Custo do trabalho aumenta 0,9 por cento no primeiro trimestre deste ano
O Índice de Custo do Trabalho (ICT) subiu 0,9 por cento no primeiro trimestre deste ano, face ao mesmo período de 2010, indicou hoje o Instituto Nacional de Estatística (INE). (...)

Custo do trabalho aumenta 0,9 por cento no primeiro trimestre deste ano
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DATA: 2011-05-16 | Jornal Público
SUMÁRIO: O Índice de Custo do Trabalho (ICT) subiu 0,9 por cento no primeiro trimestre deste ano, face ao mesmo período de 2010, indicou hoje o Instituto Nacional de Estatística (INE).
TEXTO: De acordo com o INE, o aumento do ICT, “corrigido dos dias úteis, excluindo a Administração Pública”, resulta de uma subida dos custos médios do trabalho (0, 6 por cento) e de uma redução do número de horas “efectivamente trabalhadas” (0, 4 por cento). “No primeiro trimestre de 2011, verificou-se um acréscimo homólogo do ICT na maioria das actividades económicas”, afirma o INE, acrescentando que “todas as actividades com acréscimos homólogos apresentaram evoluções do ICT acima da média global”, que é de 0, 9 por cento. A construção registou a maior subida (3, 9 por cento), seguida pela educação (3, 7 por cento), pelas actividades de saúde humana e apoio social (3, 1 por cento) e pelos transportes e armazenagem (2, 4 por cento). Em comparação com o primeiro trimestre do ano passado, o índice que calcula o custo das horas trabalhadas registou uma queda na “electricidade, gás, vapor, água quente e fria e ar frio” (2, 3 por cento), actividades financeiras e de seguros (3, 4 por cento) e “captação, tratamento e distribuição de água, saneamento, gestão de resíduos e despoluição” (11, 2 por cento). Regiões autónomas, Algarve e Lisboa com custos em altaAçores, Algarve, Madeira e Lisboa apresentaram uma subida do ICT superior à média global: 6, 9 por cento, 5, 3 por cento, 2, 8 por cento e 2, 3 por cento, respectivamente. Já no Norte, Centro e Alentejo, estes dados registaram um decréscimo homólogo de 0, 1 por cento, 1, 7 por cento e três por cento. A análise do INE por grupos profissionais demonstra que as maiores subidas homólogas do ICT pertenceram ao “pessoal administrativo” (5, 9 por cento), aos agricultores e trabalhadores qualificados da agricultura, pesca e da floresta (5, 7 por cento) e aos trabalhadores não qualificados (4, 2 por cento). O ICT corresponde ao “custo total assumido pelo empregador” e inclui elementos como salário base, prémios e subsídios regulares e irregulares, pagamento por trabalho extraordinário e por horas remuneradas mas não trabalhadas, encargos legais a cargo da entidade patronal, encargos convencionais, contratuais e facultativos e indemnizações por despedimento, entre outros.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave educação social salário
Em Abril havia 4617 casais em que os dois estavam desempregados
No final de Abril, os centros de emprego davam conta de 4617 casais em que ambos os cônjuges estavam desempregados, menos 1,3 por cento do que em Março. (...)

Em Abril havia 4617 casais em que os dois estavam desempregados
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DATA: 2011-05-18 | Jornal Público
SUMÁRIO: No final de Abril, os centros de emprego davam conta de 4617 casais em que ambos os cônjuges estavam desempregados, menos 1,3 por cento do que em Março.
TEXTO: É a primeira vez em seis meses que se verifica uma redução do número de casais ou pessoas a viver em união de facto em que marido e mulher estão registados como desempregados. Ainda assim, se recuarmos até Outubro de 2010, altura em que o Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP) começou a recolher estes dados, o número de casais desempregados mais do que triplicou. Em Outubro, o IEFP dava conta de 1530 casais em que os dois estavam sem emprego. No mês passado eram mais 3087 os casais nessa situação. O apoio a estes desempregados foi um dos cavalos de batalha do CDS que, em Janeiro do ano passado, viu a sua proposta ser aprovada no Parlamento pelo PS e pelo Bloco de Esquerda. A ideia era majorar em 20% o subsídio de desemprego para casais desempregados com filhos, mas nunca chegou a ser posta em prática, dado que foi revogada em Maio de 2010, juntamente com outras medidas anti-crise, antes mesmo de ter entrado em vigor. De acordo com os dados hoje publicados pelo IEFP, no final de Abril de 2011, "estavam registados nos centros de emprego do Continente 517. 103 desempregados, dos quais 50, 8 por cento eram casados ou viviam em situação de união de facto, perfazendo um total de 262. 748 desempregados".
REFERÊNCIAS:
Partidos PS
Desempregados sem subsídio são já 54 por cento
De repente, Portugal tornou-se num país com uma situação social mais degradada. Fruto da nova metodologia seguida pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) no seu Inquérito ao Emprego, o número de empregos caiu e o desemprego subiu. (...)

Desempregados sem subsídio são já 54 por cento
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DATA: 2011-05-19 | Jornal Público
SUMÁRIO: De repente, Portugal tornou-se num país com uma situação social mais degradada. Fruto da nova metodologia seguida pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) no seu Inquérito ao Emprego, o número de empregos caiu e o desemprego subiu.
TEXTO: A taxa de desemprego saltou de 11, 4 para 12, 4 por cento. E subiu a fatia dos desempregados que procuram um novo emprego sem receber qualquer subsídio de desemprego. No primeiro trimestre de 2011, eram 54 por cento desse grupo quando no trimestre anterior eram tidos como sendo 48 por cento. Ainda não se conhece inteiramente por que razão técnica os "novos" números do mercado de trabalho sofreram esta evolução. Mas possivelmente tem que ver com as lacunas dos números anteriores. Em Janeiro passado, os responsáveis do INE já tinham alertado para as alterações. Apesar da perturbação que cria sempre uma quebra de série - por impedir a comparabilidade dos números históricos -, a alteração foi tida como "necessária", à semelhanças das ocorridas em 1983, 1992 e 1998. Alegou-se que era algo que já estava em estudo desde 2006 e que seria menos intrusivo para a vida das famílias inquiridas por ser feita por telefone. Isso reduziria os tempos de recolha e, por isso, diminuiria em 40 por cento os custos para o INE (800 mil euros anuais). Mas também uma melhoria das taxas de resposta: dos actuais 60-70 para 80 por cento. Ontem, a nota do INE descreveu a nova metodologia: "A primeira entrevista é feita presencialmente e as cinco inquirições seguintes por telefone", quando a familía inquirida o autorizar. Nada mais muda, nomeadamente "os objectivos, periodicidade, amostra, esquema de rotações, classificações, conceitos e idade de referência da população activa". Mas se assim é, como é possível que apenas uma forma diferente de inquirição à mesma amostra resulte numa descida de quase 80 mil pessoas empregadas (de 4945, 7 para 4866 mil) e uma subida de 55, 6 mil desempregados (de 633, 3 mil para 688, 9 mil), fazendo a taxa de desemprego saltar um ponto percentual? O INE não soube esclarecer esta dúvida do PÚBLICO. A resposta que enviou repetiu a metodologia descrita. Recibos verdes são 129 milQuando é alterada a metodologia, verifica-se uma quebra da série histórica e os números deixam de ser comparáveis com os do passado. O INE comprometeu-se a assegurar a comparabilidade com os dados passados, mas ontem só foi fornecido o número de empregados, dos desempregados e a taxa de desemprego estimada com as duas metodologias. Por isso, apenas é possível traçar a nova fotografia do mercado de trabalho no primeiro trimestre de 2011. Dos 5554, 8 mil activos (menos 0, 4 por cento que no mesmo período de 2010), havia 688, 9 mil desempregados (mais 6, 9 por cento de variação homóloga). Daqui resulta uma taxa de desemprego de 12, 4 por cento, muito próxima já dos 13 por cento estimados pela Comissão Europeia para 2012. A subida do número de desempregados situa-se sobretudo no escalão mais jovem. "Antes", no quarto trimestre de 2010, havia 95, 5 mil desempregados até 24 anos; "agora", passou-se para 123, 9 mil. A taxa de desemprego entre os jovens passou de 23 para 27, 8 por cento. Mas o "novo" desemprego pesou também entre os desempregados com idades entre 35 e 44 anos - de 139, 4 mil para 160, 4 mil. Os desempregados de longa duração são já 53 por cento do universo. Dos que procuram um novo emprego, são mais de 56 por cento os que o esperam há mais de um ano, mas apenas 46 por cento deles recebe subsídio de desemprego. Mas caso se conte com os que procuram um primeiro emprego, então apenas 31 por cento dos desempregados recebe subsídio. Haverá ainda que contar com 173, 9 mil pessoas que gostariam de trabalhar mais horas. Esse "subemprego visível" situou-se em 3, 6 por cento. Mas a fotografia dos que tinham emprego não parece ter melhorado. Até 2010, os números estimados pela anterior metodologia mostravam que, de Junho de 2008 ao final de 2010, a crise "fechou" 262 mil postos de trabalho no sector não público, enquanto o emprego no Estado subiu até 42 mil pessoas. No primeiro trimestre de 2011, o emprego caiu 1, 3 por cento face ao mesmo período de 2010. Não há base de comparação, mas Portugal ainda era um país essencialmente de serviços. Mais de 62 por cento dos empregados trabalhavam nos serviços. A maioria estava no comércio (23 por cento), na educação (12, 6 por cento), saúde e apoio social (11, 6 por cento) e na administração pública (10, 3 por cento). Havia apenas 17 por cento na indústria e 9, 2 por cento na construção, contra dez por cento na agricultura e pescas. A maior fatia - 62 por cento - tinha o ensino básico. A esses, soma-se os que tinham o ensino secundário - 19 por cento. A mão-de-obra jovem é diminuta - 6, 6 por cento. A maior fatia tinha idades superiores a 45 anos - 41, 8 por cento. Uma matriz de habilitações que não protege do desemprego. Os trabalhadores por conta de outrem representavam 78 por cento do total de 4, 866 milhões de empregados. Cerca de 22 por cento tinham um contrato a prazo. E, entre esses, havia 129 mil que eram prestadores de serviços (como os falsos recibos verdes).
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave educação social estudo desemprego
Jerónimo Martins testa nova área de negócio na Polónia
O grupo que detém o Pingo Doce abriu ontem em Varsória a primeira drogaria. (...)

Jerónimo Martins testa nova área de negócio na Polónia
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DATA: 2011-05-25 | Jornal Público
SUMÁRIO: O grupo que detém o Pingo Doce abriu ontem em Varsória a primeira drogaria.
TEXTO: A Jerónimo Martins abriu ontem em Varsória a primeira loja Hebe, testando no mercado que já é o motor de crescimento do grupo, um novo conceito de negócio. A Hebe (nome que remete para a deusa grega da juventude eterna) é uma drogaria que vende desde produtos de beleza, a artigos de puericultura, flores, livros ou mesmo produtos para animais. Em comunicado, o grupo adianta que “o desenvolvimento deste projecto será definido em função dos resultados obtidos com a abertura desta primeira loja”. Há 15 anos que a Jerónimo Martins marca presença no retalho na Polónia com a cadeia de hard discount Bierdronka. No ano passado, as receitas neste mercado cresceram cima da facturação global (29, 1 por cento), atingindo os 4, 8 mil milhões de euros, o que significa que valem 55, 2 por cento do total. Em Fevereiro a empresa anunciou que 75 por cento do investimento previsto para este ano (de um total de 500 milhões de euros) será canalizado para a Polónia.
REFERÊNCIAS:
Tempo Fevereiro
Tiago Pitta e Cunha: "A nossa nova fronteira é o mar profundo"
Tiago Pitta e Cunha diz que a aproximação e a exploração do mar enquanto recurso natural é agora incontornável, e que o maior aliado dessa aproximação é a actual crise económica. (...)

Tiago Pitta e Cunha: "A nossa nova fronteira é o mar profundo"
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DATA: 2011-06-20 | Jornal Público
SUMÁRIO: Tiago Pitta e Cunha diz que a aproximação e a exploração do mar enquanto recurso natural é agora incontornável, e que o maior aliado dessa aproximação é a actual crise económica.
TEXTO: Licenciado em Direito, ficou encarregado pelo então primeiro-ministro Durão Barroso de coordenar a Comissão Estratégica dos Oceanos entre 2003 e 2004, e foi membro do gabinete do comissário europeu para os Assuntos Marítimos até Fevereiro de 2010. Actualmente é consultor do Presidente da República para os assuntos de Ciência, do Ambiente e do Mar. Publicou recentemente o ensaio Portugal e o Mar, e esteve a semana passada num fórum sobre o tema, organizado pela Associação Empresarial do Porto e pela Associação Oceano XXI. Para este responsável, já seria suficiente se o país visse no oceano a sua geração de riqueza. E afirma que é no mar profundo que a nossa plataforma continental terá valor. Diz que Portugal virou as costas ao mar, em ruptura com o passado, para nos deslumbrarmos com a Europa. A culpa foi da adesão à Europa?Temos a tendência de atirar as culpas para cima dos outros. Nesta questão do mar dizemos que a culpa de não termos as pescas, de não termos indústria marítima, é da Europa. A Europa não nos obrigou a nada, fomos nós que tomamos as nossas decisões. Avançamos nestes desígnios europeus, começamos a vermo-nos como o território onde a Europa acaba e não onde o mar começa. Não percebemos que estávamos a desprezar a nossa geografia, que é uma das mais marcantes de toda a Europa (somos dos poucos países com apenas um vizinho), pusemo-nos numa situação com menos opções de recursos de desenvolvimento. Mas deslumbrámo-nos com a Europa ou não? Poderia ser de outra maneira?Sem dúvida que nos deslumbrámos, embarcámos na tese do bom aluno. O que não é censurável, é até compreensível. Nós afastámo-nos durante centenas de anos da cultura europeia, do desenvolvimento europeu. O que acho que é crucial hoje é que, passados 30 anos de adesão à União Europeia, continuamos a não ser a sociedade europeia desenvolvida que almejávamos. Porque acha que tal aconteceu?Por causa da enorme ausência de estratégias, de visões. A situação actual não poderia ser menos positiva. A nossa economia do mar é apenas uma economia em vias de desenvolvimento. Falta uma visão de geografia, uma visão de que não poderemos continuar sem explorar os nossos recursos naturais. E o maior desses recursos naturais é o mar, que Portugal desconhecia que tinha. Chega a ser surpreendente estar a dizer que um país de vocação marítima desconhece o recurso natural que é o mar. Mas nós não temos nenhuma economia de relevo ligada ao mar, não temos nenhum banco que saiba investir ou construir créditos ligados ao mar! Um empreendedor, uma PME que queira lançar-se ao mar em Portugal é impossível. . . é só portas fechadas! Já se fala muito do regresso ao mar como uma prioridade estratégica. Mas ainda não é na generalidade, não está nos discursos dos decisores políticos. É importante compreender que uma coisa são as políticas e outras coisas são as tutelas. Nós misturamos as tutelas com as políticas. Fragmentamos os assuntos por caixas. O mar não se coaduna com caixas, o mar é altamente transversal. Se está tudo por fazer, por onde começar?Por um lado, tem de haver um governo que olhe com olhos de ver para a economia do mar e que torne isto uma prioridade estratégica. Uma prioridade estratégica que, em termos económicos, signifique o mesmo que pesou uma indústria automóvel nos anos 90 ou uma indústria de energias renováveis na última década. Se, pelo menos, não for tão estratégico quanto isso o mar não vai arrancar. Depois, é preciso criar condições para os empreendedores, tornando Portugal um país atractivo para a exploração do mar. As empresas de excelência, competitivas, as que criam emprego e riqueza não se criam por decreto. Mas pode-se, por decreto, criar as condições para que elas surjam, por exemplo, através de políticas fiscais. O problema é que as políticas do mar continuam sectorializadas? A governação integrada do mar como se faz?Não vai ser por uma varinha de condão nem por uma decisão mágica de um líder iluminado. São importantes as plataformas de negócio, como estes fóruns, que põem as pessoas a falar entre elas. A nossa nova fronteira no mar é o mar profundo. E é aí que a nossa plataforma continental terá valor. Há tanto para fazer, o que é preciso é juntar as peças do puzzle. Como ouvi dizer a um empresário, basta olhar para o mapa de Portugal. Ver que somos o 110. º país em área terrestre, mas somos a 11. ª zona económica exclusiva e poderemos ser, com a plataforma continental, a 5. ª ou 6. ª. Também recorda, no seu ensaio, que o mar não é uma fonte inesgotável de recursos. É importante percebermos que não vai haver aqui atalhos para o lucro. Não pode haver novas explorações do mar que não sejam as mais sustentáveis possíveis. Nós nunca seremos uma porta de entrada para a Europa por muitas razões e uma delas é que, em termos terrestres, somos muito periféricos, por muito que sejam boas as infra-estruturas. Não é aqui que vão desaguar as mercadorias para o Centro da Europa. Mas se formos um país que vê no mar a sua geração de riqueza já é suficiente, para que todos os portugueses tenham melhor qualidade de vida. A actual crise torna tudo mais fácil, ou mais difícil?Uma aproximação e uma exploração do mar enquanto recurso natural vai ser incontornável, mas o maior aliado dessa aproximação é a actual crise económica. Há dois ou três anos ninguém tinha tempo para ouvir falar do mar. Neste momento, as pessoas estão atentas, os grupos económicos começam a posicionar-se. Diria que estamos numa fase intermédia, de lançamento de agendas. Já há várias estratégias para o mar, mas uma estratégia só passa a sê-lo quando for interiorizada por aqueles que têm de a executar. E é isso que falta. Um relatório da FAO diz que em 2015 o peixe para consumo já vai ser mais de metade proveniente de aquacultura. . . há aqui uma janela de oportunidade, que nós perdemos, ou ainda vamos a tempo?Essa ideia de que os comboios não voltam à estação não é verdade. Quando cheguei a Portugal das Nações Unidas disseram-me que já não havia condições para desenvolver o transporte marítimo, porque nos anos 70 tínhamos desmantelado a nossa marinha mercante. Desde essa altura até hoje, conheço muitos armadores espanhóis, holandeses, que têm utilizado rotas de transporte marítimo de Lisboa a Luanda, que é uma rota altamente rentável, e que não estão a ser usadas por armadores portugueses. Nós não podemos acreditar que as coisas acontecem para sempre. O transporte marítimo é dinâmico, porque ele significa comércio mundial, e o comércio mundial tem-se alterado muitíssimo nos últimos anos. Com a abertura do novo canal do Panamá vamos começar a ter fluxos de transporte marítimo de Ocidente para Oriente a passar aqui, tudo isto são oportunidades. Mas Sines já deveria ter uma ligação ferroviária directa a Espanha - é a tal falta de visão de que falo. Estamos atrasados, mas não quer dizer que perdemos o comboio. Na aquacultura só perdemos o comboio quando deixarmos de consumir peixe. Enquanto continuarmos a ser os maiores consumidores de pescado a nível mundial, temos de adequar a oferta à procura, senão continuamos a importar. São cerca de mil milhões de euros de défice anual na balança comercial. Falamos muito do preço que pagamos pelos submarinos, e eu recordo que todos os anos pagamos esse mesmo valor à mesa, em pescado. Comemos os submarinos, sem espinhas. E é preciso começar a pensar nisto.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave cultura consumo
Expedição à ilha Nova Guiné descobre sapo "Pinóquio" e outras novas espécies
Uma expedição científica às remotas montanhas Foja, na ilha Nova Guiné, descobriu dezenas de novas espécies de mamíferos, répteis, anfíbios, insectos e aves, incluindo um sapo “Pinóquio”, revelaram a National Geographic Society e a Conservation International. (...)

Expedição à ilha Nova Guiné descobre sapo "Pinóquio" e outras novas espécies
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DATA: 2010-05-18 | Jornal Público
SUMÁRIO: Uma expedição científica às remotas montanhas Foja, na ilha Nova Guiné, descobriu dezenas de novas espécies de mamíferos, répteis, anfíbios, insectos e aves, incluindo um sapo “Pinóquio”, revelaram a National Geographic Society e a Conservation International.
TEXTO: As espécies foram descobertas por uma equipa internacional que participava, no final de 2008, no projecto Rapid Assessment Program (RAP) da Conservation International. Durante cerca de três semanas, enfrentando chuvas torrenciais e enxurradas, os biólogos avaliaram o valor daquelas regiões montanhosas remotas, desde a povoação Kwerba, no sopé da montanha, até uma altitude de 2200 metros. Entre as novas espécies encontradas está um sapo das árvores com um “nariz” pontiagudo (Litoria sp. nov. ). A protuberância deste anfíbio inclina-se para cima quando o macho está mais activo, uma particularidade que os cientistas dizem estar interessados em estudar. “Esta foi uma feliz descoberta acidental, quando o herpetólogo Paul Oliver encontrou um destes sapos em cima de um saco de arroz no acampamento”, explica a Conservation International em comunicado. Outras descobertas incluem um novo morcego (Syconycteris sp. nov), que se alimenta de néctar das florestas tropicais, um pequeno rato das árvores (Pogonomy sp. nov. ), uma borboleta branca e preta (Ideopsis fojana) e um arbusto (Ardisia hymenandroides). Os cientistas encontraram também um pequeno canguru (Dorcopsulus sp. nov. ) e captaram as primeiras imagens de um outro marsupial extremamente raro (Dendrolagus pulcherrimus), criticamente ameaçado pela caça em outras regiões da Nova Guiné. “Talvez a maior surpresa da expedição tenha surgido quando o ornitólogo Neville Kemp avistou um casal de pombos imperiais (Ducula sp. nov. )”, acrescenta a organização. Os biólogos acreditam que as aves façam parte de uma população com muito poucos indivíduos. “Numa altura em que animais e plantas desaparecem por todo o planeta a um ritmo nunca visto nos últimos milhões de anos, a descoberta destas formas de vida absolutamente incríveis é, claramente, uma notícia positiva”, comentou Bruce Beehler, investigador da Conservation International que participou na expedição às montanhas Foja. “Lugares como este representam um futuro saudável para todos nós e mostra que ainda não é demasiado tarde para travar a actual crise de extinção de espécies”, acrescentou. A expedição – apoiada ainda pela Smithsonian Institution e pelo Instituto indonésio das Ciências -, marcou o regresso àquelas montanhas, região reconhecida pelos cientistas pela sua riqueza em biodiversidade, graças ao “seu relativo isolamento, elevação e ambiente tropical”. A primeira expedição às montanhas Foja aconteceu em 2005. A Conservation International espera agora que estas informações encorajem o Governo da Indonésia a proteger a região, a longo prazo. Hoje está classificada como santuário para a vida selvagem.
REFERÊNCIAS:
Voltar a caçar as baleias pode protegê-las?
Comissão Baleeira Internacional começa hoje a discutir iniciativa para levantar parcialmente moratória que vigora há 24 anos sobre abate com fins comerciais destes grandes mamíferos. (...)

Voltar a caçar as baleias pode protegê-las?
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DATA: 2010-06-21 | Jornal Público
SUMÁRIO: Comissão Baleeira Internacional começa hoje a discutir iniciativa para levantar parcialmente moratória que vigora há 24 anos sobre abate com fins comerciais destes grandes mamíferos.
TEXTO: As baleias são seres majestosos e misteriosos, que queremos ver a saltar na água e cujas canções escutamos com uma curiosidade de quem gostava de as compreender. Pelo menos na nossa parte do mundo, não olhamos para elas como um bicho que podemos comprar no talho transformado em bifes. Mas, pela primeira vez em 24 anos, essa possibilidade, encarada com naturalidade em algumas - poucas - regiões do mundo pode estar perto de se tornar mais corriqueira e sem desculpas. Com o argumento de que, assim, mais baleias serão protegidas. O encontro que hoje começa em Agadir da Comissão Baleeira Internacional pode ser o mais importante desde 1986, quando foi decidida a moratória sobre a caça à baleia, disse o ministro do Ambiente australiano, Peter Garrett. Em Marrocos, até sexta-feira, vai-se discutir se a proibição deve ser levantada parcialmente durante dez anos, para que os países que não respeitam a moratória - dizendo que caçam para "fins científicos" - possam matar alguns animais, com fins comerciais, mas de uma forma controlada. Será necessário respeitar quotas que significarão que muito menos animais serão abatidos do que hoje acontece. Se aprovada, esta proposta do secretário da comissão baleeira, Cristian Maquieira, pode travar a caça desregulamentada praticada pelo Japão, Noruega e Islândia, que resulta no abate de cerca de 2000 baleias anualmente, segundo as contas oficiais. Ciência e sushiNesta caça sem controlo, são mortas baleias de espécies próximas da extinção, juntamente com outras de populações em melhores condições de sobrevivência. O Japão é claramente acusado de enviar mais carne de baleia para bares de sushi do que para laboratórios científicos (alegadamente para estudar a saúde das populações destes animais), sublinha a agência AP. A mesma acusação é feita por um denunciante anónimo, surgido recentemente no Japão, que se auto-intitula Kujira-san (Sr. Baleia) e diz ter trabalhado num barco-baleeiro, a cortar os animais que eram caçados. Grande parte da carne das baleias acaba por ser desviada pelos pescadores, que a vendem com grande lucro, acusa, citado pelo jornal The Guardian. Se aprovada, esta medida poderia evitar a morte de mais de 5000 baleias durante a próxima década, prevê uma estimativa citada pelo Guardian, contando com as caçadas pela Islândia e a Noruega. Os navios baleeiros teriam de levar observadores a bordo e fazer registos de ADN dos animais abatidos. Haveria também controlo da carne no mercado, recolhendo amostras, para detectar a venda de animais abatidos ilegalmente. A Comissão Baleeira Internacional tem estado virtualmente paralisada nos últimos anos, sobretudo desde que o Japão adoptou a política de aliciar para o seu lado nações - sobretudo pequenos Estados-ilha - que não têm tradições baleeiras. Os países intransigentemente anticaça, como os Estados Unidos ou a Austrália, não têm cedido também. O resultado disto é que a comissão não tem funcionado como o órgão regulador que deveria ser. Desta reunião de Agadir espera-se que saia um novo entendimento - resta saber se é possível.
REFERÊNCIAS:
Negociações internacionais sobre caça à baleia chegaram a beco sem saída
A Comissão Baleeira Internacional (CBI), reunida em Agadir, Marrocos, à procura de um compromisso entre os países contra e defensores da caça à baleia, reconheceu hoje que as negociações chegaram a um beco sem saída. (...)

Negociações internacionais sobre caça à baleia chegaram a beco sem saída
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DATA: 2010-06-23 | Jornal Público
SUMÁRIO: A Comissão Baleeira Internacional (CBI), reunida em Agadir, Marrocos, à procura de um compromisso entre os países contra e defensores da caça à baleia, reconheceu hoje que as negociações chegaram a um beco sem saída.
TEXTO: “A proposta que estava em cima da mesa morreu”, disse o comissário alemão Gert Lindemann, durante a assembleia plenária. Desde que os trabalhos começaram na segunda-feira, as delegações dos 74 países presentes em Agadir (de um total de 88 membros da CBI) passaram por dois dias de discussões à porta fechada, entre grupos regionais, para tentar aproximar pontos de vista. Em causa estava a substituição da moratória à caça comercial – em vigor desde 1986 para travar a diminuição acentuada das baleias – por uma captura controlada. A proposta apresentada pelo responsável máximo da Comissão defendia um levantamento da moratória por dez anos mas impunha controlos mais rigorosos ao número de baleias passíveis de caçar. A ideia era recuperar o controlo em todas as caças - aborígene, comerical e científica - a fim de estabelecer quotas anuais que respeitassem as recomendações científicas para gerir os stocks. A proposta tem sido considerada como a melhor hipótese em anos para encontrar um consenso entre os países e entre estes e a Comissão Baleeira Internacional. Algumas organizações ambientalistas aceitaram apoiar a proposta, afirmando que se não for possível, por agora, travar a caça comercial, pelo menos esta deve ser limitada. Mas os países que se opõem à caça apresentam como condição que o Japão respeite o santuário no Oceano Antárctico, criado em 1994. Mas a proposta não foi aceite nem por uns nem por outros. Do lado dos países contra a caça, os Estados Unidos lamentam a “incapacidade de adoptar um novo paradigma” e o Brasil uma “falta de maturidade política”. Alguns delegados afirmam que as negociações fracassaram porque o Japão aceitou reduzir o número de baleias mortas anualmente mas recusou deixar de caçar no Oceano da Antárctida, onde quatro quintos de todas as baleias se vão alimentar. Um delegado japonês disse à Reuters que a falta de consenso sobre o santuário para baleias no oceano da Antárctica terá causado o fracasso das negociações mas insistiu que o Japão não teve culpa. “Não acredito ser a maneira mais apropriada para negociar discutindo apenas um elemento. Temos de ter um pacote”, comentou Hideki Moronuki, da Agência japonesa de Pescas. “Não estamos apenas a falar da questão do Oceano da Antárctida. Estamos a debater o futuro desta organização”. O Brasil e a Nova Zelândia sugeriram “uma pausa, um período de reflexão para um regresso mais vigoroso para o próximo ano”. “Tivemos dois dias de negociações úteis mas ainda não temos uma resolução de consenso. Há uma ausência de vontade política para colmatar as lacunas e chegar a um compromisso”, comentou Geoffrey Palmer, coordenador da delegação neo-zelandesa. Do outro lado, o Japão considerou que “não há nenhuma perspectiva de acordo no horizonte” porque “alguns membros não querem qualquer caça”, a não ser aquela já autorizada para permitir o continuar da tradição para alguns povos. Para o neo-zelandês Geoffrey Palmer, é a própria identidade da CBI que está na origem do problema. "Há 20 anos que a própria CBI é motivo de divergência entre nós: será um organismo de conservação das baleias ou um tratado de caça? Poderá esta convenção associar os dois pontos de vista?", questionou. Palmer considera que “se não mudarmos esta organização nos próximos anos, as consequências serão fatais para a CBI. E ainda mais para as baleias". Mónaco sugeriu “nova geografia baleeira”Além da proposta da CBI, o Mónaco apresentou a sua alternativa. Sugeriu reorganizar a “geografia baleeira”, que passaria a limitar a caça não a países, com base em quotas, mas sobretudo às suas águas territoriais. “A Noruega mostrou que é possível conduzir uma caça limitada, não apenas em termos de números mas também da zona de caça. É preciso redesenhar a geografia da baleia”, comentou Frédéric Briand, comissário do Mónaco na CBI. “Isto deve figurar no coração do processo de negociações (da CBI) se quisermos chegar a um acordo futuro”, acrescentou. Para o Mónaco, “a sustentabilidade dos stocks é posta em causa se um país se adiantar e reclamar os recursos longe dos seus territórios. O controlo e a vigilância são difíceis em alto mar. Por isso, temos tendência a agir como turistas inconsequentes e desrespeitadores nas zonas” austrais. “Deixar um país caçar no oceano global é alucinante”. “As baleias nestas águas não pertencem a nenhum país mas pertencem a todo o planeta”, insistiu Briand. “A linha vermelha é não caçar em águas internacionais”, resumiu. Os três países que caçam baleias – Japão, Noruega e Islândia – capturaram mais de 1500 baleias em 2009; destas mais de mil foram mortas pela frota nipónica. Apesar da moratória, estes países caçam desde os anos 80, argumentando que não estão obrigados a cumprir a proibição, apesar da condenação internacional. A caça empurrou algumas espécies – como a baleia azul, a baleia-de-bossa e a baleia-franca – para a beira da extinção na década de 80; as populações apenas agora começam a recuperar, dizem as organizações de conservação. A CBI vai continuar reunida em Agadir até sexta-feira. Hoje concentra-se sobre o futuro da Comissão.
REFERÊNCIAS:
Exploração petrolífera ao largo da Rússia ameaça baleias-cinzentas
Os planos de exploração petrolífera ao largo da Rússia oriental colocam graves ameaças às baleias-cinzentas (Eschrichtius robustus) que ali se alimentam, alertaram hoje cientistas da Comissão Baleeira Internacional (CBI). (...)

Exploração petrolífera ao largo da Rússia ameaça baleias-cinzentas
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DATA: 2010-06-24 | Jornal Público
SUMÁRIO: Os planos de exploração petrolífera ao largo da Rússia oriental colocam graves ameaças às baleias-cinzentas (Eschrichtius robustus) que ali se alimentam, alertaram hoje cientistas da Comissão Baleeira Internacional (CBI).
TEXTO: Segundo a BBC online, a empresa Rosneft deverá começar nas próximas semanas testes sísmicos ao largo da ilha Sakhalin. Estes planos deixaram o comité científico da CBI “extremamente preocupado”, o que o levou a pedir um adiamento. A Rússia diz estar consciente do problema e o Governo de Moscovo afirma acompanhar a situação junto da companhia. Actualmente, as baleias-cinzentas têm apenas duas populações, geneticamente diferentes: no Pacífico Oriental (que migram entre o México e o Alasca) e no Pacífico Ocidental (entre a Rússia e a China). Estas últimas estão criticamente ameaçadas e só existem 130 animais, incluindo 20 fêmeas reprodutoras. Em 2003, a população de baleias-cinzentas ocidentais foram classificadas como Criticamente Ameaçadas pela Lista Vermelha da UICN (União Internacional de Conservação). Estes animais - cuja zona de ocorrência será ao longo das costas da Rússia, Japão, Coreias e China - dirigem-se todos os Verões a Sakhalin para se alimentarem, numa zona de águas pouco profundas. Os cientistas desconfiam que é aqui que as progenitoras ensinam as suas crias a alimentar-se. Greg Donovan, coordenador do comité científico da CBI, salientou que os testes sísmicos em Sakhalin “serão realizados durante o período com maior densidade de baleias-cinzentas, especialmente fêmeas e crias”, cita a BBC. “O comité científico está a pedir-lhes para adiarem os testes até ao próximo ano e fazê-lo o mais cedo possível, para coincidir com a altura de menor densidade de animais na zona”. Na realidade, a CBI já tinha feito o mesmo pedido a outra companhia, a Sakhalin Energy. “Seguiram as nossas recomendações e este ano estão a realizar os seus testes com um plano de mitigação muito detalhado e o mais cedo possível”, contou à BBC. Na sua reunião anual, a decorrer em Agadir, Marrocos, a CBI aprovou um plano de conservação daquela população de baleias; a prioridade é identificar os locais de reprodução.
REFERÊNCIAS:
Cidades Moscovo
Nas Caraíbas existem corais que conseguem sobreviver ao calor
Uma equipa de investigadores norte-americanos e austríacos mergulham, de noite e de dia, nas águas de Puerto Morelos, México, para descobrir por que razão alguns corais das Caraíbas conseguem sobreviver ao aumento das temperaturas. (...)

Nas Caraíbas existem corais que conseguem sobreviver ao calor
MINORIA(S): Animais Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2010-07-07 | Jornal Público
SUMÁRIO: Uma equipa de investigadores norte-americanos e austríacos mergulham, de noite e de dia, nas águas de Puerto Morelos, México, para descobrir por que razão alguns corais das Caraíbas conseguem sobreviver ao aumento das temperaturas.
TEXTO: Andrea G. Grottoli, da Universidade estatal de Ohio, estuda recifes de coral há 17 anos. Desde o ano passado, passa o Verão entre Cancún e a Praia del Cármen, debaixo de água com a sua garrafa de oxigénio às costas e no laboratório marinho da Universidade Nacional Autónoma do México. Escolheu os recifes de coral das Caraíbas por serem os mais sensíveis ao fenómeno de “branqueamento” frequente, devido à subida da temperatura dos oceanos. O limiar de perigo é um aumento de 1 a 2ºC acima das temperaturas habituais. “Se as temperaturas elevadas se mantêm, os corais começam a morrer”, alertou a investigadora. No âmbito de um projecto de três anos (2009-2011), financiado pela Função Nacional de Ciência dos Estados Unidos, no Parque Marinho de Puerto Morales, a equipa de Grottoli quer descobrir por que razão algumas espécies de coral “conseguem sobreviver sempre” e como fazem para recuperar. Grottoli chegou a Puerto Morales a 15 de Junho. Desde então, a investigadora e a sua equipa têm mergulhado de noite e de dia para recolher amostras de zooplâncton e coral, nomeadamente a espécie Montastraea faveolata, classificada como Ameaçada na Lista Vermelha da UICN (União Internacional de Conservação). Os fragmentos de coral são colocados em tanques no laboratório, onde alguns são expostos a temperaturas elevadas, como por exemplo 31, 5ºC. Depois os cientistas estudam as características fisiológicas associadas à sobrevivência e mortalidade das diferentes amostras, na esperança de compreender o que ajuda os “sobreviventes” a aguentar águas mais quentes. Fenómenos de "branqueamento" passam a bi-anuais nos próximos 30 anosNo oceano, as vítimas mais famosas das alterações climáticas são os recifes de coral, grupo que já existe há pelo menos 40 milhões de anos. “Quando expostos a temperaturas elevadas, às vezes uma subida de 1, 5ºC, durante um mínimo de dez dias, os corais expelem as suas algas microscópicas [graças às quais os corais têm as suas cores vibrantes] e tornam-se esbranquiçados, dando-lhes uma aparência de ‘branqueamento’”, explicou Andrea Grottoli ao PÚBLICO. Até agora, o episódio mais dramático aconteceu em 1997/1998 com o fenómeno El Niño. Cerca de 16 por cento de todos os recifes de coral do planeta foram danificados. Mas Grottoli não tem o tempo a seu favor. Segundo a investigadora, nos próximos 30 anos, a frequência e intensidade dos fenómenos de “branqueamento” deverá aumentar, passando a acontecer duas vezes por ano. Mais a curto prazo, o trabalho de investigação foi afectado pela passagem do furacão Alex. O mau tempo dos dias que antecederam a chegada de Alex dificultou os mergulhos. A 24 de Junho, uma tempestade fez com que trabalhassem como se estivessem dentro de uma máquina de lavar, contou. E depois Alex chegou. “Perdemos três dias de trabalho e não conseguimos concretizar a tempo uma série de medições importantes. Mas, apesar disso, conseguimos continuar o nosso trabalho”, contou. Com os resultados da sua investigação, Grottoli e a sua equipa esperam conseguir aconselhar os responsáveis de áreas marinhas protegidas e grupos conservacionistas sobre como proteger os corais, integrados num ecossistema que funciona como “casa”, protecção e fonte de alimento para muitas espécies marinhas. Além disso, actuam como barreira de protecção para as populações das zonas costeiras e fonte de alimento, através da pesca. Segundo o Atlas Mundial dos Recifes de Coral, publicado pelo Programa das Nações Unidas para o Ambiente (Pnua) em 2001, estes ecossistemas ocupam cerca de 284. 300 quilómetros quadrados, ou seja, uma área metade da superfície da França.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave ajuda espécie