UE põe fim a sanções contra Costa do Marfim
A União Europeia anunciou, nesta sexta-feira, o fim das sanções impostas a dois grandes portos da Costa do Marfim, em Abidjan e em San Pedro, tal como o fim do embargo a duas empresas ligadas aos sectores estratégicos do petróleo e do cacau. (...)

UE põe fim a sanções contra Costa do Marfim
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DATA: 2011-04-09 | Jornal Público
SUMÁRIO: A União Europeia anunciou, nesta sexta-feira, o fim das sanções impostas a dois grandes portos da Costa do Marfim, em Abidjan e em San Pedro, tal como o fim do embargo a duas empresas ligadas aos sectores estratégicos do petróleo e do cacau.
TEXTO: Os 27 países da UE “decidiram acabar imediatamente com as medidas restritivas tomadas contra algumas entidades, para apoiar as autoridades legítimas da Costa do Marfim, em resposta ao seu apelo”, indica um comunicado da União. “Os portos autónomos de Abidjan e de San Pedro, a Sociedade de Refinação da Costa do Marfim e o Comité de Gestão do Comércio de Café e de Cacau foram retiradas da lista de entidades submetidas pela UE a um congelamento de bens”, adianta o texto. A decisão europeia acontece um dia depois de Alassane Ouattara, Presidente eleito da Costa do Marfim, ter pedido à UE que pusesse fim às sanções contra o país, visando a recuperação da economia apesar do impasse político causado pela recusa do rival, Laurent Gbagbo, em ceder o poder. A economia do país está praticamente paralisada desde o início da crise política que estalou depois das eleições em Novembro, entre o Presidente cessante Laurent Gbagbo e Ouattara, o Presidente reconhecido pela comunidade internacional. As sanções impostas pela União Europeia no início do ano ao regime de Gbagbo visavam forçar o Presidente a reconhecer a derrota nas eleições de Novembro.
REFERÊNCIAS:
Entidades UE
Drogba lesiona-se em jogo particular da Costa do Marfim
Didier Drogba, avançado e capitão de equipa da Costa do Marfim, primeiro adversário de Portugal na fase de grupos do Mundial 2010, lesionou-se durante o jogo particular que a selecção africana disputou hoje, em Sion, Suíça, com o Japão. Por enquanto, ainda não é conhecida a gravidade da lesão. (...)

Drogba lesiona-se em jogo particular da Costa do Marfim
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 3 Animais Pontuação: 12 | Sentimento -0.2
DATA: 2010-06-04 | Jornal Público
SUMÁRIO: Didier Drogba, avançado e capitão de equipa da Costa do Marfim, primeiro adversário de Portugal na fase de grupos do Mundial 2010, lesionou-se durante o jogo particular que a selecção africana disputou hoje, em Sion, Suíça, com o Japão. Por enquanto, ainda não é conhecida a gravidade da lesão.
TEXTO: O avançado do Chelsea e um dos melhores jogadores da Costa do Marfim, deixou o relvado ao minuto 18 queixando-se do braço direito, após ter chocado com o japonês Tanaka. Drogba, que tinha sido decisivo para o golo inaugural da partida ao marcar um livre desviado para a própria baliza pelo japonês Tanaka (que fez o segundo autogolo em dois jogos consecutivos), foi substituído por Seydou Doumbia, dirigindo-se, de imediato, para os balneários. Segundo o que um membro da comitiva costa-marfinense avançou à AFP, Drogba seguiu depois para um hospital próximo do estádio para efectuar radiografias, desconhecendo-se, por enquanto, qual a gravidade da lesão. Mesmo sem Drogba, o jogo continuou na mesma toada. E o segundo golo surgiria apenas já perto do final. Aos 80', um livre indirecto do lado direito do ataque marfinense acabou com a bola no fundo da baliza, após um desvio já na pequena área de Kolo Touré. Estava assinado o resultado final. Ficha de jogoJapão, 0Costa do Marfim, 2Jogo no Stade de Tourbillon, em Sion. Assistência: 4. 919 espectadoresJapão Kawashima; Konno (Komano, 68'), Nakazawa, Tanaka, Nagatamo; Abe (Inamoto, 46'), Endo (K. Nakamura, 46'); Honda (Shensuke Nakamura, 46'), Hasebe, Okubo (Morimoto, 66'); Okasaki (Tamada, 56')Treinador Takeshi OkadaCosta do Marfim Barry; Demel, Kolo Touré, Zokora, Tiene; Aruna (Gervinho, 73'), Eboué, Tiote, Yaya Touré, S. Kalou; Drogba (Doumbia, 18', Keita, 63'). Treinador Sven-Goran ErikssonÁrbitro Stepan Studer, da Suíça. Amarelos Tanaka (16')Golos 0-1 por Tanaka, aos 13' (p. b. ); 0-2, por Kolo Touré, aos 80'.
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Partidos LIVRE
ONU avisa para "risco real" de guerra na Costa do Marfim
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, avisou que um regresso à guerra civil na Costa do Marfim é um "risco real" após as presidenciais em que o derrotado, o Presidente Laurent Gbagbo, reclama vitória e recusa abdicar do poder. (...)

ONU avisa para "risco real" de guerra na Costa do Marfim
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 2 Mulheres Pontuação: 2 Animais Pontuação: 12 | Sentimento 0.2
DATA: 2010-12-22 | Jornal Público
SUMÁRIO: O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, avisou que um regresso à guerra civil na Costa do Marfim é um "risco real" após as presidenciais em que o derrotado, o Presidente Laurent Gbagbo, reclama vitória e recusa abdicar do poder.
TEXTO: A França já aconselhou os seus 1500 cidadãos a sair do país temendo mais instabilidade, a Alemanha e Portugal também disseram os seus cidadãos que deveriam sair do país e desaconselharam viagens. A Nigéria retirou os seus diplomatas. Guillaume Soro, o primeiro-ministro designado por Alassane Ouattara, que segundo a comunidade internacional é o vencedor das eleições, afirmou à emissora francesa i-Télé que “depois de toda a pressão internacional e sanções que não tiveram efeito sobre Gbagbo, é evidente que não há outra solução que não a força”. Soro tinha antes acusado as forças de segurança leais a Gbagbo de espalharem o terror com a ajuda de mercenários da Libéria, segundo o diário britânico "The Guardian". “Contámos quase 200 mortos e mil feridos por balas, 40 desaparecidos e 732 presos”, disse Soro. “Pior, houve mulheres espancadas, despidas, atacadas e violadas”, continuou. “Quando é que a comunidade internacional se vai aperceber de que começou uma loucura assassina na Costa do Marfim?”A União Europeia ratificou entretanto as sanções contra Gbagbo e 18 colaboradores e pensa alargar em breve a lista, confirmando uma decisão que já tinha sido tomada na segunda-feira. O Banco Mundial congelou entretanto o financiamento de fundos para a Costa do Marfim, como parte da pressão internacional para que este ceda o poder ao vencedor das eleições. Num discurso feito ontem à noite na sede da ONU, em Nova Iorque, Ban Ki-moon expressou preocupação com os 10 mil capacetes azuis no país, segundo a emissora britânica BBC. O responsável acusou ainda o presidente Laurent Gbagbo, que estava no poder e reclama a vitória nas eleições de tentar ilegalmente expulsar as forças das Nações Unidas no país (Unoci). A comunidade internacional afirma que a votação foi ganha pelo seu opositor, Alassane Ouattara, que está actualmente num hotel em Abidjan protegido por 800 capacetes azuis. Os capacetes azuis, avisou Ban Ki-moon, estão a ser bloqueados por forças leais a Gbagbo. Segundo o jornalista da BBC John James, que está na capital da Costa do Marfim, as estradas que levam ao hotel foram cortadas impedindo a chegada de mantimentos para os militares da ONU. “Estou preocupado com esta perturbação na chegada de provisões para a missão e que esta ponha as nossas forças de manutenção de paz numa situação grave nos próximos dias”, acrescentou, pedindo mais apoio para a Unoci. “A comunidade internacional não pode ficar parada face a este desafio directo e inaceitável”, concluiu. Laurent Gbagbo ofereceu-se entretanto para que o resultado eleitoral fosse analisado por um “comité de avaliação” internacional que teria como missão “analisar os factos e o processo eleitoral objectivamente para resolver esta crise de modo pacífico”. Mas muitos analistas consideram este gesto apenas uma manobra para ganhar tempo, para estender o espaço de cinco anos em que conseguiu adiar eleições e manter-se no poder. Notícia actualizada às 16h05
REFERÊNCIAS:
Entidades ONU
Entre Peniche e as Berlengas passaram mais de 300 mil aves em quatro meses
Projecto juntou especialistas de cinco países para estudar o movimento das aves marinhas entre o Norte da Europa e o Atlântico Sul e tem impacto na ciência e no turismo. (...)

Entre Peniche e as Berlengas passaram mais de 300 mil aves em quatro meses
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 2 Animais Pontuação: 12 | Sentimento 0.5
DATA: 2015-11-19 | Jornal Público
SUMÁRIO: Projecto juntou especialistas de cinco países para estudar o movimento das aves marinhas entre o Norte da Europa e o Atlântico Sul e tem impacto na ciência e no turismo.
TEXTO: O céu é de um azul intenso e o sol, baixo, a Leste, ilumina como um foco um mar invulgarmente calmo na costa de Peniche, com as Berlengas em frente. A cor branca do farol sobressai no meio de tanto azul. “Vemos as pessoas na ilha”, conta Helder Cardoso, ornitólogo, mostrando o telescópio que aponta para Oeste. Mas o objectivo não é ver gente, mas sim aves. O projecto Peniche Seabird Count junta especialistas da Suécia, do Reino Unido, Luxemburgo, Suíça e Portugal para fazer o recenseamento das aves migratórias que nesta altura do ano demandam das costas de Inglaterra, Irlanda, Escandinávia, Gronelândia, e até da tundra russa, para paragens mais quentes do Brasil, costa africana e até do Sul da África do Sul. No fim-de-semana passado, últimos dias da contagem, foi assim. Uma manhã azul e soalheira, num típico dia do Verão de São Martinho, mas há outros em que o vento uiva, o mar endemoninha e a chuva fustiga os ornitólogos que permanecem firmes no local, quais soldados no seu posto de vigia, a contar as aves que vão passando no mar. A humidade infiltra-se no corpo, apesar das camisolas e dos impermeáveis, mas os turnos diários das 7h30 às 10h30 e das 14h30 às 17h30 têm de ser cumpridos, bem como o turno semanal de um dia inteiro, sem intervalos, que vai ajudar a calibrar os registos observados nos outros dias. Helder Cardoso, que trabalha por conta própria como consultor em estudos de impacto, relata que foram contadas mais de 300 mil aves em quatro meses, até 15 de Novembro. E que, embora haja agora muito trabalho de análise para fazer, já há algumas surpresas e conclusões. Em primeiro lugar, o número de aves, que foi muito superior ao que esperavam. E depois, a observação de espécies com estatuto de conservação, como é o caso da pardela balear, que vive no Mediterrâneo e vem no Verão ao Golfo da Biscaia mudar de penas. A população mundial desta espécie, que está criticamente ameaçada, estima-se em 20 mil indivíduos. Em Peniche, viram-se passar 16 mil, ou seja, 70% do total. Mas para que serve contar aves? O que ganham a ciência e as pessoas com projectos deste tipo?“A ciência ganha conhecimento, que não havia, no domínio da migração das aves marinhas”, responde Helder Cardoso. “Até agora, só havia uma contagem anual realizada pela Sociedade Portuguesa do Estudo das Aves, na qual colaboro, mas este é o primeiro estudo sistematizado com esta dimensão e duração, e o único no Sul da Europa. ”O projecto permite, assim, constituir uma base de dados a partir da qual se poderá aferir o aumento ou a diminuição das espécies. Por outro lado, a ciência cruza-se aqui com a economia. As aves marinhas são predadoras de topo no oceano. Alimentam-se de peixes que por sua vez também se alimentam de outros peixes, pelo que o conhecimento sobre as suas migrações ajuda na gestão dos recursos piscatórios. “As aves são um óptimo barómetro sobre o que se passa dentro do mar”, diz Helder Cardoso. E depois há ainda o turismo. O ornitólogo diz que Peniche tem condições para ser um dos maiores centros mundiais de observação de aves, pois o Cabo Carvoeiro é o segundo ponto mais ocidental da Europa. Nas suas rotas migratórias, os bandos voam sempre ao longo da costa e a maioria passa exactamente pelo corredor de dez quilómetros que medeia entre Peniche e as Berlengas. O mercado dos birdwatchers (entusiastas pela observação de aves) não é displicente. Só em Inglaterra contam-se mais de um milhão, a somar aos inúmeros aficionados dos países nórdicos e da Europa central. Pessoas com poder de compra e que não se importam de viajar só para poder observar e fotografar aves. Mais um complemento para o cluster do mar que tem emergido em Peniche, associado ao surf, à praia, ao mergulho e à pesca. O presidente da Câmara Municipal de Peniche, António José Correia, é, ele próprio, um apaixonado pela observação de aves e tem imagens publicadas no Instagram. Diz que este projecto – que teve o apoio da câmara municipal no alojamento dos voluntários e da Agência Regional de Promoção Turística do Centro nas viagens dos voluntários, com um investimento total de 5000 euros – é um “casamento feliz entre ciência, turismo e territórios”, associado ainda às Berlengas enquanto Reserva da Biosfera da UNESCO.
REFERÊNCIAS:
Entidades UNESCO
Meireles: "Fizemos um jogo competente frente à Costa do Marfim”
Raul Meireles defendeu hoje que Portugal “fez um jogo competente” frente à Costa do Marfim (0-0), considerando que um golo teria mudado todo o cenário na estreia no Mundial. (...)

Meireles: "Fizemos um jogo competente frente à Costa do Marfim”
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 2 Animais Pontuação: 12 | Sentimento -0.05
DATA: 2010-06-19 | Jornal Público
SUMÁRIO: Raul Meireles defendeu hoje que Portugal “fez um jogo competente” frente à Costa do Marfim (0-0), considerando que um golo teria mudado todo o cenário na estreia no Mundial.
TEXTO: “O que tem de mudar (contra a Coreia do Norte)? Os golos. A bola entrar, pois fizemos um jogo competente, bom tacticamente. Apenas faltou o golo. É isso que temos de corrigir neste jogo”, frisou. O médio luso recordou que o rival africano assumiu uma atitude conservadora que complicou a missão nacional: “A Costa do Marfim estava bastante fechada, compacta e por vezes torna-se difícil. Às vezes também é preciso ter um jogo mais seguro e não arriscar tanto. Um dos objetivos era também não sofrer golos e esse foi alcançado”. “Fizemos um jogo competente, não sofremos golos. Tentamos tudo para chegar à baliza. Tivemos jogadas ofensivas que não acabaram em remate. Rematar do meio campo contaria para estatísticas. . . ”, lembrou, desvalorizando o facto da equipa de Queiroz apenas ter atirado duas vezes à baliza. Por defender o desempenho na estreia, o único luso a participar em todos os desafios do projecto Mundial2010 garante que frente à Coreia do Norte o comportamento vai manter-se: “Tivemos vontade de ganhar, fomos atrás da vitória e isso é o mais importante. O que tem de mudar é a bola entrar e vamos trabalhar para que isso aconteça”. O atleta lembra ainda que o futebol moderno é “mais táctico, há jogadores com bastante qualidade, os jogos são mais disputados e por isso não há tantos golos, pois defensivamente as equipas também são mais fortes”. Os rivais do grupo G Brasil e Costa do Marfim jogam um dia antes em Joanesburgo, mas Raul Meireles considera que “isso não é vantagem”, pois defende que Portugal apenas pensa no seu jogo em vencê-lo.
REFERÊNCIAS:
Étnia Africano
Laurent Gbagbo toma posse como Presidente da Costa do Marfim
O Presidente da Costa do Marfim, Laurent Gbagbo, foi reinvestido no cargo depois do Conselho Constitucional ter invalidado o resultado da votação de 28 de Novembro e denunciou como intolerável a “ingerência política” das Nações Unidas, União Europeia, Estados Unidos e França, que não reconheceram a sua reeleição e consideram o seu rival, Alassane Ouattara, o legítimo vencedor das presidenciais. (...)

Laurent Gbagbo toma posse como Presidente da Costa do Marfim
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 2 Animais Pontuação: 12 | Sentimento 0.0
DATA: 2010-12-05 | Jornal Público
SUMÁRIO: O Presidente da Costa do Marfim, Laurent Gbagbo, foi reinvestido no cargo depois do Conselho Constitucional ter invalidado o resultado da votação de 28 de Novembro e denunciou como intolerável a “ingerência política” das Nações Unidas, União Europeia, Estados Unidos e França, que não reconheceram a sua reeleição e consideram o seu rival, Alassane Ouattara, o legítimo vencedor das presidenciais.
TEXTO: A União Africana emitiu um comunicado em que diz rejeitar "qualquer tentativa de criar um facto consumado" e de impor um resultado diferente do validado pela comissão eleitoral. O Fundo Monetário Internacional anunciou também que só continuará a trabalhar com o Governo da Costa do Marfim se este for apoiado pelas Nações Unidas. Estas tomadas de posição aconteceram depois de Gbagbo ter sido reempossado na presidência, durante a tarde, ao arrepio dos resultados confirmados pela comissão eleitoral. “Nestes últimos dias, tive oportunidade de observar graves casos de ingerência”, declarou Gbagbo, na intervenção proferida na sua cerimónia de investidura no Palácio Presidencial de Abidjan. “Para que a nossa soberania não seja espezinhada, apelo à comunidade internacional que deixe de se ingerir nos nossos assuntos”, solicitou. Na sexta-feira, o Conselho Constitucional da Costa do Marfim declarou Laurent Gbagbo como o vencedor das eleições presidenciais de 28 de Novembro, declarando a invalidade dos resultados certificados pela comissão eleitoral do país, que atribuíra a vitória ao rival Alassane Ouattara. Ouattara, um muçulmano de 68 anos, liderava a contagem dos votos, com 54, 1 por cento, contra os 45, 9 por cento do evangélico Gbagbo, no poder desde 2000. Mas o Conselho Constitucional anulou os votos dos nove departamentos do Norte, controlados por Ouattara. Essa decisão catapultou Gbagbo de novo para a presidência e ameaça dividir mais o país, prolongando a crise política que dura há mais de uma década. Sublinhando que o seu papel como Presidente é o de defender a lei e o Direito, Laurent Gbagbo disse que “jamais negociaria” a soberania da Costa do Marfim, numa referência às declarações de vários líderes internacionais que não aceitaram a sua declaração de vitória. “Nunca pedi a ninguém de fora para me dar posse”, frisou Gbagbo. O presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso, manifestou a sua “profunda preocupação” pelos desenvolvimentos políticos dos últimos dias na Costa do Marfim. Aconselhou as autoridades e os actores políticos marfinenses a “fazer prova da sua responsabilidade e abster-se de qualquer acto de violência”. De acordo com as descrições da imprensa internacional em Abidjan, a capital já está tomada por um clima de violência. Barroso reafirmou que a União Europeia entende que, com a maioria dos votos, Alassane Ouattara é o “vencedor legítimo” das presidenciais. “Associo-me às mensagens de felicitação da comunidade internacional a Alassane Ouattara, e saúdo-o como o vencedor legítimo destas eleições democráticas”, declarou Barroso, em comunicado. Também de Londres surgiu um apelo para que “todos os partidos respeitem os resultados anunciados por uma comissão eleitoral independente e certificados pelo representante especial das Nações Unidas para a Costa do Marfim”. O Reino Unido condenou as ameaças feitas contra o pessoal da Organização das Nações Unidas na Costa do Marfim – cujo representante, Youn-jin Choi, criticara a decisão do Conselho Constitucional, argumentando que a vitória de Gbagbo “não corresponde aos factos”. O chefe da diplomacia britânica, William Hague, lembrou que “foi a pedido de todos os partidos implicados nas eleições que as Nações Unidas foram mandatadas para apoiar o processo de paz e certificar as eleições”. Notícia actualizada às 18h00
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave lei violência comunidade marfim
PróToiro insiste na demissão da ministra da Cultura
Federação diz que medidas votadas na Assembleia da República “são uma resposta clara à sociedade, que se quer livre e democrática”. (...)

PróToiro insiste na demissão da ministra da Cultura
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 Animais Pontuação: 11 | Sentimento 0.0
DATA: 2019-06-18 | Jornal Público
SUMÁRIO: Federação diz que medidas votadas na Assembleia da República “são uma resposta clara à sociedade, que se quer livre e democrática”.
TEXTO: A PróToiro – Federação Portuguesa de Tauromaquia voltou nesta quarta-feira a pedir a demissão da ministra da Cultura, Graça Fonseca, apesar de o Parlamento aprovar a descida do IVA nas touradas de 13% para 6% graças aos votos do PSD, CDS, PCP e da maioria dos deputados do PS. “À ainda ministra da Cultura, que começou por chamar incivilizados e depois retrógrados aos portugueses e aos que gostam de tauromaquia, a mesma que se mostrou feliz no estrangeiro por não ver jornais portugueses, a PróToiro tem apenas uma palavra: Demita-se. Assuma esta derrota como sua”, exorta a federação em comunicado. Na mesma nota, a PróToiro “aplaude a decisão da maioria dos deputados do Parlamento de incluírem a Tauromaquia na descida do IVA para 6% na Cultura” e “a manutenção da isenção de IVA dos toureiros na prestação de serviços”. “Estas medidas representam o que a PróToiro sempre defendeu para a sociedade e todas as actividades culturais: liberdade e igualdade de direitos”, acrescenta. A Federação diz ainda que as medidas votadas na Assembleia da República “são uma resposta clara à sociedade, que se quer livre e democrática”. “Portugal ainda respira o ar da liberdade e da tolerância, apesar dos sinais preocupantes vindos de quem se apregoa como paladino da verdade mas que, no fundo, só pretende infectar o Parlamento com a sua visão censória e estereotipada da vida em comunidade”, diz a PróToiro.
REFERÊNCIAS:
Partidos PS PSD LIVRE PCP
José Neves: quando a arquitectura faz filmes
Prémio Secil em 2010, professor universitário, José Neves, desenha, constrói e requalifica casas, escola, museus. Em continuidade com o que encontra nos lugares, numa relação sempre intensa com a paisagem o cinema, Perfil de um arquitecto que, neste ano, foi um cineasta no Museu de Serralves. (...)

José Neves: quando a arquitectura faz filmes
MINORIA(S): Migrantes Pontuação: 6 Animais Pontuação: 11 | Sentimento 0.0
DATA: 2018-12-31 | Jornal Público
SUMÁRIO: Prémio Secil em 2010, professor universitário, José Neves, desenha, constrói e requalifica casas, escola, museus. Em continuidade com o que encontra nos lugares, numa relação sempre intensa com a paisagem o cinema, Perfil de um arquitecto que, neste ano, foi um cineasta no Museu de Serralves.
TEXTO: Na Internet, na página pessoal de José Neves, sob o nome de uma casa, encontra-se um fotograma de A Desaparecida, de John Ford. Ethan Edwards (John Wayne) a afastar-se na paisagem, enquadrado por uma porta escurecida que se fechará sobre o filme. Acção, lugar, luz e escuridão. Poder-se-ia dizer que estes são, também, elementos de Companhia, a exposição que em Serralves reuniu Pedro Costa a um conjunto de amigos: Rui Chafes, Paulo Nozolino, Jean-Marie Straub e Danièle Huillet, António Reis e Margarida Cordeiro, Pablo Picasso, Robert Bresson, Walker Evans, João Queiroz, John Ford, Jeff Wall, Jacques Tourneur, Maria Capelo, Andy Rector, Jean-Luc Godard, Max Beckmann. Outros cineastas, outros artistas, entre os quais o próprio José Neves. Foi este arquitecto e professor que concebeu a transformação do espaço do Museu de Serralves para servir como casa temporária de Pedro Costa, trabalhando com as circunstâncias, rearticulando a arquitectura, trazendo o escuro do cinema para um lugar atravessado pela luz natural e pelas relações com o exterior. Do seu desenho, do trabalho colectivo que o permitiu materializar, José Neves fez passagens, percursos, colunas, uma sala de cinema. Um trabalho para estar com os outros. José Neves não faz filmes, desenha e constrói casas, edifícios, escolas. Mas ama o cinema. No seu trabalho, as duas artes fazem companhia uma à outra, a arquitectura a tomar a dianteira e o cinema, mudo ou sonoro, a iluminar, ainda que na rectaguarda, o caminho. No seu atelier, na Rua Nova do Almada, em Lisboa, recorda o primeiro encontro com a arte dos Lumière: “Os Irmãos Marx de Um Dia Nas Corridas, numa matinée de um cinema de bairro, o Cinema da Encarnação, antes de saber ler. ” Mas a relação apaixonada surgiu quando começou a estudar arquitectura. Alguns dos grandes ciclos de cinema na Gulbenkian, organizados por João Bénard da Costa, coincidiram, conta, com o início do estudo da arquitectura. “O Hitchcock, o Buñuel, o Ford, o Hawks. O ciclo do Hitchcock foi exactamente no primeiro ano do curso. Houve outras coincidências, amigos com que comecei a ver filmes e que também eram estudantes de arquitectura, como o Clemente Semide. ”O estudo e o trabalho da arquitectura e a paixão e o interesse pelo cinema caminharam juntos e lentamente o segundo começou a inspirar o primeiro. É o que nos dizem o desenho da Casa Rui Jordão, a presença da luz nos Blocos de Habitação do Cartaxo, a grande abertura para o exterior na Escola Francisco de Arruda em Lisboa (cuja requalificação e ampliação lhe valeu o Prémio Secil em 2012). “Não me caberá a mim dizê-lo, mas com certeza não seria a mesma pessoa, ou o mesmo arquitecto, se não gostasse de cinema como gosto”, concede. “Um dia destes estava numa obra que está em construção, uma casa num sítio chamado Pinheiros Bravos, no Alentejo, voltada para uma paisagem espantosa e muito extensa, e pensei exactamente nisto. Quando tenho uma grande extensão em frente, abro portas, envidraçados e construo espaços cobertos entre o espaço interior e o exterior, para estabelecer uma determinada relação com a violência dessa paisagem. Se nunca tivesse visto A Desaparecida talvez não fizesse assim. Não são decisões premeditadas. São coisas que verifico depois. Acontece uma situação parecida com uma casa que desenhei para os cineastas Joaquim Pinto e Nuno Leonel, perto da Lourinhã, que é um pequeno refúgio debaixo de uma laje coberta de flores, que parece flutuar e que se abre também através de um espaço coberto para um vale. ”A arquitectura estabelece uma relação com a violência da paisagem. Mas que relação é essa? Ou melhor, que sentido tem essa violência? “A arquitectura serve para estabelecer relações com o mundo, com os outros. Serve para dar um nexo às nossas acções e às nossas palavras”, considera. Nexo tem o sentido de um entre, de uma distância para que uma relação se possa fundar. Eis o que a arquitectura, como parte do artifício humano, oferece. “As paisagens na Lourinhã, no Alentejo, são encantadoras, mas também muito violentas”, continua José Neves. “Não aguentamos a intensidade de estar permanentemente a contemplar uma paisagem. A arquitectura faz com que possamos dar um nexo a essa intensidade, para podermos, para sabermos viver com ela. Como esta mesa à volta da qual estamos sentados, este tecto e estas paredes altas, estas janelas de onde vem a luz dá um nexo à nossa conversa. Não será a mesma coisa estarmos aqui, assim, ou noutro sítio qualquer. A arquitectura permite que aconteçam coisas que noutras circunstâncias não aconteceriam. Por exemplo, é muito diferente estar a ver cinema num sítio qualquer ou estar a ver cinema numa sala de cinema”. O cinema. José Neves tem uma predilecção especial por um certo cinema que traz para a arquitectura. “O cinema que me interessa demonstra, sublinha em cada segundo uma das evidências mais importantes para o trabalho de um arquitecto: as acções têm sempre um lugar, nunca estão desligadas dos lugares, há uma aliança entre as acções e os lugares em que elas se dão. Isto acontece tanto num filme do Manoel de Oliveira como num filme do Vítor Gonçalves, tanto num do Buñuel como no Mizoguchi, no Fritz Lang, no Buster Keaton… em todo o cinema a que se costuma chamar de 'clássico', antes de o espaço filmado ter passado a ser quase sempre mera informação, ou decoração. Há casos extraordinários como Os Verdes Anos, por exemplo, ou muitos dos filmes do Pedro Costa ou do Antonioni, em que a arquitectura ou os lugares aparecem mesmo como uma personagem. Isto não significa que para um filme ser bom a arquitectura do filme tenha de ser boa. Não, os cineastas trabalham com as circunstâncias, tal como nós, arquitectos. ”Próximos, cinema e arquitectura não se substituem, não são subsidiárias uma da outra. A relação é de diálogo, não de dependência. “É habitual reconhecermos cidades que visitamos dos filmes que vimos, mas estarmos lá é muito diferente. A experiência da arquitectura não é substituível por desenhos, fotografias ou filmes. A arquitectura é para ser experimentada independentemente das suas representações. Não há nada que substitua isso”. Mas não pode o cinema dar a ver a arquitectura de outra maneira? A esta pergunta, o arquitecto responde com um episódio: “Numa das minhas aulas, estava a mostrar Juventude em Marcha [de Pedro Costa] e, numa cena em que o Ventura está a visitar a casa que lhe foi destinada no Casal da Boba, houve um aluno que exclamou: ‘mas isto é a sala da minha da casa e, ao mesmo tempo, parece uma nave espacial! ’ Reconheceu a sala da casa dele como uma coisa estranha. O cinema fê-lo ver, pela primeira vez, de outra maneira”. Estabelecer um lugar para as acções, mostrar os lugares de um modo que antes não tínhamos visto são coisas que o cinema faz na sua relação com a arquitectura, mas tratando-se esta de uma arte pública, o cinema faz algo mais: torna visíveis os outros. Esta é uma possibilidade do cinema que também interessa José Neves, como demonstram a publicação do texto Os Lugares dos Imigrantes em 24 Filmes, de Trás-os-Montes a Sicília!, publicado no Jornal Arquitectos em 2009 ou o livro O Lugar dos Ricos e dos Pobres no Cinema e na Arquitectura em Portugal (Dafne, 2014). “Podemos pensar nesta visibilidade de duas maneiras. Uma é tornar visível uma coisa que está escondida. Há muitas coisas que estão escondidas ou esquecidas para muitos de nós. Esse texto sobre os lugares dos imigrantes é disso que trata – dos filmes em que vemos Ellis Island, ou os camiões apinhados de mexicanos, a salto, ou Paris às cinco da manhã, em que apenas se vêem os homens que limpam as ruas e as criadas que chegam à cidade, ou o bairro das Fontaínhas. E fazer isso sem ser obsceno é muito difícil. São necessárias uma violência e uma ternura que só o cinema muito bom consegue ter. Mas o cinema também nos dá o familiar como surpreendente, como revelação. O familiar como aquilo que pensamos conhecer e afinal não conhecíamos bem. Nesse sentido, talvez seja de facto a melhor maneira de mostrar arquitectura. ”. Neste sentido, aquilo que o cinema faz não está muito distante daquilo que arquitectura faz. “O cinema reorganiza o nosso olhar a partir de um ponto de vista sobre a realidade. No caso da arquitectura, quando chegamos a um sítio para intervir, já existe lá qualquer coisa. Podemos ignorar isso, mas quando construímos, estamos inevitavelmente a reorganizar o que já lá estava. Para mim isso é fundamental. Os limites do que projectamos são sempre muito maiores do que os limites físicos do objecto arquitectónico propriamente dito. Aquilo que está à volta, perto, longe, faz parte do projecto. Pode haver rupturas, mas há uma reorganização e uma continuidade”. Esta é uma abordagem que se manifesta em Companhia, a exposição no Museu de Serralves. José Neves reorganizou o que lá estava, trabalhando com as circunstâncias, os seus limites e possibilidades. “Completamente”, concorda. “Havia o sítio, o Museu de Serralves, do arquitecto Álvaro Siza Vieira. Havia, digamos, o dono da casa, o Pedro Costa e os hóspedes dele, os outros artistas, e um programa, as obras para mostrar. ” A reorganização comportava, no entanto, um paradoxo. “A primeira alínea do programa era: ‘Zé, traz-me a escuridão do cinema para dentro desta casa’. Ora, aquela casa é uma casa cheia de luz, de relações fortes com o jardim. Poderia parecer um contrassenso trazer para aquele museu tão luminoso e com uma arquitectura tão intensa, a escuridão da sala de cinema e do cinema. ” Mas Companhia não se fechou no escuro, como uma blackbox, semelhante às que acolhem as obras em “vídeo” nos museus de arte contemporânea. “Uma das coisas em que pensámos logo foi a cor. Que escuridão trazer para ali? E, com a ajuda do João Pernão, que trabalha sempre connosco neste aspecto, acabámos por usar o amarelo mais escuro que existe, ou o negro mais luminoso que existe, porque tem amarelo. A percepção que teríamos e a memória que ficaria se fosse um negro neutro seria completamente diferente”. Escolhida a cor, ela caiu sobre as salas, entretanto rearticuladas, reorganizadas com uma subtileza intensa. Entramos na exposição pelo corredor e a rampa que sempre estiveram lá, mas não assim, sublinhados, separados das salas contíguas, conduzindo-nos à vertigem de Trás-os-Montes e à instalação de Rui Chafes e Pedro Costa. O espaço ao lado é um percurso em torno da sala onde se pode ver a instalação Alto Cutelo, que tem a configuração em planta da clarabóia existente, apagada. A sala é escura, mas aberta de um lado e do outro, permite que a luz penetre a partir de uma janela que se deixou aberta e que ilumina a carta de Robert Desnos. Deambulamos entre imagens, pintura, filmes, ecrãs grandes e pequenos, conduzidos pela arquitectura. A propósito da sala em que Paulo Nozolino e Pedro Costa se encontram, José Neves comenta: “Foi também uma alegria muito grande poder participar num trabalho em que, pela primeira vez, o Paulo Nozolino e o Pedro Costa estão juntos. Foi difícil. Como juntar bem um e outro? Aquele tríptico do Nozolino e aquele díptico do Pedro Costa? Também aqui se tratou de encontrar a posição e a distância certas entre eles num espaço que não existia no museu e que foi construído para este encontro se dar”. Fazer espaço ou fazer o espaço do museu desaparecer, sensação que se vai insinuando quando, depois de descermos as escadas, passeamos pela clareira das pinturas, entramos na floresta sagrada das fotografias de Jacob Riis. De repente, estamos mais próximos do cinema do que da arquitectura, com as colunas a sacralizarem os retratos profanos de pessoas. “Sim, aí há uma excepção, há um esquecimento da arquitectura do museu. Trata-se de uma espécie de sala hipostila, um espaço arquetípico na arquitectura, com muitas colunas. Na exposição, formam uma floresta de elementos verticais”. A floresta, que também pode ser vista como uma catacumba, antecipa o culminar da exposição, com Sweet Exorcist, simulando aí, no fim, uma sala de cinema. De volta às disciplinas, é pertinente considerar Companhia um puro trabalho de arquitectura? E se sim, não será mais efémero que o trabalho convencional? “Sim, é mais efémero. Vai desaparecer rapidamente e permanecer apenas na memória. Mas toda a arquitectura é efémera, mais até do que as outras artes. A obra do Proust está como ele a escreveu. Diria que quase nenhuma obra daquele tempo estará hoje como foi construída. A arquitectura é para ser vivida e as marcas que vai incorporando com essa vida fazem parte da sua natureza, mas vai-se degradando, vai sendo alterada, demolida, quando não é destruída desde logo com uma construção má ou descuidada. ”Para lá da memória e da permanência, são as circunstâncias que determinam a organização e a requalificação do espaço. Todas as obras são distintas. “Estar a fazer uma casa a partir de um pequeno reduto do século XVIII, sobre um penhasco, a dez metros do mar, na Ilha da Madeira, ou fazer um pequeno Museu, num edifício urbano, em Tomar também são situações completamente diferentes”, sublinha antes de regressar ao cinema. “Nessa casa, a relação com a vista do mar é feita por uma grande janela, uma espécie de cinemascope exagerado. Um enquadramento que acompanha o horizonte. Aí não há alpendre”. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. Aproveitando o desvio, eis a oportunidade para perguntar: o Ideal era um projecto que o arquitecto José Neves tinha desejado ou imaginado fazer? “Nós, os arquitectos, nunca sabemos bem o que nos vai calhar em sorte (risos). A sala de cinema é feita para desaparecer, de certo modo, enquanto está a ser usada. Mas a memória que tenho do cinema é a da sala estar sempre presente e nunca esquecermos que estávamos num espaço, juntos, a ver cinema. O interior da maioria das salas de cinema não era pintado de negro”. E José Neves regressa à Encarnação: “Lembro-me de estar no balcão e de ver, de cima, os outros miúdos. A arquitectura tem a ver com a condição de estarmos a sós, profundamente sós, e em companhia. Ora, essa condição transportada para o cinema é para mim é uma das experiências mais intensas que conheço. ” Para o Ideal, a solução foi fazer um halo escuro à volta do ecrã, um tecido negro que o isola, mas deixando perceptível o resto da sala. Um equilíbrio, pois, considera José Neves, não vemos cinema, sozinhos, num sítio totalmente escuro, mas num lugar específico onde estão outras pessoas. A ver e a ouvir. “Fazer o projecto do Cinema Ideal foi um grande prazer”, observa. “O Pedro Borges demonstrou uma grande coragem cívica. Pensou sobre o que existe e o que não existe hoje em Lisboa e encontrou um modo de resistir”. Voltamos à arquitectura. Onde se coloca José Neves quando pensa e desenha? “Quando estava a fazer o Cinema Ideal, a posição do espectador era para mim imediata, facílima”, responde. ” Mas quando estou a construir uma escola também sou eu que estou a dar aulas, que sou a criança no recreio, que sou o funcionário que está a abrir a porta de manhã, cedo. Esta posição é vital. O Fernando Pessoa dizia que era poeta para estar sozinho. Qualquer arquitecto dirá: eu sou arquitecto para estar com os outros”. E como cineasta, imagina-se José Neves enquanto tal? Não o terá sido já em Companhia? “Sim, talvez… Como se trata de uma exposição, há uma relação entre o espaço e o tempo que é muito diferente da relação que existe na maior parte dos programas de arquitectura. Há neste caso uma sequência, uma sequência organizada a partir de um programa, de uma montagem definida pelo Pedro Costa. Uma exposição presta-se a esse passeio em sequência, a uma promenade architecturale como lhe chamava Le Corbusier. A organização espacial do Centro de Artes do Carnaval, em Torres Vedras, que está neste momento em obra, corresponde exactamente a uma sequência contínua de espaços, e a ideia que tenho é, de facto, a de uma montagem. Entramos por um velho matadouro, subimos umas escadas escuras circulares, desembocamos numa nave com uma janela ao fundo que enquadra a escarpa que resta de uma velha pedreira, voltamos a descer, estamos numa praça pública, etc. . É um plano sequência, com contrastes entre o escuro e claro, com uma sequência muito nítida de espaços. O gosto pelo cinema também não pode deixar de entrar nessa relação entre montagem e organização. A montagem é organização dos planos, e nós fazemos a organização dos espaços”.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave homens escola violência ajuda negro criança estudo espécie
Sem "taxa Robles" nem IMT, mas com ajuste directo no S. João: o que muda (ou não) no OE 2019
Foram dez horas de votações no segundo dia de análise do orçamento e das propostas dos partidos. Uma das propostas aprovadas nesta terça-feira sem o apoio do PS (e do Governo, claro) foi a ala pediátrica oncológica do Hospital de São João. (...)

Sem "taxa Robles" nem IMT, mas com ajuste directo no S. João: o que muda (ou não) no OE 2019
MINORIA(S): Animais Pontuação: 11 | Sentimento 0.1
DATA: 2018-11-30 | Jornal Público
SUMÁRIO: Foram dez horas de votações no segundo dia de análise do orçamento e das propostas dos partidos. Uma das propostas aprovadas nesta terça-feira sem o apoio do PS (e do Governo, claro) foi a ala pediátrica oncológica do Hospital de São João.
TEXTO: Foi a nove minutos da uma da manhã que os deputados da comissão de orçamento e finanças votaram a última proposta de alteração ao Orçamento do Estado deste segundo dia de votações na especialidade. Nesta quarta-feira há uma terceira ronda de votações. A sessão acabou com o PS a chumbar uma das medidas-bandeira que o PCP e o BE negociaram até à última da hora: pelo caminho ficou a proposta de um novo escalão na derrama do IRC para lucros das empresas entre 20 e 35 milhões de euros. O segundo dia de votações começara pelas 15h também com um chumbo, mas desta feita a uma proposta do Governo que implicava a troca de dados entre o Instituto do Emprego e Formação Profissional e a Administração Central do Sistema de Saúde, I. P. Além da redução do IVA da tourada e dos outros espectáculos culturais para 6%, houve várias votações a reter, nomeadamente a votação por unanimidade do investimento por ajuste directo na ala pediátrica oncológica do Hospital São João, no Porto. A votação foi por unanimidade no que diz respeito à proposta do PS que autoriza o Governo a fazer o investimento por ajuste directo. Os deputados votaram ainda a favor de uma medida do BE no mesmo sentido, mas que não referindo o método - ajuste directo - diz que o conselho de administração do São João fica "autorizado à utilização das verbas necessárias e já transferidas para o efeito". Os deputados votaram ainda favoravelmente uma proposta do BE que prevê que se iniciem os procedimentos com vista à construção dos "novos hospitais de Barcelos, da Póvoa de Varzim e do Algarve, bem como os procedimentos necessários para a ampliação do hospital José Joaquim Fernandes, em Beja". O BE propôs e foi aprovado que se concretizem os trabalhos no novo edifício Hospitalar na Unidade I do Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia e Espinho. As propostas do Bloco de Esquerda e do PSD para mudar a forma como são tributadas no IRS as mais-valias imobiliárias - a designada "taxa Robles" - foram rejeitadas no Parlamento, na votação do Orçamento do Estado (OE) na especialidade. As propostas do CDS e PSD para acabar com o aumento do Imposto sobre os Produtos Petrolíferos foram rejeitadas pela esquerda. Só os centristas e os sociais-democratas votaram a favor das iniciativas – idênticas e votadas em conjunto – que os dois partidos propunham. O PS, o PCP e o BE votaram contra. As propostas do PSD e CDS para acabar com o adicional do IMI também foram rejeitadas com os votos contra do PS, BE e PCP. O PCP e o CDS conseguiram, contra a vontade do PS, eliminar os aumentos na taxa de tributação autónoma sobre as viaturas. Os dois partidos tinham propostas que iam no mesmo sentido e as duas foram votadas em conjunto. Mais 21 milhões para passes sociaisFoi aprovada a proposta do PCP que aumenta a verba de apoio para reduzir os preços dos passes sociais em 21 milhões de euros, para 104 milhões. A proposta dos comunistas relativa ao Programa de Apoio à Redução Tarifária nos Transportes Públicos (PART) define que a partir de Abril de 2019 é consignado ao Fundo Ambiental 104 milhões de euros e não 83 milhões como estava previsto na proposta de OE 2019. O aumento da verba foi aprovado com os votos favoráveis do PCP, PCP e BE, votos contra do PSD e a abstenção do CDS. A esquerda aprovou também o fim da isenção do IMT para os fundos imobiliários, uma proposta do PCP, que teve o acordo do PS e do BE. Os bloquistas tinham, aliás, uma proposta no mesmo sentido que acabaram por deixar cair. Na proposta, os comunistas explicavam que apesar de esta isenção ter na forma terminado em 2016, mantinha-se em vigor por causa de um decreto-lei que ainda produzia efeitos. Assim, com esta medida, é revogada de vez a isenção do IMT para estes fundos. Os comunistas conseguiram ainda aprovar com a ajuda dos votos da oposição (e contra a vontade do PS), a obrigatoriedade de o Governo desenvolver um plano “de intervenção específico para a salvaguarda e valorização do Património Cultural Imaterial, respondendo às dificuldades e insuficiências de resposta pública actualmente sentidas nesta área”, lê-se na proposta dos comunistas aprovada. Este segundo dia traz na agenda o famoso IVA das touradas, mas já será certo que PSD, PCP e CDS se unem para fazer baixar esta taxa para touradas e festivais de música, sem a necessidade de se realizarem em recinto fixo. A maratona de votações começou com algumas correcções apresentadas pelo PSD, mas que no essencial não mudam em profundidade o que foi votado na segunda-feira. Entretanto, os partidos, com excepção do PS votaram contra duas "interconexões de dados". Primeiro, na proposta para um artigo 130. º que propunha a troca de dados entre o Instituto do Emprego e Formação Profissional e a Administração Central do Sistema de Saúde, I. P. e a segunda, inscrita no artigo 134. º que impunha a "Interconexão de dados no âmbito dos sistemas de informação do Portugal 2020". Passou no Parlamento uma proposta do PAN que cria um manual de procedimentos para o período pós-incêndios onde "são discriminadas as diligências a desenvolver perante grandes incêndios", nomeadamente no que diz respeito à estabilização dos solos, à retirada de madeira em condições de segurança, e à prevenção do crescimento de infestantes. Com isto, o Governo fica ainda obrigado a incluir no manual a necessidade de fazer um "levantamento das consequências relativas à fauna local e à macrofauna do solo" e aplicar medidas que mitiguem esses efeitos. No que diz respeito a incêndios, foi de manhã chumbada em plenário a pensão extra para bombeiros. A maioria de esquerda chumbou uma proposta do PSD para a criação de um complemento extraordinário às pensões de invalidez para bombeiros que tenham sofrido acidentes na sua actividade. Só PSD e CDS votaram a favor da medida que pretendia dar um complemento aos bombeiros que têm pensões baixas por invalidez ou pensões mínimas e de sobrevivência. Ainda em matéria de prevenção de incêndios, foi aprovado o artigo do orçamento que estipula que os proprietários devem limpar os terrenos e assegurar as faixas de gestão de combustível até 15 de Março e as autarquias devem fazê-lo até 31 de Maio. O artigo mantém, tal como fora aprovado para 2018, as multas previstas no dobro do seu valor. Na votação sobre a norma que mantém a possibilidade de os municípios verem cortado em 20% o duodécimo das transferências, o PSD e o PCP votaram contra, o CDS absteve-se e apenas PS e BE votaram a favor. Ora, como na COFMA o PEV não tem assento, é expectável que os comunistas possam avocar esta alínea para o plenário de amanhã para verem se a conseguem chumbar com o apoio dos Verdes. As alterações ao mecanismo de apoio à reconstrução de habitações não permanentes afectadas pelos incêndios ou por outras circunstâncias excepcionais foram aprovadas apenas com o voto contra do PCP. A proposta dos socialistas permite, dizem na nota explicativa, que as pessoas singulares ou agregados familiares cujas habitações tenham sido danificadas pelo furacão Leslie tenham acesso à linha de crédito de 10 milhões de euros. O PCP conseguiu apoio do Bloco e de toda a direita para fazer passar a proposta para a criação de duas novas linhas de apoio à criação literária para a tradução e também primeiras obras. O mesmo aconteceu com a sua proposta para um plano de revitalização da Cinemateca e do Arquivo Nacional das Imagens em Movimento, que deverá incluir o reforço de meios materiais e humanos, a concretização do projecto museológico da Cinemateca e a criação de um plano para formação de arquivistas de imagens em movimento. Em ambas, o PS ficou sozinho no voto contra. Os bloquistas fizeram aprovar uma proposta que equipara os atletas olímpicos e paralímpicos. Esta proposta prevê a "eliminação da discriminação existente, é assegurada a convergência dos valores previstos ao pagamento de bolsas, preparação e participação desportiva entre os atletas Olímpicos e Paralímpicos, em todos os níveis", lê-se. Uma vez que uma proposta do PAN, com o mesmo teor, também foi aprovada, esta equiparação tem de estar pronta até 2020. Tal como já se comprometera com o PEV, o PS votou a favor da redução do número de alunos por turma do 10º ano proposta pelos ecologistas, pelos comunistas e pelos bloquistas. Mas os socialistas não permitiram que se reduzisse ainda mais (do que o já aprovado em anos anteriores) o tamanho das turmas dos 3º, 4º, 9º, 11º e 12º anos e das turmas que integram alunos com necessidades especiais, como propunha também o PCP. Ainda na área da educação, foi aprovada a proposta do PS e a do PCP para corrigir o problema criado no texto do orçamento do Governo com a redução das propinas no ensino superior. É preciso reduzir os valores de referência para que muitos alunos que actualmente recebem bolsa não a percam no próximo ano lectivo (2019/20). Assim, fica definido que os critérios em que se entra em conta com o valor da propina máxima, o valor de referência será o do máximo fixado para o ano lectivo em curso. Os comunistas tiveram também o voto favorável do PS para aumentar o valor do complemento de alojamento até ao limite de 40% do indexante dos apoios sociais. Os deputados aprovaram por unanimidade a passagem do IVA dos livros electrónicos e das publicações digitais de 23% para 6%. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. Contra a vontade do PS, o PCP e o Bloco conseguiram o apoio do PSD para alargar as vacinas do Plano Nacional de Vacinação. O CDS absteve-se em todas as votações sobre as vacinas. Assim, passarão a fazer parte do plano as vacinas da meningite B e do rotavírus e alarga-se aos rapazes a administração da vacina contra o vírus do Papiloma humano (HPV). No campo da saúde, foi ainda aprovada uma medida d'Os Verdes que exige que o Governo disponibilize a verba financeira para pagar o medicamento para tratar a Atrofia Muscular Espinhal, nos casos de "avaliação médica favorável", uma votação por unanimidade. O PCP conseguiu aprovar com o voto de todos os partidos, e com a abstenção do PSD, o reforço das medidas de incentivo ao uso de genéricos para aumentar a quota para os 30% em valor. Com o voto contra apenas do PS, os comunistas conseguiram também aprovar a criação de equipas comunitárias de suporte em cuidados paliativos.
REFERÊNCIAS:
Partidos PS PAN PSD PCP BE PEV
Depois do Porto, a “maior arca fotográfica do mundo” ruma a Lisboa
Photo Ark, a exposição do fotógrafo Joel Sartore, da National Geographic, vai estar em Lisboa de 28 de Novembro a 5 de Maio. Depois de passar pelo Porto, chega agora à Cordoaria Nacional com o dobro das fotografias, algumas inéditas e tiradas em Portugal. (...)

Depois do Porto, a “maior arca fotográfica do mundo” ruma a Lisboa
MINORIA(S): Animais Pontuação: 11 | Sentimento 0.0
DATA: 2018-11-30 | Jornal Público
SUMÁRIO: Photo Ark, a exposição do fotógrafo Joel Sartore, da National Geographic, vai estar em Lisboa de 28 de Novembro a 5 de Maio. Depois de passar pelo Porto, chega agora à Cordoaria Nacional com o dobro das fotografias, algumas inéditas e tiradas em Portugal.
TEXTO: A toupeira-de-água (nativa do Norte e Centro da Península Ibérica e de França) é um animal nocturno e insectívoro, que passa a vida na água. Está em vias de extinção, mas em Portugal ainda pode ser encontrada em algumas zonas do Douro. Foi aí que Joel Sartore a fotografou para um dos retratos que vão constar da exposição Photo Ark, que chega à Cordoaria Nacional em Lisboa a 28 de Novembro, depois de ter passado pelo Porto. O animal junta-se assim ao lobo-ibérico, à girafa-de-angola, à lebre-ibérica e ao caimão na zona da exposição destinada às imagens captadas em Portugal, onde vão figurar retratos de 12 espécies diferentes. Fazem parte das 50 fotografias inéditas que vão estar em exposição em Lisboa, que no total vai contar com mais de 100 imagens. A exposição faz parte do projecto com o mesmo nome de Joel Sartore, fotógrafo da National Geographic. Há 13 anos, o norte-americano iniciou a missão de fotografar as mais de 12 mil espécies de animais que vivem em cativeiro para criar um inventário único, a “maior arca fotográfica do mundo”. Em Maio de 2018, anunciou que a toupeira-de-água tinha sido a número 8000. O objectivo do projecto é alertar o público para a importância de protegermos estes animais: “Espero que esta ligação possa inspirar as pessoas a agir e a protegê-los, antes que seja tarde demais”, disse o fotógrafo ao PÚBLICO, na altura da inauguração da exposição no Porto, que teve mais de 60 mil espectadores. O fotógrafo já percorreu jardins zoológicos, aquários, centros de reabilitação de vida selvagem e criadores particulares em todo o mundo. Tudo para criar retratos “olhos nos olhos”, utilizando apenas fundos brancos ou pretos, de modo a evitar distracções e permitir que olhemos “profundamente os animais e apreciarmos a sua verdadeira beleza e o seu valor”, explicou na altura. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. A exposição estará aberta até 5 de Maio de 2019, durante todos os dias, incluindo Natal e Ano Novo. As crianças até quatro anos têm entrada livre e as com mais de cinco anos pagam cinco euros. Jovens até aos 18 anos, universitários até aos 25 anos e pessoas com mais de 65 anos pagam sete euros, enquanto os restantes adultos terão de desembolsar nove euros. Existem, ainda, preços especiais para grupos, sejam famílias (24 euros), grupos escolares (quatro euros) e infantários (gratuito).
REFERÊNCIAS: