Coreia do Norte confirma presença nos Jogos Asiáticos na Coreia do Sul
É a primeira vez, em mais de uma década, que Pyongyang participará num grande evento desportivo realizado no sul da península, numa altura de tensão entre ambos os países nas águas do Mar Amarelo. (...)

Coreia do Norte confirma presença nos Jogos Asiáticos na Coreia do Sul
MINORIA(S): Asiáticos Pontuação: 13 | Sentimento 0.0
DATA: 2014-05-24 | Jornal Público
SUMÁRIO: É a primeira vez, em mais de uma década, que Pyongyang participará num grande evento desportivo realizado no sul da península, numa altura de tensão entre ambos os países nas águas do Mar Amarelo.
TEXTO: A Coreia do Norte anunciou esta sexta-feira a participação nos próximos Jogos Asiáticos, o maior acontecimento desportivo do continente e que decorrerá este ano na Coreia do Sul, apesar dos conflitos nas águas da fronteira entre ambos os países. "O Comité Olímpico da Coreia do Norte decidiu enviar atletas aos Jogos Asiáticos, os quais terão lugar na cidade portuária de Incheon, na Coreia do Sul". Foi com este breve despacho que a Agência noticiosa norte-coreana (KCNA) deu, esta sexta-feira, a sua bênção aos Jogos Asiáticos. Um país “guiado pela ideia de paz, união e amizade”, como acrescentou ainda o Comité Olímpico, e o único dos 45 estados-membros da Ásia que não se tinha inscrito no grande evento desportivo do continente. Através do Conselho Olímpico Asiático (OCA) e do Comité Olímpico Internacional (COI), as autoridades desportivas sul-coreanas realizaram esforços diplomáticos para uma participação da Coreia do Norte. “Damos as boas-vindas à participação da Coreia do Norte e esperamos que forneça uma oportunidade para ajudar à reconciliação de ambas as Coreias”, comunicou a organização em Incheon. “Será a oportunidade para realizar os Jogos Asiáticos perfeitos, com todos os 45 membros do Conselho Olímpico Asiático em acção, o que vai contribuir para a paz na Ásia e o desenvolvimento do desporto na região”, concluiu. O anúncio da participação norte-coreana no grande evento multidesportivo asiático surge na sequência dos conflitos de que as águas da fronteira do norte e sul da península têm sido palco, nos últimos meses. Pyongyang não reconhece a Linha Limite do Norte, traçado da fronteira marítima do Mar Amarelo, definida pela ONU após a guerra da Coreia, entre 1950 e 1953. Na quinta-feira, o ministério da defesa da Coreia do Sul acusou o Norte de disparar tiros de artilharia muito perto de um navio de patrulha sul-coreano, ao sul da fronteira do Mar Amarelo. Pyongyang apelidou esta sexta-feira a acusação de “pura invenção”, enquanto Seul respondeu com “mentira descarada”. “O anúncio da Coreia do Norte vai desempenhar um papel positivo em acalmar as tensões na fronteira”, explicou Yang Moo-Jin, professor da Universidade de Estudos da Coreia do Norte, em Seul. Em declarações ao South China Morning Post, Yang acrescenta que “este gesto reflecte a vontade do Norte em cooperar com o Sul em questões não militares, embora Pyongyang deva manter uma postura dura em relação a assuntos de segurança”. Esta será a terceira vez que a Coreia do Sul organizará os Jogos. Pyongyang boicotou a edição de 1986, em Seul, mas enviou atletas à cidade portuária de Busan, em 2002, num momento de menor tensão entre as duas Coreias. As Coreias participaram como uma só nação pela última vez numa prova no Campeonato do Mundo de Ténis de Mesa, em 1991, no Japão, onde conquistaram o título feminino por equipas. Na abertura de cerimónia dos Jogos Olímpicos de Sydney, em 2000, e Atenas, em 2004, ambos os países marcharam sobre uma unificada bandeira coreana, tal como nos Jogos Olímpicos de Inverno, em 2006, e nos Jogos Asiáticos de Inverno de 2007. Desde então, e com a deterioração das relações inter-Coreias, intercâmbios desportivos entre ambos os países praticamente terminaram e nenhuma marcha conjunta num evento multidesportivo internacional foi novamente realizada. Em Julho do último ano, a equipa feminina de futebol da Coreia do Norte competiu na Coreia do Sul e conquistou o Campeonato de Futebol do Este-Asiático, enquanto halterofilistas da Coreia do Sul participaram numa competição em Pyongyang, a convite da Coreia do Norte. Oficiais sul-coreanos estão a tentar conceber uma delegação das Coreias unificadas para os Jogos Mundiais Universitários de 2015, formalmente conhecidos como Universiade, a decorrerem em Gwangju, cidade a 330 quilómetros de Seul. Por enquanto, Pyongyang terá até dia 20 de Junho para informar a organização sul-coreana do tamanho da delegação que enviará aos próximos Jogos Asiáticos, competição agendada de 19 de Setembro a 4 de Outubro, que inclui 35 modalidades, 28 das quais olímpicas, e que se celebra de quatro em quatro anos. Texto editado por Nuno Sousa
REFERÊNCIAS:
Entidades ONU
Economia chinesa cresceu mais de 10 por cento em 2010
A China anunciou hoje um crescimento de 10,3 por cento no ano passado, o que reforça o novo estatuto de Pequim como segunda potência económica mundial, mas mantêm-se os receios por causa da inflação. (...)

Economia chinesa cresceu mais de 10 por cento em 2010
MINORIA(S): Asiáticos Pontuação: 13 | Sentimento 0.25
DATA: 2011-02-14 | Jornal Público
SUMÁRIO: A China anunciou hoje um crescimento de 10,3 por cento no ano passado, o que reforça o novo estatuto de Pequim como segunda potência económica mundial, mas mantêm-se os receios por causa da inflação.
TEXTO: As autoridades chinesas admitem que a meta de três por cento definida pelo Governo foi ultrapassada, com os preços a subirem 3, 3 por cento no ano passado, mas salientaram hoje que estão determinadas a controlar a inflação. O preço dos alimentos, o factor que mais pesa na inflação, registou por seu turno uma subida de 7, 2 por cento ao longo do ano passado. Em causa está a estabilidade social dentro do país. A inflação continua a ser um motivo de preocupações para o regime de Pequim, apesar de em Dezembro se ter registado uma desaceleração da subida de preços para 4, 6 por cento em termos homólogos, face a 5, 1 por cento no mês anterior. Neste momento, o regime liderado por Hun Jintao admite aliás recorrer ao controlo administrativo de preços, se tal se mostrar necessário. O governo já anunciou que pretende aplicar uma política monetária "prudente" em 2011. "temos absoluta confiança de que iremos controlar os níveis de preços em 2011", disse hoje o comissário do gabinete nacional de estatísticas, Ma Jiantang, citado pelo Financial Times. O mesmo responsável acrescentou que sete anos seguidos de boas colheitas significam que os preços dos alimentos irão manter-se controlados. Na expectativa de uma nova subida das taxas de juro ou das taxas de reservas obrigatórias dos bancos na China, as bolsas asiáticas ontem ao final do dia estavam em quebra, com Tóquio a descer 1, 13 por cento e Hong Kong 1, 7 por cento, enquanto Xangai descia 2, 92 por cento. Ao longo do último ano, o rácio de reservas que os bancos controlados pelo Estado chinês são obrigados a manter face aos empréstimos aumentou sete vezes, a última das quais no passado dia 14. Nos últimos meses, o banco central aumentou também por duas vezes as taxas de juro, recorda o The New York Times. A China não registava um crescimento económico tão elevado desde há três anos, em 2007, quando o PIB teve um aumento de 14, 2 por cento. Em 2010, o crescimento do PIB acelerou ligeiramente no quarto trimestre, de 9, 6 por cento no terceiro para 9, 8 por cento no final do ano, indicou o gabinete nacional de estatísticas chinês. No segundo e terceiro trimestres do ano passado, o país já tinha ultrapassado o crescimento japonês e os dados avançados quanto ao quarto trimestre deverão confirmar que o mesmo sucedeu, o que permite à China afirmar-se como a segunda maior economia mundial, a seguir aos EUA. Em 2010, o PIB totalizou 39. 798 mil milhões de yuans (4. 489 mil milhões de euros), segundo os dados preliminares hoje publicados. “2010 foi certamente o ano em que a China ultrapassou o Japão para se transformar na segunda economia mundial”, declarou um analista do Bank of América – Merril Lynch, numa nota de research citada pela AFP. Notícia actualizada às 9h50
REFERÊNCIAS:
Entidades EUA
Colep assina parceria com líder asiático de produção de bens de consumo
A Colep, empresa de embalagens do Grupo RAR, acaba de estabelecer uma parceria com a One Asia, uma rede que agrega três empresas de produção de bens de consumo e que lidera o sector no mercado asiático. A aliança entre o grupo nacional, que é líder europeu e brasileiro na área de contract manufacturing (embalagens no ponto de produção) e a One Asia “permite que as organizações se apresentem como uma plataforma de abastecimento global, capaz de agilizar a introdução de novos produtos no mercado”, refere a empresa em comunicado. O acordo prevê ainda a gestão global de projectos, a partilha de conhecimento, Inovação... (etc.)

Colep assina parceria com líder asiático de produção de bens de consumo
MINORIA(S): Asiáticos Pontuação: 13 | Sentimento 0.0
DATA: 2013-09-16 | Jornal Público
TEXTO: A Colep, empresa de embalagens do Grupo RAR, acaba de estabelecer uma parceria com a One Asia, uma rede que agrega três empresas de produção de bens de consumo e que lidera o sector no mercado asiático. A aliança entre o grupo nacional, que é líder europeu e brasileiro na área de contract manufacturing (embalagens no ponto de produção) e a One Asia “permite que as organizações se apresentem como uma plataforma de abastecimento global, capaz de agilizar a introdução de novos produtos no mercado”, refere a empresa em comunicado. O acordo prevê ainda a gestão global de projectos, a partilha de conhecimento, Inovação e tecnologia. “Esperamos desenvolver os diferentes segmentos de negócio, com especial destaque para a área de outsourcing de produtos de grande consumo”, explica Vítor Neves, CEO da Colep. O gestor explica acrescenta que “é expectável que surjam também oportunidades de desenvolvimento dos negócios de embalagens e de especialidades farmacêuticas”. Com um volume de negócios de 543 milhões de euros, a Colep emprega cerca de 3 600 colaboradores em Portugal, Alemanha, Brasil, Espanha, Polónia e Reino Unido. Constituída pela Daizo Corporation Japan, Pax Austrália e Asian Aerosol OAN of Índia, a One Asia é a maior rede de produção de aerossóis e de componentes líquidos do mercado asiático. A One Asia conta com cerca de 2. 800 colaboradores, detém cinco unidades industriais na Austrália, no Japão, na China, na Tailândia e na Índia e registou um volume de negócios de 339 milhões de euros, em 2012.
REFERÊNCIAS:
Étnia Asiático
Devemos imitar os tigres asiáticos?
A pergunta de Manuel Rufino (Faro):A maioria dos Países ricos e evoluídos da União Europeia não se cansa de enaltecer o desenvolvimento económico espectacular de outros País, designadamente da Ásia. Porém, esquecem-se esses Países que estas economias crescem, muitas vezes, à custa de grandes desigualdades sociais, onde uma grande parte da população vive na pobreza extrema, a braços com a fome e a doença. Acha que Portugal pode aspirar a ser um País economicamente forte, preocupando-se, numa primeira fase, exclusivamente com o crescimento económico e deixando as preocupações sociais para uma fase posterior?A respo... (etc.)

Devemos imitar os tigres asiáticos?
MINORIA(S): Asiáticos Pontuação: 13 | Sentimento 0.0
DATA: 2006-08-30 | Jornal Público
URL: https://arquivo.pt/wayback/20060830232551/http://www.publico.clix.pt/shownews.asp?id=1263410
TEXTO: A pergunta de Manuel Rufino (Faro):A maioria dos Países ricos e evoluídos da União Europeia não se cansa de enaltecer o desenvolvimento económico espectacular de outros País, designadamente da Ásia. Porém, esquecem-se esses Países que estas economias crescem, muitas vezes, à custa de grandes desigualdades sociais, onde uma grande parte da população vive na pobreza extrema, a braços com a fome e a doença. Acha que Portugal pode aspirar a ser um País economicamente forte, preocupando-se, numa primeira fase, exclusivamente com o crescimento económico e deixando as preocupações sociais para uma fase posterior?A resposta de Carlos Zorrinho:Penso que não. O grande desafio para os Países e os territórios é cada vez mais a sustentabilidade do seu modelo económico e a capacidade de conjugar coesão e competitividade como motores de crescimento. Essa é aliás a ambição da Estratégia de Lisboa que visa dotar a Europa dum modelo competitivo de sucesso à escala global, sem prescindir da perspectiva social e ambientalmente responsável que faz parte do seu repositório de valores e de práticas. Esta opção implica uma aposta determinada na economia do conhecimento e na criação de valor baseado na capacidade de inovar. É essa a aposta que Portugal tem que assumir e está a assumir, reflectida designadamente no Programa Nacional de Acção para o Crescimento e o Emprego (PNACE 2005/2008) , no Plano Tecnológico ou na Estratégia Nacional de Desenvolvimento Sustentável em período de discussão pública até 15 de Setembro. No quadro do Pacto de Estabilidade e Crescimento e tendo em conta as restrições que dele decorrem para o financiamento das políticas públicas, a modernização do Estado Social ou a melhoria da eficiência dos sistemas produtivos em Portugal depende em larga medida da capacidade que o País tiver para crescer e criar riqueza. Esse modelo de crescimento no entanto não pode e não deve ser um modelo que agrave assimetrias e promova ainda maiores assimetrias sociais, económicas e territoriais. Essa é hoje a prova dos nove para a avaliação das políticas económicas. Se forem políticas em que a competitividade exige cedências na coesão social e na sustentabilidade ambiental então isso significa que ainda não foi atingido o patamar da economia baseada no conhecimento, na tecnologia e na inovação. Em síntese, penso que Portugal pode aspirar a ser um país economicamente forte, mas o caminho para isso não é copiar os modelos dos tigres asiáticos, mas antes inspirar-se nos modelos de desenvolvimento de Países como a Finlândia, a Dinamarca ou a Suécia, em que a aposta nas qualificações e na inovação tecnológica permitiu conciliar crescimento e desenvolvimento sustentável. Uma inspiração que não significa cópia, mas sim adaptação contextualizada. A agenda política em Portugal é hoje bastante compatível com esta visão, mas não terá sucesso se for apenas uma agenda do governo. Terá que ser cada vez mais um desafio de toda a sociedade. É esse o desafio. Carlos Zorrinho é Coordenador Nacional da Estratégia de Lisboa e do Plano Tecnológico e Coordenador da equipa de projecto encarregue de elaborar a Estratégia Nacional de Desenvolvimento Sustentável.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave fome social doença pobreza
Pode um documentário sobre vacas mudar os nossos hábitos?
Chamam-lhe a conspiração da indústria da carne. Já exibido em Portugal, o documentário reabriu a discussão sobre a alimentação sustentável — e até já mudou hábitos. (...)

Pode um documentário sobre vacas mudar os nossos hábitos?
MINORIA(S): Animais Pontuação: 13 | Sentimento 0.0
DATA: 2015-05-01 | Jornal Público
SUMÁRIO: Chamam-lhe a conspiração da indústria da carne. Já exibido em Portugal, o documentário reabriu a discussão sobre a alimentação sustentável — e até já mudou hábitos.
TEXTO: Não tem (muitas) imagens que impressionem, ao contrário do que acontece com outros documentários que alertam para a realidade da criação de animais para consumo. São os números, apresentados em hora e meia, que mais chocam quem assiste a Cowspiracy — A Sustainability Secret. Entre tentativas falhadas de chegar à fala com associações de defesa do ambiente, entrevistados que evitam questões incómodas e especialistas que sublinham o impacto altamente nocivo da exploração pecuária intensiva para a saúde da Terra, Kip Andersen e Keegan Kuhn criaram um documentário “que incentiva as pessoas a agir, sem ser impositivo”. A análise é de Rita Silva, presidente da Animal há já 11 anos. “Tenho recebido dezenas de e-mails de pessoas, que me conhecem ou não, que depois de verem o filme ficaram mesmo mudadas, tiveram um clique”, diz. No início de Janeiro, Cowspiracy foi exibido num cinema de Lisboa, com sessão dupla. A iniciativa partiu de Rita e do apresentador de televisão João Manzarra. A primeira é amiga de um dos realizadores do filme e desde que ouviu falar dele que o queria passar em Portugal. O segundo reconheceu o impacto que ver o documentário teve na sua vida: perante milhares de seguidores nas redes sociais, Manzarra assumiu uma nova dieta baseada em produtos de origem vegetal e vendeu a participação numa petisqueira da qual era sócio, por uma questão de consciência. Sheila Teodoro foi uma das espectadoras no cinema do Saldanha Residence. Já tinha ouvido falar do filme, mas não sabia propriamente o que esperar. Como veterinária, a jovem tinha noção de algumas das consequências ambientais da agro-pecuária mas não estava preparada para os números: “Depois de ver os factos foi fácil mudar. ” Sheila, que não come carne há perto de 20 anos, abandonou de vez os derivados de origem animal e o peixe. Sente-se bem com esta mudança alimentar — “hoje em dia é tão mais fácil ser-se vegano do que era há 20 anos” —, consequência assumida dos factos revelados por Kip e Keegan. “Para mim, faz todo o sentido, sobretudo depois de saber a percentagem de emissão de gases, o gasto de água na produção de lacticínios e o impacto nos oceanos”, enumera. A mesma reacção teve Raquel Graça, designer freelancer de 30 anos: “Tu olhas para aqueles dados e pensas: tenho que fazer alguma coisa para contrariar isto. ” Assim Raquel pensou, assim o fez: a carne deixou de fazer parte da dieta, bem como o leite de vaca. Reduziu o consumo de queijos e ovos e passou a comprar aqueles cuja origem conhece, com a preocupação de optar por produtos locais — agir localmente para alcançar um impacto global. “Não sou defensora de radicalismos, apenas de agir de forma sustentável. É isso que tenho tentado fazer”, explica. Má distribuição dos alimentos produzidos“Não seria necessário todos deixarmos de comer carne. Seria, isso sim, que todos deixássemos de comer tanta carne”, defende a jovem que vive no Porto. Opinião similar tem o presidente da Quercus, Nuno Sequeira, que acrescenta outros dados à discussão. A média anual de consumo de carne está, actualmente, nos 40 quilogramas por pessoa; na década de 60 do século XX, ficava-se pelos 25. “Mais do que discutir se devemos optar por um regime exclusivamente vegetariano ou não, o documentário reitera que todos temos que fazer um esforço para alterar a nossa dieta alimentar. ”O Grupo de Estudos de Ordenamento do Território e Ambiente (GEOTA) faz saber que é “fácil concordar” com a redução de ingestão de proteínas de origem animal, mas que esta implicaria “enormes desafios”. “Será, sem dúvida, uma revolução global inevitável para a civilização humana, tal como a conhecemos, poder sobreviver. ” Até porque, de acordo com o filme, uma dieta vegetariana reflecte-se numa diminuição de 50% da pegada de carbono de cada um na Terra. Há estimativas da Organização da ONU para a Alimentação e Agricultura (FAO) que confirmam esta ideia: é produzida uma quantidade suficiente de alimentos, a nível mundial, para alimentar de forma satisfatória toda a população terrestre. São é mal distribuídos — há 1. 500 milhões de pessoas com excesso de alimentos. Podem 51% das emissões globais de gases com efeitos de estufa ter origem na pecuária e em todos os seus produtos derivados, um valor muito superior àquele que é da responsabilidade de todos os transportes combinados (13%)? Segundo dados da associação World Watch, sim. Mas para a FAO, a percentagem desce para os 18%. A discrepância pode explicar-se, sugere o presidente da Quercus, pelo facto de nas contas da FAO estar apenas considerada a produção e não o transporte, por exemplo. Portugal com elevada pegada hídricaA dupla de realizadores norte-americanos centrou-se, sobretudo, na realidade do seu país. Mas, e em Portugal? “A nossa realidade é comparável numa outra dimensão”, alega Rita Silva, concepção que o secretário-geral da Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP), Luís Mira, partilha. “A forma de alimentação dominante nos EUA é uma aberração em termos de carga calórica e de quantidade, levando aos graves problemas de obesidade que todos conhecem. Um exemplo: num restaurante americano serve-se uma costeleta com 700 gramas, o que é impensável em Portugal”, afirmou ao Expresso. Portugal é dos países europeus com maior pegada hídrica, aponta Nuno Sequeira: 80% da água consumida é para efeitos de agricultura. A nível mundial, de acordo com o documentário, um terço da água doce da Terra é gasta na indústria da carne e dos lacticínios; o valor médio da União Europeia é ainda mais elevado, chegando aos 46%. Na introdução do filme, Kip conta como Uma Verdade Inconveniente (2006), do antigo vice-presidente dos Estados Unidos Al Gore, teve um impacto impressionante na sua vida. Os dados que o Prémio Nobel da Paz de 2007 revelou fizeram com que Kip se tornasse “obcecado pelo ambiente”: passou a reciclar absolutamente tudo, a usar a bicicleta como principal transporte, a tomar duches mais curtos e a fechar a torneira na hora de lavar os dentes. Achava que estava a fazer tudo o que podia para “mudar o mundo” — afinal, parece que não. Estes gestos ajudam, claro, considera Raquel. Mas, tal como o realizador de Cowspiracy, também a jovem se apercebeu que um banho mais curto “representava uma coisa mínima”. “Isso foi mesmo o choque maior”, confessa, porque “não tinha noção dos números”: 2500 litros de água são suficientes para dois meses de banhos de chuveiro, mas apenas chegam para a produção de um hambúrguer. Ao não mencionar o impacto da pecuária nas alterações climáticas, Al Gore deixou Kip “desiludido”, que juntamente com Keegan trabalhou durante meses para perceber como o assunto está a ser tratado. Associações de defesa do ambiente de nível global recusaram-se a prestar esclarecimentos ou sequer a recebê-los. A Greenpeace — provavelmente a mais conhecida e mediática — foi uma das que declinou. Raquel sentiu-se “muito enganada”. “Tu achas que são elas que têm um papel importante em tentar mudar algumas coisas e estão é a encobrir dados, a varrer para debaixo do tapete. ”Kip e Keegan, que a meio das filmagens viram uma das fontes de financiamento retirar o apoio, recorreram a uma campanha de crowdfunding em 2014. Inicialmente pediram 54. 000 dólares (mais de 47. 600 euros), terminaram com mais de 117. 000 (cerca de 103. 500 euros). O DVD do documentário pode ser adquirido por perto de 18 euros e a visualização online não chega aos nove euros. Parte dos objectivos dos dois amigos — revelar a conspiração que acreditam existir na indústria agro-pecuária e pôr as pessoas a pensar sobre o assunto — parece ter sido alcançada.
REFERÊNCIAS:
Entidades ONU EUA
Os burros mirandeses estão em vias de extinção e tu podes apadrinhar um
Associação para o Estudo e Protecção do Gado Asinino (AEPGA) promove campanhas de apadrinhamento de burros de Miranda desde 2005. Com 30 euros por ano podes apadrinhar um deles (...)

Os burros mirandeses estão em vias de extinção e tu podes apadrinhar um
MINORIA(S): Animais Pontuação: 13 | Sentimento 0.0
DATA: 2018-12-18 | Jornal Público
SUMÁRIO: Associação para o Estudo e Protecção do Gado Asinino (AEPGA) promove campanhas de apadrinhamento de burros de Miranda desde 2005. Com 30 euros por ano podes apadrinhar um deles
TEXTO: A Associação para o Estudo e Protecção do Gado Asinino (AEPGA) está, mais uma vez, à procura de padrinhos e madrinhas para os burros de raça mirandesa que tem ao seu cuidado. O valor mínimo para apadrinhar um dos doze animais, “considerados património genético, ecológico e cultural único de Portugal” e que estão em vias de extinção, é de 30 euros por ano. Além de um certificado e de uma fotografia do "afilhado", depois do apadrinhamento é possível visitar o burro escolhido no Centro de Valorização do Burro de Miranda (CVBM), em Atenor, Miranda do Douro, sempre que quiseres, explica Joana Braga, da organização. Já se a contribuição for da parte de uma instituição ou empresa, o valor mínimo é de 250 euros. Este Natal a AEPGA voltou a disponibilizar pacotes oferta, "uma alternativa de presente" com valores entre os 35 e os 40 euros, que, além do certificado de apadrinhamento, incluem também um saco de pano e um íman de cortiça, ou um mealheiro, por exemplo. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. Os interessados podem visitar o CVBM para conhecer os diferentes animais ou aprender mais sobre as suas características — que incluem o “cognome”, a “habilidade especial” e a “peripécia do ano” — na página da associação. A inscrição é feita através de um formulário online e o pagamento deve ser efectuado por cheque ou transferência bancária. A AEPGA foi fundada em 2001 e é uma associação sem fins lucrativos para proteger e promover o burro de Miranda. A associação desenvolve estas campanhas de apadrinhamento desde 2005 com o objectivo de reunir fundos para assegurar o bem-estar dos animais ao seu cuidado. Quem contribui está a ajudar a assegurar serviços veterinários e logísticos, a apoiar todo o trabalho de campo e a patrocinar a dinamização de actividades de sensibilização e investigação da raça. Desde o primeiro ano, já se inscreveram 1200 pessoas nas campanhas de apadrinhamento que "têm tido um crescimento exponencial", garante Joana Braga.
REFERÊNCIAS:
Professores e IVA das touradas geram desacordo na "geringonça"
Bancadas apresentaram muito perto de mil propostas de alteração ao Orçamento de Estado para 2019. (...)

Professores e IVA das touradas geram desacordo na "geringonça"
MINORIA(S): Animais Pontuação: 13 | Sentimento 0.0
DATA: 2018-11-17 | Jornal Público
SUMÁRIO: Bancadas apresentaram muito perto de mil propostas de alteração ao Orçamento de Estado para 2019.
TEXTO: Entre centenas de propostas de alteração ao Orçamento do Estado (OE) para 2019 entregues há pelo menos duas que deixam adivinhar um desentendimento à esquerda: a contagem do tempo de carreira congelado à função pública (incluindo professores) e o IVA aplicado às touradas. No caso da função pública, o PCP admite como prazo máximo sete anos para que os funcionários sejam totalmente ressarcidos, nos respectivos salários, com a contagem integral do tempo de serviço das carreiras. Mas o pagamento tem de iniciar-se já em Janeiro de 2019. O BE prevê que essa recuperação se faça em cinco anos, a contar já a partir de 2019, a um ritmo a definir pelas negociações. Contudo, se as negociações falharem, essa recuperação terá de ser paga a 20% ao ano, a partir de 2019. Os trabalhadores que estejam perto da reforma podem optar pela conversão do tempo de serviço não contabilizado em antecipação da idade da reforma em termos a definir por negociação. Estas propostas entram em choque com a posição do Governo que estabeleceu a contagem de dois anos, nove meses e 18 dias em decreto-lei, mas este ainda nem sequer foi publicado em Diário da República. À direita, PSD e o CDS têm propostas idênticas sobre as carreiras da função pública e que remetem para as negociações entre Governo e sindicatos. Os dois partidos têm pedido ao Governo a divulgação de dados relativos ao impacto financeiro da contagem do tempo de serviço, mas só o CDS inscreveu essa exigência nas propostas de alteração. Com a polémica acesa entre a bancada parlamentar do PS e o próprio primeiro-ministro, o IVA a aplicar as touradas também divide a "geringonça". O PCP coloca-se ao lado do CDS e PSD ao defender o IVA reduzido a 6% para todos os espectáculos, independentemente do local onde se realizem, incluindo as touradas. O próprio PS apresentou uma proposta contra o Governo ao avançar com a redução para 6% do IVA, quando a ministra da Cultura Graça Fonseca tinha defendido a taxa em 13% para a tourada por considerar que “as civilizações evoluíram”. Já o BE discorda frontalmente e avança mesmo com a subida para a taxa máxima de 23% do IVA para os espectáculos tauromáquicos, com o argumento de que não são “forma de arte” e por isso o Estado pode dispensar-se do seu financiamento. E o PAN veio entretanto admitir repensar o seu sentido de voto favorável ao OE, se o IVA das touradas descer. O PSD propõe que, em sede de IRS, seja diferenciada a tributação das mais-valias imobiliárias em função do tempo de duração da titularidade do imóvel. Se os particulares venderem o imóvel em menos de um ano, a tributação incidirá sobre a totalidade das mais-valias e se venderem entre um e dois anos sobre 75% das mesmas. Se a venda ocorrer entre dois e 15 anos, incidirá apenas sobre 50%. Esta percentagem desce para 25% se o negócio ocorrer entre 15 e 30 anos. A partir dos 30 anos, haverá isenção sobre as mais-valias obtidas. Mantêm-se as isenções em caso de reinvestimento noutra habitação permanente e abre-se a excepção para as heranças. A proposta do BE pretende criar um novo regime de tributação das mais-valias imobiliárias que tem em conta não só o valor da compra e venda do imóvel, mas também o montante aplicado em obras de reabilitação e o tempo durante o qual se conserva a propriedade do imóvel. Os bloquistas criam um adicional para empresas e fundos imobiliários (estes últimos até aqui isentos). O PS limita-se a querer um regime especial para os maiores de 65 anos, que podem vender a sua casa e reinvestir esse dinheiro noutros produtos que não habitação, mas com algumas condições de prazos. O PSD propõe o aumento do valor que fica isento de IMT (Imposto Municipal sobre as Transmissões Onerosas de Imóveis), passando de 90 para 130 mil euros. No IMI, o PSD propõe a descida para 0, 25% do limite mínimo a cobrar pelas autarquias. O PS não faz qualquer proposta nesta área, porque tenciona tratar disso no grupo de trabalho sobre a habitação logo a seguir à aprovação final do Orçamento – ou seja, durante o mês de Dezembro. Por proposta do PS, os filhos de pais separados com guarda partilhada passarão a ter acessos para o registo de despesas no IRS específicos para cada progenitor. Para incentivar a poupança, o PS propõe que o regime fiscal para o resgate de planos de poupança reforma seja uniformizado, quer os planos sejam recebidos de uma só vez ou faseadamente. O PAN – Pessoas-Animais-Natureza propõe o alargamento da isenção do IVA de dez mil para 15 mil euros para os trabalhadores sem contabilidade organizada para efeitos do IRS (recibos verdes) ou IRC (empresas em nome individual). O PS propõe que os donativos em dinheiro ou género aos comités olímpico e paralímpico ou a entidades desportivas com estatuto de utilidade pública fiquem isentos de IVA em 10% do seu valor (agora é de 5%). O CDS insiste na revogação do adicional do Imposto sobre Combustíveis (ISP), o que permitiria regressar a valores de 2016. A mesma causa é agora adoptada pelo PSD em sede de OE. Depois de o Governo ter prometido a redução do adicional sobre a gasolina, o PCP admitiu estar a negociar com o Governo em torno destas matérias, mas prefere esperar pela publicação da portaria. O PCP e o BE propuseram a redução do IVA para 6% na electricidade da potência contratada até 6, 9kw. É uma questão que nenhuma das duas bancadas dá como fechada e que ainda pode ter desenvolvimentos até ao final do processo orçamental. O OE prevê que a propina máxima no ensino superior passe a ter o valor de dois Indexantes dos Apoios Sociais (IAS), fixando-se nos 856 euros, uma queda de mais de 200 euros relativamente ao valor actual. A medida foi negociada pelo BE, mas à direita não é pacífica. O PSD e o CDS estão contra, mas divergem na solução: os sociais-democratas preferem aplicar o montante relativo à redução de propinas na construção de residências universitárias, enquanto os centristas querem canalizar a mesma verba para as bolsas, permitindo o aumento do número de alunos carenciados com apoio. Os socialistas estão dispostos a corrigir o valor para a elegibilidade dos alunos do ensino superior para continuarem a ter direito a bolsas apesar da redução das propinas, propõem o aumento das bolsas para as regiões do interior e de baixa densidade (de 1500 para 1700). O PEV conseguiu compromisso da criação de mais de 100 salas na educação pré-escolar. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. A criação de uma taxa municipal para a protecção civil está condenada. Depois de PSD, CDS e BE terem anunciado que votaram contra, o PCP veio juntar-se, o que implica o chumbo da medida que serviria para financiar a protecção civil. Como contraproposta, os comunistas vão apresentar uma medida para que as receitas provenientes dos prémios de seguro possam assegurar o financiamento das câmaras municipais para que cumpram as competências que lhes estão atribuídas na protecção civil. O PS quer que os municípios possam contrair empréstimos para aquisição da participação que privados tenham em empresas semipúblicas municipais desde que seja para passarem a deter uma participação qualificada.
REFERÊNCIAS:
Partidos PS PAN PSD PCP BE PEV
Poupança entre bruxas e touros
A actual taxa da poupança atingiu mínimos históricos, estando actualmente em 4,4% do rendimento disponível. (...)

Poupança entre bruxas e touros
MINORIA(S): Animais Pontuação: 13 | Sentimento 0.0
DATA: 2019-03-14 | Jornal Público
SUMÁRIO: A actual taxa da poupança atingiu mínimos históricos, estando actualmente em 4,4% do rendimento disponível.
TEXTO: Em todos os dias há sempre um dia mundial, internacional ou nacional de qualquer coisa. A procura já excede a oferta dos 365 dias. A proliferação destes dias celebratórios tem até o mesmo efeito da inflação em relação à moeda: de tanto excesso, desvaloriza-se o valor e a forma superioriza-se ao conteúdo. Vem isto a propósito do Dia Mundial da Poupança – não sei se em vias de extinção, não o dia, mas a poupança – que ocorre em 31 de Outubro. O curioso é que, de há anos a esta parte, este dia coincide com o Dia das Bruxas, mais conhecido pelo termo inglês Halloween, importado da tradição americana e britânica e, por sua vez, herdado dos druidas celtas. O Halloween vai ganhando mais notoriedade e expressão, sobretudo nas camadas jovens da população. A sociedade de consumo agradece mais esta oportunidade a juntar à série infindável de dias disto ou daquilo que sempre movimentam bens, serviços e dinheiro. As cucurbitáceas abóboras sentir-se-ão socialmente promovidas, olhando, com algum desdém, para as flores (inchadas no preçário) que se depositam, no Dia dos Finados, junto dos que já partiram. CITAÇÃO: “Não criarás prosperidade se desestimulares a poupança” (Abraham Lincoln, 1809-65)METÁFORA: Fez um discurso muito poupado. Estava sempre a dizer idem aspasPARANOMÁSIA: Aquela pança precisa de poupança na papançaCATACRESE: Pé-de-meiaOXÍMORO: Amendoins valiososEm suma, convergem no dia 31 de Outubro o tímido elogio da poupança e o avassalador corrupio do consumo. A primeira que anda pelas ruas da amargura, o segundo que se estabeleceu urbi et orbi, mesmo que, para tal, se apele ao endividamento que mais não é que poupança negativa. Como na senha do Halloween, o dilema da actualidade é, alegoricamente, “doce ou travessura”. . . O assunto da poupança – que nesta coluna já tratei – é um dos mais decisivos para o nosso futuro e para uma saudável equidade intergeracional, mas que, tal qual a demografia, é negligenciado pelas autoridades políticas e secundarizado pelos media. Cactos e suculentasPor falar em poupança, escolho hoje para esta secção botânica plantas que fazem da reserva alimentar o seu modo de vida. Refiro-me às cactáceas e às suculentas. Todo o cacto é uma planta suculenta, mas nem toda a suculenta é um cacto. A sua principal distinção à vista desarmada consiste nos pequenos círculos salientes de onde nascem rebentos, espinhos, pêlos e flores que os cactos possuem e as outras suculentas não têm. Ambas têm uma notável capacidade de sobrevivência e de reprodução em ambiente de carência acentuada de água e humidade e de temperaturas diurnas bastante elevadas. Para tal, armazenam água sobretudo nas raízes e caule. Além disso, possuem uma textura espessa e algo cerosa, pelo que perdem pouca água e mantêm-se hidratadas por mais tempo. Muitos cactos exibem, ainda que com curta duração, expressivas e cromáticas flores. Os espinhos também os protegem da acção dos animais. Na foto, um dos mais vulgares e populares cactos Opuntia ficus-indica (figueira-da-Índia ou piteira), sobretudo no Algarve e Alentejo, e cujo fruto – depois de retirados os espinhos – é comestível. O certo é que a actual taxa da poupança atingiu mínimos históricos, estando actualmente em 4, 4% do rendimento disponível. Este valor é menos de metade da taxa média na União Europeia (12, 1%), já de si significativamente diminuta. A nossa taxa que, outrora, já atingiu valores bem superiores a 20%, tem vindo a cair ano após ano. Era de 11% em 2009, e nos últimos três anos desceu de 5, 3% para 5, 1% e agora 4, 4%, ainda que, em parte, resulte da fase de recuperação de decisões adiadas quanto à aquisição de bens duradouros, como automóveis e electrodomésticos. Vários factores têm contribuído para esta preocupante tendência. Refiro-me, em primeiro lugar, à escassa educação para a poupança, que tende mesmo a ser irrelevante nas gerações mais novas, bem como à débil cultura previdencial, particularmente preocupante num tempo em que as expectativas quanto à evolução da Segurança Social e do seu sistema de pensões são mais baixas. Também a política de expansão monetária protagonizada pelo Banco Central Europeu, que tem induzido uma ideia de “dinheiro fácil”, está a estrangular o aforro das famílias que praticamente tem uma remuneração igual ou próxima de zero, seja no sistema bancário, seja agora mais acentuadamente em produtos de poupança disponibilizados pelo Tesouro (que somam já 15% do total da dívida pública). A taxa média de juro para depósitos de um ano é, actualmente, de 0, 1%, antes de impostos!Como afirmou o SE do Tesouro Mourinho Félix, “uma baixa taxa de poupança deixa as famílias mais vulneráveis para os chamados ´dias chuvosos´, seja por uma redução dos rendimentos, como se verifica em situações de desemprego, doença ou na idade da reforma, seja por um aumento das suas despesas”. Acontece, porém, que o próprio Estado tem contribuído para desvalorizar o valor económico, social e familiar do aforro. Basta verificar o agravamento em 40% (oito pontos percentuais) da taxa liberatória do IRS sobre depósitos e obrigações que era de 20% há dez anos, mas que foi sujeita a quatro aumentos (para 21, 5%, depois para 25%, a seguir para 26, 5%, fixando-se em 28%), sem que tenha havido uma contestação política e cívica à altura, como acontece com aspectos orçamentais bem menos determinantes. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. Acresce que com taxas de remuneração da poupança bem inferiores à taxa de inflação, o IRS acaba por, em termos reais, atingir o próprio capital, assim se transformando parcialmente um imposto sobre o rendimento num tributo sobre o próprio património. Como pude ler num excelente trabalho na revista da Deco Proteste Investe, trata-se de uma tributação que é a mais alta na Europa e que incide cegamente sobre as poupanças, independentemente do seu valor e da sua natureza. Bem superior à taxa na vizinha Espanha (19%) e sem paralelo com a tributação belga que isenta de imposto os juros das poupanças até um valor anual de 960 euros. Perante um OE 2019 que praticamente ignora a poupança, bom seria que este tema fosse recuperado na discussão na especialidade, devidamente escrutinado e votado de modo a reduzir este brutal contra-incentivo ao aforro, em vez de assanhadas “iniciativas civilizacionais”, com tourada ou sem ela, do solitário PAN e de certa esquerda (mas não toda), armados em polícias talibã de gostos e costumes. Ou será que quem poupa nem um touro vale?
REFERÊNCIAS:
Partidos PAN
Cavalo Lusitano: Terra de puro sangue
O Campino tem pêlo castanho-escuro, 27 anos e uma vida plena. Filho do Maravilha, nasceu aqui mesmo, na Herdade de Muge, da Casa Cadaval, galopou pelo mundo e voltou, para este estábulo onde é mantido com gratidão, apesar da idade, ao lado do Burundi, outro garanhão do seu tempo. (...)

Cavalo Lusitano: Terra de puro sangue
MINORIA(S): Animais Pontuação: 13 | Sentimento 0.214
DATA: 2010-09-29 | Jornal Público
SUMÁRIO: O Campino tem pêlo castanho-escuro, 27 anos e uma vida plena. Filho do Maravilha, nasceu aqui mesmo, na Herdade de Muge, da Casa Cadaval, galopou pelo mundo e voltou, para este estábulo onde é mantido com gratidão, apesar da idade, ao lado do Burundi, outro garanhão do seu tempo.
TEXTO: O Campino tem tudo o que um Puro Sangue Lusitano deve ter: porte, funcionalidade, beleza, docilidade, coragem e carácter. Ainda jovem, foi vendido ao toureiro David Ribeiro Telles, que o treinou e usou na lide tauromáquica. Foi o início de uma carreira brilhante. Na arena, emocionou um brasileiro, António de Toledo Mendes Pereira, proprietário da Fazenda Barra do Tietê, em Castilho, que o comprou. Toni Pereira era filho de fazendeiros e apaixonado por cavalos. Fazia criação e ganhara muitos prémios, já antes dos anos 70. Trabalhava com puros-sangues ingleses e árabes até que, em 1971, veio a Portugal ver uma corrida de touros. Assistiu ao desempenho do Broquel, um cavalo branco e imponente pertencente à Coudelaria Nacional, e decidiu que o queria levar para o Brasil. O Broquel já tinha sido recusado a um aristocrata austríaco, por estar prometido ao rei de Marrocos. Mas Toni Pereira era já na altura um homem poderoso. Conseguiu uma audiência com Marcelo Caetano e convenceu o Presidente do Conselho a autorizar a venda do cavalo. Foi assim que se iniciou a linhagem de puros-sangues Lusitanos no Brasil. Toni Pereira criaria, em 1992, uma marca brasileira de cavalos lusitanos, a Top, para a qual se empenhou em importar garanhões portugueses. O Campino foi um deles. No Brasil, foi treinado para actividades mais sofisticadas do que o toureio: a dressage, modalidade olímpica criada pelos aristocratas europeus do Renascimento, também conhecida por "ballet equestre". Os cavalos lusitanos não foram educados para estas finesses. Mas o Campino, habituado às touradas, adaptou-se facilmente. Ganhou muitos prémios, e fecundou muitas éguas, que deram à luz outros tantos campeões. Campino foi mesmo o Puro Sangue Lusitano que mais prémios ganhou no Brasil. Um dia, no ano de 2002, quando o Campino já era demasiado velho para competições, Teresa Álvares Pereira de Shoenborn-Wiesentheid, condessa de Cadaval, encontrou Toni Pereira e, entre vários temas de conversa, perguntou-lhe pelo cavalo que ela própria, anos atrás, adorava montar. "Que é feito do Campino?"Toni deve ter percebido o afecto antigo nos olhos caleidoscópicos de Teresa, e respondeu-lhe apenas: "Quere-o?" A condessa queria, e o Campino foi mandado regressar. Já não tem idade para nenhuma das actividades que o tornaram famoso, excepto uma. Menos encorpado, de pelagem grisalha e expressão grave, o Campino ainda está apto para a reprodução. Enquanto for vivo, mantém intacto o seu património mais valioso: os genes. Não se pode dizer o mesmo do seu colega de estábulo, o Burundi, que na realidade já não serve para nada. Mas na Casa Cadaval não se abatem velhos heróis. Tal como o Campino, o Burundi tem direito a uma velhice tranquila, ainda que já não consiga cobrir uma égua, e portanto só dê prejuízo. A vida sexual do Campino, diga-se de passagem, também já só ocorre por via da inseminação artificial. A dele e a de toda a população equina da herdade, desde há quatro anos. É "mais seguro, mais saudável e mais higiénico", explica Miguel Bliebernicht, 32 anos, veterinário. O sémen é tratado com antibióticos e a inseminação é feita em condições ideais. Miguel tem uma clínica dentro da herdade. É um centro de reprodução chamado Embriovet, onde trabalha ele, outro veterinário e um enfermeiro. Vendem sémen para fora e alugam barrigas de égua (éguas de aluguer, não reprodutoras - uma prática cada vez mais usada). Tem a seu cargo a reprodução dos cavalos e também todos os cuidados médicos, não só dos animais da casa, mas também de outras quintas da região. Estabeleceu um acordo com Teresa, usando as instalações da propriedade, à qual presta vários serviços.
REFERÊNCIAS:
Homem morre após graves ferimentos em tourada à corda na Graciosa
Um homem de 78 anos foi colhido na Graciosa, nos Açores, durante uma tourada à corda realizada naquela ilha açoriana, tendo vindo a falecer na sequência dos graves ferimentos que apresentava, disse hoje o comandante dos bombeiros. O Comandante dos Bombeiros Voluntários de Santa Cruz da Graciosa, Carlos Melo, acrescentou à agência Lusa que, "quando a corporação foi chamada ao local, o homem ainda estava com vida", mas viria a falecer "cerca de uma hora depois, com ferimentos graves, pois tinha um pulmão perfurado e partiu um maxilar". O acidente ocorreu "na tarde de terça-feira, na vila de Santa Cruz, no lugar do ... (etc.)

Homem morre após graves ferimentos em tourada à corda na Graciosa
MINORIA(S): Animais Pontuação: 13 | Sentimento -0.33
DATA: 2013-08-14 | Jornal Público
TEXTO: Um homem de 78 anos foi colhido na Graciosa, nos Açores, durante uma tourada à corda realizada naquela ilha açoriana, tendo vindo a falecer na sequência dos graves ferimentos que apresentava, disse hoje o comandante dos bombeiros. O Comandante dos Bombeiros Voluntários de Santa Cruz da Graciosa, Carlos Melo, acrescentou à agência Lusa que, "quando a corporação foi chamada ao local, o homem ainda estava com vida", mas viria a falecer "cerca de uma hora depois, com ferimentos graves, pois tinha um pulmão perfurado e partiu um maxilar". O acidente ocorreu "na tarde de terça-feira, na vila de Santa Cruz, no lugar do Corpo Santo", segundo indicou o comandante dos Bombeiros. Além deste homem, os bombeiros transportaram um outro para o centro de saúde local por ter ficado também ferido na tourada, adiantou a fonte da corporação.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave homem corpo tourada