Não abandono o Japão
Para ter uma perspectiva do sismo que atingiu o país para onde me mudei no ano passado, caminhei até ao Grande Buda de Kamakura, a mais famosa atracção desta cidade nos arredores a sudoeste de Tóquio. (...)

Não abandono o Japão
MINORIA(S): Animais Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2011-03-20 | Jornal Público
URL: https://arquivo.pt/wayback/20110320160553/http://www.publico.pt/Mundo/nao-abandono-o-japao_1485776
SUMÁRIO: Para ter uma perspectiva do sismo que atingiu o país para onde me mudei no ano passado, caminhei até ao Grande Buda de Kamakura, a mais famosa atracção desta cidade nos arredores a sudoeste de Tóquio.
TEXTO: Sinto sempre uma grande serenidade quando olho para esta estátua de bronze de 13, 4 metros de altura. Não sou espiritual, muito menos budista. Mas fui confirmar, com os meus próprios olhos, que o Buda não mudou de aspecto - que não parecia, digamos, radioso com os raios mortais emitidos pelas centrais 320 quilómetros a norte. Disparate? Claro. Mas não muito mais do que as muitas reacções que vi ou li nos últimos dois dias: as multidões de expatriados que tentam sair do país, as autoridades na China, na Coreia do Sul, em Singapura e outras que estão a testar os produtos japoneses por causa da radioactividade, as pessoas nos EUA que estão a comprar comprimidos de iodeto de potássio para se protegerem das partículas atómicas que atravessam o Pacífico. Estou a ser inundado com perguntas se tenciono sair do país. Apesar de as preocupações serem tocantes, estamos para ficar. Em parte porque não vivemos nas imediações das centrais nucleares, achamos que estamos tão seguros aqui como sempre estivemos - ou seja, extremamente seguros, o tipo de segurança que nos deixa confortáveis em mandar o nosso filho que frequenta o quarto ano apanhar um comboio de longa distância e depois um autocarro para chegar à escola, uma rotina bastante comum aqui até para crianças tão pequenas. Réplicas, cortes de energia, pânico para comprar comida, longas filas para a gasolina - também isto passará e é difícil termos pena de nós próprios dada a miséria que as pessoas da costa Nordeste do Japão estão a atravessar desde o dia 11. Se há alguma coisa com que nos preocuparmos é com os danos económicos e psicológicos que serão provocados pela percepção do Japão como um país que não é seguro. Isso irá agravar a tragédia que está a atravessar, prejudicar a sua capacidade de recuperação e aumentar os desafios que enfrenta quando mais precisa de apoio. Os japoneses despertaram nos últimos anos para a necessidade de promover o seu país como um destino turístico - mas quantos irão visitar os deslumbrantes templos de Quioto com medo da exposição radioactiva? O Japão começou a vender arroz, fruta e outros produtos de alta qualidade para os mercados novos-ricos da Ásia, dando esperança de que o sector agrícola do país se pudesse tornar mais aberto e moderno. Irão esses mercados importadores acabar se os produtos alimentares japoneses forem contaminados?O número de japoneses que estudam e trabalham fora deve aumentar para que o país responda mais eficazmente à globalização - mas irá isso acontecer se sentirem que vão ser tratados como assustadores emissores de raios gama? Como noticiou o meu ex-colega Rob Stein esta semana, pessoas das áreas onde se deram os anteriores acidentes nucleares foram estigmatizadas e rejeitadas, deixando-as ainda mais vulneráveis a doenças ligadas ao stress. Admito que quando surgiu a notícia sobre as centrais nucleares questionei se as partículas perigosas poderiam chegar a nossa casa. Mas ao ler as notícias percebi que os riscos eram mínimos para praticamente todos os 125 milhões de habitantes do arquipélago do Japão (excepto, claro, para os heróicos trabalhadores da central). Li, por exemplo, que depois do desastre de Tchernobil, a maior parte da morte das crianças na zona circundante deveu-se ao leite de vacas que tinham pastado em erva contaminada. Um erro que os japoneses não vão repetir. Apercebi-me que até o "derretimento do núcleo" - algo que sempre achei que era fatal para milhões - não traria necessariamente efeitos adversos para a saúde humana, certamente não para pessoas que vivem a uma distância suficientemente longa para as partículas dispersarem. A radiação, aprendi, é fracamente cancerígena. Mesmo entre os hibakusha, como são conhecidos os sobreviventes dos bombardeamentos de Hiroxima e Nagasáqui, os níveis de cancro não são muito mais elevados do que entre a generalidade da população.
REFERÊNCIAS:
Entidades EUA
Descoberta de mais destroços aponta para afundamento do pesqueiro “Ana da Quinta”
As buscas para encontrar o pesqueiro “Ana da Quinta”, que desapareceu ao largo dos Açores na quinta-feira, foram retomadas esta manhã e alguns destroços recolhidos no mesmo local onde ontem foi detectado o corpo de um dos tripulantes apontam para que a embarcação se tenha mesmo afundado naquela zona, disse ao PÚBLICO fonte da Marinha. (...)

Descoberta de mais destroços aponta para afundamento do pesqueiro “Ana da Quinta”
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DATA: 2011-03-21 | Jornal Público
SUMÁRIO: As buscas para encontrar o pesqueiro “Ana da Quinta”, que desapareceu ao largo dos Açores na quinta-feira, foram retomadas esta manhã e alguns destroços recolhidos no mesmo local onde ontem foi detectado o corpo de um dos tripulantes apontam para que a embarcação se tenha mesmo afundado naquela zona, disse ao PÚBLICO fonte da Marinha.
TEXTO: O comandante Alexandre Santos Fernandes informou, ainda, que as buscas foram reforçadas com uma aeronave da Força Aérea. “As buscas estão a continuar e a decorrer como estava previsto e contam com a Corveta Jacinto Cândido da Marinha Portuguesa”, com duas embarcações de pesca e ainda com outra aeronave da Força Aérea, acrescentou. “Até ao momento foram descobertos mais destroços na zona de onde retirámos o corpo que indicam que o afundamento pode ter acontecido mesmo naquele local”, esclareceu o comandante Santos Fernandes, recordando que esta informação vai ao encontro de algumas pistas que tinham sido avançadas durante o fim-de-semana. Questionado sobre o plano de buscas, o responsável explicou que a cada momento são “efectuados novos cálculos” que permitem direccionar as operações para as zonas onde se pensa poder estar o “Ana da Quinta” e os seus tripulantes. As buscas estão a decorrer a mais de 280 quilómetros a noroeste da Ilha das Flores, onde ontem a Marinha já conseguiu recuperar o corpo de um dos nove pescadores que estavam a bordo do pesqueiro, um homem de 51 anos. No dia anterior tinha sido encontrada uma bota de um dos tripulantes, utensílios de pesca e a balsa do pesqueiro sem sinais de ter sido utilizada. No sábado, a Marinha já tinha avançado a hipótese de o pesqueiro se ter afundado depois de ter sido encontrada uma balsa salva-vidas “sem sinais de ter sido usada” e uma bota de borracha com o nome de um dos pescadores. O “Ana da Quinta”, que fazia porto em Vigo, Galiza, levava seis pescadores de Vila Praia de Âncora e três indonésios a bordo. Desde quinta-feira de manhã, quando se encontrava ao largo dos Açores, que está incontactável. O barco, que pertencia a um armador de Vila Praia de Âncora, deixou de comunicar com outras embarcações a pescar na mesma zona às 09h00 locais (10h00 de Lisboa) de quinta-feira. Na sua última comunicação, o pesqueiro encontrava-se a 150 milhas (280 quilómetros) a noroeste da ilha das Flores, numa zona com vagas de quatro a cinco metros.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave homem corpo
Esperanças para encontrar tripulação do "Ana da Quinta" são quase nulas
São muito reduzidas as possibilidades de vir a encontrar os corpos dos restante oito tripulantes do "Ana da Quinta", que ainda não foram detectados a 150 milhas a Noroeste da ilha das Flores, nos Açores, onde a embarcação de Vila Praia de Âncora deu sinal pela última vez na passada quinta-feira. (...)

Esperanças para encontrar tripulação do "Ana da Quinta" são quase nulas
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DATA: 2011-03-22 | Jornal Público
SUMÁRIO: São muito reduzidas as possibilidades de vir a encontrar os corpos dos restante oito tripulantes do "Ana da Quinta", que ainda não foram detectados a 150 milhas a Noroeste da ilha das Flores, nos Açores, onde a embarcação de Vila Praia de Âncora deu sinal pela última vez na passada quinta-feira.
TEXTO: O porta-voz da Marinha, o comandante Santos Fernandes, explicou ao PÚBLICO que “quando o acidente é em alto mar e não numa zona de costa as probabilidades de encontrar são reduzidas”. O representante da Marinha, que coordenada as buscas, baseia-se em dados estatísticos para proferir esta afirmação. O agravamento das condições atmosféricas também não ajuda. Mesmo assim, as buscas pelos corpos, ou até mesmo sobreviventes, da tripulação do pesqueiro prosseguem, ainda que reduzidas apenas à corveta "Jacinto Candido". O meio aéreo regressou esta manhã à base das Lages devido ao mau tempo e as outras duas embarcações pesqueiras que estavam a apoiar as operações regressaram já a terra por falta de capacidade para continuarem. Em Vila Praia de Âncora, localidade de origem do "Ana da Quinta" e de seis dos nove pescadores que seguiam a bordo, espera-se agora pelo corpo de Alcindo Cunha, de 51 anos, o único corpo até agora encontrado após o que tudo indica ter sido um naufrágio.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave ajuda corpo
Coligação retoma ataques em Trípoli e noutras cidades da Líbia
A capital da Líbia, mas também as cidades de Sirte e Sebha, foram nesta segunda-feira alvo de ataques da coligação internacional envolvida na intervenção militar na Líbia. Segundo as autoridades líbias, foram atingidos portos e o aeroporto de Sirte. (...)

Coligação retoma ataques em Trípoli e noutras cidades da Líbia
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DATA: 2011-03-23 | Jornal Público
SUMÁRIO: A capital da Líbia, mas também as cidades de Sirte e Sebha, foram nesta segunda-feira alvo de ataques da coligação internacional envolvida na intervenção militar na Líbia. Segundo as autoridades líbias, foram atingidos portos e o aeroporto de Sirte.
TEXTO: “Vocês viram o local. É um aeroporto civil. Foi bombardeado e muitas pessoas morreram”, disse o porta-voz do Governo líbio Mussa Ibrahim em conferência de imprensa, citado pela AFP. “Os portos também foram bombardeados”. A informação não foi confirmada por fontes independentes e a coligação tem negado a existência de ataques contra alvos civis. A televisão estatal líbia confirmou novos ataques da coligação internacional, mas sem dar mais detalhes sobre as operações. Referiu bombardeamentos a portos e ao aeroporto da capital, adiantou o “El Mundo”, bem como um ataque a uma base da Marinha líbia a 10 quilómetros de Trípoli. Na capital, as forças de Khadafi voltaram a disparar as antiaéreas. Houve explosões junto à residência de Muhammar Khadafi, adiantou a AFP. Na noite de domingo, os mísseis atingiram os mísseis atingiram um centro de comando do regime em Trípoli. Moussa Ibrahim garantiu em conferência de imprensa que a coligação liderada pelos EUA, França e Reino Unido também perpetrou ataques em Sebha, a cerca de 750 quilómetros de Trípoli e um bastião da tribo Guededfa a que pertence Muammar Khadafi, o coronel que governa a Líbia há mais de 40 anos. Moussa Ibrahim adiantou que, desde sábado, a “coligação inimiga” tem realizado “ataques aéreos com mísseis sobre Trípoli, Zuara, Misurata, Sirte e Sebha, visando sobretudo os aeroportos”. Garantiu que “Sebha foi bombardeada” esta segunda-feira e que os raides da coligação atingiram “um pequeno porto de pesca” a 27 quilómetros de Trípoli, a capital. O responsável do Governo líbio, que no último mês levou a cabo uma ofensiva contra os rebeldes que pretendem depor o regime de Khadafi – a qual, segundo estes, já causou mais de 8000 mortos – garantiu que já houve “inúmeras vítimas civis” em resultado dos ataques da coligação. Do lado da coligação, a aviação francesa confirmou a destruição de um blindado das forças pró-Khadafi a cerca de 100 quilómetros de Bengasi, o bastião dos rebeldes. “No decurso das operações levadas a cabo, um blindado das forças pró-Khadafi foi destruído por um Mirage 2000-D a uma centena de quilómetros de Bengasi”, adiantou o coronel Thierry Burkhard, porta-voz do Estado-maior das Forças Armadas francês, que sublinhou que o ataque “não fez qualquer vítima civil”. A operação internacional começou no sábado e foi iniciada pela França, EUA e Reino Unido, após a aprovação pelo Conselho de Segurança da ONU de uma resolução a promover “todas as medidas necessárias” para proteger os civis na Líbia.
REFERÊNCIAS:
Entidades ONU EUA
EUA anunciam transplante facial completo com sucesso
Um homem de 25 anos que ficou gravemente ferido na sequência de um choque eléctrico foi submetido a um transplante facial completo nos Estados Unidos. A operação – que foi considerada um sucesso – acontece precisamente um ano depois de Espanha ter anunciado o mesmo feito e quando o Reino Unido prepara uma cirurgia semelhante, mas que inclui também um transplante de mão. (...)

EUA anunciam transplante facial completo com sucesso
MINORIA(S): Animais Pontuação: 2 | Sentimento 0.55
DATA: 2011-03-25 | Jornal Público
SUMÁRIO: Um homem de 25 anos que ficou gravemente ferido na sequência de um choque eléctrico foi submetido a um transplante facial completo nos Estados Unidos. A operação – que foi considerada um sucesso – acontece precisamente um ano depois de Espanha ter anunciado o mesmo feito e quando o Reino Unido prepara uma cirurgia semelhante, mas que inclui também um transplante de mão.
TEXTO: A intervenção cirúrgica decorreu no Brigham and Women's Hospital, em Boston, e demorou mais de 15 horas, tendo contado com uma equipa de mais de 30 médicos, relata a cadeia televisiva BBC. O homem em causa é do Texas e ficou ferido em Novembro de 2008, quando a sua cabeça tocou em fios eléctricos de alta tensão e a sua cara ficou completamente apagada pela queimadura. A operação foi capaz de restituir-lhe um nariz, lábios, pele e músculo, assim como os nervos responsáveis por lhe devolverem a sensibilidade. No entanto, a equipa não conseguiu implantar-lhe uns olhos novos para lhe restituir a visão, ficando esta parte da cirurgia adiada. A equipa de cirurgiões, citada pela BBC, garantiu que a operação foi um sucesso e que o doente está a recuperar muito bem, tendo já falado por telefone com a família. Antes da operação, o homem de 25 anos confessou que o que mais lhe custava era não poder receber e sentir os beijos da sua pequena filha. “Se ela me beija eu consigo ouvir e sentir alguma pressão mas não sinto que é um beijo”, contou antes da intervenção. Encontrar dadorJá na conferência de imprensa de balanço da cirurgia que custou 300 mil dólares (mais de 210 mil euros) o avô do doente agradeceu o feito à equipa médica e destacou a coragem do filho. Por seu lado, Betsy Nabel, presidente daquela unidade hospitalar, destacou o “marco tremendo” que o transplante fácil completo representa para o hospital. “O feito pioneiro de toda a equipa de transplantação foi uma dádiva que só foi possível graças ao acto mais desinteresseiro que algum ser humano pode fazer: doar órgãos”, destacou. Um feito que o Reino Unido se prepara para concretizar. Uma equipa do Royal Free Hospital, de Londres, está a preparar um paciente para o primeiro transplante de cara completo no país e também para um transplante de mão. Peter Butler, director do service de Cirurgia e Trauma do hospital em questão, explicou à AFP que falta agora encontrar um dador compatível. E lembrou que conjugar os dois transplantes é “um avanço muito importante”, já que os doentes tendem a proteger a cara com as mãos, pelo que é comum haver ferimentos graves nestas suas partes do corpo. O primeiro transplante facial parcial do mundo foi realizado em França em 2005, a uma mulher que ficou com a cara desfigurada depois de ter sido atacada por um cão. Espanha, que tem tido algumas experiências em transplantes parciais de rosto, também anunciou há um ano que uma equipa de Hospital Vall d’Hebron, de Barcelona, concretizou com sucesso num transplante facial completo num jovem que tinha sofrido um acidente.
REFERÊNCIAS:
Mar junto a Fukushima tem radioactividade 1250 vezes acima do limite de segurança
O nível de radioactividade no mar ao largo da central nuclear de Fukushima Daiichi subiu 1250 vezes acima do limite de segurança, depois de duas semanas de crise naquela central de seis reactores. (...)

Mar junto a Fukushima tem radioactividade 1250 vezes acima do limite de segurança
MINORIA(S): Animais Pontuação: 2 | Sentimento 0.05
DATA: 2011-03-26 | Jornal Público
SUMÁRIO: O nível de radioactividade no mar ao largo da central nuclear de Fukushima Daiichi subiu 1250 vezes acima do limite de segurança, depois de duas semanas de crise naquela central de seis reactores.
TEXTO: Os níveis de iodo-131 em excesso foram detectados ontem na água do mar, 330 metros a Sul da central, informou a Agência japonesa de Segurança Nuclear, citada hoje pela estação de televisão japonesa NHK. Este é o valor de radioactividade mais elevado detectado no mar junto a Fukushima desde que as medições começaram, esta semana. Na terça-feira, os níveis de iodo radioactivo eram 126 vezes superiores ao limite fixado pelo Governo nipónico no Oceano Pacífico. A Tepco (Tokyo Electric Power Company) ainda mediu a concentração de césio-137 e encontrou uma concentração quase 80 vezes superior ao limite legal. A central estima que água radioactiva de um dos reactores da central pode estar a infiltrar-se no subsolo e a chegar ao mar. A agência garante que a radioactividade na água do mar não representa uma ameaça imediata para as pessoas que vivem num raio de 20 quilómetros, até porque as correntes marinhas ajudam a dispersar o iodo e a diminuir os níveis de contaminação. Os materiais radioactivos já terão sido diluídos "significativamente" quando forem ingeridos pelas espécies marinhas, acrescenta a agência. A actividade pesqueira está suspensa naquela zona. Olivier Isnard, especialista do Instituto de Radioprotecção e Segurança Nuclear (IRSN) ouvido pela agência AFP, está preocupado. "A água altamente radioactiva escorre dos edifícios da central e regressa ao mar, o que é preocupante para os peixes e algas". Ainda assim, a quantidade de radioactividade absorvida pelas algas e animais marinhos pode ser menor se as marés conseguirem diluir o iodo. Hoje, o porta-voz do Governo, Yukio Edano, disse em conferência de imprensa que é difícil prever quando é que a crise na central de Fukushima vai acabar. "Estamos a tentar evitar que a situação piore", citou a agência de notícias japonesa Kyodo. O que se passa na central de Fukushima DaiichiA corrida contra o tempo continua na central nuclear, onde cerca de 300 engenheiros trabalham em turnos para estabilizar os seis reactores, danificados pelo sismo de magnitude 9, 0 e tsunami de 11 de Março. Mas, várias vezes, as operações na central são interrompidas por picos de radioactividade e dificuldades técnicas. Hoje está a ser injectada água doce, em vez de água salgada, no edifício do reactor 2. A medida foi tomada para evitar a acumulação de sal no interior do reactor, o que poderia dificultar o arrefecimento da central. Quanto ao reactor 1, a Tepco informou hoje ter encontrado água fortemente radioactiva no subsolo do edifício da turbina. "Pode ser água dos vasos de contenção do reactor que se escapou por túneis ou válvulas danificadas que ligam (o reactor) ao edifício da turbina", explicou à AFP um responsável da agência de segurança nuclear. Água com uma altura de um metro também foi encontrada no subsolo dos edifícios da turbina dos reactores 2 e 4, impondo a realização de análises para verificar se está contaminada. Anteontem, três funcionários a trabalhar num dos edifícios da central, ligado ao edifício onde está o núcleo do reactor 3 - que utiliza plutónio, mais tóxico do que o urânio usado nos outros cinco reactores - foram expostos a água, com um nível de 15 centímetros, com materiais radioactivos 10. 000 vezes superior aos níveis normais no interior de um reactor nuclear. Isto corresponde a 3, 9 milhões de becquerels de substâncias radioactivas por centímetro cúbico, explicou a estação de televisão japonesa NHK. Dois deles foram hospitalizados devido a possíveis queimaduras nos pés causadas pela radiação, informou a operadora da central, Tepco (Tokyo Electric Power Company), citada pela agência de notícias japonesa Kyodo. Notícia actualizada às 13h58
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave concentração
Ângelo de Sousa: Viver, esperar, talvez pintar
Ângelo é nome de curioso. Um que se farta de esperar. Um que procura saber. Conversa no Porto, em casa. Tudo parado no atelier. A felicidade ou a tristeza não têm nada que ver com isso! (...)

Ângelo de Sousa: Viver, esperar, talvez pintar
MINORIA(S): Animais Pontuação: 2 | Sentimento 0.136
DATA: 2011-03-30 | Jornal Público
SUMÁRIO: Ângelo é nome de curioso. Um que se farta de esperar. Um que procura saber. Conversa no Porto, em casa. Tudo parado no atelier. A felicidade ou a tristeza não têm nada que ver com isso!
TEXTO: A conversa gravada começa assim: "Vamos embora, pá! [esfrega as mãos] Se quiser fazer intervalo, pausa, café não há. Mas temos à beira-rio. Agora já há um café sentado, ah!, havia tascos, mas um café?, abriu há três meses. " Antes eu tinha chegado atrasada e ele justificou-me e disse que eu não tinha culpa dos atrasos da CP. Mas depois quis começar, vamos embora, pá. O pá estava lá ou não. Na entrevista decidi deixar os pás e os porras, o palavrão a entremear a conversa e a erudição. Ficaram os detalhes, a descrição detalhada. De como se vivia, de como funciona a memória, de como traduz isso em palavras. Nunca lhe ocorreu ser escritor. Mas o que diz pode ler-se como a página de um romance. Quis ser realizador. É artista plástico. Ângelo de Sousa é tão carismático que quase só é preciso dizer que é o Ângelo. Talvez aquele dos óculos grandes e grossos. Aquele que ainda o ano passado esteve em Veneza com Souto Moura. Aquele que pinta, desenha, constrói uma orelha com a tampa do iogurte, que fazia quadros esquisitos com cera, que fotografa, anota, faz escultura, toma nota. Um artista maior. Um homem que é um livro. Aberto. Há quanto tempo vive nesta casa?Desde Janeiro de 73. Comece quando quiser, como te gusta. •Se no princípio era o verbo, o verbo para principiar uma conversa consigo é experimentar. O verbo de encher! Qual é o meu verbo? Esperar. Ocorreu-me agora. Nunca pensei nisso, mas é verdade. Passo a vida a esperar e depois nunca acontece nada. Graças a Deus ou infelizmente. É tenebroso, um gajo chegar a esta idade e descobrir isto. Vou fazer 71 daqui a uma semana, ou duas, ou três, ou assim. Também tive de esperar até aqui - é precisa paciência para esperar. O que é que o experimentar tem que ver com isto? Lemos catálogos de exposições, textos de críticos, filósofos e apaixonados, e sobretudo vemos a obra e percebemos que há uma pulsão de fazer, de pura experimentação. A maior parte do tempo, eu não faço nada. Não tenho meios. Não tenho tempo - como quando, durante anos, era funcionário público. Não fiz na-da! Felizmente consegui arranjar máquina fotográfica e tirava fotografias. E tomava nota de projectos. Anos assim. A fio. Por isso me ocorre que esperar é capaz de ser um desesperante verbo, mas muito real. Vamos ao princípio da espera, a Moçambique. Ah, não me fale disso! Foram lá uns amigos meus. [Tocam à campainha] Quem será agora? Deve ser um pobrezinho. [Assoma à janela] Oh, está bom?, 'pere aí. [Regressa daí a nada. ] Como sou uma boa alma e quero ir para o Céu, se não houvesse os pobrezinhos, como é que a gente ia para o Céu?Então, um homem dado à caridade. . . Eu não sou dado: eles é que me extorquem a coisa. O remorso: será que o homem está a dormir debaixo de um banco, com a geada e os cães? A gente fica a pensar nisso. Moçambique: uns amigos foram, trouxeram umas fotografias, não tenho vontade nenhuma [de ir lá]. Já foi há 60 ou 70 anos, quero lá saber. Nunca mais voltou?Estive lá em 60, três meses no Outono, em Lourenço Marques. Já havia o Constelation da TAP. Primeiro era preciso ir de barco, demorava-se três semanas e meia, parando aqui, ali. Os meninos estavam cá a estudar e iam lá passar umas férias. A minha mãe disse: "Os outros meninos vêm cá todos de férias. " "Não tenho dinheiro. " "Então eu pago, são 15 contos. " Foi a última coisa que a minha mãe me pagou na vida. Nunca mais lá voltei. Depois veio a guerra, a minha mãe reformou-se e veio embora. Em 62 ou 63, "praí" em 64. Qual é a primeira recordação que tem de Moçambique? Que tempo foi esse?A primeira recordação que tenho é da véspera do dia em que fiz três anos. Ainda um dia hei-de ver se encontro aquele médico, Dâmaso? [António] Damásio: quando é que as pessoas se sentem ligadas? Eu senti-me ligado nesse dia. Ou seja, com consciência de si mesmo.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave guerra homem cães
Suspensa criação de mais 60 grupos de prontidão, alertam bombeiros
O presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses afirmou hoje que foi suspensa a criação de mais 60 grupos de prontidão, as Equipas de Intervenção Permanente, que têm um papel “fundamental” no combate a incêndios florestais. (...)

Suspensa criação de mais 60 grupos de prontidão, alertam bombeiros
MINORIA(S): Animais Pontuação: 2 | Sentimento 0.5
DATA: 2011-03-30 | Jornal Público
SUMÁRIO: O presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses afirmou hoje que foi suspensa a criação de mais 60 grupos de prontidão, as Equipas de Intervenção Permanente, que têm um papel “fundamental” no combate a incêndios florestais.
TEXTO: Duarte Caldeira falava aos deputados durante uma audição hoje realizada na comissão parlamentar de Agricultura, Desenvolvimento Rural e Pescas. À saída da reunião, o presidente da LBP disse à agência Lusa que, no final de 2010 havia "120 equipas constituídas e havia um plano de, até final de 2011, puderem chegar às 180, e foram suspensas devido à falta de verba da Autoridade Nacional de Protecção Civil". Estas equipas "são fundamentais para garantir prontidão e qualidade no socorro nos corpos de bombeiros voluntários e o adiamento da sua constituição adia a resolução de um problema que está identificado e que é de reforçar o voluntariado com equipas em permanência", acrescentou Duarte Caldeira. Em meados de Fevereiro foi publicada uma portaria visando a manutenção por mais três anos das Equipas de Intervenção Permanente das associações humanitárias de bombeiros, um modelo que foi considerado adequado. Estas equipas resultam da congregação de esforços entre a Autoridade Nacional de Protecção Civil, as câmaras municipais e as associações humanitárias de bombeiros. Cada equipa é composta por cinco bombeiros, totalizando actualmente 600 elementos, e tem como principal missão o combate a incêndios, como os florestais, e o socorro às populações em casos de acidentes e catástrofes. Durante a audição, o presidente da Liga referiu-se a outras preocupações dos bombeiros relacionadas com o combate aos incêndios, como a necessidade de melhorar a articulação dos grupos de reforço, assim como da logística nas acções de luta contra os fogos, com a definição do papel das autarquias e da protecção civil. Repensar o financiamento do sistema de combate a incêndios, que deve basear-se na tipificação dos grupos de bombeiros, e nos recursos que necessitam consoante a sua localização, foi outro assunto focado por Duarte Caldeira.
REFERÊNCIAS:
Tempo Fevereiro
Redução de 20 por cento da verba para combate deverá afectar os meios aéreos, diz Liga dos Bombeiros
O presidente da Liga dos Bombeiros afirmou hoje, após uma audição no Parlamento, que a redução em 20 por cento da verba para combater os incêndios deverá afectar os meios aéreos, os mais dispendiosos, manifestando preocupação com o atraso na contratação destes equipamentos. (...)

Redução de 20 por cento da verba para combate deverá afectar os meios aéreos, diz Liga dos Bombeiros
MINORIA(S): Animais Pontuação: 2 | Sentimento -0.1
DATA: 2011-03-30 | Jornal Público
SUMÁRIO: O presidente da Liga dos Bombeiros afirmou hoje, após uma audição no Parlamento, que a redução em 20 por cento da verba para combater os incêndios deverá afectar os meios aéreos, os mais dispendiosos, manifestando preocupação com o atraso na contratação destes equipamentos.
TEXTO: Duarte Caldeira falava à agência Lusa à saída de uma audição na comissão parlamentar de Agricultura, Desenvolvimento Rural e Pescas, onde disse aos deputados ter "a convicção" da manutenção das verbas para os meios terrestres de combate aos fogos florestais. Tendo em consideração os valores em causa, "seguramente que este impacto dos 20 por cento será sobretudo no âmbito dos meios aéreos", realçou. Em 2010, Portugal contou com 56 meios aéreos para combater os incêndios nos meses de verão e, "se tivermos em consideração esta redução, certamente iremos contar este ano com 40 e poucos meios aéreos", referiu o presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP). "Não é admissível que haja qualquer diminuição nas equipas terrestres dos bombeiros", salientou Duarte Caldeira. O corte de verba "implicará que haja um envolvimento muito forte dos elementos de comando de modo a que seja possível compensar as mudanças decorrentes da alteração do dispositivo aéreo com reforço dos meios terrestres dos bombeiros". Por outro lado, a contratação de meios aéreos para combater os incêndios florestais "está atrasada" este ano, afirmou. Em 2010, em janeiro "já estava em processo de selecção", este ano, "ainda nem foram lançados os concursos", o que é um atraso "muito significativo", salientou. O representante dos bombeiros explicou que as consequências desta situação são várias, nomeadamente ao nível do custo do aluguer dos meios necessários. O mercado internacional nesta área é restrito e os países, de uma forma geral, têm optado por, em vez de adquirir meios aéreos próprios, recorrer ao aluguer porque "é mais rentável". E "quanto mais tarde os concursos forem lançados, em piores condições serão negociados", disse Duarte Caldeira. Os meios aéreos de combate a incêndios representam 46 milhões de euros no orçamento da Autoridade Nacional Protecção Civil, num total de 60 milhões de euros, referiu o presidente da Liga. A redução de 20 por cento é "muito significativa" e "vai exigir uma reflexão muito apurada sobre a redefinição do tipo de meios e a sua localização", apontou ainda. Na segunda-feira, o secretário de Estado das Florestas, Rui Barreiro, desvalorizou os cortes orçamentais nos meios de combate a incêndios e sublinhou que no caso do Ministério da Agricultura, que conta com 30 milhões de euros para prevenção, estas verbas foram reforçadas. “No caso da Agricultura, houve um reforço de verbas. Os incêndios são uma preocupação de todos. É possível, apesar dos problemas orçamentais, juntar os meios disponíveis dos vários ministérios”, disse.
REFERÊNCIAS:
Tempo Janeiro
Níveis de radioactividade no mar junto a Fukushima estão 3355 vezes acima do normal
A água do mar junto à central nuclear de Fukushima Daiichi tem níveis de iodo radioactivo 3355 vezes acima dos limites permitidos, informa hoje a agência japonesa de segurança nuclear. (...)

Níveis de radioactividade no mar junto a Fukushima estão 3355 vezes acima do normal
MINORIA(S): Animais Pontuação: 2 | Sentimento 0.083
DATA: 2011-03-30 | Jornal Público
SUMÁRIO: A água do mar junto à central nuclear de Fukushima Daiichi tem níveis de iodo radioactivo 3355 vezes acima dos limites permitidos, informa hoje a agência japonesa de segurança nuclear.
TEXTO: Este valor, o mais elevado até agora, foi encontrado nas amostras à água recolhidas ontem à tarde perto da central, junto a uma conduta usada para descargas dos reactores 1 a 4, informou hoje a agência, citada pela agência de notícias japonesa Kyodo. A concentração de iodo-131 sugere que tem estado a chegar ao Oceano Pacífico, de forma contínua, a radiação que estará a ser libertada no núcleo dos reactores, onde as barras de combustível derreteram parcialmente. Hidehiko Nishiyama, porta-voz da Agência japonesa de Segurança Nuclear, disse que ainda se desconhece a causa exacta desta concentração. Ainda assim, os dados recolhidos pelo operador da central, Tepco (Tokyo Electric Power Company), indicam que a radiação de Fukushima acabou, “de alguma forma”, por chegar ao mar. Nishiyama garantiu que a água do mar contaminada não representa riscos imediatos porque as pescas estão suspensas e porque as substâncias radioactivas acabarão por ser “significativamente diluídas” quando forem consumidas pelas espécies marinhas e pelas pessoas. “É importante continuarmos a monitorizar os níveis de radiação, descobrir o mais depressa possível o que causou a poluição e tomar medidas para evitar a subida dos níveis de radiação”, declarou. No sábado, os níveis de concentração de iodo-131 no mar, a 330 metros da central, chegou a ser 1850 vezes superior ao limite permitido. Mas na segunda-feira, esses valores tinham descido. O que se passa na central nuclearHá mais de duas semanas que a Tepco tem lançado grandes quantidades de água sobre os reactores e as piscinas onde estão armazenadas as barras de combustível usado, depois de o sistema de arrefecimento da central ter parado, após o sismo de magnitude 9 e o tsunami, a 11 de Março. Mas o porta-voz do Governo, Yukio Edano, considera que ainda vai “demorar um tempo considerável” até que as temperaturas das barras de combustível no núcleo dos reactores desçam, de forma estável. A água contaminada tem vindo a acumular-se nos edifícios da central, dificultando o trabalho das dezenas de funcionários que tentam estabilizar Fukushima Daiichi. Hoje, a Tepco deverá começar a transferir aquela água para um edifício concebido para receber resíduos radioactivos, informou Nishiyama. Elevados níveis de radiação, excedendo os 1000 milisieverts por hora, foram detectados na água de uma vala ligada ao edifício do reactor 2. A Tepco suspeita que a água contaminada tenha origem no núcleo do reactor. Nas caves dos edifícios dos reactores também foi encontrada água com elevados níveis de radioactividade, levando a Tepco a bombear esta água para tanques. No edifício da turbina do reactor 1, a água tem agora uma altura de 20 centímetros, disse Nishiyama. A Comissão de Segurança Nuclear, um painel governamental, prevê a hipótese de se escavar uma piscina fora dos edifícios para armazenar aquela água, no caso de exceder a capacidade dos tanques. Edano disse que também está a ser estudada a transferência da água radioactiva para um cargueiro no mar. Segundo a agência Kyodo, Edano adiantou que os especialistas em segurança nuclear estão a estudar a possibilidade de cobrir os edifícios dos reactores, danificados pelas explosões de hidrogénio, com materiais especiais a fim de reduzir a quantidade de partículas radioactivas que se libertam da central. Presidente da Tepco foi hospitalizadoNuma altura em que a Tepco luta para conter a crise nuclear em Fukushima, o seu presidente, Masataka Shimizu, com 66 anos, foi hospitalizado ontem à noite por sofrer de hipertensão, segundo a agência Kyodo. O responsável "deveria dar esta tarde uma conferência de imprensa para fazer um ponto de situação na central de Fukushima mas será substituído pelo presidente honorário, Tsunehisa Katsumata", avançou um porta-voz da empresa.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave concentração