Divisões e críticas contra a Igreja Ortodoxa no caso das Pussy Riot
A atitude intransigente da hierarquia ortodoxa russa no caso das Pussy Riot manchou a imagem da Igreja na sociedade e está ser alvo de críticas de muitos fiéis e mesmo de alguns padres, para quem perdoar as três jovens raparigas teria sido um gesto mais conforme aos valores cristãos. (...)

Divisões e críticas contra a Igreja Ortodoxa no caso das Pussy Riot
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 5 | Sentimento -0.2
DATA: 2012-08-15 | Jornal Público
SUMÁRIO: A atitude intransigente da hierarquia ortodoxa russa no caso das Pussy Riot manchou a imagem da Igreja na sociedade e está ser alvo de críticas de muitos fiéis e mesmo de alguns padres, para quem perdoar as três jovens raparigas teria sido um gesto mais conforme aos valores cristãos.
TEXTO: "A hierarquia ortodoxa fez mal em dar tanta importância a este caso e em adoptar uma posição tão rígida. Isso transformou estas mulheres em mártires", disse à AFP Vladimir Oivine, do site Credo. ru, especializado em assuntos religiosos. Em Fevereiro, cinco elementos do colectivo feminino Pussy Riot encenaram uma "oração punk" na Catedral do Cristo Salvador. Acompanhadas por ruidosos guitarristas e com as caras tapadas com passa-montanhas coloridos, pediram aos gritos à Virgem Maria para livrar a Rússia de Putin. Numa actuação que foi filmada e está disponível no You Tube, vê-se as raparigas a ajoelhar-se e a fazer sinais da cruz, e a ruidosa "oração" é entrecortada por uma melodia que se assemelha a um canto religioso. O suficiente para chocar muitos crentes. O patriarca Kirill qualificou a acção de "sacrilégio" e o porta-voz do patriarcado, Vsevolod Tchapline, considerou que as jovens tinham cometido um "crime pior que homicídio" e que deviam ser "punidas". Mais de 70% da população russa declara-se ortodoxa, mas o número de religiosos praticantes anda à volta dos 5 a 7%, segundo várias sondagens. Milhares de fiéis responderam ao apelo do patriarca e juntaram-se numa oração a céu aberto em frente da Catedral, em Abril, para "corrigir o sacrilégio" cometido pelas jovens. "Vergonha"De todos os que participaram na encenação-protesto, só Nadejda Tolokonnikova, 22 anos, Ekaterina Samoutsevitch, 29, e Maria Alekhina, 24, foram presas e acusadas de "hooliganismo" e de "incitamento ao ódio religioso". O julgamento durou duas semanas e acusação pediu três anos de prisão para cada uma. Sexta-feira será lida a sentença. Segundo uma sondagem do centro Levada, 47% dos russos consideram que uma condenação das três Pussy Riot a sete anos de prisão, a máxima prevista na lei para um caso destes, seria plenamente justificada. Mas nem todos os russos pensam assim. "É uma vergonha para a Igreja andar a mandar pessoas para a prisão. A Igreja qualifica a acção delas como sacrilégio mas o verdadeiro sacrilégio é julgá-las em nome de Cristo. A fé cristã é a misericórdia e o amor", escreveu no site Grani-ru um padre de Moscovo, Viatcheslav Vinnikov, de 74 anos, numa crítica aberta ao patriarcado. O professor da Academia de Teologia, o padre Andrei Kouraiev, que é também um dos bloggers ortodoxos mais conhecidos na Rússia, também pediu clemência para as três mulheres, mesmo considerando que a actuação das Pussy Riot na catedral foi uma "coisa execrável". Segundo o jornal Vedomosti, a Igreja Ortodoxa russa está em vias de cometer "o seu erro mais grave desde 1901", quando o escritor Leão Tolstoi foi excomungado. Para vários observadores, o processo das Pussy Riot é um embaraço para a Igreja e para o patriarca, que já foi criticado várias vezes nos últimos meses, nomeadamente por ter apoiado publicamente Vladimir Putin nas eleições presidenciais de Março. Kiril também foi criticado por ter condenado o movimento de contestação que na altura se desenvolveu contra o Kremlin - o e no qual as Pussy Riot se integram -, acentuando o sentimento de muitos russos de que existe demasiada proximidade entre a Igreja e o Estado.
REFERÊNCIAS:
Dois anos de prisão para as Pussy Riot por crime de “hooliganismo" e “incitamento ao ódio religioso”
As três mulheres que integram a banda punk russa Pussy Riot foram condenadas a dois anos de prisão, depois de terem sido consideradas culpadas de “hooliganismo" e “incitamento ao ódio religioso” pela juíza que preside ao tribunal Khamovnitcheski de Moscovo. (...)

Dois anos de prisão para as Pussy Riot por crime de “hooliganismo" e “incitamento ao ódio religioso”
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 5 | Sentimento 0.0
DATA: 2012-08-18 | Jornal Público
SUMÁRIO: As três mulheres que integram a banda punk russa Pussy Riot foram condenadas a dois anos de prisão, depois de terem sido consideradas culpadas de “hooliganismo" e “incitamento ao ódio religioso” pela juíza que preside ao tribunal Khamovnitcheski de Moscovo.
TEXTO: A sentença foi conhecida quase duas horas e meia depois do inícoo da leitura da sentença. A juíza Marina Syrova sublinhou que as acusadas não mostraram qualquer sinal de “arrependimento” e que “violaram seriamente a ordem pública” e “ofenderam os sentimentos religiosos dos crentes”. Nadejda Tolokonnikova, 22 anos, Ekaterina Samoutsevitch, 30, e Maria Alekhina, 24, estão em detenção provisória há cinco meses e começaram a ser julgadas no início de Julho. A pena de prisão já inclui os meses passados em detenção psovisória. As três mulheres foram julgadas depois de terem cantado, no dia 21 de Fevereiro, uma “oração punk” na Catedral do Cristo Salvador em Moscovo, pedindo à Virgem Maria para “correr com Putin” do poder. A acusação pediu três anos de prisão para cada uma delas, mas a defesa argumentou que deveriam ser libertadas porque nunca quiseram ofender a igreja, mas sim encenar um protesto político contra Putin e contra a proximidade da hierarquia religiosa da Rússia com o poder do Kremlin. A pena máxima possível para o crime de hooliganismo é de sete anos de prisão. Um enorme dispositivo de segurança foi montado em redor do tribunal Khamovnitcheski de Moscovo, tendo sido colocadas barreiras de metal a barrar os principais acessos ao edifício, de modo a evitar qualquer ajuntamento de massas, testemunhou um repórter da AFP. Centenas de simpatizantes das Pussy Riot juntaram-se frente ao tribunal onde também juntaram alguns militantes do Partido Liberal-democrata (LDPR, ultra nacionalista) para se manifestarem a favor da Igreja Ortodoxa. Um pouco por todo o mundo realizaram-se ao longo do dia ações de apoio à três mulheres. Ainda antes do início da leitura da sentença, Serguei Oudaltsov, líder da Frente de Esquerda e uma das figuras principais da contestação ao regime do Presidente Vladimir Putin, foi detido pela polícia, juntamente com dois simpatizantes anónimos das Pussy Riot, quando tentava transpor uma das barreiras policiais em frente ao tribunal. O mesmo aconteceu ao antigo campeão de xadrez Gary Kasparov, que é hoje uma das figuras da oposição.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave crime tribunal prisão mulheres
Kasparov detido à porta do julgamento da banda Pussy Riot
O antigo campeão de xadrez Gary Kasparov foi detido, nesta sexta-feira, à porta do tribunal de Moscovo onde estava a ser lida a sentença das três mulheres da banda Pussy Riot. (...)

Kasparov detido à porta do julgamento da banda Pussy Riot
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 5 | Sentimento 0.0
DATA: 2012-08-18 | Jornal Público
SUMÁRIO: O antigo campeão de xadrez Gary Kasparov foi detido, nesta sexta-feira, à porta do tribunal de Moscovo onde estava a ser lida a sentença das três mulheres da banda Pussy Riot.
TEXTO: As três mulheres que integram a banda foram consideras culpadas de “hooliganismo” pela juíza que preside ao tribunal Khamovnitcheski de Moscovo. A pena máxima para este crime é de sete anos de prisão, mas ainda não é conhecida qual a pena que o tribunal vai decretar. Kasparov, que se assume um activista pró-democracia, tem abordado o caso através da sua página no Facebook, criticando o que ele chamou de "hipocrisia ocidental". "Putin e o seu regime criminoso são um problema russo para os russos resolverem, mas a hipocrisia ocidental em relação aos direitos humanos torna-se cansativa quando poderiam tomar medidas em vez de só falarem", escreveu o antigo campeão mundial de xadrez, que chegou ao tribunal, tal como centenas de apoiantes da banda feminina, para ouvir o veredicto. A primeira foto da detenção de Kasparov foi divulgada na própria conta do Facebook de Kasparov, mas entretanto as agências internacionais também puseram em linha fotos que confirmam a detenção. O antigo xadrezista queixa-se de ter sido agredido, mas afirma estar bem de saúde. Nadejda Tolokonnikova, 22 anos, Ekaterina Samoutsevitch, 30, e Maria Alekhina, 24, estão em detenção provisória há cinco meses e começaram a ser julgadas no início de Julho. As três mulheres foram julgadas por “hooliganismo” e por “incitamento ao ódio religioso” depois de terem cantado, no dia 21 de Fevereiro, uma “oração punk” na Catedral do Cristo Salvador em Moscovo, pedindo à Virgem Maria para “correr com Putin” do poder. A acusação pediu três anos de prisão para cada uma delas, mas a defesa argumentou que elas deveriam ser libertadas porque nunca quiseram ofender a igreja, mas sim encenar um protesto político contra Putin e contra a proximidade da hierarquia religiosa da Rússia com o poder do Kremlin. Um enorme dispositivo de segurança foi montada em redor do tribunal Khamovnitcheski de Moscovo, tendo sido colocadas barreiras de metal a barrar os principais acessos ao edifício, de modo a evitar qualquer ajuntamento de massas, testemunhou um repórter da AFP.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave crime direitos humanos tribunal prisão mulheres feminina
Pussy Riot consideradas culpadas de "hooliganismo"
As três mulheres que integram a banda punk russa Pussy Riot foram consideradas culpadas de “hooliganismo” pela juíza que preside ao tribunal Khamovnitcheski de Moscovo. A pena máxima para este crime é de sete anos de prisão, mas ainda não é conhecida qual a pena que o tribunal vai decretar. (...)

Pussy Riot consideradas culpadas de "hooliganismo"
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 5 | Sentimento -0.5
DATA: 2012-08-18 | Jornal Público
SUMÁRIO: As três mulheres que integram a banda punk russa Pussy Riot foram consideradas culpadas de “hooliganismo” pela juíza que preside ao tribunal Khamovnitcheski de Moscovo. A pena máxima para este crime é de sete anos de prisão, mas ainda não é conhecida qual a pena que o tribunal vai decretar.
TEXTO: No inicío da leitura da sentença, a juíza Marina Syrova sublinhou que as acusadas não mostram qualquer sinal de “arrependimento” e que “violaram seriamente a ordem pública” e “ofenderam os sentimentos religiosos dos crentes”. Nadejda Tolokonnikova, 22 anos, Ekaterina Samoutsevitch, 30, e Maria Alekhina, 24, estão em detenção provisória há cinco meses e começaram a ser julgadas no início de Julho. As três mulheres foram julgadas por “hooliganismo” e por “incitamento ao ódio religioso” depois de terem cantado, no dia 21 de Fevereiro, uma “oração punk” na Catedral do Cristo Salvador em Moscovo, pedindo à Virgem Maria para “correr com Putin” do poder. A acusação pediu três anos de prisão para cada uma delas, mas a defesa argumentou que elas deveriam ser libertadas porque nunca quiseram ofender a igreja, mas sim encenar um protesto político contra Putin e contra a proximidade da hierarquia religiosa da Rússia com o poder do Kremlin. Um enorme dispositivo de segurança foi montada em redor do tribunal Khamovnitcheski de Moscovo, tendo sido colocadas barreiras de metal a barrar os principais acessos ao edifício, de modo a evitar qualquer ajuntamento de massas, testemunhou um repórter da AFP. De manhã, uma dezena de simpatizantes das Pussy Riot juntaram-se frente ao tribunal onde também juntaram alguns militantes do Partido Liberal-democrata (LDPR, ultra nacionalista) para se manifestarem a favor da Igreja Ortodoxa. Ainda antes do início da leitura da sentença, Serguei Oudaltsov, líder da Frente de Esquerda e uma das figuras principais da contestação ao regime do Presidente Vladimir Putin, foi detido pela polícia, juntamente com dois simpatizantes anónimos das Pussy Riot, quando tentava transpor uma das barreiras policiais em frente ao tribunal. Vídeo da actuação que justifica este julgamento
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave tribunal prisão mulheres
As Pussy Riot vão coser uniformes militares e dormir em camaratas com mais outras 100 condenadas
Na colónia, as três mulheres vão ter um telefonema por mês e o máximo de nove visitas anuais com bom comportamento. (...)

As Pussy Riot vão coser uniformes militares e dormir em camaratas com mais outras 100 condenadas
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 5 | Sentimento -0.1
DATA: 2012-08-21 | Jornal Público
SUMÁRIO: Na colónia, as três mulheres vão ter um telefonema por mês e o máximo de nove visitas anuais com bom comportamento.
TEXTO: No final dos procedimentos judiciais e não havendo perdão da condenação - que as três membros da banda punk Pussy Riot sentenciadas a dois anos de prisão já deixaram claro que não vão pedir -, Nadejda Tolokonnikova, Maria Alekhina e Ekaterina Samutsevitch serão enviadas para uma colónia penal onde passarão a viver com homicidas e ladras em camaratas que albergam 100 ou mais presas, até à libertação, pelo início de 2014. As três mulheres foram condenadas sexta-feira por "hooliganismo motivado por ódio religioso", devido à performance não autorizada que fizeram em Fevereiro na Catedral de Cristo Salvador, em Moscovo, apelando à Virgem Maria para afastar Vladimir Putin do poder, a duas semanas da sua recondução à presidência, e criticando o aval dado pela Igreja Ortodoxa ao Kremlin. Os advogados das Pussy Riot sugeriram que poderão não recorrer dentro das instâncias jurídicas do país (cujo prazo de recurso termina daqui a uma semana), antes optando por levar o caso ao Tribunal Europeu de Direitos Humanos, mantendo a argumentação de que a performance deve ser reconhecida como um acto de protesto político contra o regime russo. O veredicto e a sentença de prisão têm sido veementemente criticados, dentro e fora da Rússia, e até mesmo no seio do Rússia Unida, o partido no poder e de Putin. Um dos seus líderes, Andrei Isaiev, considerou-o "duro" e lembrou que o Presidente pode ainda tomar uma decisão sobre o caso. Mas as Pussy Riot recusam-se a fazer uma declaração de culpa do crime em que foram condenadas, o que torna legalmente impossível que lhes seja dado um perdão presidencial. Sinais têm sido dados porém, e mesmo da Igreja Ortodoxa russa, que apelou às autoridades para mostrarem "misericórdia" na aplicação da sentença -, gesto lido como uma tentativa de aplacar a fúria pública -, no sentido de que poderá haver uma redução ou amenização das penas. Poucos acreditam ainda assim que as Pussy Riot se livrem de passar algum tempo numa colónia penal de segurança média, a única estrutura para as mulheres no sistema presidiário russo. Direitos mais alargadosFormadas por uma série de edifícios (para a administração prisional, as camaratas das detidas e as zonas de trabalho), estas colónias penais femininas estão rodeadas de muros, arame farpado e torres de vigia, e localizam-se na maior parte dos casos muito próximas de pequenas cidades ou vilas. Não há qualquer garantia de Nadejda Tolokonnikova, de 22 anos, Maria Alekhina, de 24, e Ekaterina Samutsevitch, de 30 - as duas primeiras mães de crianças pequenas, que não vêem desde a sua detenção, há cinco meses - serem transferidas para colónias na região de Moscovo, de onde são oriundas. Podem mesmo ser enviadas para instalações a muitas centenas de quilómetros de distância, para um qualquer dos 46 campos prisionais femininos da Rússia, vendo os contactos com os familiares reduzidos por esta circunstância. A população prisional feminina russa (59 mil mulheres, do total de 727 mil presos no país, segundo dados do website da Administração Prisional russa) goza de direitos de visita mais alargados do que os homens, dada a natureza não excessiva das medidas de segurança. As mulheres integradas nos regimes normais de detenção podem receber três visitas por ano de curta duração (até quatro horas) e quatro de longa duração (até três dias), sendo-lhes nestas permitido que o encontro decorra em local específico do campo, que não as camaratas, com os maridos e pais. A visita de não-familiares depende da autorização expressa da administração prisional. Este número de visitas é aumentado em mais duas visitas anuais de longa duração apenas para as detidas que fazem parte do regime de detenção ligeiro graças a estarem registadas com comportamento exemplar dentro da colónia.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave crime direitos homens humanos campo tribunal prisão mulheres feminina
Há cada vez mais não fumadores com cancro do pulmão
Um estudo francês divulgado na reunião anual da Sociedade Europeia de Patologia Respiratória (ERS) revela que, na última década, o tipo mais comum de cancro de pulmão aumentou nos não fumadores e em mulheres. Resta perceber porquê. (...)

Há cada vez mais não fumadores com cancro do pulmão
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 5 | Sentimento 0.5
DATA: 2012-09-04 | Jornal Público
SUMÁRIO: Um estudo francês divulgado na reunião anual da Sociedade Europeia de Patologia Respiratória (ERS) revela que, na última década, o tipo mais comum de cancro de pulmão aumentou nos não fumadores e em mulheres. Resta perceber porquê.
TEXTO: Uma equipa de especialistas em França analisou, com um intervalo de uma década, mais de 7600 novos casos de cancro do pulmão e apresenta nesta terça-feira os resultados no congresso anual da ERS, que se realiza em Viena. Comparando os dados obtidos em 2000 e em 2010, o que os investigadores encontraram foi um aumento do número de 4 pontos percentuais nos não fumadores e de oito nas mulheres afectadas com cancro de pulmão de não-pequenas células, o tipo mais comum (80 a 90% dos casos) deste cancro. Por outro lado, nota-se também que há mais diagnósticos feitos na fase mais adiantada do cancro. E se há quem aponte para a emissão de gases diesel com um dos possíveis culpados, a verdade é que ninguém sabe dizer por que é que isto está a acontecer. No que se refere aos não fumadores, o aumento do número de casos entre 2000 e 2010, relatado pelos especialistas, é de 7, 9% para 11, 9% do total de pessoas afectada por cancro do pulmão. Mais notório ainda é o caso das mulheres (fumadoras e não fumadoras) com um número que cresceu de 16% para 24, 4%. O comunicado divulgado pela Fundação Europeia do Pulmão sobre este estudo sublinha que no caso das mulheres o aumento se verificou sobretudo entre as que não fumam já que nas doentes fumadoras ou ex-fumadoras as taxas parecem estáveis (64% em 2000 e 66% em 2010). Os resultados mostram ainda que há menos homens com este tipo de cancro e que a taxa de homens que nunca fumaram aumentou na última década. Sobre o diagnóstico, os especialistas indicam que 58% dos casos de cancro são detectados já na fase 4, a mais adiantada da doença. Neste capítulo, sobra mais uma preocupação quando se comparam os valores encontrados em 2000 e em 2010, notando-se um aumento de 15 pontos percentuais. Porém, os investigadores acreditam que este resultado pode estar relacionado com uma nova forma de classificar as diferentes fases da doença. E sobre as razões que explicam estes novos números? Os especialistas não arriscam uma resposta, sublinhando que é preciso estudar este fenómeno. Citado no comunicado, Chrystele Locher, principal autor do estudo, nota que “recentemente, a Organização Mundial de Saúde classificou os gases diesel como carcinogénicos, mas é preciso investigar mais para perceber quais são os outros factores que estão a fazer com que o cancro de pulmão aumente entre os não fumadores”. O especialista aproveita ainda para sugerir a preparação de campanhas antitabágicas dirigidas especialmente às mulheres, já que neste grupo não houve uma evolução positiva na última década.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave homens doença estudo mulheres
O misterioso homicídio de Annecy: um crime ‘particularmente horrível’ e ‘fora do normal’
O que aconteceu na quarta-feira em Annecy, nos Alpes franceses, tem tanto de macabro quanto de misterioso. Para já conhecem-se poucos detalhes da história do homicídio dos britânicos, um homem e duas mulheres, que passavam com duas crianças férias num parque de campismo na região, e de um ciclista local (que ao que tudo indica terá apenas estado no local errado à hora errada). Mas perante o cenário encontrado, o procurador Eric Maillaud não tem dúvidas: “O que é certo é que eles quiseram matar.” Com vídeo (...)

O misterioso homicídio de Annecy: um crime ‘particularmente horrível’ e ‘fora do normal’
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 5 | Sentimento -0.41
DATA: 2012-09-07 | Jornal Público
SUMÁRIO: O que aconteceu na quarta-feira em Annecy, nos Alpes franceses, tem tanto de macabro quanto de misterioso. Para já conhecem-se poucos detalhes da história do homicídio dos britânicos, um homem e duas mulheres, que passavam com duas crianças férias num parque de campismo na região, e de um ciclista local (que ao que tudo indica terá apenas estado no local errado à hora errada). Mas perante o cenário encontrado, o procurador Eric Maillaud não tem dúvidas: “O que é certo é que eles quiseram matar.” Com vídeo
TEXTO: Quiseram matar porque as vítimas tinham, cada uma, uma bala na cabeça, excepto uma das mulheres. Acredita-se que se trate de uma família dos subúrbios de Londres. Ao lado do BMW com matrícula britânica foi encontrada uma menina de sete ou oito anos, que se supõe filha de uma das mulheres, ainda com vida, mas com sinais de ter sido “violentamente atacada”: vários traumatismos cranianos, uma bala num ombro. Um crime “particularmente horrível” e “fora do normal”, uma “selvajaria”, descreveria Maillaud, na conferência de imprensa em que deu as explicações possíveis para o crime nos Alpes. O diário francês Le Monde descreveu o crime como um massacre. Uma criança entre os corposTinham já passado oito horas quando os investigadores puderam começar a abrir o carro, para retirar os cadáveres. Descobriram uma menina de quatro anos, que ninguém tinha visto porque não se tinha mexido, escondida aos pés das duas mulheres, que serão a mãe e a avó. “Aterrorizada, imóvel, no meio dos corpos. ”Quando a retiraram do carro sorriu. Contou que ouviu barulho e gritos e que teve medo, mas mais nada. Depois perguntou pela família. Foi internada num serviço de psiquiatria infantil. A polícia disse que irá interrogar “delicadamente” as duas meninas, as únicas testemunhas do crime, e já reconheceu que falhou ao não ter conseguido encontrá-la mais cedo. A mais velha, gravemente ferida, já não corre perigo de vida, mas continua em coma induzido, no hospital de Grenoble, para uma nova operação. Como se estes ingredientes não bastassem, foi um ciclista britânico, um ex-RAF (força aérea britânica), com uma propriedade nas proximidades, que descobriu os mortos. Colocou a criança em posição lateral de segurança antes de chamar os bombeiros. Terá sido isso que lhe salvou a vida. Depois avançou, contornou o BMW e viu um homem morto ao volante, mais duas mulheres no bando de trás. E o ciclista francês, um homem de 40 anos com três filhos. O mesmo que antes tinha passado por ele, em passeio de bicicleta. No local foram recolhidas 15 provas, incluindo uma arma automática. Segundo a imprensa francesa, o automóvel está registado em nome Saad al-Hilli, um homem de 50 anos nascido em Bagdad, a viver no Reino Unido há dez anos. O mais provável é que seja ele o homem ao volante, até porque o seu passaporte estava no parque de campismo. Para já, Maillaud não confirma a identidade do homem. No automóvel foram encontrados outros passaportes, um iraquiano e um sueco. As autoridades de Estocolmo já confirmaram que uma das mulheres, a mais velha, tem nacionalidade sueca. Ainda assim estão à espera de confirmação da polícia francesa. Enquanto não são conhecidos os resultados dos testes de ADN, já há polícia à porta da casa de Saad al-Hilli, em Esher, a 30 quilómetros de Londres.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave crime filha homem criança medo mulheres morto infantil
Abu Hamza vai ser extraditado do Reino Unido para os EUA
A decisão já tinha sido tomada pelo Tribunal Europeu dos Direitos Humanos em Abril, mas Abu Hamza, acusado de terrorismo, recorreu. Agora que perdeu o último recurso, ficou a saber que está mesmo a semanas de ir para uma prisão de alta segurança nos EUA. As administrações norte-americana e britânica aplaudem o desfecho, mas a rainha Isabel II não ficou contente. (...)

Abu Hamza vai ser extraditado do Reino Unido para os EUA
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 5 | Sentimento 0.0
DATA: 2012-09-25 | Jornal Público
SUMÁRIO: A decisão já tinha sido tomada pelo Tribunal Europeu dos Direitos Humanos em Abril, mas Abu Hamza, acusado de terrorismo, recorreu. Agora que perdeu o último recurso, ficou a saber que está mesmo a semanas de ir para uma prisão de alta segurança nos EUA. As administrações norte-americana e britânica aplaudem o desfecho, mas a rainha Isabel II não ficou contente.
TEXTO: Abu Hamza já sabia que iria ficar preso o resto da sua vida. A pergunta do milhão de dólares (ou libras) era se seria nos EUA ou no Reino Unido. O egípcio de 54 anos, que terá perdido um olho e a mão direita a combater as tropas soviéticas no Afeganistão, é alvo de uma extensa lista de acusações, num total de 11 crimes. Terá tentado estabelecer um campo de treino para terroristas no estado do Oregon, nos EUA, incitado à jihad no Afeganistão em 2001 e ajudado os taliban. É também acusado de ter feito parte do rapto de 16 reféns estrangeiros (12 ingleses, dois americanos e dois australianos) no Iémen em 1998, que resultou na morte de 4 reféns. A defesa de Hamza e de outros cinco acusados (que são igualmente acusados de terrorismo, embora não ao mesmo nível do que Hamza) argumentou que estes não teriam um tratamento humano numa prisão de segurança máxima nos EUA. De acordo com o veredicto lançado em Abril, cinco juízes do Tribunal Europeu dos Direitos do Homem, em Estrasburgo, rejeitaram os argumentos da defesa. Hamza, nascido no Egipto mas a viver em Londres, onde era imã na mesquita de Fensbury Park, foi preso em 2004 pelas autoridades britânicas após solicitação norte-americana. A extradição para os EUA estava encaminhada, até que nova acusação foi feita, desta vez por actos cometidos em solo britânico: enquanto imã, Hamza terá feito discursos que incitavam à violência, defendendo a sharia (lei islâmica) e que galvanizavam o sentimento anti-britânico dos fiéis que frequentavam a sua mesquita. Rainha contra a extradiçãoAs administrações norte-americanas e britânicas têm colaborado no caso do pedido de extradição de Hamza desde o início, pelo que o Governo de David Cameron não irá colocar nenhuns entraves ao desfecho deste episódio. Quem não terá gostado do resultado foi a rainha Isabel II, que desde o início deste caso terá tentado conseguir que Hamza fosse preso no Reino Unido. Isabel II partilhou a sua opinião com o editor de assuntos de segurança interna da BBC, Frank Gardner, que relata que a rainha acredita que uma vez que o egípcio apelou a homicídios e ao ódio racial em território britânico, então é no Reino Unido que ele deveria ser preso. Entretanto a BBC emitiu um pedido desculpas à casa real por ter revelado a opinião da rainha neste caso. O protocolo real indica que as conversas tidas com a rainha em privado são tidas em off the record, ainda mais quando a própria expressa a sua opinião em assuntos de interesse nacional. Hamza emigrou para o Reino Unido em meados dos anos 80, onde casou com uma mulher inglesa e foi porteiro numa discoteca no bairro londrino do Soho. Foi ainda nos anos 80, e já em Londres, que começou a fazer interpretações radicais do Corão, conforme relata o jornal britânico The Guardian. Divorciou-se da mulher britânica e voltou ao Egipto em 1990, onde se tornou imã. As viagens que fez para o Paquistão e Afeganistão ajudaram a extremar as suas posições. Esteve nos EUA entre 2000 e 2001, período em que é acusado de tentar estabelecer um campo de treino para terroristas no estado do Oregon, na costa Oeste dos EUA. Aquando dos atentados de 11 de Setembro, Hamza terá dito que naquele momento muitas pessoas iriam ficar felizes” e a “saltar de alegria". Depois de sair dos EUA voltou para Londres, onde se tornou imã da mesquita de Fensbury Park, que os serviços secretos britânicos viriam a classificar como um ninho de radicalismo islâmico em pleno solo britânico. Mesquita reabilitada
REFERÊNCIAS:
Entidades EUA
Mulher violada na Tunísia acusada de atentado ao pudor
Foi na noite de 3 de Setembro. Uma mulher estava com o noivo dentro do carro, em Tunes, quando chegaram três polícias que o algemaram a ele e a violaram a ela. Num país em que muitas mulheres não ousam fazê-lo, ela encheu-se de coragem e apresentou queixa. Os agentes foram detidos e esta semana a mulher foi chamada a tribunal. Não enquanto vítima, para sua surpresa. Também ela é acusada. (...)

Mulher violada na Tunísia acusada de atentado ao pudor
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 5 | Sentimento 0.0
DATA: 2012-09-28 | Jornal Público
SUMÁRIO: Foi na noite de 3 de Setembro. Uma mulher estava com o noivo dentro do carro, em Tunes, quando chegaram três polícias que o algemaram a ele e a violaram a ela. Num país em que muitas mulheres não ousam fazê-lo, ela encheu-se de coragem e apresentou queixa. Os agentes foram detidos e esta semana a mulher foi chamada a tribunal. Não enquanto vítima, para sua surpresa. Também ela é acusada.
TEXTO: O julgamento começa na terça-feira e ela, que mantém o seu nome incógnito, e o noivo arriscam-se a uma pena de seis meses de prisão por atentado ao pudor. Isto porque, na versão do Ministério do Interior, o casal foi surpreendido pelos polícias numa "posição imoral". Numa entrevista sob anonimato ao jornal tunisino Al-Chourouk, a mulher garantiu que "estava vestida". E estava cada um no seu banco, acrescentou ele. A televisão France 24 conversou ao telefone com o noivo, um engenheiro informático de 26 anos - ela tem 27 anos e um mestrado em Gestão. Também sem dar o seu nome, contou que os polícias lhe pediram 300 dinares (150 euros), que não tinha. Levaram-lhe 40 (20 euros). Depois, enquanto um deles o segurava, algemado, os outros dois levaram a namorada e violaram-na. "No fim de contas, esta mulher foi violada três vezes: quando foi detida no carro, que é um espaço privado, quando os polícias a atacaram e quando a Justiça fez dela uma acusada", resumiu Zeyneb Farhat, da Associação Tunisina das Mulheres Democratas, à France 24. Para o noivo, esta acusação não passa de uma forma de pressão para que "ela retire a queixa contra os polícias". A história desta mulher vai marcar a da Tunísia por duas razões, sublinha Faiza Skandrani, da organização Igualdade e Paridade, ouvida pela Al-Jazira. Esta é a primeira vez que uma mulher alegadamente violada por polícias leva o caso às últimas consequências. Mas é também a primeira vez que as autoridades tunisinas tentam envergonhar publicamente uma mulher por apresentar queixa de uma violação. "Ouvi falar de casos destes no Paquistão, mas na Tunísia isto é inédito", disse ainda Skandrani. "A seguir vão estar a acusá-la de prostituição. " Mulheres perdem direitosAssociações de feministas têm-se queixado repetidas vezes da actuação dos polícias com as mulheres desde que os islamistas moderados do Ennahda chegaram ao poder. Perseguidos durante a ditadura, venceram as primeiras eleições livres do pós-Ben Ali, em Outubro de 2011. Desde então, a Tunísia assiste a um braço-de-ferro entre islamistas e laicos, entre os que tentam impor a sua interpretação do islão a toda a sociedade e aqueles que lutam para não perder os direitos que foram ganhando ao longo das últimas décadas. Vários tunisinos que o PÚBLICO tem contactado ao longo dos últimos meses descrevem um país diferente daquele que conheciam dos tempos da ditadura: as mulheres passaram a ser assediadas pela roupa que vestem, nas repartições públicas já se vêem filas separadas para homens e mulheres. E a primeira versão da nova Constituição, que deveria estar pronta no próximo mês, foi espelho disso mesmo: a mulher não é igual ao homem, como até aqui. É-lhe antes "complementar". De todo o lado chegaram críticas ao documento, visto como um grande retrocesso para as tunisinas, que, graças ao Código do Estatuto Pessoal, promulgado há 50 anos por Habib Bourguiba, o primeiro Presidente da Tunísia independente, tinham o estatuto mais avançado entre todas as mulheres do mundo árabe.
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É melhor pensar duas vezes antes de carregar no botão de retweet
Milhares de utilizadores do Twitter poderão vir a responder em tribunal por difamação no caso que envolveu o político britânico Alistair McAlpine num caso de abuso sexual de menores. (...)

É melhor pensar duas vezes antes de carregar no botão de retweet
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 5 | Sentimento 0.5
DATA: 2012-11-24 | Jornal Público
SUMÁRIO: Milhares de utilizadores do Twitter poderão vir a responder em tribunal por difamação no caso que envolveu o político britânico Alistair McAlpine num caso de abuso sexual de menores.
TEXTO: Se o político conservador britânico Alistair McAlpine tivesse uma conta no Twitter, esta poderia ser uma das suas mais recentes mensagens: "Antes de escrever ou partilhar um tweet, pense dois segundos. " Pelo menos é esta a ideia que fica depois de McAlpine ter avançado com um processo judicial contra milhares de pessoas cujas mensagens no Twitter relacionaram o seu nome com um escândalo de abuso sexual de menores no Reino Unido investigado em finais da década de 1990. O caso começou com a transmissão de uma reportagem do programa Newsnight, da BBC2, no início do mês. Apesar de o antigo tesoureiro do Partido Conservador na era Thatcher não ter sido identificado no programa da estação britânica, a associação tornou-se evidente para muitos – o nome McAlpine fora denunciado às autoridades em 1997 por Steve Messham, a mesma vítima de abusos sexuais que contou aos jornalistas do programa Newsnight que o abusador foi uma destacada figura do Partido Conservador durante a governação de Margaret Thatcher. O primeiro problema é que no processo de 1997 Steve Messham nunca foi além de um único nome: McAlpine; o segundo problema é que havia pelo menos dois outros familiares de McAlpine na área onde foram cometidos os abusos, cujos nomes constam do processo de 1997; e o terceiro problema é que milhares de britânicos juntaram dois mais dois após a transmissão do programa da BBC e a conta final não deu quatro. Depois de uma investigação do jornal The Guardian, que apontou as falhas no trabalho do programa Newsnight, Alistair McAlpine afirmou que as alegações são "completamente falsas e difamatórias" e a BBC pediu desculpas e concordou em pagar quase 230 mil euros ao político conservador. Por essa altura, já o Twitter tinha sido inundado de mensagens que ligavam Alistair McAlpine ao escândalo de abusos sexuais no Reino Unido. Para além de milhares de cidadãos comuns, vários nomes conhecidos no país apanharam boleia da onda de especulações, como o escritor e colunista do The Guardian George Monboit – que apagou os tweets comprometedores e, mais tarde, pediu desculpas públicas a McAlpine – e Sally Bercow, mulher do speaker da Câmara dos Comuns, John Bercow. O primeiro indício de que Alistair McAlpine iria avançar para os tribunais surgiu logo no texto em que afirmou estar a ser vítima de difamação, divulgado no dia 9 de Novembro: "Termino lembrando a todos os que me difamaram ou que tiveram a intenção de o fazer que com esta declaração não estou a abdicar do meu direito de obter uma compensação legal e reafirmo os meus direitos de tomar todas as medidas que eu e os meus advogados considerarmos necessárias para proteger os meus interesses. "Duas semanas depois, os advogados de McAlpine começaram a bater à porta dos correios electrónicos de milhares de utilizadores do Twitter. Num texto publicado no site do escritório de advogados RMPI, lê-se que o político britânico abriu um processo contra "as falsas alegações feitas recentemente sobre ele nas redes sociais e nos media tradicionais". E são tantos os alvos que McAlpine decidiu dividir os utilizadores do Twitter em dois grupos: os que têm até 500 seguidores podem preencher um formulário e enviar um pedido de desculpas, ficando depois a aguardar para saberem o valor que terão de pagar à instituição de caridade Children in Need, da BBC; e os utilizadores do Twitter mais populares poderão ter a vida mais dificultada. "Pode preencher o formulário, se o seu número de seguidores ultrapassar os 500, mas nesta fase ainda não decidimos qual será a nossa abordagem", lê-se no site do escritório de advogados. A advogada Ruth Collard, da empresa londrina Carter-Ruck, explicou ao site Bloomberg BusineesWeek por que é que o processo de McAlpine contra os utilizadores do Twitter – e não contra o Twitter – pode representar um momento de viragem no discurso nas redes sociais: "No Twitter, e na generalidade da Internet, as pessoas pensam que a realidade é diferente da de um jornal, de um livro ou de uma revista, mas os autores têm sempre de assumir as suas responsabilidades. Dizer que não se sabia [das consequências] não serve de desculpa. "Este não será o primeiro processo contra utilizadores do Twitter no Reino Unido, mas até hoje só um caso chegou a tribunal, e não foi por difamação. Em Novembro de 2010, o cidadão britânico Paul Chambers foi condenado a pagar uma multa por ter escrito no Twitter que iria fazer explodir o Aeroporto Robin Hood, em Doncaster, se a pista não estivesse sem neve, quando fosse visitar a sua namorada. Ao fim de uma condenação e de três recursos, o Supremo Tribunal de Londres decidiu em Julho deste ano ilibar Chambers da acusação de “publicar uma mensagem electrónica de carácter ameaçador, contrária à Lei das Comunicações de 2003”.
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