Antevisão da Pública: A vida dupla do socialismo cubano
Entrar em Havana é levar com Che Guevara de caras. Trinta e seis metros e doze toneladas, mais precisamente. Uma estrutura de metal com o perfil do anjo mártir da revolução cubana cobre a fachada do Ministério do Interior, frente à Praça da Revolução. Um Corto Maltese debaixo do sol. Em 1965, Ernesto “Che” Guevara profetizou o cubano do futuro: a revolução não podia limitar-se a reformar as instituições e estruturas do poder; também deveria produzir “el hombre nuevo”, uma nova humanidade baseada no interesse colectivo, no trabalho desinteressado, na fraternidade. (...)

Antevisão da Pública: A vida dupla do socialismo cubano
MINORIA(S): Animais Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2011-04-16 | Jornal Público
SUMÁRIO: Entrar em Havana é levar com Che Guevara de caras. Trinta e seis metros e doze toneladas, mais precisamente. Uma estrutura de metal com o perfil do anjo mártir da revolução cubana cobre a fachada do Ministério do Interior, frente à Praça da Revolução. Um Corto Maltese debaixo do sol. Em 1965, Ernesto “Che” Guevara profetizou o cubano do futuro: a revolução não podia limitar-se a reformar as instituições e estruturas do poder; também deveria produzir “el hombre nuevo”, uma nova humanidade baseada no interesse colectivo, no trabalho desinteressado, na fraternidade.
TEXTO: Com Raúl Castro no lugar que era do irmão, Fidel, o Partido Comunista cubano reuniu-se para validar as novas “mudanças económicas” que o regime tem vindo a empreender. Mas que mudanças são estas?Em Cuba existe a política de pleno emprego: o Estado garante que toda a gente tem trabalho. Mas os salários praticados — 25 dólares é a média — significam que toda a gente tem de fazer mais qualquer coisa para sobreviver. Criar galinhas, trabalhar no mercado sexual, ludibriar turistas, roubar no local de trabalho. Os cubanos assumem-no sem problemas de consciência. Porque sabem que toda a gente faz o mesmo ou porque consideram que o maior criminoso é o Estado. Num país de escassez e monopólio estatal, não existem matérias-primas disponíveis para os negócios privados florescerem. É preciso encontrar formas de trabalhar com o sistema, apesar do sistema: comprando matéria-prima extraviada, subornando inspectores, pagando por facturas falsas a fornecedores fictícios para manter a aparência de legalidade fiscal. Em Cuba chamam-lhe “la doble moral”, o jogo duplo em que toda a gente faz o que é preciso para ir vivendo, ainda que seja ilegal, mantendo ao mesmo tempo uma aparência de firmeza revolucionária. “O socialismo, como ideia, tem boas intenções. Mas o sistema é diabólico”, diz uma cubana a Kathleen Gomes, enviada especial a Havana. O artigo completo pode ser lido na revista Pública, à venda com o jornal PÚBLICO de domingo, dia 24 Abril, ou na edição de assinantes “online”. Outros destaques:- Anabela Mota Ribeiro entrevistou Joe e Renato Berardo. O pai ensina ao filho regras para os negócios, também aplicáveis à vida de todos os dias. “O que é que eu ganho com isto. Qual é o meu papel aqui. ” Renato, o “student”, aprende depressa. O importante, ambos sabem, é “feel” adrenalina, ter “hope”. São disléxicos, com muito gosto. Por causa disso, Berardo-pai diz que o seu “olhar tem ‘something’”. - Lançada este mês nos Estados Unidos, “Bossypants” é a autobiografia de Tina Fey, a mulher mais poderosa da comédia americana, retratada por Joana Amaral Cardoso. Capas de revista, gravidezes, vestidos e dietas são secundários numa carreira de sucesso construída com base na inteligência. - A zumba — misto de festa, aula de dança e exercício —, ideia de um colombiano, é um sucesso em 75 países, e já chegou aos ginásios portugueses. Cláudia Carvalho fez reportagem em Lisboa e no Porto e comprova o que “as pessoas querem fazer coisas que sejam muito divertidas, onde o tempo passa a voar e que não seja nada complicado”.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave filho mulher sexual ilegal
Uma das casas que poderá ter inspirado “O Grande Gatsby” foi destruída
Não resta praticamente nada. Os bulldozers reduziram praticamente a pó uma mansão de Long Island que alguns estudiosos identificam como tendo sido descrita na obra clássica de F. Scott Fitzgerald: “O Grande Gatsby”. (...)

Uma das casas que poderá ter inspirado “O Grande Gatsby” foi destruída
MINORIA(S): Animais Pontuação: 2 | Sentimento 0.8
DATA: 2011-04-19 | Jornal Público
SUMÁRIO: Não resta praticamente nada. Os bulldozers reduziram praticamente a pó uma mansão de Long Island que alguns estudiosos identificam como tendo sido descrita na obra clássica de F. Scott Fitzgerald: “O Grande Gatsby”.
TEXTO: A mansão foi construída na década de 1920, durante “os loucos anos 20” e serviu de morada inicial ao director-executivo do jornal “New York World”, que se fazia rodear da elite norte-americana de então, incluindo o escritor F. Scott Fitzgerald, que por várias vezes frequentou a casa em serões de convívio. Porém, a casa estava actualmente bastante degradada. Do glamour dos anos 20 já tinha muito pouco. Bert Brodsky, fundador e presidente de uma empresa tecnológica na área da saúde, comprou a casa colonial em 2004 à sua anterior proprietária: Virginia Kraft Payson, uma criadora de cavalos. Ela queria 50 milhões pela casa mas Brodsky acabou pagando apenas 17, 5 milhões. O empresário esperava instalar-se na gigantesca mansão com cerca de 20 quartos, mas a família não quis mudar-se para uma propriedade tão grande. “A minha mulher disse que a casa era muito grande para nós nesta fase da vida. Por isso foi posta à venda mas não encontrámos compradores. As pessoas diziam ‘eu não quero viver numa casa enorme’”. A partir de então - sempre com a casa à venda mas sem interessados - Brodsky começou a pedir permissão para dividir o enorme terreno em parcelas mais pequenas para a construção de novas habitações com uma área mais reduzida. O processo demorou vários anos mas, finalmente, as autoridades deram autorização para a divisão do terreno, no início deste ano. Uma vez que a casa não foi considerada um edifício histórico e que os planos para a sua demissão não encontraram nenhum obstáculo nas reuniões camarárias, os bulldozers acabaram por chegar no sábado e ontem já a casa estava praticamente destruída. As obras de destruição deverão ficar completas durante o dia de hoje. O que fica por determinar é se Fitzgerald estava mesmo a descrever a mansão de Lands End quando escreveu no seu clássico a seguinte passagem: cheerful red-and-white Georgian Colonial mansion, overlooking the bay, na qual viviam Daisy e Tom Buchanan, personagens centrais da obra “O Grande Gatsby”. Alguns estudiosos acreditam piamente que sim, que se trata da mesma casa, mas outros dizem que esta teoria é enganadora e destituída de lógica, uma vez que outras descrições geográficas constantes na obra tornam impossível que esta seja a casa em questão. Verdade ou não, a casa já não está de pé. Quaisquer estudos futuros que se quisessem fazer ficaram inviabilizados. Ao contrário dos homens, as casas não morrem de pé.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave homens mulher
Passos Coelho já tem o Governo na cabeça
O presidente do PSD, Pedro Passos Coelho, afirmou hoje que já tem na cabeça a composição do Governo que pretende formar se ganhar as eleições legislativas de 5 de Junho. (...)

Passos Coelho já tem o Governo na cabeça
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DATA: 2011-04-20 | Jornal Público
SUMÁRIO: O presidente do PSD, Pedro Passos Coelho, afirmou hoje que já tem na cabeça a composição do Governo que pretende formar se ganhar as eleições legislativas de 5 de Junho.
TEXTO: Durante uma visita ao porto de pesca de Sesimbra, questionado se já sabe a quem vai entregar a pasta das Pescas, Passos Coelho respondeu: “Eu tenho o Governo na minha cabeça, sim”. O presidente do PSD não quis, contudo, adiantar nomes: “Não ficaria bem, nem faz sentido. Quando for o tempo próprio, conhecerão o Governo”. Mais tarde, antes de iniciar uma visita à Santa Casa da Misericórdia do Montijo, Passos Coelho apelidou de “ficção” a ideia de que o seu partido defende a extinção do Ministério da Agricultura: “Foi uma coisa que o PSD nunca defendeu”. O presidente do PSD reiterou que quer formar “um Governo muito mais pequeno” e que considera possível ter “dez ministros ou menos”. “Se viermos a ter dez ministros, é natural que cada um deles possa ter mais responsabilidades do que hoje tem, mas não está em questão que tem de existir um ministério com a forte preocupação de tudo o que tem a ver com a agricultura e com as pescas”, acrescentou. Interrogado sobre a proposta feita pelo vice-presidente do PSD Diogo Leite Campos de o Estado atribuir apoios sociais através de cartões de débito, Passos Coelho disse que essa “é uma de muitas hipóteses” para assegurar que os apoios “vão para quem precisa” e são “realmente canalizados para os fins a que se destinam”. O presidente do PSD não quis fazer comentários sobre os resultados do último leilão da dívida. Quanto à acusação que lhe foi feita pelo primeiro-ministro e secretário-geral do PS, José Sócrates, de que está apenas preocupado com as eleições e não com os interesses do país, Passos Coelho retorquiu que os portugueses podem observar as questões que o PSD traz para o debate político e “tirarão a sua conclusão”.
REFERÊNCIAS:
Livraria Bertrand do Chiado é a mais antiga do mundo
Desde que abriu em 1732, a Livraria Bertrand do Chiado nunca deixou de funcionar. É por isso que entrou para o Guiness como a livraria mais antiga do mundo ainda em actividade. (...)

Livraria Bertrand do Chiado é a mais antiga do mundo
MINORIA(S): Animais Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2011-04-21 | Jornal Público
SUMÁRIO: Desde que abriu em 1732, a Livraria Bertrand do Chiado nunca deixou de funcionar. É por isso que entrou para o Guiness como a livraria mais antiga do mundo ainda em actividade.
TEXTO: A Livraria Bertrand do Chiado foi reconhecida pelo Guiness como a livraria mais antiga do mundo ainda em actividade. O atestado, certificado pelo Guiness Book of Records, está exposto desde ontem à noite no interior da loja. A livraria Bertrand do Chiado está em funcionamento desde 1732 e o processo de candidatura a livraria mais antiga do mundo obedeceu “a uma rigorosa prestação de provas”. Foi necessário confirmar que a actividade da livraria não foi interrompida ao longo destes anos e para isso contribuíram o historiador contemporâneo e colaborador da LisbonWalker, José Antunes; o sociólogo Miguel Cabrita; Ana Salvado, que no momento da candidatura era subdirectora do Instituto Nacional para a Reabilitação; o escritor, historiador e crítico de arte José Augusto-França, entre outros. A primeira Bertrand, fundada por Pedro Faure em 1732, abriu portas na Rua Direita do Loreto, em Lisboa. Mais tarde, em 1755, quando já era o genro de Faure, Pierre Bertrand que dirigia a livraria foi instalar-se junto da Capela de Nossa Senhora das Necessidades por causa do Grande Terramoto. Dezoito anos depois, em 1773, a Bertrand voltou a abrir as portas na já reconstruída baixa pombalina. No texto de José António Saraiva, “Bertrand – a história de uma editora” é-nos dito pelo historiador que a Bertrand teve 11 nomes e conheceu quatro moradas. Esta novidade, de a Livraria Bertrand do Chiado ser a mais antiga do mundo, foi dada ontem durante um jantar que juntou livreiros, editores, autores e jornalistas na loja do Chiado. Um espaço ao lado da livraria, o número 15 da Rua Anchieta, foi recentemente recuperado e passará agora a chamar-se a Sala do Autor onde se realizarão lançamentos de livros e tertúlias como a "Ler No Chiado". Foi nessa sala que José Fontana, que foi durante 16 anos empregado da Bertrand do Chiado, primeiro como livreiro e depois como gerente, se suicidou por estar doente com tuberculose. Personagem real que inspirou o romance “Na próxima semana, talvez”, de Alberto Nessi, e que já está à venda nas livrarias. A rede de livrarias Bertrand apresentou ontem também um “Manifesto” que Paulo Oliveira, do Conselho de Administração, definiu como “um compromisso com o livro e com o leitor”. O escritor valter hugo mãe e o editor Diogo Madre Deus (editor da Cavalo de Ferro, fundou em 2005 com Romana Petri, a Cavallo di Ferro editore, com sede em Roma) leram durante a cerimónia o manifesto “Somos Livros”: “Somos a tinta fresca em folha áspera. A capa dura. Aquilo que procura. Somos a História. Desde sempre. O terramoto de 55 e a revolução de 74. Somos todos os nomes. As pessoas do Pessoa. Alexandre Herculano e Ramalho Ortigão. ”Conta-se que nas salas da livraria, ninguém ousava invadir o cantinho de Aquilino Ribeiro e ainda não há muito era possível encontrar naqueles corredores Fernando Namora ou José Cardoso Pires. A Bertrand Livreiros é o nome de uma rede com 53 livrarias espalhadas pelo país e integra formalmente o Grupo Porto Editora desde 30 de Junho do ano passado.
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Oposição do Iémen dividida sobre a imunidade garantida ao Presidente Saleh
A instabilidade política continua a ameaçar o Iémen, apesar da notícia de que o Presidente Ali Abdallah Saleh sairá do poder nos próximos 30 dias. Isto porque o acordo que Saleh aceitou lhe garante imunidade, a si e à sua família, e a oposição está fraccionada sobre a questão. (...)

Oposição do Iémen dividida sobre a imunidade garantida ao Presidente Saleh
MINORIA(S): Animais Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2011-04-24 | Jornal Público
SUMÁRIO: A instabilidade política continua a ameaçar o Iémen, apesar da notícia de que o Presidente Ali Abdallah Saleh sairá do poder nos próximos 30 dias. Isto porque o acordo que Saleh aceitou lhe garante imunidade, a si e à sua família, e a oposição está fraccionada sobre a questão.
TEXTO: Hoje, os opositores ao regime de 33 anos, encheram as ruas da capital do país, Sanaa, rejeitando o acordo traçado pelo Conselho de Cooperação do Golfo Pérsico e aceite por Saleh, que contudo ainda não o assinou. Este prevê que o Presidente entregue o poder nos próximos 30 dias a troco de imunidade. Os partidos da oposição, que no sábado fizeram saber que aceitavam este termo polémico do acordo, voltaram a fraccionar-se. No tema imunidade, mas sobretudo sobre outra alínea do documento que estipula a formação de um Governo de unidade, juntando as duas principais formações da oposição. Yaseen Noman, presidente do maior grupo da oposição, a União Conjunta de Partidos, disse à BBC que não aceitam participar num Executivo conjunto e que não irão forçar os manifestantes a pararem com os protestos. Num comunicado, a Organização dos Jovens da Revolução, constituída maioritariamente por estudantes universitários, fez saber que rejeita a proposta "se Saleh não for responsabilizado pela morte de mais de 140 manifestantes". A polémica em torno do futuro do Governo e do futuro do Presidente Saleh fez-se sentir em todo o país e, esta tarde, realizaram-se protestos em 14 cidades, segundo as agências noticiosas. Ibrahim al Baadani, uma conhecida figura da oposição da cidade de Ibb, disse à CNN que ficou "surpreendido" quando soube que a oposição aceitou a imunidade para o actual chefe de Estado e a permanência do chefe de Estado no cargo maus 30 dias. "Nós continuaremos com os protestos pacíficos enquanto ele não sair do poder", frisou. A proposta dos países do Golfo preconiza a criação de um Governo de unidade que prepare o país para eleições legislativas e presidenciais no prazo de dois meses após a partida do Presidente. E se alguns opositores e analistas diziam que a demora de Saleh em assinar o acordo pode significar que está a jogar com a fractura da oposição, uma fonte dizia à CNN que o Presidente está mesmo convencido a saír, apenas manobra para que todos aceitem as suas condições. "Ele sabe que o seu tempo acabou e, sendo um animal político, vai continuar a movimentar-se até que esteja tudo como ele quer", disse um seu confidente árabe que pediu à CNN para não ser identificado. Ataque em AdenNoutro ponto da Síria, cinco soldados e um membro de uma tribo morreram durante uma emboscada a um combóio militar perto da cidade portuária de Aden. Os atacantes dispararam armas automáticas e lançaram granadas contra o combóio e tentaram apoderar-se dos alimentos e combustível que os militares transportavam para abastecer o destacamento estacionado nas montanhas de Al Aar.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave morte ataque alimentos animal
Um Papa fora do comum e uma beatificação fora da lei
É uma beatificação fora das normas, admite o cardeal Angelo Amato, prefeito da Congregação para a Causa dos Santos. Que foi pedida por uma multidão de católicos logo na altura do seu funeral. No próximo domingo, Bento XVI proclamará beato João Paulo II – será a primeira vez que um Papa beatifica o seu antecessor. Mais um recorde acrescentado aos números do segundo pontificado mais longo da história, do Papa que mais viajou e que mais pessoas teve no seu funeral – quatro a cinco milhões, em Roma. (...)

Um Papa fora do comum e uma beatificação fora da lei
MINORIA(S): Animais Pontuação: 2 | Sentimento 0.2
DATA: 2011-04-25 | Jornal Público
SUMÁRIO: É uma beatificação fora das normas, admite o cardeal Angelo Amato, prefeito da Congregação para a Causa dos Santos. Que foi pedida por uma multidão de católicos logo na altura do seu funeral. No próximo domingo, Bento XVI proclamará beato João Paulo II – será a primeira vez que um Papa beatifica o seu antecessor. Mais um recorde acrescentado aos números do segundo pontificado mais longo da história, do Papa que mais viajou e que mais pessoas teve no seu funeral – quatro a cinco milhões, em Roma.
TEXTO: Após o anúncio da beatificação, em Janeiro, o cardeal Amato admitia, em entrevista à Rádio Vaticano, que o processo de beatificação de João Paulo II tinha sido mais rápido que o normal. Desde logo, por ter sido dispensado da regra que obriga a esperar cinco anos após a sua morte para a abertura do mesmo. Citado pelo jornal francês La Croix, Amato acrescentava que o anterior Papa tinha beneficiado de uma "via prioritária", evitando a "lista de espera" habitual. Apesar das vozes críticas, que continuam a manifestar-se, logo a 28 de Abril de 2005 (João Paulo II morrera dia 2), o novo Papa, Bento XVI, decidiu autorizar a abertura dos procedimentos em ordem à beatificação do seu antecessor, convicto da santidade de Wojtyla. O processo foi formalmente iniciado dois meses depois, a 28 de Junho, e durou apenas dois anos. Um tempo curtíssimo, considerando todos os textos, documentos e escritos que, nestes casos, são sempre analisados. Ora, falando apenas dos documentos mais importantes, Wojtyla publicou 14 encíclicas e uma centena de outros textos apostólicos, fez mais de mil audiências gerais, pronunciou mais de três mil discursos, além de outros textos, cartas e intervenções. Ou seja, há uma obra imensa que, em circunstâncias normais, levaria vários anos a investigar. O processo, de qualquer modo, foi uma "confirmação da total transparência" da vida de João Paulo II e da "sua coerência, energia, entusiasmo, profundidade e natureza", como dizia o padre Slawomir Oder, postulador da causa de beatificação, e cujo livro João Paulo II Santo está publicado em português. O postulador defende o Papa Wojtyla dizendo que ele "sabia escutar e aceitar a crítica", sem renunciar às suas posições, quer nos anos difíceis na Polónia, quer diante da "incompreensão da opinião pública predominante nos anos do seu pontificado". "Santo súbito"Para a rapidez do processo, valeu também um milagre rápido. A popularidade de João Paulo II levou a que muitos católicos, no seu funeral, pedissem a proclamação de "santo súbito", ou seja, que ele fosse imediatamente declarado santo, como acontecia há séculos, antes de a Igreja estabelecer normas mais lentas. Normal era também que muitos crentes passassem a invocar o primeiro Papa polaco da história nas suas orações. Foi o que fez Marie Simon-Pierre Normand, freira francesa do Instituto das Pequenas Irmãs das Maternidades Católicas, que, desde 2001 sofria de Parkinson, tal como João Paulo II. De 2 para 3 de Junho de 2005, dois meses depois da morte do Papa Wojtyla, quando tinha 44 anos, a irmã Marie sentiu-se curada. "Após o diagnóstico, era difícil para mim ver João Paulo II na televisão. Sentia-me, no entanto, muito próxima dele na oração e sabia que podia compreender aquilo que ele vivia. Admirava também a sua força e coragem, que me estimulavam a não me entregar e a amar este sofrimento", dizia a freira, citada pela agência Zenit. Marie Simon-Pierre ainda pediu para ser dispensada do seu trabalho de enfermeira, mas a superiora disse-lhe para não desistir. Nessa noite, sentiu que a rigidez das articulações a abandonara. "O que Deus me permitiu viver por intercessão de João Paulo II é um grande mistério, difícil de explicar em palavras, mas nada é impossível para Deus", afirmava. A irmã Marie será uma das pessoas que participa na vigília de sábado à noite, no Circo Massimo, em Roma, que antecede a cerimónia de beatificação. A vigília contará também com testemunhos de várias pessoas que conviveram com João Paulo II, como Joaquin Navarro-Vals, que foi seu porta-voz, ou o actual cardeal Stanislaw Dziwisz, que foi seu secretário.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave morte circo
Vaticano espera centenas de milhares para a beatificação de João Paulo II
O porta-voz do Vaticano, padre Federico Lombardi, recusou-se esta manhã a adiantar qualquer número de pessoas previstas para a cerimónia de beatificação do Papa João Paulo II, que terá lugar no próximo domingo. (...)

Vaticano espera centenas de milhares para a beatificação de João Paulo II
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DATA: 2011-04-30 | Jornal Público
SUMÁRIO: O porta-voz do Vaticano, padre Federico Lombardi, recusou-se esta manhã a adiantar qualquer número de pessoas previstas para a cerimónia de beatificação do Papa João Paulo II, que terá lugar no próximo domingo.
TEXTO: “Não há números oficiais, porque as pessoas podem vir de carro ou de comboio. ” Mesmo assim, Lombardi adiantou que estarão em Roma, seguramente, “centenas de milhares” de pessoas. Numa conferência de imprensa, o porta-voz do Vaticano afirmou também que a urna com os restos mortais do Papa polaco ficará exposta na Basílica de São Pedro até segunda-feira à tarde. A ideia é que o féretro possa ser venerado pelos milhares de peregrinos que não deixarão de prestar uma nova homenagem a João Paulo II, o que está previsto para começar logo depois do final da missa de beatificação, domingo de manhã. No final da tarde de segunda-feira, no máximo pelas 19h30, a urna será trasladada para o novo lugar que foi preparado: a Capela de São Sebastião. Para quem conhece a Basílica de São Pedro, esta é a segunda do lado direito da nave central, logo a seguir à Pietá, de Miguel Ângelo. O que significa que as filas que até agora demandavam a cripta da basílica para visitar o túmulo do Papa viajante passarão agora para o corpo principal da basílica. A cerimónia de beatificação, que será presidida pelo Papa Bento XVI a partir das 10h (menos uma em Lisboa) do próximo domingo, será antecedida de uma vigília de oração no Circo Massimo, em Roma. Aqui intervirão o ex-porta-voz do Vaticano, Joaquín Navarro-Vals, e o então secretário do Papa Wojtyla, hoje cardeal Stanislaw Dziwisz. A irmã Marie Simon-Pierre, que sofria de Parkinson e terá sido objecto da cura inexplicada cientificamente exigida para a beatificação, falará também na ocasião. Depois, oito igrejas do centro de Roma permanecerão abertas naquela que é a primeira “noite branca” de oração na cidade dos papas.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave corpo circo
David, meu chefe
Uma entrada antes da ementa. Isto custa, mas tenho de cumprir o que percebi uma vez, não vale a pena dizer que não vale a pena, que sei que nestes momentos o que eu disser não serve de nada, etc. (...)

David, meu chefe
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DATA: 2011-05-01 | Jornal Público
URL: https://arquivo.pt/wayback/20110501150620/http://www.publico.pt/Sociedade/david-meu-chefe_1492025
SUMÁRIO: Uma entrada antes da ementa. Isto custa, mas tenho de cumprir o que percebi uma vez, não vale a pena dizer que não vale a pena, que sei que nestes momentos o que eu disser não serve de nada, etc.
TEXTO: Não acredito na palavra da salvação, mas as palavras são salvadoras. Um sussurro, um telefonema, um SMS, o arrepiante pedido dum jornal. . . escreves sobre ele? Se não tivermos, nestes momentos, as palavras dos outros, o que é que temos, o que nos sobra? Um grande beijinho à Lila e à Joana, a mulher e a filha tão queridas pelo David, os meus sinceros pêsames a toda a família e amigos. Que obituário queres ainda do meu coração, jornal PÚBLICO? Vinte anos, mais uma notícia. Não só amigos, mestres. O Fernando Semedo, o César Camacho, o Torcato Sepúlveda, a Tereza Coelho (não só mestre, mulher), agora o David. Lava a loiça, tenta perceber o que não entendes. Fui um dos cavalheiros da enorme távola redonda do David, mas pouco sei sobre adstringência, excesso de taninos, pouca acidez, vou para sempre evoluir mal na garrafa, só sei se gosto ou não gosto. Há um ano, tivemos uma grande festa no Alto Alentejo, atrasada mas fez-se. Um "almoço ajantarado", como brincava o David, que por acaso começou às 13h30 e terminou de madrugada, uma refeição extraordinária, delicada, fora das normas (vinte pratos diferentes), que lhe dedico, falo dela num conto que por acaso sai este fim-de-semana. David, nem o leste: o Estômago Animal é ficção, mas é teu de verdade. No dia seguinte, tive a surpresa de ver cozinhar, em casa dos meus pais, serra de S. Mamede, com tachos e sertãs indignos do momento, dois (em todos os sentidos) enormes cozinheiros, o chef José Júlio Vintém e David Lopes Ramos. O primeiro inventou enguia crua marinada e reelaborou o guisado de ouriço-cacheiro com alho francês, o David fritou os tordos, assou a lampreia no forno e cozeu a canja de pombo com nabo, que decretámos nessa tarde o melhor caldo do mundo. Os pássaros cantaram, os gatos miaram, as moscas amoleceram, as vinhas floresceram, os coentros explodiram, a ribeira cresceu. Gostava de te abraçar outra vez, David, pão e azeitona no prato, flor de sal na ponta do indicador, ouvir-te a opinião sobre um texto, um livro, o melhor restaurante do mundo, a política, o jornalismo, um país. Sabes que, atrás do pico da serra, a montanha que vemos desse pátio, os espanhóis batem palmas e cantam: quase nos morre a alma quando um amigo se vai. Estava prometido, não vai ser. Ao longo dos anos, o David convida-me, ao Luís Pedro Nunes, ao Luís Miguel Viana. Amizade e, de vez em quando, logística: nem o David, com aquele ar de Pai Natal à paisana, conseguia provar tantos pratos sem levantar suspeitas. Entrava incógnito nos restaurantes, a reserva feita noutro nome, e voltava para tirar a prova dos nove. Recusava a fama da televisão, para não se mostrar. Creio que o David é a única pessoa do mundo a quem nunca vi cometer uma injustiça. Isto decorria da sensibilidade e da sua inabalável dedicação ao dever. Ser um grande crítico gastronómico e conhecedor de vinhos é um trabalho difícil, parece brincadeira, não é. É um trabalho que entra nos domínios da maior realização humana: a Arte. No que encontrava mal por incúria ou má-fé, não tinha perdão, mas sempre bem-educado. Erros por ignorância, tentava ajudar. O David disse uma coisa que pus directamente em livro, parece ordinária, mas tentem ouvi-la na sua voz de madeira, soprada e alegre, atravessando a verdade das palavras:A vida dá trabalhonão é pôr o dedo no cu e cheirar. Isto aprendi com o meu amigo David. Orgulho-me de lhe ter apresentado a cacholeira de Portalegre, branca e cozida, que considerava o paté genuíno de Portugal, e que se deve acompanhar, ouvi com surpresa, mas é verdade, de vinho branco ou champanhe, o tinto pesa. Ele mostrou-me, numa excursão a Trás-os-Montes, no gelo do Inverno, o sabor do presunto de porco bísaro de Vinhais, os pratos de caça, os vinhos do Porto e a biblioteca desarrumada do Solar Bragançano, do Desidério, o homem dos ombros largos.
REFERÊNCIAS:
Ministério assegura que greve da função pública não compromete provas de aferição
O Ministério da Educação (ME) considera que não existem razões para que a greve da função pública, marcada para sexta-feira, afecte a realização da prova de aferição de Português, que os cerca de 240 mil alunos dos 4.º e 6.º anos realizam nesse dia, remetendo para as escolas a criação de condições para a sua concretização. (...)

Ministério assegura que greve da função pública não compromete provas de aferição
MINORIA(S): Animais Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2011-05-03 | Jornal Público
SUMÁRIO: O Ministério da Educação (ME) considera que não existem razões para que a greve da função pública, marcada para sexta-feira, afecte a realização da prova de aferição de Português, que os cerca de 240 mil alunos dos 4.º e 6.º anos realizam nesse dia, remetendo para as escolas a criação de condições para a sua concretização.
TEXTO: Os professores não aderiram à pa- ralisação convocada pela Frente Na- cional dos Sindicatos da Função Pú_ blica, mas o pré-aviso de greve abrange o pessoal não docente. Em anteriores paralisações, foi a ausência dos auxiliares de acção educativa que determinou o encerramento total ou parcial de muitas escolas. Em resposta a questões do PÚBLICO, o ME sustenta que "a falta de pessoal administrativo não é motivo para encerrar escolas", frisando que estas "têm autonomia para gerir a situação da melhor forma, assegurando que as provas se realizam com normalidade". Manuel Pereira, presidente da Associação Nacional de Dirigentes Escolares, confirma: "Sem passar por cima do direito legítimo à greve, as escolas estão preparadas para garantir que as provas se realizem. As soluções alternativas serão encontradas com os professores". Adalmiro Fonseca, presidente da Associação Nacional de Directores de Agrupamentos e Escolas Públicas, não vai recorrer a docentes para substituir funcionários. Também está convicto de que "na grande maioria das escolas" a prova se realizará sem problemas, o que, segundo ele, se ficará sobretudo a dever ao que projecta venha a ser uma fraca adesão à greve por parte do pessoal não docente. "Com a situação actual, é economicamente muito difícil prescindir de um dia de salário", justifica. Este director lembra que o encerramento das escolas noutras greves se deveu em grande parte à ausência do pessoal que trabalha nas cantinas e nos bares. Ora, acrescenta, estes equipamentos não serão necessários para a realização da prova. Por outro lado, muitos directores também têm as chaves dos pavilhões e das salas de aulas, que geralmente são abertos pelos auxiliares, e poderão fazer uso delas para garantir a realização da prova. No ano passado foram cerca de 237 mil os alunos que realizaram as provas de aferição. O número de inscritos para este ano só será conhecido na sexta-feira, mas, segundo o ME, deverá ser similar. Luís Pesca, da Frente Nacional dos Sindicatos da Função Pública (FNSFP), sustenta que foi por "mera casualidade" que a greve acabou por ser marcada para o dia da prova de Português. Mas frisa que "um sector não pode influenciar todos os outros que decidiram que esta é a melhor altura para fazer greve". "O Ministério da Educação é que tem de tomar medidas que garantam a realização das provas. Pode adiá-las ou encontrar outras formas de abrir as escolas nesse dia. Não são os trabalhadores que têm de se preocupar com isso", acrescentou. Para Albino Almeida, presidente da Confederação Nacional das Associações de Pais, o Ministério da Educação, ao decidir não fazer nada, optou por abrir caminho a que, no âmbito da sua autonomia, as escolas possam realizar a prova noutro dia. "Espero que seja possível às escolas pôr à frente o interesse dos alunos e que os directores, com o apoio dos professores, possam organizar a prova na sexta-feira", apelou. A FNSFP convocou uma conferência de imprensa para hoje onde, segundo Luís Pesca, irão "denunciar casos de coacção" sobre elementos do pessoal não docente. "Há direcções que estão a ameaçar com a marcação de faltas injustificadas caso façam greve", precisou. "Não costuma ser es- sa a postura dos directores", reagiu Ma- nuel Pereira. "Em nenhuma circunstância me oporei ao exercício de um direito dos trabalhadores", assegurou.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave educação salário
Preso português considerado como um dos maiores traficantes de cocaína do Brasil
Um empresário português residente no Brasil há mais de 30 anos e que se encontrava fugido às autoridades daquele país, após ter sido indiciado como um dos principais responsáveis de uma rede internacional de tráfico de cocaína, foi detido na segunda-feira pela Polícia Judiciária (PJ) de Aveiro. (...)

Preso português considerado como um dos maiores traficantes de cocaína do Brasil
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DATA: 2011-05-03 | Jornal Público
SUMÁRIO: Um empresário português residente no Brasil há mais de 30 anos e que se encontrava fugido às autoridades daquele país, após ter sido indiciado como um dos principais responsáveis de uma rede internacional de tráfico de cocaína, foi detido na segunda-feira pela Polícia Judiciária (PJ) de Aveiro.
TEXTO: O homem em causa, de 59 anos, foi detido em 2005 na sequência da Operação Caravelas. Nessa ocasião, a Polícia Federal do Rio de Janeiro encontrou 1, 7 toneladas de cocaína escondidas em cerca de 50 toneladas de carne de bovino que se aprestavam para ser exportados para a Europa. Os animais estavam em câmaras frigoríficas no Mercado da Penha, na zona Oeste da cidade. O homem que agora foi preso em Aveiro, na sequência de um mandado emitido via Interpol, já estava condenado pelas autoridades brasileiras a uma pena de prisão de 28 anos, tendo sido apontado como responsável por tráfico internacional de droga, branqueamento de capitais e formação de quadrilha. Estava evadido da cadeia há poucos meses, depois de ter visto negado o pedido de habeas corpus apresentado pelos seus advogados. Na sequência das primeiras diligências, a polícia brasileira viria a deter um outro empresário português, suspeito de ser o principal responsável pela rede de narcotráfico no país. As buscas domiciliárias aos dois portugueses, em condomínios de luxo na Barra da Tijuca, permitiram apreender algumas armas, carros, barcos e milhares de reais brasileiros e dólares americanos. Foram ainda encontrados diversos documentos de identificação brasileiros e portugueses. Seria com estes documentos que alguns dos membros do grupo empreenderiam viagens até à Europa onde estabeleciam, através de Portugal e Espanha, os contactos para que a droga acabasse por ir para outros mercados. A Polícia Federal acabou por constituir 11 arguidos no processo. Para além dos dois portugueses, também foi identificado um italiano, vulgarmente conhecido por “Miro”, que aparecia em diversas escutas telefónicas (em conversa com os portugueses) cujo objectivo principal seria o branqueamento de capitais. O italiano, ligado ao sector da restauração de luxo, teria papel importante no processo de branqueamento de capitais investindo elevadas somas na aquisição de imóveis, propriedades e automóveis de luxo. Roubo na esquadraO poder da quadrilha desmantelada foi, em 2005, narrado na imprensa brasileira. Segundo a Folha de São Paulo, alguns dias depois dos empresários portugueses e do italiano terem sido detidos, acabou por desaparecer, do interior de uma esquadra da Polícia Federal, no Rio de Janeiro, uma importante quantia que havia sido recuperada a um dos suspeitos. O desaparecimento de dois milhões de reais ocorreu a 19 de Setembro desse ano e deu origem a uma vaga de contestação, uma vez que se questionou a credibilidade de um sem número de investigadores. Na altura foram afastados temporariamente cerca de 60 polícias que trabalharam directa e indirectamente na Operação Caravelas.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave prisão homem carne desaparecimento