Justiça egípcia detém Mubarak durante 15 dias
O procurador-geral egípcio ordenou a detenção do Presidente Hosni Mubarak e respectivos filhos durante 15 dias, antes do início das investigações ao ex-Presidente por alegados actos de corrupção e abuso de poder. (...)

Justiça egípcia detém Mubarak durante 15 dias
MINORIA(S): Refugiados Pontuação: 6 Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2011-04-13 | Jornal Público
SUMÁRIO: O procurador-geral egípcio ordenou a detenção do Presidente Hosni Mubarak e respectivos filhos durante 15 dias, antes do início das investigações ao ex-Presidente por alegados actos de corrupção e abuso de poder.
TEXTO: Mubarak, de 82 anos, está internado no hospital depois de ter sofrido problemas cardíacos. Apesar disso, as autoridades estimam que o ex-Presidente está em condições de ser investigado e a sua detenção será efectiva durante 15 dias, indicou a televisão estatal. Os filhos de Mubarak Alaa e Gamal também foram detidos por alegados actos de corrupção e violência contra os manifestantes durante as manifestações de revolta de Janeiro e Fevereiro, indicou a polícia egípcia. Mubarak afastou-se do poder em Fevereiro último, na sequência de um movimento de revolta popular contra a sua liderança. Desde que foi afastado do poder pelo povo, Mubarak tem estado refugiado na localidade de Sharm el-Sheikh, junto ao Mar Vermelho. Protestos recentes ocorridos no Egipto tinham pedido a detenção e investigação à família Mubarak e os procuradores irão agora começar a investigar os 30 anos de ditadura que culminaram recentemente com a morte de centenas de manifestantes. Mubarak está proibido de abandonar o país, bem como os seus filhos e mulheres. Os bens da família também foram congelados. Após dois meses de silêncio, Mubarak disse finalmente no domingo passado que a sua reputação e a dos seus filhos foi destruída e que irá trabalhar para limpar os seus nomes. Ontem, soldados egípcios e a polícia dispersaram as pessoas que ainda estavam concentradas na Praça Tahrir - epicentro do movimento que conduziu à queda de Mubarak - exigindo que a família do ex-Presidente fosse investigada e acusada.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave morte violência mulheres refugiado
Governo da Líbia está a armar “toda a população” para combater as forças da NATO
Muammar Khadafi já o tinha ameaçado, e agora um membro do seu Governo confirmou-o: o Governo líbio está a armar civis para serem usadas contra as forças da NATO. “Muitas cidades organizaram brigadas para combater uma possível invasão da NATO”, afirmou o porta-voz governamental, Ibrahim Mussa, aos jornalistas. (...)

Governo da Líbia está a armar “toda a população” para combater as forças da NATO
MINORIA(S): Refugiados Pontuação: 6 Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2011-04-22 | Jornal Público
SUMÁRIO: Muammar Khadafi já o tinha ameaçado, e agora um membro do seu Governo confirmou-o: o Governo líbio está a armar civis para serem usadas contra as forças da NATO. “Muitas cidades organizaram brigadas para combater uma possível invasão da NATO”, afirmou o porta-voz governamental, Ibrahim Mussa, aos jornalistas.
TEXTO: Mussa garantiu que “toda a população” recebeu espingardas e armamento ligeiro. “Se a NATO vier a Misurata ou a qualquer cidade líbia vamos lançar-lhe o inferno”, cita a Reuters. “Haverá uma bola de fogo. . . Vamos fazer com que seja dez vezes pior do que o Iraque. ”Os comentários surgem no mesmo dia em que as forças rebeldes que combatem o regime de Khadafi conquistaram uma posição remota na região noroeste do país, junto à fronteira com a Tunísia, por onde estão em fuga milhares de pessoas devido aos fortes combates que se espalham nesta zona ocidental do território a partir de Misurata. Ao longo dos últimos dez dias, mais de 11 mil pessoas passaram ali a fronteira – mais de metade, incluindo muitas mulheres e crianças, apenas durante o fim-de-semana passado –, de acordo com estimativas do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR). “Estão a fugir por causa dos disparos de artilharia pesada e do intensificar das batalhas entre as forças do Governo e as da oposição”, descreveu um dos responsáveis da equipa da ONU que se encontra do lado tunisino da fronteira, Firas Kayak. “Toda esta região das montanhas ocidentais está sob fortes combates há já dois meses. As pessoas estão em fuga para se salvarem”, prosseguiu, contrariando a retórica do regime líbio de que, apesar de persistirem “bolsas de resistência” na Líbia Ocidental, grande parte da região está “sob controlo”. Também a desmenti-lo, a agência noticiosa estatal tunisina TAP reportava que 13 soldados das forças leais a Khadafi, incluindo um general, bateram em retirada e se entregaram ao exército já do lado da Tunísia, após combates com a rebelião junto ao posto fronteiriço de Wazzan, que conduz à cidade de Dehiba. Um correspondente da agência noticiosa francesa AFP relatava que a unidade militar do regime que desertou era de 150 a 200 soldados. O nível de violência dos combates em volta de Misurata – a última posição rebelde na Líbia Ocidental e sob cerco das forças de Khadafi há já sete semanas – tem impedido a chegada da ajuda humanitária internacional ao fluxo de deslocados nesta região montanhosa parcamente povoada, com uma população maioritariamente berbere, olhada com desconfiança pelo regime.
REFERÊNCIAS:
Entidades ONU NATO
Perfil: Ratko Mladic
Depois da guerra e depois do massacre de Srebrenica (1995), o general Ratko Mladic continuou a passear por Belgrado. Jantava em restaurantes caros e ia a jogos de futebol. Tudo isso a coberto do apoio do então Presidente Slobodan Milosevic. Só depois de este ser preso, em 2001, é que o general se evadiu. Até hoje. O "Carniceiro da Bósnia" foi finalmente apanhado. (...)

Perfil: Ratko Mladic
MINORIA(S): Refugiados Pontuação: 6 Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2011-05-26 | Jornal Público
URL: https://arquivo.pt/wayback/20110526150616/http://www.publico.pt/Mundo/perfil-ratko-mladic_1496080
SUMÁRIO: Depois da guerra e depois do massacre de Srebrenica (1995), o general Ratko Mladic continuou a passear por Belgrado. Jantava em restaurantes caros e ia a jogos de futebol. Tudo isso a coberto do apoio do então Presidente Slobodan Milosevic. Só depois de este ser preso, em 2001, é que o general se evadiu. Até hoje. O "Carniceiro da Bósnia" foi finalmente apanhado.
TEXTO: Foi o rosto e o mandante de um dos piores massacres cometidos na Europa depois da II Guerra Mundial. Nascido em Kalinovik, na Bósnia, em 1942, Mladic tornou-se militar ainda durante a Jugoslávia de Tito. Quando a nação se começou a desintegrar, começou a combater os “inimigos” da Bósnia e da Sérvia, nomeadamente os muçulmanos da Bósnia. Em Maio de 1992, a Assembleia Sérvia-Bósnia votou favoravelmente a criação de um exército, nomeando Mladic comandante. Foi a partir daqui que nasceu o "Carniceiro da Bósnia". Em 1995 conduziu a investida sérvia-bósnia ao enclave de Srebrenica - um protectorado da ONU - onde estavam refugiados milhares de civis em fuga dos ataques sérvios no nordeste da Bósnia. As forças sérvias bombardearam Srebrenica durante cinco dias até que o general Mladic entrou na cidade. No dia seguinte separaram os homens das mulheres e crianças, que foram enfiadas em autocarros e levadas para território muçulmano. Os homens muçulmanos entre os 12 e os 77 anos ficaram, para serem “interrogados” sobre crimes de guerra. Nos cinco dias seguintes, as forças sérvias mataram pelo menos 7500 homens e rapazes. Depois da guerra, Mladic regressou a Belgrado, onde ainda viveu algum tempo em liberdade, até à detenção de Milosevic. A partir de Outubro de 2004, antigos colaboradores de Mladic começaram a entregar-se aos tribunais numa altura em que Belgrado começou a ficar sob forte pressão internacional para levar à justiça os seus criminosos de guerra. Pensou-se que, depois da detenção de Radovan Karadzic (o líder dos sérvios bósnios durante a guerra), em Julho de 2008, Mladic não tardaria a aparecer, mas ainda demorou quase mais três anos para que, agora, o massacre de Srebrenica possa começar a ser vingado.
REFERÊNCIAS:
Entidades ONU
Explosão mata família no Sul do Afeganistão
Onze pessoas da mesma família morreram quando uma bomba artesanal explodiu à passagem da carrinha em que viajavam, na província de Zabul, no Sul do Afeganistão, o segundo episódio do género em menos de uma semana. (...)

Explosão mata família no Sul do Afeganistão
MINORIA(S): Refugiados Pontuação: 6 Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2011-07-02 | Jornal Público
SUMÁRIO: Onze pessoas da mesma família morreram quando uma bomba artesanal explodiu à passagem da carrinha em que viajavam, na província de Zabul, no Sul do Afeganistão, o segundo episódio do género em menos de uma semana.
TEXTO: A família – cinco homens, quatro mulheres e duas crianças – “regressava do Paquistão [onde passou anos refugiada] e ia para a província de Ghazni”, contou à AFP um responsável provincial, acrescentando que a explosão ocorreu às primeiras horas da manhã, numa estrada do distrito de Shamalzai. As bombas artesanais, baratas e fáceis de produzir, são uma das principais causas de mortes no Afeganistão, sobretudo entre os civis. Na quinta-feira, um engenho idêntico explodiu à passagem de um autocarro em Nimroz, província do sudoeste do Afeganistão, matando 13 ocupantes e ferindo outros 33. A violência no país não pára de aumentar desde que os taliban retomaram a ofensiva, no início da Primavera, multiplicando ataques contras as forças de segurança e atentados. Segundo as estatísticas oficiais, o número de baixas militares é ligeiramente inferior ao registado em 2010 – o ano mais sangrento desde o início do conflito, em 2001 –, mas nunca houve tantos civis mortos. Segundo dados revelados pela ONU, 368 afegãos morreram em incidentes “relacionados com a guerra” em Maio, o pior mês para os civis em quase dez anos de guerra. O Ministério da Defesa italiano confirmou, entretanto, a morte de um soldado na explosão de outro engenho artesanal província de Farah, no Oeste do país. O ataque ocorreu durante uma patrulha, tendo provocado também ferimentos num segundo militar.
REFERÊNCIAS:
Entidades ONU
Uma geração que se descobre no Inverno
A “vida invisível” que passa por aqui é também a vida de uma geração, a que se revelou no final dos anos 80, que se descobre no Inverno. Até aqui, Vitor Gonçalves era o cineasta de um Verão, do Verão da rapariga que dava título à sua longa-metragem de estreia, nesse remoto ano de 1986. “Estreia”, neste caso, e isso também nos lembra o que foram os anos 80 do cinema português e o panorama que acolheu a geração de realizadores que nessa década despontou, é palavra que tem que ser matizada: Uma Rapariga no Verão nunca chegou ao circuito comercial, ficou-se pelo vai-vem efémero dos festivais, das exibições na Cinemat... (etc.)

Uma geração que se descobre no Inverno
MINORIA(S): Refugiados Pontuação: 6 Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2015-12-29 | Jornal Público
URL: https://arquivo.pt/wayback/20151229180944/http://ipsilon.publico.pt/cinema/texto.aspx?id=335376
TEXTO: A “vida invisível” que passa por aqui é também a vida de uma geração, a que se revelou no final dos anos 80, que se descobre no Inverno. Até aqui, Vitor Gonçalves era o cineasta de um Verão, do Verão da rapariga que dava título à sua longa-metragem de estreia, nesse remoto ano de 1986. “Estreia”, neste caso, e isso também nos lembra o que foram os anos 80 do cinema português e o panorama que acolheu a geração de realizadores que nessa década despontou, é palavra que tem que ser matizada: Uma Rapariga no Verão nunca chegou ao circuito comercial, ficou-se pelo vai-vem efémero dos festivais, das exibições na Cinemateca (onde ainda em 2012, num contexto de “primeiras vezes” no cinema português, Vítor Gonçalves esteve a apresentá-lo e a discuti-lo), das ocasionais exibições televisivas – e agora, finalmente, em três sessões em salas comerciais, dia 6 de Junho, às 22 horas, no Teatro Municipal Campo Alegre no Porto, e nos dias 11 e 12 de Junho, às 19h15, no Espaço Nimas em Lisboa. Vinte e sete anos sem reincidir numa longa-metragem para cinema: talvez não faça sentido (ou talvez faça, não sabemos) dizer que este tempo foi um “Inverno” para o realizador. Mas em face deste belíssimo A Vida Invisível, quer na sua poesia escura refugiada em interiores protegidos da luz, quer, e muito materialmente, no seu trabalho sobre as estações do ano, faz completo sentido dizer que Vitor Gonçalves se revela também um cineasta para o Inverno, um cineasta para todas as estações. Impossível, perante ele, não fazer raccords com o tempo por trás destes 27 anos de “vida invisível”. Não fazer raccords com a Rapariga, em primeiro lugar, filme atordoado tanto por uma forma de alegria conjugada no presente – a da juventude e dos amores, a do sol, a do mar, a dos pinhais – tanto quanto atordoado, já, por diversas sombras, o terror da idade adulta, o dia em que os filhos serão, por sua vez, pais, e a morte de uma figura paternal como momento, mais do que simbólico, dessa passagem. Dir-se-á que aí Uma Rapariga no Verão participava bem no espírito do que foi um dos temas centrais de tanto filme dos realizadores portugueses que se estrearam nesses anos da dobra da década de 80 para a de 90, de Manuel Mozos a Pedro Costa, a Joaquim Pinto e Teresa Villaverde e a vários outros, um adeus à adolescência doloroso, prolongado e renitente, e ao mesmo tempo resignado. E de resto, muitos deles estavam na Rapariga, à frente e atrás das câmaras, nas mais variadas funções: Joaquim Leitão (no mesmo ano de Duma Vez Por Todas), Pedro Costa, Ana Luísa Guimarães, Joaquim Pinto. Era portanto, objectiva e subjectivamente, um filme onde o presente – o presente de 1986, mas também o “presente eterno” das imagens do cinema – se abria como uma plataforma virada para o futuro. Não é dizer que A Vida Invisível seja a perfeita imagem especular desse filme e dessa promessa, mas é um filme onde o presente, se se abre a um tempo futuro (aquela “aurora”, o ecrã todo branco, com que o filme fecha depois do paralítico sobre o protagonista), fá-lo depois de uma dura luta contra o passado, contra um tempo fantasmático e insidioso que invade tudo, domina tudo, e puxa tudo para esse outro tempo, cuja matéria é a memória e a assombração. É um filme sobre um homem (a personagem de Filipe Duarte) que precisa de um filme inteiro para aprender a viver no presente, a desfazer as amarras do passado – e a “desfazer” a narrativa do filme, de certa maneira, remetida do domínio dos “factos” ao domínio dos “fantasmas”. É um filme sobre uma Lisboa em curta escala, do Terreiro do Paço (filmado como nunca se filmou) aos edifícios da zona da Expo 98, com o rio a cortar o horizonte, a fazer de parede tão interior como as paredes dos interiores em que A Vida Invisível maioritariamente se passa (extraordinário plano, aquele da vidraça sobre o rio que em vez de “abrir”, “fecha”, e marca toda a distância entre o protagonista e a rapariga, Maria João Pinho, vinda dum Verão passado). É um filme sobre uma memória de cinema: os super 8 achados pelo protagonista, filmados pelo seu mentor (João Perry) e que tanto o inquietam – será exagero ver neles, naquela granulação própria do formato, acentuada pela pós-produção e pelo contraste com a natureza digital da imagem de A Vida Invisível, e naquelas imagens sem data da paisagem dos confins da Escócia, montanhas, lagos, mares, uma espécie de memória distorcida da própria Rapariga no Verão, da sua paisagem tanto como da sua natureza fílmica (os 16mm, caídos em desuso muito antes dos 35mm)?Mas ainda, e por essa presença real do cinema dentro do filme, a juntar ao nome do mentor (António), como não pensar numa figura essencial para Vitor Gonçalves e para a generalidade dos seus parceiros de geração, António Reis? Ou mesmo, e porque não, João Bénard da Costa? Porque é também este o território do filme, o território da sua irredimível solidão: o tempo em que os “protegidos” descobrem, com um certo pavor, que já não têm quem os “proteja”, que chegou o tempo deles serem o que os outros foram – como, de resto, praticamente verbaliza a personagem de Filipe Duarte. A “vida invisível” que retine dentro de A Vida Invisível passa por aqui: é igualmente uma vida de cinema, a vida de uma geração que se descobre no Inverno.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave morte campo homem espécie rapariga
Deputados do PS questionam Governo em relação ao uso de armas químicas na Síria
Deputados do Partido Socialista (PS) questionaram o Governo sobre a sua posição e sobre o que pensa fazer em relação à utilização de armas químicas no conflito que decorre na Síria, numa pergunta que foi hoje divulgada à imprensa. A pergunta dos parlamentares, enviada na sexta-feira, foi destinada ao ministro dos Negócios Estrangeiros, Rui Machete. O texto é assinado pelos deputados socialistas Maria de Belém Roseira, Alberto Martins, Paulo Pisco, Basílio Horta, Pedro Silva Pereira, Maria Gabriela Canavilhas e Laurentino Dias. Os deputados do PS querem saber “o que pensa o Governo fazer, particularmente depois da... (etc.)

Deputados do PS questionam Governo em relação ao uso de armas químicas na Síria
MINORIA(S): Refugiados Pontuação: 6 Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2013-08-27 | Jornal Público
TEXTO: Deputados do Partido Socialista (PS) questionaram o Governo sobre a sua posição e sobre o que pensa fazer em relação à utilização de armas químicas no conflito que decorre na Síria, numa pergunta que foi hoje divulgada à imprensa. A pergunta dos parlamentares, enviada na sexta-feira, foi destinada ao ministro dos Negócios Estrangeiros, Rui Machete. O texto é assinado pelos deputados socialistas Maria de Belém Roseira, Alberto Martins, Paulo Pisco, Basílio Horta, Pedro Silva Pereira, Maria Gabriela Canavilhas e Laurentino Dias. Os deputados do PS querem saber “o que pensa o Governo fazer, particularmente depois da utilização de armas químicas em larga escala, no sentido de condenar e de contribuir para que as atrocidades que o povo sírio está a viver tenham um fim”. Pretendem saber que “posições já foram assumidas nos fóruns internacionais pelo Governo”. Os deputados também desejam clarificar porque “o Governo não informou ainda os grupos parlamentares e os partidos da oposição das diligências que já fez ou pensa fazer sobre a guerra civil na Síria”. A pergunta referiu ainda que a “utilização de armas químicas em larga escala na Síria, que terão feito mais de 1. 300 vítimas mortais, é um crime contra a humanidade que não pode ficar impune nem continuar a beneficiar da complacência e cumplicidade da comunidade internacional”. “Segundo tem sido noticiado, já foram mais de dez as denúncias feitas sobre a utilização de armas químicas na Síria, país que já há várias décadas tem programas de produção e armazenamento deste tipo de armas de destruição” massiva, afirmou o documento. De acordo com o texto, “as imagens não deixam margem para dúvidas: são crianças, mulheres e homens de todas as idades atingidos por agentes químicos de forma indiscriminada”. Segundo o texto, “a linha vermelha desta guerra hedionda, que o povo sírio já sofre há mais de dois anos e que já fez mais de 100. 000 mortos e perto de dois milhões de refugiados, já há muito foi ultrapassada, mas agora foi para além de tudo aquilo que se podia imaginar”. Os deputados afirmaram que a comunidade internacional não pode ficar em silêncio e que os inspectores das Nações Unidas devem ter acesso aos arredores de Damasco para identificar os culpados pelos ataques com armas químicas, obtendo ainda outras informações sobre esses actos criminosos. “Portugal deve também ter um papel activo na condenação destes crimes que diariamente são cometidos na Síria e nos esforços para que o conflito termine”, sublinhou o documento. Na quarta-feira, um ataque com armas químicas, alegadamente realizado pelas forças armadas do regime do Presidente Bashar al-Assad, teria feito 1. 300 mortos, de acordo com a oposição síria. O Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH) referiu mais de 300 mortos. O Governo sírio negou responsabilidades no ataque. A guerra civil na Síria, que começou com uma revolta popular contra Bashar al-Assad em Março de 2011, já fez mais de 100 mil mortos, segundo a ONU.
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Partidos PS
Bill Cosby: A impunidade e as vítimas foram a tribunal e ganhou o MeToo?
O comediante, acusado por cerca de 60 mulheres de violação ao longo de décadas, é a primeira estrela condenada da era #MeToo. Mas ainda há muito por mudar, defendem os comentadores — e espaço para o regresso de Louis CK, Weinstein ou Charlie Rose. (...)

Bill Cosby: A impunidade e as vítimas foram a tribunal e ganhou o MeToo?
MINORIA(S): Refugiados Pontuação: 6 Mulheres Pontuação: 14 | Sentimento 0.0
DATA: 2018-05-28 | Jornal Público
SUMÁRIO: O comediante, acusado por cerca de 60 mulheres de violação ao longo de décadas, é a primeira estrela condenada da era #MeToo. Mas ainda há muito por mudar, defendem os comentadores — e espaço para o regresso de Louis CK, Weinstein ou Charlie Rose.
TEXTO: Há um ano, o julgamento de Bill Cosby por crimes de agressão sexual foi anulado, porque o júri não conseguiu chegar a um veredicto. Quinta-feira, um novo júri condenou-o por drogar e violar Andrea Constand, uma de cerca de 60 mulheres que o acusam do mesmo comportamento. No meio destes dois julgamentos Harvey Weinstein caiu e centenas de vozes, mais ou menos célebres, ergueram-se contra o assédio e a violência sexual. Disse-se #MeToo e agora há quem veja uma (lenta) mudança a começar – mas também alguns acusados a regressar. A força do caso Harvey Weinstein e das investigações subsequentes veio em parte de Bill Cosby e tornou-se parte da desgraça de Bill Cosby. O clima em que o New York Times e a New Yorker contaram com os testemunhos de dezenas de actrizes e outras trabalhadoras para denunciar os alegados abusos e assédio cometidos pelo produtor foi forjado em anos de acusações cada vez mais audíveis contra homens poderosos dos media como Roger Ailes e Bill O’Reilly, da Fox, mas também contra o “pai da América” Bill Cosby, além da retórica e dos casos Trump com mulheres. A celebridade e os rostos reconhecíveis de Ashley Judd, Gwyneth Paltrow, Asia Argento, Uma Thurman ou Rose McGowan emprestaram o seu estatuto de membros de proa da sociedade de espectáculo à credibilidade das vítimas. Quem achava que este segundo julgamento de Cosby podia ser nova nulidade “obviamente avaliou mal o poder e a urgência do momento #MeToo”, escreve Lorraine Ali no Los Angeles Times. Com a condenação (ainda sem sentença e com direito a recurso) de Bill Cosby, assistimos à “morte lenta da impunidade das celebridades”, defende Megan Garber na revista Atlantic. É “um marco para a era #MeToo”, titula o Guardian. Mas “mesmo depois de Bill Cosby ter sido desmascarado, demorou quase meia década a levá-lo a prestar contas no tribunal”, escreve, prudente, Daniel d’Addario na revista Time. “É uma cronologia que sugere que as mudanças trazidas pelo movimento #MeToo estão só a começar. ” Nas mentalidades, na Justiça e na esfera pública — alguns dos acusados da vaga MeToo, como Charlie Rose, Louis CK, Mario Batali ou Matt Lauer estarão a planear um regresso mediático. Megan Garber lembra as declarações de um dos membros do júri do julgamento do ano passado, falando da vítima de Cosby Andrea Constand: “Vejamos bem: ela foi a casa dele com a barriga à mostra e incenso e sais de banho. Que raio?” Para a comentadora, “a cultura americana, que tanto fala de democratização, desenvolveu uma espantosa capacidade de arranjar desculpas para as suas celebridades”. Cita os nomes do costume – Woody Allen, Roman Polanski ou Donald Trump, entre outros. “Têm sido protegidos pela própria física da fama” e Cosby beneficiava não só dos prazos legais de prescrição de certos crimes, quando era acusado há décadas, mas também de “preconceitos sociais”, como “a desconfiança em relação às mulheres”. Agora, acredita a colunista, “o #MeToo tornou-se #WeToo” – de “eu também” a “nós também”. O júri de 2017 demorou 50 horas, ao longo de seis dias, a deliberar que nada conseguia deliberar. O júri deste mês reuniu-se durante 14 horas, ao longo de dois dias e os sete homens e cinco mulheres proferiram o seu veredicto – culpado de três crimes de agressão sexual agravada, incluindo penetração sem consentimento, penetração sem consentimento enquanto inconsciente e o uso de fármacos para evitar resistência. A pena pode ir até 30 anos de prisão. A condenação, cuja sentença pode demorar mais de um mês a chegar — fora o recurso que a equipa de Bill Cosby quer interpor —, é um resumo das principais linhas de acusação de tantas mulheres contra o “pai da América”, caído em desgraça ao longo das últimas décadas. Bill Cosby, hoje com 80 anos, era até há um punhado de anos uma das figuras tutelares de uma certa América, aquela que cresceu com ele na figura de Cliff Huxtable, o pai respeitável e bonacheirão do clã do Cosby Show, um integrador e normalizador televisivo dos negros na classe média norte-americana. É uma referência que Kanye West há tempos twittava em letras garrafais ser “inocente!” e cujo estatuto o comediante Hannibal Buress ajudou a abalar quando, num espectáculo em 2014, lembrou que Bill Cosby era há décadas acusado por várias mulheres de violação. O vídeo do espectáculo tornou-se viral e meses volvidos vários órgãos de informação voltavam a dar voz às queixosas – mulheres de diferentes idades e percursos que contavam que Cosby lhes sugeria algum tipo de conselho ou ajuda, lhes dava comprimidos supostamente para uma simples maleita mas que se revelavam ser barbitúricos e depois despertavam com a noção de que estavam a ser ou tinham sido violadas ou alvo de abuso sexual. Em 2015, 35 das suas acusadoras eram capa da revista New York e o número não parava de crescer. Estima-se que ronde as 60. Em Junho de 2017, uma dessas acusadoras, Andrea Constand, antiga funcionária do departamento de basquetebol da Universidade de Temple, que tinha Cosby como mentor, levou-o a tribunal. Não foi permitido a outras mulheres testemunhar contra Cosby. Desta vez, Heidi Thomas, Lise-Lotte Lublin, Chelan Lasha, Janice Baker-Kinney e a ex-modelo Janice Dickinson repetiram perante o júri uma história familiar: o mentor que ia ajudá-las, os sedativos que as deixaram sem capacidade de reacção, o abuso sexual. Da advogada da defesa de Cosby, Kathleen Bliss, ouviram críticas – para ela, o movimento MeToo, a partilha online de experiências de assédio por milhares de mulheres (e alguns homens) na esteira do caso Weinstein, é uma forma de “governo de multidão”, comparando-o à caça às bruxas do tempo de McCarthy. “Questionar quem acusa não é envergonhar as vítimas”, insistiu. Mas as provas passadas de que Cosby tinha admitido usar sedativos para ter sexo com mulheres, que lhes pagou pelo seu silêncio e os relatos sólidos de muitas delas, por um lado, e as tentativas frustradas do comediante de manter a sua agenda de espectáculos e o cancelamento de alguns contratos, por outro, indicavam que a sua defesa – que o sexo tinha sido consensual e que as mulheres que o acusavam queriam apenas ser famosas ou extorquir-lhe dinheiro – estava enfraquecida. “No veredicto de Cosby é a primeira vez que vemos um destes homens [poderosos] a ser responsabilizado criminalmente”, lembra Jessica Valenti, colunista do Guardian e autora de vários livros sobre feminismo e política. A léguas do estrelato de Cosby, já em Janeiro os EUA assistiram à condenação do responsável médico da equipa de ginástica feminina dos EUA, Lawrence G. Nassar, por abusos a mais de 150 raparigas – esse foi o primeiro julgamento a ter o enquadramento pós-MeToo. “[Agora, ] finalmente podemos dizer que se acredita nas mulheres, e não só no #MeToo, mas num tribunal onde estão sob juramento, onde testemunham com verdade, onde foram atacadas, onde foram caluniadas”, disse a advogada Gloria Allred à saída do tribunal de Montgomery County em Norristown, na Pennsylvania. Allred representa 33 alegadas vítimas de Bill Cosby, bem como várias mulheres que acusam Harvey Weinstein de assédio. De Hollywood vieram muitas reacções que clamam ter-se feito justiça. “Obrigada ao juiz e ao júri. Obrigada à sociedade por ter acordado”, escreveu a actriz Rose McGowan (que assinou nos últimos meses o primeiro programa de TV e o primeiro livro pós-MeToo). “Finalmente alguma justiça para as vítimas de Bill Cosby”, clamou a actriz Elizabeth Banks. “Mais importante do que tudo, não esqueci as muitas mulheres que agrediste e silenciaste com o teu poder. Já vais tarde!!!”, disse o comediante e apresentador Larry Wilmore. Também no Twitter, a editora Tina Brown resumiu: “Finalmente uma condenação. Finalmente justiça. ”Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. Foi a mesma Tina Brown, antiga editora da revista Talk de Harvey Weinstein, que há dias revelou que o entrevistador Charlie Rose ponderava fazer uma série sobre e com outros homens acusados de assédio sexual, em que os entrevistaria. Rose foi acusado de assédio por oito mulheres. O Los Angeles Times e a Hollywood Reporter indicam também que há relatos de que o comediante Louis CK, que admitiu ser um exibicionista sexual e ter assediado várias mulheres na esteira de uma investigação do New York Times, está, como o jornalista Matt Lauer e o chef Mario Batali, ambos alvo de acusações de assédio, a ponderar o seu regresso. Algumas publicações, como o site Vox, têm recordado que, apesar dos “marcos” como o da condenação de Cosby, o destino de muitos destes homens acusados de assédio e outros crimes de natureza sexual depois de perderem os seus empregos e as boas graças da opinião pública tende a ser um exílio dourado, dadas as suas posses, ou retiros de reabilitação como aquele em que Harvey Weinstein se tem refugiado. Quinta-feira, o New York Times perguntava se o momento MeToo influenciara ou não o veredicto de Bill Cosby. A conclusão parece ser que há, sim, uma conjugação de factores da qual o movimento Time’s Up e o poder das redes sociais que tornou possível o ímpeto #MeToo fazem parte. Mas também que o que é consentimento, por exemplo, apesar de muito discutido nos últimos meses, continua a ser um mar de águas turvas. Melissa M. Gomez, perita em júris e autora de Jury Trials Outside In, avisa que o momento endureceu as posições de quem opta pela credibilidade das vítimas e os cépticos que vêem no processo mais problemas do que benesses. “O #MeToo não apaga isso. As pessoas não vão mudar de ideias [quanto a esse tipo de polarização]”, alerta.
REFERÊNCIAS:
Entidades EUA
Eurodeputado diz que "mulheres são mais fracas" do que os homens e por isso devem ganhar menos
Não é a primeira vez que o deputado polaco Korwin-Mikke faz comentários polémicos no Parlamento Europeu. (...)

Eurodeputado diz que "mulheres são mais fracas" do que os homens e por isso devem ganhar menos
MINORIA(S): Refugiados Pontuação: 6 Mulheres Pontuação: 13 | Sentimento -0.16
DATA: 2017-03-02 | Jornal Público
SUMÁRIO: Não é a primeira vez que o deputado polaco Korwin-Mikke faz comentários polémicos no Parlamento Europeu.
TEXTO: O eurodeputado polaco Janusz Korwin-Mikke, de extrema-direita, disse nesta quarta-feira que a desigualdade salarial entre homens e mulheres se deve manter porque as mulheres são “mais fracas, mais pequenas e menos inteligentes” do que os homens. As declarações foram imediatamente refutadas pela socialista espanhola Iratxe García, do PSOE. Também o líder dos socialistas europeus, Gianni Pittella, pediu, nesta quinta-feira “uma sanção exemplar contra as vergonhosas declarações de Korwin-Mikke, que vão contra os princípios de igualdade de género” da Comunidade Europeia, considerando que este tipo de atitude “não pode ficar impune”. “Claro que as mulheres devem ganhar menos do que os homens. Porque são mais fracas, mais pequenas e são menos inteligentes”, afirmou Korwin-Mikke, eurodeputado independente desde 2014. As declarações decorreram durante um debate sobre a desigualdade de género na Europa, em que era discutida a desigualdade salarial entre homens e mulheres. A média europeia de desigualdade salarial é de 16%. Segundo dados da Eurostat, Portugal é um dos países europeus com maior desigualdade salarial, havendo uma discrepância de 17, 8% entre os dois géneros. Iratxe García pediu a palavra assim que o polaco acabou de falar, afirmando que, segundo as suas teorias, a deputada não teria direito a ocupar o seu cargo actual. “Sei que lhe dói e preocupa que hoje as mulheres possam estar a representar os cidadãos em igualdade de condições”, disse. “Venho aqui defender as mulheres europeias de homens como você”, concluiu a deputada espanhola do PSOE. “Sabem quantas mulheres estão entre os 100 melhores jogadores de xadrez? Digo-vos: nenhuma. ”, afirmava o eurodeputado no início da sua intervenção. Segundo o El País, Korwin-Mikke pratica xadrez com regularidade, daí a sua afirmação; ainda assim, omite a desproporção que existe entre os praticantes: só existe uma mulher por cada 14 homens. Em contrapartida, a húngara Judit Polgar, por exemplo, chegou a estar entre os dez melhores jogadores de xadrez. Depois do pedido de sanção por parte do eurodeputado italiano presidente do Grupo da Aliança Progressista dos Socialistas e Democratas no Parlamento Europeu, Gianni Pittella, também o Presidente do Parlamento Europeu, Antonio Tajani, anunciou que estava em curso uma investigação relativamente às declarações do político, que pode derivar em sanções. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. Anteriormente, o eurodeputado já tinha ficado conhecido por alguns dos seus comentários de conteúdo sexista e anti-semita. Já em 2015, o eurodeputado de extrema-direita foi suspenso do Parlamento Europeu durante dez dias e sancionado com uma multa de 3000 euros por um discurso encomiástico sobre o nazismo, tendo, inclusive, feito a saudação nazi. Em Setembro do mesmo ano, Korwin-Mikke referiu-se aos refugiados como sendo “lixo humano”. O El País refere ainda que o eurodeputado já declarou anteriormente que as mulheres não deviam ter direito a votar por terem menos conhecimento de política do que os homens; noutras ocasiões, questionou a legitimidade das denúncias de violação e referiu que Hitler dificilmente estaria a par dos planos de extermínio dos judeus. Korwin-Mikke, defensor da monarquia e da pena de morte, foi candidato à presidência da Polónia em 2015, atingindo 4, 8% dos votos.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave morte homens mulher comunidade violação igualdade género mulheres
Mulher morta pelo marido tinha sido avaliada como vítima de baixo risco
Vítima, que pediu divórcio após anos de casamento violento, morreu uma semana depois de ser ouvida na GNR. Homem não aguentou os ciúmes em relação ao próprio pai. Fartou-se de ver a mulher mais próxima do sogro, de quem cuidava, do que dele. (...)

Mulher morta pelo marido tinha sido avaliada como vítima de baixo risco
MINORIA(S): Refugiados Pontuação: 6 Mulheres Pontuação: 11 | Sentimento -0.13
DATA: 2015-10-01 | Jornal Público
SUMÁRIO: Vítima, que pediu divórcio após anos de casamento violento, morreu uma semana depois de ser ouvida na GNR. Homem não aguentou os ciúmes em relação ao próprio pai. Fartou-se de ver a mulher mais próxima do sogro, de quem cuidava, do que dele.
TEXTO: Maria José, a mulher que terá sido morta pelo marido, em Paços de Ferreira, na sequência de um incêndio ateado à habitação da família, foi avaliada como vítima de violência doméstica de baixo risco. A avaliação foi feita cerca de uma semana antes do domingo em que viria a morrer. A mulher, de 58 anos, foi chamada à GNR face à queixa por ameaça e violência doméstica que apresentara em Agosto. Os militares ouviram-na ao longo de 20 perguntas e classificaram o caso com aquele grau de risco, confirmou ao PÚBLICO fonte da GNR. Maria José também não quis prosseguir com a queixa contra o marido que deverá ser ouvido na manhã desta quarta-feira no Tribunal do Marco de Canaveses indiciado por homicídio. Só depois serão decretadas as medidas de coacção a que ficará sujeito durante o desenvolvimento do inquérito. A nova ficha de entrevista, utilizada pela PSP e pela GNR para analisar o risco nas queixas por violência doméstica, foi apresentada em Julho do ano passado, no Porto, e entrou em vigor em Novembro. Na cerimónia, o então ministro da Administração Interna, Miguel Macedo, prometeu que o combate a este tipo de crime seria mais eficiente. A ficha inclui um protocolo que, consoante as respostas, determina o grau do risco em cada situação. “Uma queixa desvalorizada e uma avaliação de risco mal feita hoje pode significar uma mulher morta amanhã”, avisava então, durante a cerimónia, a secretária de Estado dos Assuntos Parlamentares e da Igualdade, Teresa Morais. Maria José morreu domingo, manhã cedo. Alguns vizinhos, alertados pelo fumo, arrancaram as grades de uma janela da casa em Penamaior, mas já não chegaram a tempo de a salvar. Foi encontrada com uma meia de vidro na boca já depois de ter sido agredida e amarrada. Salvaram o sogro, de quem a vítima cuidava há vários anos, apesar da relação violenta com o marido. O casamento tumultuoso e a aproximação ao sogro estão no centro da investigação da Polícia Judiciária. Bernardino Magalhães, marceneiro de 60 anos, já não aguentava o receio e os ciúmes em relação ao próprio pai. Fartara-se de ver a sua mulher mais próxima do pai, de quem cuidava, do que dele. Ao longo dos últimos anos, enquanto a relação entre o casal se tornou violenta, Maria José foi aumentando a preocupação e o cuidado que tinha para com o sogro. Era aquela a sua tarefa pela qual receberia um salário. Cuidava do homem com mais de 80 anos como se fosse seu pai. Bernardino Magalhães não terá aguentado o recente pedido de divórcio nem as discussões quanto à divisão de dinheiro. Terá incendiado a casa e escapou tendo estado durante uma noite e um dia em fuga às autoridades. O suspeito foi descoberto ao final da tarde desta segunda-feira numa rua do centro da Trofa. Um homem, que o encontrou a deambular, fixou a atenção no ar perdido, nos hematomas e no sangue que ainda carregava nas mãos e chamou a GNR. O primeiro alerta remetia apenas para um homem desorientado. No local, os militares de uma patrulha da GNR acabaram, porém, tomados de surpresa pelas respostas do homem: estavam perante o suspeito. Tinha passado a noite no monte de S. Pantaleão, refugiado junto de uma capela, local onde, aliás, o carro em que fugira tinha sido encontrado. Apesar de a desorientação ter sido bem patente na primeira abordagem feitas pelas autoridades, certo é que aos investigadores da Polícia Judiciária, o homem mostrou-se consciente do que terá feito. Porém, apenas o que responder esta quarta-feira ao juiz de instrução criminal será válido para o decorrer do processo.
REFERÊNCIAS:
Entidades GNR PSP
Detido homem que terá matado a mulher ateando fogo à casa
Suspeito terá passado a noite junto a uma capela no monte de S. Pantaleão, na Trofa. (...)

Detido homem que terá matado a mulher ateando fogo à casa
MINORIA(S): Refugiados Pontuação: 6 Mulheres Pontuação: 11 | Sentimento -0.2
DATA: 2015-10-01 | Jornal Público
SUMÁRIO: Suspeito terá passado a noite junto a uma capela no monte de S. Pantaleão, na Trofa.
TEXTO: O suspeito de ter matado a mulher este domingo em Penamaior, Paços de Ferreira, foi detido na tarde desta segunda-feira por uma patrulha da GNR na Trofa, confirmou ao PÚBLICO o capitão Ricardo Silva, relações públicas da GNR. O homem de 60 anos, que terá ateado um incêndio à casa de família tendo a mulher morrido nesse contexto, foi primeiro localizado por um transeunte pelas 18h30 no centro da Trofa. “O posto da Trofa foi informado sobre a existência de um homem perdido, desorientado, que estava combalido, com sangue e com hematomas”, acrescentou o responsável. Os militares da GNR dirigiram-se para o local longe de imaginarem que o homem era o suspeito de homicídio. Porém, momentos depois de chegarem e de fazerem algumas perguntas ao homem recolheram indícios que o ligavam ao crime. Depois de ser levado para o posto da GNR na Trofa, foi entretanto entregue à Polícia Judiciária que conduz a investigação relativa ao homicídio. Fonte policial explicou que o suspeito ter-se-á antes refugiado no monte de S. Pantaleão, na Trofa. Terá sido ali, onde existe uma capela, que terá passado a noite de domingo para segunda-feira. Aliás, o automóvel onde fugira foi encontrado perto deste local. Maria José, a vítima de 58 anos, morreu na sequência de um incêndio na habitação. Foi encontrada amarrada com uma meia de vidro a tapar-lhe a boca. Há cerca de três semanas a mulher tinha apresentado queixa à GNR contra o marido por violência doméstica e ameaças de morte.
REFERÊNCIAS:
Entidades GNR