Armando Silva Carvalho (1938-2017): um poeta ácido, lúcido, erótico, político
O autor morreu esta quinta-feira de manhã, aos 79 anos, num hospital das Caldas da Rainha. Tinha publicado há dois anos um dos grandes livros da poesia portuguesa contemporânea, A Sombra do Mar, que ganhou quantos prémios havia para dar. (...)

Armando Silva Carvalho (1938-2017): um poeta ácido, lúcido, erótico, político
MINORIA(S): Animais Pontuação: 2 Mulheres Pontuação: 5 | Sentimento 0.35
DATA: 2017-06-02 | Jornal Público
SUMÁRIO: O autor morreu esta quinta-feira de manhã, aos 79 anos, num hospital das Caldas da Rainha. Tinha publicado há dois anos um dos grandes livros da poesia portuguesa contemporânea, A Sombra do Mar, que ganhou quantos prémios havia para dar.
TEXTO: O poeta Armando Silva Carvalho, um dos nomes maiores da literatura portuguesa contemporânea, morreu um pouco antes das oito da manhã desta quinta-feira no hospital Montepio Rainha D. Leonor, nas Caldas da Rainha, na sequência de um cancro nos pulmões que só há dias fora diagnosticado. Tinha 79 anos. O seu corpo foi velado a partir do meio da tarde de quinta-feira na igreja de Olho Marinho, no concelho de Óbidos, onde o poeta nasceu, e o funeral sairá sexta-feira às 17h30 para o cemitério local. A missa será celebrada pelo seu amigo, e também poeta, José Tolentino Mendonça. Autor de alguns dos mais importantes títulos da poesia portuguesa das últimas décadas, como Alexandre Bissexto (1983), Canis Dei (1995) ou Lisboas (2000), não só escreveu quase até ao fim, como o vinha fazendo ao mais alto nível: a energia criativa do seu último volume de poemas, A Sombra do Mar (2015), escrito já a caminho dos 80, só tem talvez paralelo recente em Servidões (2013), de Herberto Helder, a quem Armando Silva Carvalho presta aliás homenagem num dos melhores textos do livro, O Grande Artesão. A qualidade desta que veio a ser a sua obra final não passou despercebida: num exemplo de absoluto consenso muitíssimo pouco habitual, sobretudo tendo em conta a diversidade das instituições e júris envolvidos, A Sombra do Mar ganhou os prémios da Sociedade Portuguesa de Autores, da Fundação Inês de Castro, da revista Cão Celeste e do festival Correntes d’Escritas, e venceu ainda o Grande Prémio de Poesia António Feijó, co-atribuído pela Associação Portuguesa de Escritores (APE) e pela Câmara de Ponte de Lima. Este reconhecimento deu “um grande ânimo” ao poeta numa fase em que este recuperava de um AVC, e terá contribuído para o levar a escrever alguns poemas – entretanto publicados no recém-lançado número 4 da revista Delphica –, contou à Lusa o seu amigo José Manuel Vasconcelos, dirigente da APE, que considera Armando Silva Carvalho “um dos grandes poetas portugueses”, autor de “uma poesia de grande intensidade, amarga, mas de uma profunda lucidez em relação à realidade que o circundou”, uma poesia “que quase dá patadas no leitor”. Também o ministro da Cultura já lamentou esta morte num comunicado que denuncia o poeta e leitor de poesia que Luís Filipe Castro Mendes também é: Armando Silva Carvalho, diz a nota, “destacou-se como uma das vozes mais singulares da nossa literatura, tanto na poesia como na prosa, graças ao modo como consegue articular certas experiências do quotidiano e uma notável criatividade da linguagem, levando a que as emoções individuais sejam filtradas por um olhar lúcido e muitas vezes irónico sobre a realidade circundante”. Digamo-lo de forma simples e directa: autor de primeiro plano, Armando Silva Carvalho deixou, desde o começo, uma marca fortemente individualizada na poesia portuguesa. Essa originalidade é imediatamente visível no seu primeiro livro, Lírica Consumível, a que foi atribuído o Prémio Revelação da Sociedade Portuguesa de Escritores (como então se chamava), em 1962, num tempo em que outros premiados se chamavam Fiama Hasse Pais Brandão (Teatro) ou Almeida Faria (Romance). Lírica Consumível só sairia em 1965, na colecção de poesia da Ulisseia, mas o poeta ficara, sem dúvida, associado aos que, logo no início da década, haviam definido um espaço de inovação, nomeadamente Herberto, Fiama ou Luiza Neto Jorge. Por vezes aproximado a esta última, porventura devido a uma certa ousadia crítica e sarcástica, que, em ambos, denotava a herança surrealista, Armando apresenta, logo nos seus três primeiros livros (Lírica Consumível, O Comércio dos Nervos e Os Ovos d’Oiro) o pendor para a criação de uma linguagem, frequentemente de matriz satírica, o que levou a uma comparação com Alexandre O’Neill, que, aliás, o admirava. Porém, a sátira de Armando é mais ácida e explosiva, o que define, em grande parte, a sua escrita poética, que tão bem encaixa no enquadramento experimental ou experimentalizante da poesia de 60. Uma das curiosas particularidades da recepção de Armando Silva Carvalho é o facto de a regularidade dos prémios e de outros sinais exteriores de apreço, como a presença nas principais antologias, nunca ter verdadeiramente tido a contrapartida que seria de esperar em termos de produção crítica sobre a sua obra. Numa entrevista dada ao PÚBLICO há quase exactamente dez anos, por ocasião do lançamento da primeira compilação da sua obra poética (O que Foi Passado a Limpo, Assírio & Alvim, 2007), o autor sugeria mesmo que o longo prefácio escrito por José Manuel de Vasconcelos para esse volume era a primeira abordagem de fundo que alguém fazia à sua poesia. De Gastão Cruz, seu amigo e companheiro de geração, passando pelo poeta Luís Miguel Nava, até críticos mais recentes, como Hugo Pinto Santos ou Joana Frias Martins, foram muitos os que escreveram sobre Armando Silva Carvalho, incluindo Eduardo Lourenço, que sublinhou a “acuidade” e “originalidade” da subversão da mitologia cultural lusíada que o autor empreende na prosa ficcional de Portuguex (1977). Mas fica a sensação de que falta ainda o grande estudo que esta obra merece. Num testemunho sobre o amigo agora enviado ao PÚBLICO, Gastão observa que Armando Silva Carvalho foi “um autor de primeiro plano” e que “deixou, desde o começo, uma marca fortemente individualizada na poesia portuguesa”, uma “originalidade imediatamente visível no seu primeiro livro, Lírica Consumível”, que, lembra, venceu o Prémio de Revelação da Sociedade Portuguesa de Escritores (antecessora da APE) em 1962, ainda que o livro só viesse a ser publicado em 1965. Associando-o aos que, no início dos anos 1960 tinham aberto “um espaço de inovação” na poesia portuguesa, “nomeadamente Herberto, Fiama ou Luiza Neto Jorge”, Gastão Cruz observa que, “logo nos seus três primeiros livros” – Lírica Consumível, O Comércio dos Nervos (1968) e Os Ovos d’Oiro (1969) –, o autor apresenta uma linguagem de frequente “matriz satírica”, o que “levou a uma comparação com Alexandre O’Neill, que, aliás, o admirava”. Mas “a sátira de Armando é mais ácida e explosiva”, avisa o poeta. Uma acidez a que o próprio visado chama, na referida entrevista ao PÚBLICO, um “gozo em estragar o bonitinho”, e que pode, de resto, ajudar a explicar que não tenham sido assim tantos os que se atreveram a lidar criticamente com esta poesia agreste, sarcástica, fortemente política sem nunca cair no panfletário, e de uma violência erótica só talvez ultrapassada, na época, pela de Luiza Neto Jorge. Mas Armando Silva Carvalho também reclamou sempre uma dimensão lírica que os rótulos de poeta satírico e anti-lírico terão ajudado a obscurecer. Nascido em 1938 num ambiente rural que marcaria para sempre a sua visão da cidade, licenciou-se em Direito pela Universidade de Lisboa, mas pouco exerceu a advocacia, tendo sido professor do ensino secundário e técnico de publicidade. Impedido de trabalhar na função pública por razões políticas, dedicou-se à publicidade enquanto sonhava que um dia poderia seguir a carreira diplomática, confessou em 2007 ao PÚBLICO. “Via o Saint-John Perse, esses tipos, o Paul Claudel, e achava que era o que me convinha: sentava-me a uma secretária e tinha tempo para fazer versos”. Revelado na revista académica Quadrante, ainda no final dos anos 50, e na Antologia de Poesia Universitária, publicou em 1965 o seu já referido livro de estreia. Quatro anos mais tarde, António Ramos Rosa já o incluía no quarto e último volume das prestigiadas Líricas Portuguesas. Depois do 25 de Abril, publica em 1976 uma escolha da sua poesia organizada por Gastão Cruz, a que se seguem, em 1977, Eu Era desta Areia e Armas Brancas, um livro absolutamente singular no modo como relata e pensa o chamado processo revolucionário em curso, num registo que funciona como uma espécie de diário poético do PREC, desde a revolução até ao final de 1975. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. Nos anos seguintes publica Técnicas de Engate (1979) e Sentimento de um Acidental (1981), cujo título homenageia, na sua ironia, uma das suas grandes referências literárias, Cesário Verde, e em 1983 sai um dos seus livros mais justamente apreciados: Alexandre Bissexto. É também a sua última obra antes de um prolongado silêncio lírico, durante o qual o autor, que já tinha publicado nos anos setenta a prosa de O Alicate (1972), O Uso e o Abuso (1976) e Portuguex, se vira mais decisivamente para a ficção, escrevendo Donamorta (1984), A Vingança de Maria de Noronha e Em Nome da Mãe (1994), que Álvaro Manuel Machado descreve como “uma implacável sátira do Portugal ‘pífio’ da submissão à CEE” e uma “denúncia do capitalismo selvagem”. Regressa à poesia em 1995 com Canis Dei, mas passarão mais cinco anos até publicar Lisboas (2000), livro que resultou de uma candidatura a uma bolsa literária, e que marca a sua fulgurante entrada no século XXI. Espécie de guia turístico às avessas, é por uma cidade embaciada e triste que este flâneur contemporâneo deambula. “Saí para comprar tabaco e alguma vida/ mas não havia troco no único café aberto ao mundo/ povoado de bêbados que louvam o Benfica”, escreve no extenso e cesariano poema Seco e Quente Desespero. O Amante Japonês (2008), Anthero Areia e Água (2010) e De Amore (2012) são alguns dos livros de poemas mais recentes de Armando Silva Carvalho, que em 2006 publicou com Maria Velho da Costa O Livro do Meio. E em 2015 assombra-nos com A Sombra do Mar, onde dialoga com Vieira e Pessanha, com Pessoa, Eugénio, Herberto, e sobretudo com a sua velhice e a perspectiva da morte. Escreve no poema Contramão: “Às vezes o poema espreita dentro do corpo/ e desconfia, / vê os anos trocados, a língua muito grossa e carregada, / o coração vadio e corrompido, as digestões nervosas, / os pulmões sem espuma, lento o respirar, / apressado o cio. // Não sabe onde expor as palavras, não encontra suportes, cantarias, majestade nos músculos, / robustez na textura óssea, / fluidez no sangue, no pescoço e na alma (…)”.
REFERÊNCIAS:
Os Cem Reinos de Westeros, os Stark e outras novidades da nova série A Guerra dos Tronos
A série-prequela está em rodagem, nas mãos de duas mulheres e de George R.R. Martin, que revelou o tempo, os nomes e as criaturas fantásticas com que a HBO quer continuar a capitalizar a febre Tronos. (...)

Os Cem Reinos de Westeros, os Stark e outras novidades da nova série A Guerra dos Tronos
MINORIA(S): Animais Pontuação: 2 Mulheres Pontuação: 5 | Sentimento -0.14
DATA: 2019-07-10 | Jornal Público
SUMÁRIO: A série-prequela está em rodagem, nas mãos de duas mulheres e de George R.R. Martin, que revelou o tempo, os nomes e as criaturas fantásticas com que a HBO quer continuar a capitalizar a febre Tronos.
TEXTO: Menos de dois meses depois do final de A Guerra dos Tronos, as filmagens da série-prequela de A Guerra dos Tronos já decorrem na Irlanda e o seu autor, George R. R. Martin, revela novidades sobre o projecto que ainda não tem nome, nem data de estreia, nem Lannisters mas terá Starks e cerca de cem reinos pelos quais lutar. Ainda assim, a febre não deve ser tão elevada quanto com a série original, acredita o co-autor deste novo projecto televisivo. Numa entrevista com a revista Entertainment Weekly, o autor de As Crónicas de Gelo e Fogo, a saga literária ainda incompleta que deu origem à milionária série televisiva da HBO, revelou então novidades sobre o projecto para uma nova série que visa continuar a história de Westeros. Tudo começa pelo facto de o continente ficcional onde se passa grande parte da acção de A Guerra dos Tronos e d’ As Crónicas de Gelo e Fogo ter uma configuração bastante diferente da conhecida pelos leitores e espectadores da saga — “falamos dos Sete Reinos de Westeros [em A Guerra dos Tronos]”, diz Martin, “mas se recuarmos mais há nove reinos, e 12 reinos, e eventualmente chegamos a um ponto onde há cem reinos — pequenos reinos — e é dessa era que estamos a falar” na nova história. O escritor e argumentista — que começou a sua carreira precisamente na televisão com a série A Bela e o Monstro, com Linda Hamilton, no seu currículo — já tinha revelado que a série que antecede A Guerra dos Tronos se passaria cerca de cinco mil anos antes da história conhecida na saga principal (nas novelas, contos e livros-enciclopédicos que rodeiam o fenómeno Tronos há bastante construção histórica sobre os períodos mais antigos deste mundo criado por Martin). Agora, acrescenta-lhes uma geografia básica e nomes: os Stark, uma das casas mais antigas deste universo ficcional e descendentes dos igualmente ficcionais Primeiros Homens, estarão presentes, mas os loiros Lannister não. “Os Stark estarão lá, decididamente”, diz Martin à revista que, dentro do mesmo conglomerado de media norte-americano que detém também a HBO, tem tido acesso em primeira mão às novidades deste fenómeno de cultura popular. “Obviamente, os Caminhantes Brancos [White Walkers no original] estão lá — ou, como são chamados nos meus livros, Os Outros — e isso será um dos aspectos da história”, disse aludindo aos vilões gelados que a série televisiva transformou em antagonistas principais do arco narrativo de fantasia de Tronos. Sobre outros aspectos da fantasia da sua saga, George R. R. Martin confirma também que “há coisas como Lobos Gigantes [direwolves, no original] e mamutes”, animais aos quais há alusões nos livros já publicados como criaturas do passado. Para o passado televisivo ficam contudo os Lannister, a ambiciosa família de A Guerra dos Tronos que ainda não existe nestes tempos ficcionalmente ancestrais. Numa altura em que Martin tem nas mãos o futuro da história na perspectiva literária — está a escrever o sexto e penúltimo livro d’As Crónicas de Gelo e Fogo —, o autor sabe que o pujante efeito A Guerra dos Tronos, motor de audiências globais e de milhões em receitas associadas em merchandising, licenciamento ou turismo, vai continuar. Mas acredita que não terá a mesma força. Passada a onda televisiva que foi a oitava e última temporada da série e o relativo descontentamento de uma fatia dos fãs, a espera pelo novo livro será como a noite, longa e cheia de temores, e a preparação de uma nova série perderá sempre, acredita o autor, algumas cabeças pelo caminho. “A escala do sucesso de A Guerra dos Tronos — chegando a todo o mundo e invadindo a cultura — não é algo que se pudesse prever, nem é uma coisa que prevejo voltar a experienciar”, disse no podcast Maltin on Movies. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. Ainda assim, o episódio-piloto da série que Martin gostaria que se chamasse The Long Night (um período emblemático e misterioso desta história que criou nos anos 1990 mas que foi também escolhido como título para um episódio-chave da oitava temporada) está em filmagens na Irlanda no centro de produção que a série criou por causa de A Guerra dos Tronos — e dificilmente não dará origem a uma temporada. A vontade de capitalizar o êxito de Tronos é forte e há outras duas séries com eles relacionados em pré-produção na HBO (começaram por ser cinco). E ainda aí vem um novo videojogo. “Ouvi uma sugestão de que poderia chamar-se The Longest Night, que é uma variante que não me importava de ver”, disse o autor à EW, espelhando o seu papel como criador mas também os limites da sua vontade perante a máquina audiovisual. O primeiro episódio da série prequela está nas mãos da showrunner Jane Goldman (Kingsman, X-Men: First Class, Kick Ass) e da realizadora S. J. Clarkson (Dexter, Life on Mars, House) – A Guerra dos Tronos foi uma série masculina, com dois showrunners-autores, mas sobretudo com o facto de nos seus 73 episódios só um ter sido realizado por uma mulher e só quatro com créditos para mulheres argumentistas. George R. R. Martin sublinha que será mais uma série de elenco amplo e sem protagonistas evidentes, mas destaca o trio feminino encabeçado por Naomi Watts e completado por Naomi Ackie e Denise Gough. Josh Whitehouse, Ivanno Jeremiah, Miranda Richardson e Jamie Campbell Bower integram também o elenco.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave homens guerra cultura mulher mulheres
Who's She?, o jogo que não quer saber como elas são, mas sim o que fazem
Who's She? é uma nova versão do Quem é Quem?, com duas grandes diferenças: só figuram mulheres e, para ganhar, há que fazer perguntas sobre o que elas fizeram e não sobre a aparência. Foi lançada uma campanha no Kickstarter para impulsionar a comercialização do jogo, que já conta com mais de 1000% do valor ambicionado. (...)

Who's She?, o jogo que não quer saber como elas são, mas sim o que fazem
MINORIA(S): Animais Pontuação: 2 Mulheres Pontuação: 5 | Sentimento -0.4
DATA: 2018-11-30 | Jornal Público
SUMÁRIO: Who's She? é uma nova versão do Quem é Quem?, com duas grandes diferenças: só figuram mulheres e, para ganhar, há que fazer perguntas sobre o que elas fizeram e não sobre a aparência. Foi lançada uma campanha no Kickstarter para impulsionar a comercialização do jogo, que já conta com mais de 1000% do valor ambicionado.
TEXTO: É loira ou morena? Tem óculos ou chapéu? Neste jogo, nada disso interessa. O Who’s She? quer que os jogadores adivinhem quem é quem com base nos feitos e não na aparência. As personagens são apenas mulheres que de alguma forma marcaram a história da humanidade. Frida Kahlo, Mary Anning, Amelia Earhart ou Serena Williams são algumas das figuras presentes no tabuleiro de madeira, criado na Polónia pela mão de Zuzia Kozerska-Girard, designer e fundadora da Playeress, e pintado pela artista Daria Golab. Assim, para ganhar este jogo, é preciso perguntar, por exemplo, se ela ganhou um Prémio Nobel, fez uma descoberta científica ou se era espia. O jogo disponibiliza também cartões biográficos com um breve resumo da vida de cada uma das mulheres, os símbolos que permitem identificá-las à primeira vista, bem como alguns factos engraçados. Sabias que a cantora e bailarina Josephine Baker teve cerca de 20 animais de estimação, entre eles um leopardo e um chimpanzé?Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. O Who’s She? “destaca mulheres que tiveram coragem para ser diferentes e arriscar”, pode ler-se no Kickstarter, onde foi lançada uma campanha de angariação de fundos para dar o pontapé de saída para a comercialização do jogo. “Colocamos nomes de profissões no feminino sempre que possível, para mostrar às raparigas que podem fazer qualquer coisa”, explica Zuzia Kozerska-Girard. Ainda assim, o jogo não é só para mulheres: todos podem encontrar neste jogo uma fonte de inspiração. A campanha de crowdfunding já conta com mais de 250 mil dólares (cerca de 220 mil euros), ou seja, mais de 1000% do valor ambicionado — 17 mil dólares. O montante vai ser utilizado para comprar uma impressora de madeira e uma lixa para manufacturar o primeiro lote de jogos, encomendar as primeiras 100 caixas e pagar os 28 retratos, refere a criadora no site. O jogo custa 65 euros e vai estar disponível para entrega em Fevereiro de 2019. Há pacotes disponíveis para o Natal, que além do tabuleiro incluem posters e tatuagens. O jogo também pode ser encomendado em diferentes idiomas: além da versão inglesa, está disponível em espanhol, francês, italiano, alemão e polaco.
REFERÊNCIAS:
M de Mulher Multifunções
De França vêm as quatro "Supermulheres". O projecto Super-M apoia a mulher moderna nas suas múltiplas actividades, entre trabalho, filhos e lides domésticas. (...)

M de Mulher Multifunções
MINORIA(S): Animais Pontuação: 2 Mulheres Pontuação: 5 | Sentimento 0.0
DATA: 2011-07-18 | Jornal Público
SUMÁRIO: De França vêm as quatro "Supermulheres". O projecto Super-M apoia a mulher moderna nas suas múltiplas actividades, entre trabalho, filhos e lides domésticas.
TEXTO: "É um projecto de mulheres para mulheres que precisam", começa por explicar a equipa cem por cento feminina da Super-M. "Identificamo-nos com os 80 por cento das mulheres portuguesas que têm uma actividade profissional intensa e que sentem que o dia não chega para tudo", entre filhos, pais, jantares, limpezas ou reuniões da escola, conta Luísa Ferreira, de 41 anos. A socióloga define o conceito do projecto como uma rede de apoio às famílias. "As mulheres dividem-se cada vez mais em múltiplas personagens ao longo do dia: profissionais dedicadas, mães extremosas, taxistas de filhos, cozinheiras, professoras de apoio, etc. " Vários serviços vão ser disponibilizados pela Super-M, como limpezas domésticas, assistência a crianças, a idosos, a grávidas, e até a animais domésticos. E a mãe de família poderá ter mais tempo "para os filhos, para o marido e para ela". A rede funcionaria numa dupla plataforma online: uma base de dados de "mulheres que precisam destes apoios" e outra de "mulheres que querem trabalhar e disponibilizar estes apoios". A Super-M também se propõe ajudar a combater o desemprego feminino no país porque cria uma "bolsa de emprego local". "Queremos mudar o país, em particular a condição da mulher em Portugal", numa resposta às necessidades sociais, tal como pede a iniciativa Faz - Ideias de Origem Portuguesa. Esta equipa, constituída por quatro amigas (Luísa Ferreira, Valérie Ferreira, Raquel Figueiredo e Lurdes Sousa), teve conhecimento da iniciativa da Fundação Calouste Gulbenkian e da Fundação Talento via Internet. Foi devido à condição do concurso - que pedia uma pessoa portuguesa que não residisse em território nacional, no caso, Valérie, uma médica de 40 anos a morar em França - que se lembraram deste projecto, que há muito germinava entre elas. Esta condição prende-se com o objectivo das fundações em fomentar a colaboração e o diálogo entre os portugueses da diáspora e os que residem em território nacional. Raquel Figueiredo, psicóloga de 35 anos, realça que "é uma solução para mulheres que não são ricas e não têm possibilidades de contratar uma "ama" permanente ou uma governanta". Embora seja um trabalho pago, "os salários serão combinados entre quem pede o serviço e quem o dá", sem intervanção da Super-M. A Super-M vai apostar na contratação de mulheres disponíveis para trabalhar a partir dos 45 anos, "pessoas experientes, que sabem o quão importante é ter um emprego e que já sabem tomar conta de famílias com crianças", justifica Raquel. Assim, consegue-se juntar duas vertentes, uma para a economia nacional, outra para o bem-estar das famílias portuguesas, "a reintrodução destas mulheres no mercado de trabalho". O prémio de 50 mil euros dado conjuntamente pelas duas fundações e consequente acompanhamento do projecto em fase embrionária é aliciante. "A selecção entre as dez melhores ideias já foi uma vitória e um orgulho desmedido. "A preparação para o lançamento do projecto, da teoria para a prática, patrocinado pelo Instituto de Empreendedorismo Social (IES), foi de uma "enorme ajuda". Infelizmente, apenas duas "supermulheres" puderam estar nas aulas de empreendedorismo e inovação social dadas pelo IES no início do mês passado. Valérie e Lurdes Sousa (41 anos, gestora) não marcaram presença no boot camp por razões profissionais e pessoais. Mesmo com estas baixas, Luísa e Raquel querem "sair daqui com tudo prontinho" para conseguirem "montar esta empresa de apoio". No caso de não ganhar o prémio final, a Super-M vai tentar conseguir financiamento em investidores, câmaras municipais, apoios locais, "de qualquer forma para desenvolver a ideia", resumem, porque, tendo os apoios suficientes, acreditam no sucesso do projecto. Amanhã TECO-Planner
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave escola mulher ajuda social mulheres desemprego feminina
Apresentador da BBC Rolf Harris acusado de agressão sexual
Rolf Harris foi acusado por nove crimes de agressão sexual a raparigas e quatro por produzir imagens indecentes de crianças (...)

Apresentador da BBC Rolf Harris acusado de agressão sexual
MINORIA(S): Animais Pontuação: 2 Mulheres Pontuação: 5 | Sentimento 0.5
DATA: 2013-08-29 | Jornal Público
SUMÁRIO: Rolf Harris foi acusado por nove crimes de agressão sexual a raparigas e quatro por produzir imagens indecentes de crianças
TEXTO: O apresentador de TV Rolf Harris, da BBC que os espectadores portugueses poderão ter visto no programa Animal Hospital (O Hospital dos Animais, na SIC mulher), foi acusado por nove crimes de agressão sexual a raparigas e quatro por produzir imagens indecentes de crianças, diz a própria BBC no seu site. O apresentador de 83 anos foi detido em Março na sequência de uma investigação aos crimes de outro apresentador da BBC, Jimmy Savile, que durante cinco décadas molestou e violou centenas de menores – mas cujos crimes só foram descobertos após a sua morte, em 2011, Harris é agora acusado de de seis ataques a uma rapariga de 15-16 anos entre 1980 e 1981, e três a uma de 14 em 1986. As imagens indecentes de criaças serão do ano passado, segundo a polícia. Será presente a tribunal a 23 de Setembro. Harris foi detido em Março na sequência de uma investigação aos crimes de outro apresentador da BBC; Jimmy Savile, que durante cinco décadas molestou e violou centenas de menores – mas cujos crimes só foram descobertos após a sua morte, em 2011. crimes que vieram à tona durante a investigação mas não têm directamente a ver com Savile. A ligação de Harris com Savile é, no entanto, indirecta. A investigação da polícia sobre este caso tem três níveis: um diz respeito aos crimes de Savile, outro a “Savile e outras pessoas”. O terceiro é relativo a queixas apresentadas contra pessoas não relacionadas com a investigação sobre Saville - e é nesta que se encaixa o inquérito judicial sobre Harris.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave morte tribunal mulher sexual rapariga animal
Corpo de Carina foi encontrado ainda com o cinto de segurança posto
Carina Ferreira não foi longe e deve ter tido um acidente. O corpo foi encontrado ontem, dentro do carro, com o cinto de segurança ainda posto. O Peugeot 106 estava encoberto pela vegetação, no fundo de uma ravina de mais de 30 metros, ao quilómetro 99 da A24, a auto-estrada que a rapariga tomou a 1 de Maio para ir de Lamego ao Peso da Régua. (...)

Corpo de Carina foi encontrado ainda com o cinto de segurança posto
MINORIA(S): Animais Pontuação: 2 Mulheres Pontuação: 5 | Sentimento 0.0
DATA: 2010-06-08 | Jornal Público
SUMÁRIO: Carina Ferreira não foi longe e deve ter tido um acidente. O corpo foi encontrado ontem, dentro do carro, com o cinto de segurança ainda posto. O Peugeot 106 estava encoberto pela vegetação, no fundo de uma ravina de mais de 30 metros, ao quilómetro 99 da A24, a auto-estrada que a rapariga tomou a 1 de Maio para ir de Lamego ao Peso da Régua.
TEXTO: Tantas vezes aquela estrada foi percorrida - para trás e para a frente, para a frente e para trás - em busca do mínimo sinal. Ontem, a equipa da Polícia Judiciária (PJ) avistou um sulco no final de uma descida e precipitou-se para ele: o carro subira um talude e caíra do outro lado de uma ravina - a PJ teve de fazer rappel para lhe chegar. Naquela noite, saiu de casa por volta das 22h00. Prometera ajudar a amiga, Andreia Santos, no bar do Clube de Caça e Pesca do Alto Douro. Do apartamento que dividia com os pais e com a irmã ao clube não deveria gastar mais de 15 minutos. Trabalhava como recepcionista, no ginásio do clube, desde Fevereiro. Estudara Turismo, Lazer e Património na Universidade de Coimbra. Terminara o curso havia pouco. Sempre fora tão pontual. Andreia entranhou o atraso. Sobretudo, quando a irmã, Daniela, chegou a dizer que Carina saíra de casa bem antes, animada com a ideia de ajudar a servir quem ali viesse ouvir e dançar música cubana. Marcaram os números dos telemóveis, mas a rapariga já não os atendeu. Naquela mesma noite, a família foi à Polícia de Segurança Pública de Lamego, que alertou a directoria do Norte da Polícia Judiciária. Na manhã seguinte, percorreu o caminho habitual da rapariga de 21 anos: nada. Andreia criou uma página no Facebook e desatou a divulgá-la entre os amigos da rapariga. Carina, a amiga de infância que recuperara havia pouco, vestia umas legging pretas e uma camisola-tipo-vestido preta; calçava uns sapatos de salto, pretos; e trazia o cabelo, castanho, entrançado. Era preciso encontrá-la. A imagem da rapariga multiplicou-se nos nas redes sociais. Abundaram críticas ao título escolhido: "a tua fOrc, a e" a nOssa eSperanc, a_Carina" (sic). E o título foi alterado: "A tua força é a nossa esperança_Carina está DESAPARECIDA". Num instante, começaram a correr rumores alimentados pela beleza, pela sensualidade, pela alegria da desaparecida. Na escola secundária, fora eleita Miss Escola. Agora que trabalhava no ginásio, integrava um grupo de dança. Já havia até quem jurasse a pés juntos tê-la visto embarcar para a Tailândia. O desaparecimento voluntário sempre pareceu pouco provável aos familiares e aos amigos. Carina não levara mala, nem dinheiro que se visse - apenas a carteira com alguns euros e os documentos. Os telemóveis não tornaram a ser ligados e nunca mais houvera qualquer movimento nas suas contas bancárias. A PJ inquiriu familiares, amigos, conhecidos. Convenceu-se que a rapariga não fugira - ou houvera um crime ou houvera um acidente. Criou uma equipa multidisciplinar chefiada por uma coordenadora. A 20 de Maio, houve um falso alarme. Os mergulhadores envolvidos nas buscas de descobriram um carro de marca Peugeot perto do cais fluvial do rio Távora, no concelho de Tabuaço. Pouco depois, Matias Calvo, da Autoridade Marítima, anunciava: "Está lá um veículo mas não é o que se procurava. " Encontrar o carro era fundamental. Ontem, a equipa multidisciplinar encontrou-o - a três quilómetros de Lamego. O corpo foi resgatado às 21h40 de ontem. A página criada por Andreia no Facebook tem já 34. 627 membros. Ontem, o mural encheu-se de condolências aos familiares e amigos. "Nunca te esqueceremos, amiga", escreveu Vânia Luzab, dedicando-lhe uma das suas músicas favoritas: Porto Covo, de Rui Veloso. Alguns, como um homem que assina Manuel Augusto, revelavam surpresa por não haver vestígios de acidente: "Será que o carro da Carina ganhou asas para não danificar os raids? Acho estranho este acidente". com Álvaro Vieira e Mariana Oliveira.
REFERÊNCIAS:
Entidades PJ
Cinco destinos para um vestido de noiva
O que fazer com um vestido que só se usou uma vez, no dia D? Guardá-lo num baú no sótão com bolas de naftalina, tingi-lo, transformá-lo, dá-lo, reutilizá-lo. Quatro mulheres contam o que fizeram aos seus vestidos (e uma explica para que serve um véu sem nunca se ter casado). (...)

Cinco destinos para um vestido de noiva
MINORIA(S): Animais Pontuação: 2 Mulheres Pontuação: 5 | Sentimento 0.0
DATA: 2010-08-02 | Jornal Público
SUMÁRIO: O que fazer com um vestido que só se usou uma vez, no dia D? Guardá-lo num baú no sótão com bolas de naftalina, tingi-lo, transformá-lo, dá-lo, reutilizá-lo. Quatro mulheres contam o que fizeram aos seus vestidos (e uma explica para que serve um véu sem nunca se ter casado).
TEXTO: Madame de Bovary foi enterrada no seu vestido de noiva. Flaubert deu esse trágico destino à sua personagem, Emma, e ao seu vestido também. Se tivesse sido guardado num baú todos estes anos (ainda que ficcionais), estaria talvez como o vestido de Grace Kelly, que não viajou para a exposição no Victoria and Albert, em Londres, porque é demasiado frágil: a renda de Bruxelas que cobre todo o vestido de seda está a deteriorar-se. Quando a actriz americana se casou, em 1956, com o príncipe Rainier do Mónaco (e se tornou princesa), o seu vestido foi o ícone que materializou o conto de fadas. Muitas mulheres o copiaram. E talvez muitas se perguntem hoje em que condições estarão aquelas rendas dos anos 50, no baú do sótão, conservadas com bolas de naftalina. Maria Antónia Palla, Vicky Fernandes, Ana Vidigal, Xana Nunes e Bárbara Guimarães representam cinco gerações de mulheres, com diferentes ideias sobre o casamento e o simbolismo do vestido de noiva. Umas foram noivas várias vezes; outras, tendo-se casado, recusaram-se a sê-lo, outra ainda nunca se casou, mas nem por isso, para si, o vestido teve menos importância. Um conto de fadas Chamem-lhe romântica, diz a empresária Vicky Fernandes, 50 anos, "mas realmente tenho uma profunda paixão pelo casamento. É um momento único na vida de uma mulher e o vestido é o principal elemento. Todas as mulheres que passaram por isso sabem a grande ansiedade que é a escolha do vestido de noiva". Casou -se pela primeira vez aos 23 anos, pela Igreja, era ainda estudante na Faculdade de Direito, no Verão, entre uma época de exames e a segunda fase. Foi há 27 anos. "Não quisemos adiar mais, por isso o fizemos nessa altura. Estava em plenos exames, antes e depois do casamento. Cada vez que ia fazer uma prova do vestido, tinha de o apertar novamente, porque estava sempre a perder peso. " Eram dois nervos em franja: o casamento e os exames. Com os nervos, as noivas perdem peso para caberem no vestido, mas Vicky Fernandes aconselha: "Recomendo a quem queira emagrecer que se case em época de exames!" Vicky integrou há alguns anos a organização das Noivas de Santo António, a convite do então presidente da Câmara de Lisboa, Carmona Rodrigues. Entretanto, escreveu o livro Saber Estar (ed. Esfera dos Livros) onde dedica um capítulo ao casamento. Não é, portanto, por acaso que Vicky Fernandes escreve: "Quando falamos em vestidos de noiva, somos envolvidos por uma magia que nos transporta para um conto de fadas. " Fernandes não duvida de que "todas as mulheres que se vestiram de noiva escolheram o vestido dos seus sonhos. Daí que esse seja também o segredo mais bem guardado dos casamentos". Porque não importa "quantas vezes uma pessoa se case, o vestido de noiva é só um, o primeiro". O seu foi escolhido a dedo, com a ajuda da mãe, depois de experimentar vários. "Sabia exactamente o que queria, por isso demorei a encontrá-lo. " Era branco de marfim, ainda hoje, diz, "a cor perfeita para um vestido de noiva, porque o romantismo desta é intemporal". O vestido de noiva não foi sempre branco. Foi a partir do início do século XIX, com o casamento de Napoleão e Josefina que "toda a Europa senhorial passa a vestir de branco, não porque a sociedade e as famílias queiram veicular a virtude das suas donzelas, mas porque se deseja imitar os franceses", escreve a antiga directora do Museu do Traje Madalena Braz Teixeira, no catálogo da exposição Traje de Noiva 1800-2000, de 1996. Assim se casou a rainha D. Maria II em 1836 e assim também se casou Vitória de Inglaterra, em 1840. A moda pegou.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave mulher rainha ajuda mulheres princesa casamento marfim ansiedade
O nosso Natal é como o dos príncipes do século XIX
Foi D. Fernando II quem, nostálgico das tradições da sua infância, resolveu um dia fazer no palácio uma árvore de Natal para os sete filhos que tinha com a rainha D. Maria II, e distribuir presentes vestido de São Nicolau. Em Inglaterra, a rainha Vitória encantava-se com a mesma tradição, trazida pelo seu marido, Alberto, primo de D. Fernando. Pela mão dos dois primos germânicos nascia a festa de Natal como a conhecemos hoje. (...)

O nosso Natal é como o dos príncipes do século XIX
MINORIA(S): Animais Pontuação: 2 Mulheres Pontuação: 5 | Sentimento 0.0
DATA: 2010-12-23 | Jornal Público
SUMÁRIO: Foi D. Fernando II quem, nostálgico das tradições da sua infância, resolveu um dia fazer no palácio uma árvore de Natal para os sete filhos que tinha com a rainha D. Maria II, e distribuir presentes vestido de São Nicolau. Em Inglaterra, a rainha Vitória encantava-se com a mesma tradição, trazida pelo seu marido, Alberto, primo de D. Fernando. Pela mão dos dois primos germânicos nascia a festa de Natal como a conhecemos hoje.
TEXTO: Alguns dos principezinhos espreitam por detrás de uma cortina. Um outro, mais velho, está sentado numa cadeira, rindo, com as pernas no ar. Há um que parece tapar os olhos, como quem espera uma surpresa, e as duas meninas espreitam para dentro de um dos sacos da figura vestida de escuro que ocupa o centro da gravura. Ao fundo, sobre uma mesa, está, toda enfeitada, uma árvore de Natal. Eram assim as noites de Natal da família real em meados do século XIX. D. Fernando II, marido da rainha D. Maria II e pai dos seus sete filhos, representava nas suas gravuras e águas-fortes o ambiente familiar, com ele próprio vestido de S. Nicolau a distribuir presentes. Mas o que é significativo na imagem é o facto de, segundo se crê, ela ser a primeira representação de uma árvore de Natal em Portugal. D. Fernando era alemão. Com o seu primo Alberto, tinha passado a infância comemorando o Natal segundo a velha tradição germânica de decorar um pinheiro com velas, bolas e frutos. Por isso, quando começaram a nascer os seus filhos com D. Maria II - a rainha teve 11 gravidezes, mas só sete crianças sobreviveram, e a própria D. Maria morreu aos 34 anos, no parto do 11. º filho - D. Fernando decidiu animar o palácio com um Natal de tradições germânicas. A rainha ficava encantada. Nas cartas à sua prima, a rainha Vitória falava com entusiasmo dos preparativos para a festa de Natal, que seria, aliás, muito semelhante à que Vitória (que tinha casado com Alberto) organizava no Castelo de Windsor, em Inglaterra. "Nada, nem o ar amuado de D. Pedro [o primogénito e futuro rei D. Pedro V], conseguia estragar as festas de Natal", escreve Maria Filomena Mónica em O Filho da Rainha Gorda - D. Pedro V e a sua mãe, D. Maria II, conto que escreveu inicialmente para os netos e que foi depois editado pela Quetzal. "Na Alemanha, onde havia grandes florestas, era costume montar-se, nessa época, uma árvore, enfeitada com flores, bonecos e bolas. Em Portugal, o uso era antes o presépio, com o Menino Jesus nas palhinhas. Em 1844, D. Fernando resolveu fazer uma surpresa à família. Colocou em cima da mesa um pinheirinho, pondo ao lado os presentes. "Podemos imaginar o que seriam os presentes dos príncipes graças a outra gravura de D. Fernando que mostra o príncipe D. João, pequenino, com uma camisa de noite comprida e segurando um cavalinho na mão, a olhar para uma mesa enfeitada com a árvore de Natal, e rodeado de bonecos - um tambor, um estábulo com animais, um soldado de chumbo montado num cavalo. O Natal deixava de ser apenas uma festa religiosa e passava a ser uma festa das crianças. A vida da família real"O século XIX é fracturante em relação ao passado na promoção de uma nova visão do convívio da família", explica Nuno Gaspar, historiador e técnico do Palácio da Pena, em Sintra, onde preparou uma visita, realizada no ano passado, que tinha como tema o Natal da família real (embora, sublinha, durante a época do Natal, os reis e os filhos não estivessem na Pena, mas sim no Palácio das Necessidades, em Lisboa). "A tradição dos presentes não existia, sobretudo nos meios mais populares. Esta associação dos presentes que são trazidos pelos Reis Magos para oferecer ao Menino Jesus não existe antes. Pôr as crianças no centro das festividades do Natal é obra do século XIX. "Ao contrário do que acontecia anteriormente, é agora evidente uma intimidade muito maior entre pais e filhos - e os ambientes domésticos reflectem isso. Sobretudo o Palácio da Pena, onde D. Fernando pôde tornar realidade o sonho de qualquer romântico, nas salas indianas ou árabes, nos salões, nos quartos ricamente decorados, nos espaços mais pequenos para as noites em família, a ler, a tocar piano ou a brincar com as crianças, nas torres e num jardim com pontes, grutas, pérgulas e fontes.
REFERÊNCIAS:
Pelo menos cinco ataques de rottweiler no último ano em Portugal
No último ano, houve em Portugal pelo menos cinco ataques de cães rottweiler, uma raça considerada potencialmente perigosa à luz da lei, que obriga os donos destes animais a fazerem exames de aptidão física e psicológica. Hoje, uma menina de 20 meses ficou em estado grave na sequência de um ataque de um rottweiler, na sua casa, em Loulé, disse à agência Lusa fonte do Centro de Orientação de Doentes Urgentes (CODU). A criança estava de saída com a família de sua casa, na zona da Soalheira, em Loulé, quando foi atacada pelo animal de estimação, alegadamente "irritado" com o choro da menina. Em Julho do ano passado,... (etc.)

Pelo menos cinco ataques de rottweiler no último ano em Portugal
MINORIA(S): Animais Pontuação: 2 Mulheres Pontuação: 5 | Sentimento -0.15
DATA: 2008-02-15 | Jornal Público
URL: https://arquivo.pt/wayback/20080215064733/http://ultimahora.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1319653
TEXTO: No último ano, houve em Portugal pelo menos cinco ataques de cães rottweiler, uma raça considerada potencialmente perigosa à luz da lei, que obriga os donos destes animais a fazerem exames de aptidão física e psicológica. Hoje, uma menina de 20 meses ficou em estado grave na sequência de um ataque de um rottweiler, na sua casa, em Loulé, disse à agência Lusa fonte do Centro de Orientação de Doentes Urgentes (CODU). A criança estava de saída com a família de sua casa, na zona da Soalheira, em Loulé, quando foi atacada pelo animal de estimação, alegadamente "irritado" com o choro da menina. Em Julho do ano passado, um rottweiler atacou uma menina de 9 anos e o seu pai, na vila de Ronfe, Guimarães. A criança foi mordida num braço e numa perna, enquanto o pai, de 41 anos, sofreu ferimentos numa anca quando defendia a filha, tendo ambos sido assistidos no Hospital Senhora da Oliveira, em Guimarães, de onde tiveram alta no próprio dia. Um mês antes, outro rottweiler atacou duas crianças em Boivão, Valença, obrigando uma delas a ser suturada com 32 pontos na cabeça. Em Abril de 2007, uma mulher de 47 anos ficou gravemente ferida depois de um ataque de um cão de raça rottweiler em Caramos, Felgueiras. Este ataque seguiu-se a outro, ocorrido em Março, quando quatro cães arraçados de rottweiler atacaram até à morte uma mulher de 60 anos em Casal de Granja, Sintra. Em Janeiro de 2007, três crianças e um funcionário da escola EB 2/3 de Valença foram alvo de um ataque também por um rottweiler. Todos tiveram de receber tratamento hospitalar. O regime jurídico de detenção de animais potencialmente perigosos, que foi publicado em Diário da República em Agosto do ano passado, obriga os proprietários de algumas raças de cães a fazerem exames de aptidão física e psicológica e a ter registo criminal limpo. O proprietário de um animal potencialmente perigoso tem de ser maior de idade e deve entregar na junta de freguesia da sua área de residência um atestado de capacidade física e psíquica e registo de criminal limpo. A nova lei fixa coimas para quem não cumpra os requisitos, com valores que vão dos 500 aos 44. 890 euros, com agravamento em 30 por cento em caso de reincidência. As raças ou cruzamentos consideradas potencialmente perigosas são sete: o cão de fila brasileiro, o dogue argentino, o pit bull terrier, o rottweiler, o staffordshire terrier americano, o staffordshire bull terrier e o tosa inu.
REFERÊNCIAS:
Situação clínica da criança de 20 meses atacada por um rottweiler é estável
A situação clínica da menina que hoje foi atacada por um rottweiler em Loulé é "estável" depois de ter sido operada por neuro-cirurgiões e cirurgiões plásticos disse fonte do Hospital de Faro. Apesar de o seu estado ser considerado grave o hospital diz que é estável tendo em conta o facto de ainda se encontrar a recuperar das cirurgias a que foi submetida. O acidente aconteceu hoje de manhã numa vivenda em Soalheira em Loulé quando um dos três cães de estimação da família, da mesma raça atacou a menina de 20 meses causando-lhe lesões graves no crâneo e na cara. O ataque foi presenciado apenas pela avó da criança ... (etc.)

Situação clínica da criança de 20 meses atacada por um rottweiler é estável
MINORIA(S): Animais Pontuação: 2 Mulheres Pontuação: 5 | Sentimento 0.0
DATA: 2008-02-15 | Jornal Público
TEXTO: A situação clínica da menina que hoje foi atacada por um rottweiler em Loulé é "estável" depois de ter sido operada por neuro-cirurgiões e cirurgiões plásticos disse fonte do Hospital de Faro. Apesar de o seu estado ser considerado grave o hospital diz que é estável tendo em conta o facto de ainda se encontrar a recuperar das cirurgias a que foi submetida. O acidente aconteceu hoje de manhã numa vivenda em Soalheira em Loulé quando um dos três cães de estimação da família, da mesma raça atacou a menina de 20 meses causando-lhe lesões graves no crâneo e na cara. O ataque foi presenciado apenas pela avó da criança que se encontra em estado de choque disse à Lusa o tio da menina André Fernandes que caracterizou o animal como sendo, até à data, "dócil". "O cão nunca tinha tido este comportamento com pessoas, sempre foi dócil e nada fazia prever isto" afirmou admitindo que o ataque possa ter sido causado pelo choro da menina que se assustou com o animal. A família tem mais dois cães rottweiller sendo que o responsavel pelo ataque foi recolhido pela GNR e levado para o canil de Loulé cabendo ao veterinário municipal decidir se será abatido. A menina permanece internada na unidade de cuidados intensivos pediátricos do Hospital de Faro.
REFERÊNCIAS: