Grupo Espírito Santo vende negócio de diamantes e construção à Sonangol
A Rio Forte, holding do Grupo Espírito Santo (GES), vendeu 66 por cento da Escom e 70 por cento da Opway Angola à Sonangol. O negócio inscreve-se na estratégia de reestruturação do GES, accionista de referência do BES, e, com esta operação, o grupo sai do capital das duas empresas. (...)

Grupo Espírito Santo vende negócio de diamantes e construção à Sonangol
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DATA: 2011-01-21 | Jornal Público
SUMÁRIO: A Rio Forte, holding do Grupo Espírito Santo (GES), vendeu 66 por cento da Escom e 70 por cento da Opway Angola à Sonangol. O negócio inscreve-se na estratégia de reestruturação do GES, accionista de referência do BES, e, com esta operação, o grupo sai do capital das duas empresas.
TEXTO: No caso da Escom (da qual Hélder Bataglia, presidente da empresa, detém cerca de 33 por cento do capital), a empresa já tinha saído em 2009 do negócio da aviação (onde detinha a Air Gemini) e das pescas. Nessa altura, a empresa, criada em 1993, dedicou-se aos seus dois grandes negócios: a exploração de diamantes e a construção e imobiliário. E pretendia investir na área da energia, com destaque para o petróleo. A empresa é dona do edifício Escom, localizado no centro de Luanda e composto por 24 andares, com habitação, escritórios, comércio e outros serviços. No caso da Opway Angola, joint-venture formada pelo grupo Escom e pela Opway Engenharia, esta empresa está a construir, entre outros projectos associados a grandes infra-estruturas, o centro de Ensino de Língua Portuguesa ou o edifício Kaluanda em Angola, e ganhou ainda a primeira fase do complexo Muxima Plaza, em Luanda, no valor de 25, 1 milhões de euros. Está também presente no Congo-Brazzaville. Em Portugal o Grupo Opway é liderado por Filipe Soares Franco, grande accionista da construtora, participada ainda pelo BES. Contactado pelo PÚBLICO para confirmar o negócio luso-angolano, fonte oficial da Rio Forte disse apenas que “não comentava”.
REFERÊNCIAS:
Cidades Luanda Brazzaville
Governo reforça linha de crédito para agricultura com 50 milhões de euros
O Conselho de Ministros aprovou hoje o reforço com 50 milhões de euros da linha de crédito com juros bonificados para os sectores agrícola e pecuário. (...)

Governo reforça linha de crédito para agricultura com 50 milhões de euros
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DATA: 2011-02-03 | Jornal Público
SUMÁRIO: O Conselho de Ministros aprovou hoje o reforço com 50 milhões de euros da linha de crédito com juros bonificados para os sectores agrícola e pecuário.
TEXTO: "O objectivo do Governo é dar resposta às preocupações do sector agrícola e pecuário, face à subida dos custos das matérias-primas", disse o secretário de Estado das Pescas e Agricultura, Luís Vieira. Trata-se de um reforço de 50 milhões de euros para uma linha com juro bonificado num período de seis anos e com dois anos de carência, realçou o governante no briefing no final do Conselho de Ministros. O secretário de Estado disse também que o ministério também reabriu agora uma outra linha de crédito de 20 milhões de euros para o sector das pescas, para o desenvolvimento do investimento do Programa Operacional Pesca para o período 2007-2013, designado PROMAR. Mas esta linha não necessitou de aprovação do Conselho de Ministros porque se tratou de uma reabertura já que o montante disponível na anterior linha de crédito "não tinha sido utilizado na totalidade". A linha de crédito para a agricultura destina-se ao investimento, desenvolvimento e reforço do fundo de maneio dos agricultores, incluindo para que possam liquidar dívidas junto da banca ou de fornecedores de matérias-primas. O valor disponibilizado em 2010 foi totalmente consumido, diz o comunicado do Conselho de Ministros, daí justificar-se o actual reforço. De acordo com a legislação comunitária sobre os auxílios estatais que se destinam a apoiar os agricultores na sequência da actual crise financeira e económica, as empresas que apresentem pedidos até 31 de Março de 2011 podem beneficiar de um valor máximo de auxílio de 15 mil euros, e os pedidos apresentados depois disso só poderão ir até aos 7500 euros.
REFERÊNCIAS:
Tempo Março
Corte de dirigentes está a ser feito “em cima do joelho”, acusam sindicatos
Os sindicatos criticam a redução de dirigentes na Segurança Social sem uma “análise aprofundada” da reestruturação dos serviços e receiam que o principal motivo do Governo seja reduzir as despesas. (...)

Corte de dirigentes está a ser feito “em cima do joelho”, acusam sindicatos
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DATA: 2011-02-14 | Jornal Público
SUMÁRIO: Os sindicatos criticam a redução de dirigentes na Segurança Social sem uma “análise aprofundada” da reestruturação dos serviços e receiam que o principal motivo do Governo seja reduzir as despesas.
TEXTO: “Criam-se e extinguem-se lugares sem qualquer pensamento que sustente a reorganização. É assim que está a ser dirigida a nossa Administração, em que as decisões são tomadas em cima do joelho”, afirmou ao PÚBLICO Bettencourt Picanço, presidente do Sindicato dos Quadros Técnicos do Estado (STE). O responsável do STE receia que a extinção de mais de uma centena de cargos dirigentes possa levar a que em algumas situações “os trabalhadores sejam chamados a exercer cargos de coordenação de direcção sem serem remunerados como tal”. Esta é também uma preocupação de Luís Pesca, dirigente da Frente Comum, que critica a redução de cargos dirigentes para depois se pedir aos funcionários que exerçam as mesmas funções sem serem reconhecidos por isso. Além disso receiam que sejam as restrições orçamentais a ditar a “lógica” dos cortes” “Gostaríamos de saber se o que está por detrás da extinção de cargos dirigentes são as restrições orçamentais ou se os organismos têm vindo a perder valências, o que não nos parece ser o caso”, questiona Luís Pesca. No caso do Instituto de Segurança Social, um dos que vai perder cerca de cem dirigentes, a Frente Comum já questionou a direcção, que justificou a reorganização dos cargos de chefia com a nova orgânica. Mas o sindicato receia que seja uma forma de “reduzir as despesas” e vai analisar as consequências nos serviços prestados. O STE defende que mais do que extinguir ou criar cargos de topo deveriam assumir-se “de uma vez por todas” que os cargos de topo deveriam deixar de ser de confiança política. O Ministério do Trabalho quer eliminar, para já, mais de uma centena de cargos dirigentes e “progressivamente” serão extintos “mais 70 cargos”, através da passagem para instituições particulares de solidariedade social de equipamentos administrados pelo Estado e da integração dos locais de atendimento de menor dimensão com outros serviços públicos, segundo o Jornal de Negócios de hoje.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave social extinção
Segurança Social envia mensagem aos recibos verdes com exemplos trocados
Um email enviado pelos serviços da Segurança Social, a dois dias da data limite de contribuição dos trabalhadores a recibo verde, parece ter baralhado mais do que esclarecido, acusa a plataforma Precários Inflexíveis. Os porta-vozes do Ministério do Trabalho não responderam às questões do PÚBLICO até ao fecho deste artigo. (...)

Segurança Social envia mensagem aos recibos verdes com exemplos trocados
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DATA: 2011-02-20 | Jornal Público
SUMÁRIO: Um email enviado pelos serviços da Segurança Social, a dois dias da data limite de contribuição dos trabalhadores a recibo verde, parece ter baralhado mais do que esclarecido, acusa a plataforma Precários Inflexíveis. Os porta-vozes do Ministério do Trabalho não responderam às questões do PÚBLICO até ao fecho deste artigo.
TEXTO: A mensagem enviada aos cerca de 250 mil trabalhadores por conta própria - habitualmente designados por recibos verdes - pretendia esclarecer as alterações que o Código Contributivo trouxe nas suas contribuições para a Segurança Social. Ou seja, o que mudava já em Fevereiro, o que se aplicava de Fevereiro a Setembro próximo, e o que mudaria a partir de Outubro, quando se aplicasse totalmente o novo regime. Mas apresentaram um exemplo quantificado que não se aplicará ao período de Fevereiro a Setembro. O caso, com valores de contribuição mensal, baralhou os destinatários da mensagem. E os telefonemas para os call-center da Segurança Social não pararam e o próprio site do movimento que contesta o uso abusivo dos falsos recibos verdes empancou, contam os seus gestores. Código a várias velocidadesAté agora, os trabalhadores a recibo verde escolhiam o escalão de contribuição e descontavam sob dois regimes diferentes: o obrigatório, com uma taxa de 25, 4 por cento, e o alargado, com uma taxa de 32 por cento. Mas o Código Contributivo alterou tanto a base de incidência como as taxas a aplicar. O trabalhador deixou de poder escolher a base de incidência e esta passou a ser de 70 ou 20 por cento do rendimento obtido, consoante se trate de prestadores de serviços ou de comerciantes. E criou-se um escalão mínimo mais baixo do que o actual. O escalão mínimo passou de 1, 5 para 1 Indexante de Apoios Sociais (o IAS está fixado em 419, 22 euros). Já as taxas fundiram-se numa só. Uma versão inicial do Código prometeu um desagravamento para todos os trabalhadores independentes ao adiantar uma taxa de 24, 6 por cento. Mas, posteriormente, passou para 29, 6 por cento (com excepções para os agricultores e pescadores, com uma taxa de 28, 3 por cento). A confusão instalou-se porque a base de incidência e taxas não entrarão em vigor ao mesmo tempo. Até há bem pouco tempo, não se sabia como iriam ser aplicadas as novas regras. Nem os serviços da Segurança Social estavam em condições de dar esclarecimentos. Só no final de Janeiro surgiram as explicações oficiais. As novas taxas vigorarão já para a contribuição deste mês de Fevereiro. Mas a nova base de incidência apenas vigorá a partir de Outubro próximo, uma vez que constitui o início do período de contribuição de 12 meses. De Fevereiro a Setembro, determinou-se que se congelaria a base de incidência até agora declarada. Ou seja, em termos práticos, as cerca de 111 mil pessoas que estão no regime obrigatório verão a sua taxa agravada de 25 para 29, 6 por cento. Já os 140 mil que estão no regime alargado vão sentir um desagravamento. 124, 09 ou 186, 13 euros? Mas a dúvida instalou-se a partir do momento em que os recibos verdes receberam a mensagem de email. A mensagem referia o exemplo de um trabalhador que recebe 13 mil euros anuais. A sua base de incidência seria de 70 por cento dessa quantia - 9100 euros (758, 33 euros mensais). Ou seja, corresponderia a 1, 81 vezes o IAS e, portanto, ao segundo escalão de tributação (1, 5 IAS), que - mercê da lei - poderia cair para o escalão imediatamente inferior - o primeiro escalão (1 IAS). A mensagem concluía assim que esse trabalhador iria pagar 124, 09 euros, ou seja, 29, 6 por cento de 419, 22 euros. Só que, segundo o próprio guião distribuído pelos serviços da Segurança Social, "até Outubro de 2011, altura em que os trabalhadores independentes serão posicionados de acordo com os rendimentos relevantes de 2010, a base de incidência contributiva mantém-se, só as taxas contributivas mudam". Como até agora a esmagadora maioria dos recibos verdes optou por descontar pelo escalão mínimo da anterior tabela - 1, 5 IAS -, a contribuição seria bem maior do que a anunciada no email. Até Outubro próximo, refere o manual, "quem está no primeiro escalão (a descontar sobre 1, 5 IAS) continuará a descontar sobre a mesma base de incidência contributiva (628, 83 euros), pagando mensalmente 186, 13 ou 177, 96 euros, no caso das excepções do Código. Mas nunca 124, 09 euros. As vicissitudes na aprovação e adiamento na entrada em vigor do Código Contributivo parecem ter complicado um atempado esforço de esclarecimento dos trabalhadores contribuintes. Por outro lado, se o novo Código pretendeu aproximar as regras de tributação entre a Segurança Social e o fisco, não salvaguardou a situação dos falsos recibos verdes que continuam a descontar o dobro de um trabalhador assalariado, quando a sua função é semelhante e, ainda para mais, sem apoio no desemprego.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave trabalhador lei social desemprego
A carrinha "pão de forma" vai voltar
O grupo Volkswagen vai ‘ressuscitar’ a sua carrinha ‘pão de forma’, um ícone que foi lançado em 1950 e que rapidamente se tornou o carro favorito dos ‘hippies’ pelo seu estilo único e espaço abundante, anunciou a marca no Salão de Genebra. (...)

A carrinha "pão de forma" vai voltar
MINORIA(S): Animais Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2011-03-04 | Jornal Público
SUMÁRIO: O grupo Volkswagen vai ‘ressuscitar’ a sua carrinha ‘pão de forma’, um ícone que foi lançado em 1950 e que rapidamente se tornou o carro favorito dos ‘hippies’ pelo seu estilo único e espaço abundante, anunciou a marca no Salão de Genebra.
TEXTO: A Volkswagen, que apelidou o modelo de Bulli - a alcunha com que era conhecida na Alemanha -, apresentou uma versão mais moderna, com seis lugares, alimentada por um motor eléctrico e utilizando um iPad para controlar todo o sistema de entretenimento, controle de temperatura e outras funções. O maior fabricante de automóveis europeu refere que o Bulli tem uma autonomia movida a electricidade de 300 quilómetros, o que é bastante, considerando que o recente eléctrico Nissan Leaf tem uma autonomia de 200 quilómetros. O Bulli pode atingir a velocidade de 140 quilómetros por hora. A carrinha Volkswagen ‘pão de forma’ foi uma ideia de um importador holandês da marca alemã, Ben Pon, que em 1947 traçou uma espécie de autocarro simples construído sobre as rodas de um Volkswagen ‘carocha’. O primeiro modelo de ‘pão de forma’ foi construído entre 1950 e 1967, seguindo-se outras versões. O conceito deste Bulli é ligeiramente mais curto e mais largo que o original ‘pão de forma’, com uma frente menos quadrada, mas tem uma série de originalidades, como um banco para três pessoas na frente e pintura de dois tons. No entanto, os mais curiosos terão de esperar porque a Volkswagen não confirmou que este conceito Bulli vá para a linha de produção. A Volkswagen chegou ao Salão de Genebra, que decorre até 13 de Março, com mais duas novidades, o renovado Tiguan, que chegará ao mercado no final do Verão, e o Touareg Hybrid, um modelo mais direccionado para o mercado norte-americano. Lançado em 2007, o pequeno SUV Tiguan apresenta-se em Genebra com algumas alterações significativas mas não tantas como o seu ‘irmão’ mais velho, o Touareg. A Volkswagen resolveu também lançar duas versões do pequeno SUV: um para utilização na estrada e outro para o ‘off road’. As vendas do novo Tiguan já começaram na Alemanha, mas o resto da Europa, incluindo Portugal, a previsão é Setembro. Já o Touareg Hybrid, mais dirigido para o mercado norte-americano, virá com um motor V6 e um eléctrico com uma potência correspondente a 47 cavalos. No total, traduz-se numa potência de 380 cavalos.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave espécie
Portugal importa 30 por cento dos alimentos por produzir poucos cereais
No dia 28 de Janeiro deste ano, o agrónomo e ex-ministro da Agricultura Armando Sevinate Pinto foi ao supermercado e, na banca da fruta e dos legumes, tomou nota da globalização. (...)

Portugal importa 30 por cento dos alimentos por produzir poucos cereais
MINORIA(S): Animais Pontuação: 2 | Sentimento -0.2
DATA: 2011-03-08 | Jornal Público
SUMÁRIO: No dia 28 de Janeiro deste ano, o agrónomo e ex-ministro da Agricultura Armando Sevinate Pinto foi ao supermercado e, na banca da fruta e dos legumes, tomou nota da globalização.
TEXTO: Lá estavam morangos ou mamão do Brasil, cogumelos da Holanda, espargos do Peru, beringelas da Espanha, nêsperas da Guatemala, amoras do México, mirtilos do Chile, romãs da Turquia ou pimentos do Uganda. Sim, também havia maçãs e pêras de Portugal, mas esta "babel" hortofrutícola que se encontra nas grandes superfícies está na origem daquilo que o também ex-ministro Gomes da Silva designa por "mito urbano". De acordo com esse "mito", Portugal deixou de ter agricultura, importa tudo o que produz, abandonou terras, estoirou as ajudas europeias na compra de jipes ou de casas em Cascais e é hoje um sector marginal e incapaz de ajudar o país a sair da crise. Verdade? Nem tanto. A agricultura nacional nunca foi capaz de garantir abastança. Todos os anos, o país tem de importar quase um terço das suas necessidades alimentares, uma factura que, em 2009, quase dava para construir o novo aeroporto de Lisboa (a diferença entre o que exportou e o que importou rondou os 4000 milhões de euros). Mas, feito o registo, será que, como se ouve dizer com frequência, a dependência externa se agravou? Não agravou. Mais: se a produção global estagnou e a necessidade de importar comida se manteve foi principalmente por causa da redução brutal da área e da produção de cereais. Sem essa redução, o sector agrícola não seria hoje visto como um patinho feio da economia, mas talvez como um herói da competitividade nacional. Uma questão recorrenteO problema dos cereais é velho de 200 anos. O facto de ser a base da alimentação humana confere-lhe sensibilidade política e todos os governos desde o liberalismo tentaram o mito do auto-abastecimento - a "Campanha do Trigo" de Salazar, lançada em 1929, destacou-se tanto pelo fracasso dos seus fins como pelos danos ambientais que causou. Quando os preços no mercado mundial atingiram um pico em 2008 e voltaram a subir em Junho de 2010, esperava-se que os agricultores reagissem. Nem isso. Em 1990, por exemplo, dedicaram cerca de 424 mil hectares (um hectare é equivalente à área de um campo de futebol) à cultura de trigo e do milho; mas, em 2009, essa área estava já reduzida a 157 mil hectares. Em termos de produção, as quantidades reduziram-se para um terço. E o país tem de comprar lá fora 75 por cento dos cereais que consome. Para a maioria dos especialistas, as condições do solo e do clima impedem grandes ambições. "Não tenhamos ilusões a esse respeito", diz Arlindo Cunha, doutorado em Economia Agrária e ex-ministro da Agricultura. Francisco Avillez, professor universitário jubilado, acredita que as novas áreas de regadio que estão a nascer no Alqueva podem aumentar áreas de produção, mas sem grande impacte nas contas gerais da cultura. António Serrano, ministro da Agricultura, admite que a produção se eleve, mas dificilmente poderemos produzir mais de um terço dos grãos do que consumimos. O factor PACEsta convicção alargada depende, em última instância, de um factor principal: a Política Agrícola Comum (PAC). Sem terem de semear para receber subsídios, muitos agricultores constataram que entre o que investiam e recebiam na colheita não era compensador; daí ao abandono de terras mais pobres foi um passo. Mas se é evidente que há uma crise grave nos cereais, nas outras culturas a situação é mais favorável. A agricultura foi capaz de se adaptar aos mercados e aproveitar a sua feição mediterrânica para suprir as perdas. Se é verdade que, medido em preços correntes (não actualizados pela inflação), o valor da produção de cereais caiu de 343 milhões de euros em 1986 para 155 milhões em 2009, os hortícolas aumentaram de 371 para 1094 milhões, as frutas de 586 para 1082 milhões, o azeite de 590 mil euros para oito milhões e o vinho de 342 para 678 milhões de euros. Ou seja, hoje, o sector hortofrutícola, no qual o país tem vantagens comparativas (é, por exemplo, capaz de produzir legumes dois meses antes dos holandeses ou belgas), já representa um terço do valor final da produção da agricultura. O mesmo com menos terraE este desempenho que contraria os "mitos urbanos" torna-se ainda mais notável se considerarmos que a área agrícola é hoje muito menor. E que é trabalhada por quase metade das pessoas que a cultivavam em 1986. Gomes da Silva nota que o desaparecimento de explorações foi mais veloz que a redução da área utilizada, o que triplicou a área média das propriedades e reforçou a sua competitividade. Regra geral, os agrónomos dizem que as terras abandonadas eram "pobres" ou "marginais", incapazes por isso de sustentar uma produção agrícola moderna. Francisco Avillez chama também a atenção para o facto de, em muitos casos, não se poder falar de "abandono de terras", mas da sua "extensificação". Por exemplo, quando um agricultor deixa de semear batatas e passa a cultivar forragens para alimentação de bois e vacas. Armando Sevinate Pinto, que foi alto-funcionário da Comissão Europeia e ministro da Agricultura com Durão Barroso, vai no mesmo sentido e diz: "Não conheço um único hectare de terra boa que esteja fora de produção". Redução persisteHá quem não partilhe o optimismo. Em causa, receia o ministro da Agricultura, pode estar já o abandono de áreas agrícolas boas. Os dados estatísticos parecem dar-lhe razão, ao revelarem que a redução da área agrícola persistiu na década passada, quando, entre 2003 e 2007, desapareceram 30, 6 por cento das explorações (a maior razia na UE a 27) e sete por cento das terras agrícolas (pior só na Roménia e na Eslováquia, enquanto em Espanha a ocupação agrícola cresceu 1, 6 por cento no período). Se é verdade que a produção agrícola, em valor bruto de produção, estagnou, mas não caiu, ao contrário do que é ideia corrente, pode acreditar-se que o sector "tem margem para reduzir a dependência externa de alimentos", diz António Serrano. "Se nos deixarmos de apostas erráticas, podemos aumentar as exportações em 15 por cento e reduzir as importações em 25 por cento", diz Sevinate Pinto. "Temos de organizar os sectores e seguir os bons exemplos, como o das frutas e legumes", considera António Serrano. Ainda assim, todas as expectativas, todas as projecções se baseiam na crença de que se manterá um nível de protecção do sector no âmbito da PAC, que, além de ter canalizado para Portugal no último ano cerca de 800 milhões de euros em ajudas ao rendimento, mantém uma protecção alfandegária contra a concorrência externa. Se, como lembra Francisco Avillez, a pecuária nacional tiver de concorrer com a da Argentina ou do Brasil, se os cereais se abrirem à máquina produtiva dos Estados Unidos, então pouco haverá a fazer.
REFERÊNCIAS:
Entidades UE
Camionistas invadem acesso à A1 e obrigam a intervenção policial
Várias dezenas de camionistas invadiram a estrada de acesso à auto-estrada 1 (A1) na zona do Carregado, para tentar bloquear a passagem de perto de 20 camiões do grupo Jerónimo Martins. A tentativa de bloqueio levou à intervenção policial. (...)

Camionistas invadem acesso à A1 e obrigam a intervenção policial
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DATA: 2011-03-16 | Jornal Público
SUMÁRIO: Várias dezenas de camionistas invadiram a estrada de acesso à auto-estrada 1 (A1) na zona do Carregado, para tentar bloquear a passagem de perto de 20 camiões do grupo Jerónimo Martins. A tentativa de bloqueio levou à intervenção policial.
TEXTO: A acção dos camionistas obrigou à intervenção da GNR com cães para tentarem manter a ordem, actuando sobre alguns manifestantes. Durante a actuação das autoridades, um dos manifestantes gritou “porrada nos camionistas”. Pelo menos quatro dos camionistas acabaram algemados e mantidos no chão debaixo do tabuleiro da ponte da A1. Os manifestantes mantém-se em ambos os lados do acesso à auto-estrada a gritar contra camionistas que passam e não param, sob a vigilância da GNR. Este incidente segue-se a outros registados desde ontem, primeiro dia de paralisação das associações transportadoras de mercadorias. O PÚBLICO apurou que vários pregos foram espalhados durante a noite na EN365, que liga o Centro Logístico de Combustíveis (CLC) de Aveiras de Cima à A1, para impedir a circulação de viaturas pesadas. Esta madrugada, um homem foi detido em flagrante delito, quando apedrejava camiões a partir de uma passagem aérea na A1, na zona de Lisboa, numa situação que se tem verificado ao longo de vários viadutos e que levou a GNR a redobrar a atenção a estes locais. Algumas horas depois, o dirigente sindical Abel Dias e porta-voz do movimento de protesto foi também detido na EN14, depois de dizer que hoje não haveria tolerância para os camionistas que estão a circular. O porta-voz dos camionistas tentava abrir uma nova frente de luta e convencer um camionista a parar o veículo, mas foi detido para ser identificado. A primeira detenção entre os camionistas em protesto ocorreu ontem, no Barracão, Leiria, após confrontos com a GNR. Após ter sido ouvido hoje no Tribunal Judicial de Leiria, onde entrou como suspeito da prática dos crimes de desobediência, resistência e coação sobre funcionário, atentado contra a segurança rodoviária e perturbação da ordem pública, o homem foi libertado mas ficou obrigado a fazer uma doação de 250 euros a uma instituição de solidariedade. Aos jornalistas, o arguido declarou-se revoltado com a detenção, mas prometeu não desistir da luta dos camionistas. “É uma situação que revolta a mim e a todas as empresas e todos os empresários do país”, declarou, justificando: “Estamos a lutar por aquilo que é um bem para todos os portugueses, não é só para nós, as empresas de transportes”. A paralisação do sector das transportadoras de mercadorias, que teve início às 00h00 de segunda-feira, foi convocada pela Associação de Transportadores de Terras, Inertes, Madeiras e Afins (ATTIMA) e a Associação Nacional das Transportadoras Portuguesas (ANTP), contando com o apoio da Associação Nacional de Transportes Rodoviários de Mercadorias (Antram).
REFERÊNCIAS:
Entidades GNR
Portugal só aproveita 40 por cento da exploração que faz nas áreas de regadio
Portugal só aproveita 40 por cento da exploração que faz nas áreas de regadio, disse hoje, durante uma visita aos campos da margem sul do Mondego, o ministro da Agricultura, António Serrano. (...)

Portugal só aproveita 40 por cento da exploração que faz nas áreas de regadio
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DATA: 2011-03-27 | Jornal Público
SUMÁRIO: Portugal só aproveita 40 por cento da exploração que faz nas áreas de regadio, disse hoje, durante uma visita aos campos da margem sul do Mondego, o ministro da Agricultura, António Serrano.
TEXTO: “Temos um nível de aproveitamento dos nossos regadios baixo, na ordem dos 40 por cento”, afirmou o ministro da Agricultura, do Desenvolvimento Rural e das Pescas, António Serrano. “Temos de concluir os regadios que têm condições para aumentar a taxa de aproveitamento” e onde “há agricultores que querem produzir e dar prioridade” a essas áreas, sustentou o governante, que falava durante a visita que, na manhã de hoje, fez a campos dos vales dos rios Pranto e Arunca, na margem sul do Mondego e integrados no projecto hidroagrícola deste rio. O vale do Mondego, a Cova da Beira e o Alqueva são “três exemplos [de terrenos de regadio] onde temos de concentrar energias, porque são zonas onde podemos produzir mais e melhor”, afirmou António Serrano. O Mondego é, de resto, segundo o governante, uma das áreas onde se justifica essa concentração de esforços, pois, defendeu, “temos produção de arroz”, sobretudo “arroz carolino, de elevada qualidade, agricultores que querem produzir e projectos em condições” para serem concretizados e/ou concluídos. Reconhecendo que o projecto hidroagrícola do Mondego, que tem mais de três décadas, se arrasta no tempo, o ministro da Agricultura lembrou que, no entanto, os empreendimentos de regadio exigem “muitos recursos financeiros” e que não basta haver “organização – embora esta seja “fundamental” – e vontade política. “É preciso encontrar meios financeiros”, sublinhou. “Sabemos que [os regadios] são fundamentais para o desenvolvimento agrícola, mas não basta fazê-los”, é também necessário que existam agricultores para deles tirarem partido, advertiu. O ministro António Serrano visitou hoje, na companhia do secretário de Estado das Florestas e do Desenvolvimento Rural, Rui Barreiro, campos da margem sul do Mondego, integrados no empreendimento hidroagrícola deste rio, a convite da Associação Portuguesa de Orizicultores (APOR), onde faltam as obras hidroagrícolas e o emparcelamento. Os vales dos rios Pranto e Arunca, na margem sul do Mondego, não podem continuar nesta situação, “sem obras hidroagrícolas” e “sem reestruturação fundiária”, que “impedem o desenvolvimento agrícola da região”, alertou Isménio Oliveira, dirigente da APOR.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave concentração
Quantos "falsos recibos verdes" existem ao certo?
Não se sabe. O fenómeno existe há décadas e, por isso, deu brado o facto de os Censos 2011 não incluírem - por opção do Ministério do Trabalho - uma pergunta que tornasse claro quantos contratos precários existem, nomeadamente falsos recibos verdes. (...)

Quantos "falsos recibos verdes" existem ao certo?
MINORIA(S): Animais Pontuação: 2 | Sentimento 0.075
DATA: 2011-03-28 | Jornal Público
SUMÁRIO: Não se sabe. O fenómeno existe há décadas e, por isso, deu brado o facto de os Censos 2011 não incluírem - por opção do Ministério do Trabalho - uma pergunta que tornasse claro quantos contratos precários existem, nomeadamente falsos recibos verdes.
TEXTO: Os falsos recibos verdes são assalariados. Cumprem horário, têm posto de trabalho e chefia hierárquica. Mas, fraudulentamente, as entidades empregadoras consideram-nos como prestadores de serviços, obrigando-os a fazer os descontos para a Segurança Social das entidades patronais. Com a agravante de esses descontos não cobrirem a protecção no desemprego quanto, perversamente, estão mais sujeitos a esse risco, por não terem vínculo contratual. O INE estima-os em 77 mil em 2010. Mas, por outro lado, existem mais de 870 mil trabalhadores por conta própria sem pessoal a cargo ("isolados"). Quantos desses serão falsos recibos verdes, mais uma vez, não se sabe. De cerca de um milhão de trabalhadores por conta própria (incluindo os que têm pessoal a cargo), cerca de 40 por cento trabalham na agricultura e pescas e 19 por cento são quadros superiores da administração pública. Somam-se 10 por cento em profissões intelectuais e técnicos profissionais, mais 13 por cento de operários e artífices e 4, 5 por cento trabalhadores não qualificados. Por sectores, metade está na agricultura, cerca de 120 mil na indústria e 315 mil nos serviços, dos quais, dois terços na função pública.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave social desemprego
Sindicatos estimam 60 por cento de trabalhadores em greve, Governo nos 4,52 por cento
Sessenta por cento para os sindicatos, menos de cinco por cento para o executivo. Os últimos números avançados pelo Governo sobre a adesão à paralisação nacional reflectem uma subida do número de trabalhadores em greve durante a tarde. A Federação Nacional dos Sindicatos da Função Pública (FNSFP) situa a adesão nos mesmos valores da hora do almoço. (...)

Sindicatos estimam 60 por cento de trabalhadores em greve, Governo nos 4,52 por cento
MINORIA(S): Animais Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2011-05-07 | Jornal Público
SUMÁRIO: Sessenta por cento para os sindicatos, menos de cinco por cento para o executivo. Os últimos números avançados pelo Governo sobre a adesão à paralisação nacional reflectem uma subida do número de trabalhadores em greve durante a tarde. A Federação Nacional dos Sindicatos da Função Pública (FNSFP) situa a adesão nos mesmos valores da hora do almoço.
TEXTO: No último balanço do Ministério das Finanças, das 18h00, o mapa de adesão na administração central apontava para 12. 583 trabalhadores em greve (4, 52 por cento) e 160 serviços encerrados. Apesar da disparidade na contagem, num ponto, os sindicatos e o Governo convergem, atribuindo ao sector da saúde e, depois ao da educação, a maior adesão. Do total de 78582 trabalhadores da saúde – o ministério não especifica se este número se refere ao total de funcionários ou apenas dos que foram abrangido pelo pré-aviso de greve – , 4. 845 tinham aderido à paralisação. A FNSFP, que não voltou a actualizar os números depois das 12h00 e não explicou o método de cálculo dos seus números, estimava uma adesão entre os 70 e os 80 por cento em alguns hospitais nacionais e de os 40 por cento e os 72 por cento em alguns centros de saúde. “Até à meia noite, não deve haver alteração [dos números de adesão contabilizados pela FNSFP]”, comentou ao início da noite Luís Pesca, coordenador da federação de sindicatos, referindo-se aos dados globais da greve. Na educação, segundo as Finanças, estiveram em greve 3962 trabalhadores não docentes, de um universo de 60051 funcionários. Dos cerca de 237 mil alunos que tinham hoje prova de aferição de Língua Portuguesa, apenas cerca de 270 segundo informou à Lusa o ministério tutelado por Isabel Alçada.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave educação