Tribunal de Sintra absolveu jovem acusado de matar o pai
Caso decidido por um colectivo de juízes e quatro jurados. (...)

Tribunal de Sintra absolveu jovem acusado de matar o pai
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 6 | Sentimento 0.1
DATA: 2013-10-23 | Jornal Público
SUMÁRIO: Caso decidido por um colectivo de juízes e quatro jurados.
TEXTO: O Tribunal de Sintra absolveu nesta quarta-feira, por falta de provas, o jovem acusado de matar o pai com um tiro de caçadeira numa quinta na localidade da Tala, em Sintra, em Agosto de 2012. Durante a leitura do acórdão, a juíza presidente Susana Madeira afirmou que "ficou por apurar se foi ou não o arguido" a disparar o tiro de caçadeira que vitimou José Alves, pai de nove filhos que, devido ao alcoolismo, desenvolvia um quadro de "terror" sobre a sua família. A juíza adiantou que o jovem Hugo Almeida, 23 anos, apesar de ter confessado à polícia a autoria do crime a 16 de Agosto de 2012, não tinha vestígios de pólvora. "Não tendo sido feito prova que foi o arguido a efectuar o disparo impõe-se a absolvição", disse Susana Madeira, adiantando que o "tribunal não pode deixar de lamentar a morte de um ser humano", mas também "não pode ficar indiferente aos relatos de violência doméstica relatados" em audiência. O jovem estava acusado pelo Ministério Público de homicídio qualificado por, segundo a acusação, a 16 de Agosto de 2012 ter disparado um tiro de caçadeira contra o pai, que se encontrava embriagado e que ameaçava os filhos com uma faca. Os três irmãos encontravam-se dentro de um barracão e o pai terá tentado abalroar a construção de chapas de zinco com um tractor quando foi atingido. À saída do tribunal de Sintra, o advogado do jovem, Hélder Fráguas, disse aos jornalistas que não esperava outra decisão que não a absolvição do seu cliente, adiantando que vai processar o Estado pelos oito meses de prisão que Hugo Almeida cumpriu em preventiva no Estabelecimento de Caxias. "Era uma acusação profundamente injusta que não tinha na sua base indícios nenhuns. Isto tem um custo muito sério para o meu cliente, que passou oito meses na cadeia e tem uma despesa para todos nós, contribuintes, pois por cada dia os jurados receberam 102 euros por sessão", disse. Este processo foi julgado por um colectivo de juízes e quatro jurados, mais quatro suplentes. Durante as alegações finais, o Ministério Público tinha pedido a absolvição do jovem. Numa das sessões, a antiga companheira do falecido traçou um quadro de violência no quotidiano da família, devido ao alcoolismo do marido, com muitas situações de agressões, bem como de um disparo com tiro de caçadeira sobre a mulher, quando esta tinha uma neta no seu colo.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave crime morte homicídio violência tribunal mulher prisão doméstica
Escândalo das escutas ilegais ressurge com o início do julgamento
Rebekah Brooks e Andy Coulson, antigos directores do News of the World, respondem por conspiração para interceptar telefones. (...)

Escândalo das escutas ilegais ressurge com o início do julgamento
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 6 | Sentimento -0.5
DATA: 2013-10-28 | Jornal Público
SUMÁRIO: Rebekah Brooks e Andy Coulson, antigos directores do News of the World, respondem por conspiração para interceptar telefones.
TEXTO: Mais de dois anos depois do escândalo que acabou por ditar o fim do tablóide News of The World (NoW), alguns dos responsáveis pelas escutas ilegais começaram a ser julgados nesta segunda-feira, num processo que se anuncia longo e que promete embaraçar de novo, e de um só golpe, o império de Rupert Murdoch, a Scotland Yard e o primeiro-ministro, David Cameron. Ao todo são oito os arguidos, mas é em Rebekah Brooks, em tempos vista como a mulher mais poderosa da imprensa britânica, que as atenções estão centradas. Ela, que foi no NoW a mais jovem directora de um jornal de britânico e que se tornou a primeira mulher a chefiar o The Sun antes de Murdoch a levar para direcção da casa-mãe no Reino Unido, vai responder em tribunal pelas escutas realizadas a políticos, celebridades ou de familiares de vítimas. Terão sido pelo menos 600 os telefones e telemóveis interceptados entre 2000 e 2006, gerando um “fonte” que rendeu manchetes ao tablóide dominical e que só secou quando, em 2007, um artigo sobre a família real levantou suspeitas. O jornalista e o detective que efectuou as escutas foram condenados, mas o jornal insistiu que se tratava de um caso isolado até que, uma investigação do jornal Guardian revelou que aquela era uma prática habitual e instigada pela direcção do NoW – o fecho do jornal aconteceu depois da revelação que escutou mensagens deixadas no telemóvel de Milly Dowler, uma adolescente desaparecida em 2002 e que acabou por ser encontrada morta. No processo que agora chega a tribunal, o primeiro de quatro resultantes da investigação aberta pela Scotland Yard, Brooks é acusada de conspiração para interceptar telefones, corrupção de funcionários (o pagamento a polícias era outro dos métodos usados para obter “furos”) e obstrução da justiça, crime pelo qual está também acusado o marido, Charlie Brooks. O casal é amigo de Cameron, que se viu também arrastado para o escândalo por ter contratado para seu chefe de comunicações Andy Coulson, que em 2003 substituiu Brooks na direcção do NoW, e que é acusado de ordenar escutas e subornos de polícias. De pouco importa que nenhum dos arguidos tenha já funções no grupo Murdoch ou cargos públicos. Dezenas de jornalistas, muitos estrangeiros, acreditaram-se para cobrir o julgamento (que deve arrastar-se até à Primavera), antecipando-se sessões em que serão esmiuçadas tanto as escutas e as tentativas para as omitir, como as falhas da investigação inicial da polícia que, tal como boa parte da classe política, se mostrou durante anos demasiado cúmplice de uma imprensa que não olhou a meios para conseguir notícias. A sessão desta segunda-feira foi essencialmente dedicada à escolha do júri que vai ditar o desfecho do processo, prevendo-se que só dentro de alguns dias comece o julgamento propriamente dito. Esquecidas estão já muitas das recomendações do inquérito público lançado no rescaldo do escândalo. Um ano depois do juiz Brian Leveson ter recomendado a criação de uma nova entidade de regulação para a imprensa, as divergências entre partidos e proprietários de jornais ameaça deitar por terra a iniciativa.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave crime tribunal mulher adolescente morta
"É urgente a criação de um estatuto para as vítimas" em Portugal
Um estudo coordenado pela investigadora da Universidade de Coimbra (UC) Maria João Guia defende a criação de um estatuto próprio para as vítimas de criminalidade que lhes “conceda a merecida dignidade”. (...)

"É urgente a criação de um estatuto para as vítimas" em Portugal
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 6 | Sentimento 0.0
DATA: 2013-11-04 | Jornal Público
SUMÁRIO: Um estudo coordenado pela investigadora da Universidade de Coimbra (UC) Maria João Guia defende a criação de um estatuto próprio para as vítimas de criminalidade que lhes “conceda a merecida dignidade”.
TEXTO: Portugal está melhor na teoria do que na prática na protecção dos direitos das vítimas, diz relatora do documento, que defende ainda a criação de uma estratégia nacional de apoio às vítimas e um novo estatuto legal. O relatório conclui que Portugal é melhor na teoria do que na prática, na defesa dos direitos das vítimas, e propõe algumas medidas, como criar um estatuto próprio e indicar uma instituição que centralize toda a informação e siga os casos do princípio ao fim. Intitulado A Protecção dos Direitos das Vítimas de Criminalidade na União Europeia: a teoria e a prática da diversidade de tratamento durante os julgamentos criminais, o estudo alerta para o facto de Portugal ter “grandes melhorias a fazer” para lutar contra o “silêncio das vítimas, nomeadamente as vítimas de crimes violentos”. De acordo com a investigadora, em Portugal “é urgente a criação de um estatuto para as vítimas que lhes conceda a merecida dignidade”: “A lei ainda está muito focada no arguido. Todos os direitos são concedidos ao arguido e a vítima só agora está a começar a ter relevo. As vítimas só têm estatuto enquanto assistentes, é preciso dar-lhes um estatuto próprio”, diz Maria João Guia. Outras das propostas do documento passam por indicar uma instituição responsável por registar e centralizar a informação relativa às vítimas, seguindo os casos do princípio ao fim; construir uma política e uma estratégia nacionais de apoio às vítimas; e estudar os espaços dos tribunais por forma a ter um lugar para as vítimas. Maria João Guia alerta ainda para o facto de as vítimas com menos recursos económicos nem sempre procurarem apoios do Estado, “por falta de conhecimento, por receio, por vergonha, por medo de retaliações”, entre outros. O documento foi elaborado no âmbito de um projecto financiado pela Comissão Europeia e liderado pelo Centro de Direito Constitucional Europeu Themistoklese e pela Fundação Dimitris Tsatsos, e ainda em conjunto com o Instituto de Estudos Legais Avançados da Universidade de Londres. O objectivo da pesquisa foi verificar como é que os Estados-membros põem em prática a directiva do Parlamento Europeu e do Conselho, de 25 de Outubro de 2012, que estabelece normas mínimas relativas aos direitos, ao apoio e à protecção das vítimas da criminalidade, sempre que participam – antes, durante e após – em investigações no âmbito de processo penal. Os relatórios já foram todos finalizados pelos Estados-membros e estão agora em processo de comparação: “Os coordenadores do projecto já têm todos os relatórios. Todos seguimos os mesmos métodos”, explica a relatora portuguesa. O objectivo é agora elaborar um macro-relatório comparativo, com propostas de melhoria da legislação e sobretudo das práticas a reforçar. Maria João Guia acredita que, quando forem comparados resultados entre Estados-membros, Portugal ficará bem no retrato no que toca à legislação, “à teoria”, mas que na prática ainda terá de melhorar. A relatora diz que Portugal fez grandes avanços, “e bem”, no que respeita, por exemplo, às vítimas de violência doméstica, e que a “prática” de que fala se refere a aspectos como o espaço físico de um tribunal, onde agressor e vítima não se devem cruzar: “Na prática, por vezes, torna-se difícil encontrar um sítio em que eles não se cruzem”, nota, acrescentando que a actual crise “também pode condicionar os apoios às vítimas”. O relatório produzido pela equipa da UC resulta de um levantamento exaustivo da situação nacional e de trabalho no terreno durante vários meses, em que participaram 11 instituições, das quais três órgãos de polícia criminal (GNR, PSP e SEF), a Associação Portuguesa de Apoio à Vítima, a Comissão de Protecção às Vítimas de Crimes, a Comissão para a Igualdade e Cidadania, o Instituto Nacional de Medicina Legal, duas organizações não governamentais, a Saúde em Português e a Associação para o Planeamento da Família, um advogado e um juiz desembargador.
REFERÊNCIAS:
Entidades GNR PSP SEF
Marques Guedes garante redução de verbas nos gabinetes ministeriais
Ministro ouvido no Parlamento sobre Orçamento do Estado. (...)

Marques Guedes garante redução de verbas nos gabinetes ministeriais
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 6 | Sentimento 0.0
DATA: 2013-11-07 | Jornal Público
SUMÁRIO: Ministro ouvido no Parlamento sobre Orçamento do Estado.
TEXTO: O ministro da Presidência e dos Assuntos Parlamentares, Luís Marques Guedes, assegurou nesta quarta-feira que houve uma redução nas verbas atribuídas aos gabinetes ministeriais na ordem dos 17%, no Orçamento do Estado para 2014 (OE). “Tentando aqui esclarecer alguma confusão que se registou, nomeadamente na comunicação social, posso dizer que, olhando para as verbas, a dotação média tem uma redução na casa dos 17%”, afirmou Marques Guedes, durante uma audição parlamentar sobre o OE. O governante respondia a uma pergunta do PSD, numa audição focada nos sectores que tutela (igualdade de género, desporto e Impulso Jovem) e sem que fosse questionado sobre política em geral. Marques Guedes referiu que tem existido “uma comparação mentirosa”, porque em 2013 existiam 10 membros do Governo no Conselho de Ministros e, agora, há 14, portanto “um aumento de 40%”. “Em termos de gabinetes comparáveis, as diferenças estão na ordem de menos 25% de gastos. Por exemplo, o meu gabinete tem um decréscimo de 50 mil euros e eu era secretário de Estado e agora sou ministro da Presidência. Hoje tem 14 pessoas quando, no Governo anterior, tinha 15 e o secretário de Estado outras 16”, acrescentou. Quanto a despesas, o gabinete do primeiro-ministro prevê gastar “menos 250 mil euros face a 2013 e menos 15% quando comparado com 2010”, ainda com o Governo socialista de José Sócrates em funções. Quanto ao programa Impulso Jovem, que foi referido pelas bancadas da oposição, Marques Guedes indicou que 77 mil jovens aderiram aos estágios, segundo dados do final de Outubro deste ano. “A nível de retenção nas empresas após o estágio, a taxa de empregabilidade é de dois terços”, segundo o ministro, esclarecendo que o emprego pode não ser dado na empresa onde se realizou o estágio. Apesar das críticas dos deputados socialistas sobre o programa, o ministro argumentou que se trata de uma “experiência positiva”. Relativamente à violência doméstica, à igualdade e tráfico de seres humanos, Marques Guedes referiu que o actual Governo “consignou 3, 75% das receitas dos jogos sociais (2, 5 milhões de euros) a estas áreas”.
REFERÊNCIAS:
Partidos PSD
Na linha da frente contra o gigante de gelo
O maior desastre no Evereste em que morreram 16 sherpas chamou a atenção do mundo para as condições desta população que arrisca a vida para levar todos os anos centenas de alpinistas ao local mais alto do planeta. (...)

Na linha da frente contra o gigante de gelo
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 6 | Sentimento 0.0
DATA: 2014-05-03 | Jornal Público
SUMÁRIO: O maior desastre no Evereste em que morreram 16 sherpas chamou a atenção do mundo para as condições desta população que arrisca a vida para levar todos os anos centenas de alpinistas ao local mais alto do planeta.
TEXTO: O tecto do mundo está muito próximo. O acesso, pela parte Sul, é feito através do Lhotse, “apenas” a quarta montanha mais alta do planeta, com 8516 metros. Mas é ao mítico Evereste, a 8848 metros de altitude, que todos querem chegar e, para isso, há um desafio monumental. Trata-se do glaciar de Khumbu, uma área de gelo fino instável, que parece poder desabar a qualquer momento, o que acontece frequentemente. Há quem lhe chame de “corredor da calamidade” e atravessá-lo é a rotina e o ganha-pão de muitos homens. Diz à AFP Russell Brice, ex-alpinista e proprietário de uma agência de expedições nos Himalaias, que “em nenhuma parte do mundo alguém se atreveria a atravessar um glacial como este”. “Apenas se faz porque se trata do Evereste. ” E o lugar que o ponto mais elevado da Terra ocupa no imaginário de milhares de “turistas de aventura” garante, muitas vezes, uma vida melhor para as comunidades locais de guias, os sherpas. Mas fazer dos caprichos da Natureza uma forma de vida acarreta graves riscos e os guias locais, conhecidos pela sua bonomia, lealdade e simplicidade, estão cada vez menos dispostos a arriscar tanto por tão pouco. Foi precisamente no glaciar de Khumbu, na manhã de 18 de Abril, que 13 sherpas perderam a vida e três desapareceram, sem qualquer esperança de resgate. Estes homens pertenciam a uma classe à parte, mesmo dentro da comunidade. São conhecidos como “Icefall Doctors”, especialistas em cataratas de gelo, e a sua função é procurar trilhos seguros para que os alpinistas – normalmente americanos, japoneses ou europeus que pagaram e bem pela “aventura” – possam atravessar o glaciar. O objectivo é fazer com que os “clientes” passem o menos tempo possível no perigoso local. Num artigo na revista New Yorker, Jon Krakauer lembrava a subida que fez em 1996, em que teve de fazer quatro passagens pelo glaciar, enquanto cada um dos sherpas que o acompanhava fez o percurso trinta vezes, muitas das quais carregados com mochilas, tendas e garrafas de oxigénio. A admiração que os sherpas recolhem não é, portanto, algo que surpreenda. A primeira mulher a alcançar o cume do Evereste, em 1993, Rebecca Stephens, descreve-os como “figuras heróicas”. “Sem eles não teria conseguido chegar lá acima”, disse ao Guardian. Pior que uma guerraNum dos países mais pobres do mundo, o Nepal, o rendimento que um sherpa consegue ao longo de uma época de três meses pode chegar perto dos seis mil euros, dez vezes mais do que o salário médio. Mas por trás do retorno económico está, por exemplo, uma taxa de mortalidade doze vezes superior à dos soldados norte-americanos durante a guerra no Iraque (2003-07), segundo um artigo de Jonah Ogles. Em contraciclo está a cada vez maior segurança para os alpinistas ocidentais, devido à maior utilização de garrafas de oxigénio e de esteróides que minimizam os riscos de contracção de edemas cerebrais e pulmonares a elevada altitude. Os sherpas têm uma apetência natural para lidar com a dureza das montanhas, mas são eles que fazem o trabalho pesado – que se torna muito mais custoso a sete mil metros de altitude. No entanto, levam para si muito menos garrafas de oxigénio, devido ao seu alto custo e para não terem mais excesso de carga. Foi com o neozelandês Edmund Hillary, a 29 de Maio de 1953, o primeiro a alcançar o topo do Evereste, que o fantástico feito passou a ser perseguido um pouco por todo o mundo. Desde então, o grande gigante foi vencido em 630 ocasiões, uma delas pelo português João Garcia em 1999. Mas é com os “turistas de aventura”, muitas vezes com pouca ou nenhuma experiência de alpinismo, que a subida ao tecto do mundo se massificou. Actualmente, com a cada vez maior precisão das previsões meteorológicas, num dia com boas condições de visibilidade é possível ver autênticos engarrafamentos de expedições. “Na Primavera, em média, há 35 expedições simultâneas no Evereste”, contou, ao Le Monde, Didier Cour, proprietário de uma agência. “Em certos dias há mais de setenta pessoas no cume, e são obrigados a esperar que uns desçam para poder subir. ” Já pouco resta da “mais alta solidão”. Fuga à pobrezaMuita desta massificação das subidas aos Himalaias é fruto da atracção que a carreira de sherpa exerce junto das populações empobrecidas. Originalmente, apenas os homens desta etnia é que tinham as funções de guias das montanhas, mas actualmente é possível encontrar membros das etnias tamang, gurung ou chhetri. A possibilidade da melhoria das condições económicas é a grande razão para quem ingressa numa profissão tão perigosa. Um artigo de Maio de 2013 do jornal Guardian mostrava o impacto que o turismo de montanha tinha na região. Tashi Sherpa é sobrinho de um sherpa que trabalhou em expedições nos anos 1950 e possui agora uma grande superfície de artigos desportivos na capital nepalesa, Kathmandu.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave homens guerra mulher comunidade salário
O futebol francês vai subir aos Pirenéus
A mais pequena localidade a ter marcado presença nas competições futebolísticas francesas estará nas provas profissionais em 2014-15 (...)

O futebol francês vai subir aos Pirenéus
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 6 | Sentimento 0.0
DATA: 2014-05-10 | Jornal Público
SUMÁRIO: A mais pequena localidade a ter marcado presença nas competições futebolísticas francesas estará nas provas profissionais em 2014-15
TEXTO: Não será apenas pela presença de Helena Costa no Clermont Foot – é a primeira mulher a assumir o comando técnico de uma equipa masculina profissional – que valerá a pena acompanhar a Ligue 2 francesa na próxima temporada. Entre os adversários da treinadora portuguesa vai estar o Luzenac, equipa estreante nas competições profissionais e que é originária da mais pequena localidade a alguma vez ter marcado presença num escalão tão elevado do futebol francês. Com meio milhar de habitantes, em plenos Pirenéus (a 65 quilómetros de Andorra), Luzenac fará parte do mapa futebolístico profissional francês em 2014-15. Deve-o a dois homens: o presidente Jérôme Ducros, empresário que salvou o clube da falência, e o director-geral Fabien Barthez. Ele mesmo, o guarda-redes de cabeça rapada que brilhou com a camisola dos bleus e passou por Marselha, Mónaco e Manchester United. Os dois conheceram-se através do desporto automóvel (o ex-guarda-redes, campeão do mundo em 1998, sagrou-se campeão francês de GT em 2013 e vai participar na edição deste ano das 24 Horas de Le Mans) e, sendo naturais da região, decidiram apostar no Luzenac. Os resultados estão à vista. Não foi só em termos competitivos que o clube deu um salto. “No início não havia departamento médico. Aparecia um massagista, quando lhe ligavam. Uma equipa sem médicos, sem massagistas, é como uma equipa de corridas sem mecânicos. Hoje temos tudo o que é preciso, mas é preciso continuar no rumo da profissionalização”, disse Barthez ao diário desportivo francês L’Équipe. A chegada do ex-guardião, com todo o seu currículo, provocou receios ao treinador Christophe Pélissier: “Avisaram-me que ele ia interferir na composição da equipa. Mas, ao fim de uma hora, eu estava tranquilo. Em dois anos nunca me falou de tácticas. Ocupa-se do treino invisível: nutrição, cuidados médicos, recuperação”, explicou o técnico. “Uma ou duas vezes por semana vem cá, às vezes treina com a equipa. Até digo que ele é o nosso tesouro, o nosso acelerador. Trouxe-nos uma boa estrela”, acrescentou Pélissier. Na próxima época o orçamento passará de 2, 5 para seis ou sete milhões. Apesar disso, o Luzenac terá de continuar a jogar longe de casa. O Stade Paul-Fédou não cumpre as normas da Liga francesa e o Stade du Courbet, em Foix – a 35 quilómetros, que os blauroge têm vindo a partilhar com a equipa local de râguebi – também não serve. A solução poderá passar por Toulouse, a pouco mais de 100 quilómetros. * Planisférico é uma rubrica semanal sobre histórias de futebol e campeonatos periféricos
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Palavras-chave homens mulher
Há uma crise no The New York Times?
O despedimento da directora Jill Abramson e a divulgação de um relatório sobre a estratégia digital do diário de referência norte-americano deixam no ar a ideia de uma redacção em tumulto. (...)

Há uma crise no The New York Times?
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 6 | Sentimento 0.136
DATA: 2014-05-18 | Jornal Público
SUMÁRIO: O despedimento da directora Jill Abramson e a divulgação de um relatório sobre a estratégia digital do diário de referência norte-americano deixam no ar a ideia de uma redacção em tumulto.
TEXTO: Depois da surpresa, choque e controvérsia causados pelo despedimento da directora do The New York Times Jill Abramson, a divulgação de um relatório interno onde se aponta a “perda da vantagem competitiva” do diário nova-iorquino no panorama digital veio reforçar a ideia de crise no jornal que é considerado como a grande referência jornalística dos Estados Unidos. O relatório interno sobre a estratégia para a transição digital, intitulado “Inovação”, chegou às mãos do site BuzzFeed, e imediatamente acrescentou uma nova faceta à discussão sobre o “tumulto” no The New York Times (NYT). O documento de 96 páginas foi preparado por um painel de oito especialistas liderado por A. G. Sulzberger, filho do publisher do New York Times e herdeiro da família que detém o título desde 1896: o retrato traçado é de uma redacção fragilizada perante os seus concorrentes digitais e constrangida pelo peso da tradição do jornal. Segundo o relatório, finalizado em Março, o compromisso e prioridade editorial atribuída ao jornal em papel é precisamente um dos entraves à expansão digital do jornal: “Os hábitos e tradições que se foram construindo ao longo de mais de um século e meio de produção do jornal são forças poderosas e conservadoras nesta etapa de transição para o digital – e nenhuma exerce maior força gravitacional do que a primeira página do jornal”. “A redacção é unânime: estamos a despender demasiado tempo e energia com a primeira página”, conclui o mesmo documento. Os autores elogiam o prestígio e qualidade jornalística do New York Times, mas consideram que o jornal está a falhar na “arte e ciência de levar o nosso jornalismo até aos leitores. Sempre nos preocupámos com o alcance e o impacto do nosso trabalho, mas ainda não fomos capazes de quebrar o código da era digital”, lê-se. Comparando com novos meios digitais de sucesso nos Estados Unidos – nomeadamente o BuzzFeed, Huffington Post, Business Insider, First Look Media e o novíssimo Vox –, a estrutura do NYT revela-se demasiado pesada e até obsoleta. “Não nos mexemos com a mesma urgência”, critica o relatório, que nota que os concorrentes “estão à nossa frente em termos da construção de impressionantes sistemas de suporte para jornalistas digitais e essa diferença vai acentuar-se ainda mais se não melhorarmos rapidamente as nossas capacidades”. “O New York Times ganha no jornalismo. Mas a nossa vantagem jornalística diminui à medida que os novos meios digitais expandem as suas redacções”, prossegue o relatório, que elogia a competência dos seus jornalistas mas lamenta as dificuldades em recrutar novos talentos e em atrair nomes que se destacam na blogosfera ou noutros meios digitais. Uma grande parte do relatório dedica-se à análise de questões burocráticas ou tecnológicas, como por exemplo a optimização de sistemas informáticos, a arquitectura das aplicações produzidas ou lançadas pela “marca”, e muitas páginas têm a ver com aspectos de promoção, potencialmente mais polémicos no que diz respeito ao esbatimento das divisões entre os departamentos editoriais e de marketing. O documento também alerta para uma tendência que não é exclusiva do NYT e se manifesta em quase todos os jornais que se transpuseram para a internet: o declínio do tráfego para a homepage (página principal), que caiu para metade nos últimos dois anos, e a diminuição do tempo que cada utilizador perde a navegar no site. O fenómeno tem a ver com a mudança do comportamento dos leitores online, que já não acedem às notícias através do “menu” oferecido pelo jornal mas antes numa cadeia orientada de partilhas através das redes sociais – acrescentando uma nova complexidade ao trabalho editorial e dificultando a estratégia comercial da “paywall” para o acesso aos conteúdos. Segundo diz o relatório, apenas um terço dos 13, 5 milhões de leitores do jornal online visitam a homepage. No entanto, nesse número impressionante de leitores apenas se encontram 799 mil subscritores da edição online (que garante acesso a todo o conteúdo do jornal). Na apresentação de contas relativas ao primeiro trimestre, a companhia NYT admitiu uma nova quebra da circulação em papel (apesar de as receitas publicitárias terem aumentado 3, 7%). As contas também mostram que, apesar do investimento no digital, 75% das receitas do diário provêm da edição em papel. Saída abruptaA coincidência da divulgação do relatório e do despedimento inesperado de Jill Abramson, na quarta-feira, alimentou as especulações sobre um eventual “castigo” da directora pelas dificuldades do diário em afirmar-se como o “campeão” do jornalismo digital. Os contornos da saída de Abramson, a primeira mulher a dirigir o jornal nos seus 163 anos de existência, permanecem por explicar. A imprensa americana tem apontado um desentendimento da directora com a administração, que alegadamente lhe pagava menos do que ao seu antecessor Bill Keller; e um prolongado braço-de-ferro com a redacção, que reagiu mal à sua política de contratações e ao seu feitio polarizador e autoritário, como as causas para o seu afastamento abrupto.
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Palavras-chave filho mulher
Vitória de Maliki é curta para formar governo mas dá-lhe legitimidade para ficar no poder
Primeiro-ministro vai ter de negociar apoios, ao mesmo tempo que a violência aumenta em Falluja, onde os residentes temem uma grande ofensiva do Exército. (...)

Vitória de Maliki é curta para formar governo mas dá-lhe legitimidade para ficar no poder
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 6 | Sentimento 0.0
DATA: 2014-05-19 | Jornal Público
SUMÁRIO: Primeiro-ministro vai ter de negociar apoios, ao mesmo tempo que a violência aumenta em Falluja, onde os residentes temem uma grande ofensiva do Exército.
TEXTO: Nouri al-Maliki venceu, como esperado, as eleições legislativas de 30 de Abril no Iraque. Entre o seu eleitorado continua popular, como provam os 721 mil votos que conseguiu em nome próprio na lista de Bagdad. Mas os 92 deputados que fez eleger para o Parlamento não chegam para governar – e a votação dos outros partidos indica que muitos árabes sunitas poderão ter ficado em casa, num momento em que aumentam os ataques do Governo contra a cidade de Falluja e mais habitantes se põem em fuga. Os resultados anunciados esta segunda-feira pelo Comissão Eleitoral ainda são provisórios: depois da Aliança para o Estado de Direito, de Maliki, ficaram os seus dois principais rivais árabes xiitas, o Conselho Islâmico Supremo do Iraque e o Ahrar, a formação leal ao radical Moqtada al-Sadr (no conjunto, obtiveram 57 lugares). Só depois aparecem os blocos liderados por árabes sunitas – o Mutahidoun, chefiado por um antigo líder do Parlamento, com 23 lugares; o Iraqiya, do ex-primeiro-ministro Ilyad Allawi (que junta sunitas e xiitas, como o próprio Allawi), com 21 deputados; e a lista de Saleh al-Mutlaq, ex-vice de Maliki. Votaram 62% dos 22 milhões de eleitores registados para escolher o Parlamento de 328 lugares. Muitos tinham recusado a ideia de Maliki assumir um terceiro mandato, incluindo os partidos de Allawi, de Sadr e os curdos do presidente da região autónoma do Curdistão, liderados por Massoud Barzani. Todos consideram que o seu segundo mandato foi desastroso e acusam-no de ter falhado em travar a nova espiral de violência sectária, que desde o início do ano fez mais de 3500 mortos. Apesar de se mostrar confiante durante a campanha, antes dos primeiros resultados Maliki já enviara aos rivais uma carta onde propõe um programa de coligação para o futuro governo (em 2010, foram precisos quase dez meses para formar governo). A missiva fala na necessidade de proteger os direitos das mulheres, de uma distribuição justa das riquezas do país e rejeita as políticas sectárias. Tudo isto é fácil de enunciar mas muito complicado de executar. Principalmente se se tiver em conta que parte das divisões sectárias actuais começaram com medidas tomadas pelo próprio Maliki. Antes de chegar à chefia do Governo, em 2006, Maliki fez parte do comité que realizou a desbaasificação (expurgando da função pública os membros do Baas, de Saddam Hussein, uma das medidas que os próprios norte-americanos admitiram ter estado na origem de grande parte da violência dos piores anos da guerra civil), tendo assumido depois a chefia da Comissão da Segurança do parlamento transitório – aí, foi um dos promotores de uma lei antiterrorista que os sunitas, que se consideram marginalizados e perseguidos pelas autoridades xiitas, dizem ter sido escrita para prender opositores e críticos. Não foi possível realizar eleições num terço da província ocidental de Anbar, árabe sunita. A cidade de Falluja continua sob controlo do Estado Islâmico do Iraque e do Levante (ISIS), grupo jihadista com ligações à Al-Qaeda e que cresceu com o caos do conflito na Síria. Quase 4500 pessoas já abandonaram a região desde Janeiro e só nos últimos dias fugiram mais de 1100 famílias (perto de 6000 pessoas), diz à Reuters a deputada Liqa Wardi. As tribos da região temem o ISIS mas receiam ainda mais o Exército de Maliki, pelo que muitas se aliaram aos jihadistas estrangeiros. Na última semana, os bombardeamentos intensificaram-se, com muitos residentes a denunciarem o recurso a barris repletos de explosivos (uma táctica que as forças do sírio Bashar al-Assad têm usado com frequência). Ninguém está a ganhar a guerra – e Bagdad ainda fala em lançar uma “grande ofensiva” – mas de acordo com responsáveis médicos e diplomatas que falaram à Reuters, pelo menos 6000 soldados morreram e 12 mil desertaram.
REFERÊNCIAS:
Étnia Árabes
Cinco detidos pelo apedrejamento até à morte de paquistanesa
Farzana Parveen, grávida de três meses, foi morta por um grupo de homens, que incluía o seu pai, tio e primos. (...)

Cinco detidos pelo apedrejamento até à morte de paquistanesa
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 6 | Sentimento 0.0
DATA: 2014-05-30 | Jornal Público
SUMÁRIO: Farzana Parveen, grávida de três meses, foi morta por um grupo de homens, que incluía o seu pai, tio e primos.
TEXTO: Três dias depois de Farzana Parveen, de 25 anos, grávida de três meses, ter sido apedrejada até à morte por membros da sua família, em Lahore, o primeiro-ministro paquistanês exigiu que fossem tomadas medidas urgentes no caso de lapidação, considerando o crime inaceitável. Além do pai, quatro outros homens, incluindo um tio e dois primos, foram detidos. Na última terça-feira, o mundo ficou chocado com mais um caso de morte por apedrejamento de uma mulher em nome da honra da sua família. Farzana esperava pela abertura do tribunal em Lahore, quando foi cercada por um grupo de cerca de 20 homens, entre eles o pai, dois irmãos e um antigo noivo. Os homens apedrejaram-na e Farzana morreu perante familiares e a polícia. O pai da jovem admitiu depois às autoridades ter contribuído para a morte da filha, por honra da família. A paquistanesa chegou a estar noiva de um primo, num casamento arranjado pela família, mas recusou a imposição e decidiu casar-se com o homem que amava, o que segundo uma tradição paquistanesa desonra os seus familiares. O primeiro-ministro paquistanês, Nawaz Sharif, exortou agora as autoridades de Penjab, província que tem como capital Lahore, que tomem “medidas imediatas” quanto ao “crime totalmente inaceitável” ocorrido “perante a polícia”. O chefe do governo local de Penjab, Shahbaz Sharif, irmão do primeiro-ministro, anunciou, pouco depois, que foram acelerados procedimentos judiciários no caso colocado sob a autoridade da lei antiterrorismo. A polícia paquistanesa declarou, entretanto, esta sexta-feira que deteve quatro homens suspeitos de terem participado na morte da jovem, além de ter feito a detenção, na terça-feira, do pai de Farzana. Um tio e dois primos da mulher e um motorista foram detidos, segundo um responsável pela investigação, Zulfiqar Hameed, que falou à AFP. Com base na lei paquistanesa, os casamentos forçados e os crimes de honra devem ser penalizados. Porém, a força de tradições e interpretações secundárias da lei violam o que é instituído legalmente. Estima-se que perto de mil casos semelhantes ao de Farzana se registem todos os anos no Paquistão. Viúvo de Farzana matou a primeira mulherO caso da jovem paquistanesa além de provocar indignação teve um desenvolvimento bizarro nos últimos dias. O marido de Farzana, Mohammad Iqbal, de 45 anos, apelou à Justiça no caso da mulher e à condenação da sua família. Porém, segundo Mohammad, ele próprio cometeu um crime, há seis anos, contra a sua primeira mulher. “Estava apaixonado por Farzana e foi por causa desse amor que matei a minha primeira mulher, por estrangulamento”, admitiu numa conversa telefónica com a AFP. A filha de Mohammad e da primeira mulher apresentou queixa contra o pai, que chegou a estar preso, mas que saiu pouco depois em liberdade após ter chegado a um acordo com a família da vítima. O homem foi perdoado por ter pago o que no Paquistão se chama “dinheiro de sangue”, uma solução na qual o homicida escapa à Justiça se pagar uma compensação à família da vítima. Após a sua libertação, o paquistanês convenceu Farzana a casar-se com ele, mas, segundo Mohammad, a família da noiva exigia o pagamento de um elevado dote, proposta que foi recusada. O casamento aconteceu e surgiu a acusação contra a jovem de que tinha desonrado a família. Indignação da comunidade internacionalO caso de lapidação está a indignar a comunidade internacional. Os EUA, Reino Unido e a ONU já se manifestaram e exigiram que os crimes de honra sejam punidos. De Washington, a porta-voz do Departamento de Estado, Jennifer Psaki, fez saber que os autores da morte de Farzana “devem ser levados perante a Justiça”, tal como os que cometeram o mesmo crime “hediondo” em dois outros casos, na mesma semana, no Paquistão. O chefe da diplomacia britânica, William Hague, afirmou-se “entristecido” com a “morte atroz” da jovem e pediu a Islamabad que tome medidas urgentes contra esta prática. “Não há absolutamente nada de honroso nos crimes de honra e apelo ao Governo paquistanês para fazer tudo o que está no seu poder para erradicar esta prática bárbara”, reforçou.
REFERÊNCIAS:
Entidades ONU EUA
Polícia diz que todos os suspeitos de violação na Índia estão detidos
O Governo prometeu que todos os suspeitos deste caso serão julgados com rapidez, ao mesmo tempo que anuncia a criação de um grupo de crise para assegurar que se faz justiça nos casos de violência sexual. (...)

Polícia diz que todos os suspeitos de violação na Índia estão detidos
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 6 | Sentimento 0.0
DATA: 2014-05-31 | Jornal Público
SUMÁRIO: O Governo prometeu que todos os suspeitos deste caso serão julgados com rapidez, ao mesmo tempo que anuncia a criação de um grupo de crise para assegurar que se faz justiça nos casos de violência sexual.
TEXTO: As autoridades indianas garantiram este sábado que todos os suspeitos da violação e assassínio de duas primas adolescentes, de 14 e 16 anos, já estão detidos. Dois polícias foram detidos logo na sexta-feira; agora aconteceu o mesmo com três suspeitos atacantes. As raparigas, membros de uma casta inferior, foram encontradas enforcadas numa árvore na aldeia de Katra Shahadatgani, no estado do Uttar Pradesh. Tinham saído à rua, para ir à casa de banho, e nunca voltaram para casa – não há rede sanitária em muitas casas desta zona, Badaun. Apesar de a polícia dizer ter encontrado todos os suspeitos, tinha inicialmente afirmado que havia cinco homens da aldeia sob suspeita – a autópsia relevou que as duas foram vítimas de uma violação em grupo. Este caso, mais um numa lista de chocantes violações em grupo em diferentes zonas da Índia, está a provocar uma vaga de protestos – a população denuncia o caso como uma descriminação de castas. O pai de uma das vítimas contou aos jornalistas que foi gozado pela polícia quando se dirigiu à esquadra, pedindo ajuda para encontrar a filha que tinha desaparecido. Quando o polícia percebeu a que casta a família pertence fez troça do homem e decidiu não actuar – as duas raparigas eram dalitas, a casta na base da pirâmide de um sistema de estratificação social que está proibido desde 1950. Constitucionalmente, as castas estão banidas há mais de 60 anos, mas a discriminação e a violência baseadas neste sistema nunca deixaram de acontecer. Já tinham passado 12 horas do desaparecimento quando as autoridades decidiram fazer alguma coisa. Os dois agentes detidos foram acusados de negligência no cumprimento do seu dever e de conspiração criminosa. O Governo prometeu que todos os suspeitos deste caso serão julgados com rapidez, ao mesmo tempo que anuncia ir criar um grupo de crise para assegurar que se faz justiça nos casos de violências sexual. Há notícias de mais dois casos de violação de grupo de menores no mesmo estado, o Uttar Pradesh, no Norte da Índia, durante esta semana. Num destes casos, a polícia revelou na sexta-feira que o pai do principal suspeito agrediu brutalmente a mãe da alegada vítima, quando esta recusou retirar a queixa. Para além dos grupos de defesa dos direitos das mulheres e da própria população, as manifestações dos últimos dias também têm contado com activistas que apontam a falta de instalações sanitárias nas áreas rurais como um risco para a segurança das mulheres.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave direitos homens filha violência ajuda homem social violação sexual mulheres assassínio desaparecimento discriminação