Fogo-de-artifício terá causado pânico e morte a milhares de aves no Arkansas
A misteriosa “chuva de aves” na noite da passagem do ano em Beebe, no Arkansas, poderá ser explicada pelo pânico que os animais sentiram durante os fogos-de-artifício, de acordo com os resultados preliminares. (...)

Fogo-de-artifício terá causado pânico e morte a milhares de aves no Arkansas
MINORIA(S): Animais Pontuação: 12 | Sentimento 0.0
DATA: 2011-01-04 | Jornal Público
SUMÁRIO: A misteriosa “chuva de aves” na noite da passagem do ano em Beebe, no Arkansas, poderá ser explicada pelo pânico que os animais sentiram durante os fogos-de-artifício, de acordo com os resultados preliminares.
TEXTO: Ainda será preciso realizar mais testes, nomeadamente à presença de substâncias tóxicas, mas o laboratório de Veterinária da Arkansas Livestock and Poultry Commission revelou ontem à noite, numa nota, que “as aves sofreram de um trauma físico intenso que levou a hemorragias internas e à morte”. Foram encontrados vários coágulos, acrescentam as autoridades. Os animais pareciam saudáveis, os pulmões, cérebro, coração, rins, intestinos e músculos apresentavam-se normais e os estômagos estavam vazios, acrescenta a nota. Não foram detectados sinais de doenças infecciosas ou crónicas. Na noite da passagem de ano, cerca das 23h30 locais, o Departamento da Polícia da pequena cidade de Beebe recebeu várias queixas relativas a aves mortas - tordos-sargentos ou pássaros-pretos-da-asa-vermelha (Agelaius phoeniceus) - que estavam a cair do céu para cima de telhados e quintais. Inicialmente, as autoridades avançaram ter encontrado mil aves mortas mas o mais recente balanço dá conta de cinco mil animais recolhidos. "Não é claro o que causou este comportamento pouco habitual nas aves. Não obstante foram registados vários episódios de ruído elevado pouco antes das aves começarem a cair do céu. Os tordos-sargentos têm fraca visão nocturna e normalmente não voam à noite", escreve em comunicado a Comissão para a Caça e Pesca no Arkansas (AGFC, sigla em inglês). Karen Rowe, ornitóloga da AGFC citada pelo "New York Times", acredita que a teoria que prevalece é a de que as aves ficaram assustadas com os fogos-de-artifício da passagem de ano e levantaram voo dos seus locais de repouso de repente, voando a baixa altitude, o que as fez colidir com chaminés, casas e árvores. "Foi uma combinação de factores, na sequência temporal certa para conduzir a este resultado", comentou. Além da Arkansas Livestock and Poultry Commission também um laboratório no Wisconsin está a fazer análises às aves. Perfil do tordo-sargento (Agelaius phoeniceus)O tordo-sargento é um passeriforme que ocorre na maior parte da América do Norte e em parte da América Central. Reproduz-se do Alasca ao Golfo do México, México e Guatemala, com populações isoladas nas Honduras e Costa Rica. A ave alimenta-se de sementes e insectos, caçando-os em pleno voo ou em plantas. No Inverno, esta espécie abandona as zonas húmidas e dirige-se aos campos agrícolas para se alimentar. Tem estatuto de Pouco Preocupante na lista da União Internacional de Conservação da Natureza (UICN). "Apesar de a tendência populacional parecer estar a diminuir, o declínio não será suficientemente rápido para se aproximar da classificação Vulnerável", informa a UICN.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave morte espécie aves
Autoridades americanas têm em mãos dez casos de mortalidade de aves ainda sem explicação
Mais de 2700 fulmares, aves marinhas parecidas com gaivotas-argênteas, apareceram mortos em Novembro passado nos estados norte-americanos da Califórnia e Oregon e ainda não se sabe porquê. Ao todo, as autoridades têm em mãos dez casos de mortalidade de aves com o diagnóstico em aberto. (...)

Autoridades americanas têm em mãos dez casos de mortalidade de aves ainda sem explicação
MINORIA(S): Animais Pontuação: 12 | Sentimento -0.01
DATA: 2011-01-05 | Jornal Público
SUMÁRIO: Mais de 2700 fulmares, aves marinhas parecidas com gaivotas-argênteas, apareceram mortos em Novembro passado nos estados norte-americanos da Califórnia e Oregon e ainda não se sabe porquê. Ao todo, as autoridades têm em mãos dez casos de mortalidade de aves com o diagnóstico em aberto.
TEXTO: Segundo um mapa do Centro de Vida Selvagem do Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS, sigla em inglês), cerca de 2750 fulmares (Fulmarus glacialis) mortos foram recolhidos de 1 de Novembro a 1 de Dezembro em Monterey, Santa Cruz, San Luis Obispo e Catsop. As razões ainda são desconhecidas. Durante 2010, aquele mapa dos Estados Unidos tem registados cem casos de mortalidade de morcegos, anfíbios e, na sua maioria, aves. O mais recente é o de Arkansas, com os seus mais de três mil tordos-sargentos. Por explicar está ainda a morte de cerca de 800 pelicanos, corvos-marinhos e gaivotas no Lago dos Bosques, no Minnesota. Os animais foram encontrados entre 29 de Julho e 6 de Agosto. Em Prairie, no Arkansas - estado onde foram encontrados os tordos-sargentos -, está ainda por esclarecer a morte de 50 patos-reais, patos-trombeteiros e piadeiras-americanas, a 9 de Dezembro. Apesar de não existirem respostas oficiais, investigadores denunciam o impacto das espécies exóticas invasoras como possível causa para algumas mortalidades de aves. Em Novembro, investigadores sugeriram que uma espécie exótica, o mexilhão-zebra - introduzido no local há dez anos - estaria a causar a morte a muitas aves no Lago Michigan. Segundo o jornal “Chicago Tribune”, este mexilhão seria o transmissor de doenças que se vieram a revelar mortais para as aves. “Ainda há muito que não sabemos. Mas uma coisa é certa: estão a morrer muitas aves que são importantes para nós”, comentou ao jornal Joe Kaplan, da organização Common Coast Research & Conservation. No Oregon, os Lagos Varner registam um crescimento em excesso da alga hidrila, espécie exótica encontrada na região há cinco anos. A situação estará a causar a morte a várias aves, como a águia-pesqueira, o galeirão e o ganso do Canadá. Susan Wilde, da Universidade de Geórgia, tem vindo a monitorizar a situação e acredita que a causa da morte são as cianobactérias presentes nas algas, noticiou o site local “Newton Citizen” em Setembro.
REFERÊNCIAS:
Mortalidade de aves em Portugal tem causas conhecidas
Bem longe da dimensão das “chuvas de aves” nos Estados Unidos, quem anda no terreno em Portugal tem visto mortalidades significativas. Pombos-bravos, garças e aves marinhas morrem devido ao mau tempo, seca e caça ilegal com fogo-de-artifício. (...)

Mortalidade de aves em Portugal tem causas conhecidas
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DATA: 2011-01-05 | Jornal Público
SUMÁRIO: Bem longe da dimensão das “chuvas de aves” nos Estados Unidos, quem anda no terreno em Portugal tem visto mortalidades significativas. Pombos-bravos, garças e aves marinhas morrem devido ao mau tempo, seca e caça ilegal com fogo-de-artifício.
TEXTO: Vítor Encarnação é ornitólogo no Instituto de Conservação da Natureza e da Biodiversidade (ICNB) desde 1976 e nunca viu nada da dimensão do que aconteceu no Arkansas e no Louisiana. Ainda assim, o coordenador da Central Nacional de Anilhagem já tem visto episódios de mortalidade de aves em Portugal, especialmente devido a condições meteorológicas mais adversas. “Quando há períodos de seca, algumas aves não se conseguem alimentar e morrem de fome”, contou ao PÚBLICO. Lembra-se, por exemplo, que “há cerca de três anos houve um caso de seca em que muitas garças-boieiras morreram de fome”. Mas não é só. É usual darem à costa 20 ou 30 aves marinhas depois de períodos prolongados de mau tempo no mar. “As aves marinhas morrem de exaustão, fome e de frio. Quando aparecem no mesmo sítio é porque ficaram presas nas redes de pesca e os pescadores atiram-nas ao mar já mortas, vindo dar à praia juntas. ” Além disso, “quando há mau tempo, na época de reprodução de garças, os pintos já não conseguem ter a protecção dos pais morrem de frio. Nestes casos verificam-se mortalidades significativas”. Estas são as causas “normais e naturais”. Mas existem outras. “Em Portugal é muito utilizado o fogo-de-artifício para a caça ilegal ao pombo”, lembrou. O que acontece é que são disparados foguetes para cima das árvores onde estão os animais a dormir. Estes “com o susto, atiram-se literalmente para o chão, fugindo na direcção oposta aos foguetes. Morrem às centenas. É um método barato e que não dá trabalho, é só apanhar os animais do chão”. Vítor Encarnação não conhece as causas das “chuvas de aves” no Arkansas e no Louisiana. “Pelas imagens que tenho visto na televisão, parece-me que talvez tenha sido uma queda de granizo, já que é um fenómeno localizado. E as aves de pequeno porte não resistem” a este tipo de situação. O especialista em aves lembra também que este Inverno tem sido muito rigoroso. “Já é natural que milhares de aves morram no Inverno. Mas quando o frio surge de repente, as aves não têm tempo de fugir e morrem de frio”. Em Portugal, se isto acontecesse, “produziria menos efeitos”, já que “a escala é diferente”. O maior bando que já viu foi um de pombos bravos, com cerca de um milhão de indivíduos.
REFERÊNCIAS:
Viagens das tartarugas-de-couro no Atlântico Sul deixaram de ser um mistério
As tartarugas-de-couro nascem nas praias do Gabão, África, e atiram-se ao Atlântico para se alimentar. Depois vivem entre 40 ou 50 anos a nadar, com incursões anuais à costa para colocar ovos, no caso de serem fêmeas. Nos últimos cinco anos uma equipa de cientistas observou as rotas e descobriu que estes répteis fazem milhares de quilómetros para três destinos diferentes. Os resultados foram publicados na revista Proceedings of the Royal Society B. (...)

Viagens das tartarugas-de-couro no Atlântico Sul deixaram de ser um mistério
MINORIA(S): Animais Pontuação: 12 | Sentimento 0.0
DATA: 2011-01-06 | Jornal Público
SUMÁRIO: As tartarugas-de-couro nascem nas praias do Gabão, África, e atiram-se ao Atlântico para se alimentar. Depois vivem entre 40 ou 50 anos a nadar, com incursões anuais à costa para colocar ovos, no caso de serem fêmeas. Nos últimos cinco anos uma equipa de cientistas observou as rotas e descobriu que estes répteis fazem milhares de quilómetros para três destinos diferentes. Os resultados foram publicados na revista Proceedings of the Royal Society B.
TEXTO: “O que mostrámos é que existem três rotas de migração definidas quando [as tartarugas] voltam para os locais de alimentação no meio do oceano, depois de se reproduzirem no Gabão”, disse citado pelo The Guardian Matthew Witt, primeiro autor do artigo, que trabalha no Centro de Ecologia e Conservação da Universidade de Exeter no Reino Unido. Segundo o investigador, os números de tartarugas a adoptar cada estratégia varia em cada ano. Esta é a primeira vez que se consegue determinar as rotas das tartarugas. No entanto, ainda existe um mistério. “Não sabemos o que influencia a escolha da rota, mas sabemos que são viagens extraordinárias – com uma das fêmeas a ser seguida durante milhares de quilómetros numa viagem em linha recta que atravessou o Atlântico”, explicou. As tartarugas-de-couro (Dermochelys coriacea) podem atingir dois metros de comprimento e terem mais de 900 quilogramas de peso. O que os investigadores propõem é que as rotas ficam definidas no início da vida das tartarugas. Quando saem dos ovos e vão para o mar, os indivíduos são pequenos e ficam submetidos às correntes marítimas. Mais cedo ou mais tarde acabam por dar com um banco de alimento. Depois, quando vão até à terra desovar, acabam por voltar a este local que conhecem. As 25 tartarugas-de-couro foram seguidas através de satélite. Cada uma tinha um transmissor nas costas com quatro baterias de lítio. Isso permitiu conhecer o rumo detalhado de cada indivíduo. Uma das tartarugas, chamada Tika, saiu a 2 de Fevereiro de 2009 da costa do Gabão e atravessou o Atlântico até à costa da América do Sul. A viagem durou seis meses com Tika a percorrer 8000 quilómetros. Perigo das redes de pescaNo artigo publicado ontem pode-se observar os mapas com as rotas das tartarugas. Uma rota é circular e situa-se no meio do Atlântico, outra dirige-se para o Brasil e a terceira vai até ao cabo da Boa Esperança, no Sul de África. As viagens atravessam sempre locais de pescas, um dos maiores perigos para esta espécie. Muitas tartarugas ficam presas nas redes e nos arpões e acabam por morrer. “Conhecermos as rotas ajudou-nos a identificar pelo menos onze nações que deveriam estar envolvidas nos esforços de conservação”, explicou Brendan Godley à AFP, último autor do artigo, que trabalha no mesmo centro de Witt. No Oceano Pacífico o desaparecimento desta espécie tem sido muito intenso devido à pesca. “Lá a população teve um enorme declínio – mais de 98 por cento [desapareceu] nos últimos 30 a 40 anos”, disse Witt. “A população aproxima-se da extinção, só existem algumas centenas de fêmeas, em vez de centenas de milhares. ” No entanto os cientistas defendem que uma mudança nas técnicas de pesca poderia evitar que as tartarugas ficassem presas. No Atlântico a situação está bastante melhor, por que os locais de ninho não estão a ser destruídos de uma forma intensa. O Gabão é um dos locais mais conservados com uma enorme população. Oitenta por cento das praias da costa onde as tartarugas desovam fazem parte de um Parque Natural, o que permite a protecção dos ninhos e o fornecimento anual de novos indivíduos à população.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave espécie extinção desaparecimento
Apreendidas presas de elefante e objectos em marfim no valor de 250 mil euros
As autoridades tailandesas anunciaram hoje a apreensão de 69 presas de elefante e quatro objectos em marfim, com origem em Moçambique. O material tem um valor de mercado de 250 mil euros. (...)

Apreendidas presas de elefante e objectos em marfim no valor de 250 mil euros
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DATA: 2011-01-06 | Jornal Público
SUMÁRIO: As autoridades tailandesas anunciaram hoje a apreensão de 69 presas de elefante e quatro objectos em marfim, com origem em Moçambique. O material tem um valor de mercado de 250 mil euros.
TEXTO: As presas foram encontradas ontem num armazém no aeroporto de Suvarnabhumi em Banguecoque em duas caixas com destino ao Laos, declaradas como bens pessoais. Mas um responsável afirmou que o marfim deveria voltar a ser importado para a Tailândia. “Eles declararam que o carregamento era destinado ao Laos para enganar as autoridades alfandegárias. Mas as presas deveriam voltar à Tailândia, atravessando a fronteira”, explicou o director-geral do serviço alfandegário Prasong Poontaneat a uma estação de televisão. Segundo a agência de notícias tailandesa, a operação de apreensão deveu-se a uma dica da CITES (convenção de 1975 sobre o comércio internacional das espécies de fauna e flora selvagens ameaçadas de extinção) que informou as autoridades de que o marfim se preparava para ser levado ilegalmente de Moçambique para a Tailândia. O marfim apreendido, com um peso total de 435 quilos, representa um valor de mercado de 250 mil euros. Ninguém foi detido porque ninguém reclamou as duas caixas. Desde 1989 que o comércio internacional de marfim está proibido pela CITES. Mas a partir de 1997, os países da África austral foram autorizados a proceder a vendas pontuais. A Ásia, nomeadamente a China e o Japão, é um dos maiores mercados do planeta para as vendas ilegais de marfim. A Tailândia posiciona-se como um local de passagem do tráfico internacional.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave extinção marfim
Pescadores são ameaçados pelo mar, mas resistem a perdê-lo de vista
Os olhos confirmam o cansaço de noites acordadas ou mal dormidas. O mar voltou a entrar nas casas dos pescadores de Esmoriz, em Ovar. Apesar de nunca terem visto o Atlântico tão furioso, muitos recusam sair do bairro. (...)

Pescadores são ameaçados pelo mar, mas resistem a perdê-lo de vista
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DATA: 2011-02-28 | Jornal Público
SUMÁRIO: Os olhos confirmam o cansaço de noites acordadas ou mal dormidas. O mar voltou a entrar nas casas dos pescadores de Esmoriz, em Ovar. Apesar de nunca terem visto o Atlântico tão furioso, muitos recusam sair do bairro.
TEXTO: A história repetiu-se, só que desta vez os personagens garantem que houve mais violência, mais água a circular pelas ruas, mais pedras caídas nas estradas, mais areia acumulada nos passeios, mais noites mal dormidas, mais chamadas para os bombeiros. Os Invernos são vividos em constante sobressalto no bairro piscatório de Esmoriz, que, se nada for feito, pode vir a desaparecer do mapa. Mas, entre os moradores, há muitos que recusam sair deste lugar onde, ano após ano, o mar lhes bate à porta sem pedir licença. Os moradores estão habituados à intempestividade do mar: têm sacos resistentes preparados para encher de areia e tampos de madeira ou metal para evitar que a água cause estragos. Nas últimas semanas, voltou a acontecer. Com mais força. Casas e estradas não foram poupadas e os habitantes não descansaram. A água inundou habitações e lojas, andou pela avenida principal, chegou a atingir 20 centímetros de altura. A humidade entranhou-se nos ossos, a névoa não ia embora e as ondas aumentavam de tamanho. Nos dias seguintes, o bairro recebeu alguns curiosos com máquinas fotográficas e perguntas como "foi você que apareceu na televisão?". Há anos que vivem ao pé do mar que foi comendo areia e agora bate nas rochas que protegem as habitações. Conhecem as marés, mas este Fevereiro está a ser mais doloroso. Luzia Silva e José Rocha moram encostados ao mar numa casa verde baptizada de "casa do Portugal dos pequeninos". Andorinhas e santos na fachada, patos e ovelhas de barro no pátio. A habitação diminuiu de tamanho quando o passeio cresceu ao nível do meio da porta que quase foi "engolida". O casal deu o jeito, ficou com uma fachada pela metade e uma porta que quase não abre e foi-se habituando a que a habitação sirva de modelo às fotografias de turistas e inquilinos do parque de campismo de Esmoriz. José não quer sair dali, mesmo com as desavenças com o mar, não quer partir. "Aqui podemos ter tudo e mais alguma coisa, num apartamento é tudo à niquinha". Ali cabe mesmo tudo: dezenas de pássaros, as canas de pescas e as armas da caça. "Temos de saber tirar partido do mar que nos dá o bem e o mal". Luzia não está muito convencida. Há 22 anos com o mar à porta, sente que perdeu saúde e está cansada de noites mal dormidas. Fazer as malas é sempre uma hipótese em aberto, mas neste momento o seu corpo pede uma cama longe de um mar violento. "O mar embirrou com a nossa casinha do Portugal dos pequeninos", diz. O casal e o filho de 17 anos foram obrigados a sair de casa porque a segurança estava em risco. Eram 2h00 e os estragos eram visíveis: casa inundada, telhas partidas. Ainda resistiram a abandonar o lar e não quiseram ser realojados num hotel. Abrigaram-se na carrinha vermelha e acompanharam as movimentações dos bombeiros até às 5h30, quando puderam regressar. Cinco dias depois, os olhos acusam o cansaço e o mar sobe mais uma vez, a meia da tarde, e passeia pela rua colada à casa. Os sacos de areia já estão preparados, a cozinha tem um barrote a meio para que as telhas não cedam. O filho decidiu dormir na casa da irmã, para não estar de olhos fechados nas aulas. "Não dá para descansar, estamos sempre preocupados", desabafa Luzia. Rosa Santos é a vizinha do lado. O mar também lhe causou estragos, mas a vontade é permanecer ali, mesmo a conviver com Invernos complicados. "Gosto muito de estar aqui. Tenho medo, mas já estamos habituados". Sente-se aconchegada na vizinhança. Rosa Santos cresceu com o mar. "Lembro-me da barraquinha de gelados na praia, de uma bomba para tirar água que havia ali e do posto marítimo mais adiante". Hoje já nada disso existe e a pouca praia que conseguiu sobreviver desaparece no Inverno.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave violência filho medo corpo
UE põe fim a sanções contra Costa do Marfim
A União Europeia anunciou, nesta sexta-feira, o fim das sanções impostas a dois grandes portos da Costa do Marfim, em Abidjan e em San Pedro, tal como o fim do embargo a duas empresas ligadas aos sectores estratégicos do petróleo e do cacau. (...)

UE põe fim a sanções contra Costa do Marfim
MINORIA(S): Animais Pontuação: 12 | Sentimento 0.0
DATA: 2011-04-09 | Jornal Público
SUMÁRIO: A União Europeia anunciou, nesta sexta-feira, o fim das sanções impostas a dois grandes portos da Costa do Marfim, em Abidjan e em San Pedro, tal como o fim do embargo a duas empresas ligadas aos sectores estratégicos do petróleo e do cacau.
TEXTO: Os 27 países da UE “decidiram acabar imediatamente com as medidas restritivas tomadas contra algumas entidades, para apoiar as autoridades legítimas da Costa do Marfim, em resposta ao seu apelo”, indica um comunicado da União. “Os portos autónomos de Abidjan e de San Pedro, a Sociedade de Refinação da Costa do Marfim e o Comité de Gestão do Comércio de Café e de Cacau foram retiradas da lista de entidades submetidas pela UE a um congelamento de bens”, adianta o texto. A decisão europeia acontece um dia depois de Alassane Ouattara, Presidente eleito da Costa do Marfim, ter pedido à UE que pusesse fim às sanções contra o país, visando a recuperação da economia apesar do impasse político causado pela recusa do rival, Laurent Gbagbo, em ceder o poder. A economia do país está praticamente paralisada desde o início da crise política que estalou depois das eleições em Novembro, entre o Presidente cessante Laurent Gbagbo e Ouattara, o Presidente reconhecido pela comunidade internacional. As sanções impostas pela União Europeia no início do ano ao regime de Gbagbo visavam forçar o Presidente a reconhecer a derrota nas eleições de Novembro.
REFERÊNCIAS:
Entidades UE
Pesquisa racista no Google Maps leva à Casa Branca
Dois dias depois da denúncia, pesquisa por palavras racistas continua a dar como resultado a residência oficial do Presidente Barack Obama. (...)

Pesquisa racista no Google Maps leva à Casa Branca
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DATA: 2015-05-21 | Jornal Público
URL: https://arquivo.pt/wayback/20150521115940/http://publico.pt/1696365
SUMÁRIO: Dois dias depois da denúncia, pesquisa por palavras racistas continua a dar como resultado a residência oficial do Presidente Barack Obama.
TEXTO: Um leitor do Washington Post denunciou o caso. Quando pesquisados os termos "nigga" ou "nigger" com "house" ou "king", que significam neste caso quando combinados em algo como “casa de pretos” ou “reino dos pretos”, em Washington, no Google Maps, o resultado dado era White House (Casa Branca). Esta quinta-feira, realizando as mesmas pesquisas, o Google Maps devolve como resultado a residência oficial do Presidente dos Estados Unidos, actualmente ocupada por Barack Obama. Numa pesquisa na manhã desta quinta-feira no Google Maps por "Washington" e pelas palavras "nigga house" ou "nigger king", em ambos os caso o resultado foi sempre "White House, 1600 Pennsylvania Ave NW, Washington, DC". Ao Washington Post, um porta-voz do Google não identificado reconheceu a gravidade do problema e lamentou que o seu serviço de mapeamento não seja impermeável a ataques racistas. “Alguns resultados inapropriados estão a surgir no Google Maps, tal não deveria acontecer e pedimos desculpa por qualquer ofensa que tenham causado”, disse a fonte, acrescentando que o motor de busca está a tentar resolver a questão. Esta quinta-feira, o problema mantinha-se depois de ter sido denunciado nas redes socias, incluindo o Twitter. The Current World We Live In pic. twitter. com/nszfSmA5Hc— Bomani X (@AceBoonCoon) May 19, 2015A decisão seguiu-se a vários ataques registados na ferramenta, um dos quais permitiu que uma imagem de um robô Android a fazer xixi sobre o logo da Apple surgisse no Map Maker do Google para assinalar uma zona de parque no Paquistão. O caso agora denunciado é um dos mais graves a ser apontado ao Google.
REFERÊNCIAS:
Tempo quinta-feira
Ataques islamistas matam dezenas de pessoas na Nigéria
Responsáveis oficiais disseram à BBC que os cadáveres se acumulam nas ruas da cidade de Baga. A maior parte das casas foram incendiadas. (...)

Ataques islamistas matam dezenas de pessoas na Nigéria
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 12 | Sentimento 0.0
DATA: 2015-01-09 | Jornal Público
SUMÁRIO: Responsáveis oficiais disseram à BBC que os cadáveres se acumulam nas ruas da cidade de Baga. A maior parte das casas foram incendiadas.
TEXTO: Dezenas de pessoas foram mortas nos últimos dois dias na cidade nigeriana de Baga, no nordeste, em ataques do grupo islamista Boko Haram. O balanço dos sucessivos ataques feitos nos últimos dias em Baga e em dezena e meia de aldeias próximas é difícil de estabelecer, segundo informações recolhidas pelas agências noticiosas. O chefe do distrito de Baga, citado pela Reuters, afirmou mesmo que foram já mortas mais de cem pessoas. Responsáveis oficiais disseram à BBC que os cadáveres se acumulam nas ruas da cidade. A maior parte das casas foram incendiadas. No sábado, os combatentes islamistas invadiram uma base militar na cidade. Milhares de pessoas fugiram para Maiduguri, capital do estado de Borno, menos de 200 quilómetros a Sul, ou para o vizinho Chade. A intensificação dos ataques do grupo islamista acontece numa altura em que decorre a campanha presidencial para as eleições de 14 de Fevereiro em que é candidato o actual chefe de Estado, Goodluck Jonathan. Só no ano passado foram mortas mais de duas mil pessoas em ataques do Boko Haram. Desde 2009 já foram mais de 13 mil.
REFERÊNCIAS:
Tempo Fevereiro
A estranha morte dos incríveis embondeiros africanos
Nove dos 13 embondeiros africanos mais velhos, com idades que rondam os dois mil anos, morreram na última década. A causa da morte ainda não é clara mas as pistas dos investigadores apontam para as alterações climáticas. (...)

A estranha morte dos incríveis embondeiros africanos
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 12 | Sentimento 0.283
DATA: 2018-07-18 | Jornal Público
SUMÁRIO: Nove dos 13 embondeiros africanos mais velhos, com idades que rondam os dois mil anos, morreram na última década. A causa da morte ainda não é clara mas as pistas dos investigadores apontam para as alterações climáticas.
TEXTO: “A morte da maioria dos maiores e mais antigos embondeiros africanos nos últimos 12 anos é um acontecimento de uma magnitude sem precedentes”, escrevem os autores de um artigo publicado na revista científica Nature Plants. A equipa de investigadores conta em apenas três páginas a história da rápida e inesperada morte de nove dos 13 mais velhos e de cinco dos seis maiores embondeiros de África. Sem conclusões sobre as causas do estranho declínio, avançam com a suspeita de um fim associado às mudanças climáticas nesta região do planeta. O embondeiro está nos livros, poesias, contos, provérbios, lendas e crenças no continente africano e fora dele. Dizem que parece estar virado ao contrário (com os seus fortes ramos a confundirem-se com uma raiz) e que é sagrado. Conta-se que serve de morada aos espíritos humanos e que a árvore simboliza a sabedoria, uma vez que nenhum homem consegue abraçá-la sozinho. A imagem de um postal de África cola-se à imponente silhueta de um embondeiro num por do Sol. A equipa de investigadores que anuncia a morte dos maiores e mais antigos embondeiros de África investigou e datou mais de 60 árvores do Norte e do Sul de África durante o período de 2005 a 2017, durante o qual procuraram exemplares muito grandes e potencialmente antigos. A datação foi feita com radiocarbono e alguns dos segredos da estranha arquitectura das árvores que assegura a sua longevidade e tamanho são descritos no artigo. Mas, escrevem, “o facto mais inesperado e intrigante é que, desde 2005, nove dos 13 espécimes mais antigos de embondeiros africanos e cinco dos seis maiores indivíduos morreram ou pelo menos as suas partes maiores e/ou mais velhas entraram em colapso e morreram. ”As inesperadas mortes, acrescentam, “não foram causadas por uma epidemia e também houve um rápido aumento nas mortes aparentemente naturais de muitos outros embondeiros maduros”. “Suspeitamos que o desaparecimento de embondeiros monumentais possa estar associado, pelo menos em parte, a modificações significativas das condições climáticas que afectam particularmente o Sul de África. No entanto, mais investigações são necessárias para apoiar ou refutar essa suposição”, concluem. Entre os vários casos detectados, a equipa destaca três histórias de três árvores: Panke, Platland e Chapman. Panke era um embondeiro considerado sagrado numa área remota de Matabelelândia Norte, no Zimbabwe. A descrição deste indivíduo inclui “um anel definido por três hastes fundidas em torno de uma falsa cavidade com uma entrada baixa” e ainda “três hastes adicionais”. Em 2010, os ramos começaram a quebrar-se e sucessivamente a colapsar e, depois, as hastes dividiram-se e tombaram uma após a outra ao longo de mais de um ano. “Recolhemos e datamos várias amostras de seus restos mortais”, dizem os investigadores no artigo, revelando que a amostra mais antiga revelou que se tratava de um exemplar com 2450 anos. Ou seja, Panke era o mais antigo embondeiro africano e morreu em 2011. Platland, também conhecido como embondeiro de Sunland, ergueu-se na província do Limpopo, na África do Sul, e “foi provavelmente o embondeiro africano mais promovido e visitado”. O mais célebre, portanto. Uma notoriedade conseguida talvez pelo impressionante “volume total de madeira de 501 metros cúbicos”. No enorme tronco encontravam-se duas estruturas em forma de anel com duas cavidades falsas interconectadas. “A maior unidade separou-se quatro vezes em 2016 e 2017 e os seus cinco caules acabaram por tombar e morreram. ”Por último, os investigadores descrevem-nos o fim de Chapman, localizado perto de Makgadikgadi (o maior lago seco salgado do mundo), no Botswana. O embondeiro baptizado com o nome do caçador sul-africano James Chapman, que visitou a árvore em 1852, tinha uma estrutura em forma de anel aberto, com seis hastes parcialmente unidas que pertenciam a três gerações, uma com 1400 anos, outra com 800 a mil anos e a terceira com 500 a 600 anos. “A 7 de Janeiro de 2016, os seis ramos de Chapman caíram ao mesmo tempo e morreram. ”Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. Num artigo publicado na revista The Atlantic, Adrian Patrut, da Universidade Babes-Bolyai, na Roménia, que catalogou estas mortes de árvores milenares não esconde a desolação: “É triste que, nas nossas curtas vidas, seja possível assistir a uma coisa destas. ”Os troncos ocos, com enormes cavidades internas, são uma das características mais distintivas dos embondeiros. Se na maioria das árvores um buraco significa doença e morte, nestas é sinal de vida com as suas enormes hastes, unidas num anel, a formar o espaço oco ano após ano. Segundo os investigadores, e apesar de ter sido uma das primeiras coisas em que pensaram, nenhuma das árvores tinha qualquer sinal de infecção. Resta o clima para culpar. Adrian Patrut refere mais especificamente que podemos estar perante o trágico resultado de “uma combinação sem precedentes de aumento de temperatura e seca no Sul da África, nos últimos dez a 15 anos”. Com menos água a cair do céu, sofreram os embondeiros que para se manterem de pé precisam absorver entre 70 e 80% de seu volume em água. Entre as muitas histórias que existem sobre o embondeiro, há uma que ameaça quem se atrever a colher uma flor desta árvore com o triste destino de ser devorado por um leão. Se se confirmarem as suspeitas dos investigadores e se a morte dos maiores e mais antigos embondeiros de África estiver ligada às alterações climáticas e sabendo que estas são em grande medida o resultado das nossas (más) acções, qual será o castigo que nos reserva?
REFERÊNCIAS: