Fóssil de cobra bebé com 99 milhões de anos encontrado na Birmânia
A descoberta de um fóssil "incrivelmente raro" revela que a coluna vertebral destes animais não evoluiu significativamente até aos dias de hoje. (...)

Fóssil de cobra bebé com 99 milhões de anos encontrado na Birmânia
MINORIA(S): Asiáticos Pontuação: 6 Animais Pontuação: 5 | Sentimento 0.1
DATA: 2018-07-20 | Jornal Público
SUMÁRIO: A descoberta de um fóssil "incrivelmente raro" revela que a coluna vertebral destes animais não evoluiu significativamente até aos dias de hoje.
TEXTO: O fóssil de uma cobra bebé, com cerca de 99 milhões de anos, foi encontrado na Birmânia dentro de um pedaço de âmbar. Além de revelar que as serpentes já viviam nas florestas daquela região durante o período Cretácico – entre 145 e 66 milhões de anos atrás – junto de dinossauros, lagartos e insectos voadores, mostra que anatomicamente as cobras não evoluíram muito significativamente até aos dias de hoje. À espécie foi dado o nome Xiaophis myanmarensis, que significa “cobra do amanhecer de Myanmar" (o nome oficial da Birmânia é Myanmar) e é também uma homenagem a Xiao Jia, especialista em âmbar que doou o fóssil ao Instituto Dexu de Paleontologia em Chaozhou, na China. A descoberta foi revelada num artigo científico publicado, nesta quarta-feira, na revista Science Advances e a investigação foi liderada por Lida Xing, principal autor do artigo e paleontólogo da Universidade Chinesa de Geociências, em Pequim. Este é um fóssil “incrivelmente raro”, pois é “o primeiro fóssil de uma cobra bebé alguma vez encontrado”, explicou à BBC News Michael Caldwell, professor de biologia na Universidade de Alberta (Canadá) e co-autor do estudo. A pequena cobra tem menos de cinco centímetros de comprimento - o que poderá ter levado a que no início os cientistas pensassem que poderia ser o fóssil de uma centopeia - mas poderia ter crescido até um metro de comprimento. O esqueleto é composto por 97 vértebras, mais costelas. Porém, falta o crânio do animal que não ficou preservado naquele pedaço de âmbar, explica em comunicado a Academia Chinesa de Ciências que também colaborou no estudo. Apesar de terem a certeza que corresponde a um fóssil de uma cobra em fase de vida inicial, os investigadores não conseguiram perceber se corresponde a um embrião ou a um recém-nascido. O réptil terá ficado preso na resina de uma árvore – “a super-cola do registo fóssil”, diz Caldwell – que secou e se transformou em âmbar. “O âmbar é totalmente único – o que quer que toque nele fica congelado no tempo”, incluindo fragmentos de plantas e insectos que permitiram confirmar que aquela espécie vivia, de facto, num ambiente florestal, explica o especialista à BBC. Este é um detalhe importante, uma vez que “quase todas as outras cobras conhecidas que viveram no Cretácico Superior tinham adaptações aquáticas ou foram encontradas em sedimentos depositados perto de áreas fluviais e costeiras, e não podem ser conclusivamente ligadas a hábitos terrestres”, explicam os investigadores no artigo. Por isso, a nova espécie revela uma “maior diversidade ecológica entre as primeiras cobras do que se pensava anteriormente”, acrescentam. Os restos ósseos desta serpente foram analisados através de tomografias computorizadas e, posteriormente, comparados com as características anatómicas de cobras actuais com algumas semelhanças (como a serpente asiática da espécie Cylindrophis ruffus). Esta pesquisa mostrou que, em quase cem milhões de anos, a coluna vertebral das cobras praticamente não se desenvolveu, o que leva os cientistas a acreditar que as serpentes sobreviveram durante dezenas de milhões de anos num estado de evolução primitivo. Um segundo pedaço de âmbar foi também descoberto, contendo pedaços de pele fossilizados de uma outra cobra que os cientistas afirmam que seria muito maior. As escamas preservam ainda alguns dos padrões originais, no entanto, não foi possível averiguar se este seria um membro da mesma espécie da cobra bebé. Os fósseis de cobra mais antigos do mundo (que incluem uma cobra portuguesa) datam entre 140 e 167 milhões de anos atrás. A espécie mais antiga de que há conhecimento é a Eophis underwoodi, uma pequena serpente de 25 centímetros (que habitava pântanos) proveniente do Reino Unido. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. O estudo, levado a cabo por uma equipa internacional (além do Canadá e China, incluiu cientistas dos Estados Unidos e Austrália), revelou a existência de “uma inesperada diversidade de serpentes tanto nos reinos terrestres quanto nos aquáticos” durante o período Cretácico, conclui o artigo. A nova espécie providencia uma “oportunidade sem precedentes para observar aspectos da ontogenia do esqueleto das cobras, fornecendo conhecimentos excepcionais e inesperados sobre a evolução de um dos grupos de animais mais bem-sucedidos e icónicos da natureza”. Texto editado por Nicolau Ferreira
REFERÊNCIAS:
A pintura figurativa mais antiga que se conhece é do Bornéu
Equipa de cientistas da Austrália e da Indonésia considera que a pintura figurativa mais antiga do mundo está numa gruta na ilha de Bornéu. Tem tons laranja-avermelhados e é de um animal. (...)

A pintura figurativa mais antiga que se conhece é do Bornéu
MINORIA(S): Asiáticos Pontuação: 6 Animais Pontuação: 5 | Sentimento 0.0
DATA: 2018-12-18 | Jornal Público
SUMÁRIO: Equipa de cientistas da Austrália e da Indonésia considera que a pintura figurativa mais antiga do mundo está numa gruta na ilha de Bornéu. Tem tons laranja-avermelhados e é de um animal.
TEXTO: Nas paredes da gruta de Lubang Jeriji Saléh, na ilha de Bornéu, há um painel em tons laranja-avermelhados com três animais pintados. Um deles despertou especial atenção de um grupo de cientistas da Austrália e da Indonésia. Não se sabia bem que animal representava – desconfia-se que fosse uma espécie de bovídeo selvagem –, mas ao analisar-se essa pintura descobriu-se que tem pelo menos 40 mil anos. Por isso, num artigo científico na revista Nature sugere-se que essa é a pintura figurativa mais antiga que se conhece até agora. Em 1994, o espeleólogo Luc-Henri Fage foi o primeiro a observar e anunciar que havia pinturas rupestres nas remotas grutas da península de Sangkulirang-Mangkalihat, na ilha de Bornéu, na parte da Indonésia. Numa das grutas, identificou pinturas nas paredes mais altas e no tecto, assim como desenhos mais escuros nas áreas mais acessíveis. Entretanto, com a ajuda de habitantes locais, foram descobertos outros sítios com pinturas e milhares de representações nessas grutas. Agora, uma equipa de cientistas da Austrália e da Indonésia analisou amostras de algumas representações em seis sítios diferentes dessas grutas através do método de datação por urânio-tório. Nessa análise, a equipa acabou por dividi-las em três fases estilísticas. “Consideramos que a primeira fase de pinturas, que se centra em animais grandes a vermelho e mãos impressas em negativo, começou há entre 40 mil anos e 52 mil anos e, possivelmente, durou até ao Último Máximo Glacial, há cerca de 20 mil anos”, diz Maxime Aubert, da Universidade Griffith (Austrália) e um dos líderes do trabalho. Nesta fase, inclui-se o painel com os três animais pintados com pigmento de óxido de ferro (ocre): dois deles são bovídeos selvagens e o terceiro é provável que também seja. Este último terá no mínimo 40 mil anos e a equipa considera-o a pintura figurativa mais antiga que se conhece até ao momento. “A representação rupestre mais antiga que datámos é uma pintura enorme com um animal que não conseguimos identificar, provavelmente será uma espécie de bovino selvagem que ainda se encontrava nas florestas do Bornéu – a sua idade mínima é cerca de 40 mil anos e é agora a primeira obra figurativa que conhecemos”, diz Maxime Aubert em comunicado, acrescentando que, nessa altura, Bornéu ainda não era uma ilha e que fazia parte do continente asiático. Até agora, a pintura figurativa mais antiga que se conhecia encontrava-se na ilha de Celebes, tinha cerca de 35. 400 anos e também era de um animal, um babirusa fêmea, refere Maxime Aubert, que também já tinha coordenado esse trabalho na ilha de Celebes, publicado em 2014 igualmente na Nature. Na Europa, as pinturas figurativas mais antigas estão na gruta de Chauvet (França) e têm cerca de 35 mil anos, indica Maxime Aubert. Não sendo figurativo, também na gruta de El Castillo (em Espanha) há um disco vermelho com cerca de 40 mil anos e uma mão em negativo com mais de 37 mil anos. Na gruta espanhola de Altamira está um símbolo em forma de maço com mais de 35 mil anos. Na mesma gruta do Bornéu onde está a pintura figurativa, há ainda dois stencils (impressões em negativo) de mãos com cerca de 37. 200 e um terceiro stencil que terá, no máximo, 51. 800 anos. Também em Celebes foram encontrados “stencils” e um deles terá 39. 900 anos. A segunda fase estilística – que começou há cerca de 20 mil anos e não se sabe bem até quando durou – é dominada pela pintura de stencils de mãos em tons escuros de roxo. Muitas destas mãos estão acompanhadas por linhas, travessões, pontos ou pequenos sinais abstractos. “A segunda fase da arte rupestre desenvolveu-se focando-se na representação do mundo humano”, destaca o cientista. Por fim, há uma terceira fase estilística caracterizada por formas humanas ou desenhos geométricos com pigmentos pretos. “Este estilo de arte rupestre é apenas um dos que já tinham sido documentados noutro sítio no Bornéu; encontra-se noutros locais da Indonésia e poderá estar associado com o movimento de agricultores do Neolítico na Ásia na região há cerca de quatro mil anos, ou até mais recentemente”, lê-se no artigo científico. E quem fez as pinturas? “Não sabemos quem fez as pinturas, mas suspeitamos que foram humanos modernos [a nossa espécie]”, responde Maxime Aubert. “Sabemos que os humanos modernos estavam no Bornéu nessa altura. Foram encontrados vestígios deles noutra gruta numa parte do Bornéu que pertence à Malásia datados com 40 mil anos. ” O cientista adianta que não se sabe se as diferentes fases da arte rupestre na ilha de Bornéu foram feitas por grupos de humanos diferentes ou se representam a evolução de uma cultura em particular. Recuando no tempo, Maxime Aubert lembra que os humanos modernos chegaram ao Sudeste asiático, pelo menos, há entre 70 mil e 60 mil anos. “Surpreende-me porque é que não temos arte rupestre datada da primeira chegada dos humanos à região. Talvez porque não se encontrou ou datou ou porque houve diferentes ondas migratórias humanas. Ou ainda porque a datação da primeira chegada dos humanos ao Sudeste asiático está errada ou talvez esteja relacionado com a densidade populacional”, questiona. Devido a estas dúvidas (e mais algumas), o cientista diz que irão ser feitas mais escavações arqueológicas nas grutas do Bornéu. “O que também é interessante é que a arte rupestre poderá ter sido potencialmente exportada do Bornéu para Celebes e posteriormente para a Papuásia e a Austrália”, especula Maxime Aubert. Já as duas últimas fases estilísticas – em que o humano está mais representado – poderão ser um reflexo da chegada de outros grupos de humanos ou de um aumento da população naquela parte da ilha porque tinha condições mais favoráveis para os humanos no início do Último Máximo Glacial. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. E qual a relação com a Europa? “A arte figurativa desenvolveu-se no Sudeste asiático ao mesmo tempo do que na Europa. A arte também mudou por volta do mesmo tempo”, refere Maxime Aubert. “Inicialmente, os humanos fizeram pintura figurativa de animais grandes e, mais tarde, começaram a representar o mundo humano. ”Também este ano, um artigo científico na revista Science sugeria que os neandertais (outro grupo de humanos) já pintavam grutas intencionalmente há cerca de 65 mil anos. Desta forma, teriam sido eles a criar as primeiras pinturas rupestres em três grutas em Espanha. No artigo, os autores, que incluíam o arqueólogo português João Zilhão, referiam que a arte rupestre já representava animais, motivos geométricos ou mãos impressas em negativo. “Essas pinturas dos neandertais não são figurativas”, reage Maxime Aubert. “Embora não tenha qualquer problema com a ideia de que os neandertais se dedicaram a actividades simbólicas, questiono esse artigo científico. ” Como tal, Maxime Aubert, juntamente com mais dois cientistas, levantou as suas dúvidas num artigo publicado na revista Journal of Human Evolution. “A nossa maior crítica ao estudo” da equipa de Dirk Hoffmann “relaciona-se com a datação de um tipo de arte parietal identificável há muito tempo assumido como tendo sido criado por humanos modernos”, escreveram. Entretanto, a equipa de Dirk Hoffmann já tinha respondido na Science a críticas de um outro grupo de cientistas, que consideraram “infundadas”.
REFERÊNCIAS:
Étnia Asiático
Três espécies de primatas nocturnos descobertas na ilha de Bornéu
As novas espécies de lóris são nocturnas, têm veneno na boca e são alvo do comércio ilegal para serem animais de estimação. (...)

Três espécies de primatas nocturnos descobertas na ilha de Bornéu
MINORIA(S): Asiáticos Pontuação: 6 Animais Pontuação: 5 | Sentimento 0.0
DATA: 2012-12-16 | Jornal Público
SUMÁRIO: As novas espécies de lóris são nocturnas, têm veneno na boca e são alvo do comércio ilegal para serem animais de estimação.
TEXTO: Uma equipa de cientistas descobriu três novas espécies de primatas nocturnos na ilha de Bornéu, no Sudeste asiático. São lóris, primatas parecidos com os lémures de Madagáscar, mas que habitam aquela região da Ásia. Conhecia-se uma única espécie com duas subespécies em Bornéu. Mas afinal são espécies diferentes. A terceira espécie é um outro grupo que se pensava pertencer à espécie antiga e nem sequer tinha sido individualizada como um grupo diferente. “Historicamente, muitas espécies não foram reconhecidas independentemente e foram agrupadas de um modo errado numa única espécie. Enquanto o número de espécies de primatas duplicou nos últimos 25 anos, algumas espécies nocturnas mantiveram-se desconhecidas para a ciência”, explica Rachel Munds, da Universidade do Missouri, autora do estudo, publicado na revista American Journal of Primatology. A espécie inicial chama-se Nycticebus menagensis, e agora só existe no arquipélago das Filipinas. Considerava-se que este primata vivia nalgumas ilhas das Filipinas e em Bornéu. Mas, depois desta investigação, as duas subespécies de Bornéu ascenderiam ao estatuto de espécie e chamam-se agora Nycticebus bancanus e Nycticebus borneanus. Além disso, o novo grupo identificado em Bornéu ficou com o nome do rio Kayan, chamando-se Nycticebus kayan. Este grupo vive nas zonas montanhosas, no centro-leste da ilha. Boca venenosaAlguns lóris têm padrões na pelagem da cara muito característicos, que permitem definir as espécies. Mas no género dos Nycticebus, que está activo à noite, esses padrões são menos distintivos. Para chegar às novas conclusões, a equipa analisou mais aprofundadamente os padrões coloridos da face, que se parecem com máscaras. Outra característica única destes animais é terem veneno na boca. Estes lóris têm uma glândula junto do cotovelo que segrega toxinas. Os animais habituaram-se a esfregar o líquido nos dentes. Resultado, funciona como uma arma e pode provocar um choque anafilático nas pessoas que são mordidas, além de apodrecer os tecidos à volta do local mordido. Os cientistas pensam que este veneno não será produzido pelos primatas, mas que virá de certos artrópodes da classe das comuns marias-café. Estes artrópodes de Bornéu produzem toxinas e servem de alimento aos lóris. A equipa está preocupada com a conservação das quatro espécies, devido ao seu comércio ilegal como animais de estimação. Quem faz este comércio costuma tirar os dentes da frente dos animais por serem venenosos. Agora, os conservacionistas têm de se preocupar, não com uma, mas com quatro lóris diferentes. “Espécies separadas são mais difíceis de proteger do que uma, já que cada espécie precisa de manter um certo número populacional e ter floresta suficiente como habitat”, explica Rachel Munds.
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Étnia Asiático
O planeta pode estar a perder a coluna vertebral da biodiversidade
A primeira grande avaliação à escala global da taxa de declínio dos vertebrados concluiu que a Terra pode estar a perder a coluna vertebral da biodiversidade. Quase um quinto de todas as espécies de vertebrados tem o estatuto de “quase ameaçadas” no Livro Vermelho da União Internacional para a Conservação da Natureza. Além disso, uma média de 52 espécies de mamíferos, aves e anfíbios sobem todos os anos uma categoria no estatuto de conservação que as aproxima da extinção. (...)

O planeta pode estar a perder a coluna vertebral da biodiversidade
MINORIA(S): Asiáticos Pontuação: 6 Animais Pontuação: 5 | Sentimento 0.0
DATA: 2010-10-27 | Jornal Público
SUMÁRIO: A primeira grande avaliação à escala global da taxa de declínio dos vertebrados concluiu que a Terra pode estar a perder a coluna vertebral da biodiversidade. Quase um quinto de todas as espécies de vertebrados tem o estatuto de “quase ameaçadas” no Livro Vermelho da União Internacional para a Conservação da Natureza. Além disso, uma média de 52 espécies de mamíferos, aves e anfíbios sobem todos os anos uma categoria no estatuto de conservação que as aproxima da extinção.
TEXTO: Estas são algumas das conclusões de uma avaliação do estatuto dos vertebrados a nível mundial, liderada por Michael Hoffmann, da União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN). Estiveram envolvidos 174 cientistas, de 115 instituições e 38 países, que publicam hoje esta investigação na edição online da revista Science. Na mesma edição é também publicada uma análise global de vários estudos sobre biodiversidade, feita por uma equipa de 23 cientistas de nove países, liderada pelo português Henrique Miguel Pereira, do Centro de Biologia Ambiental da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, e por Paul Leadley, da Universidade Paris-Sul (ver texto “Cientistas propõem criação de um painel para a biodiversidade”). O estudo coordenado por Michael Hoffmann utilizou informação existente no Livro Vermelho sobre 25 mil espécies de vertebrados (mamíferos, aves, anfíbios, répteis e peixes), para ver se o seu estatuto de conservação sofreu alterações ao longo do tempo. Em termos de extinção, esse estatuto é classificado segundo as categorias de “pouco preocupante”, “quase ameaçado”, “vulnerável”, “em perigo”, “criticamente em perigo”, “extinto na natureza” ou “extinto”. Ora, 20 por cento dos vertebrados de todo o mundo estão hoje classificados como “quase ameaçados” – incluindo 25 por cento de todos os mamíferos, 13 por cento das aves, 22 dos répteis, 41 dos anfíbios, 33 dos peixes cartilaginosos e 15 dos peixes com ossos. Embora os vertebrados sejam apenas três por cento de todas as espécies da Terra, sublinha um dos vários comunicados de imprensa sobre esta avaliação, eles representam papéis vitais nos seus ecossistemas e têm grande importância cultural e económica para os seres humanos. “A ‘coluna vertebral’ da biodiversidade está a ser erodida”, lamenta o famoso biólogo norte-americano Edward O. Wilson, da Universidade de Harvard, citado num dos comunicados. “Um pequeno passo para cima no Livro Vermelho é um grande passo em direcção à extinção. Esta é apenas uma pequena janela para as perdas globais que actualmente estão a ocorrer. ”Os vertebrados nas regiões tropicais, em particular no Sudoeste asiático, são os que têm conhecido o declínio mais acentuado. A expansão agrícola, o corte de árvores e a caça estão entre as principais causas desse declínio. Nem tudo é mau. A avaliação também sublinha que as perdas e o declínio teriam sido cerca de 20 por cento piores se não tivessem sido postas em prática acções de protecção das espécies em risco. Os esforços de conservação têm sido mais eficazes no combate às espécies invasoras do que na luta contra a perda de habitats ou a caça. E a avaliação realça 64 exemplos de mamíferos, aves e anfíbios que tiveram melhorias graças a acções de conservação, incluindo três espécies que tinham sido dadas como extintas na natureza (o condor da Califórnia e o furão de patas negras, nos Estados Unidos, e o cavalo de Przewalski, na China e Mongólia) e estão em recuperação.
REFERÊNCIAS:
Pombos: muda-se um gene, mudam-se os penteados
Pela primeira vez, o genoma do pombo foi totalmente sequenciado e a sua comparação genética com dezenas de outras raças de pombos domésticos revelou que o facto de estas aves terem ou não uma crista depende de mutações num único gene. Uma das quatro raças portuguesas foi utilizada no estudo. (...)

Pombos: muda-se um gene, mudam-se os penteados
MINORIA(S): Asiáticos Pontuação: 2 Animais Pontuação: 5 | Sentimento 0.0
DATA: 2013-02-04 | Jornal Público
SUMÁRIO: Pela primeira vez, o genoma do pombo foi totalmente sequenciado e a sua comparação genética com dezenas de outras raças de pombos domésticos revelou que o facto de estas aves terem ou não uma crista depende de mutações num único gene. Uma das quatro raças portuguesas foi utilizada no estudo.
TEXTO: A sequenciação total do genoma do pombo-comum, juntamente com sequenciações parciais dos genes de mais 79 raças de pombos domésticos, é anunciada esta sexta-feira na revista Science por cientistas norte-americanos, chineses e dinamarqueses. O trabalho permite começar a desvendar a origem geográfica destas aves omnipresentes, bem como as bases genéticas dos seus "penteados", por vezes mirabolantes. Dir-se-á que o aspecto dos pombos urbanos não podia ser mais uniforme, mais monótono – mais desprovido de traços esteticamente apelativos. Mas eles são apenas os representantes mais difundidos da espécie Columba livia – e não são de todo originais. De facto, existem hoje no mundo, oficialmente registadas, mais de 350 raças de pombos desta espécie – também conhecidos como pombos domésticos ou pombos-das-rochas. E, entre essas raças todas, as diferenças de cor, de plumagem, de tamanho, de morfologia do corpo e do bico, de vocalização são, pelo contrário, estonteantes. Aliás, os criadores de pombos têm aproveitado essa diversidade para gerar as mais exóticas e fantasiosas variantes, algumas a roçar o monstruoso com o seus peitos desproporcionados, a sua magreza extrema - ou as enormes penas a saírem das suas patas. . . "Na Europa, há séculos que a criação de pombos se tornou um passatempo muito popular", disse ao PÚBLICO Michael Shapiro, da Universidade do Utah (EUA), que liderou o trabalho agora publicado. Mais de 80 das mais de 350 raças possuem uma crista, que também pode ser de variados tamanhos e feitios, ora parecendo um capuz, ora uma crineira, uma coroa ou até um daqueles penteados dos anos 1970, curtos em cima e compridos atrás. A natureza parece ter mais imaginação a inventar "cortes de cabelo" para os pombos do que o mais criativo cabeleireiro da moda. Mas por que será que algumas raças de pombos têm as penas da cabeça todas viradas na mesma direcção que as do resto do corpo e outras raças não? A resposta tem cinco caracteres: EphB2 – o nome de código de um gene, agora identificado pela equipa de Shapiro nos pombos, que funciona como um autêntico interruptor da formação da crista. Mais precisamente, os pombos com crista têm todos mutações no gene EphB2 e isso faz com que as hastes de uma parte das penas da cabeça se orientem para cima e não para baixo. Leia mais no PÚBLICO desta sexta-feira e na edição online exclusiva para assinantes.
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Exportações agro-alimentares para fora da Europa aumentaram 11%
Depois do leite para a China e da carne de aves para os Emirados Árabes, Governo está a acelerar habilitação de produtos para o México, Japão e Coreia do Sul. (...)

Exportações agro-alimentares para fora da Europa aumentaram 11%
MINORIA(S): Asiáticos Pontuação: 2 Animais Pontuação: 5 | Sentimento 0.0
DATA: 2013-11-04 | Jornal Público
SUMÁRIO: Depois do leite para a China e da carne de aves para os Emirados Árabes, Governo está a acelerar habilitação de produtos para o México, Japão e Coreia do Sul.
TEXTO: Com o maior cliente a perder poder de compra, os esforços das empresas para conseguirem vender os seus produtos agrícolas e alimentares estão todos focados no mesmo objectivo: exportar para fora do espaço europeu. Mais de 67% destes bens são comprados por países da União Europeia, mas a estratégia de diversificação está, lentamente, a dar frutos: as exportações extracomunitárias aumentaram 11% entre Janeiro e Agosto deste ano, em comparação com o mesmo período do ano passado, somando mais de mil milhões de euros. E, desde 2008, as vendas para fora da UE cresceram 11, 3%, atingindo, o ano passado, o valor mais alto deste período: 1. 593. 618 euros, de acordo com os dados do Instituto Nacional de Estatística, compilados pela AICEP, a Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal. Ainda assim, e apesar da crise interna, Espanha continua a ser, de longe, o principal cliente de Portugal, com um peso de 36% nas compras. Entre Janeiro e Agosto, os espanhóis compraram mais 6% de produtos. Na lista dos principais mercados seguem-se Angola, França, Brasil e Reino Unido (este, sim, com quebras de 1, 5% face ao ano passado). Vinho, azeite, conservas de peixe e cervejas de malte são os produtos mais exportados pelas empresas nacionais. Deste top 3, a cerveja disparou 28% entre Janeiro e Agosto, numa altura em que no mercado interno o consumo da bebida caiu para níveis de 1990. Também o azeite registou um aumento expressivo das vendas para o exterior (27, 6%), tal como as conservas de peixe (28%), indústria que tem conseguido manter a sua vocação exportadora. O crescimento das vendas internacionais no sector agro-alimentar está muito dependente da abertura de novos mercados. Por exemplo, conservas de peixe, azeite, vinho, leite e lacticínios são os únicos produtos que Portugal pode exportar para a China. E, no caso do leite, só em finais de Maio as fronteiras se abriram pela primeira vez, depois de o dossier ter sido, finalmente, aprovado, num processo que se arrastava desde 2004. Questionada pelo PÚBLICO sobre os dossiers de habilitação mais recentes de produtos, fonte oficial desta secretaria adianta que o processo de exportação de carne de aves e de ruminantes para os Emirados Árabes Unidos (EAU) ficou concluído em Setembro. Está em curso a "habilitação de certificação de exportação de carne de porco e suínos vivos" para a China e outros produtos para o México, China, Japão, Coreia do Sul. A China "aceitou o dossier técnico" apresentado por Portugal para a exportação de porco e suínos vivos e espera-se, agora, a vinda de uma missão chinesa para analisar o sistema de segurança alimentar e de certificação. A Secretaria de Estado da Alimentação acredita que este "será um passo decisivo para a conclusão do processo e consequente início de exportação". Fonte oficial acrescenta que este processo, que arrancou em 2001, foi retomado durante a visita à China, em 2012, de Paulo Portas e do secretário de Estado da Alimentação, Nuno Vieira e Brito. Mais no PÚBLICO desta segunda-feira e na edição online exclusiva para assinantes.
REFERÊNCIAS:
Já foram destruídos 78 ninhos de vespa asiática em Viana do Castelo
Espécie predadora instalou-se, na semana passada, na zona urbana de Viana. Desde o final de 2012 foram detectados 85 ninhos de vespa asiática no Alto Minho. (...)

Já foram destruídos 78 ninhos de vespa asiática em Viana do Castelo
MINORIA(S): Animais Pontuação: 5 Asiáticos Pontuação: 16 | Sentimento 0.0
DATA: 2013-09-29 | Jornal Público
SUMÁRIO: Espécie predadora instalou-se, na semana passada, na zona urbana de Viana. Desde o final de 2012 foram detectados 85 ninhos de vespa asiática no Alto Minho.
TEXTO: A destruição, neste sábado, de um ninho de vespa asiática numa moradia do centro de Viana do Castelo, na Abelheira, eleva para três os casos registados na última semana pelos bombeiros municipais na zona urbana da cidade. Nos últimos dias a corporação já tinha sido chamada para proceder à destruição de dois ninhos: um na mesma zona da Abelheira; e outro no parque de estacionamento do hospital da cidade. Habitualmente, os ninhos encontram-se a mais de dez metros do solo, no topo de árvores, mas também aparecem em silvados e, mais recentemente, em zonas residenciais. O segundo comandante dos Bombeiros Municipais de Viana do Castelo, António Cruz, disse ao PÚBLICO que a vantagem do aparecimento destes ninhos na zona urbana é a de serem mais rapidamente descobertos e destruídos. Pelo contrário, nas zonas rurais, os ninhos permanecem mais tempo sem serem detectado o que facilita a reprodução da espécie, que é originária do sudoeste da Ásia e foi introduzida na Europa através do porto de Bordéus, em França, em 2004. Balanço a 11 de OutubroEm 2011 a sua presença foi detectada em Portugal. No Alto Minho, os primeiros ninhos de vespa velutina, conhecida também como asiática que ameaça a produção de mel, foram descobertos no final de 2012. Desde então, segundo os últimos números apresentados pela Protecção Civil do distrito, foram destruídos no Alto Minho 35 ninhos de vespa asiática. Estes dados estão desactualizados, confirmou ao PÚBLICO o segundo comandante operacional distrital de operações de socorro, Robalo Simões, porque nos últimos tempos a atenção da Protecção Civil esteve centrada no combate aos fogos florestais. Robalo Simões adiantou que está já marcada, para dia 11 de Outubro, uma reunião solicitada pela Associação Apícola Entre Minho e Lima (Apimil) para fazer um ponto de situação. No Alto Minho, as operações de identificação e destruição de ninhos de vespa asiática estão a cargo da Protecção Civil. Já foram detectados e destruídos ninhos em Ponte de Lima, Ponte da Barca e Monção, onde, em Junho passado, o acesso à sede da Junta de Freguesia de Sá foi vedado devido à presença de um ninho no tecto da entrada do edifício. Com lança-chamas e a tiroEm Viana, concelho que regista maior número de casos, a tarefa de destruição dos ninhos está a cargo dos bombeiros municipais. De acordo com António Cruz, desde Novembro de 2012 já foram “queimados” 78 dos 85 ninhos de vespa velutina detectados na região. As freguesias de Vila Fria, Sub-Portela e Santa Leocádia de Geraz do Lima são as que apresentam mais ocorrências. A destruição é feita com recurso a um lança-chamas adaptado e sempre durante a noite, “porque as vespas só recolhem ao ninho ao final do dia”. Nos próximos dias alguns ninhos serão destruídos a tiro, por se encontrarem em zonas inacessíveis”. António Cruz explicou que são ninhos que se encontram a 35, 40 metros de altura e que serão alvejados com armas de fogo. Uma vez no chão, serão queimados. Para este dirigente dos bombeiros municipais, só dentro de um ano será possível fazer um “balanço mais exacto” e perceber se estas operações resultaram. “Quando se destrói um ninho, o objectivo é apanhar as vespas fundadoras estejam no interior. Se já tiverem saído, fazem novas colónias, e um novo ciclo de vida está garantido. É por isso que nas zonas rurais se propagam rapidamente, porque não são descobertas com facilidade”, sustentou. Estas vespas, maiores e mais perigosas do que a abelha nacional, são uma verdadeira dor de cabeça para os apicultores da região. Em Janeiro, numa conferência de imprensa realizada na Protecção Civil de Viana do Castelo, Miguel Maia, técnico da Apimil explicou que, além de concorrerem com as abelhas na disputa de alimento, estas vespas são "agressivas" e atacam mesmo colmeias, com prejuízos para a biodiversidade e producção de mel. “Fazem com que as abelhas não saiam para procurar alimento, porque estão a ser atacadas, enfraquecendo assim as colmeias, que acabam por morrer”, ilustrou então. Ainda assim, admitiu que a vespa velutina não representa um “perigo imediato” para os seres humanos. “Só se forem lá mexer”, avisou. Na altura, o responsável da Direcção-Geral de Alimentação e Veterinária presente no encontro com os jornalistas adiantou que a perigosidade desta vespa para o ser humano se traduz apenas naelevada quantidade de exemplares que cada ninho pode albergar.
REFERÊNCIAS:
Ai Weiwei dança "Gangnam Style" para provocar o Governo chinês
O cavalo imaginário que pôs meio mundo a dançar o "Gangnam Style" foi agora substituído por outro cavalo imaginário, carregado de simbologia contra o Governo chinês. O artista e dissidente Ai Weiwei pegou no êxito do sul-coreano PSY e transformou-o numa provocação ao regime de Pequim. (...)

Ai Weiwei dança "Gangnam Style" para provocar o Governo chinês
MINORIA(S): Animais Pontuação: 5 Asiáticos Pontuação: 12 | Sentimento 0.0
DATA: 2012-10-26 | Jornal Público
URL: https://arquivo.pt/wayback/20121026151848/http://www.publico.pt/1568749
SUMÁRIO: O cavalo imaginário que pôs meio mundo a dançar o "Gangnam Style" foi agora substituído por outro cavalo imaginário, carregado de simbologia contra o Governo chinês. O artista e dissidente Ai Weiwei pegou no êxito do sul-coreano PSY e transformou-o numa provocação ao regime de Pequim.
TEXTO: Se o original já é mais do que uma simples receita pop para invadir as pistas de dança e os tops internacionais – com uma mensagem sobre a alegada opulência e futilidade do estilo de vida dos jovens ricos de Seul –, o que dizer de uma versão feita por um dos mais emblemáticos opositores do regime de Pequim?O vídeo, partilhado pelo próprio artista na sua conta no Twitter, tem como título "Caonima Style" – uma referência a um animal imaginário, semelhante a uma alpaca, criado em 2009 para protestar contra a censura na Web e usado para provocar o regime chinês. O nome "Caonima" (literalmente "cavalo de lama e erva") é um jogo de palavras com a expressão "cao ni ma", que numa tradução livre do mandarim para o inglês ganha a conotação de "motherfucker" (é mais forte do que o português "filho da mãe", mas não é fácil encontrar uma expressão com a mesma carga). A primeira vez que Ai Weiwei usou o Caonima para se expressar foi em 2009, quando publicou um auto-retrato, nu, com um boneco a tapar-lhe as partes genitais. O título dessa fotografia é "Caonima a tapar o centro", que pode também ser interpretado como uma ofensa ao Comité Central do Partido Comunista Chinês. O "Caonima Style" de Ai Weiwei inclui excertos do vídeo original (que já ultrapassou os 530 milhões de visualizações no YouTube) e imagens com o próprio artista e amigos a imitarem a coreografia do sul-coreano PSY. Ainda antes do primeiro minuto do vídeo, Ai Weiwei tira um par de algemas do bolso e agita-as no ar, numa referência aos quase três meses em que esteve detido, entre Abril e Junho de 2011. Ai Weiwei, de 55 anos, é uma presença recorrente nas notícias devido à oposição às autoridades chinesas – a sua detenção, no ano passado, motivou protestos um pouco por todo o mundo. Após a sua libertação, o artista e activista continuou a ser vigiado e está impedido de sair do país. Há duas semanas, em declarações ao PÚBLICO, considerou "intolerável" a atribuição do Nobel da Literatura ao seu compatriota Mo Yan, que é visto pelos dissidentes como um autor alinhado com o regime.
REFERÊNCIAS:
O sexo dos estegossauros estava à vista nas placas dorsais
Em muitas espécies actuais, dos pavões aos veados, dos touros aos humanos, o sexo dos adultos é visível nos seus atributos físicos. Agora, pela primeira vez, há provas concretas de “dimorfismo sexual” também nos dinossauros. (...)

O sexo dos estegossauros estava à vista nas placas dorsais
MINORIA(S): Animais Pontuação: 5 | Sentimento 0.0
DATA: 2015-05-01 | Jornal Público
SUMÁRIO: Em muitas espécies actuais, dos pavões aos veados, dos touros aos humanos, o sexo dos adultos é visível nos seus atributos físicos. Agora, pela primeira vez, há provas concretas de “dimorfismo sexual” também nos dinossauros.
TEXTO: É muito provável que os estegossauros machos e fêmeas se tenham distinguido pela forma e o tamanho das suas placas ósseas dorsais, conclui um estudo publicado na quarta-feira na revista online de acesso livre PLoS One. A silhueta dos estegossauros – grandes dinossauros herbívoros que viveram há cerca de 150 milhões de anos e cujos ossos fossilizados foram encontrados não só nos EUA, mas também em Portugal – é sobretudo reconhecível pelas duas filas de placas ósseas distribuídas ao longo da sua coluna vertebral. E já se sabia que algumas dessas placas eram largas e arredondadas, enquanto outras eram mais estreitas, alongadas e pontiagudas. Mais: o tamanho das placas largas chegava a ser quase 45% maior do que a das estreitas. Já existiam também diversas explicações possíveis para esta variabilidade da forma das placas. Por exemplo, talvez tivesse havido várias espécies distintas de estogossauros – ou talvez se tratasse de dois estádios de crescimento dos estegossauros de uma mesma espécie. Ou talvez ainda, ambos os sexos possuíssem placas dos dois tipos. Mas agora, tendo escavado, ao longo de seis Verões, os restos fósseis encontrados num autêntico “cemitério” de estegossauros (Stegosauros mjosi) no Montana, EUA, Evan Saitta, jovem estudante da Universidade de Bristol, no Reino Unido, pôde passar minuciosamente em revista e testar as diversas hipóteses. Também analisou fósseis de estegossauro anteriormente descobertos. E assim, conclui – não com certeza absoluta, mas ao menos com uma boa dose dela – que, ao que tudo indica, as placas ósseas largas pertenciam a estegossauros machos e as estreitas a estegossauros fêmeas. “Evan fez esta descoberta quando estava a completar o seu mestrado na Universidade de Princeton [EUA]”, diz Michael Benton, do Departamento de Paleobiologia da Universidade de Bristol, em comunicado daquela instituição britânica. “É impressionante quando um estudante a nível universitário faz uma descoberta de uma tal importância”. Este tipo de diferenças anatómicas é comum nos animais actuais – basta pensar na juba dos leões machos ou nas hastes dos veados. Porém, lê-se no mesmo documento, é surpreendentemente difícil de determinar nas espécies extintas. Com um rigor igualmente surpreendente, Saitta “disseca” no seu artigo, uma após a outra, as várias explicações alternativas, descartando-as com observações e experiências. A primeira hipótese seria que um mesmo estegossauro tivesse os dois tipos de placas. Mas isso não parece possível, responde o autor. Por um lado, escreve, apesar de as placas estarem misturadas no local da escavação, “ambas as formas de placas representam todas as regiões do corpo, da cabeça à cauda” dos animais. E por outro, “todos os espécimes isolados de estegossauro apenas possuem um tipo de placa. ”A segunda explicação – a existência de duas espécies diferentes – e examinada a seguir. Mas para Saitta, se assim fosse, teria sido previsível encontrar, “na mistura de ossos”, outras diferenças anatómicas ao nível do crânio ou das extremidades, por exemplo – o que, no mínimo, fragilizaria uma tal conclusão. Ora, não existem outras diferenças, a não ser ao nível das placas, entre os espécimes. Para invalidar, em terceiro lugar, a possibilidade de as placas largas serem “adultas” e as estreita “juvenis”, Saitta recorreu à técnica de tomografia computadorizada e à microscopia, demonstrando que ambos os tipos de placas pertenciam a animais adultos, cujo tecido ósseo já tinha completado o seu crescimento. “Com todas as outras hipóteses aparentemente excluídas”, escreve então o cientista, “o dimorfismo sexual representa a explicação mais provável da variação observada nas placas ósseas. ”Todavia, não é possível dizer qual terá sido o tipo de placa característico de cada sexo, uma vez que não foi descoberto nenhum tecido ósseo que permitisse determinar o sexo de algum dos espécimes – “nem ovos dentro da cavidade corporal” que assinalassem tratar-se de uma fêmea. Mas isso não impede Saitta, por analogia com espécies actuais, de especular que as placas maiores pertenciam aos machos e as mais pequenas às fêmeas de estegossauro. “Na medida em que os machos investem mais na ornamentação corporal, as placas mais largas e grandes eram provavelmente atributos dos machos”, disse, citado num comunicado da PLos One. Quanto às placas longas e estreitas, “poderão ter funcionado como picos que as fêmeas usavam para afastar os predadores”. A descoberta poderá assim permitir perceber muito melhor o comportamento destes dinossauros.
REFERÊNCIAS:
Partidos LIVRE
Reclusos hospitalizados por causa de "poderoso anestésico" tinham sido condenados por tráfico
Ministério Público abriu inquérito e a PJ de Coimbra está a investigar. Resultados de exames que confirmem o consumo de cetamina, tranquilizante para cavalos, deverão ser conhecidos esta terça-feira. Reclusos continuam em risco de vida. (...)

Reclusos hospitalizados por causa de "poderoso anestésico" tinham sido condenados por tráfico
MINORIA(S): Animais Pontuação: 5 | Sentimento 0.3
DATA: 2015-05-01 | Jornal Público
URL: https://arquivo.pt/wayback/20150501215106/http://www.publico.pt/1693819
SUMÁRIO: Ministério Público abriu inquérito e a PJ de Coimbra está a investigar. Resultados de exames que confirmem o consumo de cetamina, tranquilizante para cavalos, deverão ser conhecidos esta terça-feira. Reclusos continuam em risco de vida.
TEXTO: Os oito reclusos internados de urgência este domingo no Hospital de Amato Lusitano, em Castelo Branco, continuam em perigo de vida, adiantou esta segunda-feira o presidente do conselho de administração daquela unidade de saúde, Vieira Pires. "Os oito doentes [reclusos da cadeia de Castelo Branco] estão todos na unidade de cuidados intensivos polivalentes [UCIP]. É uma situação grave. Os doentes mantêm-se em estado estacionário em relação ao dia de ontem, num estado considerado grave, ainda com risco de vida", informou Vieira Pires durante uma conferência de imprensa realizada no hospital para fazer o ponto de situação sobre o estado clínico. Em causa estão homens entre os 27 e os 53 anos de idade que estão a cumprir penas entre os três e os 10 anos de prisão por crimes de tráfico de estupefacientes e, alguns deles, também por furto e roubo, referiu ao PÚBLICO a Direcção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais (DGRSP). Os reclusos terão consumido cetamina, um poderoso anestésico conhecido como “tranquilizante de cavalo”, que terá sido introduzido por uma visita na manhã de domingo na cadeia de Castelo Branco. Foi a DGRSP que sublinhou que terá sido aquele tipo de sustância a provocar a intoxicação, mas fonte da Polícia Judiciária, que está a investigar o caso, alertou que ainda estão a ser realizados exames toxicológicos para identificar a substância consumida. A investigação da PJ de Coimbra decorre no âmbito de um inquérito aberto no Ministério Público de Castelo Branco. Também o presidente do conselho de administração do hospital referiu não ser possível “neste momento, dizer de modo nenhum, qual foi a substância”, admitindo que terá sido “provavelmente uma mistura de substâncias inaladas ou ingeridas”. Segundo Vieira Pires, o hospital tem estado em contacto com o Instituto de Medicina Legal e só “amanhã ao fim da tarde” se saberá o resultado das análises. Vieira Pires adiantou ainda que os oito reclusos estão ventilados, salientando que os médicos tentaram “retirar o ventilador a um deles”, sem sucesso. O ventilador teve de ser novamente aplicado uma vez que o “recluso não conseguiu respirar por si”. Um dos reclusos estará com graves problemas respiratórios depois de um dos pulmões ter deixado de funcionar, segundo fonte dos serviços prisionais. O director clínico do hospital de Castelo Branco, Rui Filipe, esteve também na tarde desta segunda-feira reunido com os familiares dos reclusos para lhes prestar informação pormenorizada sobre o estado de cada um, adiantou fonte hospitalar. Um dos reclusos terá encomendado a cetamina através da Internet num site holandês e a substância terá sido recebida em casa de um familiar que entretanto a levou para a prisão, salientou ao PÚBLICO fonte dos serviços prisionais. Durante as visitas, os familiares não são alvo de revista corporal, passando apenas no detector de metais e deixando os seus pertences na entrada, isto porque os guardas prisionais, não sendo elementos de um órgão de polícia criminal, não podem proceder a revistas como a PSP, a GNR e a PJ. Contudo, no regresso às celas os reclusos são revistados pelos guardas para evitar a introdução de substâncias ilegais nas cadeias. "A prisão de Castelo Branco enfrenta um défice de guardas prisionais. Isto poderia não ter sucedido com mais elementos para proceder a procedimentos de segurança mais atempados", disse ao PÚBLICO o presidente do Sindicato Independente do Corpo da Guarda Prisional, Júlio Rebelo. Uma equipa de guardas prisionais continua dia e noite naquele hospital em permanente vigilância dos reclusos internados. A DGRSP salientou que os reclusos “eram regularmente acompanhados pelos serviços clínicos e de psicologia do Estabelecimento Prisional de Castelo Branco”, mas não explicou por que motivos. As estatísticas da DGRSP fornecidas ao PÚBLICO mostram que em todo o sistema prisional, entre 2013 e 2014, verificou-se um “aumento do volume de apreensões de 35% no haxixe e de 47% na cocaína, tendo diminuído em 63% a heroína apreendida”.
REFERÊNCIAS: