China e Índia vão ultrapassar os EUA até 2050
A crise financeira e económica internacional acelerou a ascensão dos países emergentes. Daqui a 39 anos, no máximo, os EUA terão sido ultrapassados pela China e pela Índia, revela um estudo da PricewaterhouseCoopers (PwC). O Brasil será a quarta maior economia mundial. (...)

China e Índia vão ultrapassar os EUA até 2050
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 2 Asiáticos Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2011-12-27 | Jornal Público
SUMÁRIO: A crise financeira e económica internacional acelerou a ascensão dos países emergentes. Daqui a 39 anos, no máximo, os EUA terão sido ultrapassados pela China e pela Índia, revela um estudo da PricewaterhouseCoopers (PwC). O Brasil será a quarta maior economia mundial.
TEXTO: De acordo com a actualização do estudo “O Mundo em 2050”, feito pela consultora, as sete maiores economias emergentes (China, Índia, Brasil, Rússia, Indonésia, México e Turquia) terão, em 2020, o mesmo Produto Interno Bruto (PIB) que as nações industrializadas do G-20. Nesse mesmo ano, a China deverá ultrapassar os EUA como maior economia mundial já em 2020. Em 2050, será a vez de a Índia relegar a economia norte-americana para o terceiro lugar mundial. O estudo “O Mundo em 2050” foi feito original em Março de 2006, mas PwC decidiu rever as suas projecções de crescimento mundiais, por considerar que a crise financeira internacional acelerou a transição do poder económico das potências desenvolvidas para as emergentes. As contas são feitas com base nas previsões para o PIB, ajustadas à paridade do poder de compra, ou seja, à evolução dos preços nas diferentes economias. De acordo com a consultora, a conquista dos primeiros lugares mundiais por parte da China e da Índia representa “um regresso a uma tradição histórica anterior à Revolução Industrial dos século XVIII e XIX, que levou a uma mudança no poder económico global para a Europa Ocidental e os Estados Unidos”. A Europa será uma das regiões a perder peso no contexto mundial. Segundo as previsões da PwC, só a Alemanha e o Reino Unido figurarão em 2050 no ranking das 20 maiores economias mundiais (em 2009, havia ainda a França, a Espanha e a Itália). Além disso, vão cair de posição. A Alemanha vai passar da 5ª posição para a 9ª, enquanto o Reino Unido passará do 7º para o 10º lugar. Até 2050, o Brasil terá também passado à frente do Japão, que durante décadas foi a segunda maior economia mundial e que chegará a meio do século em quinto lugar. A economia brasileira ficará em quarto, logo depois da China, da Índia e dos EUA. Países como a África do Sul e a Austrália terão abandonado o ranking das 20 maiores economias mundiais até 2050, abrindo espaço a estreantes: o Vietname e a Nigéria. Além de fazer previsões com base no PIB ajustado à paridade do poder de compra, a PwC expõe as suas projecções com base nas taxas de câmbio dos mercados. Esta análise não tem em conta as diferenças de preços existentes entre os vários países e, por isso, o processo de ascensão da China seria mais lento mas, ainda assim, inevitável. A consultora considera que, a partir de 2020, a taxa de crescimento chinesa irá enfraquecer devido ao crescente envelhecimento da população. Por isso, prevendo a evolução mundial a partir das taxas de câmbio, a China só ultrapassaria os EUA em 2040. Já a Índia terá o potencial de ser a economia com maior taxa de crescimento até 2050, chegando a esse ano com um PIB ajustado à paridade do poder de compra que é 14 por cento maior do que o dos EUA.
REFERÊNCIAS:
Entidades EUA
REN entra em consórcio para transportar electricidade de África para a Europa
A empresa que gere as redes portuguesas de transporte de electricidade e de gás vai passar a fazer parte do consórcio internacional Medgrid, que pretende aproveitar o potencial de energias renováveis em África. (...)

REN entra em consórcio para transportar electricidade de África para a Europa
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 2 Asiáticos Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2012-02-27 | Jornal Público
SUMÁRIO: A empresa que gere as redes portuguesas de transporte de electricidade e de gás vai passar a fazer parte do consórcio internacional Medgrid, que pretende aproveitar o potencial de energias renováveis em África.
TEXTO: Em comunicado hoje divulgado, a empresa liderada por Rui Cartaxo informa que o projecto do Medgrid será construir interconexões submarinas entre os continentes europeu e africano, através do estreito de Gibraltar, para transportar electricidade. Em causa está um projecto que é conhecido como o “Plano Solar Mediterrânico”, que tem como objectivo instalar a Sul e a Leste da bacia do estreito de Gibraltar capacidade de produção de energia eléctrica, recorrendo a fontes renováveis, nomeadamente solar, de 20 GW (gigawatts) até 2020. Deste valor, cerca de cinco GW seriam exportados para a Europa. Por saber está para já quanto irá a REN investir neste projecto, que decorrer “de uma estratégia que já estava pensada há algum tempo”, indicou ao PÚBLICO uma fonte oficial da empresa, lembrando que “este é o primeiro passo para a internacionalização”. Para já, o consórcio está a desenvolver estudos para analisar qual será a localização dos cabos submarinos através do Estreito de Gibraltar, no âmbito de um projecto que pretendem ver concluído entre 2015 e 2020. Já existem hoje várias estruturas que ligam África à Europa, através do mesmo estreito, como é o caso do gasoduto que transporta gás natural da Argélia para Espanha e daí para Portugal. Para João Conceição, administrador da REN, o projecto do Medgrid será “um contributo significativo para a construção das auto-estradas da energia, pelo que faz todo o sentido a REN participar activamente neste projecto”, indicou este responsável no comunicado hoje divulgado. A aposta da REN nas ligações entre o Norte de África e a Europa será também do agrado do novo accionista chinês da empresa, a State Grid, que em breve deverá adquirir 25%. Na semana passada, responsáveis da companhia chinesa realçaram em Lisboa, num encontro com jornalistas, o interesse que têm os novos projectos para aproveitar as energias de origem renovável em África. A maior parte dos accionistas da Medgrid são franceses. Do consórcio fazem parte 20 empresas, entre as quais a Abengoa, a Alstom grid, a Areva renouvelables, EDF, Red Eléctrica e Siemens. A Agência Francesa de Desenvolvimento (AFD), através de uma parceria estratégica e financeira, é também uma das entidades envolvidas.
REFERÊNCIAS:
Étnia Africano
Luís Palha da Silva passa a vice-presidente da Galp
O ex-CEO da Jerónimo Martins, Luís Palha da Silva, vai ser vice-presidente da Galp Energia, na sequência do reforço accionista da Amorim Energia, que tem agora 38,3% da petrolífera, após ter comprado 5% à Eni num primeiro passo para a saída dos italianos do grupo português. (...)

Luís Palha da Silva passa a vice-presidente da Galp
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DATA: 2012-07-27 | Jornal Público
SUMÁRIO: O ex-CEO da Jerónimo Martins, Luís Palha da Silva, vai ser vice-presidente da Galp Energia, na sequência do reforço accionista da Amorim Energia, que tem agora 38,3% da petrolífera, após ter comprado 5% à Eni num primeiro passo para a saída dos italianos do grupo português.
TEXTO: O gestor, que foi responsável pela recuperação financeira da Jerónimo Martins na década passada, fica assim como número dois de Manuel Ferreira de Oliveira na Galp, que tem como chairman Américo Amorim. Além de assumir a vice-presidência (cargo que não existia), Palha da Silva fica responsável pela área de retalho (refinação e distribuição). Também para a comissão executiva entra, vindo do Deutsche Bank em Portugal, Filipe Crisóstomo Silva, como administrador financeiro. O percurso de Palha da Silva passou nos últimos anos pelo grupo que detém o Pingo Doce. Na Jerónimo Martins, onde está na administração como não executivo, foi presidente entre 2004 e 2010 depois de ali assumir funções de administrador financeiro quando saiu da Cimpor, em 2001. O gestor, formado em Economia no ISEG e em gestão de empresas na Católica, foi Secretário de Estado do Comércio entre 1992 e 1995, no Governo de Cavaco Silva. Em 2011, dirigiu a campanha presidencial de Cavaco. As mudanças na administração da Galp são conhecidas na véspera de a petrolífera apresentar as contas do primeiro semestre. As alterações incluem ainda a entrada, como não executivos, de Sergio Gabrielli de Azevedo (ex-CEO da brasileira Petrobras) e Abdul Magid Osman (ex-ministro das Finanças e dos Recursos Minerais de Moçambique), o que reflecte a aposta da empresa nestes dois países. Sergio Gabrielli de Azevedo é Secretário do Planeamento do Governo do Estado da Bahia, no Brasil, enquanto Abdul Magid Osman é presidente do conselho de administração da Épsilon Investimento e da comissão executiva da Tchuma - Cooperativa de Crédito e de Poupança. Em Moçambique, os interesses da Galp residem em grandes descobertas de gás natural. E no Brasil, onde detém 70% da Petrogal Brasil, tem um plano ambicioso de investimentos, que conta agora com a participação da chinesa Sinopec, que detém 30% da subsidiária da Galp. As mudanças na composição da administração reflectem também o reforço da posição da Amorim Energia, consórcio que reúne, além de Américo Amorim, os interesses angolanos na Galp, através da Sonangol e da empresária Isabel dos Santos. O consórcio reforçou na Galp em mais 5% há menos de uma semana, passando a ser o maior accionista, numa altura em que os italianos estão de saída do capital da petrolífera portuguesa. A Eni acaba de reduzir a participação para 28, 34%, podendo agora alienar em várias fases o restante capital. No próximo passo, irão alienar 18% no mercado, podendo depois cumprir o resto do acordo estabelecido com a Amorim Energia para o consórcio ficar com mais 10, 34%. Nessa altura, a posição desta sociedade liderada por Américo Amorim poderá assim chegar a 48, 6%. Última actualização às 22h36
REFERÊNCIAS:
Países Portugal Irão Brasil Moçambique
Série Mar Português: Continuamos esmagados pelos Descobrimentos?
As descobertas são o período da história que hoje parece dizer mais aos portugueses, mas nem sempre foi assim. Se a escola não mudar, aliás, elas correm o risco de ser uma memória cada vez mais distante. Feita de glórias de navegadores, mas também do trabalho de homens comuns, de dúvidas e de corrupção. O PÚBLICO começa hoje uma série sobre o que nos liga ao mar. (...)

Série Mar Português: Continuamos esmagados pelos Descobrimentos?
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 2 Asiáticos Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2012-10-04 | Jornal Público
SUMÁRIO: As descobertas são o período da história que hoje parece dizer mais aos portugueses, mas nem sempre foi assim. Se a escola não mudar, aliás, elas correm o risco de ser uma memória cada vez mais distante. Feita de glórias de navegadores, mas também do trabalho de homens comuns, de dúvidas e de corrupção. O PÚBLICO começa hoje uma série sobre o que nos liga ao mar.
TEXTO: Uma data a decorar, um navegador feito herói, uma edição barata de Os Lusíadas, um professor de História que ficou, um livro com barcos naufragados, um infante que ganhou o mundo e um rei que perdeu um país. No meio de tudo isto, o mar e os territórios que os portugueses exploraram a partir do século XV. Um mundo maior, mas sobretudo um mundo diferente. Em que pensamos primeiro quando uma conversa passa pelos Descobrimentos? Por que falamos sempre em império quando tivemos mais do que um? Por que insistem os livros escolares em perpetuar mitos sobre a expansão e as descobertas? Privilegiamos esta parte da história porque gostamos de heróis ou porque precisamos deles? Muitas são as perguntas que surgem quando procuramos explicar a relação especial que os portugueses mantêm com os Descobrimentos, mas será que o conhecem? Será que é por ele que o mar tem um papel tão importante na cultura portuguesa, no seu imaginário, ou é só porque geograficamente Portugal é um país pequeno como uma costa grande? Fizemos estas e outras perguntas a dois historiadores e a um poeta e ensaísta. Quisemos saber, sobretudo, se os portugueses ainda estão, de alguma forma, “esmagados” pela memória de uma época em que tinham outro papel no mundo. Uma época em que havia Portugal em todos os continentes. É verdade que hoje o público em geral identifica a época das descobertas como a que mais importante foi para a história de Portugal e, em particular, para a história de Portugal no mundo. Mas isso não significa que os portugueses estejam permanentemente a comparar o que são hoje com o que, segundo os livros de História que levaram para escola, foram há mais de 500 anos. Mesmo se os políticos recuperam ciclicamente essa herança em discursos e comemorações. Vasco Graça Moura, poeta e ensaísta que entre 1988 e 1995 presidiu à Comissão Nacional para as Comemorações dos Descobrimentos Portugueses, reconhece que continuamos “marcados” pelo que Portugal foi capaz de fazer a partir do começo do século XV, mas que essa memória, tantas vezes de olhos fechados à dura realidade do dia-a-dia do país nessa época e carregada de mitificações, não molda o que somos hoje nem limita a leitura que fazemos do passado — ajuda, antes, a compreendê-lo. “Temos um peso, uma carga histórica”, começa por dizer sentado no seu gabinete do Centro Cultural de Belém, de que é hoje presidente. “Sabemos que tivemos importância em relação ao mar, aos caminhos que ele abre. Isto mesmo quando não sabemos nada de história e não lemos Os Lusíadas. Por outro lado, há um sentimento de impotência disfarçada, de que hoje só vivemos dificuldades e ainda não encontrámos uma maneira de as ultrapassar, embora possamos pressentir que no mar pode estar a chave para a solução de muitos problemas. ” Em tempos de crise como a que a Europa atravessa, com duros reflexos em Portugal, há uma certa tendência para fazer comparações “disparatadas” entre um presente amargo e um “passado de glória” que teve grandes protagonistas como o infante D. Henrique, Vasco da Gama, Afonso de Albuquerque ou Fernão de Magalhães, lembra Graça Moura, histórico social-democrata que durante dez anos foi eurodeputado. Se o tema dos Descobrimentos nunca saiu do discurso político, embora se cometa muitas vezes o erro de pensar que a sua instrumentalização se deveu sobretudo ao Estado Novo, é porque ele nunca saiu do discurso cultural, em particular do da literatura, com nomes como Fernando Pessoa, Vitorino Nemésio, Antero de Quental e Cesário Verde, para além do óbvio Camões, por referências. “No discurso político há sempre um macaquear do discurso cultural”, diz Graça Moura. “É evidente que um político quando se dirige aos seus eleitores tem de dar a noção de que está conotado com o passado deles, e que é herdeiro de uma determinada tradição histórica e cultural. Faz parte da mise en scène. Aqueles dois versos do Pessoa — ‘Ó mar salgado, quanto do teu sal São lágrimas de Portugal!’ — não deve haver político nenhum que não os tenha citado. ” Se hoje são os Descobrimentos o tema mais popular para o público não-especializado, isso não deve apagar o facto de a relação com esse período histórico nem sempre ter sido pacífica, lembra o historiador Rui Ramos. Para o investigador do Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa, é preciso não esquecer que Quental dizia que as descobertas eram uma das causas da decadência de Portugal e que Alexandre Herculano tentou lançar a formação do reino na Idade Média como a parte da história que mais devia interessar aos portugueses na época contemporânea. Essa aposta no Portugal medieval é recuperada, explica Ramos, a seguir a 1974, devido à descolonização, a um certo desinteresse da comunidade historiográfica pela expansão, e aos trabalhos de referência do professor José Mattoso. Só em 1998 os Descobrimentos voltam a ganhar mais terreno, com os festejos da viagem de Vasco da Gama à Índia. “É um tema muito central na nossa história. A expansão foi, no século XX, em relação com a colonização de África, extraordinariamente cultivada em termos de comemorações, de estudos”, explica, sublinhando, tal como Graça Moura, que o regime de Salazar não foi o único a servir-se ideologicamente dos Descobrimentos. A monarquia constitucional celebrou em 1894 o quinto centenário do infante D. Henrique e quatro anos mais tarde a viagem do Gama; em 1915, a própria república fez comemorações, ainda que modestas, dos 500 anos da conquista de Ceuta. No que toca aos Descobrimentos, há uma continuidade entre os regimes: “Tudo isso, obviamente, deixou um lastro que explica também que o regime democrático, quando teve oportunidade de fazer as suas primeiras grandes comemorações históricas, se tenha focado nos Descobrimentos em 1998, com a exposição internacional de Lisboa. ” Para além de GamaA Expo ’98 foi certamente um grande momento de divulgação internacional de Portugal, com a tónica posta num passado de glórias de navegadores e vice-reis e num presente e num futuro de grande modernidade. Os anos que a antecederam foram marcados pelo trabalho de historiadores e outros especialistas que trouxe muitas novidades ao que já sabíamos sobre os Descobrimentos, diz Graça Moura, lembrando que é também sobre esta época que incidem as duas grandes exposições internacionais que levaram a história de Portugal e a sua arte ao público estrangeiro. Jay Levenson é um historiador de arte que comissariou as exposições a que o poeta e ensaísta se refere — Circa 1492: Art in the Age of Exploration (National Gallery de Washington, 1991) e a mais recente Encompassing the Globe: Portugal and The World in the 16th and 17th Centuries (Sackler Gallery, Washington, e Museu Nacional de Arte Antiga, Lisboa, em 2007 e 2009) — e que se habituou a olhar para as descobertas através “do encontro de culturas” que é visível na arte que se produziu na Ásia, em África ou na Europa a partir das primeiras viagens de exploração. Levenson, que hoje é director do programa internacional do Museu de Arte Moderna de Nova Iorque e foi também o comissário de outra das grandes exposições internacionais de arte portuguesa ligada à expansão, The Age of The Baroque in Portugal (National Gallery, 1993), é da opinião que “os portugueses ainda sentem o peso da sua época de ouro”, mas que esse peso, “apesar de por vezes parecer levar a um certo arrependimento”, não precisa de ser esmagador. Especialista em arte italiana da Renascença, não consegue evitar a comparação: “É como Florença. O que os florentinos foram capazes de fazer no século XV e no começo do XVI foi tão extraordinário para uma cidade-Estado tão pequena que não poderia ter durado para além de Galileu e nunca poderia ter sido repetido. Mas os florentinos têm nisso um grande orgulho, sem se lamentarem pelo facto de já não poderem desempenhar o mesmo tipo de papel no mundo. Parecem-me um bom modelo para Portugal. ” Para Levenson, e tomando os Estados Unidos como exemplo, o público em geral está longe de ter noção da verdadeira importância que Portugal teve no mundo nos séculos XVI e XVII. É preciso que sejam os portugueses a fazer mais para que os alunos nos Estados Unidos e até em países europeus passem além de Vasco da Gama e do infante D. Henrique e percebam até que ponto foram essenciais para dar a ver um mundo novo, sobretudo em África e na Ásia. “Poucos são os alunos americanos que sabem que os portugueses chegaram à China em 1514”, diz. Poucos são os alunos portugueses, acrescentariam Graça Moura e Rui Ramos. Mitos do impérioPara o antigo presidente da Comissão dos Descobrimentos, a escola tem tido, sobretudo devido a uma grande flutuação de metodologias, uma “papel extremamente negativo” na relação dos portugueses com o seu património cultural, seja no plano da língua, seja no da história. Ramos defende que os programas escolares não têm sabido seduzir os alunos para o estudo da História, perpetuando mitos, e às vezes nem isso. E de que mitos falamos? A Escola de Sagres, os Descobrimentos como um desígnio nacional mais do que um projecto da coroa e das elites que a rodeavam, a expansão com uma causa só e não como uma fenómeno altamente complexo e variado, a existência de um império, em contínuo. “Houve vários impérios, com curtos-circuitos”, diz o investigador do ICS. “Esse é outro dos mitos que podemos associar à história imperial — o de que o império começou em 1415 e terminou em 1975, ou em 1999 com Macau, ou em 2002 quando Timor se tornou independente. Todo o império africano é recente e efémero. Vem do fim do século XIX e dura 70, 80 anos e, nalguns casos, ainda menos. ” O que os livros de escola habitualmente não contam — ou pelo menos não exploram tanto como os feitos militares e náuticos — é que os portugueses foram desalojados do Oriente a partir do século XVII porque não tinham meios para competir com as outras nações, que o país chegou a estar perto da bancarrota em meados do século XVI e que, no quotidiano, os portugueses anónimos que fizeram a expansão viviam mal e estavam longe de pensar no seu tempo como uma época de ouro. “Era para as dificuldades que toda a gente olhava”, diz o historiador, mas, com o tempo, “as dificuldades do passado desaparecem e são as do presente que nos fascinam. Temos a tendência para projectar no passado a ideia de que não havia dificuldades, que é agora que estamos a decair, o que é ridículo”. Mesmo em termos contabilísticos, explica, o Brasil do século XVII e XVIII era muito mais importante do que a Índia do século XVI, mas foi a Índia que ficou na memória como a grande expansão. Não vivemos esmagados nem oprimidos pelo que Portugal foi nos Descobrimentos, garante Rui Ramos, mas gostamos de falar deles como quem gosta de contar uma boa história. “Portugal é hoje muito mais rico e desenvolvido do que alguma vez foi no tempo dos Descobrimentos, mesmo em relação a outros países europeus. Mas a nossa ideia é de que éramos grandes então e agora somos pequenos e pobres, o que não tem nenhuma razão de ser, embora se compreenda. ” Porquê? “É mais uma vez o fascínio da aventura, da proeza, da afirmação militar, das grandezas do Afonso de Albuquerque e de D. Francisco de Almeida. Isso continua a fascinar, mesmo quando nós não gostamos de o confessar. Essas são as grandes histórias que podemos contar. A grande história não é a da formação do Bloco Central entre 1983 e 84, com Mário Soares e Mota Pinto. A grande história é dobrar o cabo da Boa Esperança, a grande história é chegar à Índia, a grande história é conquistar Goa, a grande história é defender o Brasil dos holandeses… A grande história é a das aventuras, com emoção, a história que abre horizontes. As aventuras são matéria de filme e de romance, é a aventura que as pessoas procuram, verem na história algo de diferente do que é o quotidiano. ” É talvez por isso que o discurso sobre o contacto de civilização e o progresso científico que os portugueses trouxeram ao mundo é subalternizado pela narrativa feita de heróis e batalhas, algo que é altamente empobrecedor, na opinião de Graça Moura. “Há uma dimensão humana, que até tem a ver com a própria noção de mestiçagem, que é fundamental em relação aos Descobrimentos. Há até um historiador francês que diz que somos todos bastardos e mestiços e que é por isso que somos inteligentes. Efectivamente, essa relação, no plano antropológico, no plano civilizacional, devia ser mais valorada e não tem sido. ” De fora ficam muitas vezes os relatos dos cidadãos que arriscaram tudo pela viagem, os meandros da corrupção na Índia e a desorganização nalguns territórios, lembra o ensaísta. Ramos defende que, se mostrássemos mais que esta não foi uma época de semideuses, mas de pessoas comuns que muitas vezes tiveram medo e dúvidas, que muitas vezes hesitaram e outras arriscaram, talvez os Descobrimentos tivessem ainda mais peso na cultura portuguesa e não fossem um tema fechado nos livros. Ou uma “memória cada vez mais distante”, como diz Graça Moura, uma memória que corremos o risco de perder. Para Rui Ramos, em Portugal reflectiu-se pouco sobre esta época, ao contrário do que se passou com outros países europeus que participaram na expansão entre os séculos XV e XX. Apesar de terem problemas na sua relação com este passado, França, Espanha ou Inglaterra “fizeram desta dimensão da sua história uma dimensão fundamental na sua relação com o mundo, pela projecção da língua e da cultura”, o que não aconteceu em Portugal, onde “os debates não foram tão intensos”. Ascensão e quedaJay Levenson defende que estes países sentem o mesmo tipo de “nostalgia” de Portugal, mas, como têm uma história recente mais próspera, “essa nostalgia é mais contida”: “O peso é maior porque a ascensão e queda de Portugal foi mais dramática. Apesar de o seu desenvolvimento ter sido interrompido no final do século XVI, Portugal tem um segundo período de prosperidade imperial no século XVIII, o que faz com que, na verdade, sinta uma dupla perda. ” Tal como Graça Moura, o historiador de arte norte-americano vê na língua uma extensão desse passado que pode ser promovida no presente, com grandes vantagens para o país, culturais e económicas. O facto de haver cada vez mais investigadores estrangeiros a olhar para este período — é preciso não esquecer que foi uma área que sempre teve grandes contributos exteriores, como o do historiador inglês Peter Russell (primeira biografia do infante D. Henrique) ou o do indiano Sanjay Subrahmanyam (grande estudioso de Vasco da Gama), sublinha Ramos — pode ajudar a manter viva a memória dos Descobrimentos, mas dando-lhe uma nova perspectiva. “Continuamos a ser actores da globalização quando vendemos uma empresa aos chineses ou fazemos um investimento no Brasil. É claro que não é o mesmo que chegar à Índia ou dobrar o cabo da Boa Esperança. No século XV e no século XVI há um protagonismo que permitiu aos portugueses reivindicar um papel numa história universal, mas essa também é uma história contada do ponto de vista dos europeus. Um dia ela poderá vir a ser contada pelos chineses e tudo isto pode ter uma dimensão bastante mais restrita e, provavelmente, o papel que julgávamos que tínhamos deixaremos de ter. ” Mais uma vez, estamos sempre a valorizar em função do nosso tempo, adverte o historiador. “E neste momento temos já a sensação de estarmos a valorizar em função de um tempo anterior em que a Europa teve um peso no mundo absolutamente desproporcionado. Sobretudo entre o fim do século XVIII e o princípio do século XXI, o mundo foi quase Europa, antes não era e agora também já não é. ” E como verão os portugueses este período daqui a 100 anos? Vai depender muito do mundo em que viverem, diz. “É muito difícil não apenas adivinhar o futuro, mas adivinhar a maneira como o passado há-de ser visto no futuro. Às vezes o passado é tão incerto como o futuro. As pessoas julgam que o passado está fixo e que o futuro é que é uma coisa que ainda não está decidida — é uma ilusão. ”Quinta-feira, dia 27 de Setembro: O que (não) fizemos para voltar ao mar
REFERÊNCIAS:
Os títulos e recordes que há para ganhar e bater no desporto em 2013
Mesmo sem Jogos Olímpicos, nem Campeonatos da Europa ou Mundo de futebol, o próximo ano terá muito desporto. Qualificações para o Mundial 2014 e Mundiais de atletismo e natação são os pontos fortes. (...)

Os títulos e recordes que há para ganhar e bater no desporto em 2013
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 2 Asiáticos Pontuação: 2 | Sentimento 0.8
DATA: 2012-12-30 | Jornal Público
SUMÁRIO: Mesmo sem Jogos Olímpicos, nem Campeonatos da Europa ou Mundo de futebol, o próximo ano terá muito desporto. Qualificações para o Mundial 2014 e Mundiais de atletismo e natação são os pontos fortes.
TEXTO: Em 2012 houve Micheal Phelps a tornar-se no mais medalhado de sempre em Jogos Olímpicos, Usain Bolt a confirmar-se como o mais rápido de sempre, a Espanha a consolidar o seu estatuto como uma das melhores equipas de futebol de sempre e Lance Armstrong a ficar para a história como a maior fraude desportiva de sempre. Mas 2013 promete igualmente ser pródigo em protagonistas. Logo nos primeiros dias vamos ter a resposta a uma das perguntas que mais vezes foi feita em 2012: quem merece ser eleito o melhor futebolista, Lionel Messi ou Cristiano Ronaldo?Será já a 7 de Janeiro, em Zurique, que se vai ficar a saber quem leva a Bola de Ouro 2012. A fazer companhia a Messi e Ronaldo está Andrés Iniesta, eleito o melhor jogador do Euro 2012 dominado pela selecção espanhola (em 2011, o terceiro elemento foi Xavi Hernandez). Mas o prémio será discutido entre o argentino do Barcelona e o português do Real Madrid. Ambos já ganharam a distinção – Ronaldo em 2008 e Messi nos três anos seguintes. No prémio para os treinadores, também haverá um duelo tripartido entre Real Madrid, Barcelona e Espanha, com, respectivamente, José Mourinho, Pep Guardiola e Vicente del Bosque. A selecção portuguesa vai continuar a sua campanha de qualificação para o Mundial 2014, que se realiza no Brasil. O percurso não tem sido famoso. A selecção de Paulo Bento soma duas vitórias, um empate (Irlanda do Norte) e uma derrota (Rússia) em quatro jogos, e está no terceiro lugar do Grupo F da zona europeia. Restam ainda seis jogos, mas o primeiro lugar, o único que dá o apuramento directo, parece difícil. A Rússia tem dominado o apuramento e é mais razoável pensar que Portugal consiga chegar ao torneio através do play-off de apuramento, como aconteceu para o Mundial 2010 e Euro 2012 (ambos frente com à Bósnia). Para isso, terá de chegar ao segundo lugar, actualmente ocupado por Israel. Se tudo correr bem, Portugal será uma das 32 selecções presentes na Bahia para o sorteio dos grupos da fase final a 3 de Dezembro. Sem Mundiais ou Europeus, há duas datas-chave no futebol internacional. Ainda em Janeiro, começa a Taça das Nações Africanas, organizada pela África do Sul. Na Europa, as competições europeias vão seguir o seu percurso normal até Maio, com a final da Liga Europa, em Amesterdão, e da Liga dos Campeões, em Londres. A única certeza é que o campeão europeu não será o mesmo do ano passado, já que o Chelsea, vencedor surpresa em 2012, não passou da fase de grupos. No futebol nacional, se 2012 serve de indicador, a Liga vai ser disputada até ao fim. O Benfica entra em 2013 na frente, apenas porque tem mais um jogo que o FC Porto e, se ambos mantiverem o ritmo, as datas decisivas para a decisão do campeonato serão as dos confrontos entre as duas equipas para o campeonato: a 13 de Janeiro, na Luz, e a 12 de Maio, no Dragão, para a penúltima jornada. Como sempre, a Taça de Portugal fechará as “hostilidades” da temporada, a 26 de Maio. Os próximos Jogos Olímpicos só serão em 2016, no Rio de Janeiro, mas 2013 vai ter competições mundiais de vários desportos olímpicos por excelência. Logo em Janeiro, a Espanha recebe o Mundial de andebol masculino, em que a França, actual detentora dos títulos mundial, europeu e olímpico, é o principal candidato. Natação tem o seu MundialEm Julho, abre-se uma nova era na natação mundial, depois do fim da era Michael Phelps, que abandonou em competição após chegar às 22 medalhas em Londres 2012. Nos Mundiais de Barcelona, entre 19 de Julho e 8 de Agosto, há candidatos à sua sucessão (Ryan Lochte, Chad le Clos, Yannick Agnel), mas nenhum terá a capacidade para fazer um número semelhante à “bala de Baltimore” e conquistar oito medalhas de ouro - foi o que Phelps fez em Pequim 2008. Na natação feminina, os olhos vão estar em cima da adolescente chinesa Ye Shiwen, que bateu um recorde mundial e um olímpico em Londres. A norte-americana Missy Franklyn e a lituana Ruta Meilutyte são os outros jovens fenómenos a ter atenção em Barcelona. Portugueses em acçãoAo contrário da natação, o atletismo vai manter a sua principal figura de Londres. Nos Jogos britânicos, Usain Bolt afirmou-se como o melhor velocista de todos os tempos e repetiu os seus títulos em 100m, 200m e 4x100m. Entre 10 e 18 de Agosto, nos Mundiais de Moscovo, o jamaicano vai tentar confirmar que este ainda é o seu tempo, apesar da concorrência do seu compatriota Yohan Blake. Para além dos duelos na velocidade, a prova estará recheada de “estrelas”. Só para citar alguns, o britânico Mo Farah, ouro olímpico em 5000m e 10. 000m, ou o queniano David Rudisha, autor de um extraordinário recorde do mundo nos 800m (o primeiro a baixar dos 1m41s, com 1m40, 91s). Os Mundiais de atletismo é uma competição em que Portugal terá aspirações, dependendo de quem for a Moscovo, mas os últimos anos têm provado que há mais atletas portugueses com possibilidades em outras modalidades. Entre 25 e 28 de Abril, Budapeste recebe os Europeus de judo e Telma Monteiro, quatro vezes campeã da Europa, encabeça as esperanças portuguesas, depois da desilusão em Londres (derrotada no primeiro combate). Uma das revelações da comitiva portuguesa em Londres foi a equipa de ténis de mesa composta por Marcos Freitas, João Monteiro e Tiago Apolónia, que volta a estar em acção em 2013 nos Mundiais de Paris entre 3 e 20 de Maio e nos Europeus da Áustria, entre 4 e 13 de Outubro. Os únicos medalhados portugueses em Londres, os canoístas Fernando Pimenta e Emanuel Silva, também vão estar em acção em 2013 nos Europeus de Montemor-o-Velho entre 12 e 14 de Junho e nos Mundiais de Duisburgo entre 21 e 25 de Junho. Se, em 2012 se assistiu à queda da lenda desportiva Lance Armstrong (cujo único resultado válido na Volta à França passou a ser um 36. º lugar em 1995), em 2013 poderá assistir-se à confirmação de um novo dominador no Tour, o britânico Bradley Wiggins (que também foi campeão olímpico em contra-relógio). Será uma edição histórica, a 100. ª da maior competição velocipédica mundial. Uma das competições mais previsíveis dos últimos anos tem sido o Mundial de ralis. O francês Sebastien Loeb venceu as nove últimas edições, mas 2013 irá coroar um novo campeão, porque Loeb só vai competir em quatro provas, abrindo caminho a homens como Sebastien Ogier ou Jari-Matti Latvala. A Fórmula 1 em 2013 também promete ser um assunto disputado até à última corrida e os candidatos deverão ser os mesmo do ano passado. Sebastian Vettel, que se sagrou o mais jovem tricampeão de sempre, e Fernando Alonso, mais Lewis Hamilton, que se mudou para a Mercedes, ocupando o lugar de Michael Schumacher, que se retirou em definitivo da competição. No motociclismo, há uma mudança que promete dar que falar: Valentino Rossi está de regresso à Yamaha e vai fazer equipa com o campeão mundial em título Jorge Lorenzo.
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Palavras-chave homens adolescente feminina
Ruta Meilutyte bateu o primeiro recorde mundial em Barcelona
A lituana de 16 anos tornou-se a mais rápida de sempre nos 100m bruços durante as meias-finais do Mundial de Natação. (...)

Ruta Meilutyte bateu o primeiro recorde mundial em Barcelona
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 2 Asiáticos Pontuação: 2 | Sentimento 0.25
DATA: 2013-07-30 | Jornal Público
SUMÁRIO: A lituana de 16 anos tornou-se a mais rápida de sempre nos 100m bruços durante as meias-finais do Mundial de Natação.
TEXTO: Nesta segunda-feira, disputaram-se quatro finais no Mundial de Natação de Barcelona, mas não foi em nenhuma dessas provas que surgiu o primeiro recorde do mundo da competição. A lituana Ruta Meilutyte tornou-se na mais rápida de sempre nos 100m bruços, ao vencer as meias-finais com um tempo de 1m04, 35s, menos um décimo do que a anterior melhor marca (1m04, 45s), que pertencia à norte-americana Jessica Hardy desde Agosto de 2009. Hardy, de resto, também participou nas meias-finais (mas na primeira série) e também se qualificou para a final de terça-feira, com o quarto melhor tempo (1m06, 10s). Meilutyte, de apenas 16 anos, já tinha sido a grande figura da sessão da manhã, pois nas eliminatórias (1m04, 52s) tinha batido o seu próprio recorde da Europa e ainda o recorde dos Campeonatos do Mundo, máximos que melhorou de tarde. A lituana é a actual campeã olímpica da distância, título que conseguiu aos 15 anos. Nos 100m bruços masculinos, a primeira final do dia, o australiano Christian Sprenger (58, 79s) foi o melhor, batendo o sul-africano Cameron van der Burgh (58, 97s). Desta forma, inverteram-se as posições registadas na final dos Jogos Olímpicos, vencida pelo atleta africano. O brasileiro Felipe Lima foi terceiro (59, 65s). Só nos 50m mariposa o campeão mundial foi o mesmo de há dois anos, com o brasileiro César Cielo (23, 01s) a ganhar por quatro centésimos ao norte-americano Eugene Godsoe. Nos 100m mariposa femininos, Sarah Sjöström recuperou o título que tinha conquistado em 2009 e perdido em 2011, quando terminou fora do pódio (4. º). A sueca demorou 56, 53s a cumprir a distância á frente da australiana Alicia Coutts (56, 97s) e da norte-americana recordista mundial e campeã olímpica Dana Vollmer (57, 24s). Mas a grande surpresa da jornada aconteceu nos 200m estilos, pois a chinesa Ye Shiwen, grande favorita a vencer a prova antes do início do Mundial, nem chegou às medalhas. A campeã mundial de 2011 e actual campeã olímpica foi apenas quarta, a 2, 56 segundos da vencedora, a húngara Katinka Hosszú (2m07, 92s), que dominou a corrida do princípio ao fim. Alicia Coutts (2m09, 39s) somou a sua segunda medalha de prata do dia (e a terceira neste Mundial), enquanto a espanhola Mireia Belmonte (2m09, 45s) deu uma alegria ao público local ao conquistar a de bronze.
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Étnia Africano
Analistas de Angola dizem que não há nenhuma crise bilateral com Portugal
"Portugal e Angola não estão de costas voltadas", considera o analista político Belarmino Van-Dúnem. O brigadeiro Correia de Barros acredita que os dois Estados vão "chegar a uma plataforma". (...)

Analistas de Angola dizem que não há nenhuma crise bilateral com Portugal
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 2 Asiáticos Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2013-10-17 | Jornal Público
URL: https://arquivo.pt/wayback/20131017160314/http://www.publico.pt/1609479
SUMÁRIO: "Portugal e Angola não estão de costas voltadas", considera o analista político Belarmino Van-Dúnem. O brigadeiro Correia de Barros acredita que os dois Estados vão "chegar a uma plataforma".
TEXTO: A suspensão da construção da parceria estratégica com Portugal, anunciada terça-feira em Luanda pelo Presidente José Eduardo dos Santos, não vai afectar as relações bilaterais, que continuam bem, defenderam analistas angolanos contactados pela Lusa. Para o analista político Belarmino Van-Dúnem, as relações entre os dois povos e entre os dois Governos, do ponto de vista institucional, "nunca estiveram tão boas como agora". "O actual Governo português é um dos que melhor relacionamento tiveram com o executivo angolano", defendeu. Belarmino Van-Dúnem destacou ter sido com o Governo de Pedro Passos Coelho que foi feito um acordo de facilitação de entradas de cidadãos em ambos os países, que enfrentou a crise na Guiné-Bissau, e garante apoios para o lugar de membro não-permanente do Conselho de Segurança das Nações Unidas e nas relações coma União Europeia. "Portugal e Angola não estão de costas voltadas", frisou. A mesma opinião tem o brigadeiro Correia de Barros, vice-presidente do Conselho Executivo do Centro de Estudos Estratégicos de Angola (CEEA), que frisou o facto que José Eduardo dos Santos não ter anunciado o fim da parceria estratégica, mas sim a suspensão da sua construção. "Estou convencido que vai atrasar algum bocado, mas tenho esperança que os dois Governos consigam chegar a uma plataforma e andar para a frente com isto. É bastante importante para ambos, com benefícios para os dois lados", considerou. Todavia, Correia de Barros defende a "urgência" da resolução dos problemas que existem para se avançar na parceria. "Não acho que [os problemas] sejam ao nível das populações. Antes pelo contrário, há uma amizade muito grande entre angolanos e portugueses. A forma como convivem, como pensam. Há muita coisa em comum, apesar do passado histórico que foi dramático, isso está perfeitamente ultrapassado", adiantou. Afirmando-se "optimista" na continuidade do relacionamento bilateral, Correia de Barros diz não ver "razões nenhumas para que possa descambar, porque não é do interesse de ninguém". Belarmino Van-Dúnem acredita existir "uma desvantagem, do ponto de vista da imagem", de Angola em Portugal, com os investimentos angolanos a sofrerem os efeitos de vários tipos de discriminação negativa em Portugal, fruto de campanha deliberada de uma parte da cúpula portuguesa". Por essa razão, "não é aconselhável manter a parceria estratégica porque ela não o é de facto", mas as relações políticas, culturais, económicas e diplomáticas devem continuar, com as duas partes a deverem trabalhar em conjunto, encontrando os mecanismos e as estratégias "eficientes e eficazes para retomar" a parceria. Quanto às fugas no segredo de justiça em Portugal, Belarmino Van-Dúnem lamenta, mas relativiza-as, por ser uma situação que se verifica noutros países. "Há outro investimento estrangeiro maior que o angolano em Portugal, como o brasileiro ou o chinês, e ninguém fala desses", acentuou. "É normal os portugueses preocuparem-se mais com os angolanos e vice-versa, o que demonstra os laços de afinidade entre os dois povos. O português não quer saber dos outros, mas sim de Angola", salientou. Por essa razão, defende, os dois Governos "têm de aproveitar esta empatia mútua para desenvolver as relações a todos os níveis". Terça-feira, no discurso sobre o Estado da Nação, o Presidente José Eduardo dos Santos lamentou as "incompreensões ao nível da cúpula", pelo que, dado o "clima político actual" na relação bilateral, "não aconselha a construção da parceria estratégica antes anunciada".
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Vistos “gold” rendem 200 milhões de euros
Programa par atrair investimento estrangeiro atribuiu já 318 autorizações de residência (...)

Vistos “gold” rendem 200 milhões de euros
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 2 Asiáticos Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2013-11-02 | Jornal Público
SUMÁRIO: Programa par atrair investimento estrangeiro atribuiu já 318 autorizações de residência
TEXTO: Cerca de 200 milhões de euros foram investidos em Portugal no âmbito do programa de vistos “gold”, destinado a atrair estrangeiros não europeus que queiram criar empresas, comprar imóveis ou transferir dinheiro para o país. Até agora, foram concedidas 318 autorizações de residência a estrangeiros que aderiram ao programa, segundo fonte governamental citada pela agência Lusa. Cerca de 80% dizem respeito à compra de imóveis e 20% a transferências financeiras. Lançado no princípio do ano, o programa assegura um visto de residência a estrangeiros cujo investimento em Portugal ou crie dez postos de trabalho, ou seja feito na aquisição de imóveis no valor de mais de 500 mil euros ou envolva a transferência de um milhão de euros para o país. A actividade de investimento tem de ser desenvolvida durante pelo menos cinco anos. Chineses, russos, angolanos e sul-africanos lideram os investidores abrangidos pelo programa. Há um mês, havia 226 vistos atribuídos, somando 106 milhões de investimento estrangeiro.
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Países Portugal
Lançadores em destaque em Xangai
O segundo meeting da Liga Diamante disputou-se na China. (...)

Lançadores em destaque em Xangai
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 2 Asiáticos Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2014-05-18 | Jornal Público
SUMÁRIO: O segundo meeting da Liga Diamante disputou-se na China.
TEXTO: Os lançadores, de países diferentes, foram as grandes figuras do segundo meeting da temporada na Liga Diamante do atletismo, realizado neste domingo em Xangai, na China. Sandra Perkovic, da Croácia, alcançou a melhor marca do ano no disco feminino, e tal não surpreendeu; porém o que dizer da também melhor marca do ano para um dardista egípcio, Abd Ihab el Sayed? Surpreendente, sem dúvida, e então se se olhar para a marca, confirma-se um verdadeiro hapenning atlético - 89, 21m, um novo recorde africano obtido de entrada no concurso, de forma a arrumar todo o pelotão perseguidor, que incluía nomes sonantesEl Sayed, de apenas 25 anos de idade, já o ano passado estivera em bom plano nos Mundiais de Moscovo, elevando o recorde nacional para 83, 62m, e recentemente batera esse máximo no Cairo, ficando (83, 94m) perto dos 84m. Mas a progressão deste domingo, num estádio quase sem vento, tem que se lhe diga, e o gigante egípcio passou a ser o 13. º melhor da história de uma disciplina que anda louca. A prová-lo estiveram no mesmo concurso de ontem dois homens que pela sua origem fizeram nela história recente, Keshorn Walcott, da Trindade e Tobago, o mais inesperado campeão olímpico de Londres, e o queniano Julius Yego, que aprendeu a lançar pelo youtube e nos Mundiais do ano passado acabou em quarto, perdendo por um triz a medalha de bronze mas superando os 85m. E assim, uma das mais europeias disciplinas do atletismo começa a ser dominada por atletas de outras paragens. Quanto a Sandra Perkovic, a sua progressão foi mais modesta e com 70, 52m bateu o recorde croata e a melhor marca de 2014 por um centímetro. Mas convém lembrar que antes dela o ter feito no início da presente temporada, há já quase 15 anos que ninguém chegava ao 70m no sector feminino. Outro dos assuntos interessantes do dia foi o regresso no salto com vara do novo recordista mundial francês Renaud Lavillenie, após a lesão sofrida aquando da obtenção do seu novo máximo (6, 16m) a meio de Fevereiro em Donetzk. O francês sente-se à vontade no seu papel de actual super-vedeta e mostrou-o aos chineses, passando 5, 92m, melhor marca de 2014 ao ar livre, antes de tentar em vão os 6, 03m. Este, para além dos já referidos nos lançamentos, foi apenas um de vários outros melhores registos da época. Nos 100m o veterano (32 anos em Fevereiro) americano Justin Gatlin não perde embalagem e ganhou com clareza, parando os cronómetros em 9, 92s. Nos 1500m femininos a sueca, de origem etíope, Abeba Aregawi continua imparável e foi a primeira de 2014 a descer dos quatro minutos, com 3m58, 72s. E nos 3000m obstáculos também femininos a americana Emma Coburn criou outra surpresa, ao vencer as africanas e pulverizar o seu melhor tempo por quase 20 segundos, para 9m19, 80s. Uma dupla, vitória obteve a nigerina Blessing Okagbare, ao ganhar primeiro o salto em comprimento com 6, 86m e mais tarde a prevalecer nos 200m com 22, 36s, segunda marca do ano. A jornada costuma terminar em Xangai com a corrida dos 110m barreiras, outrora preparada para pôr em evidência Liu Xiang, e ontem voltou a ser assim, mas com Xiang nas bancadas. Porém, e de forma também inesperada, foi outro chinês a ganhar. Xie Wenjun, contra o vento e graças a um final demolidor distanciou um alinhamento estelar, que incluía o campeão mundial americano David Oliver (terceiro, com 13, 28s), e o campeão europeu russo Sergey Shubenkov (quarto, com 13, 30s) e obteve um máximo pessoal de 13, 23s, que lhe preservou três centésimos de vantagem sobre o francês Pascal Martinot-Lagarde.
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Partidos LIVRE
Apple perde lugar de marca mais valiosa do mundo para o Google
Anunciados resultados do ranking anual das 100 marcas mais valiosas do mundo. (...)

Apple perde lugar de marca mais valiosa do mundo para o Google
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 2 Asiáticos Pontuação: 2 | Sentimento 0.1
DATA: 2014-05-21 | Jornal Público
SUMÁRIO: Anunciados resultados do ranking anual das 100 marcas mais valiosas do mundo.
TEXTO: Após três anos consecutivos de liderança, a Apple deixou de estar em primeiro lugar no ranking anual das 100 marcas mais valiosas do mundo, segundo um estudo da consultora Millward Brown. É o Google que ocupa agora o topo da lista, onde as quatro primeiras empresas mais poderosas são todas de tecnologia. Desde 2013, as duas marcas trocaram de posição, mas os valores atribuídos pelo ranking a cada uma têm diferenças significativas. A marca da maçã recuou 20% em relação ao ano passado, fixando em 2014 o seu valor em 148 mil milhões de dólares (108 mil milhões de euros). Para a Millward Brown, essa queda é o reflexo da “falta de lançamento de novos produtos dramáticos”. O Google, por sua vez, cresceu 40% no último ano, com um valor actual de 159 mil milhões de dólares (116 mil milhões de euros). Ainda na área da tecnologia, segue-se a IBM e a Microsoft, em terceiro e quarto. A IBM, líder mundial nas marcas B2B (business to business, comércio associado a operações de compra e venda através da Internet), perdeu 4% do seu poder, mas consegue 107, 5 mil milhões de dólares (78 mil milhões de euros). A Microsoft fecha o top 4 das marcas de tecnologia, com um valor de 90 mil milhões de dólares (65, 5 mil milhões de euros). A liderança da tecnologia no ranking da BrandZ para a Millward Brown confirma o domínio das marcas do sector. Quando analisamos o aumento da percentagem do valor de algumas entre as 100 indicadas pela consultora, é a empresa chinesa Tencent quem registou a maior subida em toda a tabela. A marca de Internet aumentou 97% o seu valor, para 54 mil milhões de dólares (39 mil milhões de euros), o que lhe atribuiu o 14. º lugar na classificação. A marca chinesa ficou acima, por exemplo, do Facebook (21. º lugar), que também subiu a sua cotação em 68% para 36 mil milhões de dólares (26 mil milhões de euros). A Millward Brown destaca as recém-entradas no seu top de marcas como o Twitter, em 2014 na 71. ª posição (14 mil milhões de dólares/10 mil milhões de euros), e do LinkedIn, sete lugares abaixo (12 mil milhões/8, 7 mil milhões de euros). Segundo contas da consultora, as marcas de tecnologia representam 29% do total do valor do ranking. O director da Millward Brown, Nick Cooper, argumenta no site da consultora que no caso do Google a inovação dos produtos da marca explicam o primeiro lugar. “O Google foi bastante inovador no ano passado com o Google Glass, investimentos na inteligência artificial e várias parcerias que levam o seu sistema operativo Android a ser incorporado em outros produtos, como os carros. Toda a sua actividade envia um forte sinal aos consumidores sobre o que é o Google e coincide com o desaceleramento da Apple”. Marcas de retalho e fast-food entre as dez primeirasNa sua nona edição, o ranking da consultora usa a opinião de potenciais e actuais compradores da marca, juntamente com dados financeiros, para calcular as marcas mais valiosas no mercado mundial em áreas como a tecnologia, retalho, alimentação, logística, automóveis, entre outros. A McDonald’s é a marca de fast-food com melhor cotação no ranking, ocupando o quinto lugar entre 100, com um valor estimado de mais de 85 mil milhões de dólares (62 mil milhões de euros). A Amazon é a marca de retalho com melhor classificação (décimo lugar), depois de ter aumentado o seu valor entre 2013 e 2014 em 41% para 64 mil milhões de dólares (46, 7 mil milhões de euros). A Toyota é a marca mais valiosa do mercado automóvel (26. º), a Disney (23. º) lidera no entretenimento, a Louis Vuitton (30. º) é a marca de luxo com mais poder no mercado do sector, no ramo do vestuário destaque para a Nike (34. º) e a Zara (37. º). Quanto aos países de origem das marcas analisadas, houve uma queda entre as economias de rápido crescimento. A China lidera o número de representações, com 11 marcas, a Rússia surge com a Sberbank e a MTS e o continente africano mantém a MTN na lista, a sua única marca. Entre 2013 e 2014, o valor total das 100 marcas no ranking duplicou desde que foi publicado a primeira lista, em 2006. Actualmente, tem um valor de 2, 9 milhões de biliões de dólares (2, 1 milhões de biliões de euros). “Estamos a ver sinais de que a confiança dos consumidores está a regressar e isso tem sido explorado por marcas fortes”, defende o director global da BrandZ. Segundo Peter Walshe, “estas marcas foram sacudidas com o período e recessão que se seguiu a 2008”. “Marcas fortes pegaram nessa mensagem e pensaram arduamente nos seus consumidores e como serem relevantes para eles”, acrescentou, citado pelo Financial Times.
REFERÊNCIAS:
Étnia Africano