Doença infecciosa matou lince-ibérico que esteve em Portugal no início do ano
O Caribú, lince-ibérico que passou a fronteira e esteve em Portugal no início do ano, morreu vítima de uma falha renal causada por uma doença infecciosa, revelaram as autoridades espanholas. (...)

Doença infecciosa matou lince-ibérico que esteve em Portugal no início do ano
MINORIA(S): Animais Pontuação: 12 | Sentimento -0.2
DATA: 2010-11-11 | Jornal Público
SUMÁRIO: O Caribú, lince-ibérico que passou a fronteira e esteve em Portugal no início do ano, morreu vítima de uma falha renal causada por uma doença infecciosa, revelaram as autoridades espanholas.
TEXTO: Caribú, de cinco anos, foi encontrado morto a 18 de Setembro em Lucena del Puerto, “apresentando uma fraca condição física, consequência da doença renal”, explicaram ontem em comunicado os responsáveis pelo programa Life Lince. “As fontes de contágio mais prováveis para o lince poderão ser a ingestão de roedores infectados ou o consumo de água contaminada”, acrescentam os especialistas. A causa da morte, infecção pela bactéria Leptospira interrogans, foi revelada através da necropsia realizada no Centro de Análises e Diagnóstico da Junta de Andaluzia. As doenças infecciosas são hoje a principal causa de morte do lince-ibérico na população de Doñana-Aljarafe, seguidas dos atropelamentos, salientam os responsáveis espanhóis pela conservação in-situ. Caribú era originário da Serra Morena que, com Doñana, representa uma das duas únicas zonas com populações viáveis de lince-ibérico do planeta. Em Dezembro de 2008 foi um dos linces transferidos da Serra Morena para reforçar a população de Doñana. Graças a um emissor de GPS colocado no animal, os técnicos descobriram que Caribú fazia grandes deslocações para Norte. “Os seus movimentos proporcionaram muita e valiosa informação sobre os processos de dispersão deste felino, utilizada para a planificação das reintroduções” que o Governo espanhol tem realizado desde o final de 2009, segundo a informação disponibilizada nessa altura no site do projecto Life Lince da Junta da Andalucia. A 27 de Janeiro, as autoridades espanholas contactaram o Instituto de Conservação da Natureza e da Biodiversidade (ICNB), comunicando que o lince tinha entrado em território português, na zona de Moura-Barrancos, onde ficou durante três dias. Foi uma confirmação rara de que animais desta espécie ameaçada de extinção atravessam a fronteira. O lince-ibérico (Lynx pardinus) é a espécie de felino mais ameaçada do planeta. Hoje estima-se existirem, pelo menos, 226 animais nas únicas duas populações viáveis, na Serra Morena e em Doñana. Segundo os dados mais recentes – referentes a 2009 – existem, pelo menos, 160 linces na Serra Morena. Destes, 40 são fêmeas e 48 crias. Em 2002 existiriam apenas um total de 66 animais. Em Doñana, os núcleos populacionais são mais fragmentados, devido principalmente à agricultura intensiva de regadio. No ano passado existia em Doñana um total de 66 linces, dos quais 18 fêmeas e 21 crias.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave morte consumo doença espécie extinção morto animal
Reintrodução do lince-ibérico na natureza vai deixar de ser experimental em 2011
Este ano, Espanha começou a reintroduzir linces-ibéricos na natureza, ainda a título experimental. Mas para 2011, o esforço sobe de nível. As melhores formas para o conseguir estão a ser debatidas num seminário internacional que começou ontem em Córdova. (...)

Reintrodução do lince-ibérico na natureza vai deixar de ser experimental em 2011
MINORIA(S): Animais Pontuação: 12 | Sentimento 0.1
DATA: 2010-11-11 | Jornal Público
SUMÁRIO: Este ano, Espanha começou a reintroduzir linces-ibéricos na natureza, ainda a título experimental. Mas para 2011, o esforço sobe de nível. As melhores formas para o conseguir estão a ser debatidas num seminário internacional que começou ontem em Córdova.
TEXTO: Entre Dezembro de 2009 e Abril de 2010, três casais de linces (Caberú e Charqueña, Cascabel e Diana, Elron e Eclipse) foram sendo libertados em três cercados de pré-soltura com cerca de quatro hectares, em Guadalmellato, Córdova. O objectivo é que os animais, todos vindos da população de Andújar-Cardeña, se fixem e reproduzam nesses locais para mais tarde reforçarem as populações da Serra Morena e Doñana, as unicas duas viáveis. Segundo as autoridades andaluzas, Caberú e Charqueña deram à luz três crias. Javier Madrid, director de gestão ambiental da Junta da Andaluzia disse à agência EFE que este Inverno vão continuar a ser reintroduzidos linces em Guadalmellato. Mas a partir de agora, os animais reintroduzidos serão provenientes dos centros de criação em cativeiro e não das populações selvagens. No seminário a decorrer em Córdova serão debatidas questões como o tratamento dos felinos em cativeiro antes da sua libertação e a aprendizagem de técnicas de caça e de sociabilização. “A nossa experiência em Guadalmellato tem tido êxito, por agora. Este seminário vai servir para nos orientar e marcar o caminho de como se devem fazer as reintroduções no futuro”, disse, citado pela EFE. Assistem ao seminário responsáveis da UICN (União Internacional para a Conservação da Natureza), responsáveis de Portugal, Castela-La Mancha, Múrcia e Extremadura. O seminário vai ainda analisar os resultados do segundo programa europeu LIFE lince-ibérico (2006-2011) e debater os moldes de um terceiro (2011-2016). Este será mais ambicioso porque as medidas de conservação, além da Andaluzia e Portugal, serão alargadas às regiões de Múrcia, Extremadura e Castela-La Mancha. Se o primeiro LIFE para o lince (2002-2006) recebeu quase dez milhões de euros e o segundo 26 milhões, este terceiro deverá receber 50 milhões de euros. Ao que tudo indica, os esforços estão já a dar resultados. A população selvagem de lince-ibérico na Andaluzia aumentou 12, 4 por cento durante este ano. Dos 225 linces registados em 2009 a população aumentou este ano para os 253 animais, revelou José Juan Díaz Trillo, o conselheiro andaluz para o Ambiente, no seminário, citado pelo jornal “El Mundo”. “Gostávamos de poder retirar o lince da lista de animais em perigo de extinção. É esse o nosso desafio”, comentou Trillo.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave extinção cativeiro
Centenas de pinguins e outras aves marinhas estão a morrer à fome na costa neozelandesa
Centenas, se não milhares, de pinguins e de outras aves marinhas não conseguem alimentar as suas crias e estão a morrer à fome na costa neozelandesa. A falta de peixe deve-se a alterações nos padrões climáticos, causadas pelo fenómeno La Niña. (...)

Centenas de pinguins e outras aves marinhas estão a morrer à fome na costa neozelandesa
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DATA: 2010-12-23 | Jornal Público
SUMÁRIO: Centenas, se não milhares, de pinguins e de outras aves marinhas não conseguem alimentar as suas crias e estão a morrer à fome na costa neozelandesa. A falta de peixe deve-se a alterações nos padrões climáticos, causadas pelo fenómeno La Niña.
TEXTO: Kate McInnes, do Departamento de Conservação neozelandês (DOC), explica em comunicado que as aves começaram a aparecer mortas nas praias da ilha Norte há algumas semanas. “Mas infelizmente, isto ainda não acabou e muitas aves deverão morrer por todo o país”, alerta o DOC. Autópsias realizadas às aves confirmaram que os animais estão a morrer de fome. “Não são só os pinguins”, diz Kate McInnes. “Todas as aves marinhas (incluindo a pardela-preta, Puffinus griseus), lutam para alimentar as suas crias como resultado do padrão climático de La Niña. É triste mas é um fenómeno natural. Tudo aponta para uma falta de peixes pequenos, dos quais dependem estas aves. ”O fenómeno La Niña que está a afectar a Nova Zelândia este Verão é o mais intenso desde 1975 e caracteriza-se por anticiclones estacionários a Este das ilhas, trazendo condições meteorológicas mais calmas. “Mares menos revoltos suspendem a mistura das colunas de água, dificultando o esforço das aves para encontrar alimento”, explica a responsável. “As pessoas vão querer ajudar as aves mas, simplesmente, não existe alimento suficiente para que as crias possam sobreviver. ”Ainda assim, McInnes acredita que as populações das aves marinhas vão recuperar a longo prazo, já que a “anterior época reprodutora foi excelente”.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave fome aves
Autoridades do Arkansas já recolheram cerca de três mil aves mortas
Cerca de três mil pássaros mortos foram recolhidos ao longo de mais de dez horas de uma operação de limpeza em Beebe, depois de uma misteriosa “chuva” de aves que caíram do céu na noite da passagem de ano. (...)

Autoridades do Arkansas já recolheram cerca de três mil aves mortas
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DATA: 2011-01-04 | Jornal Público
SUMÁRIO: Cerca de três mil pássaros mortos foram recolhidos ao longo de mais de dez horas de uma operação de limpeza em Beebe, depois de uma misteriosa “chuva” de aves que caíram do céu na noite da passagem de ano.
TEXTO: Na noite da passagem de ano, cerca das 23h30 locais, o Departamento da Polícia de Beebe recebeu várias queixas relativas a aves mortas - tordos-sargentos ou pássaros-pretos-da-asa-vermelha (Agelaius phoeniceus) - que estavam a cair do céu para cima de telhados e quintais. Mike Robertson, “mayor” de Beebe, contou ao jornal “Arkansas online” que participaram na operação de limpeza 15 funcionários dos Serviços Ambientais norte-americanos, funcionários da autarquia e até moradores. O primeiro balanço deu conta de mil aves mortas, mas ao longo do tempo, o número subiu para perto dos três mil. Segundo a Comissão para a Caça e Pesca no Arkansas (AGFC, sigla em inglês), a maioria das aves estava morta quando os funcionários chegaram ao local. “Pouco depois de ter chegado ainda estavam aves a cair do céu”, contou Robby King, responsável pela vida selvagem naquela comissão. King recolheu 65 aves que foram enviadas para um laboratório em Madison, Wisconsin. Por enquanto, ainda não se conhecem as causas desta mortandade. Karen Rowen, ornitóloga da AGFC, disse em comunicado que situações semelhantes a esta têm acontecido algumas vezes em outros pontos do planeta. “Os resultados das investigações foram inconclusivos. Mas as aves mostravam sinais de traumas físicos e de que o bando tivesse sido atingido por uma trovoada ou por uma chuva de granizo. ” Outro cenário possível, avança a Comissão, será o “stress” causado pelo fogo-de-artifício para marcar a passagem de ano. Luís Costa, director da Spea (Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves) disse ao PÚBLICO que há possibilidade de as aves serem afectadas por fogos-de-artifício. "Já alertámos algumas vezes para os perigos dos fogos-de-artifício mas apenas como medida de precaução", disse o responsável que desconhece situações semelhantes em Portugal. O impacto será mais grave se a zona for considerada importante local de refúgio para as aves, acrescentou. A ornitóloga Karen Rowen afasta ainda a hipótese de envenenamento mas adianta que está a ser realizada uma necropsia para determinar se as aves morreram de trauma ou de substâncias tóxicas. Os testes à qualidade do ar realizados pelo Departamento para a Qualidade Ambiental no ArKansas não revelaram a existência de toxinas. A população espalha as suas próprias explicações para o sucedido, como noticia o site Arkansas News. Uns acreditam que as aves foram envenenadas, outros referem os químicos espalhados nos campos por avionetas e outros ainda falam de gás metano libertado depois de um sismo. Há quem diga que se tratou de uma tentativa falhada da rede terrorista Al-Qaeda para envenenar o governador de Beebe.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave estudo morta aves
Fogo-de-artifício terá causado pânico e morte a milhares de aves no Arkansas
A misteriosa “chuva de aves” na noite da passagem do ano em Beebe, no Arkansas, poderá ser explicada pelo pânico que os animais sentiram durante os fogos-de-artifício, de acordo com os resultados preliminares. (...)

Fogo-de-artifício terá causado pânico e morte a milhares de aves no Arkansas
MINORIA(S): Animais Pontuação: 12 | Sentimento 0.0
DATA: 2011-01-04 | Jornal Público
SUMÁRIO: A misteriosa “chuva de aves” na noite da passagem do ano em Beebe, no Arkansas, poderá ser explicada pelo pânico que os animais sentiram durante os fogos-de-artifício, de acordo com os resultados preliminares.
TEXTO: Ainda será preciso realizar mais testes, nomeadamente à presença de substâncias tóxicas, mas o laboratório de Veterinária da Arkansas Livestock and Poultry Commission revelou ontem à noite, numa nota, que “as aves sofreram de um trauma físico intenso que levou a hemorragias internas e à morte”. Foram encontrados vários coágulos, acrescentam as autoridades. Os animais pareciam saudáveis, os pulmões, cérebro, coração, rins, intestinos e músculos apresentavam-se normais e os estômagos estavam vazios, acrescenta a nota. Não foram detectados sinais de doenças infecciosas ou crónicas. Na noite da passagem de ano, cerca das 23h30 locais, o Departamento da Polícia da pequena cidade de Beebe recebeu várias queixas relativas a aves mortas - tordos-sargentos ou pássaros-pretos-da-asa-vermelha (Agelaius phoeniceus) - que estavam a cair do céu para cima de telhados e quintais. Inicialmente, as autoridades avançaram ter encontrado mil aves mortas mas o mais recente balanço dá conta de cinco mil animais recolhidos. "Não é claro o que causou este comportamento pouco habitual nas aves. Não obstante foram registados vários episódios de ruído elevado pouco antes das aves começarem a cair do céu. Os tordos-sargentos têm fraca visão nocturna e normalmente não voam à noite", escreve em comunicado a Comissão para a Caça e Pesca no Arkansas (AGFC, sigla em inglês). Karen Rowe, ornitóloga da AGFC citada pelo "New York Times", acredita que a teoria que prevalece é a de que as aves ficaram assustadas com os fogos-de-artifício da passagem de ano e levantaram voo dos seus locais de repouso de repente, voando a baixa altitude, o que as fez colidir com chaminés, casas e árvores. "Foi uma combinação de factores, na sequência temporal certa para conduzir a este resultado", comentou. Além da Arkansas Livestock and Poultry Commission também um laboratório no Wisconsin está a fazer análises às aves. Perfil do tordo-sargento (Agelaius phoeniceus)O tordo-sargento é um passeriforme que ocorre na maior parte da América do Norte e em parte da América Central. Reproduz-se do Alasca ao Golfo do México, México e Guatemala, com populações isoladas nas Honduras e Costa Rica. A ave alimenta-se de sementes e insectos, caçando-os em pleno voo ou em plantas. No Inverno, esta espécie abandona as zonas húmidas e dirige-se aos campos agrícolas para se alimentar. Tem estatuto de Pouco Preocupante na lista da União Internacional de Conservação da Natureza (UICN). "Apesar de a tendência populacional parecer estar a diminuir, o declínio não será suficientemente rápido para se aproximar da classificação Vulnerável", informa a UICN.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave morte espécie aves
Autoridades americanas têm em mãos dez casos de mortalidade de aves ainda sem explicação
Mais de 2700 fulmares, aves marinhas parecidas com gaivotas-argênteas, apareceram mortos em Novembro passado nos estados norte-americanos da Califórnia e Oregon e ainda não se sabe porquê. Ao todo, as autoridades têm em mãos dez casos de mortalidade de aves com o diagnóstico em aberto. (...)

Autoridades americanas têm em mãos dez casos de mortalidade de aves ainda sem explicação
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DATA: 2011-01-05 | Jornal Público
SUMÁRIO: Mais de 2700 fulmares, aves marinhas parecidas com gaivotas-argênteas, apareceram mortos em Novembro passado nos estados norte-americanos da Califórnia e Oregon e ainda não se sabe porquê. Ao todo, as autoridades têm em mãos dez casos de mortalidade de aves com o diagnóstico em aberto.
TEXTO: Segundo um mapa do Centro de Vida Selvagem do Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS, sigla em inglês), cerca de 2750 fulmares (Fulmarus glacialis) mortos foram recolhidos de 1 de Novembro a 1 de Dezembro em Monterey, Santa Cruz, San Luis Obispo e Catsop. As razões ainda são desconhecidas. Durante 2010, aquele mapa dos Estados Unidos tem registados cem casos de mortalidade de morcegos, anfíbios e, na sua maioria, aves. O mais recente é o de Arkansas, com os seus mais de três mil tordos-sargentos. Por explicar está ainda a morte de cerca de 800 pelicanos, corvos-marinhos e gaivotas no Lago dos Bosques, no Minnesota. Os animais foram encontrados entre 29 de Julho e 6 de Agosto. Em Prairie, no Arkansas - estado onde foram encontrados os tordos-sargentos -, está ainda por esclarecer a morte de 50 patos-reais, patos-trombeteiros e piadeiras-americanas, a 9 de Dezembro. Apesar de não existirem respostas oficiais, investigadores denunciam o impacto das espécies exóticas invasoras como possível causa para algumas mortalidades de aves. Em Novembro, investigadores sugeriram que uma espécie exótica, o mexilhão-zebra - introduzido no local há dez anos - estaria a causar a morte a muitas aves no Lago Michigan. Segundo o jornal “Chicago Tribune”, este mexilhão seria o transmissor de doenças que se vieram a revelar mortais para as aves. “Ainda há muito que não sabemos. Mas uma coisa é certa: estão a morrer muitas aves que são importantes para nós”, comentou ao jornal Joe Kaplan, da organização Common Coast Research & Conservation. No Oregon, os Lagos Varner registam um crescimento em excesso da alga hidrila, espécie exótica encontrada na região há cinco anos. A situação estará a causar a morte a várias aves, como a águia-pesqueira, o galeirão e o ganso do Canadá. Susan Wilde, da Universidade de Geórgia, tem vindo a monitorizar a situação e acredita que a causa da morte são as cianobactérias presentes nas algas, noticiou o site local “Newton Citizen” em Setembro.
REFERÊNCIAS:
Mortalidade de aves em Portugal tem causas conhecidas
Bem longe da dimensão das “chuvas de aves” nos Estados Unidos, quem anda no terreno em Portugal tem visto mortalidades significativas. Pombos-bravos, garças e aves marinhas morrem devido ao mau tempo, seca e caça ilegal com fogo-de-artifício. (...)

Mortalidade de aves em Portugal tem causas conhecidas
MINORIA(S): Animais Pontuação: 12 | Sentimento 0.0
DATA: 2011-01-05 | Jornal Público
SUMÁRIO: Bem longe da dimensão das “chuvas de aves” nos Estados Unidos, quem anda no terreno em Portugal tem visto mortalidades significativas. Pombos-bravos, garças e aves marinhas morrem devido ao mau tempo, seca e caça ilegal com fogo-de-artifício.
TEXTO: Vítor Encarnação é ornitólogo no Instituto de Conservação da Natureza e da Biodiversidade (ICNB) desde 1976 e nunca viu nada da dimensão do que aconteceu no Arkansas e no Louisiana. Ainda assim, o coordenador da Central Nacional de Anilhagem já tem visto episódios de mortalidade de aves em Portugal, especialmente devido a condições meteorológicas mais adversas. “Quando há períodos de seca, algumas aves não se conseguem alimentar e morrem de fome”, contou ao PÚBLICO. Lembra-se, por exemplo, que “há cerca de três anos houve um caso de seca em que muitas garças-boieiras morreram de fome”. Mas não é só. É usual darem à costa 20 ou 30 aves marinhas depois de períodos prolongados de mau tempo no mar. “As aves marinhas morrem de exaustão, fome e de frio. Quando aparecem no mesmo sítio é porque ficaram presas nas redes de pesca e os pescadores atiram-nas ao mar já mortas, vindo dar à praia juntas. ” Além disso, “quando há mau tempo, na época de reprodução de garças, os pintos já não conseguem ter a protecção dos pais morrem de frio. Nestes casos verificam-se mortalidades significativas”. Estas são as causas “normais e naturais”. Mas existem outras. “Em Portugal é muito utilizado o fogo-de-artifício para a caça ilegal ao pombo”, lembrou. O que acontece é que são disparados foguetes para cima das árvores onde estão os animais a dormir. Estes “com o susto, atiram-se literalmente para o chão, fugindo na direcção oposta aos foguetes. Morrem às centenas. É um método barato e que não dá trabalho, é só apanhar os animais do chão”. Vítor Encarnação não conhece as causas das “chuvas de aves” no Arkansas e no Louisiana. “Pelas imagens que tenho visto na televisão, parece-me que talvez tenha sido uma queda de granizo, já que é um fenómeno localizado. E as aves de pequeno porte não resistem” a este tipo de situação. O especialista em aves lembra também que este Inverno tem sido muito rigoroso. “Já é natural que milhares de aves morram no Inverno. Mas quando o frio surge de repente, as aves não têm tempo de fugir e morrem de frio”. Em Portugal, se isto acontecesse, “produziria menos efeitos”, já que “a escala é diferente”. O maior bando que já viu foi um de pombos bravos, com cerca de um milhão de indivíduos.
REFERÊNCIAS:
Viagens das tartarugas-de-couro no Atlântico Sul deixaram de ser um mistério
As tartarugas-de-couro nascem nas praias do Gabão, África, e atiram-se ao Atlântico para se alimentar. Depois vivem entre 40 ou 50 anos a nadar, com incursões anuais à costa para colocar ovos, no caso de serem fêmeas. Nos últimos cinco anos uma equipa de cientistas observou as rotas e descobriu que estes répteis fazem milhares de quilómetros para três destinos diferentes. Os resultados foram publicados na revista Proceedings of the Royal Society B. (...)

Viagens das tartarugas-de-couro no Atlântico Sul deixaram de ser um mistério
MINORIA(S): Animais Pontuação: 12 | Sentimento 0.0
DATA: 2011-01-06 | Jornal Público
SUMÁRIO: As tartarugas-de-couro nascem nas praias do Gabão, África, e atiram-se ao Atlântico para se alimentar. Depois vivem entre 40 ou 50 anos a nadar, com incursões anuais à costa para colocar ovos, no caso de serem fêmeas. Nos últimos cinco anos uma equipa de cientistas observou as rotas e descobriu que estes répteis fazem milhares de quilómetros para três destinos diferentes. Os resultados foram publicados na revista Proceedings of the Royal Society B.
TEXTO: “O que mostrámos é que existem três rotas de migração definidas quando [as tartarugas] voltam para os locais de alimentação no meio do oceano, depois de se reproduzirem no Gabão”, disse citado pelo The Guardian Matthew Witt, primeiro autor do artigo, que trabalha no Centro de Ecologia e Conservação da Universidade de Exeter no Reino Unido. Segundo o investigador, os números de tartarugas a adoptar cada estratégia varia em cada ano. Esta é a primeira vez que se consegue determinar as rotas das tartarugas. No entanto, ainda existe um mistério. “Não sabemos o que influencia a escolha da rota, mas sabemos que são viagens extraordinárias – com uma das fêmeas a ser seguida durante milhares de quilómetros numa viagem em linha recta que atravessou o Atlântico”, explicou. As tartarugas-de-couro (Dermochelys coriacea) podem atingir dois metros de comprimento e terem mais de 900 quilogramas de peso. O que os investigadores propõem é que as rotas ficam definidas no início da vida das tartarugas. Quando saem dos ovos e vão para o mar, os indivíduos são pequenos e ficam submetidos às correntes marítimas. Mais cedo ou mais tarde acabam por dar com um banco de alimento. Depois, quando vão até à terra desovar, acabam por voltar a este local que conhecem. As 25 tartarugas-de-couro foram seguidas através de satélite. Cada uma tinha um transmissor nas costas com quatro baterias de lítio. Isso permitiu conhecer o rumo detalhado de cada indivíduo. Uma das tartarugas, chamada Tika, saiu a 2 de Fevereiro de 2009 da costa do Gabão e atravessou o Atlântico até à costa da América do Sul. A viagem durou seis meses com Tika a percorrer 8000 quilómetros. Perigo das redes de pescaNo artigo publicado ontem pode-se observar os mapas com as rotas das tartarugas. Uma rota é circular e situa-se no meio do Atlântico, outra dirige-se para o Brasil e a terceira vai até ao cabo da Boa Esperança, no Sul de África. As viagens atravessam sempre locais de pescas, um dos maiores perigos para esta espécie. Muitas tartarugas ficam presas nas redes e nos arpões e acabam por morrer. “Conhecermos as rotas ajudou-nos a identificar pelo menos onze nações que deveriam estar envolvidas nos esforços de conservação”, explicou Brendan Godley à AFP, último autor do artigo, que trabalha no mesmo centro de Witt. No Oceano Pacífico o desaparecimento desta espécie tem sido muito intenso devido à pesca. “Lá a população teve um enorme declínio – mais de 98 por cento [desapareceu] nos últimos 30 a 40 anos”, disse Witt. “A população aproxima-se da extinção, só existem algumas centenas de fêmeas, em vez de centenas de milhares. ” No entanto os cientistas defendem que uma mudança nas técnicas de pesca poderia evitar que as tartarugas ficassem presas. No Atlântico a situação está bastante melhor, por que os locais de ninho não estão a ser destruídos de uma forma intensa. O Gabão é um dos locais mais conservados com uma enorme população. Oitenta por cento das praias da costa onde as tartarugas desovam fazem parte de um Parque Natural, o que permite a protecção dos ninhos e o fornecimento anual de novos indivíduos à população.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave espécie extinção desaparecimento
Apreendidas presas de elefante e objectos em marfim no valor de 250 mil euros
As autoridades tailandesas anunciaram hoje a apreensão de 69 presas de elefante e quatro objectos em marfim, com origem em Moçambique. O material tem um valor de mercado de 250 mil euros. (...)

Apreendidas presas de elefante e objectos em marfim no valor de 250 mil euros
MINORIA(S): Animais Pontuação: 12 | Sentimento 0.3
DATA: 2011-01-06 | Jornal Público
SUMÁRIO: As autoridades tailandesas anunciaram hoje a apreensão de 69 presas de elefante e quatro objectos em marfim, com origem em Moçambique. O material tem um valor de mercado de 250 mil euros.
TEXTO: As presas foram encontradas ontem num armazém no aeroporto de Suvarnabhumi em Banguecoque em duas caixas com destino ao Laos, declaradas como bens pessoais. Mas um responsável afirmou que o marfim deveria voltar a ser importado para a Tailândia. “Eles declararam que o carregamento era destinado ao Laos para enganar as autoridades alfandegárias. Mas as presas deveriam voltar à Tailândia, atravessando a fronteira”, explicou o director-geral do serviço alfandegário Prasong Poontaneat a uma estação de televisão. Segundo a agência de notícias tailandesa, a operação de apreensão deveu-se a uma dica da CITES (convenção de 1975 sobre o comércio internacional das espécies de fauna e flora selvagens ameaçadas de extinção) que informou as autoridades de que o marfim se preparava para ser levado ilegalmente de Moçambique para a Tailândia. O marfim apreendido, com um peso total de 435 quilos, representa um valor de mercado de 250 mil euros. Ninguém foi detido porque ninguém reclamou as duas caixas. Desde 1989 que o comércio internacional de marfim está proibido pela CITES. Mas a partir de 1997, os países da África austral foram autorizados a proceder a vendas pontuais. A Ásia, nomeadamente a China e o Japão, é um dos maiores mercados do planeta para as vendas ilegais de marfim. A Tailândia posiciona-se como um local de passagem do tráfico internacional.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave extinção marfim
Pescadores são ameaçados pelo mar, mas resistem a perdê-lo de vista
Os olhos confirmam o cansaço de noites acordadas ou mal dormidas. O mar voltou a entrar nas casas dos pescadores de Esmoriz, em Ovar. Apesar de nunca terem visto o Atlântico tão furioso, muitos recusam sair do bairro. (...)

Pescadores são ameaçados pelo mar, mas resistem a perdê-lo de vista
MINORIA(S): Animais Pontuação: 12 | Sentimento 0.0
DATA: 2011-02-28 | Jornal Público
SUMÁRIO: Os olhos confirmam o cansaço de noites acordadas ou mal dormidas. O mar voltou a entrar nas casas dos pescadores de Esmoriz, em Ovar. Apesar de nunca terem visto o Atlântico tão furioso, muitos recusam sair do bairro.
TEXTO: A história repetiu-se, só que desta vez os personagens garantem que houve mais violência, mais água a circular pelas ruas, mais pedras caídas nas estradas, mais areia acumulada nos passeios, mais noites mal dormidas, mais chamadas para os bombeiros. Os Invernos são vividos em constante sobressalto no bairro piscatório de Esmoriz, que, se nada for feito, pode vir a desaparecer do mapa. Mas, entre os moradores, há muitos que recusam sair deste lugar onde, ano após ano, o mar lhes bate à porta sem pedir licença. Os moradores estão habituados à intempestividade do mar: têm sacos resistentes preparados para encher de areia e tampos de madeira ou metal para evitar que a água cause estragos. Nas últimas semanas, voltou a acontecer. Com mais força. Casas e estradas não foram poupadas e os habitantes não descansaram. A água inundou habitações e lojas, andou pela avenida principal, chegou a atingir 20 centímetros de altura. A humidade entranhou-se nos ossos, a névoa não ia embora e as ondas aumentavam de tamanho. Nos dias seguintes, o bairro recebeu alguns curiosos com máquinas fotográficas e perguntas como "foi você que apareceu na televisão?". Há anos que vivem ao pé do mar que foi comendo areia e agora bate nas rochas que protegem as habitações. Conhecem as marés, mas este Fevereiro está a ser mais doloroso. Luzia Silva e José Rocha moram encostados ao mar numa casa verde baptizada de "casa do Portugal dos pequeninos". Andorinhas e santos na fachada, patos e ovelhas de barro no pátio. A habitação diminuiu de tamanho quando o passeio cresceu ao nível do meio da porta que quase foi "engolida". O casal deu o jeito, ficou com uma fachada pela metade e uma porta que quase não abre e foi-se habituando a que a habitação sirva de modelo às fotografias de turistas e inquilinos do parque de campismo de Esmoriz. José não quer sair dali, mesmo com as desavenças com o mar, não quer partir. "Aqui podemos ter tudo e mais alguma coisa, num apartamento é tudo à niquinha". Ali cabe mesmo tudo: dezenas de pássaros, as canas de pescas e as armas da caça. "Temos de saber tirar partido do mar que nos dá o bem e o mal". Luzia não está muito convencida. Há 22 anos com o mar à porta, sente que perdeu saúde e está cansada de noites mal dormidas. Fazer as malas é sempre uma hipótese em aberto, mas neste momento o seu corpo pede uma cama longe de um mar violento. "O mar embirrou com a nossa casinha do Portugal dos pequeninos", diz. O casal e o filho de 17 anos foram obrigados a sair de casa porque a segurança estava em risco. Eram 2h00 e os estragos eram visíveis: casa inundada, telhas partidas. Ainda resistiram a abandonar o lar e não quiseram ser realojados num hotel. Abrigaram-se na carrinha vermelha e acompanharam as movimentações dos bombeiros até às 5h30, quando puderam regressar. Cinco dias depois, os olhos acusam o cansaço e o mar sobe mais uma vez, a meia da tarde, e passeia pela rua colada à casa. Os sacos de areia já estão preparados, a cozinha tem um barrote a meio para que as telhas não cedam. O filho decidiu dormir na casa da irmã, para não estar de olhos fechados nas aulas. "Não dá para descansar, estamos sempre preocupados", desabafa Luzia. Rosa Santos é a vizinha do lado. O mar também lhe causou estragos, mas a vontade é permanecer ali, mesmo a conviver com Invernos complicados. "Gosto muito de estar aqui. Tenho medo, mas já estamos habituados". Sente-se aconchegada na vizinhança. Rosa Santos cresceu com o mar. "Lembro-me da barraquinha de gelados na praia, de uma bomba para tirar água que havia ali e do posto marítimo mais adiante". Hoje já nada disso existe e a pouca praia que conseguiu sobreviver desaparece no Inverno.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave violência filho medo corpo