Um riso foi impresso no espaço
A peça de arte está a orbitar na Estação Espacial Internacional. Foi o resultado de um concurso com 100 mil participações. (...)

Um riso foi impresso no espaço
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 2 | Sentimento 0.3
DATA: 2017-02-15 | Jornal Público
SUMÁRIO: A peça de arte está a orbitar na Estação Espacial Internacional. Foi o resultado de um concurso com 100 mil participações.
TEXTO: Embora a primeira escultura criada fora da atmosfera terrestre pareça à primeira vista um donut colorido, representa o riso da humanidade e pertence a Naughtia Jane Stanko, uma estudante de cinema que vive em Las Vegas. O riso de Stanko foi o mais votado de entre 100 mil contribuições de todo o mundo que participaram no concurso #Laugh, promovido por um fornecedor da NASA. “O resultado do #Laugh cumpriu as nossas expectativas, ” disse ao PÚBLICO Harrison Pitman, director de estratégia de produtos da Made in Space, uma fabricante de impressoras 3D que trabalha para a NASA. “Acima de tudo, a nossa equipa gostou da oportunidade de imprimir uma peça de arte. É algo muito diferente das peças que normalmente saem das nossas impressoras 3D”. A impressão 3D é uma tecnologia em que máquinas depositam sucessivas camadas de plástico umas em cima das outras até ao objecto final. A Made in Space foi fundada em 2010 para desenvolver máquinas que criem peças e ferramentas directamente na Estação Espacial Internacional (EEI). O #Laugh parte da colaboração entre a empresa e o artista israelita Eyal Gever para transportar para o espaço elementos que os responsáveis do projecto dizem representar a humanidade no século XXI: arte, tecnologia e Internet. Ao longo de Dezembro, pessoas de todo o mundo foram convidadas a fazer o download da aplicação móvel, a criar uma versão 3D do seu riso e a votar naquela de que gostassem mais. O riso de Naughtia Stanko demorou quatro horas a ser impresso num ambiente sem gravidade. O processo foi monitorizado a partir de um centro de pesquisa da NASA em Silicon Valley e contou com a presença de Stanko. No vídeo em que recebe a novidade directamente de Eyal Gever, a estudante norte-americana descreve o projecto como uma “carta de amor ao universo” – é a razão pela qual a divulgação foi feita no Dia dos Namorados. Após uma impressão monocromática, a escultura foi colorida para representar as ondas sonoras do riso de Stanko. O código por detrás da aplicação foi criado por Gever, cujo trabalho assenta na fusão de arte e tecnologia. A aplicação capta a energia do riso dos utilizadores e representa-a através de ondas sonoras que são posteriormente moldadas segundo um código matemático que permite criar “estrelas de riso”. Em conversa com o PÚBLICO, Gever conta que criar uma representação 3D do riso não foi a sua primeira ideia. “Quando o projecto me foi apresentado há cerca de cinco anos queria criar algo futurista para ser impresso no espaço, mas depois decidi que tinha de me focar em pessoas, ” disse Gever. “Apesar dos desenvolvimentos na área das ciências e tecnologia, os noticiários parecem estar dominados por racismo e discriminação. Queria recordar às pessoas que há beleza na humanidade. ”Inicialmente, Gever considerou convidar Nelson Mandela para gravar uma mensagem original para a NASA: “Para mim ele simbolizava, e ainda simboliza, o melhor da humanidade. Queria trabalhar com a voz dele, mas ele morreu duas semanas depois da ideia inicial. Acabei por perceber que tinha de pensar em algo que não estivesse associado a qualquer país ou língua. ”No final, a decisão foi trabalhar com o som do riso humano, que na óptica de Gever representa mais do que diversão: “O riso não tem de representar felicidade. Também há risos sarcásticos, ou mesmo zangados. Há várias maneiras de nos rirmos, mas é algo que todos podemos fazer. ”Para a Made in Space, a capacidade de produzir arte no espaço é um passo essencial para a criação de um futuro em que os seres humanos podem existir no espaço sem dependerem da Terra. A primeira impressora a bordo da Estação Espacial Internacional foi instalada pela empresa em 2013, facilitando o trabalho de astronautas quando precisam de ferramentas ou peças e não têm tempo para estas serem enviadas da Terra. Gever avança que, no futuro, os utilizadores da aplicação poderão encomendar esculturas do seu riso para ter em casa em bronze ou inox: “Quero que todos possam utilizar a aplicação e o meu código para comprar uma versão física do seu riso. É uma nova forma de utilizar a tecnologia para imortalizar os nossos sons. ”Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. O riso de Stanko está a orbitar na Estação Espacial Internacional desde sexta-feira. Notícia actualizada: clarificado que a peça foi colorida depois de ser impressa. Texto editado por João Pedro Pereira
REFERÊNCIAS:
Entidades NASA
Ederson fez tudo menos marcar o golo
Benfica vence Borussia Dortmund por 1-0, graças a um golo de Mitroglou. Jogo da segunda mão é a 8 de Março. (...)

Ederson fez tudo menos marcar o golo
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2017-02-15 | Jornal Público
SUMÁRIO: Benfica vence Borussia Dortmund por 1-0, graças a um golo de Mitroglou. Jogo da segunda mão é a 8 de Março.
TEXTO: O Borussia Dortmund é uma equipa que gosta de marcar golos. Tinha marcado 21 na fase de grupos da Liga dos Campeões, um recorde da competição, e nunca seria no ataque que se apontavam debilidades ao vice-campeão alemão. Mas foi pelo enorme desperdício e pela inspiração de Ederson que passou a vitória do Benfica por 1-0, nesta terça-feira, no Estádio da Luz, no jogo dos oitavos-de-final da Champions. E, claro, pelo golo de Mitroglou, que dá uma vantagem mínima aos “encarnados” para o jogo da segunda mão, a 8 de Março. Rui Vitória tentou fazer algum bluff com Jonas, mas o avançado brasileiro não estava mesmo em condições de ir a jogo. Avançou Rafa para fazer companhia a Mitroglou no ataque benfiquista, apoiados por Salvio e Carrillo nas alas. De resto, nada de novo, os mesmos de sempre, os sobrecarregados Pizzi e Fejsa no meio-campo, Luisão a comandar a defesa no seu jogo 500 pelos “encarnados”. Estádio bem composto para o regresso das noites europeias à Luz e Rui Vitória a prometer personalidade. Com a selecção brasileira atenta, o jovem guarda-redes do Benfica fez uma exibição daquelas que vai directamente para o álbum das memórias. É verdade que contou com alguma displicência dos atacantes do Borussia, mas defendeu várias bolas de golo, incluindo um penálti. Foi o homem do jogo. É tido como um dos melhores avançados da actualidade, mas parecia um principiante. O africano teve várias vezes o golo nos pés em situações flagrantes. Em duas delas atirou por cima e no penálti tentou um remate “à Panenka”, que morreu nas mãos de Ederson. Mas o Borussia não é um adversário qualquer. Mesmo que poucos dias antes tenha perdido com o último da Bundesliga, continua a ser uma das grandes equipas da Europa e nunca deve ser menosprezado. E a equipa germânica entrou com disposição de mostrar a sua melhor versão em Lisboa. Tal teria sido verdade na primeira parte não fosse uma tremenda falta de eficácia. O domínio territorial era uma evidência, as oportunidades de golo foram muitas, mas a baliza de Ederson parecia protegida por uma barreira invisível (e, mais tarde no jogo, pelo próprio brasileiro). Logo aos 10’, Pizzi perde uma bola a meio-campo, Dembélé fica com ela e mete-a em Aubameyang, mas o gabonês, frente a Ederson, atira por cima. Aos 24’, a bola volta a chegar a Dembélé junto à pequena área, mas Lindelof consegue desviar para canto o remate do jovem francês. Dois minutos depois, é Schmelzer a cabecear ao lado após canto. Aos 38’, Raphael Guerreiro consegue ganhar um duelo a Fejsa e ainda tem forças para fazer um cruzamento a que Aubameyang chega atrasado. No minuto seguinte, Ederson tem uma saída arriscada no limite na grande área que daria no mínimo uma falta perigosa (é difícil de avaliar se seria grande penalidade), mas o árbitro nada marcou. E o que fez o Benfica durante a primeira parte? Viu o adversário jogar, defendeu (não muito bem, como se vê pela quantidade de oportunidades concedidas) e nunca chegou à baliza de Burki. Havia um défice no meio-campo, onde Fejsa e Pizzi não tinham pernas para tudo e as alas eram outro ponto fraco, onde nem Salvio nem Carrillo conseguiam ajudar os seus companheiros de flanco. Vitória leu bem os males da sua equipa e, ao intervalo, retirou de campo o peruano para lançar Filipe Augusto e acrescentar outra capacidade no sector onde o Benfica estava a perder todas as batalhas, reposicionando ainda Rafa num dos flancos. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. Não terá sido por influência directa do médio brasileiro, mas os “encarnados” entraram com fome para o segundo tempo e o golo aconteceu. Na sequência de um pontapé de canto de Pizzi, o “velho” Luisão ganha uma bola de cabeça e Mitroglou antecipa-se ao guarda-redes do Borussia para, já quase sobre a linha de golo, inaugurar o marcador. Uma festa tremenda explodiu na Luz e era notória a frustração da equipa alemã. O golo dos “encarnados” não refreou o ímpeto da equipa de Thomas Tuchel, mas enervou-a, com efeitos particularmente visíveis naquele que, por hábito, marca muitos golos. Pierre-Emerick Aubameyang, considerado um dos melhores avançados do mundo, parecia um principiante. E Ederson, um jovem guarda-redes brasileiro em princípio de carreira, parecia um veterano batido e impassível. A história do jogo quase que se pode resumir no que aconteceu aos 58’. Uma insistência do espanhol Bartra leva a que Fejsa jogue a bola com a mão. O árbitro assinala penálti e avança Aubameyang para a marca dos 11 metros. O remate do africano não vai nem para a esquerda nem para a direita, vai para o meio. Ederson também ficou no meio. E a bola não entrou na baliza do Benfica, tal como não iria entrar durante o resto do jogo. Ederson parou literalmente tudo o que lhe atiraram. E foi muito.
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Étnia Africano
Angola extingue Agência Nacional de Investimento Privado
Extinção da entidade já tinha sido aprovada em Julho. Nova agência fica com os activos e passivos da ANIP. (...)

Angola extingue Agência Nacional de Investimento Privado
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2015-10-01 | Jornal Público
SUMÁRIO: Extinção da entidade já tinha sido aprovada em Julho. Nova agência fica com os activos e passivos da ANIP.
TEXTO: O Governo angolano formalizou, através de decreto publicado na quarta-feira, a extinção da Agência Nacional do Investimento Privado (ANIP), surgindo no seu lugar a nova Agência para a Promoção do Investimento e Exportações de Angola (APIEX). Na origem desta decisão está a aplicação da nova Lei de investimento Privado, aprovada em Julho passado, em que a ANIP passou a ter a função de promover o investimento privado no exterior, ficando a sua função anterior de definição, análise e tratamento dos investimentos ao cargo dos departamentos sectoriais. A extinção da ANIP, até agora liderada por Maria Luísa Abrantes, foi formalizada através do decreto presidencial 184/15, assinado pelo Presidente José Eduardo dos Santos, em que é definida também a transferência de todos os activos e passivos para a nova APIEX, conforme se lê no documento consultado pela Lusa. A ANIP assegurava a gestão e negociação do investimento privado em Angola, tramitando os processos, validando a concessão de incentivos e rubricando os respectivos contratos. "A ANIP vai continuar, comigo ou sem mim. As pessoas não são eternas, mas eu só saio da ANIP para me reformar. Sou filha da ANIP", afirmou em Junho, em declarações à Lusa, Maria Luísa Abrantes, presidente do Conselho de Administração deste órgão público, ainda assim admitindo então mudanças pontuais. A nova Lei de Investimento Privado em Angola, aprovada a 22 de Julho pela Assembleia Nacional, passa a conceder mais incentivos ao investidor privado quanto maior for a participação accionista angolana. Na apresentação da Lei no parlamento, o ministro da Economia, Abraão Gourgel, assumiu o objectivo da nova legislação contribuir para a constituição, reforço e consolidação de uma classe empresarial nacional, deixando de existir um tecto mínimo para o investimento. Acrescentou que a lei define um leque de sectores para os quais a participação mínima de parceiros angolanos é de 35% do capital accionista, sendo que a autorização de investir fica condicionada ao cumprimento dessa exigência. Abraão Gourgel referiu ainda que o novo diploma legal introduz, para efeitos de transparência e precisão, uma tabela com critérios mensuráveis para a redução do imposto industrial, de cisão e sobre a aplicação de capitais desde os 5% de redução até à sua completa isenção, no extremo, para os projectos que consigam cumprir com todos os seus critérios num prazo máximo de dez anos. O governante angolano salientou ainda que esta objectividade permitiu a dispensa das comissões de negociações que até agora eram assumidas pela ANIP. O titular da pasta da Economia referiu então que a ANIP - agora a APIEX - passa a ter a função de promover o investimento privado no exterior e os departamentos sectoriais terão uma maior intervenção na definição do investimento privado, sua análise e tratamento. "Aqui também se pretende a remoção da burocracia, a redução dos tempos e o melhoramento do tratamento especializado dos departamentos ministeriais", sublinhou.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave filha lei extinção
Neste powerpoint dos anos 1930 está um capítulo da ciência colonial
Em três missões a Angola há oito décadas, o naturalista Luís Carrisso procurou retratar a sua flora e mostrar as suas virtudes. Ainda hoje, há um pequeno testemunho no antigo liceu de Braga. (...)

Neste powerpoint dos anos 1930 está um capítulo da ciência colonial
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2015-10-01 | Jornal Público
SUMÁRIO: Em três missões a Angola há oito décadas, o naturalista Luís Carrisso procurou retratar a sua flora e mostrar as suas virtudes. Ainda hoje, há um pequeno testemunho no antigo liceu de Braga.
TEXTO: A caixa foi encontrada por acaso, há cerca de quatro anos, durante as obras. A escola secundária de Sá de Miranda, em Braga, estava a passar por uma grande remodelação e foi preciso libertar salas, transportar móveis, esvaziar armários. Num deles estava uma pequena caixa, com um conjunto de slides antigos, ainda de vidro e de grande formato, e uma etiqueta a dizer: “Universidade de Coimbra, Instituto Botânico, Caixa de Diapositivos de Angola, 1ª Série, Nº 1 a 20”. “Foi um colega de biologia que a encontrou”, conta Luís Cristóvam, professor de História e responsável pelo museu da escola. A misteriosa colecção foi colocada num armário envidraçado, na sala de reuniões da escola, ao lado de objectos de artesanato, como estatuetas africanas, colheres de pau e uma junta de bois em miniatura. Até há pouco tempo, ninguém sabia ao certo o seu significado. É preciso voltar nove décadas no tempo e tocar em pelo menos três domínios – ciência, educação e ideologia – para contar a sua história. Dela fazem parte, no papel principal, as expedições a Angola empreendidas entre 1927 e 1937 por Luís Wittnich Carrisso, professor da Universidade de Coimbra e director do seu Jardim e Instituto Botânico. As expedições de Luís Carrisso são o tema de um de quatro documentários sobre as missões botânicas realizadas por académicos de Coimbra ao longo de 200 anos – num projecto lançado pela universidade em 2012, com a produtora Terratreme, que agora está em fase de conclusão. As viagens a Angola tinham a mesma motivação de missões anteriores da universidade, como as “viagens filosóficas” do século XVIII ou as expedições a São Tomé na alvorada do século XX: conhecer melhor para ocupar e explorar mais racionalmente as colónias, unindo a ciência à geopolítica. Mas, do ponto de vista da botânica, tudo o que já tinha sido feito antes parecia não ser suficiente. Carrisso recebeu certa vez uma carta do prestigiado Jardim Botânico de Kew, em Londres, a dizer, a respeito de Moçambique: “Provavelmente não há nenhuma parte de África cuja flora tenha sido tão pouco investigada como a África Oriental Portuguesa”. Esta frase terá sido o rastilho que mobilizou Carrisso para a aventura de novas missões científicas às colónias. Demonstrando o mal-estar que a menção lhe causara, utilizou-a como epígrafe num plano sintético que traçou em 1924 para uma expedição botânica a Moçambique. Mas Angola, onde Carrisso tinha amigos próximos na administração da colónia, acabou por passar à frente. Luís Carrisso partiu no dia 1 e Junho de 1927, acompanhado apenas por outro naturalista, Francisco de Ascenção Mendonça. Durante seis meses, ambos percorreram o território angolano, recolhendo espécies de herbário. “De lá vim, cheio de entusiasmo e fé, intimamente convencido de que urge lançarmo-nos ao trabalho e mostrar ao mundo civilizado que somos capazes de nos ocupar daquilo que nos pertence, e de o valorizar para o progresso da Humanidade”, escreveu posteriormente. Regressou sobretudo determinado a fazer mais para divulgar as potencialidades dos territórios ultramarinos, vestindo com paixão a camisola da propaganda colonial. Carrisso lamentava que nas escolas só se conheciam as colónias através dos mapas e lançou-se num outro projecto: uma missão “académica” a Angola, que levaria 40 professores e alunos de estabelecimentos de ensino superiores, para que vissem e sentissem in loco o que era o império colonial. “Imaginem V. Exas, que esplendido complemento educativo não seria, para esses rapazes prestes a serem lançados na vida prática, o conhecimento directo das nossas riquezas de além-mar”, justificou, numa palestra. No dia 10 de Agosto de 1929, uma comitiva um pouco menor do que se previa – incluindo oito professores e 13 alunos – zarpou de Lisboa no paquete João Belo. Duas semanas depois, o grupo estava em Luanda e durante um mês e meio percorreu 6000 quilómetros de estradas“Foi uma missão muito mais política e diplomática, de conhecer as principais infra-estruturas, mostrar os locais que impressionam em termos de paisagem, mostrar a variedade do território, dos recursos. Foi uma tentativa de ‘evangelização’ das classes cultas”, afirma o biólogo António Gouveia, do Centro de Ecologia Funcional da Universidade de Coimbra e coordenador do projecto No Trilho dos Naturalistas, sob o qual estão a ser realizados os documentários. Não há registos de que a iniciativa tenha tido grandes resultados práticos. Mas Luís Carrisso não desistiu e o seu próximo passo foi voltar-se directamente aos estudantes dos liceus.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave escola educação
A arruada no Chiado que juntou Marcelo, Santana e Lili Caneças
Passos alerta para o risco de haver "arranjos e arranjinhos" para aprovar Orçamento. (...)

A arruada no Chiado que juntou Marcelo, Santana e Lili Caneças
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2015-10-02 | Jornal Público
SUMÁRIO: Passos alerta para o risco de haver "arranjos e arranjinhos" para aprovar Orçamento.
TEXTO: A mulher, grávida, abria a boca de espanto e comentava: “Esta gente toda. . . estão felizes. Inacreditável, devem ter pago 10 euros a cada um”. Avistava, na rua Garrett, a arruada de Passos e Portas, os líderes da coligação Portugal à Frente, a única que juntou Marcelo Rebelo de Sousa, Santana Lopes e Lili Caneças. Ao som de gritos repetidos Portugal, Portugal, a caravana da coligação desceu o Chiado, com centenas de pessoas, partindo do largo do Carmo. Aí chegou ao início o ex-líder do PSD Marcelo Rebelo de Sousa, um possível candidato presidencial que atraiu a atenção dos jornalistas. “A maioria absoluta vai depender de Lisboa, Setúbal e um bocadinho do Porto”, vaticinou. Havia música (uma batida mais africana), confetis e gritos a puxar pela maioria ("Quero ver, quero ver maioria no dia 4 quero ver”), mas também alguns momentos de silêncio. E claro muita confusão à volta de Passos Coelho e Paulo Portas, a que se juntou Santana Lopes, outro ex-líder do PSD, que já desistiu de concorrer a Belém. Ao cortejo juntaram-se ainda ministros (Pires de Lima, Marques Guedes, Assunção Cristas) e Assunção Esteves, presidente da Assembleia da República. Do largo do Carmo, e com uma bandeira da coligação na mão, a figura da alta sociedade Lili Caneças também começou a percorrer o trajecto. A arrudada desembocou na Praça da Figueira, onde esperava os apoiantes da coligação um protesto de alguns taxistas contra a empresa de transportes que utiliza a aplicação Uber. Houve algumas escaramuças entre os manifestantes e os apoiantes da coligação. Os seus assobios de protesto ainda se fizeram ouvir durante os discursos de Passos e de Portas, embora as jotas tentassem gritar mais alto por Portugal para abafar o som. No último comício da campanha, Passos Coelho parecia mais empolgado do que na véspera no Porto. “Esta coligação apresenta-se aos portugueses para durar”, afirmou, alertando para o risco de virem a existir “arranjos e arranjinhos” para ver aprovado o Orçamento. Na dramatização contra o esquerdismo do PS houve até um momento de mea culpa. “Podemos não ter feito tudo bem, talvez pudessemos ter feito alguma coisa de outra maneira, mas pusemos Portugal à frente”, afirmou, ao lado da ministra das Finanças Maria Luís Albuquerque, e da ministra da Justiça Paula Teixeira da Cruz. Para puxar pela maioria, o candidato a primeiro-ministro alertou para os riscos de ficar em casa no domingo: “Imaginem que os portugueses me escolhiam a mim para primeiro-ministro e na segunda-feira acordarem com António Costa como primeiro-ministro”. O outro argumento para puxar pelo voto e encostar o PS mais à extrema-esquerda foi lançado por Paulo Portas: “Esta coligação governa ao centro. O PS abriu as portas aos Syriza cá do sítio para se aproximar do poder”. Já depois do discurso de Passos Coelho, Portas aproveitou o púlpito vazio para as últimas palavras da noite: “No domingo e depois de domingo é dar tudo”. Bancada conjunta PSD e CDS admitida por Passos viola acordo de coligação
REFERÊNCIAS:
Gabriel García Márquez encontrou finalmente a sua casa: fica em Austin, Texas
O espólio do Nobel da Literatura colombiano chegou este mês ao Harry Ransom Center, onde estará em condições de ser consultado dentro de dois anos. Entretanto, ficará na ilustre companhia de perto de 40 mil manuscritos – assinados James Joyce, Samuel Beckett, Jorge Luis Borges e Norman Mailer. (...)

Gabriel García Márquez encontrou finalmente a sua casa: fica em Austin, Texas
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2015-05-01 | Jornal Público
URL: https://arquivo.pt/wayback/20150501183124/http://www.publico.pt/1680909
SUMÁRIO: O espólio do Nobel da Literatura colombiano chegou este mês ao Harry Ransom Center, onde estará em condições de ser consultado dentro de dois anos. Entretanto, ficará na ilustre companhia de perto de 40 mil manuscritos – assinados James Joyce, Samuel Beckett, Jorge Luis Borges e Norman Mailer.
TEXTO: Até chegar ao Harry Ransom Center da Universidade do Texas, onde desfilou por uma passadeira vermelha no passado dia 16 de Dezembro, tudo o que Gabriel García Márquez (1927-2014) arquivou ao longo de uma vida inteiramente dedicada à escrita teve de percorrer os 1211 quilómetros que separam a Cidade do México, onde viveu os seus últimos anos, e a cidade de Austin, no Texas, que em Novembro anunciou finalmente ao mundo ter adquirido todo o impressionante espólio do Nobel da Literatura colombiano. Ao todo, a colecção Gabriel García Márquez, arquivada em 40 caixas de madeira cobertas por papel celofane e dispostas sobre duas grandes paletes de madeira, ocupa 2, 6 metros cúbicos do Harry Ransom Center. Foram necessários 18 funcionários para abrir, inventariar e voltar a fechar o arquivo, que demorará um ano a ser catalogado e mais dois a ficar em condições de ser mostrado e consultado pelo público, académico e não-académico, que frequenta aquela que é já a instituição de referência para os estudos latino-americanos. Porquê o Texas? Porque ao longo dos últimos 50 anos o Instituto Teresa Lozano de Estudos Latino-Americanos (LLILAS) investiu milhões de dólares na criação de um arquivo único no mundo, composto por dezenas de milhares de manuscritos assinados por escritores como Samuel Beckett, Jorge Luis Borges ou Norman Mailer. Ali se conservam, entre outros bens que são património material da Humanidade, uma das únicas cinco bíblias completas de Gutenberg que se encontram em solo norte-americano, três cópias do primeiro Folio de William Shakespeare e todo o espólio de James Joyce. E ali passarão a estar também os papéis que García Márquez guardou até ao fim na sua casa de México D. F. , onde morreu a 17 de Abril do ano passado aos 87 anos, juntamente com os seus objectos pessoais, passaportes, correspondência, álbuns de fotografias e três computadores Macintosh cujo conteúdo ainda não foi devidamente explorado. O espólio do escritor colombiano, adquirido finalmente à família a 24 de Novembro último depois de uma longa negociação iniciada meses antes da morte de García Márquez e intermediada pela Universidade do Texas, permitirá a todos interessados mergulhar a fundo no febril processo de composição literária do Nobel da Literatura, e testemunhar o modo obsessivo como se editava a si próprio. Entre os documentos agora depositados no Harry Ransom Center estão uma primeira cópia do romance Cem Anos de Solidão, com que fez a sua fulgurante estreia literária em 1967, o rascunho do discurso com que aceitou o prémio atribuído pela Academia Sueca em 1982, várias versões retrabalhadas de Crónica de Uma Morte Anunciada e de Amor nos Tempos de Cólera, o manuscrito inacabado do seu último romance, En Agosto Nos Veremos, e toda a documentação sobre Símon Bolívar que García Márquez reuniu, e laboriosamente anotou, para escrever O General no Seu Labirinto. Uma "colecção verdadeiramente excepcional", que o director do centro, Stephen Enniss, pretende disponibilizar "o mais rapidamente possível" aos cerca de dez mil investigadores que frequentam anualmente a sala de leitura do Harry Ransom Center. Enniss, que guiou o El País numa visita ao depósito da instituição apenas um dia depois da chegada a Austin do tesouro García Márquez, está convencido de que a nova aquisição faz do Harry Ransom Center "um autêntico mausoléu das humanidades". Mesmo antes desta última golpada, o Harry Ransom Center já estava em condições de se afirmar como o umbigo do mundo literário, pelo menos no continente americano. Entre os documentos que ali se encontram depositados estão obras-primas literalmente maiores do que a vida como o primeiro rascunho de Watt, de Samuel Beckett, a primeira versão do capítulo inaugural de Morte na Tarde, de Ernest Hemingway, e quatro versões diferentes de A Vida e o Tempo de Michael K. , do sul-africano J. M. Coetzee, que doou em vida todos os seus documentos à instituição. Tal como ele, também Norman Mailer começou a negociar o depósito do seu arquivo no Harry Ransom Center dois anos antes de morrer; o mesmo fez o actor Robert De Niro, que vendeu por quatro milhões de dólares 1. 300 caixas de memorabilia que tinha em casa, incluindo guiões anotados, fotografias com provas de maquilhagem, dezenas de figurinos e a licença de taxista que teve de tirar para filmar Taxi Driver, um dos mais seminais papéis da sua carreira. Mas é também em Austin, no Texas, que podem consultar-se alguns ficheiros secretos do jornalismo de investigação norte-americano, a começar pelos blocos de notas que os repórteres Bob Woodward e Carl Bernstein usaram durante o caso Watergate.
REFERÊNCIAS:
Étnia Africano
Visita da ministra da Justiça a Angola adiada a pedido de Luanda
Adiamento surge dias depois de vice-presidente angolano ter sido acusado de corrupção activa pelo Ministério Público português. (...)

Visita da ministra da Justiça a Angola adiada a pedido de Luanda
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2017-02-22 | Jornal Público
SUMÁRIO: Adiamento surge dias depois de vice-presidente angolano ter sido acusado de corrupção activa pelo Ministério Público português.
TEXTO: A visita da ministra da Justiça portuguesa, Francisca Van Dunem, a Angola, que deveria começar esta quarta-feira, foi adiada sine die, anunciou em comunicado o Ministério da Justiça. No comunicado, anuncia-se que "a visita da Ministra da Justiça foi adiada, a pedido das autoridades angolanas, aguardando-se o seu reagendamento". A visita de trabalho de Francisca Van Dunem a Angola estava prevista para durar três dias. Os motivos do adiamento da visita não foram revelados, mas esta situação acontece dias depois de o vice-presidente de Angola, Manuel Vicente, ter sido acusado de corrupção activa e de branqueamento de capitais pelo Ministério Público português no âmbito da Operação Fizz. Contactado pelo PÚBLICO, o Ministério da Justiça não prestou quaisquer esclarecimentos adicionais sobre o cancelamento da visita na data agendada. Já o Ministério dos Negócios Estrangeiros explicou que a justificação dada a nível diplomático para o adiamento foi "a necessidade de ponderar o seu reagendamento". Meios diplomáticos contactados pelo PÚBLICO sublinham que, mais uma vez, na actuação das autoridades de Luanda, está presente a convicção de que o Governo português controla o Ministério Público, facto que sabem não ser possível. “Há em Angola quem pretenda um mal-estar recorrente com as autoridades de Lisboa”, afirma um conhecedor das relações entre os dois países. “Há angolanos que não se reconciliam com a normalidade entre Angola e Portugal, e preferem, sempre, a tensão”, afirma. Assim, a manutenção deste clima de mal-estar e de gestos ostensivos é alimentada com objectivos de política interna. Tem sido sempre assim, recorda o mesmo perito, e os que pensavam que a não candidatura de Manuel Vicente a sucessor do Presidente José Eduardo dos Santos iria “suavizar” a situação enganaram-se. A confirmação da visita de Francisca van Dunem a Angola havia sido feita a 10 de Fevereiro, também em Luanda, pelo chefe da diplomacia portuguesa, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, tendo ficado agendadas reuniões com membros do Governo angolano e responsáveis do sistema judicial. Van Dunem, que nasceu em Luanda em 1955, devia também participar num fórum sobre os serviços de justiça na capital angolana. Até ao momento, nenhum elemento da cúpula do Governo angolano em Luanda ou do MPLA comentou a acusação de que foi alvo Manuel Vicente. Também não foi publicado nenhum comentário sobre o assunto no Jornal de Angola, ao contrário das habituais críticas a Lisboa quando os governantes e outras individualidades angolanas se vêem a contas com a justiça portuguesa. O ministro da Agricultura angolano estava em Portugal a convite o seu homólogo Capoulas Santos quando se soube das suspeitas que impendiam sobre Manuel Vicente, que terá, alegadamente, pago mais de 763 mil euros a um procurador português, Orlando Figueira, para arquivar dois processos em que era arguido. Depois de ter arquivado os processos, em 2012, o magistrado saiu do sistema judicial e foi trabalhar para o BCP, de cujo conselho geral e de supervisão Manuel Vicente foi vice-presidente, em representação da petrolífera angolana Sonangol. com LusaSubscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público.
REFERÊNCIAS:
Tempo Fevereiro
Advogado de Manuel Vicente passaria dados de inquérito em segredo a PGR de Angola
Quem o diz é o Ministério Público na acusação de corrupção que envolve o vice-presidente de Angola e um procurador português, acusado igualmente por violação do segredo de justiça por passar dados e documento de investigações, sob sigilo, ao advogado de Manuel Vicente. (...)

Advogado de Manuel Vicente passaria dados de inquérito em segredo a PGR de Angola
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 2 | Sentimento -0.4
DATA: 2017-02-18 | Jornal Público
SUMÁRIO: Quem o diz é o Ministério Público na acusação de corrupção que envolve o vice-presidente de Angola e um procurador português, acusado igualmente por violação do segredo de justiça por passar dados e documento de investigações, sob sigilo, ao advogado de Manuel Vicente.
TEXTO: Paulo Blanco, advogado do vice-presidente de Angola, Manuel Vicente, passaria informações sobre inquéritos que visavam o ex-presidente da Sonangol e estavam em segredo de justiça ao Procurador-Geral da República de Angola, José Maria de Sousa. Isso mesmo é referido no despacho que acusa de corrupção Manuel Vicente, então presidente da Sonangol, e um procurador português, Orlando Figueira, a quem o governante angolano terá pago mais de 763 mil euros para arquivar dois inquéritos que o envolviam, no início de 2012. A urgência de Manuel Vicente fechar aquelas investigações está associada, segundo o Ministério Público, ao facto de o então presidente da perolífera angolana ter a expectativa de ser nomeado ministro, o que veio a acontecer no final de Janeiro de 2012, duas semanas depois de arquivada a primeira investigação. O Ministério Público, que também acusou o procurador Orlando Figueira e o advogado Paulo Blanco de um crime de violação de segredo de justiça, refere expressamente dois emails e uma carta enviados por Paulo Blanco ao PGR de Angola. O advogado acabou por representar mais tarde o próprio José Maria de Sousa num processo relacionado com suspeitas de branqueamento de capitais que visavam o magistrado angolano, entretanto encerrado. Um dos dois processos arquivados por Orlando Figueira estava relacionado com uma investigação por suspeitas de branqueamento de capitais que visava Manuel Vicente, um caso aberto na sequência da compra de um apartamento no empreendimento Estoril Sol Residence, em Abril de 2011, por 3, 8 milhões de euros. O inquérito tivera origem numa comunicação da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), que detectara que o fundo de investimento que vendeu os apartamentos não tinha cumprido as comunicações obrigatórias ao nível da prevenção de branqueamento de capitais apesar de alguns dos compradores dos imóveis de luxo serem altos dirigentes angolanos, consideradas pessoas politicamente expostas ao abrigo daquela legislação. Segundo a acusação, em Outubro de 2011, depois do procurador Orlando Figueira ter informado o advogado da existência daquela investigação, “Paulo Blanco enviou uma mensagem de correio electrónico para o Procurador-Geral da República de Angola, José Maria de Sousa, dando-lhe conta que após a reunião com o arguido Orlando Figueira no DCIAP [Departamento Central de Investigação e Acção Penal] lhe fora garantido por este que os documentos comprovativos de rendimentos profissionais e/ou prémios de gestão de cidadãos angolanos visados no âmbito desse inquérito não ficariam acessíveis a qualquer consulta pública”, lê-se na acusação. Isto porque Paulo Blanco – também acusado de corrupção, branqueamento e falsificação de documento – viria a juntar ao processo várias declarações de rendimentos de Manuel Vicente, entre as quais uma da Sonangol e outra do BCP, para comprovar a origem lícita do dinheiro. Foi com base nestes documentos que o procurador Orlando Figueira separou as suspeitas relativas a Manuel Vicente num processo autónomo e, uns dias mais tarde, em Janeiro de 2012, arquivou o caso. Nessa altura, aconteceu tudo que Blanco descrevera ao PGR de Angola, uns meses antes. Após um requerimento de Paulo Blanco a pedir a restituição dos originais das declarações de rendimentos, Orlando Figueira aceita retirá-los do processo, onde nem sequer ficam cópia dos mesmos. Curiosamente cópias dessas declarações foram encontrados em casa do procurador Orlando Figueira, quando o mesmo foi alvo de buscas em Fevereiro do ano passado. Numa nova mensagem enviada ao PGR angolano, no dia seguinte ao email referido antes, Paulo Blanco comunica-lhe que “não constava do processo qualquer esclarecimento à CMVM”, que denunciara o caso. A acusação refere ainda uma carta enviada por Blanco ao PGR de Angola a 22 de Setembro de 2011, dando-lhe conta que, uns dias antes, o PÚBLICO noticiara a existência de um inquérito que investigava a aquisição de 24% do Banco Espírito Santos Angola por parte da Portmill, uma sociedade que, segundo o Ministério Público, era usada por Manuel Vicente para negócios privados. Blanco dizia a José Maria de Sousa que nessa altura esta sociedade já poderia intervir no processo, uma vez que, até ali “estava de alguma forma constrangida de agir no processo pendente no DCIAP”, sob pena de indiciar o uso de informação decorrente da quebra do segredo de justiça. Na mesma carta, Blanco comunicava ao PGR angolano que nesse dia o jornalista Rafael Marques – que tinha feito, com Alfredo Parreira, a participação criminal que dá origem ao inquérito à Portmill e a outras empresas alegadamente usadas por dirigentes angolanos para camuflar negócios- ia ser inquirido como testemunha nas instalações da Polícia Judiciária e que iria a posteriori tentar tomar conhecimento do teor do depoimento prestado. A acusação diz que Orlando Figueira pediu a 27 de Dezembro de 2011, em plenas férias judiciais, o processo à PJ a fim de ser “fotocopiado” e que na posse das cópias deu conhecimento do seu conteúdo a Paulo Blanco. Contactado pelo PÚBLICO, apenas o advogado de Manuel Vicente, Rui Patrício, quis comentar as imputações feitas: “A acusação quanto ao meu constituinte não tem qualquer fundamento factual ou jurídico”. O PUBLICO tentou contactar a PGR de Angola, sem sucesso, tendo Paulo Blanco e o seu advogado remetido qualquer comentário para um comunicado divulgado esta quinta-feira. Também o defensor do procurador Orlando Figueira, Paulo Sá e Cunha, optou por não prestar declarações. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. A 12 de Janeiro de 2012 quando arquiva o inquérito que visava Manuel Vicente, então presidente da Sonangol, o procurador Orlando Figueira determina que fosse “destruído/apagado” do Apenso 1 do inquérito mãe, que tinha estado na origem daquele processo, “as referências a Manuel Vicente”. No cumprimento daquela ordem, diz a acusação, “foram recortados” por um funcionário do Departamento Central de Investigação e Acção Penal em seis folhas “as menções ao nome do arguido Manuel Vicente e foi manuscrita” uma explicação, que remetia para o despacho de arquivamento dado por Orlando Figueira no inquérito filho. Contrariamente ao que aconteceu com o processo que visava Manuel Vicente, o inquérito mãe só foi arquivado em Janeiro de 2015, três anos mais tarde.
REFERÊNCIAS:
Entidades PJ
Angola: falha de segurança no exterior do estádio causou tragédia no Uíge
No dia 10 de Fevereiro 17 pessoas morreram no primeiro jogo da temporada no campeonato angolano de futebol, com a recepção do Santa Rita de Cássia FC ao Recreativo do Libolo, com a confusão generalizada no momento de entrada. (...)

Angola: falha de segurança no exterior do estádio causou tragédia no Uíge
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2017-02-21 | Jornal Público
SUMÁRIO: No dia 10 de Fevereiro 17 pessoas morreram no primeiro jogo da temporada no campeonato angolano de futebol, com a recepção do Santa Rita de Cássia FC ao Recreativo do Libolo, com a confusão generalizada no momento de entrada.
TEXTO: A Federação Angolana de Futebol (FAF) concluiu que falhas no plano de segurança, no exterior de um estádio de futebol, no Uíge, levaram ao incidente que provocou 17 mortos e 58 feridos no jogo de estreia do Girabola 2017. "O cordão de segurança da área exterior ao recinto da realização do jogo não obedeceu aos parâmetros normais e, corolariamente, não foram observadas as distâncias necessárias para garantir o acesso ao estádio, permitindo-se assim que populares com e sem bilhetes válidos para assistir ao jogo estivessem muito próximos do portão da entrada em referência", lê-se no comunicado do conselho de direcção da FAF, com as conclusões do inquérito ao incidente, enviado esta segunda-feira à Lusa, em Luanda. O caso aconteceu a 10 de Fevereiro, no estádio 4 de Janeiro quando estavam disputados os primeiros minutos do primeiro jogo da temporada no campeonato angolano de futebol, com a recepção do Santa Rita de Cássia FC, que se estreava no Girabola, ao Recreativo do Libolo, com a confusão generalizada no momento de entrada. Embora sem o referir expressamente e sublinhando que as conclusões ainda serão alvo de contraditório - o Presidente da República, José Eduardo dos Santos, ordenou no próprio dia a instauração de um inquérito, conduzido pelo Ministério do Interior -, o relatório da FAF coloca a responsabilidade na organização no exterior do estádio, a cargo da polícia. "Constatou-se que uma deficiente avaliação dos riscos que o jogo acarretava, em que a população estava ávida em assistir a uma partida de futebol, da equipa local que efectuava o seu primeiro jogo e da jornada inaugural do Girabola-ZAP 2017, esteve também na base do infausto incidente", lê-se no relatório, a enviar ao Governo. Construído ainda no tempo colonial e propriedade do governo provincial, aquele estádio, na cidade do Uíge, foi alvo de vistorias antes do arranque da época, com a FAF a garantir que não foi detectado qualquer problema. "As características e as condições do estádio 4 de Janeiro, em si mesmas, não influenciaram os trágicos acontecimentos (. . . ) já que as entidades e os populares ouvidos foram unânimes em confirmar que as falhas havidas foram no plano de asseguramento da área exterior ao recinto da realização do jogo", lê-se. O estádio em causa, recorda a FAF, contava com três portões de acesso geral, mas apenas um foi aberto, o que terá propiciado a confusão: "Uma concentração consideravelmente excessiva de populares para entrada na zona do estádio sem bancadas num só portão, quando foram vendidos 2500 bilhetes para essa parte do estádio, é outra das causas que estiveram na origem dos tristes acontecimentos daquela fatídica tarde". Uma fonte da equipa da casa, o Santa Rita de Cássia, avançou no próprio dia, à Lusa, o incidente terá sido provocado pelos centenas de adeptos que tentavam entrar no estádio ao mesmo tempo, por entre a asfixia de dezenas de pessoas e a confusão instalada. Segundo a FAF, para a partida em causa tinham sido vendidos 350 bilhetes para a bancada, uma área com capacidade para 900 lugares, cada um a 2000 kwanzas (11 euros), e mais 2500 a 500 kwanzas (três euros) para a zona geral, a pé, que tem capacidade para 5000 pessoas, pelo que o estádio "ficou aquém da sua lotação máxima". Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. O mesmo relatório da FAF indica que contrariamente ao que chegou a ser avançado por alguma comunicação social não há registo de queda de qualquer muro do estádio, centrando-se as conclusões do inquérito no cordão de segurança insuficiente e na abertura de um único portão. Como medida cautelar, aquele organismo orientou a "introdução imediata", já na próxima jornada do Girabola a disputar este fim-de-semana (terceira ronda) de várias condições a verificar pelos comissários ao jogo e "sem a observância das quais os mesmos não devem ter lugar". Passa a ser obrigatória a existência de um relatório de avaliação do risco da partida, um plano de segurança do jogo, um relatório com o número e qualidade dos lugares correspondentes aos bilhetes a serem vendidos, um plano de distribuição dos espectadores e um plano de evacuação, entre outras medidas. Estas medidas, ainda provisórias, serão reunidas no futuro regulamento de prevenção e segurança nos estádios angolanos.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave concentração social
Prémio Oceanos de Literatura alarga-se a todos os livros publicados em língua portuguesa
Ana Sousa Dias vai ser a curadora portuguesa do prémio literário brasileiro que passa agora a aceitar a candidatura de obras editadas em Portugal. (...)

Prémio Oceanos de Literatura alarga-se a todos os livros publicados em língua portuguesa
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2017-03-02 | Jornal Público
SUMÁRIO: Ana Sousa Dias vai ser a curadora portuguesa do prémio literário brasileiro que passa agora a aceitar a candidatura de obras editadas em Portugal.
TEXTO: O Prémio Oceanos de Literatura em Língua Portuguesa vai pela primeira vez ser aberto a todos os livros publicados em língua portuguesa em qualquer país. Até aqui, o ex-prémio Portugal Telecom de Literatura, que há três anos mudou de nome e passou a ter como parceiro o Itaú Cultural, contemplava só obras de autores dos países da Comunidade dos Países da Língua Portuguesa (CPLP) que estivessem editadas no Brasil. Esta foi uma das novidades apresentadas na conferência de imprensa que decorreu esta quinta-feira em São Paulo, no Brasil, e foi transmitida em streaming. O prémio incide sobre livros de poesia, prosa de ficção, dramaturgia e crónica escritos originalmente em língua portuguesa. Outra das novidades para a edição de 2017 é que, além dos curadores brasileiros Selma Caetano e Manuel da Costa Pinto, o prémio passará a ter na curadoria a portuguesa Ana Sousa Dias. A jornalista participou na conferência de imprensa ao lado do director do Itaú Cultural, Eduardo Saron, da curadora-coordenadora, Selma Caetano, e do curador de literatura brasileira, Manuel da Costa Pinto. Ana Sousa Dias, que é redactora principal do jornal Diário de Notícias, passará a ser a curadora de literatura portuguesa e africana. "A avaliação que vou fazer não é uma avaliação do conteúdo dos livros, é uma avaliação formal para verificar se o livro é aceitável ou não nos termos do regulamento. Não sou do júri e não faço assessoria de imprensa, sou curadora", quis deixar claro na sua intervenção a jornalista portuguesa. Tal como explicou a curadora Selma Caetano, entre os 740 livros inscritos na edição do ano passado estavam 14 obras de escritores portugueses, duas de escritores angolanos e uma de um escritor moçambicano. Entre 2007 e 2016, 80% dos livros finalistas foram de autores brasileiros, 16% de autores portugueses e 4% de autores africanos. No mesmo período, 79% dos vencedores foram livros de autores brasileiros, 21% foram livros de autores portugueses (sete no total); nenhum escritor africano venceu o prémio. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. "O Prémio Oceanos vai mapear e dar um instantâneo da literatura de língua portuguesa em todo o mundo", explicou Manuel da Costa Pinto. "É um prémio que vai conversar não apenas com a cena editorial brasileira mas com todos os países lusófonos, predominantemente com Portugal, já que a maior parte dos autores da África lusófona publicam em Portugal. " O modelo que o Oceanos seguiu quando pensou na internacionalização foi o do Man Booker Prize, um dos prémios mais importantes de língua inglesa, que abrange agora escritores de todas as nacionalidades, desde que tenham publicado originalmente a sua obra em inglês. "Assim como nós em Portugal conhecemos os grandes nomes da literatura brasileira e pouco mais, no Brasil também conhecem alguns grandes nomes da literatura portuguesa. Há todo um mundo que não chega aqui. Creio que com esta novidade de poderem concorrer ao Oceanos livros que foram publicados em Portugal, Angola, Moçambique, Cabo Verde e até em Timor", acrescentou Ana Sousa Dias, "vai haver uma boa surpresa no Brasil com a quantidade de bons escritores [portugueses] que vão participar. " "Vai ficar mais complicado o trabalho dos jurados, mas vai ficar mais completo", disse ainda. O valor total do prémio é de 230 mil reais (cerca de 70 mil euros). Cem mil reais (30 mil euros) vão para o primeiro lugar, 60 mil reais (18 mil euros) para o segundo, 40 mil reais (12 mil euros) para o terceiro e 30 mil reais (nove mil euros) para o quarto premiado. Os quatro vencedores do ano passado foram Galveias, de José Luís Peixoto, que conquistou o primeiro lugar seguido de A Resistência, do brasileiro paulista Julián Fuks, O Livro das Semelhanças, da poeta mineira Ana Martins Marques, e o livro de contos Maracanazo e outras histórias, do carioca Arthur Dapieve.
REFERÊNCIAS:
Entidades CPLP