos resultados da autópsia por jornais belgas acrescenta um pormenor mórbido, o português estava ainda vivo quando foi metido numa camioneta e morreu entre 15 minutos e uma hora depois, tendo sido largado já cadáver. Uma vez encontrado o corpo, uns dias depois, as investigações da polícia levaram as autoridades à obra onde a vítima trabalhou. Segundo fonte da embaixada portuguesa, o caso chegou aos jornais belgas pelas mãos da companheira do emigrante, que acusa o empreiteiro e o mediador que o contratou, ambos portugueses, de lhe oferecerem 10 mil euros pelo seu silêncio. A mesma fonte acrescentou que a justiça belga tem já a decorrer um processo-crime por não assistência a pessoa em perigo e ocultação de cadáver e a inspeção do trabalho abriu também um inquérito por trabalho não declarado, infrações à legislação sobre contratação de estrangeiros. A embaixada pôs o serviço jurídico ao serviço da companheira do emigrante, que esta declinou por já ter contratado um advogado.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave crime ataque comunidade corpo emigrante
Cavaco "surpreendido com o desemprego" espera que jovens não precisem de emigrar
O Presidente da República, Cavaco Silva, disse nesta sexta-feira ter ficado "um pouco surpreendido" com os números do desemprego apresentados na semana passada pelo Instituto Nacional de Estatística. A taxa ficou nos 14% no último trimestre de 2011. (...)

Cavaco "surpreendido com o desemprego" espera que jovens não precisem de emigrar
MINORIA(S): Migrantes Pontuação: 13 | Sentimento 0.1
DATA: 2012-02-24 | Jornal Público
SUMÁRIO: O Presidente da República, Cavaco Silva, disse nesta sexta-feira ter ficado "um pouco surpreendido" com os números do desemprego apresentados na semana passada pelo Instituto Nacional de Estatística. A taxa ficou nos 14% no último trimestre de 2011.
TEXTO: "Fiquei um pouco surpreendido", respondeu Cavaco, no Norte do país, onde está em deslocação ao abrigo do roteiro para a juventude que está a realizar, quando foi questionado sobre o desemprego, realçando a preocupação com a taxa de desemprego jovem que, segundo o INE, se cifrou em 35, 4%. Questionado se acha que a emigração dos jovens é uma solução, Cavaco respondeu: "Espero bem que não. "Sobre outros temas, Cavaco deixou por explicar, de novo, qual o “impedimento” que o impossibilitou de realizar a visita à escola artística António Arroio, em Lisboa, há precisamente uma semana. Questionado sobre o assunto, no arranque do V Roteiro para a Juventude que iniciou no Norte do país, nada disse de concreto. Cavaco Silva fala num impedimento de última hora, que não especificou, e fez questão de relembrar o seu percurso político, quase a justificar que não foi a manifestação dos estudantes o motivo pelo qual desmarcou o encontro. “Quero lembrar que fui primeiro-ministro 10 anos, que no próximo dia 9 vou já completar seis anos de Presidente da República, que disputei múltiplas eleições – até ganhei quatro com mais de 50 por cento, de que muito me honro”. “E, portanto, tenho uma experiência muito acumulada ao longo de todos estes anos em todas as situações e em todos os domínios e até para detectar aqueles sectores que podem contribuir para resolver o principal problema que temos neste momento, que é o problema do crescimento económico, do desemprego”, acrescenta. No início da sua resposta, o Presidente da República garantiu que a direcção da António Arroio foi informada desse “impedimento”. “O meu gabinete, no dia próprio, teve o cuidado de informar a direcção da escola de que o impedimento de última hora me impediu de concretizar a visita”. Notícia actualizada às 15h10: Acrescentados os quarto, quinto e sexto parágrafos.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave escola desemprego
Emigrantes vão ter de pagar aulas de português ao Estado
A medida está gerar revolta nas comunidades, dizem professores e pais, que receiam pelo futuro do ensino de português. (...)

Emigrantes vão ter de pagar aulas de português ao Estado
MINORIA(S): Migrantes Pontuação: 13 | Sentimento 0.0
DATA: 2012-03-28 | Jornal Público
SUMÁRIO: A medida está gerar revolta nas comunidades, dizem professores e pais, que receiam pelo futuro do ensino de português.
TEXTO: Os emigrantes portugueses na Europa vão passar a pagar ao Estado português 120 euros anuais por cada filho que frequente aulas de língua materna nos países de acolhimento. Estas aulas, que até agora eram gratuitas, são asseguradas pela rede oficial de ensino de português no estrangeiro, sendo os professores contratados e pagos pelo Estado português. A Constituição estabelece que incumbe ao Estado assegurar o ensino da língua portuguesa aos filhos dos emigrantes. Os sindicatos de professores no estrangeiro alertaram ontem que a medida vai precipitar o fim deste programa. "Os pais estão muito revoltados. Não pagar é um direito que lhes assiste", disse ao PÚBLICO Carlos Pato, do Sindicato dos Professores no Estrangeiro, que reside no Luxemburgo. Em declarações à Lusa, Domingos Pereira, da Comissão de Pais de Zurique, confirma: "O descontentamento é geral entre os encarregados de educação e serão muitos os que se recusarão a pagar, não tanto pelo valor em si, mas porque não é legal e não é justo". Mas este emigrante lembra também que muitos deles "têm dois ou três filhos a frequentar" estas aulas pelo que o valor das propinas será superior. Teresa Soares, secretária-geral do Sindicato dos Professores nas Comunidades Lusíadas, que reside na Alemanha, lembra que actualmente só podem abrir cursos com um mínimo de 15 alunos e que provavelmente muitos encerrarão na sequência desta medida. Tudo somado, diz Domingos Pereira, o que o Governo quer é retirar "cinco milhões de euros ao ano do bolso dos emigrantes". Segundo uma informação enviada aos encarregados de educação pelo Instituto Camões, que gere a rede, e anunciada também ontem, numa entrevista à Lusa, pelo secretário de Estado das Comunidades, José Cesário, a propina anual de 120 euros será cobrada aos alunos que têm aulas de Português fora do horário escolar, o chamado ensino paralelo. Nesta situação estão mais de metade dos cerca de 50 mil alunos que em 2010, o último ano com dados conhecidos, tinham estas aulas em países europeus. Ficam dispensados do pagamento os estudantes que têm aulas de língua portuguesa dentro dos horários escolares (ensino integrado). A maioria dos alunos frequenta o ensino básico. Na informação enviada aos encarregados de educação, o IC indica que "o processo de qualificação das aprendizagens dos alunos requer mais meios para a produção de recursos educativos, avaliação, provas de certificação e formação de professores" e que, por isso, "requer a cooperação dos encarregados de educação". O pagamento da propina anual "dará direito à certificação e aos manuais", acrescenta-se. Na entrevista à Lusa, José Cesário disse que este valor "é praticamente o preço do livro". Teresa Soares desmente: "Os livros custam cerca de 20 euros".
REFERÊNCIAS:
"Há dezenas de médicos a emigrar por causa das medidas do Governo"
Depois dos cortes nos salários e subsídios, os médicos confrontam-se agora com contratos de prestação de serviços mal pagos que levaram ao limite a indignação da classe. O bastonário diz que a greve era inevitável. E irreversível. (...)

"Há dezenas de médicos a emigrar por causa das medidas do Governo"
MINORIA(S): Migrantes Pontuação: 13 | Sentimento 0.0
DATA: 2012-07-07 | Jornal Público
SUMÁRIO: Depois dos cortes nos salários e subsídios, os médicos confrontam-se agora com contratos de prestação de serviços mal pagos que levaram ao limite a indignação da classe. O bastonário diz que a greve era inevitável. E irreversível.
TEXTO: Há ano e meio à frente da Ordem dos Médicos, José Manuel Silva, 52 anos, tem assumido a primeira linha da contestação às políticas do Governo no sector da Saúde. Acusa o actual elenco de estar a tomar "decisões particularmente gravosas" que põem em causa o Serviço Nacional de Saúde. E aliou-se aos sindicatos na mobilização para a greve de dois dias na próxima semana, a primeira em muitos anos no sector. A paciência, avisa, esgotou-se. Por que decidiu a Ordem dos Médicos participar activamente na mobilização para a greve da próxima semana?Perante a decisão dos sindicatos, a Ordem poderia alhear-se ou dar atenção ao processo. E nós consideramos que o momento da Saúde em Portugal é tão grave que tínhamos a obrigação de, no cumprimento das funções delegadas pelo Estado, defender a qualidade do Serviço Nacional de Saúde [SNS] e da prestação de cuidados aos doentes. Mas essa não é uma competência dos sindicatos?Todas as organizações médicas estão envolvidas e não há nenhuma que não tenha manifestado a sua adesão à greve. A Ordem, por ter uma visibilidade diferente, tem apenas mais impacto público. O que está a levar hoje ao descontentamento dos médicos?Penso que as últimas notícias sobre a contratação de enfermeiros e nutricionistas permitem perceber com mais facilidade o que se está a passar, e que é um dos aspectos que motivaram a convocação da greve pelos sindicatos. É apenas um, num total de 19: o primeiro é a defesa do SNS e da qualidade da medicina portuguesa. Mas se contratarmos profissionais de saúde com um vencimento inferior ao de uma empregada doméstica, toda a gente percebe que assim é impossível manter a qualidade do SNS. Os portugueses já têm dificuldade de acesso aos médicos e estes estão a emigrar. E obviamente que medidas como a desvalorização dos salários só vão aumentar o fluxo migratório dos médicos. Estamos a falar de técnicos altamente especializados, e outros países europeus têm vindo a Portugal activamente contratar médicos portugueses. É um erro estratégico em termos económicos e de saúde. É preciso criar condições aos profissionais de saúde para se fixarem em Portugal e servirem os doentes portugueses. E isto não está a acontecer com este Governo. Sabe quantos já emigraram?Não temos estatísticas, mas estão a emigrar às dezenas. E cada vez mais. Os jovens que estão a terminar os cursos começam a procurar activamente vias profissionais na Europa, Estados Unidos, Austrália, Canadá, até para fazerem a especialidade. Esta era uma realidade que não acontecia, excepto em situações pontuais. E agora está-se a transformar numa realidade diária. Na actual conjuntura do país, acha que o Governo pode dar outras condições aos médicos?Temos de definir qual a estratégia que queremos para o país. Se queremos uma desvalorização salarial excepcional, que vai pôr em causa as condições de trabalho e obrigar os jovens a emigrar cada vez mais, ou se as opções devem ser outras. Tal como muitos disseram há um ano, a estratégia baseada na desvalorização salarial e no aumento de impostos só conduz ao desastre. Qual era a alternativa?Temos de mudar a estratégia do país. E eu ainda não vi a cultura de governação que levou o país à bancarrota ser modificada. Temos agora alguns pequenos processos de combate à fraude e à corrupção, mas a verdadeira fraude, e a promiscuidade entre economia, política e banca, nada disso foi modificado. Os factores que nos levaram à situação actual claramente não foram corrigidos. A sociedade portuguesa tem de se mobilizar.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave cultura doméstica