Certas bactérias aumentam quatro vezes o risco de contrair o VIH
Estudo envolveu 236 mulheres de uma região da África do Sul e revela que algumas bactérias que existem na vagina aumentam a inflamação e “ajudam” o vírus da sida a infectar as células. Descoberta pode contribuir para novas estratégias preventivas. (...)

Certas bactérias aumentam quatro vezes o risco de contrair o VIH
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 2 Mulheres Pontuação: 5 | Sentimento 0.214
DATA: 2018-12-12 | Jornal Público
URL: https://arquivo.pt/wayback/20181212192603/https://www.publico.pt/n1757914
SUMÁRIO: Estudo envolveu 236 mulheres de uma região da África do Sul e revela que algumas bactérias que existem na vagina aumentam a inflamação e “ajudam” o vírus da sida a infectar as células. Descoberta pode contribuir para novas estratégias preventivas.
TEXTO: Uma equipa de investigadores norte-americanos acompanhou 236 mulheres infectadas com VIH da cidade de Umlazi, na África do Sul, durante 336 dias e concluiu que há comunidades de bactérias na flora vaginal que estão associadas a um risco quatro vezes superior de infecção pelo vírus da sida. As bactérias identificadas pelos cientistas são comuns nas mulheres sul-africanas saudáveis e diferem do tipo dominante da população bacteriana encontrada nas mulheres de países desenvolvidos. O trabalho abre portas para novas estratégias de prevenção. A comunidade bacteriana (microbioma) mais comum no tracto genital de mulheres sul-africanas é (agora) considerada de alto risco para a infecção pelo VIH. No artigo científico publicado esta terça-feira na revista Immunity, uma equipa de investigadores nos EUA não só associa este tipo de flora vaginal a um maior risco de contrair o VIH mas também a um aumento da inflamação e da quantidade de linfócitos T CD4 que são o principal alvo do vírus da sida. “Foi demonstrado que um número mais elevado de células-alvo do VIH no local inicial de exposição aumenta o risco de infecção e, portanto, é um provável mecanismo biológico para o aumento observado no risco de VIH”, diz Douglas Kwon, do Instituto Ragon do Hospital Geral do Massachusetts e um dos autores do artigo, num comunicado sobre esta investigação. O estudo envolveu mulheres com idades entre os 18 e 23 anos e com teste negativo para o VIH, que participaram num programa de redução da pobreza em Umlazi, uma cidade da província de KwaZulu-Natal, com elevadas taxas de infecção. Segundo dados de 2016 divulgados pelo Programa das Nações Unidas para a Sida (UNAids), a prevalência de VIH na África do Sul está nos 19, 2% mas em KwaZulu-Natal atinge uns impressionantes 40% (em Portugal é de cerca de 0, 6%). Usando métodos avançados para a sequência do microbioma vaginal, os cientistas perceberam que mais de 60% das mulheres tinham comunidades bacterianas vaginais diversificadas (Prevotella, Sneathia, Gardnerella, Shuttleworthia, Megasphaera), enquanto uma minoria (menos de 10%) tinha o tipo dominante Lactobacillus, que é encontrada em 90% das mulheres brancas saudáveis nos países desenvolvidos. Depois de agrupar as amostras em quatro tipos de flora vaginal, concluíram ainda que dois desses tipos eram caracterizados por populações bacterianas diversas e com baixo índice de Lactobacillus. Apesar da intensa campanha de prevenção feita por estes especialistas, durante o estudo com a duração de cerca de um ano 31 mulheres foram infectadas com VIH. Confrontaram ainda os dados obtidos com as taxas de infecção pelo vírus durante o ano seguinte e encontraram uma incidência quatro vezes maior de VIH nas mulheres com comunidades bacterianas diversas, em comparação com a minoria das mulheres do estudo com microbiomas dominados por Lactobacillus. Especificamente, os cientistas identificaram as bactérias Prevotella e Sneathia como as que mais “favoreceram” a infecção do vírus. “Estamos muito entusiasmados com estas descobertas. Usámos abordagens moleculares modernas para caracterizar o microbioma vaginal e ligar bactérias específicas ao risco de aquisição de VIH em mulheres jovens que vivem na África subsariana, onde o VIH está mais instalado”, sublinha Christina Gosmann, investigadora do Instituto Ragon e outra das autoras do artigo. Antes deste estudo, Douglas Kwon já tinha demonstrado que certas infecções sexualmente transmissíveis, como a clamídia, aumentavam a inflamação e o risco de contrair o VIH. Num outro artigo publicado na Immunity em 2015, o cientista revelou que certas bactérias presentes em mulheres sul-africanas instigavam a inflamação genital. O trabalho agora publicado dá um passo em frente e associa os microbiomas predominantes nesta região a um aumento significativo de infecção pelo VIH. Não existe (ainda) uma explicação para as diferenças na flora vaginal entre as mulheres subsarianas e as dos países desenvolvidos. A genética pode explicar uma parte da história e, talvez, as variáveis ambientais, como o comportamento sexual, métodos contraceptivos usados, hábitos de higiene ou até a dieta, expliquem o resto. No entanto, para já, os cientistas não conseguiram identificar qualquer associação comportamental ou ambiental. O trabalho envolveu ainda experiências com ratinhos que comprovaram estes resultados, mostrando que a introdução destas bactérias vaginais faz aumentar o número de linfócitos T CD4, o principal alvo do VIH. “Estas descobertas demonstram a importância de considerar o microbioma genital no desenvolvimento de novas estratégias para reduzir a infecção do VIH em mulheres que vivem na África subsariana”, refere Christina Gosmann no comunicado sobre o estudo. “Ao identificar comunidades bacterianas e espécies bacterianas associadas ao risco de VIH, podemos fornecer alvos específicos para o desenvolvimento de novas estratégias preventivas e melhorar a eficácia das medidas existentes. ”Nesta investigação, é também identificado um novo mecanismo que pode ajudar a fazer com que a flora vaginal destas mulheres seja dominada pela comunidade de bactérias considerada “saudável” (a Lactobacillus). Reduzindo a inflamação vaginal que estes microbiomas diversos promovem, será também reduzido o risco de ficar infectado pelo VIH. Porém, os cientistas notam que a mudança do microbioma que se exige é ainda difícil de fazer. Mesmo com uma redução da carga microbiana conseguida com antibióticos, experiências anteriores (nomeadamente em estudos de transplantes do microbioma fecal) mostram que as populações de bactérias acabam por regressar ao lugar de origem. Aliás, Douglas Kwon defende não só é preciso fazer mais investigação no campo da alteração de microbiomas mas também será importante olhar para outras comunidades bacterianas existentes noutras partes do organismo e que podem também ter um papel na vulnerabilidade dos indivíduos ao VIH. Mas, além das possíveis implicações no combate ao VIH, Douglas Kwon acredita que as diferenças nas populações de bactérias vaginais também podem ajudar em áreas como a medicina materno-infantil, uma vez que estes organismos aumentam o risco de inflamação e, por isso, podem causar problemas reprodutivos, como partos prematuros e outras complicações na gravidez. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público.
REFERÊNCIAS:
Entidades EUA
Semenya acusa IAAF de "matar" novas gerações
Dupla campeã olímpica de 800 metros critica regras sobre testosterona nas mulheres. (...)

Semenya acusa IAAF de "matar" novas gerações
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 2 Mulheres Pontuação: 5 | Sentimento 0.136
DATA: 2018-12-06 | Jornal Público
SUMÁRIO: Dupla campeã olímpica de 800 metros critica regras sobre testosterona nas mulheres.
TEXTO: A sul-africana Caster Semenya, dupla campeã olímpica de 800 metros, manifestou-se contra as novas regras da IAAF sobre testosterona nas mulheres, afirmando que estão "a matar" as novas gerações. Falando num fórum sobre liderança, realizado em Jonesburgo, Semenya enfatizou que a posição de recusa é tomada em nome das gerações futuras: "Isto não é sobre mim, consegui tudo o que queria em vida. Se permito que isto continue, o que acontecerá com a próxima geração? Estão a matá-la. Que se passa com essas jovens que querem correr e se calhar estão na mesma situação que eu?". "Alguém tem de fazer alguma coisa. . . já chega, há muito que se deixa esta gente a mandar", disse a atleta, em declarações ao portal News24. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. Há duas semanas, a Associação Internacional de Federações de Atletismo (IAAF) anunciou que adiava para Março de 2019 a entrada em vigor das novas regras sobre testosterona nas mulheres, que deveriam vigorar a partir desta quinta-feira, depois de um recurso de Semenya e da federação sul-africana de atletismo para o Tribunal Arbitral do Desporto. As novas regras exigem às atletas com hiperandrogenismo que mantenham os níveis de testosterona abaixo do 5 nanomoles por litro de sangue durante seis meses antes de competirem nas chamadas “provas restringidas” internacionais (de 400 metros até à milha). Até agora, o nível de referência está nos 10 nanomoles por litro de sangue. Segundo estudos da IAAF, os valores mais altos levam a um aumento de 4, 4% na massa muscular, 12 a 16% na força e 7, 8% na hemoglobina. Caster Semenya é a atleta mais conhecida com hiperandrogenismo.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave tribunal mulheres
Quem manda na capa de Setembro da Vogue é Beyoncé
A cantora de 36 anos é a protagonista daquela que é considerada a mais importante edição do ano da revista porque marca a rentrée. (...)

Quem manda na capa de Setembro da Vogue é Beyoncé
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 2 Mulheres Pontuação: 5 | Sentimento 0.0
DATA: 2018-08-06 | Jornal Público
SUMÁRIO: A cantora de 36 anos é a protagonista daquela que é considerada a mais importante edição do ano da revista porque marca a rentrée.
TEXTO: Beyoncé será, pela quarta vez, capa da Vogue. Desta vez, da edição de Setembro, de acordo com o New York Post. A editora da revista norte-americana, Anna Wintour cedeu o controlo artístico à cantora de 36 anos, que escolheu o jovem fotógrafo Tyler Mitchell para a missão. Pela primeira vez na história de 126 anos da Vogue a fotografia de capa é feita por profissional de origem africana. Segundo duas fontes referidas pelo HuffPost, o acordo entre a publicação e Beyoncé garante à cantora a liberdade de tomar decisões relativamente à capa, às fotografias dessa produção e às legendas que as acompanham – que a própria terá escrito num formato longo. Beyoncé não deu uma entrevista à revista, tal como já tinha acontecido em 2015, a última vez que apareceu na capa. A cantora tinha sido também capa em 2009 e 2013. "A razão pela qual o profissional de 23 anos está a fotografar Beyoncé para a capa da Vogue é que Beyoncé usou o seu poder e e influência para lhe conseguir esse trabalho", conta ainda uma outra fonte ao HuffPost. Com base em Brooklyn, Tyler Mitchell começou a carreira a retratar a cultura jovem, moda e música de Atlanta (cidade onde nasceu) e Nova Iorque. Já trabalhou com publicações como a Teen Vogue, i-D e a própria Vogue americana e para marcas como Marc Jacobs, Givenchy e Nike, de acordo com o site do próprio. O perfil de Tyler Mitchell está longe daquele que a Vogue costuma escolher para tratar as suas produções de capa, optando normalmente por nomes consagrados da indústria, como Patrick Demarchelier, Annie Leibovitz e Steven Meisel. Terry Richardson, Mario Testino e Bruce Weber também foram durante muitos anos alguns dos fotógrafos de eleição da revista, mas o grupo Condé Nast (que além da Vogue tem outras publicações como a VanityFair e a GQ) deixou de trabalhar com estes, devido às várias alegações de assédio sexual feitas contra os mesmos. No caso de Richardson, a decisão veio mais cedo, em Outubro de 2017 – no seguimento do movimento #MeToo – e os outros dois foram afastados apenas no início deste ano. A edição de Setembro da Vogue é considerada a mais importante do ano – marcando a rentrée do mundo da moda – e até já deu o mote para um documentário lançado em 2009, sobre a forma como é organizada, The September Issue. No ano passado, marcou o 125. º aniversário da revista, com a actriz Jennifer Lawrence em quatro capas, feitas por quatro fotógrafos, Annie Leibowitz, Bruce Weber e a dupla Inez e Vinoodh. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. A homónima britânica escolheu para a capa de Setembro outra das mais influentes cantoras do momento, Rihanna. "No que toca àquela mistura potente de moda e celebridade, ninguém o faz como Rihanna", comenta o director da revista, Edward Enninful, no editorial. "Independentemente de quão haute é o styling ou experimental o tom, nunca se perde nas imagens. É sempre a Rihanna", acrescenta. O facto de Anna Wintour ter passado para as mãos de Beyoncé a capa da edição de Setembro, veio reacender os rumores já com vários anos – e que nos últimos meses atingiram um pico – de que conhecida e influente directora não ficará muito mais tempo à frente da revista que comanda há três décadas. A Condé Nast, da qual Wintour é também directora artística desde 2013, já veio desmentir os rumores. Anna Wintour “é parte integrante do futuro e da mudança da nossa empresa e concordou em trabalhar connosco indefinidamente no seu cargo de directora e directora artística da Condé Nast”, declarou Bob Sauerberg, presidente-executivo do grupo, em comunicado, publicado no Twitter.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave cultura sexual cantora assédio
O apartheid israelita
A igualdade de direitos prevista em 1948, na fundação do Estado de Israel, morreu. Em seu lugar nasce a discriminação institucionalizada que vai oficializar o terrorismo de Estado. (...)

O apartheid israelita
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 2 Mulheres Pontuação: 5 | Sentimento 0.0
DATA: 2019-03-14 | Jornal Público
SUMÁRIO: A igualdade de direitos prevista em 1948, na fundação do Estado de Israel, morreu. Em seu lugar nasce a discriminação institucionalizada que vai oficializar o terrorismo de Estado.
TEXTO: Graças à lei que define o Estado israelita para os judeus e lhes dá o direito exclusivo à autodeterminação, é imperativo reconhecer que Israel tem hoje uma política racista oficial. A impressionante e muito respeitável história do país fica manchada com esta lei que os extremistas do Likud que ocupam o Governo fizeram questão de aprovar. Não é nada que fuja à deriva fundamentalista dos últimos anos: o que Netanyahu está a fazer ao Estado de Israel demorará décadas a reverter. É particularmente triste que isto aconteça num Estado que representa uma cultura tão fascinante e merecedora de respeito. É um paradoxo difícil de explicar e revela uma estranha insegurança vinda de um país que sempre fez gáudio em se afirmar como uma democracia rodeada de ditaduras e autocracias religiosas. Isso agora acabou. Com esta lei infeliz, Israel não se vai distinguir no essencial da cultura de Estado do Irão. Ser um Estado religioso implica dar primazia à interpretação divina dominante e não ao modelo social, subjugando o cidadão ao crente e desvalorizando a democracia em função da lei religiosa. Claro que a tradição democrática ainda impera no país e as instituições funcionam. Mas agora terão de se sujeitar gradualmente ao primado do divino, subvertendo o racionalismo que é ele também fruto da herança intelectual judaica. A democracia passará a ser uma formalidade e a discriminação será política oficial. Tudo isto é fruto da mudança populacional proporcionada pelo aumento dos ultra-ortodoxos — porque estes reduzem a mulher à condição de mãe e acabam por gerar muito mais crianças do que as famílias seculares. Com isto, a extrema-direita tem vindo a ganhar destaque e políticos como o execrável Lieberman, ministro da Defesa, têm hoje um protagonismo impensável há apenas duas décadas. A primeira consequência é a institucionalização do apartheid que vai começar a perseguir árabes e cristãos. Mas esse é apenas o primeiro passo de um crescente fundamentalismo que não vai ficar por aqui: daqui a pouco vai começar a virar-se contra as mulheres e contra as minorias sexuais, reprimindo quem não se conformar ao modelo religioso cada vez mais intolerante. E irá provocar que o laicismo cultural esteja cada vez mais longe das fronteiras israelitas, espalhado nas vibrantes e diversas diásporas judaicas espalhadas pelo mundo. Serão essas a demonstrar a vitalidade da cultura judaica, ficando Israel como mais um triste exemplo de uma deriva nacionalista e populista que nunca acabou bem.
REFERÊNCIAS:
Étnia Árabes
O "Clube 27" ganhou mais um membro
Vinte e sete anos. Muitos dos grandes mitos musicais do século passado morreram com esta idade. Amy Winehouse, uma cantora cujo enorme talento acompanhava uma vida de excessos, é mais um membro deste "Clube 27". (...)

O "Clube 27" ganhou mais um membro
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 2 Mulheres Pontuação: 5 | Sentimento 0.0
DATA: 2011-07-24 | Jornal Público
SUMÁRIO: Vinte e sete anos. Muitos dos grandes mitos musicais do século passado morreram com esta idade. Amy Winehouse, uma cantora cujo enorme talento acompanhava uma vida de excessos, é mais um membro deste "Clube 27".
TEXTO: Eis alguns dos músicos que, tal como Amy, morreram aos 27 anos, no auge do talento musical:Brian Jones: Foi expulso dos Rolling Stones por Mick Jagger e Keith Richards. Era viciado em drogas e tinha problemas com a justiça. O guitarrista britânico foi descoberto morto na piscina na madrugada de 2 para 3 de Julho de 1969. As investigações à sua morte concluíram ter-se tratado de uma morte acidental, sob a influência das drogas e do álcool. Jimi Hendrix: O guitarrista afro-americano terá morrido sufocado no próprio vómito depois de ter ingerido um cocktail fatal de soporíferos e vinho tinto no dia 18 de Setembro de 1970 num hotel londrino, embora as circunstâncias da sua morte nunca tivessem sido completamente explicadas. Foi o ponto final de uma carreira efémera mas que deixou uma marca histórica na música universal. Janis Joplin: Quando gravava o álbum “Pearl” - o seu sobrenome - a cantora americana foi encontrada morta num quarto de hotel no dia 4 de Outubro de 1970. Causa de morte: uma overdose de heroína. Esta cantora americana, uma fervorosa activista contra o racismo e contra o conservadorismo, morreu escassos 15 dias depois de Hendrix. Jim Morrison: O vocalista dos The Doors morreu no dia 3 de Julho de 1971 em Paris, onde estava exilado depois de ter sido condenado nos EUA por “exibicionismo”. De acordo com a polícia, Jim Morrison morreu em consequência de uma crise cardíaca. Outras fontes alegam, porém, que a causa da morte se deve a uma “overdose”. A sua campa continua a ser uma das mais visitadas do cemitério parisiense de Père-Lachaise. Kurt Cobain: o guitarrista e vocalista dos Nirvana suicidou-se com um tiro no dia 5 de Abril de 1994 na sua casa de Seattle. Cobain foi um dos músicos que ajudou a apresentar ao mundo o estilo grunge, personificando o mal de vivre adolescente que marcou a década de 1990. Casado com a cantora Courtney Love, Cobain - que também sofria de problemas de dependência das drogas - nunca reagiu bem à fama mundial desencadeada com o álbum “Nevermind”.
REFERÊNCIAS:
Entidades EUA
Cantora Cesária Évora morreu aos 70 anos
A cantora cabo-verdiana Cesária Évora morreu hoje, aos 70 anos, no Hospital Baptista de Sousa, na ilha de São Vicente, Cabo Verde, por “insuficiência cardio-respiratória aguda e tensão cardíaca elevada”. (...)

Cantora Cesária Évora morreu aos 70 anos
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 2 Mulheres Pontuação: 5 | Sentimento 0.0
DATA: 2011-12-17 | Jornal Público
URL: https://arquivo.pt/wayback/20111217160504/http://publico.pt/Cultura/morreu-cesaria-evora-1525468
SUMÁRIO: A cantora cabo-verdiana Cesária Évora morreu hoje, aos 70 anos, no Hospital Baptista de Sousa, na ilha de São Vicente, Cabo Verde, por “insuficiência cardio-respiratória aguda e tensão cardíaca elevada”.
TEXTO: A notícia foi confirmada à agência Lusa pelo director clínico do hospital, que explicou que a morte ocorreu por volta das 11h20. Alcides Gonçalves disse ainda que desde que Cesária deu entrada no hospital esteve internada nos serviços de cuidados intensivos “com um quadro muito complexo”. “Durante este período, ela alternou momentos de lucidez com momentos de inconsciência e esteve sempre acompanhada pelo seu empresário José da Silva”, acrescentou. A “diva dos pés descalços”, como a imprensa se referiu muitas vezes a Cesária Évora, nasceu há 70 anos na cidade do Mindelo, na ilha cabo-verdiana de S. Vicente, no seio de uma família de músicos. Numa das muitas entrevistas que deu, certa vez afirmou: “Tudo à minha volta era música”. O pai, Justiniano da Cruz, tocava cavaquinho, violão e violino, instrumentos que se tornaram característicos daquelas ilhas, o irmão, Lela, saxofone, e entre os amigos contava-se o mais emblemático compositor cabo-verdiano, B. Leza. “Cise” como era carinhosamente tratada pelos amigos, tornou-se no nome mais internacional de Cabo Verde, país de onde o mundo conhecia já grandes músicos como Luís Moraes e Bana. Desde cedo que Cesária Évora se lembrava de cantar, como referiu numa das muitas entrevistas que deu: “Cantava ao ar livre, nas praças da cidade, para afastar coisas tristes”. Aos 16 anos, canta nos bares da cidade e nos hotéis, começando a ganhar uma legião de fãs que a aclamavam já como “rainha da morna”. A independência da nação africana, em 1975, coincide com o início de um “período negro” da cantora, que deixa de cantar, tem problemas com o alcoolismo e trabalha noutra área. Em 1985, a convite de Bana, proprietário de um restaurante e uma discoteca com música ao vivo em Lisboa, "Cise" vem a Lisboa e grava um disco que passou despercebido à crítica, seguindo para Paris onde é “descoberta” e daqui, como aconteceu com outros cantores, partiu para os palcos do mundo. Em 1988, grava “La diva aux pied nus”, álbum aclamado pela crítica. Nesta fase da sua carreira, tem um papel fundamental, que se manteve até ao final, o empresário francês José da Silva. Em 1992, Cesária Évora gravou “Miss Perfumado” e aos 47 anos torna-se uma “estrela” internacional no mundo da world music, fazendo parcerias com importantes músicos e pisando os mais prestigiados palcos. Uma carreira internacional que passou várias vezes por palcos portugueses cujas salas esgotavam para ouvir, entre outros êxitos, “Sôdade”. Em 2004, recebeu um Grammy para o Melhor Álbum de world music contemporânea, pelo disco “Voz d’Amor”. "Cise" não pára e continua em sucessivas digressões, regressando de quando em vez à sua terra natal. “Eu preciso de quando vez da minha da terra, do povo que sou e desde marulhar das ondas”, confidenciou certa vez à Lusa. A cantora começa a enfrentar vários problemas de saúde e alguns “sustos”, como afirmava, mas regressava sempre aos palcos e aos estúdios com alegria. Em 2009, o Presidente francês Nicolas Sarkozy entrega-lhe a medalha da Legião de Honra, depois de uma intervenção cirúrgica que a levou a temer pela vida. Cesária voltou aos estúdios e anunciou não só uma digressão, como a gravação de um novo disco, que deveria sair no próximo ano. No dia 24 de Setembro, numa entrevista ao Le Monde, a cantora afirma que tem de terminar a carreira por conselho médico. A sua promotora, Tumbao, emite um comunicado confirmando as declarações da “diva dos pés descalços” e dando conta da tristeza que sentia por ter de o fazer. Nesse mesmo dia, ao princípio da tarde, a cantora é internada no hospital parisiense de Pitie-Salpetriere, por ter sofrido mais um acidente vascular cerebral (AVC). A Tumbao emitiu nesse mesmo dia um comunicado, dando conta de que o diagnóstico clínico da mais internacional artista cabo-verdiana era “reservado”.
REFERÊNCIAS:
Partidos LIVRE
Human Rights Watch pede a Angola "investigação imparcial" a actos de violência policial
Relatório sobre “Violência policial cometida contra vendedores ambulantes em Angola” denuncia as agressões e espancamentos “frequentes” contra vendedores de rua, “incluindo grávidas e mulheres com bebés às costas”. (...)

Human Rights Watch pede a Angola "investigação imparcial" a actos de violência policial
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 2 Mulheres Pontuação: 5 | Sentimento 0.0
DATA: 2013-09-30 | Jornal Público
SUMÁRIO: Relatório sobre “Violência policial cometida contra vendedores ambulantes em Angola” denuncia as agressões e espancamentos “frequentes” contra vendedores de rua, “incluindo grávidas e mulheres com bebés às costas”.
TEXTO: Mercados de Luanda, como o célebre Roque Santeiro em 2010, foram encerrados ou transferidos nos últimos anos. Em 2012, o governo provincial decretou o fim das vendas de rua. A polícia intensificou a pressão sobre os vendedores ambulantes. E os episódios de violência tornaram-se mais frequentes. A organização de direitos humanos Human Rights Watch (HRW) dedica o seu mais recente relatório sobre Angola, publicado esta segunda-feira, a este universo dos vendedores de rua – constituem uma parte importante da população de Luanda e da população mais pobre. A violência das autoridades é denunciada e descrita no contexto mais vasto de uma violência social contra pessoas em situação vulnerável, sob a ameaça de figuras da autoridade do Estado, sem conhecimento dos seus direitos e sem alternativa de sustento que não seja a zunga. Zunga, é como se chama a venda ambulante em Angola. A ela se dedicam essencialmente mulheres, conhecidas como zungueiras. Muitas vivem na “pobreza extrema”. As vendas de rua são o seu principal – se não único – sustento. Mesmo grávidas ou carregando os filhos pequenos às costas, são agredidas pela polícia, denuncia a HRW no relatório de 38 páginas. Desde que, em Outubro de 2012, o governador provincial de Luanda, anunciou novas medidas para acabar com a venda informal nas ruas da capital, a polícia intensificou a repressão, conclui o documento publicado esta segunda-feira e que reproduz testemunhos. “Onde eu vendo, há muitas zungueiras com bebés às costas”, contou uma vendedora de 22 anos, numa das dezenas de testemunhos recolhidos entre Janeiro e Abril de 2013. “Os polícias e os fiscais vêm de moto. Dão-nos pontapés e atiram as nossas coisas para o chão. Alguns levam as nossas coisas. Só não levam se pagarmos. Dizem: ‘Tira estas porcarias daqui. Aqui não é sítio para vender. ’”Operações de polícia e fiscaisO relatório 'Tira essas porcarias daqui': Violência policial cometida contra vendedores ambulantes em Angola denuncia as agressões e espancamentos “frequentes” contra as zungueiras, “incluindo grávidas e mulheres com bebés às costas”. As operações são conjuntas entre a polícia e os fiscais do Governo que, além de agredirem e intimidarem os vendedores ambulantes, “frequentemente confiscam bens, extorquem dinheiro, ameaçam com detenções e, nalguns casos, detêm os vendedores de rua”. A HRW denuncia ainda a detenção de testemunhas e jornalistas, como meio de “intimidação” para impedir denúncias, para deixar incompleto o quadro sobre os episódios de violência contra as vendedoras de rua, sugere. A estas dificuldades, acrescem as barreiras com que as vendedoras se deparam na tentativa de obtenção de licenças de venda em mercados formais, longe das ruas, e a falta de alternativas à venda informal como meio de sustento para viver. “O processo na administração municipal” é “burocrático, opaco e inacessível”, queixou-se uma das pessoas entrevistadas pela HRW. E nos mercados, há queixas de serem exigidas “somas elevadas”, entre 30. 000 e 40. 000 kwanzas (cerca de 300 euros), para atribuição de um espaço ou licença. O PÚBLICO tentou obter uma reacção junto da Direcção Provincial de Luanda às várias denúncias feitas. Os pedidos, feitos por telefone, não foram encaminhados. Milhões na pobrezaA intenção, anunciada em Outubro do ano passado, pelo governo provincial de pôr fim ao comércio informal foi acompanhada da promessa de “transferir os comerciantes para mercados formais que as autoridades diziam estar a ser renovados ou construídos”, especifica o relatório, que nota que tal ainda não aconteceu. O caso ganha expressão. Os vendedores informais constituem uma importante parte da população de Luanda – os números multiplicaram-se com a vinda dos deslocados das províncias durante a guerra civil que terminou em 2002. Estes “milhões de cidadãos” na pobreza “não beneficiaram do boom económico do pós-guerra e lutam para sobreviver num ambiente de custos de vida astronómicos”, refere ainda a HRW que recomenda ao Governo e à Procuradoria-Geral da República que investiguem de forma "imparcial" e "imediata" os "abusos contra vendedores" e que os responsáveis das violências sejam condenados. Nos últimos anos antes do fim da guerra, cerca de dois terços da população activa de Angola trabalhava no sector informal, e este empregava uma pessoa em pelo menos cerca de 78% de lares da cidade de Luanda. Este retrato, feito há mais de dez anos, não voltou a ser actualizado. Os resultados de um novo estudo conduzido pelo Ministério da Economia em 2012 (quando a população total era de 20 milhões, segundo estatísticas oficias) ainda não foram publicados, nota o relatório. “O Governo afirma que a satisfação dos direitos económicos e sociais é uma prioridade, mas, se assim é, deveria garantir que as comunidades mais pobres de Angola são protegidas e não alvo de abusos, ” afirma Leslie Lefkow, directora-adjunta para África da HRW no comunicado de imprensa publicado. “Ajudar os vendedores ambulantes a ter acesso a bilhetes de identidade e a serviços públicos seria um primeiro passo muito positivo. ”O relatório refere que que estas pessoas se “incluem nos mais de 50% de angolanos que, segundo o Programa para o Desenvolvimento das Nações Unidas (PNUD), sobrevivem com menos de 1, 2 dólares (cerca de um euro) por dia” em Angola. A sua situação, mais de dez anos depois do fim do conflito, reflecte o “fracasso” do Governo em proteger os “direitos dos seus cidadãos, apesar do crescimento significativo dos rendimentos do petróleo”, conclui a HRW.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave direitos guerra humanos violência social estudo mulheres pobreza
Projecto educativo de Madonna no Malawi cancelado por má gestão
Os gestores do programa de ajuda ao Malawi posto em marcha pela cantora Madonna, que previa a construção de uma academia para raparigas, foram afastados dos seus cargos depois de terem gasto 3,8 milhões de dólares no projecto de uma escola que nunca chegará a ser construída. (...)

Projecto educativo de Madonna no Malawi cancelado por má gestão
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 2 Mulheres Pontuação: 5 | Sentimento -0.09
DATA: 2011-03-25 | Jornal Público
SUMÁRIO: Os gestores do programa de ajuda ao Malawi posto em marcha pela cantora Madonna, que previa a construção de uma academia para raparigas, foram afastados dos seus cargos depois de terem gasto 3,8 milhões de dólares no projecto de uma escola que nunca chegará a ser construída.
TEXTO: A grande fatia de gastos foi para os projectos de arquitectura e design que agora não terão qualquer uso. O director deste programa de ajuda, Philippe van den Bossche, companheiro de uma ex-instrutora de Cabala da cantora, abandonou o cargo em Outubro, depois de ter vindo a público o seu estilo perdulário de gestão, indica o “The New York Times”. Os auditores descobriram que muito do dinheiro foi gasto em coisas como salários, dois carros para funcionários que ainda nem sequer estavam nomeados, escritórios, quotas de um clube de golfe, arrendamento de casas e condutores particulares. Outra gestora, Anjimile Oponyo, que viria a ser a directora da escola, foi igualmente criticada por falta de conhecimentos práticos e fracas prestações de gestão efectiva. A situação foi apelidada pelos auditores como de “caos financeiro e programático”. Ainda assim, os auditores admitem que ainda não conseguiram perceber exactamente em que é que foram gastos os 3, 8 milhões de dólares. O fim deste projecto, que tinha como missão construir uma escola para raparigas - a Raising Malawi Academy for Girls -, que era apoiada financeiramente por outras estrelas de Hollywood que, tal como Madonna, seguem os ensinamentos cabalísticos [conjunto de ensinamentos sobre a natureza divina], foi anunciada em Janeiro. A decisão apanhou o governo do Malawi de surpresa e irritou aqueles que tinham sido expropriados dos terrenos onde seria erguida a nova escola, perto da capital, Lilongwe. Muitos argumentam não terem recebido as compensações devidas. A própria cantora americana tinha encaminhado 11 milhões de dólares para o projecto. O edifício deveria ficar construído em Dezembro deste ano. Michael Berg, co-director do centro cabalístico envolvido no projecto e co-fundador da Raising Malawi, aceitou a derrota esta semana: “Foi tomada uma decisão consciente de descontinuar os planos da Raising Malawi Academy for Girls”. Madonna - que adoptou um rapaz e uma rapariga do Malawi - já disse, porém, que irá continuar a trabalhar naquele empobrecido país africano. “Existe uma verdadeira crise de educação no Malawi”, disse a cantora. “Sessenta e sete por cento das raparigas não frequentam o ensino secundário e isso é simplesmente inaceitável. A nossa equipa vai trabalhar para atacar este problema de todas as formas que conseguirmos”.
REFERÊNCIAS:
Étnia Africano
Príncipe Alberto e Charlene disseram “sim” no Mónaco
O príncipe Alberto II do Mónaco e a princesa Charlene disseram este sábado o “sim” numa cerimónia religiosa na sala do trono do palácio real, transformada hoje em catedral, a que assistiram perto de 800 convidados. Entre os ilustres estiveram o Presidente francês, Nicolas Sarkozy, membros de outras casas reais, modelos, estilistas, desportistas e músicos. (...)

Príncipe Alberto e Charlene disseram “sim” no Mónaco
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 2 Mulheres Pontuação: 5 | Sentimento 0.0
DATA: 2011-07-02 | Jornal Público
SUMÁRIO: O príncipe Alberto II do Mónaco e a princesa Charlene disseram este sábado o “sim” numa cerimónia religiosa na sala do trono do palácio real, transformada hoje em catedral, a que assistiram perto de 800 convidados. Entre os ilustres estiveram o Presidente francês, Nicolas Sarkozy, membros de outras casas reais, modelos, estilistas, desportistas e músicos.
TEXTO: A cerimónia, celebrada pelo monsenhor Bernard Barsi, arcebispo do Mónaco, começou enquanto se ouvia “Gloria” de Mozart interpretado pelo coro da Ópera do Mónaco. Charlene, num vestido branco com pedras brilhantes incrustadas assinado por Giorgio Armani, e Alberto, num uniforme militar, mostraram-se emocionados durante a cerimónia. No momento do “sim”, Alberto piscou o olho a Charlene, arrancando um sorriso à sua mulher. A troca de alianças foi acompanhada por uma canção tradicional sul-africana, interpretada por Pumela Matshikiza, para desejar boa sorte aos noivos. Também a cantora norte-americana Renée Fleming interpretou um cântico religioso na cerimónia. À cerimónia religiosa assistiram perto de 800 convidados, entre eles o Presidente francês, Nicolas Sarkozy, membros das casas reais inglesa, sueca, norueguesa, os estilistas Giorgio Armani e Karl Lagerfeld, as modelos Naomi Campbell e Inès de la Fressange, músicos como Jean-Michel Jarre, que ontem actuou para os noivos após a cerimónia civil. Terminada a cerimónia religiosa, os recém-casados dirigiram-se num carro descapotável até à Igreja de Sainte Dévote, onde foram recebidos pelos populares. Charlene, muito emocionada, depositou o seu bouquet na igreja. À saída da igreja, centenas de pessoas saudaram o casal. A partir das 21h00, é servido o copo-de-água nos terraços da Ópera de Monte Carlo. Segue-se um espectáculo de fogo-de-artifício e um baile de gala.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave mulher cantora
Papa elogia Primavera árabe e pede erradicação do fundamentalismo
O Papa Bento XVI chegou na manhã de hoje ao Líbano, tendo a acolhê-lo mulheres com chador (um manto que as mulheres usam a cobrir o corpo) e escuteiros do Hezzbolah. Nas suas primeiras intervenções no país, elogiou as revoluções da Primavera árabe e pediu a erradicação do fundamentalismo, que considerou uma “falsificação” da religião. (...)

Papa elogia Primavera árabe e pede erradicação do fundamentalismo
MINORIA(S): Refugiados Pontuação: 6 Migrantes Pontuação: 6 Mulheres Pontuação: 3 | Sentimento 0.0
DATA: 2012-09-15 | Jornal Público
SUMÁRIO: O Papa Bento XVI chegou na manhã de hoje ao Líbano, tendo a acolhê-lo mulheres com chador (um manto que as mulheres usam a cobrir o corpo) e escuteiros do Hezzbolah. Nas suas primeiras intervenções no país, elogiou as revoluções da Primavera árabe e pediu a erradicação do fundamentalismo, que considerou uma “falsificação” da religião.
TEXTO: Ainda a bordo do avião que o levou ao Líbano, Bento XVI, 85 anos, apelou a que acabem os fornecimentos de armas aos beligerantes na Síria, onde o conflito já provocou pelo menos 25 mil mortos, desde há ano e meio. A “importação de armas deve cessar de uma vez por todas”, afirmou, dizendo que esse é um “pecado grave”. Citado pela Reuters, o Papa Ratzinger acrescentou que, sem armas, a guerra não pode continuar. “Em vez de importar armas, que é um pecado grave, deveriam importar-se ideias de paz e criatividade”. À chegada ao aeroporto de Beirute, às 13h40 (11h40 em Lisboa), Bento XVI foi recebido pelo Presidente Michel Sleimane, o único chefe de Estado árabe cristão. No seu discurso, o Papa apresentou-se como “um peregrino da paz” e disse que, além do Líbano, visitava também “simbolicamente” todos os países da região. E acrescentou que estava ali “como um amigo de todos os habitantes de todos os países da região, qualquer que seja a sua pertença”. O Papa acrescentou que “a convivência feliz de todos os libaneses deve demonstrar a todo o Médio Oriente e ao resto do mundo que, dentro duma nação, pode haver colaboração entre as diversas Igrejas – todas elas membros da única Igreja Católica – num espírito de comunhão fraterna com os outros cristãos e, ao mesmo tempo, a convivência e o diálogo respeitoso entre os cristãos e os seus irmãos de outras religiões”. O equilíbrio libanês, “que é apresentado em toda a parte como um exemplo, é extremamente delicado”, acrescentou Ratzinger. Vários destes temas são retomados na exortação apostólica que o Papa assinou à tarde, em Harissa, a norte de Beirute. O documento surge na sequência do Sínodo dos Bispos sobre o Médio Oriente, realizado há dois anos, em Roma. Na Ecclesia in Medio Oriente (A Igreja no Médio Oriente), o Papa faz um apelo a que o “pequeno rebanho” de 15 milhões de cristãos que vivem nos 17 países da região aí permaneça, não cedendo à tentação do êxodo que se tem verificado nas últimas décadas: “Não temais, porque a Igreja universal vos acompanha com a sua solidariedade humana e espiritual”, disse o Papa, no discurso em que apresentou o documento, segundo a versão disponível no site do Vaticano. De acordo com a AFP, que teve acesso ao texto já assinado pelo Papa, o documento fala da presença ancestral dos cristãos como “parte integrante” do Médio Oriente, da necessidade de uma “sã laicidade” e da recusa da violência e de um “Médio Oriente monocromático”. O texto refere ainda a importância de acolher os refugiados cristãos e os imigrantes, bem como na importância da gestão “transparente” das finanças das diferentes igrejas católicas – várias igrejas com autonomia mas em comunhão com o Papa estão presentes nos países da região. No seu discurso, Bento XVI exprimiu a sua solidariedade com todos os cristãos da região, pedindo-lhes que não deixem os seus países: “Como não dar graças a Deus a todo o momento por todos vós, caros cristãos do Médio Oriente (…). Convido-vos a todos a não ter medo, a permanecer na verdade e a cultivar a pureza da fé. ” Já no documento, de acordo com a AFP, o Papa escreve que o fundamentalismo “quer tomar o poder, por vezes com violência, sobre a consciência de cada um e sobre a religião por razões políticas”. O Papa, cita ainda a AFP, lança um apelo urgente a “todos os responsáveis religiosos judeus, cristãos e muçulmanos da região, a fim de que procurem, pelo seu exemplo e pelo seu ensino, trabalhar para erradicar esta ameaça que toca indistintamente e mortalmente crentes de todas as religiões”. As incertezas económico-políticas, bem como a “habilidade manipuladora de alguns e uma compreensão deficiente da religião” são, segundo Bento XVI, o caldo de cultura para o fundamentalismo religioso.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave guerra violência cultura medo