Espanha anuncia acordo sobre Gibraltar, cimeira do "Brexit" com luz verde
União Europeia e Governo britânico declaram que todos os assuntos relativos ao território serão resolvidos de forma bilateral. (...)

Espanha anuncia acordo sobre Gibraltar, cimeira do "Brexit" com luz verde
MINORIA(S): Animais Pontuação: 2 | Sentimento 0.1
DATA: 2018-11-24 | Jornal Público
SUMÁRIO: União Europeia e Governo britânico declaram que todos os assuntos relativos ao território serão resolvidos de forma bilateral.
TEXTO: O presidente do Governo espanhol, Pedro Sánchez, anunciou um acordo político sobre Gibraltar que permitirá a Madrid aprovar o acordo de saída do Reino Unido da União Europeia e a declaração política sobre a relação futura na cimeira europeia extraordinária de domingo. "Conseguimos que seja feita uma declaração conjunta do Conselho Europeu e da Comissão Europeia que descarta que o artigo 184 [do acordo político do 'Brexit'] seja aplicável no âmbito territorial. Em segundo lugar, o Governo britânico reconhece por escrito esta questão. E em terceiro, o Conselho Europeu e a Comissão Europeia reforçam a posição de Espanha para as negociações futuras", explicou Sánchez, numa conferência de imprensa no Palácio da Moncloa. Isto quer dizer que UE, Espanha e Reino Unido concordaram em anexar ao acordo do "Brexit" e à declaração política sobre a relação futura de Londres com o bloco europeu um outro documento que prevê que qualquer negociação futura que envolva o estatuto de Gibraltar – um território britânico ultramarino cuja soberania é contestada por Espanha – decorrerá ao nível bilateral, entre Londres e Madrid, e não através de Bruxelas. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. Este documento satisfaz a exigência de Madrid de que qualquer referência a Gibraltar ficasse assente num texto jurídico e não apenas ao nível de um manifesto político, para que não possa ser alvo de renegociações. Desta forma, ficam afastados todos os obstáculos para a realização da cimeira europeia extraordinária de domingo, uma vez que na sexta-feira ficou resolvida outra questão sensível, sobre o acesso às águas de pesca britânicas.
REFERÊNCIAS:
Entidades UE
Praga de ratos afecta zonas ardidas no ano passado
Autarquias como Arganil e Oliveira do Hospital foram obrigadas a reforçar medidas de combate aos roedores. Problema causado por morte ou fuga dos seus predadores naturais nos incêndios do ano passado. (...)

Praga de ratos afecta zonas ardidas no ano passado
MINORIA(S): Animais Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2018-11-24 | Jornal Público
SUMÁRIO: Autarquias como Arganil e Oliveira do Hospital foram obrigadas a reforçar medidas de combate aos roedores. Problema causado por morte ou fuga dos seus predadores naturais nos incêndios do ano passado.
TEXTO: As colónias de ratos têm vindo a aumentar nos municípios devastados pelos incêndios do ano passado, como Arganil e Oliveira do Hospital, o que obrigou as autarquias a reforçar nas últimas semanas as medidas para combater esses roedores. A multiplicação anómala dos ratos e ratazanas nos territórios atingidos pelos fogos é uma consequência da "morte ou fuga dos seus predadores naturais", disse esta sexta-feira o biólogo Jorge Paiva à agência Lusa. "Muitas das cobras morreram", adiantou, confirmando que estes répteis, mas também as aves de rapina e alguns pequenos mamíferos, como raposas e ginetas, "é que controlam as populações" de ratos do campo e outros. O professor jubilado da Universidade de Coimbra explicou que "os ratos conseguiram sobreviver porque foram para as luras", escavando buracos para níveis mais profundos, enquanto os seus habituais predadores morreram ou fugiram à medida que as frentes de fogo avançavam. O concelho de Arganil está a ser afectado por uma praga de ratos, que, no entanto, "não representa uma ameaça à saúde pública", de acordo com a câmara municipal. Ao PÚBLICO, a Vice-Presidente da autarquia, Paula Dinis, confirmou que "não há qualquer registo preocupante que ameace a saúde dos cidadãos" e que "a União de Freguesias de Cerdeira e Moura da Serra e a União de Freguesias Vila Cova de Alva e Anseriz [zonas afectadas pelos incêndios] foram as áreas com mais notificações". "Estão a ser tomadas medidas no sentido de responder de forma pronta e conveniente às situações reportadas, nomeadamente através do reforço do sistema de recolha de lixo e da desratização na rede de saneamento de águas residuais", tinha informado a câmara, em comunicado. Citando a Administração Regional de Saúde (ARS) do Centro, a autarquia presidida por Luís Paulo Costa afirmou que "a proliferação de ratos registada nas zonas afectadas pelos incêndios de Outubro de 2017 não representa, contudo, uma situação alarmante" em termos de saúde pública. Segundo a ARS, "não foram reportados casos de doença transmitida por roedores, nem houve até ao momento recurso aos serviços de saúde motivado por situações relacionadas com o aumento destes animais". A Câmara de Arganil, no distrito de Coimbra, "vai manter-se particularmente alerta para esta situação, de forma a garantir as condições de higiene e saúde pública no concelho, disponibilizando-se para apoiar os munícipes no esclarecimento de quaisquer dúvidas", através do e-mail [email protected] e do telefone 235200150. Paula Dinis espera que a "situação se normalize ao longo das próximas semanas", revelando que "não há qualquer expectativa que a propagação de ratos volte a aumentar". No mesmo distrito, os fogos de 15 e 16 de Outubro de 2017 "devastaram 97 por cento da área florestal do concelho" de Oliveira do Hospital, "destruindo também a sua fauna e flora". A proliferação de ratos "tem origem no desequilíbrio dos ecossistemas", disse à Lusa esta sexta-feira uma fonte do gabinete do presidente da câmara, José Carlos Alexandrino. Trata-se de "um problema transversal aos concelhos afectados pelos incêndios", relacionado com o "desaparecimento dos predadores naturais, como cobras, raposas e aves de rapina", entre outros. Para combater a praga, aumentou "a vigilância e a monitorização" dos edifícios públicos, tendo sido igualmente redobrados os trabalhos de desratização, através das empresas especializadas que há vários anos asseguram esses serviços ao município. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. Numa nota enviada à agência Lusa, o gabinete de José Carlos Alexandrino informa que foram reforçadas "as operações de manutenção e inspecção da rede de saneamento e águas pluviais", com apoio de equipas no terreno. Os incêndios que eclodiram em Pedrógão Grande e na Lousã, distritos de Leiria e Coimbra, nos dias 17 de Junho e 15 de Outubro de 2017, respectivamente, devastaram extensas áreas de floresta e mataram milhares de animais domésticos e selvagens. Entre a população, o fogo de Junho originou 66 mortos e mais de 250 feridos, enquanto no de Outubro perderam a vida 50 pessoas e cerca de 70 ficaram feridas.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave morte campo doença desaparecimento aves
Produtores prejudicados pela tempestade Leslie têm linha de crédito de cinco milhões
Segundo o diploma publicado, três milhões destinam-se a organizações de produtores vitícolas e frutícola. Os restantes dois milhões vão para agricultores da região Centro, independentemente da cultura (...)

Produtores prejudicados pela tempestade Leslie têm linha de crédito de cinco milhões
MINORIA(S): Animais Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2018-11-24 | Jornal Público
SUMÁRIO: Segundo o diploma publicado, três milhões destinam-se a organizações de produtores vitícolas e frutícola. Os restantes dois milhões vão para agricultores da região Centro, independentemente da cultura
TEXTO: O Governo instituiu duas linhas de crédito garantidas, que entram hoje em vigor, no montante global de cinco milhões de euros, para apoiar os produtores afectados pela tempestade Leslie e pelas ondas de calor. “Estas duas linhas de crédito, num montante global de cinco milhões de euros, visam colmatar as necessidades de tesouraria e perdas de rendimento resultantes das quebras de produção" dos associados de organizações do sector, refere, em comunicado, o Ministério da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural. A portaria foi publicada ontem, em Diário da República. De acordo com o Governo, uma das linhas, no valor de três milhões de euros, destina-se a apoiar cooperativas agrícolas e organizações de produtores dos sectores vitícola e frutícola a nível nacional. “Com um valor de dois milhões de euros, a segunda linha de crédito tem como beneficiários cooperativas agrícolas e organizações de produtores com sede social nos municípios da região Centro do país, particularmente atingidos pela tempestade Leslie, independentemente do sector”, lê-se no documento. De acordo com o ministério liderado por Capoulas Santos, em causa está um “montante garantido que será concedido sob a forma de empréstimo reembolsável pelas instituições de crédito com protocolo celebrado com o Instituto de Financiamento da Agricultura e Pescas (IFAP) e com entidades do Sistema Português de garantia Mútuo”. Em 15 de Outubro, o Governo já tinha anunciado um apoio a 15 milhões de euros, a fundo perdido, para o restabelecimento do potencial produtivo. Os níveis de apoio, dentro desta medida, atingem 100% para prejuízos até 5. 000 euros, 85% entre 5. 000 euros e 50. 000 euros e 50% entre 50. 000 e 800. 000 euros. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. A medida abrange infra-estruturas, instalações e equipamentos agrícolas e também perdas em animais e culturas permanentes, como olivais vinhas e pomares. A passagem do furacão Leslie por Portugal, onde chegou como tempestade tropical, provocou 28 feridos ligeiros e 61 desalojados. A Protecção Civil mobilizou 8. 217 operacionais, que tiverem de responder a 2. 495 ocorrências, sobretudo queda de árvores e de estruturas e deslizamento de terras.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave social
Quinta do Côtto: um ícone do Douro que tenta reerguer-se
Os tintos da Quinta do Côtto perderam algum fulgor na última década e meia, depois de já terem sido dos mais badalados do Douro. Mas há uma nova geração à frente da empresa a querer trazer aquela histórica propriedade da família Montez Champalimaud e o seu icónico Grande Escolha de novo para a ribalta. (...)

Quinta do Côtto: um ícone do Douro que tenta reerguer-se
MINORIA(S): Animais Pontuação: 2 | Sentimento -0.1
DATA: 2018-11-24 | Jornal Público
SUMÁRIO: Os tintos da Quinta do Côtto perderam algum fulgor na última década e meia, depois de já terem sido dos mais badalados do Douro. Mas há uma nova geração à frente da empresa a querer trazer aquela histórica propriedade da família Montez Champalimaud e o seu icónico Grande Escolha de novo para a ribalta.
TEXTO: Lembram-se dos tintos Quinta do Côtto Grande Escolha das décadas de 80 e 90 do século passado? Se ainda têm garrafas em casa, benzam-se: os vinhos continuam extraordinários. Esses, sim, eram tintos do Douro a sério. Tinham tanino e excelente acidez natural. O frescor da vizinha serra do Marão temperava tudo muito bem e a maturação era mais prolongada. O volume alcoólico não chegava aos 13% e os vinhos não eram verdes, nem amargos. Ao gosto actual, podiam ser um nadinha rústicos em novos, mas tinham carácter e uma marca sempre inconfundível colheita após colheita. Um aroma fresco de bosque e de terra, de fruta madura mas com acidez, um vigor tânico notável e uma frescura de orvalho. Eram vinhos de muitas castas mas bastantes tributários dos taninos e da fruta suculenta da Tinta Roriz, casta tão mal amada no Douro dos vinhos tranquilos. Provam-se agora esses tintos e percebe-se que a sua complexidade e longevidade devem mesmo muito a esses taninos da Roriz. E também à acidez da Sousão, ao perfume da Touriga Nacional, à solidez da Touriga Franca e da Tinto Cão e à riqueza própria de todas as outras variedades que entravam no encepamento tradicional das vinhas velhas. O que aconteceu a estes vinhos? No auge da fama, vendiam-se às paletes. Não eram produções de garagem, como é comum fazer-se hoje para os topos de gama. Do Grande Escolha 1994, por exemplo, foram produzidas 59 mil garrafas. A Vinalda era (e continua a ser) a distribuidora exclusiva e comprava grande parte da produção por atacado, pagando antecipadamente. O apagamento da marca deu-se em paralelo com o afundamento da própria distribuidora. Hoje, tentam ambas reerguer-se, mas agora com novos protagonistas. Até 2017, a Quinta do Côtto (situada em Cidadelhe, a cerca de 10 quilómetros de Mesão Frio) e o Paço de Teixeiró (situado em Teixeira, já no vizinho concelho de Baião, região dos Vinhos Verdes), ambas propriedade da Montez Champalimaud, eram geridas por Miguel Champalimaud, um homem de convicções fortes. Há quem lhe chame antes teimoso. Em 2004, cansado de abrir garrafas com rolhas contaminadas por TCA, Miguel passou a usar screwcap em todos os vinhos da empresa. A mudança tinha uma razão válida por trás: a indústria da cortiça não dava garantias de fiabilidade. Mas Miguel Champalimaud foi mais longe e, em vez de justificar a mudança com os problemas das rolhas de cortiça, iniciou uma guerra em favor dos méritos da screwcap. Os vinhos da Quinta do Côtto, em especial o Grande Escolha, acabaram vítimas da “teimosia” do seu próprio criador e foram perdendo notoriedade. Mesmo assim, Miguel Champalimaud nunca recuou. Fez o mesmo em relação ao desinvestimento no vinho do Porto, negócio que nunca foi do seu agrado. Mas há sempre uma altura na vida em que a ordem natural das coisas se inverte e em que são os filhos e meter juízo nos pais. Foi o que aconteceu neste caso. Em 2017, Miguel Champalimaud passou a gestão da empresa para o filho, Miguel Mendia Champalimaud, e este – certamente com a anuência do pai - começou a fazer as mudanças que o mercado reclamava. E uma das primeiras foi passar a usar novamente rolhas de cortiça. “Hoje, a indústria da cortiça já nos garante rolhas isentas de TCA. No tempo do meu pai não dava essa garantia”, justifica Miguel Mendia. A mudança começou com o Quinta do Côtto Grande Escolha 2015 e com o Paço de Teixeiró Branco 2016 e assinala o relançamento de ambas as marcas. Recuperar uma marca é sempre uma tarefa difícil. Mas, no caso da Quinta do Côtto, propriedade com 76 hectares de vinha, há um histórico que avaliza o seu enorme potencial. A quinta tem uma longa tradição ligada ao vinho do Porto, já engarrafa vinhos tranquilos desde o início dos anos 60 do século passado e foi das primeiras da região, se não mesmo a primeira, a fazer vinhos monovarietais (de Bastardo, Sousão e Alvarelhão). O lançamento do Quinta do Côtto Grande Escolha em 1980 teve também algo de revolucionário. Tirando o Barca Velha e o Reserva Especial da Casa Ferreirinha, não havia nada que se lhe comparasse. Marcas como Duas Quintas, Crasto, Vallado, Gaivosa, Redoma, Vale Meão, etc, hoje famosas, só surgiram alguns anos depois. A Quinta do Côtto pode ter perdido o fulgor desse tempo, mas os vinhos que Miguel Champalimaud deixou para memória futura continuam a ser exemplares, como pudemos comprovar numa prova recente de oito colheitas históricas (duas por cada década) do Grande Escolha. Foi feita na solenidade de uma das salas do enorme solar do início do século XVIII existente na quinta e que a Montez Champalimaud quer também recuperar para enoturismo. É um edifício notável, situado mesmo no alto da aristocrática aldeia de Cidadelhe. As vinhas estendem-se ao seu redor e culminam num bosque que era o encantamento do pai de Miguel Champalimaud, Carlos de Sommer Champalimaud, irmão do empresário António Champalimaud. Carlos Champalimaud esteve à frente dos destinos da quinta entre 1960 e a revolução de Abril de 1974. Quando morreu, exigiu ser enterrado na propriedade, junto a uma das vinhas e rodeado de árvores. Quatro décadas de um grande vinhoOito vinhos, dois por décadas e uma conclusão: os melhores tintos Quinta do Côtto Grande Escolha foram feitos nos anos 1980 e 90, quando ainda eram arrolhados com rolhas de cortiça, o álcool não passava dos 13 % e os vinhos eram feitos em grandes cubas de cimento. Mais de 30 anos depois, os Grande Escolha 1985 e 1987 continuam soberbos (mais exuberante o 87, mais delicado o 85). O notável esqueleto tânico e a grande frescura natural de ambos (ressumam a bosque húmido) mantêm-nos ainda vivos e cheios de vigor. Os Grande Escolha 1990 e 1994 não ficam atrás. O primeiro é um vinho sem arestas, quase a roçar a perfeição. Com a mesma marca aromática dos anteriores, é um tinto fino, sedoso e tenso. Por sua vez, o 1994 é mais selvagem e intrigante. Tem sabores ainda mais terrosos e mentolados, os taninos parecem de um vinho com metade da idade e a acidez é vivíssima. É um daqueles tintos fogosos que nos desafiam, que mexem com a nossa boca e a nossa cabeça. O melhor de todos, se tivéssemos que escolher. Os vinhos deste século são igualmente muito bons, mas já um pouco diferentes. O álcool foi subindo de colheita para colheita e os vinhos tornam-se mais concentrados, embora sempre com grande garra tânica e frescura. A transição começou a dar-se com o Grande Escolha 2001 (mais próximo dos anteriores do que dos sucedâneos) e o ponto de viragem consumou-se com o 2007, o primeiro Grande Escolha a ser engarrafado com screwcap. Este vedante é bom para preservar a fruta dos vinhos, porque bloqueia mais o oxigénio. Mas as rolhas de cortiça permitem uma maior transferência de oxigénio e os tintos mais tânicos necessitam dessa oxigenação para irem arredondando. Não admira, por isso, que neste Grande Escolha, tal como no 2012, o tanino seja mais duro. Os vinhos parecem ter menos idade. E são também mais angulosos, apesar de possuírem maior madureza. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. O último da prova foi o 2015, lançado recentemente e já com rolha de cortiça. É um tinto com 14, 4% de álcool (o 1985, por exemplo, tinha só 12, 3% de álcool) que junta uvas de vinhas velhas (51%), Touriga Nacional (38%) e Touriga Franca (11%). Um Douro típico, portanto. Típico pelas castas e pela concentração, riqueza aromática e intensidade de sabor, mas com o plus de possuir também uma frescura balsâmica já menos comum na região e que é uma das marcas distintivas dos Quinta do Côtto Grande Escolha. Ainda é novo, mas promete muito. O vinho conta já com a assinatura de Lourenço Charters, 30 anos, um dos mais promissores enólogos durienses da nova geração e que está também por trás do lançamento de dois novos tintos: o Quinta do Côtto Bastardo 2106 (20 euros) e o Quinta do Côtto Vinha do Dote (20 euros), este proveniente de uma propriedade situada mesmo junto à Quinta do Vallado e que chegou à família em 1865, incluída no dote que Rosa Carolina Pinto Barreiros teve que dar para casar com o então morgado de Cidadelhe, António Montez Champalimaud. Dois vinhos bem distintos mas igualmente belíssimos. Mais digestivo e raçudo o primeiro; mais denso, carnudo e especiado o segundo. Quinta do Côtto Grande Escolha Tinto 2015Montez ChampalimaudMesão FrioCastas: váriasGraduação: 14, 4% volRegião: DouroPreço: 50€Nota: 94
REFERÊNCIAS:
Há um novo António Zambujo que soa a Tom Waits e Beach Boys
Após um interregno dedicado às canções de Chico Buarque, o cantor regressa com um extraordinário disco em que ouvimos ecos de Caetano Veloso, sim, mas também a pop mais clássica e um perfil orquestral. (...)

Há um novo António Zambujo que soa a Tom Waits e Beach Boys
MINORIA(S): Animais Pontuação: 2 | Sentimento 0.136
DATA: 2018-11-24 | Jornal Público
SUMÁRIO: Após um interregno dedicado às canções de Chico Buarque, o cantor regressa com um extraordinário disco em que ouvimos ecos de Caetano Veloso, sim, mas também a pop mais clássica e um perfil orquestral.
TEXTO: Em Setembro de 1975, enquanto António Zambujo dava voz aos seus primeiros choros em Beja, do outro lado do Atlântico Tom Waits ia frequentando os mesmos lugares pouco recomendáveis de sempre enquanto tentava convencer o seu público de que o piano bebia mais do que ele próprio. Dois meses antes, no final de Julho, Waits tinha gravado ao vivo nos Los Angeles Record Plant Studios o imbatível álbum-concerto Nighthawks at the Diner, em que histórias se transformavam em canções quase sem darmos por isso, para logo depois voltar àquelas digressões que se estendiam por todo o país e pareciam não ter fim. Mais tarde, recordaria tais meses à Rolling Stone: “Estive doente ao longo de todo esse período… Viajava bastante, vivia em hotéis, comia comida má, bebia muito – demasiado. Há um estilo de vida que já está ali antes de chegarmos e depois somos apresentados. É inevitável. ”Autoria: António Zambujo Universal MusicNos intervalos da estrada, Tom Waits jogava brevemente ao sedentarismo no Tropicana Motel, em Los Angeles, com a namorada de então Rickie Lee Jones – os dois tinham-se conhecido através de Chuck E. Weiss. E Weiss, companheiro de noitadas de ambos, havia de ser nomeado em canções como Jitterbug boy ou I wish I was in New Orleans, essa magnífica ode aos paradeiros nocturnos de uma cidade, gravada por Waits em Small Change, em que a sua voz envelhecia milagrosamente pelo menos três décadas. A canção há muito que mantém Zambujo debaixo de um estado de encantamento. E foi esse espírito de uma memória longínqua e próxima, do desejo dorido de estar num outro lugar, que Zambujo seguiu ao compor Retrato de bolso. A inspiração na canção de Waits é assumidíssima – tanto assim que o arranjo de piano e cordas segue as mesmas pistas – e esse dado foi também passado a Aldina Duarte quando lhe pediu a letra. E a fadista, conhecendo-lhe a vida além das canções, não quis saber de boémias e escreveu-lhe uns versos para se despedir do pai. Ouve-se de facto Tom Waits a pairar nas cordas de Retrato de bolso, um dos temas mais desprotegidos no alinhamento de Do Avesso, 2 minutos e 48 segundos sem grande máscara e entre aqueles que mais respeitam a ideia inicial que Zambujo passou aos seus companheiros de composição de querer esculpir um álbum em torno da(s) memória(s). Só que as letras e as canções foram chegando e as memórias, sem desaparecerem – Catavento da Sé, composição de Miguel Araújo, recupera a lembrança da rua da sua avó, Moda antiga, de João Monge lança a âncora nos seus dias alentejanos –, mostraram-lhe que ficar agarrado a elas implicaria perder o disco. Se é por Tom Waits que começamos é porque existe um forte simbolismo no espaço que ocupa em Do Avesso. Há muitos anos, desde que António Zambujo começou a sua lenta mas continuada deflexão do fado, as suas entrevistas deixavam sempre saber que Waits e Chet Baker eram referências fundamentais para a sua música. Baker, na sua voz frágil e soprada furava com mais facilidade até temas como A tua frieza gela ou Queria conhecer-te um dia, mas, ainda assim, era de João Gilberto e de Caetano Veloso que mais se falava e de quem Zambujo mais se aproximava. Em Do Avesso, Caetano mantém-se, como acontecia já nos últimos anos, enquanto farol mais destacado, mas esse é um lastro que agora se sente sobretudo nas linhas vocais. Neste álbum que baralha de novo as coordenadas e faz uma marcha-atrás estilística no caminho de Zambujo, é agora “o lado mais anglo-saxónico, mais folk, mais irish que acaba depois por influenciar a música americana” a fazer-se sentir. “É essa a essência deste disco – a haver uma”, acredita o músico. Zambujo fala de folk, mas há também uma sugestão jazzística constante em fundo. Do Avesso funciona como uma inversão de marcha em relação aos últimos anos, recuando no caminho que o cantor decidiu adoptar em Quinto e Rua da Emenda, discos fortemente marcados por uma convergência musical de sonoridades portuguesas, brasileiras e cabo-verdianas. A relação que antes estabelecia sobretudo com várias músicas populares locais dá agora lugar a uma música popular com um travo mais universal. “É o resultado de tudo, dos discos que ouvimos, das músicas que fazemos, de todas as influências que temos, das pessoas que estão ao nosso lado”, justifica. “Mas nunca penso muito nessas coisas. Estou focado a cantar e a tocar. ”Essa sonoridade de geografia mais difusa, estimulada pela presença pronunciada de uma linhagem clássica pop/rock, a par de uma investida por serpenteares jazzísticos, rapidamente se explica no convite dirigido a um tridente de produtores composto por Nuno Rafael (director musical de Sérgio Godinho, um dos artífices do álbum dos Humanos), Filipe Melo (pianista de jazz, mas com créditos de orquestração em discos de gente como Legendary Tigerman, Deolinda ou Diabo na Cruz) e João Moreira (trompetista de jazz, há muito companheiro de estrada de Zambujo). Se Moreira não é estranho a este universo, Rafael e Melo encaixaram na ideia que o cantor tinha para o novo disco quando os viu em palco, na pele de maestros do espectáculo Deixem o Pimba em Paz. A partir daí, as discussões sobre o álbum passaram a fazer-se sempre a quatro, numa partilha de referências que passavam por Beach Boys e Beatles (oiça-se Catavento da Sé, Sem palavras ou Não interessa nada para se perceber o quanto Brian Wilson e Paul McCartney por aqui se demoram – se bem que a última poderia ser obra de um rapaz chamado Caetano McCartney), Tom Waits (Retrato no bolso, Se já não me queres ou Arrufo) e Rodrigo Amarante. Amarante, outro endividado para com a figura de Chet Baker, aparece escarrapachado no tema de abertura, Do avesso, nascido da pena de um outro Rodrigo made in Brasil – no caso, de apelido Maranhão. O piano de fantasmagórica melancolia, Zambujo foi buscá-lo ao brilhante Cavalo, em concreto a Fall asleep. “O Cavalo, do Amarante, tinha muitas experiências de som que me inspiraram”, reconhece. “E em relação a esse piano, eu disse que não queria parecido, queria mesmo aquele som. ”Cavalo é um álbum que faz sentido enquanto referência no momento em que Zambujo se encontrava na linha de partida para a criação do novo registo. Já no lançamento do anterior Rua da Emenda, havia uma canção de rabo de fora a encerrar o disco. Viver de ouvido, música de Zambujo para letra de José Fialho Gouveia, era uma canção distendida, gravada no telefone, voz e guitarra sem polimento algum, com uma hesitação na letra, tema e música ainda a encaixarem-se num tema acabado de nascer. Era o primeiro indício de que queria “começar do princípio”, recuar até esse registo de onde tudo parte (voz e guitarra) e construir a partir daí com recurso a peças diferentes. Também um disco de Nana Naymmi e César Camargo Mariano, voz e piano, que lhe haviam oferecido no Brasil, seria usado como pista adicional para esse caminho – foi daí que saiu Fruta boa, tema de Milton Nascimento, uma das versões que encontraram espaço em Do Avesso. Nessa construção com novos elementos, de início Zambujo nem sequer equacionou a introdução de uma orquestra, mas a vocação natural de Filipe Melo para esse tipo de solução foi-se infiltrando aos poucos e, quando o cantor deu por isso, já não era capaz de imaginar as canções sem os apontamentos – por vezes a remeter para um mundo em que Sinatra é rei, outra vezes com o trono alargado para lá caberem os quatro Beatles – interpretados pela Sinfonietta de Lisboa. Os arranjos orquestrais remetem também para um universo cinematográfico caro a Zambujo. Aliás, é por causa desse encontro que chegamos a Amapola, tema que deliciava há muitos anos o músico, desde que o descobrira orquestrado por Ennio Morricone numa cena de Era Uma Vez a América, em que Noodles regressa à infância e espia Deborah enquanto ela ensaia uns passos de ballet. “Para mim, os dois momentos musicais mais bonitos da história do cinema”, justifica, “são a Paloma cantada pelo Caetano no Fala com Ela, e este do Era Uma Vez a América. Sempre achei esta música maravilhosa, mas não tinha vontade de cantá-la porque julgava que era instrumental. ” Foi graças a um concerto dos Três Tenores que foi surpreendido por uma letra para o tema, em castelhano. Para não ficar linguisticamente desirmanado, Zambujo emparelhou-o com Madera de deriva, tema colhido junto do uruguaio Jorge Drexler. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. São exemplos de um disco que se vai transformando em termos sonoros, abandonando, aos poucos, o tom mais pop/rock para se entregar a temas de perfil mais clássico, mas em que Zambujo sai sempre coroado. As composições (escolhidas a partir de um lote de 30) são, regra geral, magníficas e as suas interpretações acompanham essa atmosfera enlevada, sem forçar a voz a voos desnecessários. Em duas ocasiões, temas da lavra de Luísa Sobral e Márcia, Zambujo volta a cantar na pele de uma mulher, algo que acontecera já em Até Pensei que Fosse Minha, o seu álbum dedicado ao cancioneiro de Chico Buarque. Atraído por se ver de visita a um mundo que não é o seu, esse foi um pedido expresso da sua parte – o de querer imaginar-se noutro corpo e noutra vida. No primeiro desses temas, Se já não me queres, ouvimos às tantas a guitarra portuguesa furar o instrumental para nos lembrar que está por lá, embora meio escondida. Em todo o álbum, Bernardo Couto leva o instrumento para um papel quase sempre rítmico, recusando-se ares de protagonista. No segundo, o espantoso Não interessa nada – muito bem ligado a Arrufo, de Pedro da Silva Martins, descobrimos em Márcia uma escrita com o atrevimento e o humor que Maria do Rosário Pedreira ajudou a estabelecer como imagem de marca do autor – a poetisa sente-se, por isso, como uma ausência presente em Do Avesso. “Às vezes isso até pode tramar”, confessa Zambujo, “porque as pessoas acabam por imaginar-nos sempre a fazer a mesma coisa, o que não me interessa muito. Há muitas músicas que ficaram de fora porque percebo mesmo que tentaram armar-se em engraçadinhas e desde o tempo do La Féria sei que graça com graça dá desgraça”, ri-se. A vantagem é que os autores que povoam o disco quase todos conhecem bem Zambujo. E só assim é possível encerrar com um certeiro tema escrito por João Monge e musicado pelo cantor, Moda antiga, versejador das angústias e dos conflitos de quem cresceu no Alentejo e se pergunta o tempo todo quanto de si pertence à província e à metrópole, quanto de si é campo e quanto é cidade, quanto da sua nova vida equivale a traição. E a dúvida, a incerteza e o conflito, como bem se sabe, é um dos melhores lugares para se habitar.
REFERÊNCIAS:
Espanha ameaça não apoiar a aprovação do "Brexit" no domingo
Governo de Pedro Sánchez faz ameaça mas não tem poder de veto. Acordo deverá ser aprovado no domingo em Bruxelas. (...)

Espanha ameaça não apoiar a aprovação do "Brexit" no domingo
MINORIA(S): Animais Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2018-11-24 | Jornal Público
SUMÁRIO: Governo de Pedro Sánchez faz ameaça mas não tem poder de veto. Acordo deverá ser aprovado no domingo em Bruxelas.
TEXTO: O Governo espanhol mantém que não dará o seu aval a um acordo sobre o “Brexit” sem antes ter garantias jurídicas sobre a negociação do estatuto de Gibraltar após a saída do Reino Unido. A União Europeia tentou oferecer a Espanha uma saída do impasse, sob a forma de duas declarações paralelas anexas ao acordo de saída, mas Madrid continua a considerar tudo demasiado vago, diz o jornal espanhol El País. A agência Reuters diz que uma fonte europeia afirmou que “o trabalho diplomático continua”. “Tal como está agora a situação vai-se manter o veto. É uma questão de interesse nacional”, disse fonte do governo ao El País. O Governo de Pedro Sánchez aguarda ainda que Londres dê o seu parecer a esses dois documentos específicos sobre o estatuto de Gibraltar, que terão de ser aprovados amanhã no Conselho Europeu extraordinário para a ratificação do acordo do “Brexit” e a declaração política sobre as relações futuras entre o bloco e o Reino Unido. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. Espanha quer uma garantia explícita de que as futuras negociações sobre a relação futura entre o Reino Unido e a União Europeia deixarão de fora qualquer decisão relativa ao estatuto do enclave britânico, reivindicado por Madrid. O Governo de Pedro Sanchéz exige que essas conversas sejam realizadas entre Espanha e o Reino Unido e não no âmbito da União Europeia, e não prescinde de ter esse objectivo vertido para o texto legal do acordo. A questão de Gibraltar é o último obstáculo pendente antes da cimeira de amanhã, depois de terem sido resolvidas, ontem de manhã, as questões sobre as quotas de pesca em águas britânicas e a clarificação sobre o período de transição.
REFERÊNCIAS:
Cidades Londres Madrid
Os Monchiques do PSD e a falta de espuma do CDS
Surpreende que um partido como o PSD se encerre dentro de si próprio por falta de um programa que una quadros e dirigentes. Rio bem tenta fazer da aproximação ao PS um guião, mas sem sorte. (...)

Os Monchiques do PSD e a falta de espuma do CDS
MINORIA(S): Animais Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2018-08-26 | Jornal Público
SUMÁRIO: Surpreende que um partido como o PSD se encerre dentro de si próprio por falta de um programa que una quadros e dirigentes. Rio bem tenta fazer da aproximação ao PS um guião, mas sem sorte.
TEXTO: Após três anos de governo PS com apoio parlamentar das esquerdas, a direita quando governou estava tão convencida da inevitabilidade da austeridade que ainda não se encontrou consigo própria, nem com um programa que a possa guindar ao poder. Rui Rio tem consciência do estado de alma do partido que se acomodou tanto a nível de direção como localmente. Está burocratizado e disponível para lutas internas por postos que assegurem a vidinha aos seus membros. Mobilizam-se em torno dos líderes que alimentam as suas esperanças de não serem esquecidos na hora da vitória. A aproximação de Rio ao PS, que conta com muita gente dentro do PS, constitui para os anteriores círculos dirigentes do PSD uma traição ao projeto neoliberal que defenderam à outrance, pois sabem que não tem, num eventual bloco central, a mesma intensidade. E é isso que os une, o galope neoliberal. É a esta luz que Santana abandona a família para se arvorar em ser o único e legítimo filho do que alegadamente era o PPD de Sá Carneiro e que ninguém sabe. Os cismas são vários sobre o verdadeiro pensamento de Sá Carneiro. Congeminou que pode ter um resultado eleitoral para lhe dar capacidade de contar na cena política, o que não sucederia com Rio. A Santana não lhe basta um cargo proeminente em qualquer instituição pública. Quer mais; e esse mais o PSD não lho dá, nem provavelmente viria a dar. Santana e Pedro Duarte, Montenegro e outros largaram o fogo no PSD e agora são muitos os Monchiques que Rio enfrenta e ao que parece sem ajuda de meios aéreos. Tenta apagá-los fazendo da época dos incêndios devido às elevadas temperaturas a sua oposição ao governo. O CDS, sacrificado pela estratégia de Rio, aproveita-se da falta da falta de espuma para apagar os Monchiques do PSD. Está, porém, tolhido. A visibilidade que Portas lhe deu no governo de Passos, incluindo a de Cristas, vira-se contra o próprio partido, mesmo que este hoje proclame o contrário de tudo o que aprovou no governo desde o congelamento dos salários na função pública e do salário mínimo nacional, os cortes nas pensões, os aumentos nas taxas moderadoras, o aumento da carga de horas de trabalho na função pública, os cortes nos guarda florestais, os cortes nas quotas do pescado, os despejos, a reforma dos tribunais afastando os cidadãos da justiça, as privatizações sem lei nem roque, até ao pavor que era viver sob o chicote destes mandarins impiedosos, pois todos os dias os bilionários tinham boas notícias e o resto da população más. Foi o período em que uma ínfima minoria ficou mais rica e a imensa maioria com menos rendimentos e se espalhou deliberadamente a pobreza. Enquanto o PSD lambe as feridas, o CDS chega-se à frente nas críticas ao governo. Enquanto Rio ensaia o bloco central, o CDS preterido demarca-se, marcando o terreno. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. O CDS cavalga a crise do parceiro de tantas ocasiões para ganhar estaleca. Não parece vir a ter sorte. Surpreende que um partido como o PSD se encerre dentro de si próprio por falta de um programa que una quadros e dirigentes. Rio bem tenta fazer da aproximação ao PS um guião, mas sem sorte. É algo inesperada a incapacidade destes partidos terem um programa, um guião para apresentarem. Vivem de incêndios, roubos de armas e pouco mais. Como dizia o seu protetor Cavaco - chocam com a realidade…
REFERÊNCIAS:
Esqueça a estrada: no futuro os carros chegarão pelos ares
Alguns parecem saídos de um filme de ficção científica, outros assemelham-se a um híbrido entre um carro e uma avioneta. Já há um protótipo norte-americano com mais de 200 horas de voo e em Portugal já se dão os primeiros passos na área. (...)

Esqueça a estrada: no futuro os carros chegarão pelos ares
MINORIA(S): Animais Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2018-10-26 | Jornal Público
SUMÁRIO: Alguns parecem saídos de um filme de ficção científica, outros assemelham-se a um híbrido entre um carro e uma avioneta. Já há um protótipo norte-americano com mais de 200 horas de voo e em Portugal já se dão os primeiros passos na área.
TEXTO: É uma imagem conhecida que habita no imaginário de muitos os que nasceram e cresceram depois de 1962: a família Jetson começa a manhã num carro voador verde, parecido a um mini-helicóptero sem hélices, e desloca-se entre vários pontos de Orbit City, a cidade ficcionada da série dos anos 1960. Em 1925, Henri Ford já tinha tentado criar um carro voador, o Ford Flivver, o "modelo T dos ares", mas o projecto chegou ao fim em 1936 devido a um acidente aparatoso. Nessa altura, os carros voadores eram apenas um sonho reservado aos mais audazes. Quando os Jetsons foram criados, nos anos 60, eram uma visão futurista. Actualmente os carros voadores, carros-drone ou drones de passageiros estão cada vez mais perto de se tornarem reais e comuns: já há um protótipo norte-americano com mais de 200 horas de voo e em Portugal já se dão os primeiros passos na área. “Carregar num botão e conseguir um voo”: são estes os planos da direcção da Uber, apresentados na conferência Uber Elevate, dedicada ao tema do transporte aéreo, que já se realiza desde 2017. A última foi em Maio. “Pode parecer algo que existe apenas em fantasias de ficção científica, mas queremos torná-lo real”, disse o responsável de aviação da Uber, Eric Allison, à CNet, site especializado em tecnologia. “Estes veículos já passaram da fase de investigação e chegaram a um ponto em que podem ser usados comercialmente”, sentencia. A tecnologia usada nos modelos de referência usados pela Uber chama-se eVTOL, diminutivo de Descolagem e Aterragem Verticais Eléctricas (ou electric vertical take-off and landing no original). O protótipo da Uber tem quatro propulsores que permitem a descolagem vertical e um rotor que permite que se movimente para a frente – o que faz com que se assemelhe mais a um helicóptero do que a um carro voador. Pelo menos, é o que parece no desenho apresentado durante a Uber Elevate, onde se apresentaram as novidades tecnológicas da empresa. De acordo com Eric Allison, a discussão sobre o termo certo para designar este veículo ainda não está encerrada: “‘Carro voador’ é o equivalente a ‘carruagem sem cavalos’”, disse ao CNet. “Não sabemos qual é o termo certo, mas provavelmente não são carros voadores. Chamámos-lhes eVTOL o que também é terrível”. A velocidade de cruzeiro deste veículo situar-se-á entre 240 e 320 quilómetros por hora e irá alcançar uma altitude entre 300 e 600 metros. O custo da viagem situar-se-ia nos seis dólares (cinco euros) por milha (1, 6 quilómetros) viajada. A título de exemplo, um percurso de Lisboa ao Porto, que distam aproximadamente 300 quilómetros ou 186 milhas, ficaria a mais de 900 euros. Os primeiros voos de teste deste protótipo estão marcados para 2020. O primeiro voo de um carro voador criado pela empresa norte-americana Terrafugia aconteceu em 2009. Na altura, a direcção da Terrafugia previu que os primeiros veículos iam chegar ao mercado em 2011, mas isso acabou por não acontecer – o que obrigou a empresa a devolver o dinheiro a quem fez a pré-compra por não ter conseguido cumprir com o prazo estipulado. Agora, com um novo dono e um novo protótipo, tentam outra vez. O Transition, o mais recente protótipo, vai estar em pré-venda já em Outubro e, pelas previsões da empresa, vai começar a ser comercializado em 2019. O protótipo já soma mais de 200 horas de voos de teste. Quando chegar ao mercado, os consumidores vão seguramente pagar mais de 300 mil dólares (mais de 255 mil euros), embora o número final ainda não seja conhecido, por um veículo com motor híbrido, três câmaras traseiras e espaço extra na bagageira. Danielle Kershner, porta-voz da empresa, explicou ao jornal norte-americano The Boston Globe que a empresa enfrentou várias questões regulatórias relacionadas com as regras de segurança federais para aviões e carros. Tudo isso atrasou a sua comercialização. Chama-se Flyingkyxz e é o sonho tornado realidade de Kynz Mendiola, um dançarino de hip-hop filipino que o criou do zero. Recentemente, o Flyingkyxz completou o seu primeiro voo de teste com sucesso. Mendiola gastou a maior parte das suas poupanças a construir este veículo e diz que, assim que a invenção estiver concluída, vai tentar encontrar patrocinadores que financiem a sua produção comercial. De todos é o que mais se assemelha a um carro, mas continua parecido a um drone gigante. É uma criação do Centro de Engenharia e Desenvolvimento de Produto (CEiiA), em Matosinhos, e é o primeiro carro-drone português. Chama-se Flow. me e o lançamento está previsto para 2022. É um carro eléctrico e autónomo, constituído por três módulos: um sistema terrestre, um habitáculo e um sistema aéreo. O sistema terrestre – semelhante a um carro – terá autonomia até 200 quilómetros. A parte aérea será um drone, com propulsão semelhante à de um helicóptero e uma autonomia de voo de três a seis horas. O objectivo é que o habitáculo se consiga libertar do sistema terrestre num local e ir aterrar noutro local, onde terá de estar disponível um outro sistema terrestre. Até 2020, uma empresa de tecnologia israelita, Urban Aeronautics, espera conseguir colocar no mercado um drone de passageiros – que é como quem diz um carro voador. O Cormorant, modelo desta empresa, pesa uma tonelada, pode transportar 500 quilos e viajar a 185 quilómetros por hora e, quando chegar ao mercado, o preço deve rondar os 14 milhões de dólares (cerca de 13, 4 milhões de euros). Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. Por enquanto, as suas utilizações mais óbvias passam por fornecer ajuda em ambientes de guerra. Os especialistas da Urban Aeronautics acreditam que o drone verde-escuro, que usa rotores internos em vez de hélices de helicóptero, poderia retirar pessoas de ambientes hostis ou permitir acesso seguro a forças militares. "Basta imaginar uma bomba numa cidade. . . e este veículo pode entrar, pilotado de forma remota numa rua, e descontaminar uma área", disse o fundador e presidente da Urban Aeronautics, Rafi Yoeli, à Reuters.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave guerra ajuda
Direcção-Geral recorre da providência cautelar que trava prospecção petrolífera em Aljezur
Plataforma Algarve Livre de Petróleo anunciou a 13 de Agosto que o Tribunal Administrativo e Fiscal de Loulé tinha deferido a providência cautelar interposta para travar o furo de prospecção de petróleo. (...)

Direcção-Geral recorre da providência cautelar que trava prospecção petrolífera em Aljezur
MINORIA(S): Animais Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2018-09-11 | Jornal Público
URL: https://arquivo.pt/wayback/20180911192048/https://www.publico.pt/1841656
SUMÁRIO: Plataforma Algarve Livre de Petróleo anunciou a 13 de Agosto que o Tribunal Administrativo e Fiscal de Loulé tinha deferido a providência cautelar interposta para travar o furo de prospecção de petróleo.
TEXTO: A Direcção-Geral dos Recursos Naturais, Segurança e Serviços Marítimos (DGRM) confirmou nesta terça-feira que recorreu da decisão judicial que deu provimento a uma providência cautelar que suspende a prospecção de petróleo ao largo de Aljezur, no Algarve. A 13 de Agosto, a Plataforma Algarve Livre de Petróleo (PALP) anunciou que o Tribunal Administrativo e Fiscal (TAF) de Loulé tinha deferido a providência cautelar interposta para travar o furo de prospecção de petróleo que estava previsto iniciar-se a partir de Setembro em Aljezur, ao abrigo de um Título de Utilização Privativa do Espaço Marítimo (TUPEM) que tinha sido concedida pela DGRM ao consórcio ENI/GALP. A PALP qualificou como "uma vitória" a decisão judicial, que veio "impedir o início de qualquer trabalho de prospecção" e, na segunda-feira, emitiu um comunicado a dar conta de que a DGRM tinha recorrido no dia 14 de Agosto da decisão do TAF de Loulé. Após o anúncio da aceitação da providência cautelar por parte do tribunal, o consórcio ENI/GALP garantiu à Lusa que "sempre cumpriu escrupulosamente a legislação e as determinações das autoridades" no que se refere à licença para a prospecção de petróleo ao largo de Aljezur e que estava "a avaliar esta decisão e as respectivas opções". Hoje, a DGRM divulgou um comunicado a informar que cabe legalmente ao seu director-geral "emitir o Título de Utilização Privativo do Espaço Marítimo (TUPEM)" e, ao abrigo dessa competência, foi concedida uma licença desse tipo ao consórcio em Janeiro de 2017, "verificados os procedimentos legais pelos serviços da DGRM, após período alargado de consulta pública e compulsados os contributos recolhidos nesse âmbito". "O contrato de concessão relativo à prospecção de hidrocarbonetos no bloco SANTOLA, foi celebrado em 2007 pelo Estado português, através do Ministério da Economia, situando-se a 46 quilómetros de distância da costa. O Título de Utilização Privativa do Espaço Marítimo (TUPEM) emitido pela DGRM reporta-se à fase de prospecção e constitui um requisito que resulta do regime jurídico de ordenamento do espaço marítimo", referiu a DGRM. A mesma fonte frisou que "esse título não envolve qualquer decisão relativa à autorização de produção dos recursos que eventualmente sejam detectados" e considerou que a providência cautelar da PALP "veio colocar em causa a legalidade do acto e o procedimento adoptado por esta Direcção-Geral aquando da emissão do TUPEM". "O consultor jurídico designado nos autos, com a incumbência de defender a posição seguida pela DGRM, considerou haver fundamentação técnico-jurídica para a interposição de recurso junto do Tribunal Central Administrativo", anunciou a DGRM, sem precisar a data em que foi apresentado o recurso. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. O Partido Pessoas, Animais e Natureza (PAN) também questionou hoje o Ministério do Mar sobre o conteúdo judicial apresentado para travar a providência cautelar iniciada pela PALP e que suspende preventivamente todas as acções do consórcio ENI/GALP, ao largo de Aljezur. O PAN considerou num comunicado que o recurso apresentado pela DGRM "não foi devidamente justificado" e "desconhece-se o conteúdo dos argumentos utilizados", criticando o Ministério do Mar e a Direcção-Geral pela falta de informação que disponibilizam sobre o processo. "Assistimos a um sequestro democrático quando o Estado coloca os falsos interesses económicos à frente da ciência, do ambiente e do real interesse público, afirmou Francisco Guerreiro, porta-voz do PAN, citado no comunicado, acusando o Ministério do Mar de ser "um gabinete do Ministério da Economia".
REFERÊNCIAS:
Partidos PAN LIVRE
Garrafa de Apothéose Bastardinho atinge os 4500 euros em leilão da José Maria da Fonseca
Foram leiloados vinhos históricos do património da casa de Azeitão, entre os quais 100 garrafas de Moscatel Roxo de Setúbal Superior de 1918. Uma foi arrematada por 900 euros. (...)

Garrafa de Apothéose Bastardinho atinge os 4500 euros em leilão da José Maria da Fonseca
MINORIA(S): Animais Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2018-10-26 | Jornal Público
SUMÁRIO: Foram leiloados vinhos históricos do património da casa de Azeitão, entre os quais 100 garrafas de Moscatel Roxo de Setúbal Superior de 1918. Uma foi arrematada por 900 euros.
TEXTO: Se fosse vivo, Fernando Soares Franco faria 100 anos. Para o homenagear, os filhos, António e Domingos Soares Franco, escolheram um vinho guardado há precisamente um século na Adega dos Teares Velhos da José Maria da Fonseca, em Azeitão, e engarrafado agora para a ocasião: o Moscatel Roxo de Setúbal Superior de 1918 foi a estrela do quarto leilão do século XXI realizado na noite de quinta-feira pela histórica casa produtora de vinho. Numa noite cheia de simbologia, foram a leilão 100 das 184 garrafas numeradas do vinho centenário, porque a José Maria da Fonseca celebra também os seus 184 anos. No final de um jantar na Adega dos Teares Novos da Casa Museu em Azeitão, no meio das grandes barricas de vinho, Sebastião Pinto Ribeiro, do Palácio do Correio Velho, conduziu o leilão de 35 lotes, que incluiu as 100 garrafas do Moscatel Roxo de 1918 e terminou com outro vinho histórico, o Apothéose Bastardinho, arrematado por 4500 euros. No caso do Moscatel Roxo de 1918, o preço médio rondou os 500/600 euros, mas a primeira garrafa atingiu os 900 euros. “Temos nas nossas caves algumas referências extraordinárias”, contou, antes do início do leilão, o enólogo Domingos Soares Franco. “Consegui encontrar um casco em que aparece o Moscatel Roxo 2018. ” Antes, António, o irmão, tinha já sublinhado que “se o Moscatel Roxo ainda existe” deve-se ao pai, Fernando, que insistiu em salvar uma vinha “que nem um hectare tinha” e fê-lo “numa altura em que na região ninguém queria esta casta porque era a primeira a amadurecer e os pássaros comiam as uvas todas”. Quando o Moscatel Roxo – que é “uma mutação genética natural do Moscatel de Setúbal e uma casta com uma acidez e aromas fora do normal”, nas palavras de Domingos Soares Franco – estava “quase a fechar os olhos”, Fernando defendeu que não se podia deixá-la morrer. “O nosso pai trouxe varas daquela vinha e colocou-as noutras vinhas. Hoje, nós e os nossos fornecedores já temos 25 hectares [de Moscatel Roxo] e na região haverá uns 40 hectares”, afirmou, com orgulho, António. O penúltimo lote a ser leiloado era composto por uma única garrafa de outro vinho também histórico, o Torna Viagem, que acabou por atingir os 2200 euros no final da licitação. Tratava-se, explicou Domingos Soares Franco, de um lote antigo deste vinho que a empresa “descobriu” por acaso há muitas décadas quando vinhos por vender acabaram por regressar a Portugal nos navios que tinham feito a travessia do Equador e passado por todas as aventuras e desventuras de uma viagem no oceano. “Está provado que melhoram em substância, em cor, em elegância, em tudo”, sublinhou o enólogo. Por fim, o Apothéose é outra história de resistência. Deste Bastardinho de Azeitão (de acordo com o enólogo, corresponde à casta francesa Trousseau) que se encontrava numa barrica pequena com mais de 80 anos foram feitas apenas 40 garrafas – a primeira das quais foi vendida na noite de quinta-feira, sendo as restantes colocadas à venda ao ritmo de uma por ano. As uvas vieram de vinhas situadas entre a Costa da Caparica e o Lavradio, numa área onde hoje existem apenas prédios. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. Domingos não esconde o espanto com o que encontrou neste casco com apenas 20 litros: “Achei extraordinário. Tentei descrevê-lo nas minhas fichas técnicas e não consegui. " Colocaram-no numa garrafa de cristal da Vista Alegre com um banho de platina e numa caixa de madeira mandada fazer propositadamente. “Decidimos vender uma garrafa por ano para que daqui a 40 anos ainda se possa beber o Apothéose”, resumiu Domingos Soares Franco. No final, o leilão, no qual foram à praça no total 126 garrafas (entre as quais, por exemplo, os Moscatéis de Setúbal Superior de 1902, 1904, 1905, 1906, 1907 e 1955, “o melhor ano de todos”, segundo Domingos Soares Franco), rendeu mais de 67 mil euros. No século XIX e início do século XX era prática comum da José Maria da Fonseca realizar leilões, tradição que foi mais tarde interrompida, tendo sido retomada já no século XXI com um primeiro leilão em 2008, no qual foi lançado o Moscatel Roxo de Setúbal Superior de 1960. Seguiram-se leilões em 2011 e 2014, com o lançamento do Moscatel de Setúbal Superior de 55 e de 1911, respectivamente.
REFERÊNCIAS:
Tempo quinta-feira