Vincent essencial
Três anos depois de ter saído da Fortaleza do Guincho, e após uma passagem por Barbados, o chef francês Vincent Farges está de volta a Lisboa com um restaurante concentrado “no essencial” e onde promete uma “elevação sensorial” que passa por todos os sentidos. (...)

Vincent essencial
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DATA: 2018-05-28 | Jornal Público
SUMÁRIO: Três anos depois de ter saído da Fortaleza do Guincho, e após uma passagem por Barbados, o chef francês Vincent Farges está de volta a Lisboa com um restaurante concentrado “no essencial” e onde promete uma “elevação sensorial” que passa por todos os sentidos.
TEXTO: Epur, o novo restaurante do chef Vincent Farges explicado em cinco palavras — um esforço de depuração que tem tudo a ver com a filosofia do espaço, no Chiado, em Lisboa. Quando, em 2015, Vincent Farges deixou a Fortaleza do Guincho para ir para Barbados, houve uma espécie de despedida no então showroom da marca de cozinhas Bulthaup, no Chiado, Lisboa. Aí, mesmo com as malas feitas para partir, o chef francês aproveitou todas as oportunidades para falar no seu regresso, dali a uns dois anos, para abrir um restaurante em Lisboa. Agora, no mesmo espaço — totalmente transformado para receber o seu restaurante, que abre por estes dias (ainda em soft opening) — revela que no momento em que saiu do Guincho, o seu actual sócio, Pedro Mendonça, representante da Bulthaup em Portugal, já o tinha desafiado. “Quando fiz aqui o lançamento do showroom disse-lhe que era um desperdício ter um espaço destes e não fazer um restaurante. ” Pedro ouviu o conselho e tomou a decisão — o local, no Largo da Academia Nacional de Belas Artes, seria um restaurante. “Fui para Barbados já sabendo que ia voltar”, confidencia Vincent. Foi, contudo, preciso algum tempo para transferir a Bulthaup para as Amoreiras e, sobretudo, para fazer as obras de adaptação do espaço, que começaram há cerca de um ano. Desde então, Vincent tem estado a formar a equipa, “a pensar, a estudar”. E a ambição para este projecto foi crescendo. “Inicialmente era mais simples, mas depois decidimos queimar etapas, investir um pouco mais. ”O objectivo, diz, é “abrir um restaurante diferente de todos os outros”. Não quer competir com ninguém, garante. Mas não esconde que o projecto é “ambicioso e arriscado”. Foi o espaço que alimentou a ambição. “Não estava a ver fazer aqui uma coisa simples, um bistro”, afirma. “A vista pedia um grande restaurante, de fine dining, o local é perfeito para passar um momento espectacular, e não apenas do ponto de vista da gastronomia. ”A vista é (juntamente com a do vizinho Tágide) extraordinária. A entrada do restaurante faz-se pelo piso térreo, no Largo das Belas Artes, mas quando, depois de passarmos a cozinha, que conseguimos entrever, chegamos à sala de refeições, estamos ao nível de um sexto andar, olhando o rio e toda a cidade numa sala inundada de luz. A parte inferior das paredes está coberta de painéis de azulejos, alguns dos quais dos finais do século XVII, o mobiliário é de madeiras claras e linhas simples, num estilo nórdico e, propositadamente, há pouco a distrair-nos da cidade que, seja de dia ou de noite, entra pela sala. Num edifício pós-terramoto, com o sistema de gaiola nas paredes, foi preciso ter alguns cuidados, por isso a zona de refeições está dividida em três salas, uma delas interior. Mas nessa vai haver um ecrã onde serão projectadas imagens da vista da cidade, captadas por uma câmara colocada no exterior da janela — e também, em alternativa, imagens do que se passa na cozinha. É um segredo bem guardado, que só agora se revela. Vincent conta que começaram com uma página em branco, escrevendo palavras que lhes iam ocorrendo. Foram riscando o que não servia, até que chegaram ao nome: Epur. Vem da famosa frase atribuída a Galileu Galilei – Eppur si muove, traduzida como “e, no entanto, ela move-se”, que o físico e astrónomo italiano do século XVII teria dito após a sua condenação pela Inquisição, reiterando a certeza de que a Terra girava em volta do Sol. Acontece que “épurer”, em francês, a língua mãe de Vincent, significa depurar — e é precisamente isso que o chef pretende fazer. “Acabou a hotelaria, as luvas brancas, os grandes serviços de prata”, diz. “Aqui tudo o que é superficial num serviço e numa cozinha desaparece. Vamos ao que é essencial. Não há nada que esteja no prato só para ser bonito. E o mesmo acontece no serviço. ”A linha de cozinha que aperfeiçoou ao longo dos dez anos que esteve na Fortaleza do Guincho não se alterou, mas apurou-se, centrou-se no que é realmente importante. E, por outro lado, conquistou uma maior liberdade. “Não sou um cozinheiro de moda, nunca fui. No prato só vai o essencial, não são precisos milhares de sabores e extravagâncias. Isso já não faz sentido. Os clientes voltam a querer cozinha e, em Portugal, em França e no mundo inteiro, a cozinha a sério está a voltar em grande. ”A Ivity, agência responsável por desenhar o conceito do Epur, chegou a uma fórmula para resumir o que aqui vai acontecer: a depuração multiplicada pela elevação resulta numa gravitação degustativa ao quadrado. Vincent explica: “Queremos elevar todos os sentidos do cliente, desde o momento da entrada. Temos a vista, temos um isolamento acústico espectacular, com 16 colunas de som para as três salas. O toque, com a madeira das mesas, que não vão ter toalhas (a toalha é para a hotelaria). As pessoas vão receber os guardanapos que foram feitos especialmente para nós pela Abyss Habidecor, com algodão do Egipto. São espectaculares. Depois, com a comida, vem o olfacto e o gosto. É uma elevação sensorial. ”O primeiro menu que os clientes recebem também vem reduzido ao essencial: uma folha com nove pratos divididos em conjuntos de três (destes, podem escolher-se quatro, seis ou oito pratos, por, respectivamente, 90, 125 e 160€, podendo juntar-se a harmonização com vinho por mais 40, 60 ou 80€). As primeiras três palavras “definem três domínios”: água, horta, terra. A água “pode ser do mar ou da ria, com peixes ou bivalves”, a horta são “legumes da época sublimados” e a terra traz “o melhor das nossas serras”. Seguem-se os pratos principais, divididos por mar, campo e recordações, que partem das memórias dos membros da equipa, “o que a avó fazia, coisas específicas de alturas festivas, outras que gostamos de comer do tacho e que vou reproduzir em pratos fine dining, que podem ser a chanfana ou a moreia, por exemplo”. Também as sobremesas seguem a mesma lógica: chocolate, pomar e vintage, sendo esta inspirada por “o que fez a lenda na pastelaria”. Na altura do Natal pode ser uma selecção de sobremesas natalícias portuguesas “servidas de maneira a não lhes quebrar a alma”. Ou seja: “Não quero decompor o mil-folhas, quero manter o espírito de quem criou essa sobremesa. Por outro lado, posso ter sopas de cavalo cansado, que são pão e vinho e açúcar, mas em que mudo o pão para um brioche, mas mantenho a ideia original que é pôr o pão no vinho. ”Grande parte do trabalho de Vincent no último ano foi de pesquisa, percorrendo o país para encontrar produtos únicos e de qualidade excepcional. Por isso, o menu não revela logo tudo. É só depois de o cliente escolher a combinação de pratos que vai receber outro menu impresso com o que vai comer e que, sublinha o chef, pode sempre ser adaptado aos gostos, às alergias, às intolerâncias. “Vamos depender dos produtores e não o contrário. Se o produtor de porco me diz que não consegue entregar mais, tenho capacidade para mudar a carta de um dia para o outro sem precisar de imprimir tudo outra vez. Por isso, quem vem cá não sabe o que vai comer. ”É Vincent em total liberdade, com inspirações que podem vir de todo o mundo e das memórias de toda a equipa e produtos que podem ser inesperados. “Se calhar no Guincho estava um pouco mais limitado nas escolhas, não podia servir sardinhas ou cavala, produtos mais baratos mas não menos bons, a meu ver, porque os clientes tinham outra expectativa. Aqui faço o que quero, já não posso ser catalogado de cozinha francesa, porque não é, não faço cozinha portuguesa, faço cozinha. Cozinho, simplesmente. ”MaronesaInspirado por um prato clássico de tártaro de carne com ostras, Vincent opta aqui por não incluir o caviar (“não quero justificar que um prato é bom pelo uso de caviar”) e apresenta finas fatias de carne maronesa que fica em vácuo uma semana numa marinada de forte influência asiática, recheadas com daikon ralado, gengibre, molho de soja, por cima alga confitada e, por fim, a ostra escalfada a vácuo. Ao lado, uma maionese só com clara de ovo, muito azeite e a água das ostras, e alcaparras de capuchinhas avinagradas. MolejasNa base, um refogado com toucinho caseiro de porco preto, cogumelos girolles picados, cebola, alho, aipo picado, vinho branco, chispe de porco, tomate. Depois, molejas cozinhadas em manteiga noisette com sálvia e glaceadas com um jus de vitela refrescado por sumo de laranja. É acompanhado por vários legumes da estação, pequenas alcachofras, espargos selvagens, favinhas novas com azeitona galega, cebolinho e um pesto de sálvia. ChocolateParte da ideia de whisky, chalés de madeira, resina, fogo e é uma sobremesa toda construída à volta do chocolate com várias texturas: um biscuit sem farinha, um cremoso de chocolate de leite, pinhões e fava de chocolate caramelizados com flor de sal. O contraste vem com um gel de Chartreuse, digestivo feito em França com ervas da montanha, e o gelado de zimbro. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público.
REFERÊNCIAS:
Cobra de 1,70 metros encontrada numa caixa abandonada em Cascais
Imaginem o susto: abrir uma caixa de plástico abandonada numa zona urbana e encontrar lá dentro uma cobra de quase dois metros de extensão, dessas que se enrolam à sua presa e esmigalham-lhe os ossos. Foi o que aconteceu domingo a um grupo de desportistas que praticava paint ball em Alcabideche, concelho de Cascais. (...)

Cobra de 1,70 metros encontrada numa caixa abandonada em Cascais
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DATA: 2011-08-23 | Jornal Público
SUMÁRIO: Imaginem o susto: abrir uma caixa de plástico abandonada numa zona urbana e encontrar lá dentro uma cobra de quase dois metros de extensão, dessas que se enrolam à sua presa e esmigalham-lhe os ossos. Foi o que aconteceu domingo a um grupo de desportistas que praticava paint ball em Alcabideche, concelho de Cascais.
TEXTO: Uma caixa de plástico junto às instalações abandonadas de uma antiga fábrica de meias chamou-lhes a atenção. Quando um dos elementos do grupo aproximou-se do recipiente, lá estava uma enorme pitão albina (Phyton molurus bivittatus). “A pessoa deu um valente salto para trás”, contou ao PÚBLICO o sargento Marco Robalo, do Serviço de Protecção da Natureza e do Ambiente (SEPNA) da GNR, que tomou conta da ocorrência, depois de alertado através da linha SOS Ambiente. Ninguém sabe como a cobra foi lá parar. A pitão albina é uma variante da pitão-de-Burma, originária do Sul e Sudoeste asiático. Criada também em cativeiro, não é bicho que não se veja por aí, confinada. Mas não é um animal fácil de criar e manter, sobretudo quando atinge a sua dimensão adulta. A pitão de Alcabideche tem 1, 70 metros de comprimento e cerca de 15 a 20 quilos de peso, segundo o sargento Robalo. Abandonada, poderia ter-se escapado, provavelmente semeando mais sustos por onde passasse – apesar de não ser venenosa. “Foi uma atitude incosciente a de quem pôs o animal naquela caixa”, lamenta o militar da GNR. A cobra foi recolhida e entregue ontem ao Instituto da Conservação da Natureza e da Biodiversidade (ICNB). No mesmo dia, o ICNB contactou um Monte Selvagem, um parque zoológico em Lavre, no Alentejo, onde vivem 300 animais, de 70 espécies diferentes, para acolher a cobra. Colocada num espaço próximo de onde está outra cobra da mesma espécie, a pitão de Alcabideche está agora em fase de recuperação. “Não estava em boas condições, estava magra, debilitada”, afirma Ana Paula Santos, directora do Monte Selvagem. O parque zoológico costuma acolher animais abandonados ou confiscados em Portugal ou provenientes de uma organização holandesa – a AAP-Santuário Europeu de Espécies Exóticas – que trabalha sobretudo com primatas apreendidos. É daí que vem uma família de dez macacos-rabo-de-porco, uma espécie ameaçada de extinção e que agora vive no Monte Selvagem, em pleno montado alentejano. Centenas de animais comercializados ilegalmente são apreendidos todos os anos em Portugal – de 577 em 2003 a 318 em 2008. Muitos são identificados pelo SEPNA em lojas ou feiras. Serpentes não são invulgares, mas o que sobretudo aparece são espécies autóctones, que já cá vivem, como a cobra-rateira. Uma pitão como a de Alcabiche já é outra história. “É muito incomum”, diz o sargento Robalo.
REFERÊNCIAS:
A cobra pitão pode ensinar-nos a ter um coração grande e saudável
Os pitões são cobras constritoras que chegam a alimentar-se só uma vez por ano e podem comer veados. Ficam enormes, mas não é só por terem engolido outro bicho. Os órgãos também crescem. O coração aumenta 40% em três dias. Fazem isto de uma forma exímia, sem efeitos secundários, e os investigadores aprenderam o truque, testaram em ratinhos e acreditam que um dia poderá servir para tratar pessoas, mostra um estudo da Science. (...)

A cobra pitão pode ensinar-nos a ter um coração grande e saudável
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DATA: 2011-10-28 | Jornal Público
SUMÁRIO: Os pitões são cobras constritoras que chegam a alimentar-se só uma vez por ano e podem comer veados. Ficam enormes, mas não é só por terem engolido outro bicho. Os órgãos também crescem. O coração aumenta 40% em três dias. Fazem isto de uma forma exímia, sem efeitos secundários, e os investigadores aprenderam o truque, testaram em ratinhos e acreditam que um dia poderá servir para tratar pessoas, mostra um estudo da Science.
TEXTO: Há um bom crescimento do coração e um mau crescimento do coração e os pitões praticam o primeiro. Estas cobras que vivem na África e na Ásia, e podem alcançar os oito metros de comprimento, matam as presas enrolando-se e apertando-as com os seus anéis. Há vezes que ficam um ano sem se alimentar, numa espécie de torpor, mas quando engolem um animal o metabolismo dispara. “Os pitões desenvolveram uma forma de lidar com essa enorme refeição”, disse Leslie Leinwand, investigadora da Universidade do Colorado e coordenadora do estudo, durante uma entrevista publicada no podcast da Science. O metabolismo torna-se 40 vezes superior e os órgãos acompanham esta actividade. “O coração cresce enormemente num período de tempo muito curto e os tecidos são também depois digeridos num tempo muito curto”, acrescentou. Isto já era conhecido, mas a equipa descobriu mais. Descobriu que durante este pico de actividade fisiológica, o plasma sanguíneo enchia-se de várias substâncias, entre as quais ácidos gordos, numa quantidade que na maioria dos mamíferos seria altamente nocivo para o coração. Mas no Python molurus, uma espécie asiática que foi a estudada pela equipa, o órgão que bombeia o sangue estava bem. As células musculares tinham aumentado de tamanho e produziam uma enzima que as protegia dos efeitos nefastos daquele hiper-metabolismo. O passo seguinte foi tentar perceber quais eram os compostos no sangue que causavam esta mudança. Os cientistas acabaram por encontrar três moléculas específicas de ácidos gordos que quando injectadas em pitões que não tinham sido alimentadas, provocavam o crescimento saudável do coração. Mais, os cientistas testaram estas moléculas em ratos e obtiveram o mesmo resultado. “Injectámos ratos saudáveis com os ácidos gordos e obtivemos um crescimento de massa cardíaca significativo, e pudemos ver que esse tipo de crescimento é o que chamamos de benéfico”, explicou a cientista. Nos humanos também existe este tipo de crescimento saudável do coração, que acontece aos ciclistas ou aos nadadores. Mas exige uma actividade grande, é lento e o coração aumenta apenas em dez por cento. Muitas vezes o crescimento do coração pode estar associado a doenças, como a cardiomiopatia hipertrófica, que é uma das razões da morte súbita nos jovens. Nada disto acontece nos pitões e nos ratos tratados, por isso a equipa de Leslie Leinwand está agora a tentar compreender os mecanismos fisiológicos e genéticos de protecção do coração, para tentar encontrar uma terapia para as doenças humanas. Neste caso com a ajuda literal da banha da cobra.
REFERÊNCIAS:
Quer comprar um dinossauro de 17 metros?
Leiloeira britânica vai pôr à venda um esqueleto completo de um saurópode, que foi descoberto nos EUA por duas crianças, filhas de um caçador de fósseis. (...)

Quer comprar um dinossauro de 17 metros?
MINORIA(S): Animais Pontuação: 2 Asiáticos Pontuação: 6 | Sentimento 0.0
DATA: 2013-10-17 | Jornal Público
SUMÁRIO: Leiloeira britânica vai pôr à venda um esqueleto completo de um saurópode, que foi descoberto nos EUA por duas crianças, filhas de um caçador de fósseis.
TEXTO: Aquele oásis era um paraíso para os animais cheios de sede devido à intensa seca, mas acabou por se revelar uma armadilha para todos os que ficaram presos nas suas lamas finas. Misty, como agora lhe chamam, estava longe de imaginar que, 150 milhões de anos depois, a iriam colocar à venda num leilão britânico, a mais de sete mil quilómetros de distância do leito de sedimentos prensados de onde foi retirada. Esse lago jurássico aprisionou vários dinossauros, tanto herbívoros como carnívoros, que têm sido gradualmente descobertos pela empresa Dinosauria International, na Pedreira de Dana, no Wyoming, Estados Unidos. Num dia de escavação, em 2009, o caçador de fósseis Raimund Albersdörfer, presidente da empresa, fez-se acompanhar dos dois filhos, de 11 e 14 anos, mas ficaram numa área afastada para que não perturbassem a escavação. "Ele [Raimund Albersdörfer] indicou-lhes um local, suficientemente perto mas fora da zona da escavação, onde supôs que houvesse apenas alguns fragmentos de menor importância. Mas eles [os filhos] voltaram ao fim do dia dizendo que tinham encontrado um osso enorme”, conta à CNN Errol Fuller, curador na leiloeira Summer Place da colecção de história natural que vai a leilão, no próximo mês. Ao fim de nove semanas de escavação, os cientistas conseguiram retirar o esqueleto completo de um Diplodocus longus, um dos maiores animais que alguma vez caminharam no nosso planeta. O saurópode, um herbívoro quadrúpede, de cauda e pescoço longos, tem 17 metros de comprimento e seis metros de altura. Chamaram-lhe Misty, porque a zona da pedreira onde a encontraram foi considerada “misteriosa”. Ao contrário do que se supunha, é rica em fósseis. Meia dúzia de esqueletos completos Estima-se que existam apenas seis esqueletos completos desta espécie em todo o mundo. O famoso Dippy, o esqueleto de Diplodocus à entrada do Museu de História Natural de Londres é uma réplica do exemplar do Museu Carnegie de História Natural em Pittsburgh, na Pensilvânia (EUA), e mesmo este resulta da combinação dos esqueletos de dois indivíduos, conforme revela o comunicado da leiloeira Summer Place. A primeira viagem da Misty foi para chegar a um laboratório na Holanda, onde os seus ossos foram preparados por especialistas em fósseis, e agora viaja até Billingshurst, no Reino Unido, onde fará parte da colecção que será leiloada pela Summer Place a 27 de Novembro. Este exemplar é um gigantesco puzzle tridimensional, que ficará fixo por uma estrutura metálica. “Foi especialmente concebido para poder ser montado e desmontado”, diz Errol Fuller. “Nenhuma das peças é tão pesada que não possa ser transportada por duas pessoas. ”Este esqueleto, com um valor estimado entre 470 mil e 700 mil euros, faz parte da colecção Evolução, uma colecção de história natural, com peças antigas e modernas, que inclui ainda um fóssil de Ichthyosaurus (réptil marinho) com 150 milhões de anos, ossos de dodó (ave da ilha Maurícia extinta pelo homem no século XVII), outros fósseis, animais embalsamados, minerais e rochas. Este espécime de saurópode, escavado na América do Norte e à venda na Europa, poderá ser comprado por algum magnata ou um museu de qualquer parte do mundo. Isto levanta questões sobre as restrições impostas pelos Estados Unidos à venda de fósseis encontrados no país. Errol Fuller alega que, como este fóssil foi descoberto numa propriedade privada, não estará sujeito a essas normas. Já nos anos de 1990 um problema semelhante tinha surgido com o fóssil de um Tyrannosaurus rex encontrado na propriedade privada de um índio sioux. O Governo norte-americano ainda confiscou os ossos, mas acabou por perder a causa e o dinossauro foi vendido em leilão por mais de seis milhões de euros. Já este ano, as autoridades americanas tiveram de entregar à Mongólia um tiranossauro asiático (Tyrannosaurus bataar) que tinha sido roubado do país de origem e leiloado online por uma empresa com sede em Dallas, no Texas.
REFERÊNCIAS:
Entidades EUA
Troncos de árvores atirados para o fundo do mar ganham vida a 3200 metros de profundidade
Milhões de toneladas de madeira são arrastadas para o mar anualmente. O que acontece a esta matéria orgânica no fundo dos oceanos? É comida, mas nem sempre. Um estudo dá indicações de como se estabelece um ecossistema a partir de troncos de acácia. (...)

Troncos de árvores atirados para o fundo do mar ganham vida a 3200 metros de profundidade
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DATA: 2014-04-27 | Jornal Público
SUMÁRIO: Milhões de toneladas de madeira são arrastadas para o mar anualmente. O que acontece a esta matéria orgânica no fundo dos oceanos? É comida, mas nem sempre. Um estudo dá indicações de como se estabelece um ecossistema a partir de troncos de acácia.
TEXTO: A 3200 metros de profundidade, no fundo do oceano, a escuridão é total. Não há luz do Sol para ocorrer fotossíntese, por isso não há fitoplâncton ou algas, a base das cadeias alimentares que existem à superfície. Ainda assim, nestes desertos inóspitos há oásis. As fontes hidrotermais são um desses oásis, que lançam do interior da Terra um sortido de minerais que alimenta microrganismos e atraem crustáceos e moluscos. Outro oásis são os peixes ou baleias que vão morrendo e se afundam e cuja carne e ossos permitem o aparecimento de ecossistemas transitórios. Mas há ainda um festim nutricional inesperado: a madeira. Todos os anos, os rios levam milhões de toneladas de madeira das florestas para os oceanos. Ao encher de água salgada, a madeira afunda-se. E o que acontece de seguida a esta matéria vegetal e que comunidade de animais alberga ainda não está completamente compreendido. Por isso, em 2006, dois investigadores norte-americanos atiraram 36 troncos de acácias para o oceano Pacífico, a 3200 metros de profundidade. Cinco anos depois, foram buscar metade dos troncos e analisaram os animais que tinham colonizado a madeira. O que aconteceu aos troncos variou muito. Houve alguns que se mantiveram intocados, mas os troncos maiores tinham, em média, comunidades mais complexas de seres vivos, revela um artigo publicado na revista Biology Letters. Na introdução do artigo, há uma referência ao tufão Morakot, que assolou o Leste asiático em Agosto de 2009. Na altura, um milhão de chineses foi obrigado a deslocar-se das suas casas. O tufão acabou por matar centenas de pessoas e fez estragos na ordem dos milhares de milhões de euros. Um efeito colateral foram as árvores arrancadas pelos ventos e que foram parar ao mar. “Um total de 8, 4 milhões de toneladas de detritos de madeira foram transportados para a costa oceânica asiática”, lê-se no artigo assinado por Craig McClain, do Centro Nacional de Síntese Evolutiva, em Durham, na Carolina do Norte, e James Barry, do Instituto de Investigação do Aquário da Baía de Monterey, na Califórnia. Uma quantidade de madeira equivalente ao peso de 23. 900 aviões Boeing 747. As espécies vegetais com porte arbóreo apareceram na Terra há quase 400 milhões de anos, por isso há uma longa história de madeira a afundar-se nos oceanos. Ao longo desse tempo, alguns moluscos acabaram por se adaptar e fizeram desta madeira a sua refeição. No fundo do Pacífico, quem coloniza primeiro a madeira é o molusco bivalve Xylophaga zierenbergi. Tem uma concha na zona da cabeça, o resto do corpo é tubular e sem carapaça. Na região da concha, tem dentes serrilhados capazes de roer a madeira, produzindo buracos onde depois se esconde. Tal como as térmitas, o Xylophaga zierenbergi tem uma relação simbiótica com bactérias que o ajudam a digerir a celulose da madeira. É esta actividade, no fundo do mar, que disponibiliza a matéria orgânica a uma comunidade de seres. Ao roer a madeira e ao alimentar-se dela, o Xylophaga zierenbergi lança lascas de madeira e dejectos para o chão marinho, que são utilizados por bactérias que degradam esta matéria e produzem enxofre. Em seguida, o enxofre é usado por microrganismos que produzem energia e matéria orgânica, tal como fazem as plantas com a luz solar. Esses microrganismos são quimiossintéticos. As bactérias servem ainda de alimento para os gastrópodes, que por sua vez atraem predadores e necrófagos. E depois de morrer, os buracos que o Xylophaga zierenbergi faz na madeira tornam-se um habitat protegido para outras espécies. O Xylophaga zierenbergi é um “criador de ecossistemas”, diz Craig McClain. “Como as ostras, os castores e as térmitas, estes [bivalves] alteram a paisagem e proporcionam um novo habitat para outras espécies”, compara o investigador, citado num comunicado do Instituto de Investigação do Aquário da Baía de Monterey. “Sem estes bivalves, a energia do carbono que existe na madeira não ficaria disponível para outras espécies. ”Segundo os autores do artigo, muitos estudos sobre estas comunidades centravam-se na descrição das espécies que as compunham, ou na forma como a matéria orgânica acabava por estar disponível para os microrganismos que fazem a quimiossíntese. Mas pouco se sabe como a comunidade é construída. Seis vacas ao largo de Portugal“Não se conhecem as diferentes proporções das espécies ou a forma como os indivíduos estão distribuídos”, explica por sua vez ao PÚBLICO Luciana Génio, que trabalha no grupo de Ecologia Marinha e Estuarina do Centro de Estudos do Ambiente e do Mar (Cesam) da Universidade de Aveiro. A investigadora esteve envolvida no projecto europeu Chemeco, que analisou o aparecimento de comunidades marinhas a diferentes profundidades a partir de madeira, da erva alfalfa (também conhecida por luzerna) e de um substrato inorgânico de carbonato. “Diferentes tipos de madeira vão influenciar a diversidade da comunidade”, resume a cientista portuguesa.
REFERÊNCIAS:
Étnia Asiático
Bruxelas aprova apoio de 851 mil euros para promover azeite e vinho português
Comissão Europeia dá luz verde a 20 programas para promover produtos agrícolas dentro e fora da União Europria. Dois são portugueses. (...)

Bruxelas aprova apoio de 851 mil euros para promover azeite e vinho português
MINORIA(S): Animais Pontuação: 2 Asiáticos Pontuação: 6 | Sentimento 0.0
DATA: 2014-04-29 | Jornal Público
SUMÁRIO: Comissão Europeia dá luz verde a 20 programas para promover produtos agrícolas dentro e fora da União Europria. Dois são portugueses.
TEXTO: Dois programas portugueses para promover o vinho e o azeite receberam, nesta terça-feira, luz verde da União Europeia (UE) para receber um financiamento global de mais de 1, 6 milhões de euros, 851 mil euros dos quais oriundos de Bruxelas. A Comissão Europeia aprovou no total 20 iniciativas de promoção de produtos agrícolas dentro e fora da Europa, que terão um orçamento de 46, 5 milhões de euros, 50% financiados pela UE. A maioria destes programas (como é o caso dos portugueses) vai desenvolver-se ao longo de três anos e foram seleccionados entre 33 projectos apresentados até 30 de Novembro de 2013, no âmbito do regime de informação e promoção. Esta é, assim, a primeira vaga de apresentação de programas para 2014. Para promover os vinhos no mercado nacional, a Associação das Empresas de Vinho do Porto vai receber um total de 281, 780 euros (169, 074 vindos de Bruxelas). O outro programa é liderado, em conjunto, pela Comissão Vitivinícola Regional Alentejana e a Casa do Azeite que querem divulgar o vinho e o azeite português não só no mercado interno, mas também na Alemanha, Reino Unido, Suécia e Polónia. As duas entidades dispõem de um total de quase 1, 4 milhões de euros, a três anos, 681, 972 euros dos quais são fundos comunitários. De acordo com a informação divulgada por Bruxelas, os programas seleccionados abrangem produtos com classificações de qualidade (como os de Denominação de Origem Protegida ou Indicação Geográfica Protegida), biológicos, frutas e produtos hortícolas, vinho, leite, flores, frutas ou produtos transformados à base de cereais e arroz. A divulgação no espaço extra-comunitário será feita na América do Norte, Rússia, China, Médio Oriente, Sudeste Asiático, Índia ou Turquia. Entre os projectos que vão receber ajudas, há ovos de Espanha, presunto de Itália, produtos lácteos da Polónia ou cereais da Grécia. As acções financiadas podem ser desde campanhas de relações públicas a acções de promoção ou de publicidade que “evidenciem as vantagens específicas dos produtos da UE em termos de qualidade, higiene e segurança dos alimentos, nutrição, rotulagem, bem-estar dos animais ou de métodos de produção respeitadores do ambiente”. A Comissão Europeia pode contribuir directamente para financiar estas acções de informação e tem um orçamento total anual de 60 milhões de euros. Ao abrigo do acordo político alcançado a 5 de Abril, o orçamento deverá aumentar para 200 milhões de euros em 2020.
REFERÊNCIAS:
Entidades UE
Lacticínios portugueses vão entrar na China
Visita de Cavaco Silva à China ajuda a desbloquear entraves à exportação de lacticínios para aquele país. (...)

Lacticínios portugueses vão entrar na China
MINORIA(S): Animais Pontuação: 2 Asiáticos Pontuação: 6 | Sentimento 0.0
DATA: 2014-05-18 | Jornal Público
URL: https://arquivo.pt/wayback/20140518170209/http://www.publico.pt/1636446
SUMÁRIO: Visita de Cavaco Silva à China ajuda a desbloquear entraves à exportação de lacticínios para aquele país.
TEXTO: Na visita de Cavaco Silva à China, que termina este domingo, em Macau, foram desbloqueados os entraves à exportação de lacticínios portugueses para aquele país. Cerca de três dezenas de empresas portuguesas do sector manifestaram interesse, estando também prevista uma visita empresarial àquele país asiático. Esta informação foi dada como quase certa por Cavaco Silva alegando que considerava que a comissão mista tinha resolvido as questões relacionadas com os bloqueios às exportações para a China de produtos portugueses. Contudo, a Rádio Renascença já avançou que o processo já foi concluido. Está ainda em curso o desbloqueamento da exportação de produtos suínos, que foi um dos temas abordados. Ao final da tarde, o Presidente da República dará uma conferência de imprensa, onde deverá fazer o balanço desta visita oficial de sete dias à China.
REFERÊNCIAS:
Étnia Asiático
História de uma das leveduras do vinho começou na Patagónia
Equipa internacional liderada por portugueses identificou a origem de espécie de levedura importante na produção de bebidas alcoólicas. O seu ADN reflecte um processo de domesticação. (...)

História de uma das leveduras do vinho começou na Patagónia
MINORIA(S): Animais Pontuação: 2 Asiáticos Pontuação: 6 | Sentimento 0.0
DATA: 2014-06-03 | Jornal Público
SUMÁRIO: Equipa internacional liderada por portugueses identificou a origem de espécie de levedura importante na produção de bebidas alcoólicas. O seu ADN reflecte um processo de domesticação.
TEXTO: O berço geográfico da Saccharomyces uvarum foi a Patagónia chilena. Usada na produção de vinho e cidra na Europa viajou primeiro daquela região da América do Sul para a América do Norte e daqui seguiu para o continente euroasiático. Através da análise e comparação genética entre estirpes selvagens de Saccharomyces uvarum de todo o mundo e estirpes usadas na indústria, uma equipa internacional liderada por portugueses conseguiu verificar a sua origem geográfica e o resultado da domesticação feita pelo homem, conclui um artigo publicado ontem na edição da revista Nature Communications. O iogurte, a cerveja ou vinho são substâncias produzidas graças à fermentação feita por bactérias ou leveduras. A partir de farinhas ou açúcares, estes microorganismos alimentam-se, produzindo substâncias como álcool ou ácido láctico. No caso do vinho, o processo industrial de fermentação alcoólica recorre normalmente à levedura Saccharomyces cerevisiae. Mas em climas mais frios, onde a fermentação é com temperaturas mais baixas, os produtores vinícolas usam a Saccharomyces uvarum. Alguns vinhos do País Basco (Espanha), de Verona (Itália) ou da Borgonha (França) usam esta espécie de levedura. Assim como a cidra, uma bebida alcoólica produzida com sumo de maçã. Em Portugal, pensa-se que esta estirpe não é usada, preferindo-se a Saccharomyces cerevisiae. Além de trabalharem melhor a temperaturas mais baixas, “há compostos aromáticos que as leveduras Saccharomyces uvarum produzem que são superiores aos da Saccharomyces cerevisiae”, explica ao PÚBLICO José Paulo Sampaio, da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa, que liderou a equipa com cientistas da Argentina, dos EUA e de França. Mas ainda se sabe pouco sobre a origem e a evolução da Saccharomyces uvarum. “O nosso trabalho é procurar as estirpes selvagens para as comparar com as estirpes domésticas e perceber como ocorreu a domesticação”, diz o cientista. A domesticação de animais ou de vegetais requer a observação e a escolha de seres vivos com certas características consideradas uma mais-valia. Apesar de as leveduras serem microscópicas, observadas só há alguns séculos, José Paulo Sampaio defende à mesma a existência de uma “domesticação”, já que o resultado da actividade das leveduras foi sendo avaliado pelo sabor das bebidas. “A bebida tem um aspecto sensorial. Os nossos antepassados sabiam dizer: ‘Gosto desta bebida, não gosto daquela. ’ Quando uma bebida funcionava, guardavam um bocadinho daquela bebida e usavam-no num novo lote”, diz o cientista. A equipa fez amostragens de estirpes de Saccharomyces uvarum usadas na indústria na Europa, bem como de estirpes naturais presentes na Europa, na América do Norte e do Sul, na Ásia e na Oceânia. No hemisfério Norte, este fungo encontra-se associado a algumas espécies de carvalhos. No hemisfério Sul, aparece associado a espécies de Nothofagus, um género de árvores que nos climas temperados da Patagónia e da Oceânia ocupa os mesmos nichos ecológicos que os carvalhos no Norte. O estudo mostrou a existência de uma grande diversidade genética nas estirpes da Patagónia. Esta diversidade foi decrescendo na América do Norte e na Europa. Através da comparação genética, a equipa concluiu que as estirpes que hoje são usadas na Europa vieram da América do Sul, via América do Norte. E as estirpes da Oceânia são o que resta de um habitat maior, quando a levedura existia no grande supercontinente Gonduana, que há dezenas de milhões de anos se foi partindo na América do Sul, África, Antárctica e Oceânia. Não se sabe quando ou como é que a levedura chegou à América do Norte e depois daí até à Europa e à Ásia. Nada indica que o homem tenha tido um papel nesta migração. “Arriscar-me-ia a dizer que [estas migrações] nos antecederam e que as leveduras têm mecanismos próprios de dispersão que não conhecemos. ”Quando é que a Saccharomyces uvarum entrou na produção de vinho é outra incógnita. Segundo o cientista, as amostras mais antigas de Saccharomyces uvarum datam do final do século XIX. Gene resistente aos sulfitosMas os efeitos desta utilização de séculos acabam por se revelar no ADN das leveduras pelas “introgressões genéticas”: genes provenientes de outras espécies de leveduras e que aparecem nas estirpes industriais de Saccharomyces uvarum, mas neste caso não se encontram nas da natureza. “Tudo começa com uma hibridação”, explica o cientista: uma célula de levedura de Saccharomyces uvarum cruzou-se ao acaso com uma célula de Saccharomyces eubayanus, usada na produção da cerveja. O resultado deste cruzamento é uma levedura híbrida, com metade do genoma de cada espécie progenitora. Mas se a nova levedura continuar a cruzar-se só com a Saccharomyces uvarum, o genoma da Saccharomyces eubayanus fica mais diluído até quase desaparecer. No entanto, alguns genes da Saccharomyces eubayanus podem ser escolhidos e ficar para sempre nas estirpes de Saccharomyces uvarum, como é o caso do gene FZF1. “Este gene é central em muitos mecanismos de resistência aos sulfitos e foi sistematicamente submetido à domesticação. ”
REFERÊNCIAS:
Entidades EUA
O Mundial é um exemplo de flexi-segurança
Quase um terço dos treinadores saiu após o final do torneio. Quase metade tem o futuro por decidir. (...)

O Mundial é um exemplo de flexi-segurança
MINORIA(S): Animais Pontuação: 2 Asiáticos Pontuação: 6 | Sentimento 0.0
DATA: 2010-07-13 | Jornal Público
SUMÁRIO: Quase um terço dos treinadores saiu após o final do torneio. Quase metade tem o futuro por decidir.
TEXTO: Marcello Lippi já tinha o destino traçado antes de chegar à África do Sul, mesmo que voltasse a ser campeão do mundo com a Itália: iria ser substituído por Cesare Prandelli. Quatro anos antes, já lhe havia acontecido o mesmo, substituído por Roberto Donadoni, mas saíra por cima, com um título. Desta vez, saiu sem glória e vergado pela humilhação de uma eliminação precoce, tal como a França de Raymond Domenech, mais circo e menos equipa. Em comum outro facto: Lippi e Domenech são dois dos dez treinadores que vão procurar novo emprego, agora que terminou o Mundial. Outro dos treinadores com despedida anunciada era o milagreiro alemão Otto Rehhagel, que conduziu a Grécia a um título europeu em 2004, sendo substituído no cargo pelo português Fernando Santos. Dunga, odiado por todos os brasileiros, já sabia que só um título mundial lhe iria salvar o emprego, mas a selecção canarinha ficou-se pelos quartos-de-final e o técnico foi despedido assim que voltou a casa. Para além de Lippi, Carlos Alberto Parreira era um dos dois técnicos em competição com um título mundial no currículo (com o Brasil, em 1994), mas saiu ao não ter conduzido a anfitriã África do Sul para lá da fase de grupos - a primeira vez que um organizador não passou desta fase. Já Sven-Goran Eriksson irá por certo continuar a ser um “globetrotter” do futebol mundial. O sueco apenas esteve alguns meses na Costa do Marfim, não passou da fase de grupos, ganhou 2, 4 milhões de euros e é dado como o principal candidato a treinador do Fulham, da Premier League inglesa. Continuando no futebol inglês, há um treinador que vai sobreviver ao fracasso da selecção que orientou. Fabio Capello vai manter-se a gerir os destinos da Inglaterra, segundo dizem os “media” britânicos, não pela eventual vontade da federação em despedir o italiano, mas em não ter dinheiro para o fazer - Capello ainda tem mais dois anos de contrato, com um salário anual de 7, 1 milhões de euros, que faz dele o seleccionador mais bem pago do mundo. Entre os 32 treinadores mundialistas, nove têm a certeza que vão continuar (o português Carlos Queiroz é um deles), enquanto 13 não definiram ainda o seu futuro. Alguns por tabu auto-imposto, outros à espera de uma decisão federativa. Maradona, por exemplo, apenas conduziu a Argentina aos “quartos”, mas o povo e os jogadores querem que ele fique e, segundo o líder federativo, só depende dele próprio a sua continuidade, embora tenha dito que se ia embora após a eliminação frente à Alemanha. Uma incógnita é o que vai acontecer a Kim Jong-Hun, da Coreia do Norte, depois das três derrotas no Mundial. Só quando a selecção asiática voltar a competir fora do país é que se vai saber.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave circo salário marfim
Bancos centrais preocupados com a deflação
Ministros das Finanças, governadores dos bancos centrais e grandes financeiros chegaram a Washington para o Oktoberfest anual da governação económica e, caso não se tenha percebido pelas manchetes dos últimos dias, estão muitíssimo preocupados com a possibilidade de a recuperação económica global estar prestes a desacelerar. (...)

Bancos centrais preocupados com a deflação
MINORIA(S): Animais Pontuação: 2 Asiáticos Pontuação: 6 | Sentimento 0.0
DATA: 2010-10-15 | Jornal Público
SUMÁRIO: Ministros das Finanças, governadores dos bancos centrais e grandes financeiros chegaram a Washington para o Oktoberfest anual da governação económica e, caso não se tenha percebido pelas manchetes dos últimos dias, estão muitíssimo preocupados com a possibilidade de a recuperação económica global estar prestes a desacelerar.
TEXTO: Os governadores dos bancos centrais, tendo baixado, de um dia para o outro, as taxas de juro para zero, estão a ponderar novas e criativas formas de aumentarem o provimento de dinheiro e de crédito, e de evitarem que se instale uma dinâmica deflacionária. O Banco do Japão deu o primeiro passo anunciando que injectaria o equivalente a 60 mil milhões de dólares na economia comprando não só obrigações do governo mas também IOUs de curto prazo a bancos e empresas, e pacotes seguros de empréstimos imobiliários. O Banco Central Europeu está a acumular obrigações de alguns dos países-membros mais endividados. E o presidente da Reserva Federal dos EUA, Ben Bernanke, parece ter convencido os seus colegas de que está na altura de imprimir mais um ou dois mil milhões para comprar títulos e obrigações do Tesouro com datas de vencimento mais tardias. Nesta altura dos acontecimentos, os riscos por os bancos centrais não fazerem nada (deflação, desemprego elevado e continuado) são maiores do que o risco de fazer trabalhar a impressora da moeda (inflação futura). Mas ninguém deverá esperar que isso seja uma poção mágica para a economia. Alguns especialistas em modelos económicos calculam que a taxa de desemprego se vai manter acima dos nove por cento quer a Fed aumente o seu orçamento em 500 milhões de dólares quer o faça em dois mil milhões de dólares. A razão é que as vias normais que permitem criar folga monetária estão bastante esgotadas. As taxas de juro estão já tão baixas que reduzi-las ainda mais não irá induzir maior recurso ao crédito. Os agregados familiares o que pretendem é pagar as suas dívidas e não aumentá-las, e as empresas têm bastante liquidez e não prevêem um aumento de vendas que justifique alargar as sua capacidade produtiva ou as suas linhas de produtos. O único canal que está a funcionar é o mercado financeiro. Nas últimas semanas, os preços das acções e das obrigações subiram, antecipando o fluxo de dinheiro do banco central; esses preços mais elevados devem, por sua vez, ajudar a reforçar a confiança entre os executivos das empresas e entre os consumidores mais abastados. As taxas mais baixas vão também melhorar os lucros dos bancos, muitos dos quais estão por um fio e desesperados por compensar os prejuízos ainda indeterminados e resultantes das suas actividades de crédito imobiliário. Voltar de novo a alimentar bolhas financeiras não é geralmente considerado um objectivo meritório para a política monetária mas mostra o crescente desespero dos responsáveis da Fed, que sentem não ter outra opção. O assunto mais urgente da agenda deste fim-de-semana tem a ver com taxas de câmbio e a ameaça de que os países vão começar a competir na desvalorização das suas taxas de câmbio com o propósito de reforçarem as suas economias. Também aqui foi o Japão a dar o primeiro passo, intervindo nos mercados financeiros para fazer baixar o valor do iene em relação ao dólar. No entanto, o principal objectivo do Japão não era proteger as suas exportações para os Estados Unidos - era lutar contra a perda de quota de mercado global em favor de competidores na China, em Taiwan e noutras potências do Sudeste Asiático que, de algum modo, ancoram a sua moeda no dólar. O Japão não é o único país preocupado com a valorização da sua moeda e o consequente efeito nas suas exportações. A Coreia do Sul e o Brasil adoptaram também medidas para atenuar o impacto de uma valorização das suas moedas, e os exportadores europeus começaram a queixar-se do recente subida no valor do euro. O que se receia é que os países desencadeiem uma série de desvalorizações competitivas que possam conduzir a uma guerra comercial generalizada e desestabilizar o sistema financeiro global. No centro deste problema está a obstinada recusa da China em permitir que a sua moeda, o yuan, se valorize gradualmente em relação ao dólar reflectindo o extraordinário aumento da riqueza e da produtividade no país. Permitir a flutuação do yuan é um primeiro passo necessário para reequilibrar uma economia global que se tornou dependente do facto de os Estados Unidos consumirem muito mais do que produzem e a China produzir muito mais do que consome. Esse desequilíbrio foi a principal causa da recente bolha do crédito e, enquanto ele se mantiver, vai ser difícil aos Estados Unidos fazerem baixar a taxa de desemprego para um nível aceitável. Durante anos, a China tem vindo a iludir a questão da sua moeda, prometendo evoluir para uma moeda baseada no mercado e susceptível de flutuações sempre que as pressões aumentam muito - mas sem nunca deitar mãos à obra. E há anos que os responsáveis norte-americanos de diferentes governos vêm dizendo que a paciência e a persistência dão melhores resultados do que impor o tipo de tarifas retaliatórias que alguns furiosos membros do Congresso exigem. Mas, nesta semana, o secretário do Tesouro, Timothy Geithner, reconheceu que a estratégia da cenoura sem o pau falhara e começou a aumentar a pressão sobre a China. Ele deixou bem claro que os Estados Unidos deixariam de apoiar o esforço da China para obter um papel relevante em organizações como o Banco Mundial e o Fundo Monetário Internacional enquanto esta continuasse a desvalorizar a sua moeda e a promover outras políticas mercantilistas. Geithner também deu a entender que os Estados Unidos procurariam conseguir sanções internacionais contra a China se esta continuasse a gerar enormes excedentes comerciais, favorecendo as exportações em detrimento do consumo interno. A resposta das autoridades chinesas, e dos seus cães de fila na comunidade empresarial norte-americana, era previsível. Por um lado, dizem que não foi só o yuan que desvalorizou e que, de qualquer forma, a sua valorização não afectaria significativamente a balança comercial. Depois, numa segunda tirada, dizem que aumentar a taxa de câmbio levaria ao encerramento de muitas fábricas chinesas e, nas palavras do primeiro-ministro, Wen Jiabao, isso "seria um desastre para a China e para o mundo". Esse poderá ser o tipo de lógica que determina a opinião do comité central mas dificilmente nos faz confiar em que a China esteja pronta a ocupar a sua legítima posição na liderança económica global. Colunista do Washington Post
REFERÊNCIAS:
Entidades EUA