Sully despede-se de George H. W. Bush e comove a Internet
A imagem de Sully deitado junto do caixão de George H. W. Bush está a comover a Internet. O labrador acompanhava o antigo presidente há alguns meses. Agora, vai ajudar em terapias com veteranos de guerra feridos. (...)

Sully despede-se de George H. W. Bush e comove a Internet
MINORIA(S): Animais Pontuação: 7 | Sentimento 0.0
DATA: 2018-12-12 | Jornal Público
URL: https://arquivo.pt/wayback/20181212042517/https://www.publico.pt/2018/12/03/p3/noticia/sully-1853314
SUMÁRIO: A imagem de Sully deitado junto do caixão de George H. W. Bush está a comover a Internet. O labrador acompanhava o antigo presidente há alguns meses. Agora, vai ajudar em terapias com veteranos de guerra feridos.
TEXTO: Sully é o cão que acompanhou George H. W. Bush nos últimos meses de vida do antigo presidente norte-americano e parece não querer deixar de o fazer. Uma fotografia que circula pelas redes sociais mostra o labrador a descansar junto ao caixão de Bush, em Houston, Texas. A imagem foi partilhada no Twitter por Jim McGrath, porta-voz do antigo presidente, com a legenda "Missão completa" e está a comover os utilizadores, que não se cansam de comentar e partilhar o momento. Sully começou a acompanhar o ex-presidente em Abril deste ano, depois da morte de Barbara Bush, quando o 41. º presidente americano já dependia de uma cadeira de rodas. O labrador de dois anos estava treinado para desempenhar várias tarefas, como abrir portas, acender e apagar luzes e buscar objectos, tais como o telemóvel quando tocava. Recebeu o nome em homenagem a Chesley Sullenberger (conhecido como "Sully"), o piloto que efectuou uma aterragem de emergência bem-sucedida no rio Hudson, salvando os 155 passageiros e trabalhadores a bordo. O cão, que foi entregue à família pela America's VetDogs, uma organização sem fins lucrativos que disponibiliza cães de serviço a veteranos das Forças Armadas, vai agora para o hospital militar Walter Reed National Medical Center, onde vai participar em terapias com soldados feridos. Antes de partir para a sua nova casa, Sully vai acompanhar o caixão até Washington, onde Bush estará até quarta-feira. O ex-presidente será depois enterrado junto à sua mulher e à filha, Robin, que morreu em 1953, em College Station, no Texas. George Bush morreu na sexta-feira, aos 94 anos. Estava a receber tratamento para a doença de Parkinson. Já em Abril tinha dado entrada no hospital com uma infecção no sangue e, mais tarde, em Maio, voltou a ser hospitalizado por pressão baixa e fadiga.
REFERÊNCIAS:
As dez novas espécies que fizeram furor em 2015
Uma planta carnívora que ainda vive no Brasil e um primata extinto de Espanha são algumas das novidades científicas escolhidas pelo Instituto Internacional para a Exploração das Espécies. (...)

As dez novas espécies que fizeram furor em 2015
MINORIA(S): Animais Pontuação: 7 | Sentimento 0.068
DATA: 2018-12-09 | Jornal Público
URL: https://arquivo.pt/wayback/20181209183416/https://www.publico.pt/n1733630
SUMÁRIO: Uma planta carnívora que ainda vive no Brasil e um primata extinto de Espanha são algumas das novidades científicas escolhidas pelo Instituto Internacional para a Exploração das Espécies.
TEXTO: No ano passado, cerca de 18. 000 espécies novas para a ciência receberam um nome científico. Algumas já desapareceram há muito tempo, como o Homo naledi e o primata Pliobates cataloniae. Outras, como a planta carnívora brasileira Drosera magnifica, podem extinguir-se a qualquer momento. O Instituto Internacional para a Exploração de Espécies (IIEE) escolheu dez do novo lote para figurarem no Top 10 das Novas Espécies para 2016, que pretende ser uma homenagem ao famoso naturalista sueco Lineu (1707-1778), pai da taxonomia. A lista começa com uma nova tartaruga gigante do arquipélago das Galápagos e termina com uma libelinha e ajuda-nos a recordar que o que não tem nome não se vê e, por isso, não pode ser protegido. Chama-se tartaruga-do-leste-de-santa-cruz e passou despercebida aos biólogos, mas viveu sempre na ilha de Santa Cruz, no arquipélago das Galápagos, Equador, um território famoso pela importância no desenvolvimento da teoria da evolução de Charles Darwin. Pensava-se que existia apenas uma espécie destes répteis em Santa Cruz, a Chelonoides porteri. Mas um estudo genético revelou que a população do Leste da ilha, só com 250 tartarugas, é uma espécie independente. A novíssima Chelonoides donfaustoi pesa cerca de 200 quilos e alimenta-se de vegetais. O seu nome é uma homenagem a Fausto Llerena Sanchez, um guarda reformado do Parque Nacional das Galápagos conhecido como "Don Fausto". Este guarda trabalhou durante 43 anos e desenvolveu um método de reprodução em cativeiro dos répteis. “Lembro-me de ver Don Fausto sair cedo nas manhãs de domingo, quando todas as pessoas estavam a dormir, e ir na sua bicicleta para o centro de criação em cativeiro cuidar das tartarugas”, diz James Gibbs, da Universidade Estadual de Nova Iorque e um dos autores do estudo, num testemunho à IIEE. “A dedicação ao seu trabalho tem sido um exemplo de humildade. ”Era Setembro de 2013 e o biólogo brasileiro Paulo Gonella, da Universidade de São Paulo, via o Facebook quando se cruzou com fotografias de uma planta carnívora. “As plantas chamaram-me imediatamente a atenção”, lê-se no seu testemunho do IIEE. A espécie crescia a 1500 metros de altitude, no topo de uma montanha em Pico de Padre Ângelo, em Minas Gerais, no Sudeste do Brasil. Dois anos depois, ficámos a conhecer a Drosera magnifica, a maior planta carnívora deste género no Mundo Novo. Esta orvalhinha — nome comum dado a muitas Drosera — pode atingir 1, 2 metros. Nas suas longas folhas é segregado um muco viscoso que prende os insectos, que são então digeridos. Embora prolifere naquele monte, a Drosera magnifica não foi encontrada em mais lado nenhum e por isso passou automaticamente para o grupo das espécies em Risco Crítico de Extinção na Lista Vermelha das Espécies. “Esperamos que esta descoberta encoraje as autoridades a criar um parque para proteger este ambiente frágil”, salienta o biólogo. A maior colecção de ossos de um hominíneo permitiu acrescentar em 2015 mais um ramo à árvore da evolução humana. Os vestígios do Homo naledi foram descobertos na gruta Dinaledi, a 40 quilómetros de Joanesburgo, na África do Sul, pela equipa de Lee Berger, paleoantropólogo da Universidade de Witwatersrand, em Joanesburgo. Os 1550 fósseis de 15 indivíduos estavam numa câmara a 30 metros de profundidade e pertenciam a adultos e crianças. O Homo naledi tinha menos de 1, 5 metros e pesaria 45 quilos. As suas características morfológicas eram uma mistura entre o género Homo e os australopitecos, um grupo mais primitivo de hominíneos. Tinha um cérebro do tamanho do dos chimpanzés e um corpo pequeno. Mas os seus pés e mãos eram semelhantes ao do homem moderno, a nossa espécie. No entanto, não há uma datação exacta dos fósseis, que podem pertencer ao fim do Plioceno (5, 3 e 2, 58 milhões de anos) ou ao início do Pleistoceno (2, 58 milhões e 700. 000 anos). Por isso, não se sabe se a espécie representa uma fase intermédia entre os australopitecos e o Homo erectus, ou se já era uma entre várias espécies humanas naquele continente, o que torna o Homo naledi no mais recente mistério da nossa história evolutiva. Não chega a ter um centímetro de comprimento. É cego, sem pigmentos e os segmentos da sua carapaça terminam em espinhos. Além disso, este pequeno crustáceo constrói buracos na base de uma gruta, no Brasil, onde se esconde para fazer a mudança de pele. Este comportamento não existe noutro isópode conhecido no Novo Mundo. Por tudo isto, o Iuiuniscus iuiuensis é único. “Uma característica morfológica impressionou-me: as zonas laterais do corpo tinham espinhos”, escreve Leila Souza, da Universidade Estadual do Ceará, e uma das investigadoras que descreveram a espécie, no site da IIEE. Por ser tão diferente, a espécie inaugurou um novo género e uma nova subfamília. O isópode vive numa de oito grutas exploradas recentemente na região de Iuiú, no Sul do estado da Bahia. O acesso à gruta é feito por um sumidouro no chão e a gruta enche-se de água das chuvas, por isso o isópode vive num ambiente anfíbio. Leila Souza sugere que “as espinhas repelem potenciais peixes predadores que partilham as poças de água” com o isópode. Olhando de perto, o Lasiognathus dinema tem uma aparência assustadora com os seus dentes finos. Este peixe carnívoro pertence à ordem dos Lophiiformes, conhecida pelas espécies que parecem ter desenvolvido uma cana de pesca com um isco. A “cana” não é mais do que o primeiro raio da barbatana dorsal que, ao longo da evolução, cresceu terminando num órgão com forma estranha, um “isco” para atrair as presas. A nova espécie tem menos de cinco centímetros e foi encontrada a uma profundidade entre os 800 e 1200 metros durante uma expedição ao golfo do México para avaliar o impacto do derrame de crude da plataforma Deepwater Horizon, em 2010. Os dragões-marinhos são peixes da mesma família dos cavalos-marinhos. Até agora, conheciam-se apenas duas espécies, o dragão-marinho-comum e o dragão-marinho-folheado, ambos vivem no Sul da Austrália, junto à costa. Mas o resultado da análise genética de um indivíduo apanhado morto, que se pensava ser dragão-marinho-comum, surpreendeu os cientistas “A sua assinatura genética era muito diferente da das outras duas espécies”, diz Josefin Stiller, cientista do Instituto Scripps de Oceanografia, em La Jolla, na Califórnia (EUA), que estudou a nova espécie. Por isso, os cientistas foram à caça de indivíduos nas colecções de museus e no oceano. Três dragões-marinhos da nova espécie Phyllopteryx dewysea foram encontrados no museu. O peixe tem 24 centímetros de comprimento e é vermelho, o que a distingue dos outros dragões-marinhos e lhe dá o nome de “rubi”. Mas ainda se sabe muito pouco sobre a sua ecologia e, como lembra, Josefin Stiller, “nunca foram observados dragões-marinhos-rubis vivos”. A busca continua. O novo besouro-de-paddington ou Phytotelmatrichis osopaddington, descoberto na Amazónia peruana, tem cerca de um milímetro e, como muitos outros habitantes da sua floresta, vive nas poças formadas dentro das folhas das bananeiras, do gengibre e do açafrão-da-terra. “[A espécie] foi descoberta na minha intensa amostragem de escaravelhos ao longo de um transecto que ia continuamente subindo no vale Kosñipata, na parte sudeste da Amazónia peruviana”, explica Caroline Chaboo, entomóloga da Universidade do Kansas (EUA). A altitude do vale varia entre os 200 e os 4000 metros. A região é extremamente rica a nível biológico, diz a investigadora. E, apesar de já se conhecer bastante bem os grandes animais e as grandes plantas, “são as coisas pequeninas que compõem a grande parte da biodiversidade desconhecida”. Há 11, 6 milhões, é possível imaginar a pequena Laia, de 43 centímetros e cinco quilos, a comer frutos, pendurada numa árvore de uma floresta situada no que é hoje a Catalunha. Setenta fragmentos fósseis do esqueleto deste primata foram encontrados em 2011. A nova espécie, Pliobates cataloniae, tinha características semelhantes aos símios da época, aos símios modernos e aos gibões. Este mosaico tornou o fóssil importante para compreender a evolução da linhagem dos grandes símios (orangotangos, gorilas e chimpanzés) e do homem. Esta linhagem separou-se da que deu origem aos gibões. Pensava-se que o antepassado comum das duas linhagens seria mais semelhante aos grandes símios do que aos gibões. Mas Laia veio pôr em causa esta teoria, explica David Alba, do Instituto Catalão de Paleontologia Miquel Crusafont, autor do trabalho: “Uma análise rigorosa indicou que a linhagem do Pliobates divergiu dos símios de hoje um pouco antes da divergência entre os gibões e os grandes símios, sugerindo que o nosso antepassado comum era, pelo menos em alguns aspectos, mais parecido com os gibões. ”O botânico Thomas Couvreur estava a caminhar pelo Parque Nacional das Montanhas de Cristal, no Noroeste do Gabão, quando uma flor lhe chamou a atenção. “Vi algo vermelho e amarelo pelo canto do olho”, lembra o biólogo do Instituto de Investigação para o Desenvolvimento, em Montpellier, França, no site do IIEE. Quando se virou, viu “uma bela flor aberta” e exclamou: “Uau!” Foi assim que a Sirdavidia solannona foi descoberta. As árvores desta espécie atingem seis metros de altura e um diâmetro de dez centímetros. Os estudos morfológicos e uma análise de ADN ajudaram a confirmar que se tratava de uma nova espécie e de um novo género da família das Annonaceae. “Foi bastante surpreendente, porque estávamos perto de uma estrada, numa zona bastante bem conhecida pelos botânicos”, refere o cientista. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. Há um século que não se via algo assim: um único artigo de 2015 revelava 60 novas espécies para a ciência. Eram todas libelinhas encontradas no Gabão. Umma gumma, a espécie escolhida para fechar esta lista, é uma representante deste conjunto. “A maioria das novas espécies é colorida e tão distintiva que basta ver fotografias para as identificar”, lê-se no resumo do site do IIEE. Klaas-Douwe B. Dijkstra, da Universidade de Stellenbosch, na África do Sul, explica esta abundância: “Cada lago e rio são como uma ilha num mar de terra. Por isso, cada comunidade de espécies desenvolve-se em isolamento, levando a uma biodiversidade única. ” O primeiro passo para proteger esta biodiversidade, lembra o investigador, é conhecê-la e depois dar-lhe um nome.
REFERÊNCIAS:
Eram máquinas de lavar roupa, agora são abrigos para gatos
Ana Silva, médica veterinária municipal de Monchique, criou o projecto "Aqui há gato", que dá nova vida a máquinas avariadas, ao mesmo tempo que proporciona abrigo a gatos de colónias de rua. (...)

Eram máquinas de lavar roupa, agora são abrigos para gatos
MINORIA(S): Animais Pontuação: 7 | Sentimento 0.0
DATA: 2018-12-04 | Jornal Público
URL: https://arquivo.pt/wayback/20181204192627/https://www.publico.pt/n1848415
SUMÁRIO: Ana Silva, médica veterinária municipal de Monchique, criou o projecto "Aqui há gato", que dá nova vida a máquinas avariadas, ao mesmo tempo que proporciona abrigo a gatos de colónias de rua.
TEXTO: Máquinas de lavar e de secar roupa usadas estão a ser transformadas em obras de arte urbana para abrigar gatos na vila de Monchique, no Algarve, num projecto pioneiro no Sul do país implementado pela câmara municipal local. O projecto “Aqui há gato” visa dar “nova vida” às máquinas avariadas que, depois de pintadas e decoradas, são colocadas em locais estratégicos para dar abrigo e proteger dezenas de gatos nas várias colónias de rua existentes naquela vila da serra algarvia. A ideia partiu da médica veterinária municipal, ao verificar que duas gatas procuravam abrigo no interior de uma máquina de lavar roupa avariada, colocada temporariamente nas traseiras da sua clínica veterinária enquanto aguardava transporte para ser removida. "Como vi que as gatas adoraram o abrigo, pusemos uma mantinha no interior da máquina e ficou a casa delas. Pareceu-me na altura muito acolhedor, porque protege do frio, do calor, do vento e da chuva e podia ser uma forma de abrigar animais esterilizados em vários locais", contou à agência Lusa Ana Silva, a veterinária municipal. A ideia começou então a ganhar forma, quando surgiu a necessidade de recolocar, nas colónias originais mais polémicas, os gatos esterilizados no âmbito do programa de controlo das populações felinas silvestres no município de Monchique. "Senti que a recolocação dos animais deveria ser acompanhada de um alojamento e, não querendo repetir o que era feito em outros municípios, lembrei-me das máquinas de lavar roupa. Achei que seria fazer um bocadinho de lixo colocar a máquina por si só no exterior, e então pedimos a colaboração de um artista urbano que, com a envolvência de algumas crianças das escolas, pintaram e decoraram as máquinas", indicou a clínica. Segundo Ana Silva, neste momento estão colocadas cinco máquinas-abrigo devidamente decoradas, em pontos estratégicos da vila: "Duas num bairro residencial, outras tantas junto do miradouro e uma na escola do ensino básico. " "Estamos ainda no início do projecto, por isso, todas as que podermos angariar são bem-vindas e, em breve, esperamos colocar mais máquinas-abrigo para os nossos gatos", sublinhou a veterinária municipal, acrescentando que Monchique "é um concelho com imensos gatos apesar da campanha contínua de esterilização". Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. Ana Silva disse ainda que a colocação das máquinas-abrigo e das colónias de gatos na vila "não tem sido de todo pacífica, porque há pessoas que gostam menos dos animais, mas com a outra parte que gosta consegue-se o equilíbrio". "Nós gostamos de ver os gatos connosco", frisou. A médica disse ainda que, inicialmente, o projecto pretendeu envolver as crianças e jovens na pintura e decoração das máquinas, devido à importância que tem o envolvimento da comunidade em qualquer acção com animais, "mas as expectativas foram superadas após os pais terem colaborado também" na nova arte urbana. "Houve a envolvência de grande parte da comunidade e também o acolhimento e sensibilidade da escola para instalar uma máquina-abrigo e acolher um gato, devidamente tratado, o que foi muito gratificante. Acaba por ser também um projecto pedagógico porque as crianças percebem que os gatos não fazem mal nenhum e é muito bom conviver com eles", concluiu Ana Silva.
REFERÊNCIAS:
No rio ou no mar. Rui quer tornar Vila do Conde na “capital do stand up paddle”
Rui Ramos é de Vila do Conde e tem 36 anos. Aos 30, deixou o futebol onde fez carreira nos escalões secundários. Desde aí descobriu o stand up paddle e está a contaminar a cidade para a prática da modalidade. (...)

No rio ou no mar. Rui quer tornar Vila do Conde na “capital do stand up paddle”
MINORIA(S): Animais Pontuação: 7 | Sentimento 0.2
DATA: 2018-12-19 | Jornal Público
SUMÁRIO: Rui Ramos é de Vila do Conde e tem 36 anos. Aos 30, deixou o futebol onde fez carreira nos escalões secundários. Desde aí descobriu o stand up paddle e está a contaminar a cidade para a prática da modalidade.
TEXTO: Como caxineiro, o mar sempre esteve presente. Por isso, quando o sonho de actuar nos grandes palcos do futebol — e ser como os conterrâneos Postiga e Coentrão — terminou, Rui Ramos virou-se, naturalmente, para o mar. E para o rio. “Sempre tive uma paixão enorme pelo mar e assim que deixei o futebol senti que o meu desporto teria de passar por ele”, começa por dizer ao P3. A carreira futebolística terminara no final da época 2011/12, ao serviço do Leça, na III divisão Série B. O "Samurai" — como era conhecido pelos adeptos devido aos seus longos cabelos — tinha 30 anos, uma idade tida como precoce para encerrar a carreira. “Já não tinha prazer nenhum e nasceu a minha filha”, conta-nos Rui, agora com 36 anos. Para colmatar o vazio de uma vida sempre ligada ao desporto, experimentou várias actividades. Nada o satisfez. Até que descobriu, por mero a caso, o stand up paddle (SUP). Estava a ver o filme Water on the Road (Brendan Canty e Christoph Green, 2011), que documenta dois concertos a solo de Eddie Vedder em Washington. Decorridos cerca de 20 minutos do filme, o icónico vocalista dos Pearl Jam aparece a fazer SUP — modalidade que Rui até então desconhecia. “Achei piada àquilo. Como é que era possível estar ali em pé, no meio do rio, relaxado e a usufruir da paisagem?”Para obter resposta, pesquisou. Descobriu que a modalidade estava a desenvolver-se em vários países mas não encontrou nada em Portugal. Depois de "chatear" um sem número de pessoas, lá conseguiu arranjar uma prancha e um remo, ainda que o material emprestado não fosse o ideal para andar no rio. Pouco importava. “Qualquer coisa servia, queria era pôr-me em cima da prancha” — e atirar-se para a água, acrescentamos nós. Isto porque, no início, não foi fácil apanhar o jeito: não sabia remar e fartou-se de cair. Nada que o tivesse desmotivado. “Gostei logo, mesmo sempre a cair e a levantar. Só facto de estar na água e em contacto com a natureza era divertido. ”Desde sempre que o mar faz parte da vida das gentes de Vila de Conde: é terra de pescadores, atravessada pelo rio e banhada pelo mar. Ainda assim, a surpresa foi grande quando o viram flutuar na prancha, contornando as embarcações que saem rotineiramente para a faina. Tal como eles, Rui ia todos os dias para o mar. “Nesta comunidade o mar é para trabalhar, é para tirar o pão do dia-a-dia”, explica o caxineiro, recordando que era visto “como um maluco”. “Os pescadores ficavam espantados e perguntavam: como é que aquele maluco está ali no meio do mar sozinho em pé?” Ficavam, depois, à espera que ele regressasse. Só para confirmar que estava “inteiro”. Desde aí nunca mais parou. A prática fá-lo sentir “conectado de forma mais primitiva com a natureza” e esquecer os problemas do dia-a-dia com que se depara no centro informático onde trabalha, a partir do qual sai diariamente para o rio. Ao fazer este percurso, passa sempre pela sede do Clube Fluvial Vilacondense, defronte para o Ave. Foi a partir de lá que os dirigentes do clube com 115 anos o viram treinar no rio. Depressa perceberam que esta poderia ser uma oportunidade para acrescentar mais uma modalidade ao emblema que tem já um historial de conquistas em vários desportos aquáticos. “Vimos a dedicação e o potencial que ele tinha e juntamos vontades”, explica Miguel Laranjeira, o presidente do clube que abriu a secção de SUP há três anos. Rui começou assim a competir nas provas nacionais e chegou mesmo a campeão nacional em 2017. Com o tempo, mais gente quis aderir, por isso passou a ser também treinador e a modalidade cresceu. “O Rui tem feito um trabalho extraordinário, sobretudo ao nível da formação e as crianças adoram-no”, considera o presidente. A verdade é que o treinador quis apostar na formação. Para isso, por exemplo, forneceu gratuitamente material aos mais novos e procurava levar filhos de amigos para os treinos. A estratégia deu frutos: há um ano abriu um escalão de formação que conta com 12 praticantes, dos sete aos 14 anos. Um deles é Pedro Viana Areias, nove anos, que começou a praticar por influência do pai. “O meu pai saía sempre de casa ao sábado e só dizia 'Vou embora, já venho' e um dia perguntei onde é que ele ia”, revela o jovem atleta. Como resposta, o pai levou-o com ele. Pedro gostou tanto que decidiu trocar o futebol pelo SUP: “O futebol é só correr e o paddle é muito mais fixe porque podemos ir para o mar e fazer tudo: correr, andar, nadar. ” Não é caso único — hoje, já tem mais amigos “no paddle do que no futebol”. No mar, as crianças “ficam mesmo realizadas”, concorda o treinador, que procura transmitir-lhes a importância da prática desportiva. “O que importa é desligarem os telemóveis e tablets e ligarem-se mais à natureza, praticando exercício e preservando o meio ambiente. ”Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. Quem diz crianças, diz adultos. Já são 17 no escalão sénior. Francisco Nunes, 55 anos, é “o cota da equipa”, como se apresenta. Poveiro, sempre viveu em frente ao mar, mas nunca praticou qualquer tipo de desporto. Até ao dia — que se lembra ao pormenor — 29 de Agosto de 2015. “Disse ao Rui que gostava de dar uma voltinha nisto", recorda. E assim foi. Estava a atravessar uma fase complicada, confessa. A filha, de 27 anos, tem uma deficiência mental profunda e um cancro deitara-o abaixo, entrou em depressão profunda. O SUP funcionou como um escape: “É a minha terapia para depressão e estou muito melhor, já não tomo medicação. Quando estou um pouco em baixo, venho até aqui, dou umas pagaiadas e fico novo. Sinto-me livre. ”Histórias que deixam o treinador, que sempre quis incluir toda a gente na modalidade, orgulhoso. “Sempre fomos abertos a todos, independentemente das condições. ” O que importa é mesmo o desporto e é por isso que quer que Vila do Conde seja conhecida. “Somos uns privilegiados por ter estas condições de rio e de mar. Eu gostava mesmo que fôssemos a capital do SUP e vamos trabalhar para isso”. Palavra de caxineiro.
REFERÊNCIAS:
Partidos LIVRE
Condenado a prisão efectiva por esventrar cadela grávida
Enfermeiro no Ultramar fez cesariana a sangue frio a cadela, que veio a morrer, e depois meteu os cachorros vivos no lixo. Juiz aplicou 16 meses de prisão pela “crueldade”. Decisão é considerada histórica. (...)

Condenado a prisão efectiva por esventrar cadela grávida
MINORIA(S): Animais Pontuação: 7 | Sentimento 0.166
DATA: 2018-10-31 | Jornal Público
SUMÁRIO: Enfermeiro no Ultramar fez cesariana a sangue frio a cadela, que veio a morrer, e depois meteu os cachorros vivos no lixo. Juiz aplicou 16 meses de prisão pela “crueldade”. Decisão é considerada histórica.
TEXTO: Um antigo enfermeiro na guerra do Ultramar, hoje com mais de 60 anos, foi condenado pelo Tribunal de Setúbal esta quarta-feira a 16 meses de prisão efectiva, por quatro crimes de maus tratos agravados a animais de companhia. O indivíduo esventrou a sua cadela grávida. Trata-se da primeira pena de prisão efectiva aplicada por crimes exclusivamente praticados contra animais de companhia desde que a lei que penaliza os maus tratos a estes animais entrou em vigor, em 2014. A Provedora dos Animais de Lisboa, Marisa Quaresma dos Reis, fala desta quarta-feira como "um dia histórico para o percurso dos direitos animais. "O tribunal deu como provado que Hélder Pasadinhas fez uma intervenção cirúrgica, a “sangue frio” numa cadela sua, que estava em trabalho de parto, para retirar os fetos e que quatro animais — a própria cadela e três nados vivos — vieram a morrer devido à sua actuação. A incisão feita na cadela foi “grosseira e irregular”, dois dos fetos não foram retirados e o homem suturou o corte feito mas apenas na parede abdominal, não tendo cosido a parede do útero. Os quatro cachorros que retirou foram de imediato colocados num saco de plástico e metidos no lixo, onde vieram a morrer de fome e frio. A cadela Pantufa foi deixada num canto da casa após a operação, sem assistência veterinária. Morreu dois dias depois. Os factos tiveram lugar na Venda do Alcaide, concelho de Palmela, distrito de Setúbal, no dia 3 de Fevereiro de 2016. O juiz sublinhou o “sofrimento atroz” provocado à cadela pela dor da incisão feita a “sangue frio” e pelo estado de abandono em que ficou, classificou a conduta como “crueldade” e recusou a ideia de que o arguido tivesse tentado ajudar a cadela ou salvar os nados-vivos uma vez que de imediato os atirou ao lixo. “Isto não foi para ajudar a cadela. Não é um motivo legítimo nem há qualquer estado de necessidade que justifique aquela intervenção. Nem de perto nem de longe”, afirmou o juiz na leitura da sentença, esta manhã. Um segundo indivíduo, acusado de co-autoria por ter ajudado a segurar a cadela durante a operação, foi condenado a pena de multa, 60 dias a seis euros cada um. Este condenado, Pedro Brinca, um mecânico de 42 anos, disse ao PÚBLICO que não vai recorrer porque considera a pena “justa”. Explicou que aceitou ajudar na operação para ajudar a cadela e porque acreditava nos conhecimentos e capacidade do amigo. “Ele disse-me que tinha sido enfermeiro no Ultramar, que sabia os procedimentos e vi que tinha os instrumentos. Depois verifiquei que estava a correr mal e fui-me embora”, conta Pedro Brinca. E acrescenta que acabou por ir almoçar com Helder Pasadinhas, nesse dia, porque entretanto foi ver o animal e pareceu-lhe estar bem de saúde. “Vi a cadela, estava ligada, sentada, pareceu-me bem”, refere. "Está a abrir-se uma porta nesta matéria que vai dar mais coragem aos decisores judiciais", observa a Provedora dos Animais, que defende um aumento das molduras penais do crime de maus tratos — que segundo a lei em vigor tem como limite máximo os dois anos de cadeia. "São molduras penais que não fazem sentido e que mais tarde ou mais cedo vão ter de ser revistas. É a sociedade que o pede", diz Marisa Quaresma dos Reis, explicando que neste momento destruir um objecto — um cão de louça valioso, por exemplo — é teoricamente susceptível de dar origem a uma condenação mais pesada do que matar um animal de companhia. Isto apesar de os animais terem deixado de ser objectos à luz da lei há perto de dois anos, tendo assumido um estatuto intermédio entre pessoas e coisas, o de chamados seres sencientes. O juiz que proferiu a sentença — e que disse ao PÚBLICO que preferia não ser identificado — explicou que o que a sua decisão censura é a crueldade. “Sou juiz de direito, não sou fundamentalista dos animais. Sou fundamentalista contra a crueldade”, assegurou, acrescentando que o “ênfase” que coloca nesta decisão na defesa dos animais não é maior que o que coloca nos casos de ofensas a pessoas. “Este homem tem que estar na cadeia. Se a cadeia não serve para a crueldade, serve para quê?”, atirou o juiz numa fase mais exaltada da leitura da sentença em que disse também que o “cenário cruel” da cadela em sofrimento “com as tripas de fora” lhe assaltou a memória “várias vezes”. Daí que tenha afastado a possibilidade de a pena ser substituída por trabalho comunitária ou ser cumprida no domicílio, com pulseira electrónica. Embora tenha revelado que tem um cão, o juiz sublinhou que não se trata da decisão do “juiz amigo dos cãezinhos", porque, segundo defendeu na sentença, este caso não é apenas de crimes contra animais. “Não é só isso. Este processo respeita à Humanidade, àquilo que nós somos”, disse, depois de recordar o dever do ser humano de coabitar com os demais seres vivos no planeta e a condição especial dos cães na relação com as pessoas, que “faz parte integrante do bem-estar do ser humano, porque nos realiza”. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. “Este processo marca a minha vida”, disse ainda o juiz, consciente do carácter histórico da sua decisão que, como também vincou, pode ainda ser objecto de recurso. O principal condenado foi representado por uma defensora oficiosa que não sabe se vai ou não recorrer porque não consegue contactar com ele. Helder Pasadinhas está em parte incerta e as únicas declarações que fez para o processo são as da fase de inquérito, em que confessou o actos de que estava acusado. Até ao trânsito em julgado da decisão, o homem continuará em liberdade.
REFERÊNCIAS:
Fotografar tubarões para os proteger e combater o estigma
Sharks, uma missão de Brian Skerry reúne 50 fotografias de tubarões captadas pelo norte-americano que trabalha para a National Geographic. Para ver até 6 de Janeiro de 2019, no Oceanário de Lisboa. (...)

Fotografar tubarões para os proteger e combater o estigma
MINORIA(S): Animais Pontuação: 7 | Sentimento 0.0
DATA: 2018-12-28 | Jornal Público
SUMÁRIO: Sharks, uma missão de Brian Skerry reúne 50 fotografias de tubarões captadas pelo norte-americano que trabalha para a National Geographic. Para ver até 6 de Janeiro de 2019, no Oceanário de Lisboa.
TEXTO: Quando mergulhou com tubarões pela primeira vez, em 1982, o fotógrafo Brian Skerry ainda tinha bem presente as imagens do icónico filme de Steven Spielberg Jaws (1975). “Nessa altura muita gente tinha medo de tubarões, eram retratados como monstros temíveis”, recorda, em entrevista ao P3, a partir do Estados Unidos. Nas águas da costa de Rhode Island, onde ainda hoje vive, viu “um animal lindo e elegante”, pouco interessado em quem o tentava fotografar. Reparou na “simetria perfeita”, no “corpo desenhado para a vida no oceano”. Era um objecto de retrato “inebriante”. Desde o início da década de 80, Skerry não parou de mergulhar com tubarões para os fotografar, sempre em trabalho para a revista National Geographic. Agora, 50 das imagens com a assinatura do norte-americano estão em exposição no Oceanário de Lisboa. Sharks, uma missão de Brian Skerry já foi vista por mais de 450 mil pessoas e fica em Lisboa até 6 de Janeiro de 2019. Nos últimos 36 anos, a missão do fotógrafo tem sido “dar uma nova reputação” a estes peixes cartilagíneos sobre os quais as pessoas “sabem pouco”. São animais populares, mas percepcionados “de forma unidimensional”: “genérico, perigoso temível”. E esta imagem negativa está a prejudicá-los, defende. “As estimativas dizem-nos que cerca de 100 milhões de tubarões são mortos anualmente, acidentalmente ou para comercialização das barbatanas”, refere. “E não podemos matar 100 milhões de predadores e esperar que os oceanos permaneçam saudáveis, são essenciais para preservar o ecossistema. ”As fotografias expostas no átrio do Oceanário de Lisboa são o resultado de quatro histórias que publicou na National Geographic, sobre as quatro espécies mais poderosas destes predadores: o tubarão-branco, o tubarão-tigre, o tubarão-de-pontas-brancas e o tubarão-mako. Ocupam diferentes espaços no oceano, diferentes habitats, e “estão em perigo”. “É preciso mostrar o quão incríveis são, por isso passei dois anos a viajar pelo mundo. ” Na década de 70, o tubarão-de-pontas-brancas era descrito como “o animal de grande porte mais abundante na Terra”; hoje, sublinha Skerry, “está 99% em declínio”. “Em apenas algumas décadas matámos quase todos, a espécie pode desaparecer enquanto nós ainda estivermos vivos. ”Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. Na opinião do fotógrafo que soma mais de 10 mil horas de mergulho e colecciona 14 viagens à volta do mundo, não se está a fazer o suficiente para salvar estes peixes. “A forma que encontrei de fazer com que as pessoas se preocupem é mostrar-lhes retratos íntimos. ” Para isso, mergulha fora e dentro de jaulas — mas sobretudo fora, para poder observar mais de perto os animais em liberdade. No caso das imagens da exposição que chega pela primeira vez à Europa, a excepção foi o tubarão-branco. “Há pessoas que nadam livremente com esta espécie, mas não me pareceu muito esperto sair da jaula”, confessa. Conta apenas dois ou três momentos em que sentiu medo dos tubarões, mas nunca teve uma experiência desagradável. O importante, acredita, é ter a consciência de que “não são animais domésticos”. “São predadores, temos que perceber que não se comportam como cães. Podemos interagir com eles, em segurança, mas sempre com muito cuidado. ” Os tubarões, faz questão de repetir, “não são criaturas prontas a comer pessoas”. “Podemos não sentir o mesmo por um peixe do que por um animal peludo da floresta, mas ambos precisam da nossa ajuda. ”
REFERÊNCIAS:
Portugal consome 20% do bacalhau capturado no mundo
O mercado português é o que mais consome bacalhau salgado no mundo. Vendas podem superar as seis mil toneladas só este Natal. (...)

Portugal consome 20% do bacalhau capturado no mundo
MINORIA(S): Animais Pontuação: 7 | Sentimento 0.0
DATA: 2018-12-22 | Jornal Público
SUMÁRIO: O mercado português é o que mais consome bacalhau salgado no mundo. Vendas podem superar as seis mil toneladas só este Natal.
TEXTO: As vendas de bacalhau podem superar as seis mil toneladas em Dezembro, apesar de alguma retracção no consumo por parte das famílias, compensada pela indústria hoteleira e pelo Turismo, disse à Lusa a Associação dos Industriais do Bacalhau (AIB). "O Natal é tradicionalmente uma época importante para as vendas anuais do bacalhau, pelo que se esperam vendas em Dezembro superiores às seis mil toneladas", disse a AIB, numa nota enviada à Lusa. No entanto, de acordo com a associação, a matéria-prima sofreu subidas de preço ao longo deste ano, nomeadamente, nos calibres crescido, graúdo e especial, devido à "competição mundial". Face a isto, é esperada "alguma retracção no consumo, sobretudo ao nível das famílias". Por outro lado, a "dinâmica que se vive no canal da hotelaria e restauração", potenciada pelo Turismo, vai, "seguramente, atenuar ou mesmo compensar alguma contracção que possa existir do lado das famílias". De acordo com os dados enviados à Lusa pelo Conselho Norueguês da Pesca (NSC, na sigla em inglês), o mercado português é o que mais consome bacalhau salgado no mundo, o equivalente a 20% de todo o bacalhau capturado a nível mundial. "Portugal é o principal cliente do bacalhau norueguês e, sem dúvida, um mercado-chave para a Noruega", garantiu o NSC. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. Em Portugal são consumidas cerca de 70 mil toneladas de bacalhau salgado por ano, sendo que cerca de 70% do pescado consumido é norueguês. "O bacalhau salgado seco continua a ser a forma de apresentação com maior quota de mercado, no entanto, o bacalhau demolhado ultracongelado tem vindo a aumentar o seu peso nas vendas de bacalhau no mercado doméstico [. . . ]. Portugal é o único país da Europa que consome mais bacalhau do que salmão", indicou o Conselho Norueguês da Pesca, sem avançar números. A Associação dos Industriais do Bacalhau é constituída por sete empresas e tem como objetivo promover o desenvolvimento do sector, das empresas e prestar informação sobre as diversas matérias inerentes à actividade. Por sua vez, o NSC é uma empresa pública subordinada ao Ministério da Pesca e Assuntos Costeiros, que tem como prioridade promover os produtos do mar da Noruega.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave consumo
Leoa adopta cria de leopardo na Tanzânia
Os conservacionistas pensam que este episódio possa estar relacionado com o facto de a leoa ter perdido as suas próprias crias. (...)

Leoa adopta cria de leopardo na Tanzânia
MINORIA(S): Animais Pontuação: 7 | Sentimento 0.0
DATA: 2017-07-15 | Jornal Público
SUMÁRIO: Os conservacionistas pensam que este episódio possa estar relacionado com o facto de a leoa ter perdido as suas próprias crias.
TEXTO: Nosikitok é o nome da leoa de cinco anos que foi vista a amamentar uma cria de leopardo, naquela que é considerada a Arca de Noé da África Oriental — Ngorongoro, na Tanzânia. As imagens foram capturadas por um visitante desta área de conservação, noticiou o jornal britânico The Guardian. A evolução de Nosikitok tem sido acompanhada pelos conservacionistas e foram eles que souberam que a leoa engravidou e teve a sua própria ninhada no final de Junho. As razões da amamentação da cria leopardo ainda não são conhecidas. “Ela está fisiologicamente preparada para cuidar de crias felinas e o leopardo cumpre os requisitos — é quase exactamente da mesma idade que as suas crias e fisicamente muito semelhante”, afirma Luke Hunter, o presidente da Panthera, uma organização exclusivamente dedicada à conservação de 40 espécies de felinos e dos seus ecossistemas. Foi a primeira vez que se observou uma cria de leopardo a ser amamentada por uma leoa. Por isso, Luke Hunter diz que “é verdadeiramente um caso único”, ao mesmo tempo que adianta a possibilidade de a leoa ter perdido as suas crias e de ter encontrado a cria de leopardo quando estava "num estado particularmente vulnerável". No entanto, o futuro da cria é incerto. Por um lado, o líder da Panthera salienta a fraca probabilidade da alcateia aceitar o leopardo: "os leões têm relações muito fortes e complicadas, nas quais reconhecem os indivíduos — pela visão e pelos rugidos — e, por isso, estão muito bem equipados para distinguir as crias dos outros. Se o resto da alcateia encontrar o leopardo, é provável que ele seja morto ". Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. Mas, por outro lado, caso o pequeno leopardo consiga chegar aos 12-18 meses, a sua sobrevivência torna-se possível. Luke Hunter explica no site da sua organização que, se a cria atingir a idade adulta, há a hipótese de vir a desenvolver o comportamento de leopardo porque "a sua exposição precoce à sociedade do leão não ultrapassaria os milhões de anos de evolução que equipou o leopardo para ser um caçador solitário supremo”. A maior ameaça para estas espécies continua a sua caça ilegal — estes felinos representam, muitas vezes, uma ameaça para o gado das comunidades locais. Nosikitok é um dos vários animais que está a ser monitorizado pelo Korongoro People’s Lion Initiative (Kope Lion), a ONG que salvou 26 leões em 2016, incluindo de alguns membros da alcateia Masek, aquela à qual esta leoa pertence. Avisar as comunidades da zona de Ngorongoro da proximidade das alcateias, reforçar a protecção do gado e tratar dos animais feridos têm sido outras das acções levadas a cabo pela organização que visa promover a coexistência pacíficia entre pastores e leões. Texto editado por Ana Fernandes
REFERÊNCIAS:
Eis (finalmente) o genoma da sardinha. E em duplicado
Dois trabalhos independentes realizados com investigadores portugueses de diferentes instituições divulgaram esta semana o genoma da sardinha. É o mesmo genoma da mesma espécie com o mesmo objectivo: disponibilizar uma ferramenta para proteger a sardinha. (...)

Eis (finalmente) o genoma da sardinha. E em duplicado
MINORIA(S): Animais Pontuação: 7 | Sentimento 0.0
DATA: 2018-10-19 | Jornal Público
SUMÁRIO: Dois trabalhos independentes realizados com investigadores portugueses de diferentes instituições divulgaram esta semana o genoma da sardinha. É o mesmo genoma da mesma espécie com o mesmo objectivo: disponibilizar uma ferramenta para proteger a sardinha.
TEXTO: Não há fome que não dê em fartura. Nos últimos anos temos assistido à publicação de genomas de várias espécies animais (incluindo o popular salmão e bacalhau), mas até agora da sardinha não tínhamos nada. Esta semana, o genoma da sardinha foi finalmente divulgado não uma, mas duas vezes, e por duas equipas de investigadores que integram diferentes instituições portuguesas. Uma equipa internacional coordenada pelo Centro Interdisciplinar de Investigação Marinha e Ambiental (Ciimar), da Universidade do Porto, publicou “um primeiro esboço” do genoma da Sardina pilchardus, a vulgar e popular sardinha europeia, na revista de acesso aberto Genes. E um outro grupo de investigadores do Centro de Ciências do Mar da Universidade do Algarve e do Cibio (Centro de Investigação em Biodiversidade e Recursos Genéticos) da Universidade do Porto também apresentou esta sexta-feira, numa base de dados de acesso aberto, os resultados do projecto. Um consórcio internacional coordenado pelo Ciimar e com a participação de uma investigadora do Instituto do Mar e da Atmosfera (IPMA) investigou os genes da sardinha para esclarecer alguns dos seus traços distintivos, como a capacidade que esta espécie tem em biossintetizar determinados ácidos gordos polinsaturados. O trabalho foi concluído recentemente e foi submetido para publicação na revista Genes, tendo sido aceite para publicação a 10 de Setembro e publicado esta semana. Filipe Castro, investigador do Ciimar, começa por referir que estamos perante “o primeiro esboço do genoma da sardinha”. Sim, é verdade. Os avanços da genética e da tecnologia que permitiram revelar tantos genomas de variadas espécies ainda não tinham chegado a explorar os segredos da popular sardinha. “Não sei explicar porquê, é um paradoxo. Já conhecemos o genoma de muitos outros animais e peixes, nomeadamente outras espécies que podem ser consideradas icónicas como o salmão e o bacalhau, mas a sardinha não teve essa atenção”, admite o investigador. Até agora. Aqui não temos ainda a versão completa, assume Filipe Castro: “Para sermos rigorosos, cerca de 85% do genoma está representado neste trabalho. O ponto de partida era que conhecíamos zero e agora conhecemos 85%. ” E o mais importante aqui é que este primeiro passo pode já ser decisivo para a conservação desta espécie e para traçar estratégias eficazes para a produção de sardinha em aquacultura. Este esboço já permite fazer “inferências de carácter biológico”, garante. A partir daqui será mais fácil conhecer a biologia da sardinha e protegê-la encontrando, entre outras soluções, formas de a explorar com mais sustentabilidade. Um dos principais alvos da investigação foi estudar capacidade que as sardinhas têm de biossintetizar ácidos gordos de cadeia longa, conhecidos como ómega-3, que são essenciais para a saúde humana. Os cientistas seleccionaram esta via metabólica responsável pela produção de ácidos gordos como “prova de princípio” e caracterizaram os genes-chave (um conjunto de enzimas) com funções bem definidas neste processo. No caso das sardinhas (e apesar de ser um peixe rico em ómega-3), esta capacidade de produção endógena de ácidos gordos está diminuída, segundo concluíram. “Estes peixes conseguem fazer parte mas não conseguem fazer tudo. E isso é relevante por si só, para conhecermos a espécie, mas há uma consequência prática: é um conhecimento essencial para manejar a espécie, para conseguirmos fazê-la crescer. ” Com este estudo, a “receita” do ponto de vista dos ómega-3 para uma eventual ração dirigida para sardinhas está feita. “O ponto mais interessante aqui é que, ao gerarmos este esboço do genoma, conseguimos utilizá-lo para conhecer a biologia, nomeadamente a biologia nutricional. ” E outras equipas podem utilizar estes dados para explorar outros aspectos da sardinha. Rute da Fonseca, investigadora no Museu de História Natural da Dinamarca e no Departamento de Biologia da Universidade de Copenhaga que também liderou este trabalho, avança já como uma nova frente de trabalho que não está associada à dieta da sardinha. “Este trabalho é um exemplo claro do poder que abordagens genómicas de baixo custo têm na monotorização de recursos biológicos. Este recurso tecnológico, um primeiro olhar global sobre o genoma da sardinha, permitiu-nos já iniciar um trabalho em que estamos a avaliar a diversidade genética dos stocks selvagens no Atlântico e Mediterrâneo. Isto permitirá não só avaliar o impacto local das práticas de pesca, mas também perceber como potenciar os mecanismos naturais de recuperação das populações”, refere Rute da Fonseca citada num comunicado sobre o estudo. O trabalho sobre a biodiversidade das populações naturais, que já está em curso, pode ser muito relevante para a definição de quotas de pesca, para saber onde pescar e para definir o período de defeso. Ou seja, este “esboço” do genoma é uma ferramenta que pode ser explorada para múltiplas aplicações e que pode ser usado por cientistas e decisores políticos para proteger a sardinha. “É isso que se pretende”, resume Filipe Castro. Bruno Louro, do Centro de Ciências do Mar da Universidade do Algarve (CCMar), espera exactamente o mesmo com o estudo do genoma da sardinha que disponibilizou esta sexta-feira, para já, numa base de dados de acesso aberto (na Orcae). O trabalho também foi concluído recentemente e foi submetido para publicação na revista GigaScience, tendo sido aceite a 17 de Setembro, mas ainda não foi publicado. Antes de avançarmos alguns pormenores sobre esta versão do genoma da sardinha é impossível ignorar a coincidência. Bruno Louro também diz estar surpreendido com as duas publicações do mesmo genoma e confirma ao PÚBLICO que estamos perante dois “trabalhos independentes”. Infelizmente, as equipas não concertaram os esforços e não evitaram a duplicação de recursos e investimento. É caso para dizer que cada um puxou (e continua a puxar) a brasa para a sua sardinha. Os investigadores que quiserem usar o genoma da sardinha vão encontrar a mesma coisa nas duas versões. Há apenas ligeiras diferenças: “O nosso genoma está completo, está maior e com peças maiores”, diz Bruno Louro. Na base de dados Orcae pode ser consultado o genoma montado e, tal como no Google, podem ser pesquisados genes ou o lugar de determinadas sequências. “Estamos satisfeitos com os resultados deste trabalho porque sabemos que irá permitir estudos de gestão e conservação da sardinha que até agora não eram possíveis”, refere Gianluca De Moro, investigador do CCMar e um dos autores do estudo, no comunicado sobre este trabalho. Bruno Louro acrescenta que estes dados “permitem, por exemplo, vir a definir com um rigor muito elevado os limites de cada população de sardinha, o que não era possível até agora”. Embora admite que esta ferramenta possa ser útil como base biológica para estudos funcionais que sirvam para equacionar a viabilidade da produção da sardinha em aquacultura, Bruno Louro acredita que a abordagem servirá sobretudo para estudar e proteger a população selvagem da sardinha. “Vejo com dificuldade uma produção da sardinha em aquacultura”. Para já, esta equipa do CCMar e do Cibio vai juntar-se a investigadores IPMA e da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto (FCUP) para pôr em marcha um grande projecto do genoma da sardinha e da sua aplicação na gestão dos seus mananciais de pesca”. A sardinha europeia apresenta uma relevância comercial significativa mas também é evidente que durante a última década mostrou um declínio constante e acentuado nos níveis de captura e que dita cortes severos nas quotas de pesca na União Europeia. O facto de não existir (até agora) qualquer tipo de informação genómica impunha limites ao conhecimento das exigências fisiológicas e ecológicas da sardinha. Agora, sabemos mais sobre esta popular espécie ameaçada pela pesca excessiva. Em Julho deste ano, foi divulgado o parecer do Conselho Internacional para a Exploração do Mar (ICES, na sigla em inglês), o organismo científico que aconselha a Comissão Europeia sobre as limitações e quotas de captura de peixe. O documento incluía, pelo segundo ano consecutivo, a recomendação de “zero capturas” de sardinha, ou seja, a pesca da sardinha deveria ser suspensa em 2019 na costa atlântica de Portugal e Espanha, tendo em conta a diminuição do stock verificada nos últimos anos. É preciso encontrar soluções para proteger esta espécie de forma sustentável. O artigo publicado na revista Genes lembra que aproximadamente metade do consumo de “produtos do mar” já é garantida por espécies criadas em aquacultura. Sublinha ainda que há avanços recentes nas práticas da cultura da sardinha em cativeiro que já representam promissoras possibilidades. A informação agora disponibilizada pode ajudar a concretizar estes projectos. “As informações recuperadas aqui e disponibilizadas publicamente contribuirão não apenas para elucidar os fundamentos da fisiologia, endocrinologia, reprodução e nutrição da sardinha, fornecendo uma estrutura essencial para a futura conservação e exploração sustentável desta espécie icónica, mas também vão contribuir para futuros estudos genómicos comparativos”, conclui o artigo. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. Entre os esforços para a protecção da sardinha encontra-se um projecto que está a ser executado na Estação Piloto de Piscicultura de Olhão (EPPO), do IPMA, sob a orientação do investigador Pedro Pousão. Narcisa Bandarra, uma das autoras do artigo sobre o genoma da sardinha publicado na revista Genes, é investigadora do IPMA e participa também na experiência em curso em Olhão. O plano, recorde-se, admite a possibilidade de repovoamento da sardinha na costa portuguesa com recurso à aquacultura. Esse será o objectivo final, mas trata-se de uma missão a médio ou longo prazo. Ou seja, é preciso um travão nas expectativas que podem ter sido criadas quando a ministra do Mar, Ana Paula Vitorino, anunciou o projecto em 2017. O calendário previa que em Outubro deste ano fosse iniciada a reprodução dos peixes. “O que estamos a fazer em Olhão na EPPO é a reprodução da sardinha e cultivo dos juvenis. Estamos a ver a viabilidade, em que eu acredito, de daqui a poucos anos conseguirmos ter as bases de cultivo e valores de custo para produzir comercialmente a sardinha como hoje se faz com a dourada ou a corvina ou, em menor escala, com o linguado”, adianta ao PÚBLICO o investigador Pedro Pousão. O coordenador revela ainda que naquela estação-piloto existem “sardinhas em tanque já há mais de dois anos, que põem ovos, e estão a ser produzidos juvenis para avaliar a vantagens e desvantagens”. Sobre os timings do projecto, o investigador diz que no próximo mês de Novembro serão iniciados “ensaios de alimentação/nutrição para ver o que é melhor para o seu crescimento e reprodução”. Paralelamente, acrescenta, está a arrancar um projecto em que o IPMA está envolvido e que vai comparar o stock de sardinhas do Mediterrâneo com o do Atlântico e ver como se comportam em termos reprodutivos, comportamentais, entre outros. Filipe Castro sabe que o genoma pode ser crítico para tornar a sardinha um modelo mais fácil de manipular, gerir e explorar de forma sustentada. “Não sei se a sardinha alguma vez será explorada em aquacultura, é um desafio que não é fácil, porque é um peixe pequeno e há questões de biomassa e rentabilidade que lhe estão associadas, mas sei que se não conhecermos a biologia desta espécie isso será seguramente impossível. ” Seja para a exploração de forma sustentada ou para a manutenção das populações selvagens, o importante é unir esforços para que a sardinha não desapareça. Que se puxe a brasa para a sardinha de todos.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave cultura fome consumo estudo espécie cativeiro
Morreu o toureiro Joaquim Bastinhas
Morreu aos 62 anos, no Hospital da Cruz Vermelha. Foi um dos nomes mais conhecidos da tauromaquia portuguesa. (...)

Morreu o toureiro Joaquim Bastinhas
MINORIA(S): Animais Pontuação: 7 | Sentimento 0.0
DATA: 2019-06-18 | Jornal Público
SUMÁRIO: Morreu aos 62 anos, no Hospital da Cruz Vermelha. Foi um dos nomes mais conhecidos da tauromaquia portuguesa.
TEXTO: O cavaleiro tauromáquico Joaquim Manuel Carvalho Tenório, conhecido por Joaquim Bastinhas, morreu esta segunda-feira em Lisboa, aos 62 anos, disse à agência Lusa fonte do Hospital da Cruz Vermelha, em Lisboa. O cavaleiro tauromáquico, vítima de doença prolongada, encontrava-se internado naquela unidade hospitalar desde 5 de Novembro último. Nascido a 8 de Março de 1956, em Elvas, era pai do também cavaleiro tauromáquico Marcos Tenório. Casado com Helena Maria Gonçalves Nabeiro Tenório, tinha outro filho, Ivan Tenório. Joaquim Bastinhas, que comemorou este ano 35 anos de alternativa (profissionalização), recebeu-a em 15 de Maio de 1983, das mãos do cavaleiro José Mestre Batista, com o testemunho de João Moura. Apresentou-se como cavaleiro amador com 12 anos, por ocasião do tradicional festejo de Carnaval, na Monumental do Campo Pequeno, a 2 de Fevereiro de 1969. Desde então fez-se anunciar pela alcunha de Bastinhas, nome pelo qual o seu pai, Sebastião Tenório, que fora cavaleiro tauromáquico amador, era conhecido. A 15 de Maio de 1983 tomou a alternativa de cavaleiro tauromáquico na praça de toiros de Évora, na tradicional corrida de concurso de ganadarias. Confirmou-a no Campo Pequeno a 14 de Julho de 1983, com João Palha Ribeiro Telles como padrinho e Paulo Caetano como testemunha. Em 1984 encerrou-se na lide de seis toiros Murteira Grave, na praça de toiros "Carlos Relvas", em Setúbal. Cavaleiro de estilo popular, além das praças de Portugal continental e ilhas, Joaquim Bastinhas actuou em Espanha, França, Grécia, Macau e México ao longo de 35 temporadas como cavaleiro de alternativa. A 10 de Julho de 2008, de novo no Campo Pequeno, concedeu a alternativa ao seu filho Marcos Tenório Bastinhas. Afastado das arenas duas temporadas, devido a um grave acidente sofrido com um tractor em Setembro de 2015, reapareceu este ano nas arenas actuando em Julho, na Figueira da Foz, e em Setembro, em Elvas, voltando a ser apoderado por Rogério Amado. Na altura, deu uma entrevista ao Diário de Notícias na qual confessava a "responsabilidade de voltar a vestir a casaca". "Depois, sem dúvida, a emoção de ter vencido uma etapa difícil da minha vida e poder voltar a fazer aquilo de que mais gosto: tourear", acrescentou. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. Bastinhas admitiu ter atravessado momentos "bastantes complicados". "Mas sempre acreditei que mais tarde ou mais cedo voltaria às arenas. Tive no entanto, psicologicamente, de juntar todas as minhas forças. A razão, o querer - acreditei sempre em mim: tive fé!"Em Outubro, contudo, escreve o Diário de Notícias esta segunda-feira, regressou ao hospital para uma cirurgia. O acto médico teve complicações que viriam a revelar-se fatais. Até ao momento desconhecem-se os pormenores das cerimónias fúnebres.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave campo filho doença